Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

Mostrando postagens com marcador Personagens de Atos dos Apóstolos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Personagens de Atos dos Apóstolos. Mostrar todas as postagens

domingo, 1 de maio de 2022

Atos 20.1-16: A verdade sobre Êutico

É comum ouvir pessoas mencionarem a história de Êutico a fim de indicar que a pregação foi longa demais. As pessoas dizem, de forma humorística: não nos mate de tanto pregar! Será que o Espírito Santo inspirou Lucas a adicionar essa história no Livro de Atos com a finalidade de ensinar os pastores a limitarem a duração de suas lições? 

Embora os pastores devam ser sábios no que diz respeito ao tempo de cada sermão, veremos que o propósito da história de Êutico deve ensinar uma verdade mais elevada.

quarta-feira, 2 de março de 2022

O apóstolo Paulo e a ordenança do batismo nas águas

"E agora, o que está esperando? Levante-se, receba o batismo e lave os seus pecados, invocando o nome dele" - Atos 22.16. 

A realidade e o símbolo estão estreitamente associados entre si nas páginas do Novo Testamento (Atos 2.38; Tito 3.5; 1 Pedro 3.21).  O batismo nas águas representa a morte e ressurreição de Cristo (Romanos 6; Colossenses 2.11-12); o sinal externo de uma obra interior da graça, manifestada pelo arrependimento (Mateus 3.1-12) e pela conversão do crente (Mateus 28.16-20).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Lições sobre o naufrágio do apóstolo Paulo na ilha de Malta

O apóstolo Paulo havia passado por cinco julgamentos, e estava em Cesareia aguardo sua viagem para Roma. Após tantas lutas, esperávamos um pouco de alívio, mas em Atos 27, vemos que no lugar de conforto ele recebeu uma nova tempestade, não provocada por ele.

Algumas informações importantes sobre a viagem:

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Lídia: a crente hospitaleira - N. Lawrence Olson

Pico 'O Dedo de Deus'
 Serra dos Órgão; Guapimirim, Rio de Janeiro, Brasil · Cordilheira
 · Ilustração de capa; revista Lições Bíblicas (CPAD).
Publicação ao 2º trimestre de 1975. Artista não identificado.

Por N. Lawrence Olson

INTRODUÇÃO

Verdade prática: A genuína hospitalidade bem pode tornar-se o meio de um expressivo serviço para Cristo. "E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens," Colossenses 3.23.

Leitura em classe: Atos 16.12-15; 35-40; 3 João 5-8.

Após as experiências, da região da Galácia, Paulo pensou em evangelizar a província da Ásia, mas o Espírito Santo não o deixou. Pensou em ir à Bitínia, mas novamente foi impedido. Mas seguiu para Troas, porto de mar, conhecida na história como Troia, a cidade que na antiguidade sustentou o cerco dos gregos durante 10 anos. Aqui Paulo teve a visão do "homem da Macedônia", que lhe implorava vir ajudá-lo. Então entendeu o motivo de o Espírito Santo fechar as portas das outras províncias.

Deus nessa hora abria as portas da Europa! Seria na Europa onde o evangelho teria a sua maior expressão e vitória. Depois, da Europa, o evangelho prosseguiria seu caminho rumo aos confins da terra. Embarcando em um navio em Troas, Paulo e seus companheiros chegaram a Neápolis e dali rumaram a Filipos, cidade que era colônia romana.

Foi um privilégio do autor destas linhas visitar esta região, há dez anos passados, e estudar e fotografar as ruínas de Filipos, incluindo a prisão interior em que estavam encarcerados Paulo e Silas. Estas ruínas incluem uma igreja construída no meio do 4º Século, em que se vê até hoje o tanque de batismo, provando que o batismo era por imersão como algumas igrejas ensinam. Ele fotografou também o rio Angites, distante menos de 2 quilômetros da cidade, em que o carcereiro e sua casa foram batizados nessa noite (Atos 16.33).

Em Filipos Paulo não encontrou sinagoga, pois haviam poucos judeus, mas à beira do rio encontrou Lídia, vendedora de púrpura, que abriu seu coração e mais tarde sua casa, de dimensões amplas, ao evangelho.

I - A CONVERSÃO DE LÍDIA

Leitura: Atos 16.12-15.

A. Encontrada no lugar da oração. Versículos 12 a 14. Nessa primeira cidade europeia a ser evangelizada, Pulo não encontrou "uma comissão de recepção"! Parecia que não tinha ninguém" Sinagoga não havia" Como ia começar o trabalho? Mas lá ao oeste da cidade ele encontrou um grupo de senhoras que ali, à beira do rio (num lugar arborizado e muito apropriado para tais reuniões, como o autor teve oportunidade de verificar "in loco"!) costumavam orar, aos sábados. Paulo começou logo a pregar-lhes a mensagem de Cristo, o Salvador. Ele não se importou que só senhoras compunham a sua audiência. A alma da mulher vale tanto quanto a do homem. Onde estavam os maridos? Não sabemos, com certeza, mas possivelmente eram homens que preferiam deixar as coisas de religião com as mulheres, como muitas vezes acontece! Queremos crer que esses mesmos homens fossem depois evangelizados e viessem a assumir a liderança na igreja nascente em Filipos, como é normal. Mas quanto não devemos a mulheres fiéis que, na falta de homens para liderar, fazem o que podem, muitas vezes com sucesso extraordinário! Lídia foi uma dessas. Lídia era negociante de "púrpura". Segundo o dicionário, "púrpura" era uma anilina ou púrpura da mais excelente qualidade, extraída  da raiz de "garança", ou "ruiva  dos tinteiros", e dum molusco marinho. Até hoje os pintores a usam por causa de sua grande durabilidade. Sendo um artigo caro, entendemos que o negócio de Lídia limitava-se à alta classe. Lídia era gentia, vinda de Tiatira, mas de coração faminto pelas coisas de Deus. Foi Paul oque lhe deu de comer do "pão da vida"!

