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segunda-feira, 27 de junho de 2022

Gênesis 1.1 - o Criador do universo e de tudo que nele se contém

O Salmo 136.7-9 apresenta o Senhor como detentor de uma misericórdia que dura eternamente, e com este amor sem-fim Ele estendeu a terra sobre as águas, fez o sol para governar o dia e a lua e as estrelas para governarem a noite. E desde que Deus fez o sol, a lua e as estrelas "para iluminar a terra" [Gênesis 1.15], essas luzes puderam ser vistas sobre o planeta em que vivemos. Elas cumprem o seu propósito, que é beneficiar o ser humano, desde o momento em que passaram a existir. 

quarta-feira, 11 de maio de 2022

O tentador no Éden

Romanos 16.20: "E o Deus de paz, em breve, esmagará Satanás debaixo dos pés de vocês".
Sou propenso a aceitar a ideia de alguns intérpretes da Bíblia, que explicam o seguinte: A serpente do Éden falava naturalmente, e Satanás usou a capacidade que o Criador deu ao animal para induzir Eva ao erro. 

Caso não falasse, a mulher teria dificuldades para aceitar a conversa. Por surpresa, por espanto, por perceber algo fora do normal. E o inimigo está usando o mesmo método hoje em dia... Suas induções ao pecado surgem das sugestões e confusões bíblicas trazidas por fontes que não estranhamos que falem conosco.

Artigo sobre o casal criado por Deus no Éden ► Eva: o primeiro ser humano feminino na face da Terra

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Deus Triúno: criador do Universo e tudo o que nela há

Deus criou todas as coisas, todo o Universo. E fez tudo maravilhosamente bem. Desde a criação do mundo, toda a Trindade esteve presente, ou seja, Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Temos essa certeza quando o Novo Testamento afirma: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus" [João 1.1-2]. O Verbo é Jesus, o próprio Filho de Deus estava presente quando o mundo foi criado. E "a terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas" [Gênesis 1.2].

sábado, 30 de abril de 2022

A origem do mal - reflexão baseadas nos capítulos 2 e 3 de Gênesis

Quando lemos a Bíblia Sagrada e meditamos sobre a origem do mal, percebemos que ele teve seu princípio no mundo espiritual, através dos anjos que se rebelaram contra o Criador. Um dos principais seres angelicais tomou posição contra Deus, apesar de altos privilégios que lhe haviam sido conferidos, [Ezequiel 28.13-14]. 

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

O valor do perdão aos que perdoam

José vendido pelos irmãos
Gravura de Gustave Doré
A partir do capítulo 37 de Gênesis lemos a história de José, que sofreu um bocado na mão de seus irmãos. O pai deles, Jacó, tinha uma preferência clara por José, e o ciúme dos demais foi tanto que resolveram sumir com ele. Chegaram ao ponto de induzir o pai a pensar que um animal tinha matado o irmão detestado. 

Durante muitos anos, aqueles homens sustentaram o peso do ódio, do rancor, da vingança e da mentira. Viram o pai de luto, inconsolável, mas nem assim se arrependeram. No entanto, a culpa continuava pesando, mesmo anos depois, ao serem justamente acusados de espionagem na corte de faraó, consideraram isso como castigo pelo que tinham feito a José (Gênesis 42.41).

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

As roupas de pele em Adão e Eva e o revestimento de Cristo

"O Senhor Deus fez roupas de peles, com as quais vestiu Adão e sua mulher" - Gênesis 3.21.

No relato da criação se lê que tudo o que Deus fez foi bem feito. Adão e Eva tinham muitas árvores para admirar. Mas parece que aquela árvore do conhecimento do bem e do mal, que Deus plantou no meio do jardim, de cujo fruto não poderiam comer, foi a que mais admiraram. Aquelas frutas, parece, até, que falavam.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Sara - esposa de Abraão e heroína da fé

Por Eliseu Antonio Gomes

Depois de criar o homem, Deus criou a mulher. Não a fez em escala menor de importância. Macho e fêmea foram criados à imagem e semelhança do Criador. Deus criou a mulher em grandeza e dignidade, apta ao desempenho da função de pessoa auxiliadora de seu companheiro matrimonial, papel que envolve amor e responsabilidade de ambas as partes.

Quando Deus chamou Abrão para sair de Ur dos Caldeus em busca de uma terra desconhecida que lhe prometeu, sua esposa Sarai, uma pessoa descrita nas páginas bíblicas como mulher linda, o acompanhou, desligando-se de sua parentela (Gênesis 12.1-5). Numa medida extraordinariamente considerável, em toda sua vida demonstrou afeto e respeito ao marido. Acompanhava-o em todas as suas viagens crendo no chamado e nas promessas do Senhor. 

Sarai em hebraico significa "minha princesa". O Senhor trocou seu nome ao revelar que ela seria mãe (Gênesis 16.1 a 18). Ela veio a ser conhecida como Sara, que quer dizer "uma princesa". Não há grande diferença entre os dois nomes, entretanto, é possível entender que a nova identidade tinha relação com seu futuro, quando se tornaria a progenitora do povo israelita e, por meio de Cristo, de todos os cristãos.

Sara permaneceu ao lado de Abraão nos episódios absurdos em que ele demonstrou fraqueza, fingindo que ela era sua irmã ao temer perder sua vida no Egito e em Gerar (Gênesis 12.10-13; 20.2).

O casal recebeu a promessa de que geraria um filho. Estéril, o maior desejo de Sara era gerar um menino. Reagiu rindo abertamente quando Deus lhe disse que engravidaria com a idade de noventa anos (Gênesis 21.5-7). Há quem diga que tenha rido por incredulidade, mas o riso poderia ser resultante da sua explosão de alegria e reação espontânea pela surpreendente revelação de que sua madre daria fruto. Seu marido Abraão, se tornaria pai aos noventa e nove anos de idade, e como sua mulher também riu ao receber aquela informação (Gênesis 17.19; 18.12-15).

Pela fé, Sara nunca desistiu de ter o filho que o Senhor lhe prometeu. Porém, ela deveria ter aguardado a bênção prometida pelo Senhor até recebê-la, mas não soube esperar o cumprimento da promessa divina. Na cultura em que viveu, era comum que e esposa oferecesse ao marido uma serva como concubina, quando não fosse mulher fértil. Então Sara sugeriu a Abraão que tivesse relações com Agar. A impaciência de Sara em esperar o cumprimento da promessa de Deus fez com que nascesse Ismael, o ancestral do povo árabe. Ismael é filho de Abraão segundo a carne, hoje ele simboliza a lei dada a Moisés, representa as obras e esforço humano (Gênesis 16.15; 21.9).

Quando o filho biológico de Abraão e Sara chegou, deram-lhe o nome de Isaque, que quer dizer "riso" (Gênesis 21.1-8). As virtudes de Sara influenciaram o caráter de Isaque, tornando-o um dos personagens mais admiráveis entre todos encontrados no Antigo Testamento. Isaque foi o pai de Jacó e Esaú e avô de doze homens que deram origem às doze tribos de Israel, que descendeu toda a nação israelita (Gênesis 25.1-11; 49.29-33; Isaías 51.1,2). Veio à luz do útero de uma mãe livre, é filho segundo o Espírito, representa a justificação somente pela fé, é a figura simbólica que remete à vivência do cristão sob a graça, sinaliza para a promessa dada a Abraão através de Cristo e assim os cristãos são chamados de filhos da promessa. (Gênesis 21.9; Gálatas 3.13-14; 4.28-29). 

