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quarta-feira, 1 de junho de 2022

As últimas palavras de gente famosa

Lápides no cemitério memorial nacional militar americano nos EUA.


"Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" -  1 Coríntios 15.55-57.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

O outro lado de Martinho Lutero

Conhecido como o "Pai da Reforma", Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Alemanha, em 10 de novembro de 1843 e morreu de causas naturais em 18 de fevereiro de 1546. Sua vida de 63 anos foi curta em comparação à expectativa de vida de nossos dias, mas foi longa para os padrões do século XVI. Seus pais acreditavam na educação formal r fizeram questão de enviá-lo para diversas escolas desde cedo. Com a idade de 17 anos, Lutero entrou para a Universidade de Erfurt onde conquistou o bacharelado em artes em apenas dois anos e um mestrado em três anos. Ele começou a estudar Direito, mas interrompeu este curso a fim de ingressar no monastério. Até este ponto, Lutero tinha sido um jovem piedoso e temente a Deus, mas nunca havia pensado em se tornar monge. Sua decisão de entrar no seminário foi resultado de uma experiência assustadora durante uma tempestade. Com medo de morrer, ele prometeu se tornar um monge caso sobrevivesse à tempestade.

sábado, 2 de outubro de 2021

O olhar protestante e respeitoso sobre Maria, a mãe de Jesus

Cristãos católicos usam muitos nomes ao referirem-se a Maria, mãe do Salvador: Mãe de Deus, Virgem Santíssima, Nossa Senhora, Rainha do Céu, Mãe da Misericórdia, Rainha da Paz, entre outros títulos devocionais. Mas na Bíblia ela é conhecida como Maria.
 
Cresci frequentando escola bíblica dominical e levado aos domingos por meus pais aos cultos dominicais noturnos. Nesta condição, jamais presenciei alguém escamoteando Maria como alguns católicos insinuam que protestantes o façam. O cristão protestante, em sua prática de exposição bíblica, apenas reproduz o que está escrito na Bíblia Sagrada, sem aumentar e nem tirar nenhuma

terça-feira, 27 de julho de 2021

Martinho Lutero - aquele que pela fé é justificado viverá

"Aquele que pela fé é justificado viverá. Ali comecei a compreender que a justiça de Deus é a justiça pela qual o justo vive por um dom de Deus, ou seja, pela fé." - Martinho Lutero.

O dia 31 de Outubro é celebrado o dia da Reforma Protestante. Neste dia, em 1517, Martinho Lutero, então um monge agostiniano da Igreja de Roma, pregou as 95 teses na porta da Igreja do Castelo em Schlosskirche. A data é celebrada por todas as igrejas cristãs.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Por que é preciso orar?

Por que orar? Abaixo, frases atribuídas a nomes de líderes destacados no meio cristão sobre o valor e a necessidade de se viver uma vida de oração.

A. W. Tozer: “Orar, orar e continuar orando, até começar a orar de verdade.”

Andrew Murray: “O homem que mobiliza a igreja cristã para orar estará dando a maior contribuição para a história da evangelização do mundo.”

Agostinho de Hipona: “A oração é o encontro da sede de Deus e da sede do homem.”

Billy Graham: “A oração é simplesmente uma conversação de mão dupla entre você e Deus.”

Billy Graham: “Não é a postura do corpo, mas a atitude do coração que conta quando oramos.” 

Charles Muller: “Nunca pedi coisa alguma em oração sem um dia, afinal, recebê-la de alguma maneira, de alguma forma.”

Charles Spurgeon: “Sempre que Deus deseja realizar algo, Ele convoca seu povo para orar.”

Charles Spurgeon: “Eu preferiria ensinar um homem a orar do que dez homens a pregar.”

Dwight L. Moody: “O cristão de joelhos vê mais do que um filósofo nas pontas dos pés.”

Dwight L. Moody: “Um lugar em pé diante do trono, no Céu, é a consequência de estar sempre de joelhos, diante do trono, na terra.” 

John Bunyan: “Eu posso fazer mais que orar, depois de ter orado, mas eu não posso fazer mais que orar, até que tenha orado!.”

John Wesley: "Deus nada faz a não ser em resposta à oração."

Jonathan Edwards: "A oração é uma expressão de fé tão natural como a respiração é expressão de vida."

Hans Von Staden: “Quando agimos, colhemos os frutos do nosso trabalho, mas, quando oramos, colhemos os frutos do trabalho de Deus.”

Hudson Taylor: “Quando trabalhamos, nós trabalhamos, quando oramos, Deus trabalha.”

Martinho Lutero: “A oração é o suor da alma.”

Max Lucado: “Quando nós trabalhamos, apenas trabalhamos. Mas quando nós oramos Deus trabalha!”

Max Lucado: “Simplesmente ore… Quer saber como aprofundar a sua vida de oração? ORE. Não faça preparativos para orar. Simplesmente, ore!”