B. A Ouvinte Ávida. Versículos 14 e 15. Quando o servo de Abraão procurou uma esposa para Isaque, ele encontrou Rebeca como a resposta à sua oração. Depois ele testificou, "...o Senhor me guiou no caminho", Gênesis 24.27. É um princípio espiritual que Deus nos guia quando estamos no "caminho" e encontrará uma direção perfeita pela mão do Senhor. Foi o que aconteceu com Lídia que andava na luz que possuía e consequentemente sua luz ficou mais forte como a do meio dia! Ela encontrou a sabedoria que provém, não da mente humana, mas si do Espírito de Deus. 1 Coríntios 2.13,14. No princípio ela tinha condições de indagar as coisas do Espírito, mas quando regenerada, abriu-lhe um mundo novo de realidade celestial. É o que significam as palavras "o Senhor abriu-lhe o coração". Versículo 14. A palavra "abrir" no original significa "abrir de tudo", como também é usada em Lucas 24.32,45, onde Jesus "abriu" o entendimento dos dois discípulos de Emaús. Lídia demonstrou a mudança de coração por ganhar a sua família para Cristo, incluindo empregados e associados da vida comercial. Lídia foi mesmo exemplo de crente!

II. A CONSAGRAÇÃO DO LAR

Leitura: Atos 16.15,24-34

A. A Hospitalidade Cristã. Versículo 15. Lídia, logo após a sua conversão, ofereceu a sua casa para hospedar os missionários, sentindo com muita obrigação para com eles. Queria servir-lhes e a Cristo, com algum conforto do que dispunha,. É interessante notar como a oferta que ela fez, sem imposição, mas fazendo-os sentir que era o privilégio dela recebê-lo em sua casa. Ela procurou um modo de continuar a demonstrar a sua fé, de maneira concreta. Queria que seu lar fosse um centro de evangelização, e sem dúvida nos primeiros tempos sua casa serviu de salão de cultos, com osemmpre acontecia no início dos trabalhos. Que belo exemplo para os demais em Filipos! Esta igreja, que nesses dias nascia, tornou-se a igreja mais chegada ao apóstolo Paulo. Foi a única que nenhuma repreensão levou quando o apóstolo escrevia suas cartas. Quem pode duvidar que Lídia teve forte influência nessa formação espiritual dessa igreja? Quanto vale um bom exemplo?

B. Um Lugar de Descanso.

Leitura: Aros 16.35-40. 

Versículos 37-40. No prosseguimento da obra em Filipos, Paulo foi usado por Deus para expulsar um demônio de uma moça possessa, fato em que resultou ser ele e Silas açoitados com varas e postos numa prisão interior. Mas não se importaram com os sofrimentos e de estar presos no tronco, que era um terrível instrumento de tortura. A meia-noite cantavam hinos em louvor a Deus! Foi quando um terremoto sacudiu o prédio, fazendo chegar às pressas o carcereiro que, supondo que os presos houvessem fugido, ia suicidar-se. Tocado no coração, perguntou aos pregadores que devia fazer para se salvar. Paulo disse: "Crê no Senho Jesus". O homem creu e toda a sua casa. Tratou de curar as feridas, e nessa madrugada o carcereiro e sua família foram batizados no rio Angites. 

Foi uma vitória importante para o evangelho. Os magistrados então queriam que Paulo saísse da prisão pela "porta dos fundos", mas isso ele recusou fazer, exigindo que eles mesmos o "soltassem" Exigia respeito às leis romanas sob cuja proteção ele tinha direito, como cidadão romano. Eles cumpriram a exigência, servindo-lhes de lição para não maltratar os pregadores do evangelho sem nenhuma razão. 

Após esses acontecimentos então foi que Paulo retirou-se para a casa de Lídia, onde teria sossego e comunhão com os crentes e onde juntos louvariam ao Senhor por seu livramento. Notamos que, em vez de Paulo exigir o conforto dos outros, foi ele quem os "confortou"! Isso porque de Deus ele havia recebido conforto do Senhor, que o fez capaz disso.

A CONFIRMAÇÃO DO PRINCÍPIO DE HOSPITALIDADE

Leitura: 3 João 5-8.

