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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Exortação aos que exortam


É claro que Deus reprova quem vive no erro, quem faz do pecado seu estilo de vida. Mas devemos considerar que os pregadores são pessoas falíveis, gente como a gente.

O fato do pregador pecar não é motivo para parar de pregar. O próprio apóstolo Paulo se identificou como um pecador, e ele é o responsável por quase a metade do conteúdo existente no Novo Testamento, textos escritos por ele e sobre ele. Ao pecar, o que deve ser feito é, o mais rápido possível, o pedido de perdão e tomar firmemente a decisão de não repetir o ato falho e jamais abandonar a chamada ministerial. 

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Meninos e meninas como pregadores. Pode?

Por estes dias, surgiu nas redes sociais o assunto 'Crianças Pregadoras'. A minha participação foi com a seguinte argumentação.

Sabemos que Deus quer que vivamos a nossa vida cristã prestando um culto racional, isto é, usando o raciocínio lógico, mas mesmo uma criança com o QI privilegiado não tem a capacidade de usar sua concentração pelo mesmo período de tempo que um adulto. Eles não possuem apenas cérebros de tamanho menor, estão se desenvolvendo. Desde a nutrição no útero, passando pelas mamadas repletas de ingredientes importantes como células-tronco e substâncias anti-inflamatórias, os pequenos formam sua capacidade cognitiva e personalidade reagindo aos estímulos que recebe. E é exatamente dentro deste cenário que as Escrituras recomendam aos pais a ensinarem os filhos sobre qual caminho devem seguir e a não irritá-las para que não desanimem em sua caminhada. 

quarta-feira, 29 de junho de 2022

É possível ser pastor sem ter cuidados com o rebanho de ovelhas?

A pessoa que usa o prenome pastor e não cuida de ovelhas, pessoalmente, no dia a dia do rebanho de Cristo, é falso pastor? Desculpe-me ser pesado nas palavras, penso que a tal pessoa usa indevidamente a palavra 'pastor'. 

Relembremos o chamado pastoral que Jesus fez ao apóstolo Pedro, registrado em João, capítulo 21 e versículos 15 ao 17.
"Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:

- Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros me amam?

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Pastorado feminino - proíbem o que Deus não proíbe?

É interessante a tentativa incansável de esconderem a concessão do dom ministerial pastoral conforme Efésios 4.11 às mulheres vocacionadas. No versículo 8, desse mesmo capítulo, está escrito: Jesus "deu dons aos homens" [anthropos]. "Homens", no grego "anthropos", é um termo usado para a espécie humana, tem o sentido que envolve o ser humano masculino e também o ser humano feminino.

terça-feira, 5 de abril de 2022

A Grande Comissão de Jesus Cristo

A ordem proferida por Jesus Cristo durante seu ministério terreno há mais de 2 mil anos ainda não foi entendida pela grande maioria  dos líderes e consequentemente não é cumprida pela igreja local. 

sexta-feira, 25 de março de 2022

Hitler, ditadores, adeptos e omissos

Sobre Faraós, Hitlers e políticos corruptos: as monstruosidades sem exceção necessitam do apoio de uns e da indiferença de outros.


"Então ordenou Faraó a todo o seu povo, dizendo: A todos os filhos que nascerem lançareis no rio, mas a todas as filhas guardareis com vida" - Êxodo 1.22.

Lastimavelmente, seguindo determinação de Faraó, os egípcios lançaram meninos hebreus no rio Nilo. Os egípcios podem ter

terça-feira, 22 de março de 2022

Consequências da indolência


"Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo. E quem fizer injustiça receberá em troca a injustiça feita. E nisto ninguém será tratado com parcialidade" - Colossenses 3.23-25 [NAA]. 

quinta-feira, 17 de março de 2022

Na Assembleia de Deus perto de você

Deus dá talentos e dons aos cristãos, que são respeitados por Ele como indivíduos. Ninguém é igual a ninguém, e no que tange ao palestrante, nós concordamos que o que importa mais não é o seu estilo como pregador, mas sua fidelidade ao texto e conteúdo da Palavra usado na apresentação dela. O introvertido não precisa forçar sua personalidade para se passar por extrovertido, e o mesmo vale no sentido oposto. 

terça-feira, 15 de março de 2022

O bom e o mau pastor


A pessoa que reconhece que a chamada pastoral é um serviço prestado a Deus, entende que sua atividade é servir aos membros da Igreja de Cristo, não ser servido por eles. A recompensa do obreiro está no céu.

quarta-feira, 2 de março de 2022

O que é estar em Cristo?

"E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" - 2 Coríntios 5.17 [NAA]. 

Palavra Pastoral: "Eu não devo excluir um crente da igreja, nem muito menos me alegrar, quando resolve sair do nosso meio e ir para uma outra igreja pelo fato dele não aceitar os usos e costumes que nós pregamos e vivemos. Alegro-me pelos mesmos estarem entre nós ouvindo a boa e maravilhosa Palavra de Deus. Pois, só ela tem o poder de transformar o homem velho em uma nova criatura.

terça-feira, 16 de novembro de 2021

2 Timóteo 2.15 - características necessárias para ser um obreiro aprovado e não se envergonhar

"Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" - 2 Timóteo 2.15 [NAA].

Situação. O autêntico pregador cristão é um comunicador exemplar, se apresenta diante de homens, mas também está à vista de Deus. Recebe a aprovação do Senhor quando, humildemente, considera a si mesmo como operário na expansão do reino do céu aqui na terra. Ao considerar-se submisso à vontade divina, aplica-se aos estudos bíblicos com prazer, regularmente faz orações, lê e medita nas Escrituras Sagradas.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Orações interrompidas


"Maridos, vocês, igualmente, vivam a vida comum do lar com discernimento, dando honra à esposa, por ser a parte mais frágil e por ser coerdeira da mesma graça da vida. Agindo assim, as orações de vocês não serão interrompidas" - 1 Pedro 3.7. 

domingo, 26 de setembro de 2021

Glutonaria: uma charge de Jasiel Botelho e cinco textos da Almeida Revista e Corrigida

Fumar e exagerar na comida são pecados.
E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela" - Gênesis 3.6.

"E olhai por vós, para que não aconteça que o vosso coração se carregue de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia" - Lucas 21.34.

"Porque as obras da carne são manifestas, as quais são:

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O ideal do ministério cristão

O texto logo abaixo é parte de uma carta enviada por um jovem pastor a um companheiro que havia estado com ele no dia de sua ordenação. Nesta carta, o jovem ministro, que na época estava com vinte e sete anos, escreveu sobre o ideal do ministério cristão e a motivação do seu trabalho pastoral.

"O pastor deve ter sempre o caráter de um professor, um mentor, tanto na sala de estar, de sua casa, como no púlpito. A importância das coisas com que lidamos deve sempre encher nossas mentes, nossos estudos pessoais, nossas orações a Deus, nossos esforços como preletores da Palavra de Deus.

quarta-feira, 26 de maio de 2021

O Ministério de Pastor

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A dedicação do dono para com a criação de ovelhas transformou-se em uma imagem clássica do amor e providência divina de Deus aos crentes fiéis (Salmo 23.1-4; João 10.11-16).

Quando o rebanho era muito grande, ou por outras circunstâncias, o dono das ovelhas recorreria aos serviços de pastores contratados. Nestas situações, o trabalho do pastor era remunerado com uma participação no rebanho (Gênesis 30.28-43; 1 Coríntios 9.7) ou em dinheiro (Zacarias 1.12; 1 Timóteo 5.18).  Repassar os cuidados do trato de animais era comum entre os monarcas e hebreus ricos (1 Crônicas 27.29-31; Lucas 15.14-16). As figuras de cães de raça e de pessoas assalariadas usadas como guardadores de rebanho têm conotação negativa nas páginas neotestamentárias (João 10.12; Filipenses 3.2; Apocalipse 22.15).

HÁ UM SÓ PASTOR

"As palavras dos sábios são como aguilhões, e as coleções de sentenças são como pregos bem-fixados; elas provêm de um único Pastor" - Eclesiastes 12.11.

As relações entre Deus e o seu povo são assemelhadas às que existem entre o pastor e as suas ovelhas (Salmos 23.1; 80.1. Ezequiel 7.14). A figura do povo de Deus como um rebanho aparece várias vezes em diversos textos da Bíblia Sagrada. Nas páginas do Livro de Ezequiel (34.31) o povo temente ao Senhor recebe tal comparação e Deus é comparado como o seu Pastor: "Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus”.  