Pela fé, todos os cristãos tornam-se filhos de Deus (Romanos 4.15-17).

Sara viveu 127 anos, morreu em Hebrom, Canaã. Foi sepultada em um campo que Abraão negociou com os heteus. Esposa amada, obviamente, então, é natural ler o relato de que seu marido chorou quando ela veio a falecer (Gênesis 23.2).

Sara era uma mulher com estrutura psicológica forte, igual a todas as mulheres que se consagram a Deus. Ela possuiu virtudes e falhas. É importante examinar sua biografia, copiar os acertos e evitar os erros, extrair lições de sua vida, lembrando que ela é a única mencionada entre os heróis da fé (Hebreus 11.11). Sua fé possibilitou superar a infertilidade e receber o filho que tanto quis (Gênesis 18.10,14; 12.1-3,7; 17.15,16; 18.9-16; Gálatas 4.21-31). Ela sempre colocou a família em primeiro lugar, suas atitudes acertadas fizeram dela um grande referencial feminino às cristãs casadas (1 Pedro 3.6). 

E.A.G.

Veja mais neste blog: A gravidez de Sara 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O Sopro de Vida

Por Eliseu Antonio Gomes

Que tipo de Deus você acredita? Existe no mundo três espécies de relacionamento com Deus: o teísmo, o ateísmo e o panteísmo.

O teísta, sem dificuldade alguma, diz: "Deus fez tudo". É a pessoa que crê no Deus pessoal, que é o Criador do Universo, mas não é parte do Universo. As principais religiões teístas são o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

O ateu é alguém que diz: "Não há Deus". Ele não acredita em nenhum tipo de Deus. Os humanistas pertencem a essa turma.

A pessoa panteísta diz: "Deus é tudo". Eles creem num Deus impessoal, que é o Universo. Afirmam que Deus é a árvore e o fruto, o alimento e o excremento, a fera predadora e o animal perseguido como caça; o fogo e a água, sou eu e é você etc. Neste grupo, estão os adeptos da Nova Era, budistas e hinduístas.

O apologista Norman Geisler, em coautoria com Frank Terek, no livro Não Tenho Fé para Ser Ateu (Editora Vida), fez uma analogia interessante sobre a origem do Universo. Deus é o pintor, e sua criação é a pintura. O artista fez a arte, e seus atributos estão minunciosamente detalhados em sua obra de arte.

Assim, o crente reconhece que o pintor fez a obra de arte; o panteísta, em vez de acreditar que o pintor fez a pintura, acredita que o pintor é a pintura; e, os ateus são categóricos em afirmar que não há nada além do mundo físico, não há pintor responsável pela pintura e mesmo assim a pintura sempre existiu sem que ninguém a tenha criado.

No Antigo Testamento encontramos o vocábulo hebraico "ruach", cuja equivalência em português é “espírito”. Significa, vento, sendo que em muitas passagens o termo define o sopro.

Nos dois primeiros capítulos do Livro de Gênesis, temos o relato da criação. Depois que o Criador traz à existência todo o Universo através do poder da sua palavra, faz Adão, porém, Adão só é descrito como ser vivente quando Deus sopra o fôlego de vida em suas narinas. A partir deste instante, Adão passa a andar segundo a orientação divina. Tempos depois, Adão troca a orientação do seu Criador pela iniciativa humana, própria.

A vontade humana está descrita pelo apóstolo Paulo como "obra da carne": "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus" - Gálatas 5.16-23.

Ainda hoje temos diante de nós o Criador. Ele sopra vida, mas há em nosso íntimo a iniciativa pessoal. Fazemos a seguinte escolha: nos guiamos pela vontade do alto ou vivemos conforme a vontade pessoal.

Viver de acordo com o sopro vivificante é o mesmo que andar no Espírito: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.  Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" - Gálatas 5.22-25.

Tal qual um trompete, ilustração usada neste singelo artigo, somos nós: nas mãos do instrumentista profissional, tal instrumento de sopro pode apresentar melodias em uma excelente orquestra. Sem o Instrumentista, vivemos apenas como uma peça esquecida dentro da maleta ou encostada em algum canto escuro de um lugar qualquer.

Adão, o Primeiro Homem

segunda-feira, 5 de março de 2018

Onde estás?

Onde você está?

Esta é a primeira pergunta do Antigo Antigo Testamento (Gênesis 3.9) e também é a primeira pergunta que encontramos no Novo Testamento. (Mateus 2.2).

Em Gênesis, Deus pergunta ao casal, que se escondia do Criador após pecar. A pergunta é retórica, com objetivo de causar uma reflexão sobre o ato de desobediência de Adão e Eva. Entre os atributos do Todo Poderoso, existe a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo e saber sobre todas as coisas e situações o tempo todo. São as qualidades da onipresença e da onisciência.

Em Mateus, a pergunta é formulada pelos magos. Sendo conhecedores das profecias sobre o nascimento do Salvador (Números 24.17 e Miqueias 5.2), ao observarem a estrela de Belém brilhar no céu, logo discerniram que o cumprimento da Palavra de Deus estava ocorrendo. Então eles viajaram do oriente até o palácio de Herodes, querendo saber onde estava o recém-nascido, descrito pelos profetas como o Rei dos Judeus.

Em qual posição você está? Vivemos no mesmo erro de Adão e Eva; e Deus, que é cheio de misericórdia, nos procura com vista à reaproximação? Ou, estamos tal qual os magos, dispostos a estar na presença de Jesus, com objetivo de prestar-lhe nossa adoração?

Vale a pena o auto-exame: espiritualmente, onde você está?

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

A gravidez de Sara


Abrão e Sarai se casam em Ur dos Caldeus. 

Gênesis 11.29-31. O nome Abrão significa "pai exaltado". Mais tarde, seu nome foi mudado para Abraão, cujo significado é "pai de multidão". A significação de Sarai é "livre"; o sentido de Sara é "princesa".

"Abrão casou com Sarai, e Naor casou com Milca. Milca e Iscá eram filhas de Harã. Sarai não tinha filhos, pois era estéril. Tera saiu da cidade de Ur, na Babilônia, para ir até a terra de Canaã, e levou junto o seu filho Abrão, o seu neto Ló, que era filho de Harã, e a sua nora Sarai, que era mulher de Abrão. Eles chegaram até Harã e ficaram morando ali"

♦ ♦ ♦

As circunstâncias da origem de Ismael

Gênesis 16.1-6:

"Sarai, a mulher de Abrão, não lhe tinha dado filhos. Ela possuía uma escrava egípcia, que se chamava Agar. Um dia Sarai disse a Abrão:

 – Já que o SENHOR Deus não me deixa ter filhos, tenha relações com a minha escrava; talvez assim, por meio dela, eu possa ter filhos. Abrão concordou com o plano de Sarai, e assim ela lhe deu Agar para ser sua concubina. Isso aconteceu quando já fazia dez anos que Abrão estava morando em Canaã. Abrão teve relações com Agar, e ela ficou grávida. Quando descobriu que estava grávida, Agar começou a olhar com desprezo para Sarai, a sua dona.

 Aí Sarai disse a Abrão:

– Por sua culpa Agar está me desprezando. Eu mesma a entreguei nos seus braços; e, agora que sabe que está grávida, ela fica me tratando com desprezo. Que o SENHOR Deus julgue quem é culpado, se é você ou se sou eu!