A. A Hospitalidade é Obra de Fé. Versículo 5. A hospitalidade caracterizou a Igreja Prtimitiva em toda parte. A terceira carta de João foi escrita numa época quando Diótorfes, que desejava proeminência na igreja, queria embargar os mensageiros do idoso apóstolo João de receber hospitalidade dos cristãos. Mas Gaio manteve seu lar aberto para esses servos de Jesus, apesar das ameaças. Gaio assim fez porque era uma expressão de sua fé que abrangia até pessoas estranhas e forasteiros. É assim que o amor cristão opera, preocupando-se com as necessidades de outrem.

B. A Hospitalidade Facilita a Promoção do Evangelho

Leitura: 3 João 5-8; 1 João 3.14-24

Versículo 6-8. Nem sempre podemos demonstrar o nosso amor e a nossa hospitalidade no lar. Mas sempre podemos cooperar de modo tangível com as nossas ofertas e sustento regular para as obras de missões. João menciona que não devemos exigir nada dos estranhos à causa do Senhor, para eles nã opensarem que o evangelho é um comércio. Os crentes devem sustentar os obreiros que saem para os campos no mundo afora. O espírito liberal muito ajudará nessa obra de evangelizar o mundo.

E.A.G.

Fonte: Lições Bíblicas. N. Lawrence Olson. Lição 9: Lídia - a crente hospitaleira. abril-maio-junho-de-1973. Guanabara / Rio de Janeiro (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Ananias e Safira e a mentira ao Espírito Santo


Por Eliseu Antonio Gomes

É comum encontrar alguns cristãos manifestando o desejo de ter nascido na época da Igreja Primitiva. Talvez, tal ideia esteja baseada na impressão errada de que a geração apostólica fosse melhor do esta em que estamos vivendo, no engano que os crentes do passado não viviam entre problemas como estamos envolvidos hoje.

Pensar que na Igreja Primitiva havia convívio perfeito entre os irmãos, pode ter fundamento em textos bíblicos isolados, na leitura de trecho fora do contexto. Por exemplo a narrativa de Lucas descrevendo como os novos convertidos tiveram uma bela convivência. Atos dos Apóstolos, capítulo 2.42 a 47, relata o seguinte:

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por meio dos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, o Senhor lhes acrescentava, dia a dia, os que iam sendo salvos" (NAA).

Atos 4.32 tem a seguinte descrição sobre a comunidade cristã contemporânea dos apóstolos: "Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum" (NAA).

Se ficarmos com a atenção focada apenas neste cenário ideal, faz todo sentido acreditar que sempre houve um ambiente agradável na fraternidade cristã do primeiro século. Mas o livro Atos dos Apóstolos é composto de 28 capítulos, aborda outras situações além da inicial, dando um relatório mais amplo daquela realidade, mostrando que os primeiros cristãos eram tão imperfeitos como são os cristãos nascidos nos séculos 20 e 21.

Os fatos registrados na Bíblia mostras pontos altos e baixos da conduta humana, as fraquezas e quedas revelam o poder e a misericórdia do Altíssimo sobre todos que reconhecem o Salvador Jesus Cristo como Senhor. O objetivo das Escrituras Sagradas ao expor a verdade da primeira era cristã é impedir que o inimigo da alma humana encontre estratégias eficazes para desanimar os salvos e desapontá-los com a busca vã de tentar encontrar a salvação por méritos próprios.

Vejamos uma passagem importante sobre este tema:

O casal Ananias e Safira.

"Entretanto, certo homem chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, mas reteve uma parte do dinheiro. E Safira estava ciente disso. Levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos. Então Pedro disse: Ananias, por que você permitiu que Satanás enchesse o seu coração, para que você mentisse ao Espírito Santo, retendo parte do valor do campo?" - Atos 5.1-3.

Ananias era uma pessoa que viveu durante o tempo dos apóstolos e possivelmente tenha visto a Jesus Cristo durante sua itinerância anunciando o Evangelho, curando enfermos e libertando os cativos de Satanás. O texto bíblico que conta o seu comportamento e punição, provavelmente pode ter ocorrido em data aproximada ao Pentecoste, quando o Espírito Santo batizou os crentes de então, pois os primeiros fiéis ainda estavam concentrados em Jerusalém e arredores.

Havia ali gente convertida que era dona de posses materiais e disposta a oferecer sua propriedade para favorecer os crentes pobres.

Neste ambiente fraternal de generosidade, Ananias e Safira, eram membros da Igreja Primitiva, deviam ter descido às águas batismais e podem ter experimentado o batismo no Espírito Santo. Contudo, desejosos de fixar no senso comum daquela sociedade o pensamento de que ambos eram pessoas desprendidas de bens materiais, tomados pela falta temor ao Senhor, cometeram o pecado contra Deus.

Não nos passa desapercebido que no começo da história da humanidade o diabo tentou Eva e ela, juntamente com Adão, cedeu ao pecado; e no começo da história da igreja a serpente atacou outro casal e atingiu o seu objetivo outra vez.

Aquele que usa de engano não ficará na casa do Senhor.

Esse pecado desconsidera o propósito do sofrimento e da morte de Cristo e revela falta de temor ao Senhor, ausência de respeito e honra ao Espírito Santo (Efésios 1.4, Hebreus 13.12). Assim sendo, o Senhor repudia a todos que se beneficiam da duplicidade de sentidos, para confundir o semelhante, não se apraz da conduta de quem age fraudulentamente (Salmos 101.7). E por este motivo, Deus feriu com severidade a Ananias e Safira, manifestando sua aversão ao engano, mentira e desonestidade (Atos 5.10-11)

Rejeitemos a mentira. 