O profeta brada que a justiça seria restaurada, revelando a promessa divina que Deus levantaria um pastor e que através deste pastor todos os dispersos e oprimidos receberiam justiça, assim a paz voltaria a reinar entre os israelitas. Os cristãos, ao lerem Ezequiel 34.1-31, sabem que a promessa de restauração refere-se a Jesus Cristo em sua primeira vinda, sua morte e ressureição ao terceiro dia. Passagens como Isaías 40.11 e Zacarias 13.7, apresentam o Messias como Pastor, corroboradas por textos do Novo Testamento. Jesus a Si mesmo Se chama "o bom Pastor" (João 10.11). E encontramos a afirmação que o Filho Unigênito do Pai é o Grande e o Sumo Pastor (1 Pedro 5.4; Hebreus 13.20). Sumo, significa "supremo" e "máximo". 

Cristo oferece a água da vida eterna, apregoa que só quem beber da água retirada da fonte que Ele oferece não voltará a ter sede (João 4.13-14). Isto é, na condição de Deus trino, só existe um pastor, que se manifesta nas figuras do Pai Eterno e do Filho Unigênito. 

O PASTOR APASCENTA AS OVELHAS

"Como pastor, ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os carregará no colo; as que amamentam ele guiará mansamente" -  Isaías 40.11. 

No Antigo Testamento, encontramos a figura do pastor como um homem proprietário de rebanho, alguém que o apascentava pessoalmente (Êxodo 34.14), confiava os cuidados aos filhos (Gênesis 31.38-40, 37.2; 1 Samuel 16.11) e filhas (Gênesis 29.9; Êxodo 2.16). O Novo Testamento atribui o termo "pastor" ao ministro que lidera uma comunidade de crentes protestantes (Hebreus 13.17; 1 Pedro 5.2; e as Escrituras como o método de alimentação às ovelhas de Cristo (1 Timóteo 4.15,16).

"A liderança pastoral pode ser um dom natural, ou adquira pela experiência, por meio de uma vida dedicada a esse mister. Contudo, no âmbito espiritual, os líderes são chamados por Deus para uma missão específica, com o intuído de engrandecer o Reino de Deus.' (...) 'Ainda no âmbito espiritual, ministros líderes de ministros devem ser aqueles vocacionados para o ministério, chamados e habilitados por Deus para coordenar, influenciar seu grupo, com o objetivo de que seus liderados, com esforço, alcancem as metas desejadas" (José Wellington Bezerra da Costa. Artigo Ministro e Líderes de Ministros, Bíblia Obreiro Aprovado, página XXIII, edição 2016, CPAD). 

A tarefa do pastor consistia em procurar pastagens e água (Salmo 23). Muitas vezes não era fácil, exigia paciência e coragem, pois era preciso defender as ovelhas dos ataques de feras e de ladrões (Gênesis 31.40; Êxodo 2.16; 1 Samuel 17.34; João 10.12). As principais ferramentas do pastor no exercício da sua função:
º Cajado: vara grossa que servia como apoio ao caminhar (Hebreus 11.21), como cassetete para defender-se (Isaías 36.6; Hebreus 11.21) e cuja ponta era curvada em semicírculo para pegar o animal pela pata (Salmo 23.2; Miqueias 7.14). No Novo Testamento, o termo "vara" se refere à autoridade de Cristo (Apocalipse 19.15) e dos salvos, a vara aos crentes se assemelha ao uso da espada do Espírito (Apocalipse 2.27; Efésios 6.16).

º Funda:  uma arma feita com tira estreita de couro, alargada no meio, usada para atirar pedras contra os lobos e outros predadores, girando-a sobre a cabeça e soltando uma das pontas no momento propício ao lançamento da pedra na direção pretendida (Juízes 20.16; 1 Samuel 17.40-50).
O jeito afetuoso que o pastor prestava seus cuidados em favor do rebanho se evidenciava de modo eficaz ao socorrer as ovelhas fracas e enfermas do redil a ele confiado (Gênesis 33.13; Isaías 40.11). À tarde, quando o pastor recolhia o rebanho ao aprisco, obrigava as ovelhas a passar debaixo de sua vara, pela porta de entrada do aprisco. Neste retorno do grupo, cada animal ao alcance de sua mão era examinado para conferir seu bem-estar (Levítico 27.32; Jeremias 33.13; Ezequiel 20.37) e após cumprir sua missão durante o dia, o pastor continuava a vigiar o rebanho durante a noite (João 10.3).

O PASTOR BUSCA AS OVELHAS

"Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Eu as livrarei de todos os lugares por onde foram espalhadas no dia de nuvens e densas trevas" - Ezequiel 34.12.

Ezequiel havia repetido incansavelmente que o povo de Israel se tornara impuro por causa dos seus pecados e idolatrias e que por este motivo o castigo viria sobre a nação. Após a queda de Jerusalém, o profeta mudou completamente de tom. No centro da sua mensagem o anúncio do castigo deu lugar à promessa da salvação, a informação de que viria um tempo em que Deus faria uma intervenção para transformar interiormente o seu povo e limpá-lo de todas as suas impurezas. Essa promessa, repetida uma e outra vez nos capítulos seguintes, fez renascer a esperança no ânimo dos exilados e os ajudou a vencer o desânimo, pessimismo, e desconfiança que haviam se apoderado deles (Ezequiel 33.10; 34.11-31; 37.11).

A promessa de salvação suscita esperança aos cristãos. O poder purificador do sangue vertido na cruz apresenta a intenção divina da  total transformação interior, que se expressa com a imagem do coração e do espírito novo. "Pois todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus" (Gálatas 3.26-28).

O PASTOR PROTEGE AS OVELHAS

"Assim diz o Senhor : Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da orelha de um animal, assim serão salvos os filhos de Israel que vivem em Samaria com apenas o canto da cama e parte do leito" - Amós 3.12.

O relato exposto em Gênesis 29 mostra Isaque removendo uma pedra pesada de cima de um poço, para que o rebanho pastoreado por Rebeca bebesse água. Colocava-se a pedra ali como proteção contra o pó e a areia e todo o tipo de sujeira. Mais tarde Moisés prestou ajuda semelhante às filhas do sacerdote Reuel, conhecido também como Jetro, ele abriu o poço e retirou a água dos bebedouros reservados às ovelhas (Êxodo 2.16-18).

A pessoa que possui vocação pastoral é consciente da sua responsabilidade e incansavelmente proclama em alto e bom som que Jesus virá como Rei dos reis; ecoa a verdade de que "toda a humanidade é erva, e toda a sua glória é como a flor do campo" e que só a Palavra do Senhor dura eternamente (Isaías 40.6,8).

O ministério do pastor sábio está sempre submetido ao Espírito Santo. Ele pensa, age, comunica-se com disposição de servir a Deus, e com este perfil produz edificação espiritual aos que o ouvem. É respeitado entre as ovelhas de Cristo. Expõe a verdade bíblica da melhor maneira possível, suas palavras surtem efeito estimulante que leva o cristão ao crescimento na fé e a estar consciente que "Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Eclesiastes 12.14). 

O pastor e teólogo Antonio Gilberto escreveu sobre a função do pastor, como ministério recebido de Deus. Compreende-se assim:
a. Dirigir, presidir e administrar o rebanho do Senhor. Sem isso as ovelhas se desviarão.
b. Doutrinar. Para isso, o pastor precisa ser um estudante dedicado da Palavra de Deus, especialmente no que concerne à Teologia Sistemática.
c. Proteger. Se o pastor não fizer esta parte, muitas ovelhas cairão vítimas de todo tipo de males.
d. Tratar das ovelhas. Muitas caem doentes espiritualmente.
e. Alimentar as ovelhas. A ovelha faminta segue qualquer outra liderança, além de outros males que lhe atingem.
f. Visitar. Exercício direto ou através de comissões.
g. Disciplinar. O termo disciplina envolve o sentido de instrução, admoestação, correção, e não o castigo e punição.
O PASTOR NEGLIGENTE COM O REBANHO 

"Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o braço ficará completamente seco, e o olho direito totalmente cego" - Zacarias 11.17.

Os governantes do período do Antigo Testamento são representados como pastores e repreendidos pelos profetas quando agiam com egoísmo e falta de cuidado com seus súditos. Deus é contra os maus pastores. Além disso, os profetas advertiam que o israelita que agisse como opressor de outro, aquele que havia enriquecido desonestamente à custa dos mais pobres e fracos, teria que ajustar contas com o Senhor.

O pastor mercenário preocupava-se mais com seu bem-estar. A segurança do rebanho não era sua prioridade. Interesseiro, trabalhava somente por dinheiro e pelas vantagens que lhe eram dadas pelo dono do rebanho (Jeremias 46.21; João 10.12,13).