Samuel Chadwick: “A maior preocupação do diabo é afastar os cristãos da oração. Ele não teme os estudos, nem o trabalho e nem a religião daqueles que não oram. Ele ri de nossa labuta, zomba de nossa sabedoria, mas treme quando nós oramos.”

Sidlow Baxter: “Os homens podem desdenhar nossos apelos, rejeitar nossa mensagem, opor-se a nossos argumentos, desprezar-nos, mas nada podem fazer contra nossas orações.”

Willian Law:  “Não há nada que nos faça amar tanto uma pessoa quanto orar por ela.”

terça-feira, 31 de outubro de 2017

A vida de Martinho Lutero


No calabouço, condenado pelo Papa a ser queimado vivo, o reformador João Huss fez a seguinte afirmação: Podem matar o ganso (em seu idioma "huss" significa ganso), porém daqui a cem anos, Deus fará nascer um cisne que não serão capazes de queimar".

Após cento e dois anos de João Huss falecer na fogueira, o "cisne" pregou, na porta da Igreja em Wittenberg, as suas 95 Teses contra as indulgências, postura que causou o início da Reforma Protestante.

Infância e juventude

Martinho Lutero nasceu no dia 10 de novembro de 1483, em Eisleben, na Alemanha. Seguindo a tradição, foi batizado um dia depois. O batismo aconteceu na Igreja de São Pedro e São Paulo daquela cidade. O reformador recebeu o nome de Martinho por causa de Martinho de Tours, o santo lembrado naquele dia.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A verdadeira origem do catolicismo romano

Por Abraão de Almeida

No ano 312 d.C., Constantino, filho de Constâncio Cloro, marcha com um insignificante exército contra Maxêncio, seu concorrente ao trono imperial, o qual lhe declara guerra. Reconhecendo-se sem quaisquer condições de vencer um inimigo muitas vezes mais poderoso, Constantino invoca Deus dos cristãos, pedindo o milagre da vitória. Enquanto se preparava para a batalha, consta ter aparecido a ele e aos seus legionários uma cruz no Sol, sobre a qual lia-se: "in hoc signo vinces" (por este sinal vencereis). Durante a renhida luta, Maxêncio afogou-se no Tibre, e seus soldados foram derrotados. Para Constantino, aquela vitória devia-se à ajuda de Cristo; em sinal de gratidão, no mesmo ano publica um edito, em Milão, no qual declara: "Queremos que todo aquele que deseja seguir a religião cristã possa fazê-lo sem temor algum de ser inquietado".

domingo, 30 de outubro de 2016

Martinho Lutero e uma das versões sobre a Árvore de Natal


Há várias histórias sobre a origem da Árvore de Natal. 

Uma das favoritas é que o próprio Martinho Lutero (líder da Reforma Protestante), certo dia caminhava à noite e olhou para o céu estrelado através de uma árvore. Naquele momento, ele estava refletindo sobre uma forma concreta de celebrar o Natal com a família, de maneira atraente a seus filhos. De repente, ao olhar aquela árvore com as estrelas brilhando ao fundo, pensou em uma árvore com velas brilhando, imitando as estrelas.

Lutero, então, cortou uma árvore do bosque, levou-a para casa e, juntamente com os filhos foi decorando com frutas, laços coloridos e finalmente com velas que acendia às noites enquanto falavam sobre a vinda de Jesus, que trouxe luz nas nossas trevas!

Podemos escolher como enxergar os nossos costumes. Podemos até desconhecer suas origens. Porém, podemos também, escolher a melhor forma de utilizá-los. Assim, a Árvore de Natal nos relembrará da Luz que veio ao mundo para iluminar a escuridão de nossos corações.

Fonte: Lar Cristão, edição especial de Natal / 2002, ano 16, página 25, São Paulo/SP (Sociedade Religiosa Lar Cristão / Editora Mensagens).

sábado, 11 de junho de 2016

A tolerância cristã

Lições Bíblicas - Adultos: Maravilhosa Graça - o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Comentários: Jose Goncalves. Lição11: A tolerãncia cristã.
Por Eliseu Antonio Gomes

Martinho Lutero, seguidor fiel de Jesus Cristo e do apóstolo Paulo, começa o seu tratado Da Liberdade do Cristão com as seguintes palavras: "O cristão é o mais livre senhor de todos, não sujeito a ninguém. O cristão é o mais dócil servo de todos e sujeito a todos."

Paulo desfrutou plenamente sua liberdade cristã. Jamais houve um cristão mais emancipado das inibições e tabus anticristãos. Era emancipado tão completamente da escravidão espiritual, que sequer era escravo da sua emancipação. Adaptava-se ao modo de viver dos judeus quando se achava numa sociedade judaica, com tão boa disposição como se adaptava ao modo de vida dos gentios quando entre eles. Os interesses do Evangelho e o supremo bem-estar dos homens e mulheres eram considerações da mais alta importância para ele, e lhes subordinava tudo mais (Romanos 14.1-12).