 Abrão respondeu:

– Está bem. Agar é sua escrava, você manda nela. Faça com ela o que quiser.

Aí Sarai começou a maltratá-la tanto, que ela fugiu."

♦ ♦ ♦

Angustiada, Agar recebe amparo

Gênesis 16.7-12:

"Mas o Anjo do SENHOR a encontrou no deserto, perto de uma fonte que fica no caminho de Sur, e perguntou:

– Agar, escrava de Sarai, de onde você vem e para onde está indo?

– Estou fugindo da minha dona – respondeu ela.

Então o Anjo do SENHOR deu a seguinte ordem:

– Volte para a sua dona e seja obediente a ela em tudo.

E o Anjo do SENHOR disse também:

“Eu farei com que o número dos seus descendentes seja grande; eles serão tantos, que ninguém poderá contá-los. Você está grávida, e terá um filho, e porá nele o nome de Ismael, pois o SENHOR Deus ouviu o seu grito de aflição. Esse filho será como um jumento selvagem; ele lutará contra todos, e todos lutarão contra ele. E ele viverá longe de todos os seus parentes.” 

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Abraão é informado sobre o fim da esterilidade de Sara 

Gênesis 17.1-8:

"Quando Abrão tinha noventa e nove anos, o SENHOR Deus apareceu a ele e disse:

– Eu sou o Deus Todo-Poderoso. Viva uma vida de comunhão comigo e seja obediente a mim em tudo. Eu farei a minha aliança com você e lhe darei muitos descendentes.

Então Abrão se ajoelhou, encostou o rosto no chão, e Deus lhe disse:

– Eu faço com você esta aliança: prometo que você será o pai de muitas nações. Daqui em diante o seu nome será Abraão e não Abrão, pois eu vou fazer com que você seja pai de muitas nações. Farei com que os seus descendentes sejam muito numerosos, e alguns deles serão reis. A aliança que estou fazendo para sempre com você e com os seus descendentes é a seguinte: eu serei para sempre o Deus de você e o Deus dos seus descendentes. Darei a você e a eles a terra onde você está morando como estrangeiro. Toda a terra de Canaã será para sempre dos seus descendentes, e eu serei o Deus deles.

♦ ♦ ♦

O anúncio do nascimento do filho de Sara e Abraão

Gênesis 17.15-22. O nome Isaque significa "riso".

"Depois Deus disse a Abraão:

– De hoje em diante não chame mais a sua mulher de Sarai, mas de Sara. Eu a abençoarei e darei a você um filho, que nascerá dela. Sim, eu a abençoarei, e ela será mãe de nações; e haverá reis entre os seus descendentes.

Abraão se ajoelhou, encostou o rosto no chão e começou a rir ao pensar assim: “Por acaso um homem de cem anos pode ser pai? E será que Sara, com os seus noventa anos, poderá ter um filho?”

Então Abraão disse a Deus o seguinte:

– Quem dera que Ismael vivesse abençoado por ti!

Mas Deus respondeu:

– O que eu disse foi que Sara, a sua mulher, lhe dará um filho. E você o chamará de Isaque. Eu manterei a minha aliança com ele e com os seus descendentes, para sempre. Também ouvi o seu pedido a respeito de Ismael; e eu o abençoarei e lhe darei muitos filhos e muitos descendentes. Ele será pai de doze príncipes, e eu farei com que os descendentes dele sejam uma grande nação. Mas a minha aliança eu manterei com Isaque, o seu filho, que Sara dará à luz nesta mesma época, no ano que vem. 

Quando acabou de falar com Abraão, Deus subiu e o deixou."

♦ ♦ ♦

Os visitantes ilustres

Gênesis 18-1-15: Neste episódio, encontramos um fato que é descrito como teofania. As três figuras, revestindo a forma humana masculina, eram Jeová (18.1) e os outros dois eram anjos (19.1).

"O SENHOR Deus apareceu a Abraão no bosque sagrado de Manre. Era a hora mais quente do dia, e Abraão estava sentado na entrada da sua barraca. Ele olhou para cima e viu três homens, de pé na sua frente. Quando os viu, correu ao encontro deles. Ajoelhou-se, encostou o rosto no chão e disse:

– Senhores, se eu mereço a sua atenção, não passem pela minha humilde casa sem me fazerem uma visita. Vou mandar trazer água para lavarem os pés, e depois os senhores descansarão aqui debaixo da árvore. Também vou trazer um pouco de comida, e assim terão forças para continuar a viagem. Os senhores me honraram com a sua visita; portanto, deixem que eu os sirva.

Eles responderam:

– Está bem, nós aceitamos.

Abraão correu para dentro da barraca e disse a Sara:

– Depressa! Pegue uns dez quilos de farinha e faça pão. 

Em seguida ele correu até onde estava o gado, escolheu um bom bezerro novo e o entregou a um dos empregados, que o preparou para ser comido. Abraão pegou coalhada, leite e a carne preparada e pôs tudo diante dos visitantes. Ali, debaixo da árvore, ele mesmo serviu a comida e ficou olhando.

Então eles perguntaram: 

– Onde está Sara, a sua mulher?

– Está na barraca – respondeu Abraão.

Um deles disse:

– No ano que vem eu virei visitá-lo outra vez. E nessa época Sara, a sua mulher, terá um filho.

Sara estava atrás dele, na entrada da barraca, escutando a conversa. Abraão e Sara eram muito velhos, e Sara já havia passado da idade de ter filhos. Por isso riu por dentro e pensou assim:

– Como poderei ter prazer sexual agora que eu e o meu senhor estamos velhos?

Então o SENHOR perguntou a Abraão:

– Por que Sara riu? Por que disse que está velha demais para ter um filho? Será que para o SENHOR há alguma coisa impossível? Pois, como eu disse, no ano que vem virei visitá-lo outra vez. E nessa época Sara terá um filho.

Ao escutar isso, Sara ficou com medo e quis negar.

– Eu não estava rindo – disse ela.

Mas o SENHOR respondeu: 

– Não é verdade; você riu mesmo."

♦ ♦ ♦
O milagre da concepção

Gênesis 21.1-12. Deus faz com que o deserto se transforme em oásis, transforma o útero infértil em fonte de grande contentamento. Foi assim no passado, é assim nos dias atuais.

"De acordo com a sua promessa, o SENHOR Deus abençoou Sara. Ela ficou grávida e, na velhice de Abraão, lhe deu um filho. O menino nasceu no tempo que Deus havia marcado, e Abraão pôs nele o nome de Isaque. 

Quando Isaque tinha oito dias, Abraão o circuncidou, como Deus havia mandado. Quando Isaque nasceu, Abraão tinha cem anos. 

Então Sara disse:

– Deus me deu motivo para rir. E todos os que ouvirem essa história vão rir comigo. 

E disse também:

– Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar? No entanto, apesar de ele estar velho, eu lhe dei um filho. 

O menino cresceu e foi desmamado. E, no dia em que o menino foi desmamado, Abraão deu uma grande festa. 

Certo dia Ismael, o filho de Abraão e da egípcia Agar, estava brincando com Isaque, o filho de Sara. Quando Sara viu isso, disse a Abraão:

 – Mande embora essa escrava e o filho dela, pois o filho dessa escrava não será herdeiro junto com Isaque, o meu filho.

Abraão ficou muito preocupado com isso, pois Ismael também era seu filho. Mas Deus disse:

– Abraão, não se preocupe com o menino, nem com a sua escrava. Faça tudo o que Sara disser, pois você terá descendentes por meio de Isaque."