Durante a Lei de Moisés, a responsabilidade do pastor era cobrada com grande rigor. Em Êxodo 22.9-12, temos acesso às regras legais sobre propriedade privada. O texto explica que os animais roubados deveriam ter o seu valor restituído ao seu dono, quando os animais eram mortos por uma fera, a exigência de restituição só era feita se o animal morto não pudesse ser apresentado; animais perdidos de outras maneiras não precisavam ser pagos se o pastor afirmasse com juramento não ter violado a propriedade alheia. Caso a ovelha se desgarrasse, o dever do pastor era ir ao campo procurá-la em todos os lugares (Ezequiel 34.12; Lucas 15.4). 

CRISTO, O PASTOR DAS OVELHAS 

"Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança" - Hebreus 13.20.

Como Cordeiro de Deus e também o Sumo Pastor das ovelhas, Jesus Cristo verteu o sangue da eterna aliança. "Porque, havendo Moisés proclamado a todo o povo todos os mandamentos conforme a lei, pegou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã tingida de escarlate e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também todo o povo, dizendo: 'Este é o sangue da aliança que Deus ordenou para vocês. Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado. De fato, segundo a lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão nos céus fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais requerem sacrifícios superiores àqueles. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro Santuário, porém no próprio céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" - Hebreus 9.19-24.

O texto de Êxodo 12.1 ao 13.22 apresenta prescrições ao culto da antiga aliança. Estes capítulos, descrevem a Festa da Páscoa, mostram as normas relativas à celebração da Festa dos Pães Asmos, que prolonga a Páscoa (12.15-20; 13.3-10); e as normas que prescrevem a consagração dos filhos mais velhos ou primogênitos a Deus (13.1-2,11-16). Também relatam a décima praga sobre o Egito e depois a saída apressada dos israelitas (12.37- 42) em direção às margens do deserto (13.17-22). 

O escritor de Hebreus, em 9.19-24 alude aos dois capítulos de Êxodo, nos faz lembrar da água, da lã em vermelho escarlate, do hissopo, materiais usados na aspersão realizada por Moisés. Assim, o escritor de Hebreus mostrou o paralelo existente entre a libertação do povo hebreu das garras de faraó e o opróbrio de Cristo na cruz, quando dEle jorrou água e sangue, para que todo pecador que nEle crer não pereça, tenha a vida eterna (João 3.16; Hebreus 11.26). Através do ritual religioso, Moisés se mostrou solidário com os israelitas, e Cristo, através do sacrifício vicário no calvário, se mostrou solidário com todos os pecadores arrependidos de seus pecados (Êxodo 2.10-15; Salmo 69.9; Isaías 63.9; e Romanos 15.3).

CONCLUSÃO

Os cristãos são exortados a seguirem o Bom Pastor, deixando para trás a vida e as práticas religiosas da antiga Lei, a vida pregressa da prática de pecados, a viverem em consagração, reunirem-se com seus irmãos para juntos celebrarem a Ceia do Senhor, com o objetivo de não se esquecerem que, assim como os judeus foram libertos da escravidão egípcia, estão livres da condenação eterna por intermédio do sacrifício realizado por Jesus Cristo (1 Coríntios 11.23-26).


Compilação:
Bíblia de Estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), Barueri - SP
Bíblia Obreiro Aprovado. Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Rio de Janeiro - RJ. Edição 2017.
Casa do Senhor - acesso 26 de maio de 2021 - www.casadosenhor.com.br/portal/
Dicionário Enciclopédico da Bíblia, Centro do Livro Brasileiro Ltda, Lisboa, Porto, edição 1969.
Éxodo Una Lectura Evangélica y Popular. Jorge V. Pixley, Casa Unida de Publicaciones S.A., México, D..F., edição 1983.
Pequeno Dicionário Bíblico, Stuart Edmund McNair, anexo Bíblia do Obreiro Aprovado, Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro - RJ, edição 2017.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

O Ministério de Evangelista

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Segundo o Pastor Valdir Nunes Bícego, de saudosa memória, a  missão mais sublime que o Senhor reservou para a Igreja aqui na terra é evangelizar o mundo. E assim sendo, não apenas o cristão que possui a credencial eclesiástica, todo crente precisa ver-se no espelho como um evangelista e habitualmente proceder como ganhador de almas, estar a todo momento preparado para apresentar Jesus Cristo ao pecador, ser em todo tempo cuidadoso com o novo quem é recém-convertido e estar sempre pronto ao momento propício de conduzi-lo ao tanque batismal. 

O bom evangelista prepara almas para uma vida de serviço, bem como colabora à edificação do Corpo de Cristo (Efésios 2.20-22) É eficaz ao lidar com as almas que estão presas por doutrinas alheias à Palavra de Deus. Ele dialoga sobre o plano da salvação com testemunhas-de-jeová, mórmons, espíritas; gentes ligadas aos movimentos criados por Confúcio, Maomé, Buda; e inclusive atinge os judeus. Seu preparo e ação evangelística ocorrem tendo como base a oração e aplicação de estudos bíblicos. Desta maneira ele é por excelência um arrebatador das almas que estão aprisionadas aos engodos espalhados pela serpente que enganou o primeiro casal no Éden. 

JESUS - O MAIOR EVANGELISTA

"O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados, a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus, a consolar todos os que choram" - Isaías 61.1-2.

É significante que este texto use a linguagem da unção, da qual procede o nome Messias (ungido). Jesus identificou-se como a pessoa referida nesta passagem, quando proferiu seu primeiro sermão na sinagoga de sua cidade natal. Ao ler os versículos, disse que estava sendo cumprida a declaração contida no texto, para espanto de todos que o ouviram e o conheciam apenas como o filho de José, carpinteiro residente na Galileia (Lucas 4.16-30).

A OBRA DE UM EVANGELISTA

"Mas você seja sóbrio em todas as coisas, suporte as aflições, faça o trabalho de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério" - 2 Timóteo 4.5.

Paulo exorta Timóteo a ser um bom evangelista, o que implica em reagir corretamente quando chegasse o momento em que os ouvintes da Palavra de Deus sentissem comichão nos ouvidos e buscassem para si pregadores dispostos a falar apenas o que eles quisessem ouvir. Está claro que o apóstolo não se referia apenas ao tempo em que Timóteo cumpriu seu ministério evangelístico, a exortação é válida para todos os tempos em que a Igreja estiver aqui na terra.

O trabalho do bom evangelista é caracterizado pela pregação da sã doutrina. A sã doutrina é a verdade eterna e imutável acerca do amor de Deus, manifestado através do sacrifício vicário de Jesus na cruz, em substituição à punição que todos os pecadores deveriam receber. 

No cenário religioso há duas espécies de pregadores, aquele que prega a verdade e o que prega a mentira. Vejamos: 

Os pregadores charlatães trapaceiam e enganam para vender as suas ideias, atingir objetivos pessoais. Modificam a sua mensagem conforme a conveniência do momento, adaptando-a ao que o seu público aprecia ou não aprecia. Os charlatães pregam tendo em vista conquistar o poder e alcançar o lucro financeiro e posição social privilegiada. Paulo considerava os pregadores de Éfeso como charlatães.

Os pregadores comerciantes são vendedores de ideias religiosas. São peritos em despertar o interesse de seus ouvintes por seus conceitos, opiniões e planejamentos, seja de algo concreto ou abstrato. São capazes de realizar estratégias que beiram à manipulação das massas. Sabem comunicar-se bem, estão sempre prontos a fazer ajustes em seus discursos para vender melhor. Eles são motivados pelo interesse próprio, às vezes há o interesse real em servir ao seu público, porém, só serão pregadores da verdade, evangelistas de fato, verdadeiros servos de Deus, quando tiverem um encontro genuíno com Cristo.

Os evangelistas são pregadores contextualizadores. Ao pregarem o Evangelho, produzem bons resultados ao Reino de Deus. São aqueles crentes, que possuindo ou não o título eclesiástico, possuem o desejo ardente de atingir o nível de comunicação perfeita, para que as almas possam entender tudo o que dizem, preservando a integridade da mensagem evangelística. Esforçam-se ao máximo para superar barreiras que regem relações humanas, no seu conjunto e na sua generalidade, são atentos à descrição sistemática e à análise de determinados comportamentos sociais, para que o maior número possível de almas conheçam a Cristo como Senhor e Salvador. Estão sempre preocupados com os seus ouvintes e não com o lucro que a atividade, eventualmente, possa gerar.