Amar o próximo é melhor que qualquer sacrifício. "Chegando um dos escribas, tendo ouvido a discussão entre eles, vendo como Jesus lhes houvera respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o principal de todos os mandamentos? Respondeu Jesus: O principal é: Ouve, ó Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. Disse-lhe o escriba: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que ele é o único, e não há outro senão ele, e que amar a Deus de todo o coração e de todo o entendimento e de toda a força, e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios" - Marcos 12.28-33.

Na época de Jesus, os judeus haviam acumulado centenas de leis, 613, de acordo com um historiador. Alguns líderes religiosos tentavam estabelecer uma diferença entre as leis mais importantes e menos importantes, enquanto outros ensinavam que todas eram igualmente obrigatórias e não deveria haver distinção entre elas. A questão apresentada pelo escriba para Jesus, poderia ter provocado alguma controvérsia entre esses dois lados debatedores, mas a resposta de Cristo resumiu todas as leis de Deus, de maneira a ser aceita pelos dois grupos.

Quando amamos a Deus completamente e cuidamos do próximo como se ele fosse nós mesmos, cumprimos os Dez Mandamentos e outras ordenanças registradas no Antigo Testamento (Deuteronômio 6.5; Levítico 19.18). De acordo com Jesus, esses dois princípios resumem todas as leis de Deus.

Todas as leis no Antigo Testamento apontam para Cristo, o passo do crente deve ser no sentido de crer no Senhor Jesus como Senhor, prestar a obediência que se nasce na voluntariedade do coração sincero, tomando como base o Novo Testamento, que contém, inspirada pelo Espírito Santo, a interpretação apostólica do Antigo Testamento. 

O amor tudo sofre, tudo crê e tudo suporta. "O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" - 1 Corintios 13.4-7.

Nossa sociedade confunde o amor e a lascívia. O amor de Deus é dirigido exteriormente às outras pessoas, não tem a finalidade-primeira da satisfação a nós mesmos. É desinteressado, sem as inclinações naturais. É impossível que haja esse amor sem que antes o crente passe pelo novo nascimento.

Aquele que ama não julga seu irmão. "Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes' (...) 'Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster" - Romanos 14.1, 2, 4.

A narrativa de Lucas sobre a Assembleia em Jerusalém, registrada no capítulo 15, versículos 1 ao 35, mostra o debate a respeito do relacionamento entre os gentios e a lei de Moisés, algo que versa sobre o tema do capítulo 14 de Romanos. Uma vez que a missão cristã começava a evangelizar os gentios que não viviam sob à égide da doutrina judaica, começou a surgir o problema das condições da sua filiação à igreja. Fica claro no capítulo 15.1-2 de Atos dos Apóstolos e Gálatas 2.11-14, que a norma da igreja em Antioquia, por parte dos missionários, era que não fosse exigido aos gentios os rituais da religião judaica, porém, isto era inaceitável para alguns cristãos judeus.

No capítulo 14 da Carta aos Romanos, Paulo descreve o crente "forte" como aquele que acredita que está livre para comer de tudo, pois, segundo o versículo 21, está em evidência a discussão sobre o hábito de comer carne.

No versículo 4, encontramos no idioma grego a palavra "oiketes", que significa servo doméstico; e não "doulos" (escravo).

As leis judaicas sobre alimentação, que tinham sido observadas pela nação israelita desde os primeiros dias, eram um dos principais traços que distinguiam  os judeus de seus vizinhos gentios. Não somente se proibia absolutamente comer carne de certos animais; o sangue de todos os animais era proibido, e os animais "limpos" abatidos para alimento tinham de ser mortos de modo que o sangue fosse totalmente drenado. Desde que nunca se poderia ter certeza de que a carne de que se alimentavam os não-judeus estava livre  de toda suspeita de ilegalidade num aspecto ou noutro, para um judeu era impossível partilhar de uma refeição com um gentio, e até mesmo com outro judeu que tivesse reputação de relaxado nessas questões da mesa.

Comprar carne pagã de açougue em cidades como Roma e Corinto representava um problema de consciência para alguns cristãos. Grande parte da carne exposta para venda no mercado provinha de animais anteriormente sacrificados a alguma divindade pagã. A divindade pagã recebia sua parte simbólica; o restante da carne podia ser vendido pelas autoridades do templo aos comerciantes da venda a varejo, e é possível que muitos consumidores estavam dispostos a pagar mais caro por elas, porque tinham como alimento "consagrado" a algum divindade.

Não desprezemos os nossos irmãos, pois cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. "Tu, porém, por que julgas teu irmão? E tu, por que desprezas o teu? Pois todos compareceremos perante o tribunal de Deus" (...) "Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" - Romanos 14.12." - Romanos 14.10, 12.

Não deve existir pecado que os cristãos estão mais propensos a praticar do que o de criticar os outros, principalmente aqueles cristãos "mais ardorosos". As palavras do apóstolo têm intenção séria: a atitude reprovável do crítico será lembrada ao comparecer perante o tribunal de Deus, portanto, que todo cristão não emita palavras apressadas, ditas com bases mal informadas, sem amor e sem generosidade!