A pessoa que se converte, renasce do Espírito para ter um novo estilo de vida. Ela não apenas se "reveste" uma vez, mas é conclamada a se "revestir" a cada dia na prática como cristã. É preciso despojar-se dos hábitos do velho homem, daquilo que fazíamos antes de aceitar a Cristo e ter disposição para revestir-se do novo homem, que é submeter-se voluntariamente ao que Cristo indica como novo jeito de viver.

Da mesma maneira como se trocam roupas sujas por limpas, assim também o cristão é instruído pelo Espírito a renunciar diariamente aos hábitos maus e viver de acordo com as regras do reino de Deus (Gálatas 3.27; Efésios 4.24-25; Colossenses 3.9-10. 12-14).

Tal troca de roupas, remete-nos à armadura do soldado, apresentada em Efésios 6.10-17: é necessário estar cingido com a verdade, protegido com a couraça da justiça, estar com os pés calçados com o Evangelho da paz, sempre embraçado com o escudo da fé, protegido com o capacete da salvação e ter firme na mão a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.

Conclusão.

Tenha sempre em viva lembrança que Deus se agrada daqueles que possuem coração sincero. É preciso perseverar em seguir os mandamentos do Senhor e ser um servo íntegro e com coração voluntário ao realizar a sua vontade, pois Ele esquadrinha o coração humano (1 Crônica 28.7-9). É importante estar consciente que tudo vem do Senhor; dEle recebemos e a Ele devolvemos tudo que nos tem dado (1 Crônicas 28.7-9, 17; 29.1). Como seres criados, tudo o que temos e somos vem do Pai, e não há nada que possamos fazer para retribuir por seu imenso amor e infinita bondade. Resta-nos adorar ao Altíssimo com coração sincero.

E.A.G.

sábado, 4 de março de 2017

Mansidão: torna o crente apto para evitar pelejas


Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução.

Num tempo onde o heroísmo, a força e a guerra são cultivadas pela sociedade, o que uma pessoa mansa pode contribuir beneficamente para a sociedade? Ser manso não é sinônimo de fragilidade?

A palavra pode ser traduzida perfeitamente como "serenidade". No grego, idioma usado para escrever o Novo Testamento, "prautês" ou "praotês" denota mansidão (1 Coríntios 4.21; Gálatas 5.22, 23; Efésios 4.2; Colossenses 3.12; Tito 3.2; 1 Pedro 3.15).

Nas páginas da Escritura, o significado de mansidão é mais profundo do que nos escritos gregos seculares. Não abrange apenas o comportamento exterior da pessoa; nem ainda se restringe às relações pessoais; muito menos paira na superfície da mera disposição natural. Antes, é uma estruturação firme, balanceada em espírito; despretensiosa, tranquila, que tem as paixões sob controle e cujos exercícios são primeira e primariamente para com Deus. É o temperamento de espírito no qual aceitamos seus procedimentos conosco como bons, e, portanto, sem causar resistências e disputas.

O estado de mansidão é necessário. A mansidão pode ser entendida como uma qualidade suavizante, como uma canção que tranquiliza a alma mais angustiante, como um médico que trata seu paciente com toda delicadeza, como um pastor que cuida da ovelha com todo carinho. É o oposto da arrogância, o contrário das atitudes que constituem o controle emocional e a guerra em vez da paz. É tudo o que contribui para o apaziguamento da alma.

Para ser manso, segundo os ensinos de Jesus e dos apóstolos, é necessário agir cultivando a capacidade de gerar gentileza uns para com os outros, sem fazer acepção de pessoas, alcançando todos os homens e enxergando neles a imagem de Deus.

Quando a mansidão é uma realidade presente na vida dos servos de Cristo, não há no seu círculo social espaço para conduta soberba, mas ação humilde para servir e agradar o próximo (Efésios 4.2). A arrogância, assim como a peleja, são situações contrárias à atitude de mansidão, e quem as pratica não é capaz de ser agradável a Deus, pois Ele odeia o orgulhoso de coração (Provérbios 16.5),

I - Mansidão, o oposto da arrogância.

1. Mansidão não é covardia.

A mansidão é um entre os nove aspectos do fruto do Espírito. Age proativamente perante Deus e diante dos homens em todas as circunstâncias.  Permite que se oponha ao espírito da arrogância e leva o cristão a  viver de maneira que o nome de Cristo seja exaltado. É uma disposição do caráter que aceita, sem discutir, a verdade e a vontade de Deus. É uma postura dócil de completa submissão e aprendizado em Cristo (Mateus 11.28).

Ser uma pessoa  mansa é também ser uma pessoa humilde, sempre cheia de amabilidade e boa educação no relacionamento interpessoal.