FILIPE, O EVANGELISTA

"No dia seguinte, partimos e fomos para Cesareia. E, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. Filipe tinha quatro filhas solteiras, que profetizavam" - Atos 21.8, 9.

Filipe, o evangelista, era assim chamado para ser diferenciado de seu homônimo apóstolo. Não esteve no grupo dos doze que andaram com Jesus, mas junto aos sete diáconos escolhidos pelos apóstolos para servir na Igreja de Jerusalém. Juntamente com Estevão, socorria as viúvas de origem grega que haviam se convertido e padeciam pela falta de alimentos e produtos básicos à vida em dignidade (Atos 6.3). Fixou residência em Cesareia com suas filhas jovens e solteiras. Sendo crente cheio do Espírito e de sabedoria e ter boa reputação, houve conversão dentro de sua casa, pois suas quatro filhas são descritas por Lucas como quatro servas do Senhor que profetizavam. 

Profetizar era uma prática generalizada na igreja primitiva. As filhas do evangelista e diácono Filipe, não identificadas por seus nomes, receberam a honrosa descrição de serem pessoas portadoras da capacidade espiritual de comunicadoras de mensagens proféticas. 

O perfil de Filipe é lembrado por Paulo ao delinear em 1 Timóteo 3.8-13 as qualificações que habilitam o cristão ao serviço do diaconato: "Do mesmo modo, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não gananciosos, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também estes devem ser primeiramente experimentados; e, caso se mostrem irrepreensíveis, que exerçam o diaconato. Do mesmo modo, quanto a mulheres, é necessário que elas sejam respeitáveis, não maldizentes, moderadas e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem os seus filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançarão para si mesmos uma posição de honra e muita ousadia na fé em Cristo Jesus."

ENVIADO PARA EVANGELIZAR

"Afinal, Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho, não com sabedoria de palavra, para que não se anule a cruz de Cristo" - 1 Coríntios 1.17.

Quando Jesus ordenou aos primeiros discípulos fazer novos discípulos, endereçou a ordenança para nós também. Na tarefa de evangelização, precisamos nos submeter à autoridade de Cristo sobre a importante questão do batismo em águas (Mateus 28.18,19). Batizar significa "mergulhar", "imergir", "lavar"; é estar envolto, coberto. A imersão é uma questão de fórum íntimo, é o sinal ou símbolo exterior do nosso comprometimento com Cristo (1 Coríntios 12.13; 1 Pedro 3.21). 

No texto capitulado em 1 Coríntios 1.17, Paulo não escreveu contra o batismo em águas, pois ele mesmo batizou Crispo e Gaio (Atos 18.8; 1 Coríntios 1.14,16). É muito provável que seu objetivo era não provocar o aumento numérico de uma facção em torno de seu nome (1 Coríntios 3.4,5); ou, talvez, tenha se colocado contra o ensino equivocado que apregoava ser o ato de batizar-se, por si só, a garantia de estar salvo, não ser preciso viver em santidade após o batismo. 

À semelhança dos israelitas, batizados na nuvem e no mar (1 Coríntios 10.12), não temos garantia de salvação simplesmente pelo fato de ser batizado. Por causa da rebeldia dos israelitas, da multidão que livrou-se da escravidão egípcia, Deus determinou que das pessoas de vinte anos para cima, apenas Josué e Calebe teriam permissão para viverem na terra prometida (Números 32.11,12).

O PRÊMIO DO EVANGELISTA 

"Nesse caso, qual é a minha recompensa? É que, anunciando o evangelho, eu o apresente de graça, para não me valer do direito que ele me dá" - 1 Coríntios 9.18.

Apesar de Paulo, como cristão, compreender perfeitamente que estava comissionado por Cristo a viver pregando o Evangelho, esta obrigação era prazerosa para ele (Romanos 1.1). Entre os cristãos das comunidades que havia fundado, ele sabia do seu direito de apóstolo. Qual? "Assim também o Senhor ordenou aos que pregam o evangelho que vivam do evangelho" (1 Coríntios 9.15). 

Sentia-se tão feliz em sua missão evangelística que era capaz de abrir mão ao seu direito a compensação, e trabalhar voluntariamente. Para evitar críticas, não quis usar do seu direito, para não haver quem pensasse que estaria abusando dos irmãos de fé, preferiu evitar a mais leve aparência de abuso de autoridade e sacrificou-se por amor a Cristo.

O estilo de vida do cristão expõe uma tensão entre duas verdades iguais e ao mesmo tempo contrastantes. Pela fé, os crentes já alcançaram o prêmio de Deus, que é a salvação, mas neste mundo ninguém ainda pode experimentar a plenitude do amor e bondade divinas. Para conquistar o prêmio em sua plenitude, Paulo nos aconselha a caminharmos de acordo com o que já alcançamos, olhando para o Autor e Consumador da nossa fé. Portanto, vivamos gratos com o que Deus nos dá em nossa vivência terrena, seja algo da esfera material ou espiritual, em concordância com os nove aspectos existentes no fruto do Espírito. Prossigamos fiéis ao Senhor até o momento de recebermos a recompensa incorruptível quando chegarmos no Céu (Filipenses 3.13-16; Gálatas 5.19-23).

EVANGELISTA APREGOA A LIBERTAÇÃO DO MAL

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do Senhor.” - Lucas 4.18, 19.

Lucas apresenta Jesus como o Grande Médico (5.31-32; 15.4-7,31-32; 19.10). Em sua narrativa, mostra em detalhes a interação de Jesus com os publicanos, as mulheres, as crianças, os gentios e os samaritanos, demonstrando seu ministério singular aos marginalizados da sociedade. Lucas também descreve Jesus como o Filho do homem, enfatizando sua oferta de salvação para o mundo. Ele identifica lugares que seriam familiares a qualquer judeu (por exemplo: 4.31; 23.51; 24.13), sugerindo que o seu público ia além daqueles que já possuíam conhecimento geográfico na região em que Jesus cumpriu seu ministério. Ele normalmente prefere a terminologia grega aos hebraísmos (por exemplo: “lugar chamado Caveira” em vez de “Gólgota” em 23.33). Ocasionalmente, todos os outros Evangelhos usam termos semitas como “Aba” (Marcos 14.36), “rabi” (Mateus 23.7-8; João 1.38,49) e “Hosana” (Mateus 21:9; Marcos 11.9-10; João 12.13), mas Lucas ou os omite ou prefere seus equivalentes gregos. 

Por que Lucas optou por este caminho mais detalhista em sua redação? Lucas escreveu a Teófilo, provavelmente um gentio que acabara de se converter ou alguém que procurava aprender acerca de Jesus. Teófilo significa "amigo de Deus", o que leva alguns a pensar que o livro foi escrito a todas as pessoas que amam a Deus. Lucas esperava que Teófilo e todos os outros leitores aprendessem que o amor de Deus ultrapassa os judeus e alcança o mundo inteiro. Assim sendo, o leitor de Lucas acha relatos mais pormenorizados do que os encontrados em Mateus e Marcos, mais histórias sobre o nascimento de Jesus, registros que demonstram o interesse de Jesus pelo mundo não-judeu e pelos pobres, há uma perspectiva que João não se encontra nos escritos de João.

Com o estilo de Lucas, aprende-se que cabe ao bom evangelista trabalhar com afinco na mensagem que irá entregar às almas. Ao orador ou escritor cristão, ao apregoar a libertação do mal, pesa a responsabilidade de se fazer perfeitamente entendido por quem o lê ou ouve.

Lucas mostrou que o Espírito do Senhor esteve sobre Jesus por toda a Galileia. Como o Messias (ungido) foi o legítimo rei de Israel, sua unção era de profeta e evangelista, e então alimentou os pobres ao multiplicar os pães, anunciou a liberdade aos cativos pelo pecado, libertou os oprimidos por possessões malignas.

Quando Jesus leu Isaías 61, reivindicou para si a identidade do tão aguardado Messias. Ao ler o texto, interrompeu sua leitura no meio do versículo 2 e assentou-se. Na liturgia judaica, a postura para ler as Escrituras era sentado e aos que a ouviam em pé. Ele parou na frase "o ano aceitável ao Senhor", porque a sua pregação anunciava que o tempo da graça de Deus havia chegado aos seres humanos por meio do seu ministério. Deixou de ler "e o dia da vingança do nosso Deus", porque isso se refere à sua segunda vinda e ao seu juízo contra todas as pessoas que escolhem o amor ao mundo e os prazeres carnais, ao invés de viverem em reciprocidade ao amor de Deus (Apocalipse 19.11-21). 