Deixemos de lado todo julgamento alheio. "Não nos julguemos mais uns aos outros; pelo contrário, tomai o propósito de não pordes tropeço ou escândalo ao vosso irmão" -  Romanos 14.13.

Julgar neste texto tem o sentido de criticar (exercer juízo crítico), sem o cuidado de evitar prejudicar a caminhada de fé do irmão em Cristo. Colocar tropeço ou impedimento seria o caso de um cristão emancipado induzir o cristão com consciência menos esclarecida ao pecado, levando-o a fazer algo que sua consciência ainda não aprova.

Tendo o apóstolo Paulo afirmado inflexivelmente a liberdade do cristão, pôs-se a demonstrar como se pode e se deve estabelecer limite voluntário a esta liberdade. Fez sua exposição mais extensa sobre a liberdade cristã ao abordar a questão da comida, quando agitou a igreja primitiva de várias maneiras, mais particularmente os crentes judeus.

Ele instou os cristãos de Roma nas questões de consciência em relação a esta matéria da comida, solicitando-os a restringirem voluntariamente sua liberdade no interesse de outros, e o testemunho da história mostra que os crentes romanos aprenderam a lição. A igreja de Roma, composta de judeus e gentios não desintegrou-se porque prevaleceu a prática do amor, os crentes emancipados consideraram os escrúpulos dos outros, evitando que tropeçassem na fé.

Conclusão

Parte dos cristãos, citados na Carta aos Romanos, eram amadurecidos na fé em Cristo, sentiam-se muito bem em alimentar-se com a carne sacrificada aos ídolos, pois entendiam que tal carne não era melhor e nem pior do que outras devido sua associação com a entidade pagã. Enquanto outros cristãos, se sentiam mal, acreditando que tal alimentação estava "infeccionada" por sua associação com rituais idólatras. A abordagem que Paulo fez sobre o relacionamento de crentes maduros e imaturos, não é uma convivência peculiar da igreja de Roma. Nenhuma igreja ao redor do mundo está nivelada apenas com crentes fortes ou crentes fracos. Assim sendo, que a nossa convivência na congregação seja sempre com propósitos construtivos, jamais em contendas de palavras geradoras de dúvidas aos enfermos na fé.

Os crentes mais maduros não devem agir com individualidade, mas agir como modelo para os mais fracos. É importante ser forte na fé, ter a consciência emancipada; contudo, o fato de experimentar a autonomia não nos torna indivíduos isolados. É necessário viver como membros de uma comunidade e agir com responsabilidade, promovendo o bem-estar de todos, pois nem todos estão plenamente firmados na doutrina de Cristo.

E.A.G.

Compilações:
Atos - Introdução e comentário - Série Cultura Bíblica, I. Howard Marshal, página 229, 1ª edição 1982 - 11ª reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1602, 1320, 1602, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD).
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. José Gonçalves. Página 100; 1ª edição 2016. Rio de Janeiro (CPAD).
Romanos - Introdução e comentário - Série Cultura Bíblica, F.F. Bruce, páginas 197-199 1ª edição 1979 - 16ª reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).

terça-feira, 12 de abril de 2016

Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo


EBD Lições Bíblicas Adultos Maravilhosa Graçaa o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos José Gonçalves CPAD lição 3 Justificação somente pela fé em Jesus Cristo
Por Eliseu Antonio Gomes 

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" - Romanos 5.1-2.

Romanos parte do princípio da universalidade do pecado. Todos, gentios, que possuíam a revelação natural, bem como os judeus, que receberam a revelação especial da lei, estavam debaixo do pecado. É a graça, e somente a graça, que opera por meio da fé, que os resgatará. Deus proveu a salvação para todos pela graça e não pelos nossos méritos, cabe ao pecador responder positivamente ou negativamente a essa graça.

A experiência de Martinho Lutero

Martinho Lutero, enquanto professor de Teologia na Universidade de Wittemberg, lecionou a Carta aos Romanos de novembro de 1515 a setembro de 1516. À proporção que se aprofundava na epístola, apreciava cada vez mais a doutrina bíblica da justificação pela fé. Segundo Lutero, ele "ansiava por compreender a Epístola de Paulo aos Romanos", mas o tema da "justiça de Deus" o incomodava. O reformador considerava a doutrina da justiça divina como a punição de Deus sobre o injusto. Até que, depois de muito refletir sobre o assunto, entendeu tratar-se da "justiça pela qual, mediante a graça e a misericórdia, Deus nos justifica pela fé". Desde então, afirmou Lutero, "senti-me renascer e atravessar os portais abertos do paraíso. Toda a Escritura ganhou novo significado e, ao passo que antes a justiça de Deus me enchia de ódio, agora se tornava indizivelmente bela e me enchia de amor. Este texto veio a ser uma porta para o céu".