2. Ser manso é ser corajoso.

Alguém pode perguntar: por que os mansos vencem, visto que não agem com tramas, truques, imposição, valentia? A resposta para esta pergunta é simples:
a. Eles são guiado por Deus (Salmos 25.9);
b. São defendidos por Deus (Salmos 76.9);
c. Eles gozam do amparo de Deus (Salmos 147.6).
A mansidão é saber se controlar em um momento de ira, ou irar-se no momento certo. É uma virtude que surge em consequência da atuação do Espírito Santo no crente. Não transforma o crente em medroso ou tímido, não é passiva e nem indolente, mas é o fator da transformação moral segundo à obediência de Cristo (1 Pedro 1.2). A pessoa que possui essa qualidade perdoa injúrias, corrige erros e governa bem seu próprio espírito.

3. A mansidão, fruto do Espírito.

No Novo Testamento, a figura da pomba é símbolo do Espírito Santo. As ovelhas representam o rebanho de Cristo. E o cordeiro tipifica Jesus, o Cordeiro que tira o pecado do mundo  (Mateus 3.16; João 10.14, 15; João 1.35). Em comum, a pomba, o cordeiro e a ovelha são mansos, aspecto do fruto do Espírito, que auxilia o crente a evitar as pelejas e contendas.

A mansidão, como fruto do Espírito. é uma conduta interior que leva o crente a agir com graça e amor, inclusive em, momentos complicados. Na Bíblia, a mansidão está frequentemente associada a outros atributos ou em contraste com práticas erradas. É considerável, portanto,, meditar em alguns textos bíblicos e o que eles ensinam para nós. Vejamos:
a. Mansidão e benignidade. Em 2 Coríntios 10.1, o apóstolo fez um apelo aos crentes de Corinto: "E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo". Benignidade, nesta passagem, diz respeito a suportar ofensas com paciência e sem ressentimento, por amor a Cristo. É a firme oposição à rispidez, à severidade, à violência e grosserias.
b. Mansidão e humildade. Estas duas virtudes estão ligadas. Humildade contrapõe-se ao orgulho. "Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor" (Efésios 4.2). 
c. Mansidão e sabedoria. "Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras" (Tiago 3.13).
d. Mansidão e salvação. "Porque o SENHOR se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes" (Salmos 149.2). Observamos neste texto sua harmonia com o Novo Testamento: "Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma" (Tiago 1.21). Neste texto, mansidão refere-se à inclinação para receber a Palavra de Deus com um coração submisso.
II. Evitando as pelejas e contendas.

1. Pelejas e discórdias.

Na língua portuguesa, peleja e discórdia possuem o mesmo significado, mas no grego a palavra usada para discórdia tem conotação mais profunda, significa a desarmonia como sentimento de discordância dissimulado em concordância. O crente que é sábio espera com paciência e mansidão o momento de Deus para conquistar aquilo que deseja para si, aquilo que é divino, evita se envolver em brigas e nem comete ações de baixo nível, pois tem consciência de que tais ações pertencem à velha natureza pecaminosa.

Não é fácil conviver diariamente com pessoas altivas, impulsionadas pelo espírito precipitado, acostumadas com o descontrole emocional, dadas às situações de dissensões, contendas e pelejas, cujas vidas são cheias de ambições egoístas. Em geral, os altivos gostam de disputa, discórdia, briga, pois acreditam que estão sempre com a razão e que são os donos da verdade.

Você conhece alguém assim? Se a resposta é sim, então ore por essa pessoa para que ela venha a mudar de vida e ser alguém cheia do Espírito Santo e a desenvolver o fruto do Espírito, na característica da mansidão, e desta maneira seu modo de vida contenha a humildade do Filho de Deus.

Os homens sem Cristo, a cada dia que passa, estão mais ásperos, raivosos e violentos. Algumas vezes, encontramos pessoas na Igreja que proclamam em alta voz: "Eu sou convertido, porém, meu braço não é". Outros tentam justificar a agressividade declarando que são tentados à violência, se esquecendo que Deus não permite que ninguém seja tentado além do limite que possa suportar. Conferir: 1 Coríntios 10.13.

2. Ações do homem carnal.

Ser manso não tem implicação de ser uma pessoa frustrada, desanimada, frouxa, fraca ou desprovida de veemência e vigor moral, mas sim é uma indicação de força sob controle. Quando temos mansidão, somos gentis, mas não fracos; tratamos todas as pessoas com cortesia perfeita, reprovamos sem rancor o que for repreensível, argumentamos sem intolerância, enfrentamos a verdade sem ressentimento, iramos, porém, jamais pecamos por conta da ira.

Muitos provocam contendas na Casa de Deus, são insubmissos a seus pastores, agressivos e rebeldes. Segundo Paulo, aquele que não é capaz de ser manso e se submeter aos pastores, líderes evangélicos que são fiéis às Escrituras em suas pregações e estilo de vida, não é digno da comunhão cristã (2 Tessalonicenses 3.14). A Bíblia também trata da obediência aos pais e a consequência imediata de desobedecê-la (Deuteronômio 21.18; Provérbios 30.17).

3. Um espirito aguerrido.

Jesus nos convida a rejeitar o espírito aguerrido, de pelejas, de discórdias, de ações carnais, de busca por vingança.