Vivenciar o ano aceitável do Senhor ou deparar-se com o dia da vingança de Deus são situações que dependem da pessoa querer ser alguém reverente ao Senhor ou não.

CONCLUSÃO

Enfim, através do anúncio das Boas Novas de salvação, vidas são alcançadas e levadas aos pés do Salvador. O exercício do ministério de evangelista pode ter como consequência a perseguição contra nós, porém, também, traz ao nosso coração a alegria de saber que o nosso nome está escrito no Livro da Vida.

Ao atender ao chamado de Cristo e ser integrante do grupo de cristãos que realizam a Grande Comissão, e fazer dessa atividade uma prática diária, nos faz semelhantes a Jesus. Consequentemente nos  leva a destruir velhos hábitos inconvenientes e que não promovem edificação espiritual. Queira ser um evangelista melhor a cada dia. Viver neste mundo conforme Cristo manda, precede a glória que partilharemos com Ele no porvir (Romanos 8.17). 

E.A.G.

Compilação:

Bíblia de Estudo Holman, 1ª edição 2018, Rio de Janeiro - RJ, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).

Bíblia Missionária de Estudo. Edição 2014. Barueri - SP. Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).

Bíblia de Estudo Vida. Edição 1998, Liberdade. São Paulo - SP. Editora Vida.

Evangelismo Pessoal, Valdir Nunes Bícego, 2ª tiragem 1981, Rio de Janeiro - RJ, Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).

domingo, 2 de maio de 2021

O Ministério de Apóstolo

Por Eliseu Antonio Gomes

Esta postagem tem o propósito de apresentar subsídio trazendo comentário aos textos bíblicos apresentados no box Leitura Diária, da lição número 6, incorporada na revista Lições Bíblicas: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário, cujo comentarista ao segundo trimestre de 2021 é o Pastor Elinaldo Renovato. 

Para obter outro subsídio, na forma que acostumamos entregar, sugerimos que acessem neste blog a abordagem que fizemos no passado,, com muito carinho, quando a CPAD fez uma abordagem anterior deste tema. Confiram: O ministério de apóstolo

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Jesus, o apóstolo por excelência.

"Por isso, santos irmãos, vocês que são participantes da vocação celestial, considerem atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus" -  Hebreus 3.1.

Nesta passagem, Jesus é descrito como apóstolo e sumo-sacerdote da nossa confissão. No idioma grego, o termo especifica a função de embaixador, mensageiro, enviado extraordinário, pessoa que representa aquela que a enviou. Entretanto, a palavra que Jesus usou era aramaica (shaliah), alguém que recebeu a comissão e a autoridade explícitas daquele que o enviou, mas sem a capacidade de transferir seus atributos para outro.

Ao abrir o dicionário Michaellis da Língua Portuguesa e ler o verbete "vocação", Contida em Hebreus 3.1, encontramos três definições altamente significativas. São: tendência, inclinação e disposição natural do espírito. Com tal característica é preciso observar atentamente o ministério terreno do Filho de Deus. O Evangelho que Jesus anunciava era acompanhado do milagres, maravilhas e coisas extraordinárias. O cristão deve estar aberto ao mover milagroso que o Espírito concede através dos dons. A pregação do crente não deve estar estruturada somente em declarações teológicas bem embasadas biblicamente. É necessário ir além dos argumentos intelectuais e usar os dons à operação de milagres como experiência cristã habitual.

Sinais do apostolado

"Pois as minhas credenciais de apóstolo foram apresentadas no meio de vocês, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas" - 2 Coríntios 12.12.

O contexto imediato de 2 Coríntios 12.12. são os versículos 1 ao 11, em que Paulo revela a experiência singular de ser "arrebatado até o terceiro Céu". Embora não tenha esclarecido o nome da pessoa mencionada no versículo 2, está óbvio com base no versículo 7 que falava de si próprio. É possível que tenha mencionado o fato porque os coríntios se vangloriavam de não haver falta de nenhum dom na igreja da qual faziam parte, seu objetivo foi demonstrar-lhes que possuía uma experiência espiritual muito superior a qualquer coisa que eles haviam conhecido. Paulo fez isso sem esquecer a modéstia,  ao usar a terceira pessoa demonstrou ser humilde. Seu comportamento é um exemplo a ser seguido por nós.

Deus confirmou o ministério de Paulo com sinais, maravilhas e milagres. A circunstância sobrenatural é parte essencial do ministério. Apesar disso a fé cristã não deve se apoiar somente nisso, mas em Cristo, pois a vida cristã é vivida por meio da fé em Jesus, nosso Senhor e Salvador. 

Em 1 Coríntios 12.28 a Bíblia declara: "E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. O ministério apostólico espiritualmente sadio possui esses dois aspectos em sincronia perfeita: ensino bíblico (Atos 2.42; 4.33) e operações dos dons espirituais (Mateus 10.1; Atos 5.12).

A doutrina dos apóstolos

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" - Atos 2.42,43.

Após receber os dons e autoridade do Espírito Santo, Pedro se levantou disposto a entregar a mensagem da parte de Deus à comunidade judaica e pessoas de outras nações que estavam presentes no dia do Pentecostes (Atos 2.9-11). No primeiro dia, três mil pessoas foram salvas e se juntaram à Igreja e muitos milagres eram realizados por meio do ministério dos apóstolos.

A Igreja do livro de Atos vivia em um ambiente sobrenatural, mas também pairava sobre os crentes o temor a Deus. Ele liam as Escrituras e viviam em comunhão. A doutrina (didachê) dos apóstolos se consistia em fielmente em transmitir os preceitos de Cristo, jamais conceitos próprios. O significado bíblico de perseverança tem a ver com ser constantemente diligente, dedicar-se, acompanhar de perto, servir continuamente e ser assíduo. O vocábulo "comunhão" é "koinonia" e significa muito mais do que a amizade, é o amor cristão expressado por ações fraternais como compartilhamento, participação, companheirismo. Trata-se de uma unidade criada e composta pelo Espírito Santo no círculo cristão.

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo

"Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança" - 2 Timóteo 1.1.

Quando Paulo escreveu a segunda carta a Timóteo, ele estava preso e consciente que a sua morte estava perto. Assim sendo, ele deu algumas palavras de encorajamento, instrução e exortação a Timóteo. Ele queria que Timóteo permanecesse fiel à pregação do Evangelho, apesar das perseguições, abandonos e privações que passaria. O conselho de Paulo desceu ao coração do jovem discípulo, pois a história relata que Timóteo continuou firme em seu ministério por cerca de trinta anos, até ser apedrejado por ser um pastor cristão.

Deus é o Criador do universo e a sua lei é absoluta e imutável. Paulo e Timóteo não quiseram interpretá-la fora de contexto para que se encaixasse no modelo de crenças e práticas da geração em que viveram. Em todos os tempos, a sociedade promoveu práticas que são contrárias às leis morais do Senhor. O cristão autêntico não se esquece que possui um ministério e que ministério significa serviço. O crente fiel é servo da Palavra de Deus. Como servo, divulga a Palavra corajosamente, exatamente como ela é, em todas as oportunidades que surgem.

Apóstolo, uma missão sacrificial

"Porque me parece que Deus pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte. Porque nos tornamos espetáculo para o mundo, tanto para os anjos como para os seres humanos" -  Coríntios 4.9.

De acordo com a Bíblia Sagrada, ninguém conhece tão bem a mente humana, seus anseios, suas angustias como o Senhor Jesus Cristo, que disse: "Eu sou aquele que sonda mentes e corações, e retribuirei a cada um de vocês segundo as suas obras". Nos dias atuais encontramos líderes que se intitulam apóstolos, porém, textos bíblicos, como Atos 15.4, 6, 22-23, mostram que presbíteros, ou pastores e bispos, não tiveram a ousadia de se autointitular como apóstolos e nem consagraram outros ao apostolado. Em suas cartas, Paulo se referiu a ele e aos doze escolhidos por Jesus como apóstolos, apenas fez menção a Andrônico e Junia nesta mesma qualificação (Romanos 16.7).

1 Coríntios 4.9 pode ser melhor entendido quando examinado em seu contexto (versículos 4.7), quando Paulo usa a expressão "eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento", indicando que estava resolvendo as divisões da congregação com Apolo (1 Coríntios 1.10-13). Este relacionamento de líderes tinha o propósito de ser um exemplo para que os crentes coríntios seguissem na solução de suas divisões. Paulo usou a humildade como um exemplo, não permitiu que o colocassem em evidência maior do que a que Deus lhe deu, ciente que todos são servos do Senhor e não de si mesmos (Romanos 12.3, 16).