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Agar no deserto, novamente

Gênesis 21.13-21.

"O filho da escrava é seu filho também, e por isso farei com que os descendentes dele sejam uma grande nação. No dia seguinte Abraão se levantou de madrugada e deu para Agar comida e um odre cheio de água. Pôs o menino nos ombros dela e mandou que fosse embora. E Agar foi embora, andando sem direção pelo deserto de Berseba. 

Quando acabou a água do odre, ela deixou o menino debaixo de uma arvorezinha e foi sentar-se a uns cem metros dali. Ela estava pensando: “Não suporto ver o meu filho morrer.” Ela ficou ali sentada, e o menino começou a chorar. 

Deus ouviu o choro do menino; e, lá do céu, o Anjo de Deus chamou Agar e disse:

– Por que é que você está preocupada, Agar? Não tenha medo, pois Deus ouviu o choro do menino aí onde ele está. Vamos! Levante o menino e pegue-o pela mão. Eu farei dos seus descendentes uma grande nação. 

Então Deus abriu os olhos de Agar, e ela viu um poço. Ela foi, encheu o odre de água e deu para Ismael beber. Protegido por Deus, o menino cresceu. Ismael ficou morando no deserto de Parã e se tornou um bom atirador de flechas. E a sua mãe arranjou uma mulher egípcia para ele."

♦ ♦ ♦
Sara é sepultada por Abraão

Gênesis 23.1.20

"Sara viveu cento e vinte e sete anos. Ela morreu na cidade de Hebrom, também chamada Quiriate-Arba, na terra de Canaã. E Abraão chorou a sua morte.

Depois saiu do lugar onde estava o corpo e foi falar com os heteus. Ele disse:

– Eu sou um estrangeiro que mora no meio de vocês. Portanto, me vendam um pedaço de terra para que eu possa sepultar a minha mulher.

Os heteus responderam:

– Escute, senhor! O senhor é para nós um chefe poderoso. Sepulte a sua mulher na melhor sepultura que tivermos. Nenhum de nós se negará a dar-lhe a sua sepultura. 

Aí Abraão se levantou, se curvou diante dos heteus e disse:

– Se vocês querem que eu sepulte a minha mulher aqui, por favor, peçam a Efrom, filho de Zoar, que me venda a caverna de Macpela, que fica na divisa das suas terras. Eu pagarei o preço total e assim serei dono de uma sepultura neste lugar. 

Efrom estava assentado ali entre eles, no lugar de reunião, perto do portão da cidade. Ele falou em voz alta, para que todos pudessem escutar:

– De jeito nenhum, meu senhor. Escute! Eu lhe dou o terreno de presente e também a caverna que fica nele. A minha gente é testemunha de que eu estou lhe dando o terreno de presente, para que o senhor possa sepultar a sua mulher. 

Mas Abraão tornou a se curvar diante dos heteus e disse a Efrom, de modo que todos pudessem ouvir:

– Escute, por favor! Eu quero comprar o terreno. Diga qual é o preço, que eu pago. E depois sepultarei a minha mulher ali. 

Efrom respondeu:

– Escute, meu senhor! O terreno vale quatrocentas barras de prata. O que é isso entre nós dois? Vá e sepulte ali a sua mulher. 

Abraão concordou e pesou a quantidade de prata que Efrom havia sugerido diante de todos, isto é, quatro quilos e meio, de acordo com o peso comum usado pelos negociantes. Assim, Abraão se tornou dono da propriedade de Efrom em Macpela, a leste de Manre, isto é, do terreno, da caverna e de todas as árvores, até a divisa da propriedade. Todos os heteus que estavam naquela reunião foram testemunhas dessa compra. Depois disso Abraão sepultou Sara, a sua mulher, na caverna do terreno de Macpela, a leste de Manre, lugar também conhecido pelo nome de Hebrom e que fica na terra de Canaã. Assim, o terreno que pertencia aos heteus e também a caverna que havia ali passaram a ser propriedade de Abraão, para servir como lugar de sepultamento.


♦ ♦ ♦
Abraão e Quetura

Gênesis 25.1-6:

"Abraão casou com outra mulher, que se chamava Quetura, e ela lhe deu os seguintes filhos: Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Sua. 

Jocsã foi o pai de Seba e de Dedã. Os descendentes de Dedã foram os assureus, os letuseus e os leumeus. Os filhos de Midiã foram Efa, Éfer, Enoque, Abida e Elda. Todos esses foram descendentes de Quetura. 

Abraão deixou tudo o que tinha para Isaque, mas deu presentes para os filhos das suas concubinas. E, antes de morrer, separou-os de Isaque e mandou que fossem morar na terra do Oriente.


♦ ♦ ♦

Abraão é sepultado pelos filhos Isaque e Ismael 

Gênesis 25.7-11:

Abraão viveu cento e setenta e cinco anos. Ele morreu bem velho e foi reunir-se com os seus antepassados no mundo dos mortos. Os seus filhos Isaque e Ismael o sepultaram na caverna de Macpela, que fica a leste de Manre, no campo de Efrom, que era filho de Zoar, o heteu. Este era o campo que Abraão havia comprado dos heteus; Abraão e Sara foram sepultados ali.

 Depois da morte de Abraão, Deus abençoou Isaque, o filho dele, que morava perto do “Poço Daquele que Vive e Me Vê”.

♦ ♦ ♦

Postagens paralelas:
Isaque, o sorriso de uma promessa
A providência de Deus no monte do sacrifício 
Mães Cristãs

Porções bíblicas: Nova Tradução na Linguagem de Hoje (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).

E.A.G.

sábado, 12 de novembro de 2016

José: fé em meio às injustiças

Por Eliseu Antonio Gomes

A história de José ganha um espaço especial no livro de Gênesis, começa no capítulo 37  e segue até o 50, o último capítulo do livro. A narrativa conta a história da "família de Jacó", entretanto, dá mais atenção a José do que a seus irmãos, alíás, dá mais atenção a José do que a qualquer outros dos patriarcas.

A marca da trajetória de José é que mesmo em meio a tanto desprezo e desconsideração, não permitiu que o seu coração fosse devorado pelo ódio. Humanamente, seria justo devolver na mesma moeda quando teve a oportunidade de fazê-lo. Mas ele não reagiu com vingança, preferiu compreender que tudo o que ocorreu era o Deus de seus pais preparando o caminho para conservar a sua família num contexto de fome e miséria mundial.

A história de José, jovem de fé e de caráter, é longa e contém muitas lições, encontramos alguns pontos, os quais se constituem ricos e preciosos ensinos para a nossa vida cotidiana.

José: o filho mais amado de seu pai. "Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas. Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente" - Gênesis 37-3-4.

As promessas que Deus fez a Abraão foram passadas a Jacó e seus descendentes. O patriarca Jacó vivia como estrangeiro na terra de Canaã, a qual Deus prometera como herança à descendência de Abraão. Nos planos divinos, fatos contundentes haveriam de acontecer a partir de José, tornando-se o mesmo o personagem por excelência na história do povo de Israel. Por isso, Deus usou José para preservar sua família da fome e da morte. Da semente de Abraão nasceria aquEle que abençoaria todas as famílias da Terra, Jesus Cristo.

Jacó era o pai de José, e sua família era constituída pelos filhos de Lia e os dois filhos de Raquel, José e Benjamin. Também, os filhos das servas Zilpa e Bila (Gênesis 30.22-2; 35.16-18).