O servo de Deus tem a missão de combater os que ensinam doutrinas erradas, que provocam perturbações no meio da igreja (2 Timóteo 2.25). A correção que o cristão faz para com o outro é no espírito de mansidão (Gálatas 6.1). Um servo de Deus jamais corrige o outro para lhe causar vergonha, humilhação, mas sempre visando á sua perfeição espiritual. Ele vence com delicadeza os que têm o espírito de oposição ferrenha. Um cristão dominado pela mansidão não procura impor suas verdades, mas responde com mansidão e temor os que pedirem a razão de sua fé em Cristo (1 Pedro 3.15).

Segundo Provérbios 25.15, a paciência e a mansidão são armas poderosas e têm elos em comum. A primeira serve para persuadir, a segunda para produzir forte impacto, até mesmo sobre aqueles que se endurecem contra nós e o Evangelho de Cristo. Pense em uma pessoa paciente e em outra que costuma falar com brandura. Elas se assemelham. A pessoa mansa apresenta em seu viver a paciência, porque a pessoa paciente tende a falar com mansidão.   

III. Bem-aventurados os mansos.

1. O Sermão da Montanha.

Duas recompensas da mansidão são mencionadas em Salmos 37.11: "Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz".  Uma está relacionada ao futuro; o fruto da mansidão contribui para que o crente possua o Reino de Deus em sua plena expressão e manifestação quando o Rei vier. A outra, ao presente: abundância de paz. Às vezes os ímpios conseguem o que desejam mediante grande esforço e planejamento, entretanto, no Reino de Deus os santos herdam a bênção do Senhor, partindo da mansidão segundo a Bíblia. Jesus confirmou este fato ao anunciar as diretrizes do seu Reino (Mateus 5.5). Também somos recompensados por agir com mansidão em nossos relacionamentos sociais.

Veja também: Bem-aventurados os mansos.

2. Estevão, um homem manso.

Estevão, ao chegar à proeminência de seu ministério nos primeiros dias da Igreja Primitiva, a comunidade cristã se desenvolvia passando por tensões surgidas  em consequência da acusação de que os apóstolos desprezavam a situação de necessidade das viúvas gregas . Como resposta, os apóstolos reuniram toda a congregação, apresentaram abertamente o problema e propuseram  uma solução razoável: escolher sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, para que cuidassem do problema das viúvas desamparadas. A proposta foi aceita pelos irmãos e dentre os sete Estevão também foi escolhido. Após isso, a Igreja de Jerusalém experimentou um grande crescimento. Estevão não apenas sabia lidar com a administração social, também pregava a Palavra de Deus acompanhada com a maravilhosa demonstração do poder do alto, o que suscitava a oposição dos judeus conservadores, invejosos de sua popularidade e contrários ao movimento cristão. E assim eles promoveram uma campanha acusando-o de blasfemar contra Moisés e contra Deus, que teve como consequência a sua prisão. O fato que os judeus caluniadores não esperavam é que Estevão se manteria corajoso diante do Sinédrio até na iminência de morrer (Atos 6.1, 3, 4, 7, 8, 11, 14).

Seu discurso no Sinédrio é uma memorável recapitulação da história judaica e uma defesa ousada da fé cristã diante de seus acusadores, é o discurso mais longo registrado no livro de Atos (7.2-53). Apos pedir que todos prestassem atenção ao que tinha a dizer, fez um relato da história sagrada desde Abraão, conclamando todos ao arrependimento e à fé cristã, mas seu apelo caiu em ouvidos indispostos a aceitar a mensagem de salvação. Ele acusou sua audiência de traidores e assassinos do Justo (Jesus Cristo) e numa explosão de fúria estes o atacaram, arrastaram-no para fora da cidade e o apedrejaram até a morte na presença de Saulo de Tarso (7.54, 58, 60, 8.1).

Em seu martírio, Estevão não deixou de falar a verdade e perdoou seus agressores, exatamente como Jesus se comportou em seu julgamento (João 18.37; Lucas 23.34; Atos 7.51-53, 60). A coragem do primeiro mártir da Igreja Primitiva diante dos oponentes e sua atitude amorosa para com seus inimigos colocou-o no roll de personagens bíblicos que servem como modelos dignos de um discípulo fiel e obreiro efetivo.

Seu testemunho de fé, demonstrou que era homem cheio do Espírito Santo, de coragem e também cheio de mansidão. Ele não permitiu que a ira e a amargura dominassem seu coração. Até os dias de hoje, muitos cristãos se inspiram em sua atitude de pessoa dedicada ao Senhor e ao próximo.

Ele se lembrou da promessa de Jesus, de que todo aquele que o confessar diante dos homens, o Filho do homem o confessaria na presença de Deus (Mateus 10.32; Lucas 12.8) e reivindicou essa promessa para si. A sua oração foi ouvida prontamente. "Olhem! Eu vejo os céus abertos, e o Filho do Homem está em pé à direita de Deus" (Atos 7.56).

3. A mansidão de Cristo.

O Filho de Deus é sempre retratado em poesias e pinturas como uma pessoa extremamente meiga. Todavia, sua mansidão parece fraca, quase efeminada. Sua pele branca e pálida e seu aspecto delicado o tornam fraco e tímido. Esta descrição é um contraste com a revelação das Escrituras.