Os doze apóstolos de Jesus

"Naqueles dias, Jesus se retirou para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor" - Lucas 6.12-16.

Duas prerrogativas são fundamentais para a qualificação do apóstolo:  possuir conhecimento íntimo da vida terrena de Jesus e ser testemunha ocular de sua ressurreição. Paulo conquistou sua nomenclatura de apóstolo ao ser chamado diretamente pelo Cristo ressurreto (1 Coríntios 15.9).

Os doze apóstolo escolhidos por Cristo terão uma posição de destaque e honra no Céu, por terem sido os primeiros desbravadores do Evangelho de Cristo. Em Mateus 19.28, Jesus prometeu que os doze apóstolos que o seguiram fielmente, se assentariam ao lado dele em doze tronos para julgarem as doze tribos de Israel. E em Apocalipse 21.14, está escrito: "E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro".

Conclusão

A maturidade cristã é resultado do conhecimento aprofundado da Bíblia Sagrada, contribui para o desenvolvimento espiritual, integridade e responsabilidade do crente. Leva-o a aceitar que a autoridade apostólica dos primeiros apóstolos trouxe aos cristãos do século 21 as Escrituras Sagradas, encerrada em 66 livros. 

Esta autoridade não é transferível aos apóstolos da atualidade. Os apóstolos da nossa geração são missionários e evangelizadores que fazem uso da doutrina apresentada nas Escrituras Sagradas,  para estabelecer igrejas em diversos lugares, não dão vazão ao medo, arriscam suas vidas em lugares anticristãos para que o nome do Senhor seja anunciado e almas se curvem aos pés de Cristo.

E.A.G.

Compilações:

Bíblia de Estudo Palavras Chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro - RJ, edição 2011.

Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil. Impressão 2018.

Bíblia do Pregador Pentecostal. Comentários: Erivaldo de Jesus Pinheiro. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil. Impressão 2016.

Dons Espirituais. Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Elinaldo Renovato. Rio de Janeiro - RJ, edição 2011. 8ª impressão 2021. 

sexta-feira, 9 de abril de 2021

O Pregador Evangélico

O pregador.
Lembranças de 1º de março de  2009.
 
Em tempo de pandemia, abre-fecha igrejas por causa da pandemia, voltou a mim uma imagem bem antiga, que um dia eu digitalizei. A figura do homem usando paletó e gravata, atrás de um púlpito, com o braço direito levantado e segurando uma Bíblia na mão esquerda, não estava na cor marrom, era tom cinza e preto, ilustrava um dos muitos verbetes contidos no Pequeno Dicionário Bíblico do Pastor Orlando Boyer (Editora Vida/CPAD). Fenômeno de vendagem há quase meio século.  

Após usar o desenho, eu o guardei num álbum virtual hospedado no Photobucket. As edições mais recentes desse dicionário trazem imagens novas, quem tiver a edição antiga, que guarde, pois agora é uma raridade.

Presenteei o antigo dicionário para um técnico de instalação do meu combo telefone-internet-tv por assinatura, que o encontrou sobre a mesa do computador quando fez visita para consertar algo na rede. Havia usado o dicionário no dia anterior. O técnico se apresentou como crente evangélico, se interessou muito,  então pensei em fazer a doação e depois ir atrás de outro para não desfalcar minha biblioteca. E foi o que fiz. 

Veja mais:

O desenho serviu para ilustrar uma postagem num dos meus blogs, publicada em 1º de Março de 2009, cujo título é Ovelhas Procuram Pastores Espirituais. Não me lembro, mas deveria estar descontente com alguém naquela época. 

O texto da postagem continha um trecho bíblico, 1 Timóteo 3.1-13, extraído da tradução Nova Versão Internacional, que colocarei logo abaixo, mas agora usando a versão Nova Almeida Atualizada. A disposição das frases segue como é na separação de versículos da Bíblia Sagrada

"Fiel é a palavra: se alguém deseja o episcopado, excelente obra almeja.

É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, moderado, sensato, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar;

não dado ao vinho, nem violento, porém cordial, inimigo de conflitos, não avarento;

e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito.

Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?

Que o bispo não seja recém-convertido, para não acontecer que fique cheio de orgulho e incorra na condenação do diabo.

É necessário, também, que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair na desonra e no laço do diabo.

Do mesmo modo, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não gananciosos,

conservando o mistério da fé com a consciência limpa.

Também estes devem ser primeiramente experimentados; e, caso se mostrem irrepreensíveis, que exerçam o diaconato.

Do mesmo modo, quanto a mulheres, é necessário que elas sejam respeitáveis, não maldizentes, moderadas e fiéis em tudo.

O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem os seus filhos e a própria casa.

Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançarão para si mesmos uma posição de honra e muita ousadia na fé em Cristo Jesus."

domingo, 20 de outubro de 2019

A Degeneração da Liderança Sacerdotal


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A vida cristã é uma trajetória de adversidades e tentações às práticas do pecado. É necessário fazer todos os esforços possíveis para evitar pecar. Em todo tempo somos atraídos às concupiscências da carne, dos olhos e pela soberba dessa vida. Com o objetivo de não ceder ao erro, é preciso viver em submissão à orientação da Palavra de Deus.

I - A DEGENERAÇÃO DOS FILHOS DE ELI

1. Quando não valorizamos o que Deus nos deu.

O missionário N. Lawrense Olson, como comentarista da revista Lições Bíblicas do primeiro semestre de 1970 (naquela época não havia a publicação trimestral), na lição número 4, cujo título é “Atitudes que se deve tomar para com o mundo”, nas páginas 18 e 19 faz uma reflexão muito interessante, que passo a relatar sem me ater ao seu estilo de plano sintático à escrita: 

Certa vez, um rapaz ficou incumbido de cuidar de um cavalo que pastava no campo. Em determinado momento ele sentiu cansaço e, incoerentemente, amarrou a corda do cabresto no próprio braço e deitou-se na relva para uma soneca; depois de algum tempo em que cochilava, o animal pôs-se a correr em grande velocidade. Durante a disparada o pobre garoto foi arrastado por muitos metros e só se viu livre quando o seu braço foi arrancado de seu corpo.

É necessário que o crente, da mesma maneira que tomou a atitude contra o pecado em sua vida, aceitando a purificação e a justificação de seus delitos, tome também atitude semelhante para com o mundo e suas sutis tentações. Devemos ocupar a mente com pensamentos lá de cima (Colossenses 3.1-4). Paulo instruiu os coríntios a não permanecerem preocupados com as coisas transitórias dessa vida, pois o tempo se abrevia. Estamos caminhando para o céu, não é conveniente apegar-se ao peso inútil que nos atrapalhe e arraste para longe da vontade de Deus (1 Coríntios 7.29-30).

2. Fazendo um troca.

O cristão precisa manter sua atenção voltada para coisas edificantes. Não ceder à concupiscência da carne, dos olhos e à soberba da vida (1 João 2.16). A licenciosidade da natureza carnal é capaz de atrair e vencer o crente por pensamentos e indução aos atos pecaminosos.

A concupiscência dos olhos nos remete para mais além da capacidade de enxergar o mundo físico, tem a ver com envolver-se em planos fora da vontade de Deus, atrelar-se em negócios não compatíveis com a vida cristã e distrair-se com a cultura da sociedade que não está em acordo com a vontade do Senhor. Por falta de vigilância, muitos se deixam influenciar por coisas que o mundanismo mostra e se esquecem do hábito diário de dedicação aos momentos devocionais e se afastam de ambientes em que se cultua a Deus.

Para dizer sobre o desejo de querer ser alguém maior do que é na realidade, o apóstolo João usa a terminologia “soberba da vida”. Infelizmente, viver em função de possuir fama, prestígio e fortuna tem sido “a corda do cabresto atada ao cavalo e ao braço” de muitos cristãos na atualidade. Não basta um veículo que responda às necessidades de locomoção, querem o último modelo que está na praça; há uma quantidade suficiente de mudas de roupas no armário, mas sente a necessidade de desfilar com o modelo que os estilistas sugerem para a presente estação. Age assim porque acredita que para ser valorizado como pessoa é necessário causar impressão impactante a cada dia, quando para muita gente este tipo de comportamento não passa de um jeito superficial e risível de se viver.