José era um jovem, de aproximadamente 17 anos de idade, e Jacó o amava bastante, porque era o filho de sua velhice. Além disso, José se destacava entre seus irmãos, porque era temente a Deus, porque trazia a Jacó denúncia das más ações cometida pelos irmãos, fora da vista do velho pai.

Dentro desta situação, Jacó não escondia a sua preferência paterna por José, provocando, com esta atitude, a inveja e o ciúme de seus irmãos. E assim presenteou a José uma túnica colorida, a peça de roupa revelava, inconvenientemente, a posição de favoritismo.

Os sonhos de José (Gênesis 37.7, 9). Deus tinha um plano na vida de José e esse projeto foi revelado pelo Senhor, por intermédio de dois sonhos.

José foi precipitado ao partilhar, em momento errado, a informação divina que era para ele com seus irmãos. Ingenuamente, José contou os sonhos que recebeu de Deus e os interpretava aos seus irmãos. Os sonhos sempre o colocavam como líder de seus irmãos, em posição de honra, e isto era suficiente para eles o odiarem e cheios de raiva desejarem se livrar dele.

José é vendido como escravo e levado ao Egito (37.12-36). Os irmãos de José tentaram, mas não conseguiram matá-lo, pois Deus tinha um plano especial para sua vida.

Enquanto os irmãos de José faziam a refeição, viram uma caravana de negociantes, que seguia ao Egito para vender seus produtos. Então, Judá sugeriu que vendessem José a eles como se fosse escravo deles e todos concordaram - com exceção de Rúben, que estava ausente. A negociação aconteceu rapidamente, pois os irmãos de José estavam movidos por ódio intenso ódio contra ele (Atos 7.9). Depois, enganaram o velho pai, levando-o a acreditar que o seu filho querido tinha sido morto. 

Deus permitiu que ocorresse uma dura prova na vida de José, pois desejava conceder-lhe a bênção que lhe mostrara, através de sonhos, em sua adolescência. Só assim, ele jamais se esqueceria do que o Senhor lhe fez, ao escolhê-lo para ser o governador do Egito e provedor do alimento que salvou a humanidade da fome mundial.

José, na casa de Potifar (39.1-23). Na condição de escravo, José foi levado pelos negociantes ao Egito, o expuseram em um mercado, e seu destino foi trabalhar na casa do egípcio Potifar, que o comprou. Potifar era um importante oficial do rei, responsável pela guarda do palácio. Gostou de sua dedicação ao trabalho e logo começou a confiar mais e mais responsabilidade em suas mãos. Contando com a confiança de Potifar, José passou a administrar toda a sua casa, mas foi envolvido em grande encrenca quando a esposa de Potifar o viu e se encantou por ele, passando a assediá-lo sexualmente. José não deu atenção a ela. A esposa de Potifar não aceitou a rejeição e numa ocasião em que ambos estavam sozinhos na casa tentou agarrá-lo e ele fugiu, deixando para trás a sua capa. Ela usou a capa para caluniá-lo, dizendo que ele quis ter relações sexuais com ela, que o repudiou gritando e quando gritava ele havia fugido. Caluniado, José foi posto na prisão. 

José interpreta dois sonhos na prisão (40.1-23). Mesmo preso em correntes, injustiçado, ao ser condenado à prisão por um crime que não cometeu, José permaneceu fiel ao Deus de seu pai Jacó. Deus estava com José na escuridão do cárcere, não havia esquecido dele  e nem do grande plano que tinha para seu futuro.

Em pouco tempo na cadeia, José conquistou a confiança do carcereiro, que passou a dar-lhe pequenas tarefas naquele lugar fechado. E um dia, entraram ali dois novos prisioneiros, homens importantes daquela sociedade: um deles era o chefe dos copeiros do rei e o outro o chefe dos padeiros do rei. Eles haviam perdido seus altos postos na corte do rei porque de algum modo haviam aborrecido o monarca, que os lançou na prisão. E certa vez, disseram a José que haviam sonhado. O chefe dos copeiros sonhou com uma parreira de três galhos, dos quais ele espremia as uvas e enchia o copo do rei. O chefe dos padeiros sonhou que carregava três cestos cheios de doces para o rei, mas pássaros voavam sobre ele e comiam os doces. Então, José explicou que em três dias o chefe dos copeiros reassumiria o seu posto na corte, mas o chefe dos padeiros, em três dias, seria executado. E tudo aconteceu conforme a explicação de José. Quando o chefe dos copeiros deixava a prisão, José pediu-lhe que intercedesse por ele ao rei, dizendo-lhe que era inocente, porém, após estar livre, o ex-detento esqueceu da sua solicitação.

Ainda esquecido pelo chefe dos copeiros, seu companheiro de cela, que conseguiu a liberdade antes dele e prometeu ajudá-lo para que fosse solto, manteve-se atrás das grades fiel ao Senhor. Sua fé fazia-o entender que não estava abandonado por Deus, que na presciência divina, havia reservado o momento certo para dar-lhe a vitória sobre todas as crises que atravessava.

José é convocado para interpretar o sonho do rei do Egito (41.1-36). Quando José é chamado para explicar o sonho do rei, chega o momento decisivo na vida dele, em que começa a se cumprir em sua vida o que ele havia sonhado quando ainda morava na casa de seu pai Jacó (37.5-10).

Após dois anos encarcerado, José é chamado para explicar o significado do sonho do rei, que nenhum dos conselheiros especiais do monarca puderam dizer o que significava. O copeiro lembrou-se dele e o indicou ao rei, que ordenou que rapidamente o trouxessem diante de sua presença. Ele lhe disse que havia sonhado com sete vacas gordas que saíam da água e sete vacas magras, que também saíam das águas e em seguida as magras devoravam as gordas. Também, contou a José que havia sonhado com sete espigas cheias de grãos e ao lado de outras sete, que estavam secas e queimadas. Então, José disse-lhe que o Senhor revelava que viriam sete anos de grande fartura, com boas safras, e em seguida outros sete, que seriam de péssimas colheitas. Logo apos a explicação, José sugeriu ao rei que ele escolhesse uma pessoa para administrar as colheitas dos anos bons, armazenando alimentos para o consumo nos anos de escassez. O rei gostou do conselho e disse-lhe que o escolhia para ser encarregado dessa função.

Foi assim,apesar de todos os problemas, a confiança inabalável de José no Senhor o fez sair do cativeiro triunfante.

José: o governador do Egito (41.37-57). José se torna a segunda mais alta autoridade em todo o Egito. E um agente de salvação não somente dos egípcios mas também de pessoas de outros países. Se José tivesse cedido à tentação na casa de Potifar, ele teria perdido a bênção de ser o segundo mandatário do Egito.

Para simbolizar o novo ofício de José, Faraó lhe deu um anel que usava, no qual estava estampado o selo de autoridade, vestiu-o de vestes de linho fino, e pôs um colar de ouro no seu pescoço. Deu-lhe um carro, no qual desfilou publicamente com a proclamação de que ele deveria ser honrado pela população.

José tinha aprendido a confiar em Deus e a desempenhar bem o seu trabalho. Ele viajou  pelo Egito, de norte a sul. Em cada cidade, mandava contruir enormes depósitos para armazenar grãos. Durante sete anos foram armazenados imensas safras de grãos, antes do fim dos sete anos de fartura todos os depósitos ficaram abarrotados. Então vieram os nos de grande escassez, quando as plantações deixaram de crescer, e José passou a administrar a distribuição de todo o conteúdo que havia guardado nos celeiros. Não demorou muito tempo para que as pessoas dos países vizinhos também fossem atingidas pela fome e ficassem sabendo que havia alimento no Egito e pedir para fosse vendido para eles.