Em Mateus 21, descobrimos que há força em sua mansidão e mansidão em sua força, encontramos o relato de que comerciantes e cambistas montaram suas barracas na corte dos gentios no Templo, enchendo-as de mercadorias, em vez de permitir que  o espaço se enchesse de gentios. Eles exploravam as pessoas que tinham vindo para adorar a Deus ali. Vendiam animais para o sacrifício a custo muito alto, tirando vantagem daqueles que tinham vindo de longas distâncias e estavam cansados. Os cambistas trocavam o dinheiro secular pela moeda do Templo - única moeda aceita pelos comerciantes. Normalmente, os comerciantes e cambistas eram desonestos, enganavam os estrangeiros que não conheciam a cotação da moeda, Aquele comércio na casa de Deus impedia a adoração e isto aborreceu profundamente a Jesus e provocou a sua ira.

No texto bíblico de Mateus 21, aprendemos que a mansidão é uma posição intermediária entre dois extremos, que são irar-se sem razão e não se irar nunca. É um equilíbrio nascido da força de caráter e submissão ao Senhor. Vemos que a mansidão é o resultado da decisão de uma pessoa forte de controlar suas paixões com base na firme confiança em Deus. Tiago 1.21; 3.13; 1 Pedro 3.15.

Nós devemos ter a mansidão, como fruto do Espírito, porque foi o Espírito que caracterizou grandemente a vida de Cristo. Jesus disse que devemos aprender dEle, pois era manso (Mateus 11.29); em uma das profecias vaticinadas sobre Ele, foi destacada a mansidão ou humildade (Zacarias 9.9); e Paulo, falando aos crentes rebeldes de Corinto, usou sua autoridade tomando como exemplo a mansidão de Jesus Cristo (2 Coríntios 10.1).

Em alguns  momentos, Jesus agiu mais com o espírito da mansidão do que com o sistema legalista do seu tempo, quando os acusadores apresentaram a mulher apanhada em adultério, fizeram menção da lei, pela qual ela deveria ser julgada e morta (João 8.5-11). De igual maneira a mansidão deve fluir na vida do servo de Deus, fazer com que ele tome atitude baseada na humildade, simplicidade e candura, não na soberba ou em um sistema legalista, pois existem regras que não são feitas pelo amor; antes, visam mais complicar que ajudar.

Conclusão.

O cristão deve viver em mansidão, humildade, tanto mental como na prática, isso porque o seu grande mestre, Jesus, jamais esboçou espírito de soberba, grandeza, superioridade, mas foi manso (Mateus 11.29). Devemos ser tolerantes uns para com os outros no sentido de vivermos unidos na presença de Deus.

Jesus mostrou que o seu reino não é desse mundo, e felizes não eram os que se envolviam em pelejas e motins. Ele, apesar de ser cheio de poder e coragem, sofreu as piores dores que um homem pode experimentar. Suas dores foram físicas e emocionais, mas em momento algum abriu a boca para reclamar contra o Pai e contra aqueles que o maltratavam. Portanto, evitemos as pelejas, pois somos novas criaturas (João 3.3). Sejamos mansos e humildes de coração, sempre seguindo o exemplo de nosso Salvador, procurando em tudo glorificar o nome de Deus.

A pessoa portadora de comportamento brando, necessita possuir outra virtude, que é a humildade.  Se você é ovelha de Jesus, então aprenda a ser manso e humilde (João 14.15). Vivendo dominado pelo fruto do Espírito, a mansidão, as atitudes tomadas sempre serão benéficas e espiritualmente edificantes.

E.A.G.

Subsídios: 
As Obras da Carne e o Fruto do Espírito. Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Osiel Gomes; edição novembro de 2016, páginas 122, 125-127; Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 
Bíblia de Estudo Palavras-Chave, Dicionário do Novo Testamento, página 2368, edição 2011, Rio de Janeiro (CPAD).
Bíblia de Estudo Plenitude, página 1266, edição 2001, Barueri - SP (SBB).
Ensinador Cristão, ano 18, nº 69, janeiro a março de 2017, páginas 41, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD)
Lições Bíblicas - As Obras da Carne e o Fruto do Espírito - Como o crente pode vencer a verdadeira batalha espiritual travada diariamente. Comentarista: Osiel Gomes. 1º trimestre de 2017, páginas 71 a 74, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 
Lições Bíblicas - O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. Comentarista: Antônio Gilberto. 1º trimestre de 2005, páginas 62, 64-67. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Quem é quem na Bíblia Sagrada- a história de todas as personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, páginas 198 e 199; 19ª reimpressão 2015, São Paulo (Editora Vida).
Série Fruto do Espírito. Mansidão. Mantendo-se firme na gentileza - seis estudos para líderes, Phillys J. Le Peau, páginas 10, 21, 38, 42, 43, edição 1997, São Paulo  (Editora Vida).

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Priscila, serva do Senhor

http://istologio.org/?p=1854&utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+istologio+%28Alive+blog%29
Há uma esposa, na Bíblia, de quem temos algumas informações a respeito. Trata-se de Priscila, esposa de Áquila, um dos mais esforçados missionários da Igreja primitiva. Seu nome é mencionado seis vezes e, se bem que as referências sejam poucas, temos o suficiente para pintar o retrato de uma companheira ideal para um ministro. É possível reconhecer, nas menores referências, a nobre fidelidade, primeiro a seu marido, depois à Igreja e por fim e melhor de tudo, a Jesus Cristo.