O efeito imediato da justificação é a reconciliação com Deus

O ser humano quando vive em pecado é inimigo de Deus, somente quando é justificado pela fé em Jesus Cristo, é reconciliado. A justificação pela fé é o começo de uma nova vida, trazendo paz, graça, glória e absolvição da ira futura (Romanos 5.10). Através da morte de Cristo, o qual suportou o castigo que nos estava reservado, recebemos a bênção da redenção dos pecados, cuja pena é a morte - física e espiritual (Isaías 53.5, 6; 1 Pedro 2.24; Gênesis 2.16-17; Romanos 5.12-14; 6.23). Assim que está justificado, o cristão entra no processo de transformação de acordo com a imagem de Jesus Cristo. O agente dessa transformação é o Espírito Santo.

A justificação do pecador, testificada pela lei e pelos profetas, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Isaías 53.11; 45.22-25; 61.10; Jeremias 23.6; 33.16; Salmo 85.10; Gálatas 3.7).

A expressão " justiça de Deus" na Carta aos Romanos (1.17; 3.21-22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho (1 Coríntios 1.30; 2 Coríntios 5.21; Filipenses 3.9).

O alcance da justificação divina

Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tito 2.11). A expressão "para que todo aquele que nele crê não pereça" (João 3.16) abrange a todos indistintamente. Todos os que se arrependem de seus pecados e creem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça concedida por Cristo e outorgada por Deus (Romanos 5.20). Esta "multiforme graça" alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstâncias (João 6.7). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.

Conclusão

Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (em hebraico "tsaddiq": Êxodo 23.7; Deuteronômio 25.1; 1 Reis 8.32; Provérbios 17.15) e pelo Novo Testamento (em grego "dikaio": Mateus 12.37; Romanos 3.20; 8.33-34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos considerar uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por estamos em Jesus (Efésios 1.4, 7, 11), Ele tornou-se a nossa justiça (1 Coríntios 1.30). Deus credita ou contabiliza (grego: logizomai) sua justiça em nossa favor. Ela é imputada a nós.

Da mesma maneira que a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. A condição de justificado é mais do que de perdoado. O perdão remove a condenação do pecado; a justificação nos declara justos, como se nunca houvéssemos pecado contra Deus. Aos olhos de Deus, os atos de pecados já não existem mais, pois "quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões" (Salmo 103.12).

E.A.G.

Compilações:
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, página 26, abril a junho de 2016, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, 2º trimestre de 1998; Romanos, o Evangelho da Justiça de Deus; comentarista: Esequias Soares; lição 6: Privilégios dos justificados pela fé; páginas 30 - 38; Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre, 1º trimestre de 2006; Eliezer Lira; Salvação e Justificação - Os pilares da vida cristã, páginas 25-32, Rio de Janeiro (CPAD).

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Divórcio e novo casamento pela ótica da Reforma Protestante

Por Cristiano Santana

Sei que a questão do divórcio e novo casamento é um assunto que sempre gera debates acirrados, por isso nem quero entrar no mérito da discussão. Eu apenas gostaria de me endereçar àqueles que acreditam estar seguindo toda a tradição reformada ao defenderem o indissolubilidade absoluta do casamento, que se resume nisso: um cristão só está livre para novo casamento quando o seu ex-cônjuge morrer. 

Na verdade, a doutrina acima é muito mais católica do que reformada. Na Reforma do séc. 16, no esforço de retornar ao ensino bíblico, os protestantes rejeitaram a natureza sacramental do casamento, e com isso a indissolubilidade absoluta do casamento cristão. Com base na Bíblia, desenvolveu-se no campo protestante o consenso que o casamento é santo, e em princípio indissolúvel, mas que existem situações que rompem o laço matrimonial, e que permitem o divórcio e novo casamento. 

Lutero, João Calvino, Zwinglio, Melanchton e outros, se pronunciaram a favor do divórcio, como último recurso nos seguintes casos: infidelidade, recusa em se manter relações sexuais, abandono do casamento, diferenças religiosas irreconciliáveis, perigo de vida, insanidade. Em Estrasburgo até o consentimento mútuo era aceito (abandono do casamento por ambos).

 Olhem o que diz a Confissão de Westminster, uma das últimas confissões formuladas durante a Reforma:

"O adultério ou a fornicação cometidos depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso do adultério depois do casamento, à parte inocente é lícito propor divórcio, e, depois de obter o divórcio, casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta."

Encerro dizendo, mais uma vez, não quero discutir se o novo casamento é válido ou não. Mas creio ter atingido o meu propósito ao demonstrar que a doutrina da indissolubilidade do casamento não tem nada de reformada, mas é de origem católica.

Fonte: Cristiano Santana - Uma Visão do Mundo

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Bíblia de Estudo com reflexões de Martinho Lutero

Peça promocional: Revista A Bíblia no Brasil - n° 237 - outubro/dezembro 2012- ano 64A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), escolheu o mês da celebração da Reforma Protestante - celebrado em 31 de Outubro - para oferecer uma edição especial da Bíblia Sagrada. 

A Bíblia Sagrada com Reflexões de Lutero traz cerca de 900 comentários selecionados do teólogo. A obra está voltada para a compreensão histórica e exegética dos textos bíblicos, também, para a orientação pastoral e prática.