O reencontro de José com sua família (42.1-24). No primeiro encontro de José com os seus irmãos desde que eles, mais de vinte anos atrás, o haviam vendido como escravo ao grupo de ismaelitas (37.28), ele estava com uns quarenta anos de idade, já havia se passado, aproximadamente, duas décadas. Nesta ocasião, José quer rever seu irmão Benjamin, o seu único irmão por parte de pai e da mãe, Raquel.

Na terra de Canaã, Jacó e seus filhos também estavam passando fome e souberam que haviam cereais para vender no Egito. Jacó enviou os filhos para comprarem, menos Benjamin, pois não queria que ficasse longe dele. Assim, que chegaram à presença de José, José os reconheceu mas não foi reconhecido por eles. Jamais passaria pela cabeça deles que pudesse estar vivo, quanto mais como primeiro-ministro do Egito. José conversou com eles, rispidamente, falando no idioma egípcio e sendo interpretado. Perguntou quem eram eles e o que pretendiam, Eles responderam que desejavam comprar cereais, e José disse acreditar que eram espiões e pediu que contassem a história deles. Eles contaram que eram doze irmãos e que um havia morrido e que o mais jovem era tão amado do pai quando o que estava falecido. Então, José ordenou que Simeão fosse preso e disse aos demais que ele só seria solto quando retornassem trazendo o irmão mais jovem, para provar que diziam a verdade. Assim, retornaram à Canaã e ao chegarem em casa ficaram surpreendidos ao abrirem os pacotes de cereais e ver que o dinheiro da compra havia sido devolvido.

Quando o suprimento de alimento terminava, Jacó novamente pediu que os filhos compraseem mais no Egito, mas eles insistiram que Benjamin deveria acompnhá-los; mesmo sem querer que ele fosse, Jacó permitiu sua ida. Ao chegar no Egito, eles foram muito bem recepcionados, levados para a casa de José. Ao ver Benjamin, José alegrou-se e ordenou que Simeão fosse solto. A mesa foi posta e todos comeram, sendo que a maior porção foi dada para Benjamin. E depois eles partiram com cereais rumo à Canaã. No caminho de volta, foram alcançados por um oficial de José que os fez pararem para revistar a bagagem, dizendo que uma taça de ouro do primeiro-ministro havia desaparecido. todos os sacos foram remexidos e a taça foi encontrada no saco de Benjuamin - José havia ordenado aoa empregos que a colocassem ali, para analisar a conduta de seus irmãos, se eles haviam mudado ou se ainda tinham o comportamento reprovável do passado.

Todos foram obrigados a voltarem aos Egito. Receosos, foram postos diante de José, que lhes disse que o culpádo de roubo seria o seu escravo. Judá - que anos atrás havia sugerido a venda de José como escravo - colocou-se em defesa de Benjamin, revelando que seu pai Jacó não suportaria aquela situação e sugerindo ser punido no lugar dele. Assim, José conseguiu a prova que seus irmãos haviam mudado de comportamento, pediu que seus empregados os deixasse à sós, e quando estavam apenas entre eles, José revelou quem ele era, falando em seu próprio idioma.

Os irmãos de José ficaram aterrorizados ao saberem que o irmão que eles tanto maltraram estava vivo e era o primeiro-ministro do Egito; José os acalmou beijando cada um deles, começando por Benjamin. Pediu que voltassem ao lar e trouxessem o seu pai, revelando que os instalaraia na terra de Gosém, onde o pasto era bom a criação de seus animais. Jacó sentiu dificuldade em acreditar que seu filho José estava vivo e era a segunda maior autoridade do Egito. Eles empacotaram todos os seus pertences e foram morar na localidade designada a eles por José. 

Conclusão

Deus, antecipadamente, preparou o espírito de José para a grande luta que enfrentaria, quando fosse provado, ao revelar-lhe, através de sonhos, o seu futuro. Por este motivo, mesmo vendido pelos irmãos, vivendo como escravo, e condenado à prisão por Potifar, jamais retrocedeu em sua fé. Desta forma, o Senhor cuidou dele e no fim ele se tornou o salvador de sua família, teve seu nome registrado na Bíblia, e nas páginas da história humana (50.20-21).

Lendo sobre a história de José, aprendemos sobre o perigo da discriminação que alguns pais fazem com seus filhos. A prática do estabelecimento de tratamento diferenciado gera ciúmes, invejas e rancores entre os irmãos. Por causa da discriminação, José quase foi assassinado por seus irmãos. Não morreu, porque Deus tinha um plano determinado com todos eles, especialmente José. Os pais jamais devem fazer distinção entre os filhos, demonstrar que gosta mais de um do que de outro. Enquanto os pais demonstram maior amor por um determinado filho, pelo fato de ele ser mais obediente do que os outros, é que causam um problema sério de relacionamento entre eles, pois o ciúme, e outros sentimentos negativos, podem aflorar, e, talvez, provocar  uma tragédia em família. Os pais devem manifestar amor altruísta, e igualitário, evitando qualquer espécie de preferência, para que não criem crises de relacionamento na família.

Também, observando a história de José, notamos que para recebermos uma bênção divina, somos primeiramente provados, a fim de fazermos jus a ela; devemos aprender a esperar em Deus, pois Ele jamais se atrasa e nem se adianta.

E.A.G.

Postagem paralela; Potifar, o eunuco egípcio

Compilações:
Bíblia de Estudo NTLH, página 48 a 56, Barueri, edição de 2005 (SBB).
Bíblia para Crianças em 365 Histórias, Mary Batchelor, páginas 43-45, edição 2008, São Paulo (Paulinas).
Lições Bíblicas - Mestre. Gênesis. O princípio de todas as coisas; Elienai Cabral; páginas 90, 91, 95; 4 º trimestre de 1995; Rio de Janeiro (CPAD)
Lições Bíblicas - Professor -  O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 50, 51, Rio de Janeiro (CPAD). 
Ensinador Cristão, ano 17, nº 68, outubro - dezembro de 2016, página 39, Rio de Janeiro (CPAD). 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

As consequências das escolhas precipitadas


EBD - Revista Lições Bíblicas Adultos - 4º quarto trimestre de 2016 - CPAD - O Deus de toda provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio as crises. Comentarista: Elienai Cabral. Lição-5: As-consequências das escolhas precipitadas.
Por Eliseu Antonio Gomes

O livre-arbítrio é um presente de Deus ao ser humano, pois este foi criado de maneira autônoma, de modo que Deus jamais permitiria que vivesse sem autonomia. Embora dotado de livre-arbítrio, um dom de Deus, o ser humano fez e continua a praticar o mau uso daquilo que deveria ser para a glóriia de Deus.

1. É necessário ter cuidado com as decisões.

Você pede a orientação de Deus antes de fazer suas escolhas? Então terá facilidades em conduzir sua vida.

Muito das nossas decisões tem a ver com a questão da vontade, a nossa vontade e o confronto com a vontade de Deus. Todos queremos fazer a vontade de Deus, mas sabemos que fazer a vontade de Deus, quase sem exceção, envolve mudanças, riscos, ajustes, decepções, sucessos e às vezes fracassos.