Áquila levava uma vida errante; a primeira vez que seu nome é mencionado, está em Ponto, depois em Roma, Corinto, Éfeso, mais tarde novamente em Roma e em seguida volta à Éfeso. E em todos os lugares sua fiel esposa está ao seu lado, visto que os nomes figuram sempre juntos. Às vezes é Áquila e Priscila, prova de que é ela a mais importante do par e a atividade do marido é essencialmente devida a esposa.

A fidelidade é a base da verdadeira compreensão dos deveres conjugais, e principalmente na esposa do ministro ou missionário, porque esta precisa acompanhar seu marido a lugares que muitas vezes nada têm de atrativos. E uma das principais qualidades que precisa ter em seu caráter é poder sentir bem e útil em qualquer lugar. Uma vez perguntaram à esposa de um ministro, em que lugar ela preferia morar, ao que ela respondeu: "no lugar em que meu marido se sentir mais feliz".

Priscila mostra fidelidade à igreja, quando é consultada por Áquila para deixar o negócio do armazém que possuíam em Corinto e passaram a acompanhar o grupo dos auxiliares de Paulo no serviço de Cristo, fazendo naquela cidade um grande trabalho para o Senhor. Tendo talvez uma casa maior do que a maioria dos cristãos primitivos, iniciaram aquela igreja  em sua casa, e parece que fizeram isso em todos os lugares onde estiveram, porque sabemos que também o fizeram em Roma. "A igreja que está em sua casa" (Romanos 16.3-5), dá a entender que Priscila é a principal interessada nesse negócio, porque teria sido impossível a Áquila receber a igreja em sua casa se a esposa não tivesse acordo, apontando assim um ideal à todas as mulheres.

Atos 18.24-26: a verdade com amor a Cristo

O casal estava em Éfeso quando chegou àquela cidade, vindo de Alexandria, um pregador interessante: Apolo, homem eloquente nas Escrituras. Porém, tinha um defeito muito sério, só conhecia um Jesus ético, pregador da justiça e do sermão da montanha, mas não o Jesus sacerdote e rei. Priscila e Áquila sentiam que precisavam ajuda-lo.

Podemos então imaginar Priscila convidando-o uma noite, depois da conferência, para ir cear com o casal, principiando com muito tato e delicada tarefa de ensinar-lhe o caminho mais excelente para Deus. Alimentado com o forte alimento espiritual ministrado por Paulo, o casal sabia muito bem como mostrar a Apolo o que significava a presença de Cristo no crente.

Priscila foi sempre fiel ao Senhor Jesus e a última notícia que temos dela é a referência em 2 Timóteo, capítulo 4 e versículo 19, última carta de Paulo, poucos meses antes de sua morte. Nesta carta, não há longa lista de amigos e só três são mencionados em Éfeso, dois dos quais são Priscila e Áquila. Tinham se passado  quase dez anos e eles e eles permaneciam unidos e, o que é melhor, fiéis a Jesus Cristo.

Não há dúvida que existem muitas mulheres que são excelentes esposas de ministros, e destas uma das primeiras e mais ilustre foi uma antiga senhora romana, fiel ao seu marido, à igreja, à verdade, e principalmente ao Senhor Jesus.

E.A.G .

_________

Texto extraído com adaptação da revista Círculo de Oração, 1º trimestre de 1987, página 9, (CPAD). Autoria não revelada.

domingo, 27 de março de 2011

DORCAS: A COSTUREIRA QUE RESSUSCITOU

Máquina de costura Singer - modelo italiano série 12 1876
O ministério de Pedro

Em Atos 9.36-43 encontramos a ministração sobrenatural ocorrida no ministério apostólico de Pedro.Trata-se de uma das sete ressurreições narradas na Bíblia Sagrada. Além dessa, encontramos em 1º Reis 17 (por Elias); 2º Reis 4 (por Eliseu); Marcos 5, Lucas 7, João 11 (por Jesus); e, Atos 20 (por Paulo).

Pedro cumpria sua missão de cuidar do rebanho do Senhor, obedecendo a missão que Jesus lhe tinha atribuído. Ao visitar os discípulos de Lida, uma pequena cidade que ficava, aproximadamente, à uns 40 quilômetros a noroeste de Jerusalem e 20 de Jope, dois homens o procuraram e pediram que o acompanhassem até a cidade deles, Jope.

Jope era metrópole portuária ao sul da terra de Israel, localidade a 60 km de Jerusalém.. Hoje em dia é conhecida como Jaffa, comunidade residencial de Tel Aviv. Alguns associam esse nome a Jafé, filho de Noé, atribuindo a ele a fundação da cidade após o dilúvio. Nos dias atuais, é um centro turístico, por ser região de poucos conflitos. Ali, árabes e judeus têm convivência pacífica há mais de um século. Foi exatamente em Jope que o profeta Jonas zarpou (Jonas 1.3).
.
Pedro foi com eles, ao contarem que... [continue a ler...]