A seleção foi elaborada por estudiosos especialistas no vasto acervo deixado por Lutero, que há alguns anos estão sendo vertidos ao idioma português. Foram escolhidas reflexões que estivessem relacionadas direta ou indiretamente ao texto bíblico, a partir de obras de Lutero publicadas em português pela Comissão Interluterana de Literatura (CIL), instituição formada por representantes da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB). Entre elas estão: o devocionário Castelo Forte, de 1983; a obra Pelo Evangelho de Cristo, de 1984; e a coleção Martinho Lutero – Obras Selecionadas, volumes 1 ao 11. Única no mundo, a Bíblia Sagrada com Reflexões de Lutero oferece recursos que contribuem para pregação do Evangelho e edificação da Igreja cristã.

Os textos que compõem os auxílios estão impressos em marrom. Há notas textuais e referências cruzadas, prefácios ao Antigo e Novo Testamento.

Na parte de apêndices: prédicas semanais sobre Mateus 5—7 (prefácio); o capítulo 15 de 1 Coríntios (prefácio); comentário Gálatas (prefácio); artigos Breve Instrução Sobre o que se Deve Procurar nos Evangelhos e Esperar Deles, e, Catecismo Menor aos Pastores e Pregadores Indoutos; hinos compostos por Martinho Lutero; biografia resumida de Martinho Lutero; glossário; índice remissivo. 

Foram escolhidos textos em que Lutero fez referência de alguma passagem bíblica para fundamentar seu pensamento, e textos em que Lutero não faz relação direta com uma passagem bíblica, mas que se ligam por uma afinidade do tema. Também, foram feitas pequenas adaptações ou acréscimos de uma explicação inicial em itálico em textos que, quando retirados de seu contexto, não poderiam ser compreendidos. O leitor encontra a fonte de onde o texto foi extraído.

Pode-se dizer que, devido a experiência pessoal e avassaladora de Lutero com a mensagem de Cristo, encontrada na Bíblia, a cristocentridade caracteriza o seu ponto de vista. Os textos da Bíblia Sagrada com Reflexões de Lutero foram escolhidos colocando em destaque a ênfase cristocêntrica de Lutero. 

De acordo com o diretor executivo da SBB, Rudi Zimmer, a contribuição de Lutero na caminhada do cristianismo é reconhecida de forma universal.

A edição usa a tradução bíblica Almeida Revista e Atualizada. 

O lançamento será em 23 de Outubro, em Porto Alegre na Comunidade Evangélica de Porto Alegre (CEPA).

E.A.G.

Consultas em:

Revista A Bíblia no Brasil - nº 237 - outubro/dezembro de 2012 - ano 64 (SBB)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Romanos 12.1-2: A percepção espiritual do cristão


"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" - Romanos 12.1-2.

Quando o cristão alcança o patamar espiritual, ele não vê o próximo como pessoas desinteressantes, reconhece que todos os seres humanos são a imagem e semelhança do Criador. Ele evita menosprezar o próximo, não desfaz o trabalho alheio por mero partidarismo ou outra espécie de motivação carnal.

A mente do cristão precisa ir mais além do que a esfera física. Não basta apenas conseguir escutar e ver quem fala, não basta usar os cinco sentidos naturais. É preciso experienciar o limite da fé, ela proporciona ao cristão o poder da visão espiritual e degustação do conteúdo bíblico.

A pregação do Evangelho é mais importante do que o pregador evangélico. Portanto, ao ir ao culto, quem possui espiritualidade não se contenta em assistir o que lá transcorre. Participa também. Não se contenta em ver outros orarem, ora junto. Não se satisfaz em ouvir outros cantarem, louva a Deus junto com todos os adoradores.

Está totalmente equivocado quem pensa que os cristãos protestantes são seguidores de Martinho Lutero. No Brasil, a denonimação evangélica que mais se aproxima das doutrinas de Lutero é a Igreja Luterana - denominação pomposa e pequena em número de membros, embora tradicionalíssima e respeitada pelos protestantes de nosso país.

Nós, evangélicos brasileiros, estamos mais próximos das doutrinas de João Calvino ou Jacó Armínio do que de Lutero. Sim, concordamos com as teses luteranas, mas só porque elas possuem bases bíblicas. Na verdade seguimos as diretrizes das Escrituras Sagradas observando o conteúdo do Novo Testamento. Se as teses de Lutero não estivessem perfeitamente em paralelo com a Bíblia, refutaríamos todas elas.

Se alguém quiser perguntar aos evangélicos quem são Calvino e Armínio, a maior parte deles responderá que não sabe quem são. A massa de protestantes brasileiros vive a teologia calvinista ou arminiana, sem no entanto saber quem foram os teólogos que as propagaram no passado. Tal conhecimento (de Calvino e Armínio) é parte das pautas dos seminários teológicos, nos cultos usa-se estritamente o conteúto da Bíblia Sagrada, recebida como regra de fé e conduta.