Não sejamos apressados em nossas decisões, precipitar-se produz crises econômicas, prejuízos irreparáveis em nossa vida espiritual, erros de difícil reparação.

2. Abraão, Ló e as planícies do Jordão 

O caminho que Abraão teria que percorrer não era sem as dificuldades próprias que surgem na caminhada, mas seria uma viagem sob a égide de Deus, e o patriarca não teria o que temer, porque Deus cuidaria dele e tudo o quanto possuía.

Deus disse a Abraão que deixasse sua parentela e fosse para Canaã. Entretanto, Abraão se deixou dominar pelo sentimentalismo familiar e permitiu que seus parentes interferissem na caminhada traçada por Deus para a "Terra Prometida". O patriarca levou consigo o seu sobrinho Ló.

Logo, fez-se necessário a separação de Abraão e Ló, para assegurar as bênçãos materiais e espirituais prometidas por Deus a Abraão. Os rebanhos de Abraão e seu sobrinho cresceram bastante. Com isso, compartilhar pasto e água passou a gerar conflitos familiares. Assim, Deus convida Abraão a peregrinar por toda a terra e declara: "toda esta terra que vês te hei de dar a ti e à tua semente, para sempre" (Gênesis 13.14-18).

3. É preciso entender que Ló foi atraído por aquilo que viu.

Ló, sobrinho de Abraão é um exemplo de prosperidade e perdas, é um modelo bíblico das consequências de atitudes baseadas na falta de paciência. Ao se separar de seu tio, escolheu ir para Sodoma, uma direção que a seus olhos parecia ser o melhor destino, sem consultar a vontade do Senhor, sem honrar Abraão, o chefe do clã.

A grande falha de Ló foi amar as vantagens pessoais, mais do que abominar a iniquidade de Sodoma. Ele teve pressa em decidir o caminho que queria seguir porque foi seduzido pelo seu olhar. Viu somente a campina bem regada de Sodoma, mas Deus enxergava com toda nitidez os habitantes daquela cidade como "grandes pecadores" que eram (Gênesis 13.10; 1 Samuel 16.7). Talvez tenha raciocinado que as vantagens materiais, a cultura e os prazeres de Sodoma compensariam os perigos, e que ele possuía estruturas espirituais suficientes para permanecer fiel a Deus. Com isso em mente, juntamente com sua família, ficaram expostos à imoralidade e à impiedade de Sodoma. Só após o castigo do Altíssimo, ele aprendeu  a amarga lição de que sua família não era forte o suficiente para resistir às influências malignas daquela sociedade.

A tradição localiza Sodoma no limite sul do Mar Morto. A devastação e esterilidade fornecem um depoimento do julgamento pelo "fogo e enxofre", que este local sofreu. Indícios geológicos nessa região de formação de sal, asfalto, enxofre e petróleo confirmam o registro bíblico. A parte oeste da região está dentro das fronteiras da moderna Israel. A cidade de Sidom funciona como um resort de saúde e um campo de repouso. Uma montanha peculiar, quase exclusivamente de puro sal identifica Sodoma, e os guias locais referem-se a ela como a "mulher de Ló".

Conclusão

Ló ao deixar de aborrecer o mal, trouxe morte e tragédia a sua própria família. Devemos aprender com as Escrituras que qualquer decisão importante que tomamos, não devemos fazê-la debaixo de pressão ou precipitadamente, pois é um grande mal que precisa ser evitado.

O crente não pode agir sem pensar, e acima de tudo sem oração, pois Deus conhece todas as coisas. Ele sabe aquilo que é melhor. Quando nos precipitamos não raciocinamos bem, não damos lugar ao bom senso, deixamos de andar por fé, andamos guiados pela vista. Quem tem a mente de Cristo, deve sempre manter os pés no chão, pedir orientação e aguardar o calor dos acontecimentos passarem.

Os pais de família devem tomar cuidado para não se embaraçarem como se embaraçou à família de Ló. Evitar que a pressa e a cobiça das coisas desse mundo tragam prejuízos ao seu lar, que faça sua esposa, ou esposo, e seus filhos padecerem. Existem diversas "Sodomas" nos tempos atuais, capazes de arruinarem espiritualmente o lar cristão.

E.A.G.

Compilações:
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 35-40, Rio de Janeiro (CPAD). 
Ensinador Cristão, ano 17, nº 68, outubro - dezembro de 2016, página 38, Rio de Janeiro (CPAD).
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 1ª edição 2016, páginaS 52-54, Rio de Janeiro (CPAD). 

domingo, 16 de outubro de 2016

A providência de Deus no Monte do Sacrifício


Por Eliseu Antonio Gomes

Os itens estruturais da história expostos em Gênesis 22.1-19, são: o cenário (versículo 1); a ordem divina (versículo 2); o ato de obediência (3-10); e a bênção resultante por obedecer (11-19).

Nós encontramos nesta passagem bíblica experiências extraordinárias. O relato alcança aos limites  mais extremos da certeza que o crente tem, de que Deus ao penhorar sua palavra é sempre fiel, mesmo quando dá ordens que parecem destruir a evidência de que suas promessas estão sendo cumpridas

O monte Moriá. Moriá é um nome que possui poucas ocorrências no Antigo Testamento. As referências bíblicas, são as seguintes: Gênesis, capítulo 22: 2 Samuel 24.18-25; e, 2 Crônicas 3.1-2. Tais referências apresentam a prova fé de Abraão, situa o lugar em que estava localizada a eira de Ornã, o jebuseu, e aponta a localidade onde Deus apareceu a Davi, e esta mesma área especificada como o lugar em que houve a construção do Templo de Salomão.

A obediência de Abraão e a provisão no monte Moriá. "Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado" - Gênesis 22.1-3 (ARA).

Para a maioria dos leitores do Antigo Testamento, o relato de que Deus ordenou a Abraão que levasse seu filho, Isaque, à região de Moriá e que ali o oferecesse como oferta queimada sobre uma das colinas, é uma situação difícil de se pensar.

A tradução "tentou" (versículo 1, na Almeida Revista e Corrigida) cria desorientação, pois tal expressão induz para um pensamento negativo, trazendo à tona as perguntas: Deus estava estimulando Abraão a praticar pecado? Deus desejava provocar mágoa e tristeza no coração do patriarca?

A palavra hebraica, traduzida ao idioma português como "tentou" é "nissah", que significa “colocar em prova”. Neste episódio de Abraão e Isaque no monte Moriá, Deus testava a lealdade espiritual de Abraão, ao apontar para a vida física de Isaque, a quem o patriarca tanto amava.

Com certeza a caminhada rumo ao holocausto foi tensa para Abraão, ele percorreu três dias de viagem, quilômetros após quilômetros carregando um vaso que continha brasas para o fogo do holocausto e conduzindo o animal de carga que levava a lenha.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos crentes da igreja em Corinto, declarou que Deus não permite que o cristãos sofra tentação maior do que a sua capacidade de suportá-la. Deus nos ama e por cauda deste amor, nos protege (1 Coríntios 10.13).

Um altar é erguido no monte do sacrifício. "Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos" - Gênesis 22.6 (ARA).

Havia aspectos desta situação que eram racionalmente inexplicáveis. Uma comunidade pagã justificaria o sacrifício humano dizendo que a vida dos sacrificados servia para fortalecer os deuses da comunidade em tempos de adversidade severa. Mas não havia semelhante adversidade na vida de Abraão ou do seu clã.