Somente o cristão que faz a vontade de Deus permanece para sempre (1 João 2.17). Portanto, o crente precisa tomar o máximo de cuidado para não ficar preso ao culto das coisas materiais que possui ou precisa possuir, deve considerar que apenas o Criador tem que ser o alvo de sua adoração. Sem usar palavras, Jesus ensinou uma lição de grande importância para todos os cristãos, quando sendo o maior entre todas as pessoas de todos os tempos, cingiu-se com uma toalha e encurvou-se para lavar os pés dos discípulos (João 13.1-5; 12-19).

3. As consequências para quem peca contra Deus.

Jesus está às portas (Mateus 25.21). O anúncio sobre A Volta de Jesus não significa que o crente deve ser uma pessoa alienada, ninguém precisa abandonar suas atividades sociais e profissionais para servir a Deus com inteireza de coração. Saber sobre a promessa do Arrebatamento da Igreja implica no dever de empregar recursos, talentos e tempo de maneira diligente, com a finalidade de estar completamente dentro da vocação que Deus nos chamou. A promessa de entrar no gozo celeste tem como finalidade nos manter em vigilância. Vigilância esta que não é sinônimo de ociosidade, mas da execução fiel de dons e habilidades que Deus nos confiou para usar nas oportunidade que Ele também nos concede.

Para alguns, a chamada divina representa uma mudança de atividade, mas para a maioria dos cristãos representa continuar a viver em fidelidade, realizar a atividade diária demonstrando amor a Deus e ao próximo no círculo social no qual está inserido, para assim testemunhar às almas que está ao seu alcance sobre o plano da salvação e motivá-las a se decidiram por Cristo.

Não podemos nos esconder de Cristo. Todo pecado contra Deus recebe sua sentença  (Apocalipse 2.23). Ele conhece o que se passa em nosso coração, quais pensamentos alimentamos ou rejeitamos, e assim mesmo nos ama. Então, os pecados que damos espaço em nossa mente e colocamos em execução, devem ser confessados e abandonados. A fidelidade é o caminho do êxito verdadeiro.

II - A SENTENÇA DO JUÍZO DE DEUS

1. A experiência profética de Samuel.

Samuel dedicou sua vida como sacerdote, juiz e profeta. É a pessoa que Deus escolheu para marcar a transição do governo dos juízes ao governo dos reis. Como profeta, ele anunciou mensagens de Deus ao povo. É digno de nota que o termo profeta ("nabi" em hebraico) aparece seis vezes em sua forma feminina ("nebiyah"), e é usado por duas vezes para descrever o ofício profético de mulheres: de Hulda por duas vezes, de Miriã, de Débora e de Noadias, a esposa do profeta Isaías.

Em sua experiência profética, Samuel recebeu uma pesada comunicação divina, que se consistia na relevação de uma mensagem duríssima contra Eli e sua família. Samuel quis guardar a mensagem para si, pois se tratava de um diálogo particular entre ele e Deus. Deus o avisou sobre o juízo que estava presente no futuro de Eli e de toda a sua linhagem sacerdotal, para que ele não fosse surpreendido com a ocorrência trágica que estava prestes a acontecer. Mas Samuel, diante da insistência de Eli, demonstrou ser uma pessoa cordata e contou-lhe o que Deus havia lhe dito (Samuel 3.1-21).

Como porta-voz de sua Palavra, é importante ao crente ter o discernimento sobre os propósitos das revelações que recebe. Algumas são de ordem particular, outras apenas para um indivíduo ou comunidade e, é preciso agir com discrição, e, ainda outras, são mensagens cujo destino é amplo, quando é necessário trabalhar com muita disposição para alcançar o objetivo divino que Deus nos confiou realizar.

1.2 A experiência profética de Daniel

Nos quatro parágrafos abaixo, segue uma abordagem sobre a narrativa do capítulo 5 de Daniel, que nos ensina sobre a conduta correta dos pregadores da Palavra de Deus, no que se refere às suas prioridades

Os leitores da Bíblia Sagrada sabem que Daniel era cativo na Babilônia quando Belsazar, deliberadamente, afrontou a autoridade divina, ao usar os utensílios sagrados do templo de Deus em um banquete para mil convidados idólatras. Quando bebiam o vinho e louvavam aos deuses confeccionados em ouro, em prata, em cobre, ferro, e madeira, Deus permitiu que Belsazar visse uma mão a escrever sua sentença condenatória na parece do palácio no idioma aramaico, do qual ele e os babilônicos dominavam a leitura (Daniel 2.4), mas todos os presentes no local não conseguiram entender o significado da mensagem. As forças de Belsazar diminuíram, ele ficou trêmulo no mesmo instante. Convocou astrólogos, adivinhadores e pediu que interpretassem o que estava escrito, prometendo-lhes honrarias e dinheiro a quem conseguisse entender e dizer o significado. Apesar de ávidos por posição social e econômica mais elevada, todos que tentaram fazer a interpretação falharam, pois o Senhor só concedeu a Daniel  a permissão de saber qual era o sentido da mensagem.

Daniel não havia comparecido, foi necessário chamá-lo. Daniel não confundiu o sagrado com o profano quando interpretou a frase, pois sabia que não deveria fazer aquilo aceitando recompensas terrenas, pois a sentença tinha que ser entregue demonstrando toda a sua imparcialidade como servo do único Deus vivo (Daniel 5.17). Estava escrito: "mene, mene, tequel e parsim": pesado foste na balança e achado em falta". Belsazar insistiu em presentar Daniel e lhe colocar como o terceiro dominador da Babilônia; naquela mesma noite Belsazar morreu (versículos 24 a 31).

Agir corretamente é o dever de todos os cristãos, temos diante de nós a Bíblia Sagrada e muitas almas que não entendem o seu conteúdo, pois não têm o Espírito Santo em suas vidas. O obreiro tem de valorizar a sua vocação (Hebreus 5.4). Há maior responsabilidade aos que foram separados pelas igrejas como ministros pregadores da Palavra, pois a atividade os coloca como centro das atenções de muita gente e nem todos que os ouvem têm estrutura para permanecer em pé caso haja escândalo provocado por eles. São muitas as circunstâncias em que, para fazer a coisa certa, os servos de Deus precisam desistir de recompensas materiais e priorizar tão somente aparecer como um intérprete das Escrituras Sagradas.

1.3 O exemplo ministerial do apóstolo Pedro

O apóstolo Pedro foi um dos discípulos que viram a glória da transfiguração (Marcos 9.1-13; 2 Pedro 1.16-18). E, tendo testemunhado a morte e a ressurreição de Jesus, foi o porta-voz de Deus que pregou no Pentecoste e tornou-se uma coluna da Igreja Primitiva. E com esta autoridade investida pelo Espírito Santo, ensina que os líderes devem viver o ideal da Palavra, como o exemplo dos fiéis (1 Pedro 5.3). Ao se dirigir aos presbíteros, que representava a liderança eclesiástica, identificou-se como um presbítero da mesma categoria, não como sendo alguém superior e admoestou-os a apascentarem  o "rebanho de Deus", ecoando a todos exatamente o que Jesus havia ordenado a ele que fizesse (João 21.15-17). Seu exemplo como líder mostra que a autoridade é baseada no serviço, não em degraus de hierarquização ao estilo das empresas seculares.

Nem sempre, por mais que o ministro se esforce, poderá evitar que uma tragédia moral ocorra  consigo ou com algum membro de sua família. Nestas circunstâncias de exceções, a Palavra de Deus nos aponta para a meta ideal e para a excelência no modo de se viver e também oferece graça, misericórdia e restauração em Cristo aos que são sinceros em sua prestação de serviço ao Senhor e para a membresia da igreja. Ver: Marcos 3.5; Lucas 6.6-11.

2. Sentença pronunciada.

Eli fracassou ao não intervir na conduta imoral de seus filhos. e recebeu sua sentença condenatória por intermédio de um profeta desconhecido, teve a confirmação da condenação através do rapaz Samuel (1 Samuel 2.31; 3.12). Deus o rejeitou e o retirou juntamente com sua família do sacerdócio em Israel. O cumprimento da sentença ocorreu em tempo próximo (1 Samuel 4.18-22) e também remoto (1 Reis 1.7,8; 2.27,35).

Pelo fato de Eli não reprender a conduta má de seus filhos, ele recebeu o peso do juízo divino sobre sua vida, que terminou tragicamente ao cair de um assento e quebrar o pescoço. Mesmo sabendo dos erros de seus filhos, não os repreendia, mas se omitia, não cumpria suas responsabilidades como sumo-sacerdote e pai em seu âmbito familiar.