Nós evangélicos não esperamos encíclicas pastorais, como os católicos esperam os escritos de papas. Cremos no contato direto com Deus. Oramos, abrimos a Bíblia Sagrada, e temos a experiência com o Espírito Santo, que fala conosco sem intermediários humanos.

Esta consciência é a prática do culto racional.

E.A.G..
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Este artigo está liberado para cópias, desde que citados nome do autor e link (HTML) do blog Belverede.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Martinho Lutero e a Sola Scriptura

Crédito: blog O Espírito Repousará Sobre Ti
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Só as Escrituras
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"Você precisa ter uma passagem forte e clara da Bíblia como base. Se não tiver um versículo bíblico para fundamentar sua opinião, você não subsistirá. A Sagrada Escritura expõe de modo apurado e magistral o que Deus falou. Onde a Palavra de Deus sai de cena, entram as fábulas. Quem não tem a Palavra de Deus, terá de se contentar com suas próprias idéias. Quem não tem cimento, edifica com barro" - Martinho Lutero.
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Leia mais neste blog: AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO.
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Fonte: Os Fatos Sobre Criação e Evolução, de John Ankerberg e John Weldon - Chamada da Meia Noite.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Martinho Lutero e a Blogofera Cristã

"Quem ganha almas sábio é..." - Provérbios 11.30.

Sem dúvida a internet é um campo de relacionamentos muito importante. Algo novo que veio para ficar e já modificou o mundo.

Lembro-me de ter lido que a Reforma Protestante aconteceu após o invento da tipografia por Johann Gutemberg. Martinho Lutero teve a visão do potencial daquela invenção e a usou muito bem. Enquanto ele não tinha meios de fazer comunicação em massa se via como que amordaçado, preso. Com o advento da imprensa ele pôde escrever e espalhar as suas mensagens para um enorme número de leitores. Dessa forma obteve apoio de muita gente e assim aconteceu a virada de página na História da Igreja.

Os teclados plugados na rede internacional de computadores espalham muito mais mensagens do que Lutero espalhou em toda a sua vida usando a tipografia. A internet é uma força bem maior que a imprensa. Que todos nós, cristãos evangélicos, tenhamos a mesma sabedoria de Lutero. Que tenhamos a consciência de saber nos relacionar na internet de maneira inteligente, em favor de um amor maior, o amor a Deus e ao próximo. Como? De mil e uma maneiras, buscando a edificação espiritual do nosso próximo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

As 95 Teses de Martinho Lutero


Reforma Protestante: gravura retrata ataque às imagens do catolicismo.

Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Ver. Padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem do assunto verbalmente connosco, poderão fazê-lo por escrito. Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Amém !  height: 294 width: 399

1. Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos" etc., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2. E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

3. Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificações da carne.

4. Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.

5. O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6. O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

7. Deus a ninguém perdoa a dívida sem ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.

8. Canones poenitendiales, que são as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas são impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9. Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluindo este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema.

10. Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem os moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório afim de ali serem cumpridas.

11. Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, previstas pelas cânones ou estatutos, em penitência ou apenas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.

12. Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecados cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidades de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13. Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canónico, sendo, portanto, dispensados, com justiça de sua imposição.

14. Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.

15. Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.

16. Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.

17. Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.

18. Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razões e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram for a da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.

19. Ainda não parece ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós teremos absoluta certeza disto.

20. Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras "perdão plenário de todas as penas" que todo o tormento é perdoado, mas apenas as penas por ele impostas.

21. Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.

22. Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.

23. Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.

24. Assim sendo, a minoria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.

25. Exactamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura de almas tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.

26. O papa faz muito bem em não conceder o perdão em virtude do poder das chaves ( ao qual não possue ), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27. Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28. Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro, cresce e aumenta; a ajuda porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

29. E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que suceder com Santo Severino e Pascoal.

30. Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muitos menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.

31. Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.

32. Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33. Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.

34. Tanto assim, que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35. Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36. Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37. Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.

38. Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.

39. É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.

40. O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.

41. É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.


42. Deve-se ensinar aos cristão, não ter pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.


43. Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.

44. É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências porém, não se torna melhor senão mais segura e livre da pena.

45. Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa, mas provoca a ira de Deus.

46. Deve-se ensinar aos cristão que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.


47. Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada.


48. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa de que de dinheiro.

49. Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em consequências delas, se perde o temor de Deus.

50. Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51. Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seus, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgência, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.

52. Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor. 

53. São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas. 

54. Esperar ser salvo mediante breves de indulgências é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia. 

55. A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimónia, enquanto o Evangelho, que é essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades. 

56. Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionadas e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo. 

57. Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a este não distribuem com facilidade, antes os ajuntam. 

58. Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior. 

59. São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época. 

60. Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que este tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo. 

61. Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta. 

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus. 

63. Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros 

64. Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabidamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros. 

65. Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados. 

66. Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens. 

67. As indulgências apregoadas pelos seus vendedores com ao mais sublimes graça decerto assim são considerados porque lhes trazem grandes proventos. 

68. Nem por isso semelhante indulgência não deixa de ser a mais íntima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz. 

69. Os bispos e sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência. 

70. Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos. 

71. Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado. 

72. Quem se levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito. 

73. Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente. 

74. Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir. 

75. Considerar as indulgências do papa tão poderosa, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que ( cousa impossível ) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente. 

76. Bem ao contrário, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular no que diz respeito à culpa que constitui. 

77. Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar São Pedro e o papa. 

78. Em contrário, dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederem, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes, o dom de curar, etc. , de acordo com o que diz I Coríntios 12. 

79. Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia. 

80. Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento. 

81. Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos. 

82. Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para construção da catedral de São Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante insignificante? 

83. Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, visto ser injusto continuar a rezar pelos já resgatados? 

84. Ainda: Que nova piedade de Deus e do papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga ? 

85. Ainda: Por que os cânones de penitência, que de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgências como se continuassem bem vivos e em vigor ? 

86. Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é a mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de São Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres ? 

87. Ainda: Que ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste direito à indulgência plenária ? 

88. Afinal: que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como já o fez cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito. 

89. Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes ? 

90. Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos. 

91. Se a indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido. 

92. Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há paz. 

93. Abençoados seja, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz. 

94. Admoestem-se os cristãos a que se empenham em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno. 

95. E assim esperem mais entrar no reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas. 

Papa concorda com Lutero e diz que a fé em Cristo salva

Papa cita Lutero e diz que a fé salva se não se opor à caridade.

O papa Bento XVI falou hoje da "Doutrina da Justificação", um dos temas mais controvertidos da reforma protestante, e disse que Martinho Lutero não se equivocava quando dizia que "só a fé nos salva", mas matizou que sempre que essa fé "não se oponha à caridade e ao amor".

Diante de cerca de 20.000 pessoas que assistiram na Praça de São Pedro à audiência pública, o papa disse que é através da catequese que o ser humano se transforma em justo aos olhos de Deus, tema central nas cartas de São Paulo e um dos assuntos que durante mais de quatro séculos separaram luteranos e católicos.

O sumo pontífice ressaltou que o Apóstolo - cujos escritos inspiraram profundamente Lutero - afirmava em suas cartas aos cristãos de Roma que "o homem é justificado pela fé com independência das obras da lei".

"Lutero traduziu justificados só pela fé", disse o papa, acrescentando que "a expressão 'sola fide' (só a fé) de Lutero é verdadeira se não se opor à caridade, ao amor".

Ser justo, assegurou o papa, significa "simplesmente estar com Cristo, por isso que os outros preceitos já não são necessários".

Bento XVI acrescentou que a fé é "olhar para Cristo, confiar-se a Cristo" e que a justiça se decide na caridade.

Terminada a audiência, o papa disse em espanhol aos fiéis presentes da Espanha e da América Latina que a justificativa em Cristo "é uma ação gratuita de Deus, sem merecimento humano".

A "Doutrina da Justificação" é a explicação teológica das relações entre a graça de Deus que chega ao homem pelo batismo, e como o homem com essa graça passa de pecador a justo.

Tanto católicos como protestantes aceitam que a salvação é uma iniciativa gratuita de Deus. Mas enquanto para os católicos o homem pode cooperar para esta graça, para os protestantes só resta ao homem uma atitude passiva.

Os católicos dizem que graças aos méritos da paixão de Cristo e por meio do batismo o pecado original é totalmente apagado, e a concupiscência é uma tendência ao pecado, mas não um pecado. 

Fonte: EFE

Nota deste blog: As 95 Teses de Martinho Lutero foram um protesto contra a prática católica das indulgências, baseando-se no seguinte texto do apóstolo Paulo: "o justo viverá pela fé" - Romanos 1.17. 


quarta-feira, 16 de julho de 2008

A ANALOGIA DE MARTINHO LUTERO ENTRE JESUS CRISTO E O APÓSTOLO PAULO

Contudo, se ele te causou algum prejuízo ou te deve qualquer coisa, lança todo custo na minha conta" - Filemon 18.

o teólogo reformador, alemão, Martinho Lutero, ligado à ordem dos agostinianos e professor de teoria bíblica em Witternberg em 1510, ao visitar Roma ficou horrorizado com o estado de corrupção e imoralidade do clero e da corte papal. No dia 13 de fevereiro de 1517, mediante a bula Exsurge Domine, ele foi excomungado. Perseguido pelo clero, refugiou-se no castelo de Warburg, pertencente ao amigo Frederico da Saxônia.

Dedicou-se à tradução da Bíblia´para o idioma alemão, e ao ler esse texto (supracitado) afirmou:

"O que Jesus Cristo fez em nosso benefício diante de Deus, o Pai, Paulo fez em favor de Onésimo diante de Filemon".

Em 1524, abandona sua ordem católica e casa-se com a ex-freira Catarina von Bora. Tiveram seis filhos naturais e quatro adotivos. Lutero costumava dizer que "o casamento é uma escolha muito melhor para o caráter do que qualquer monastério".

Fonte: King James Atualizada / Novo Testamento Edição de Estudo - Abba Press