Não encontramos nos relatos bíblicos que Eli tenha cometido pecados por ação, o pecado que ele cometeu é registrado como omissão. Deixar de fazer o que é certo também é pecado (Tiago 4.17). Assim como é pecado mentir, também pode ser pecado conhecer a verdade e não dizê-la. É pecado falar mal do próximo, mas também é pecado evitar uma conversa quando a pessoa precisa de um incentivo para melhorar suas atitudes e consertar seus erros.

Pelo fato de os filhos de Eli não valorizarem o que Deus lhes deu, por trocarem o sagrado pelos prazeres da vida, eles receberam como consequência a ira do Senhor, que foi executada por intermédio da invasão dos filisteus.

Temos em Levíticos 21.6-7 as leis para os sacerdotes judaicos. Nesta passagem bíblica, é dito, subtendidamente, que o sacerdote sem esperança no cuidado soberano, sobrenatural e eterno de Deus, é alguém incapaz de ministrar ao povo no templo. Com as devidas proporções no que tange às atividades litúrgicas, notamos que existem características similares no perfil do sacerdote do Antigo Testamento com o ministro das igrejas no Novo Testamento. O zelo por um estilo de vida semelhante a Cristo (João 4.23-24; Romanos 12.1-2); o cuidado na escolha de uma esposa que aprecie ser sua companheira ministerial (Levítico 21.7); uma boa administração do lar e dos filhos em fase infantil e daqueles que ainda vivem em casa sob a responsabilidade dos pais (1 Samuel 3.4; 1 Timóteo 3.4).

3. A desgraça da família de Eli.

Os filhos de Eli foram descritos como "filhos de Belial" (1 Samuel 2.12-36); o termo hebraico significa indignidade ou iniquidade. A degeneração da família de Eli ocorreu porque seus filhos cometeram profanação às coisas sagradas que haviam no tabernáculo. Ao agirem de modo corrupto e imoral. profanaram o ambiente religioso e pecaram contra Deus.

A advertência que Eli deveria ter proferido aos seus filhos teria que  abranger tanto uma repreensão sobre a conduta imoral que eles apresentavam quanto fazê-los perceber que suas ações provocavam efeitos negativos sobre os israelitas que os observavam.

A Carta à Igreja de Tiatira (Apocalipse 2.23) revela que o Senhor exerce seu juízo contra os seguidores de Jezabel. Essa mulher é a mãe simbólica de todos que seguem doutrinas libertinas e espúrias. Neste texto, literalmente, no idioma grego, é dito que o Senhor examina "rins" e "entranhas. Na atualidade, costuma-se fazer referência ao coração para explicar os sentimentos e à mente para a razão, mas nem sempre foi assim. Tal sondagem significa que Ele conhece as nossas vontades (desejos e fome) mais íntimas, e todos os motivos de nossas decisões, ações e reações.

III - AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

1. O preço do pecado. 

Todos os dias o cristão é tentado a não fazer o bem que a Palavra de Deus orienta a que seja feito e a fazer o mal que aprendeu nas Escrituras que não pode fazer. O apóstolo Paulo mostra a existência deste conflito dentro do coração do crente, revelando que havia em sua vida esta situação incômoda.

Há dentro do coração do cristão uma batalha diária entre a nova natureza e a velha criatura. Este conflito é apresentado por Paulo em Romanos 7.14-20: "Porque bem sabemos que a lei é espiritual. Eu, porém, sou carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.  Ora, se faço o que não quero, concordo com a lei, que é boa. Neste caso, quem faz isso já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo. Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim" (NAA).

Quanto a isso, temos que colocar a fé em Cristo em ação e rogar pelas misericórdias do Senhor, permanecer debaixo da graça e empreender esforço para caminhar como filhos do Altíssimo e geradores do fruto do Espírito. Não podemos desprezar o fato que Cristo nos redimiu no Calvário das consequências da Queda, agora não somos mais escravos do pecado, estamos libertos da sua força escravizadora da carne e só cedemos se não tivermos em nosso o firme propósito de agradar ao Pai celeste. A partir do momento da conversão, o Espírito fez do nosso coração a sua habitação, testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus, nos guia ao estilo de vida em santidade (Romanos 8.1-17; Gálatas 5.19-23).   

Para Deus, se estamos habituados a ceder ao impulso da natureza humana e a fazer o que sabemos que é errado ser feito, ou se estamos acostumados a recusar fazer o que sabemos que é correto ser feito, são apenas duas configurações da vida em pecado. Tanto o pecador que está em um extremo como o que permanece no outro receberão a mesma sentença caso não se arrependam. Qual? A existência eterna em condenação, que é a irreversível morte espiritual (Romanos 6.23).

2. Os males da falta de repreensão.

Existe um erro de interpretação muito grave quanto ao substantivo "vara", em Provérbios 23.13-14: " Não deixe a criança sem disciplina, porque, se você a castigar com a vara, ela não morrerá. Você a castigará com a vara e livrará a alma dela do inferno". A vara é um símbolo do cuidado e amor dos pais. Tal palavra também se encontra no Salmo 23 e versículo 4, faz alusão aos pastores que a usavam como instrumento de defesa do rebanho, enxotando os animais predadores de ovelhas, e jamais como algo para espancá-las.

A educação dos filhos envolve um processo de "discipulado" (Hebreus 12.11). Os pais ensinam a obediência não apenas para sujeitar os filhos ao mero capricho de dar ordens e vê-las cumpridas. Deus concede autoridade com o objetivo de conduzir as crianças à salvação. Apesar do castigo fazer parte da disciplina, no processo de educação existem diversas etapas intermediárias antes de aplicar a pena mais enérgica. É possível dialogar com os pequenos, além de haver o método de ensino através do exemplo. Não compreender tal propósito divino leva a prole à degeneração espiritual.

É preciso conviver com as crianças tendo a sensibilidade para conhecer os momentos em que elas deixam de obedecer por simples imaturidade ou esquecimento, por dificuldade em cumprir a ordem devido transtorno neurológico como o déficit de atenção, por estar frustrada e a rebelião obstinada. Para todas as situações os genitores devem se esforçar para evitar prejuízos à fé dos pequenos e não causar a sua ira. Quando há boa orientação, associada ao modelo correto do padrão do estilo de vida cristã que Deus espera de todos nós, a correção terá como consequência mantê-los no rumo certo.

3 . Pecados voluntários e deliberados não têm perdão.

No contexto da primeira carta de João, o pecado que traz a morte era prática de gente que tinha consciência do que representa o pecado para Deus e mesmo assim sentiam satisfação em pecar (2.15), essas pessoas eram inimigas de Cristo (2.18-19), estavam envolvidas pelas trevas (2.9,11), eram filhos do diabo (3.10), negavam que Jesus Cristo veio como um ser humano (3.22-23; 4.13) e eram seguidoras do espírito do erro (1 João 4.6). Assim sendo elas, o apóstolo instruiu seus discípulos que seria vão orar em favor de tais almas equivocadas (Mateus 12.31,32; Hebreus 6.4-6).

Haja luz de discernimento nos seguidores de Cristo, que o coração de cada um de nós pulse em temor e tremor, pois há pecados pelos quais ninguém deve orar pelo pecador. Como seguidores de Jesus, estamos livres da escravidão do pecado, temos a mente de Cristo e nesta circunstância há condição plena de evitar o pecado voluntário e deliberado (João 8.36; 1 Coríntios 2.16).

Relatos sobre as drásticas consequências do pecado:
• A expulsão de Adão e Eva do Paraíso (Gênesis 3.1-7,23; Romanos 5.12).
• Acã e sua família perderam a vida (Josué 7.24-25);
• Nabal, homem duro em palavras e ações, teve aparente rigidez mórbida antes de morrer (1 Samuel 25.36-38)
• Ananias e Safira foram mortos (Atos 5.1-11).
"Se continuarmos a pecar de propósito, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados. Pelo contrário, resta apenas uma terrível expectativa de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários" - Hebreus 10.26,27 (NAA).

O pecado que leva à morte tem sido explicado de muitas formas. Alguns sugerem que a referência é ao pecado que resulta em morte física. Outros explicam a morte espiritual, que sobrevém aos que conhecem a verdade, experimentaram as bênçãos e rejeitam o Evangelho com deboches contra Deus e ações violentas contra os filhos de Deus. Os tais são comparáveis ao cão que retorna ao seu vômito para ingeri-lo (Provérbios 26.11).

CONCLUSÃO

Pela falta de esperança no cumprimento das promessas de Deus, muitos crentes se contaminam ao encontrar oportunidades de satisfazer os prazeres passageiros que estão neste mundo. E não deveria ser assim.

E.A.G.