A obediência de Isaque e a provisão no monte do sacrifício. "Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho" - Gênesis 22.9-10 (ARA).

Os leitores da Bíblia são pegos pela grande agonia de Abraão, que silenciosamente deixa o acampamento, sem revelar para a mãe de Isaque, gerado em sua extrema velhice, a ordem que recebeu da parte de Deus. Como um ato assim contribuiria para o bem-estar mental e emocional de Sara? Também, seria muito difícil dizer sobre isso aos seus servos. Com certeza, por estes motivos, Abraão seguiu ao monte Moriá sem contar a ninguém o motivo da viagem.

Matar Isaque não seria de nenhum proveito óbvio para a vida de Abraão, do rapaz ou da vida coletiva do clã que o patriarca liderava. Inclusive, tal sacrifício contradizia as promessas de Deus. A base lógica do atentado não seria entendida facilmente pelos outros, pois tal ordem não refletia a natureza moral do Deus de Abraão.

O cordeiro substituto no monte do sacrifício. "Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" - Gênesis 22.13, 14 (ARA).

A dor e a fé de Abraão são indescritíveis. Sem explicar o que ocorria, ele foi capaz de dizer aos seus servos: "Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós". Em seguida, ao ouvir a pergunta de Isaque: "Onde está o cordeiro para o holocausto?", manteve-se firme em sua fé e pôde responder: "Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto" (versículos 5, 7).

Quando os detalhes da construção do altar estavam meticulosamente realizados, os pulsos e tornozelos de Isaque amarrados, então Isaque foi posto sobre a pira. Quais eram os pensamentos amedrontados do rapaz, no iminente  ato final de seu pai, ao apanhar o cutelo, a faca do sacrifício, erguer o braço, pronto para desferir o golpe fatal? (Versículo 10).

"Quando é que Deus vai providenciar um cordeiro?" - talvez tenham perguntado para si mesmos. O sofrimento de entrega sincera de Abraão se desmanchou em alívio ao ouvir o brado do Senhor pedindo-lhe que não sacrificasse Isaque.

A bênção de Deus no monte do sacrifício. "Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz" - Gênesis 22.15-18.

Para Abraão, após sua prova de fé e a providencial intervenção divina em seu favor e de seu filho, o monte Moriá passou a ser considerado um novo lugar. Honrando a manifestação da graça de Deus na hora da provação, o patriarca mudou o nome lugar, passando a chamá-lo de Jeová-Jiré, que significa “o Senhor vê e proverá" (versículo 14).

Com certeza, a volta de Abraão e Isaque para casa foi bem diferente da viagem rumo ao monte!

A fé do patriarca, as provisões de Deus no monte Moriá e na cruz do calvário. "Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou" - Hebreus 11.17-19.

Abraão enfrentou a ameaça devastadora da morte de Isaque e venceu seu poder pela confiança plena na integridade de Deus. O escritor da Carta aos Hebreus nos revela que o patriarca, impulsionado por uma fé gigantesca no Deus de toda provisão, dentro de seu coração alimentava a esperança da ressurreição de seu filho, caso seu filho fosse sacrificado.

Neste episódio de Abraão e Isaque no monte Moriá, Deus demonstrou claramente que o que Ele realmente desejava era observar a inteireza de coração do patriarca, e a rendição às suas ordens, e não o derramamento de sangue humano. E por causa desse desejo, Deus enviou Jesus Cristo, como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas receba a vida eterna; e desde então. toda pessoa que invocar o nome do Senhor tem condições de ser salva (João 1.29; 3-16; Romanos 10.12-13).

A vida em Cristo Jesus. O grande compromisso da vida cristã feliz encontra-se em submeter-se inteiramente a Deus. O crente está sob solene obrigação para com seu Deus, para com seu próximo e para consigo mesmo.

• Para com Deus por causa das obras divinas na criação e na redenção;
• Para com o seu próximo porque, sem Cristo, aquele vizinho perecerá eternamente, se não evangelizado;
• Para consigo mesmo porque um dia todos comparecerão diante do Tribunal de Cristo e a vida de todos serão passadas em revista. 

Portanto, cabe ao crente atender sua tríplice responsabilidade da melhor maneira possível Se viver exclusivamente para si mesmo, ele será miserável nesta vida e sofrerá prejuízo na próxima. Mas se viver para o bem geral do seu vizinho, anunciando o Evangelho, terá realizado uma bondade real porque o que os homens realmente precisam é de Cristo e sem Ele perecerão eternamente.

Conclusão

Quando o crente entrega a sua vida inteiramente ao Senhor, age da melhor maneira possível que alguém possa agir, pois a sua pessoa, que ama a Deus acima de tudo, ajudará necessariamente a humanidade por meio da proclamação do Evangelho e estará, consequentemente, antes de servir ao próximo, serve aos seus próprios interesses. Isto é assim pelo fato de que ao servir com fidelidade a Deus, simultaneamente semeia sua felicidade no presente e conquista os seus galardões no futuro.

O grande segredo de uma vida cristã feliz encontra-se na disposição de obedecer a Deus, tal qual fez o patriarca Abraão.

E.A.G.

Compilações:
Comentário Bíblico Beacon, Gênesis a Deuteronômio, volume I, página 72-73, 4ª impressão 2012, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 33, Rio de Janeiro (CPAD). 
O Novo Dicionário da Bíblia, volume página 1073, 4ª edição 1981, São Paulo (Edições Vida Nova).
Pensa no teu futuro, William MacDonald, página 41, 2ª edição brasileira 2005, Ourinhos / SP (Edições Cristãs).

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Abraão - Obediência irrestrita

Abraão, obediência irrestrita - Celio Roberto - Jornal Nosso Setor, ano 14, nº 129, maio 2016.
Por Célio Roberto

Toda pessoa precisa decidir, em algum momento de sua vida, se quer confiar em Deus ou não. Até o momento da decisão, sua fé será o ponto de partida, conforto e encorajamento. Mas Deus com certeza testará nossa conduta, e o teste de Deus pode conter exigências aparentemente absurdas. A provação forçará a pessoa ou a seguir o raciocínio humano e abandonar a orientação divina, ou abandonar o raciocínio humano e seguir a orientação de Deus. Falo de um Deus e do teste que não tolera concessões. A pessoa tem que optar entre seu caminho e o caminho de Deus. Entre segui-Lo ou abandoná-Lo. Vemos isso também nas palavras do meigo Salvador quando disse: "Quem não é comigo é contra mim; quem comigo não ajunta espalha (Mateus 12.30). Com Deus não existe meio termo, ou se está com Ele ou contra Ele.

Chamado para obedecer

Quero citar o exemplo de Abrão, mais tarde chamado de Abraão pelo próprio Senhor, que enfrentou muitas provas, e na maioria das vezes exigia uma decisão radical. Quando tinha 75 anos, Deus pediu-lhe que saísse de sua casa, que deixasse para trás a casa de seu pai, sua terra e seus amigos e vizinhos. Deus ordenou-lhe que abandonasse o conforto de UR e viajasse sem roteiro definido para a terra que lhe mostraria (Gênesis 12.1). Com a ordem, veio também à promessa de muitos descendentes e a oportunidade de ser bênção para todo o mundo por meio dessa descendência que resultou no Salvador, a saber - Cristo Jesus. Sem a mínima hesitação, Abraão obedeceu. Deus conduziu Abraão e sua esposa para a terra à qual os havia chamado, porém pareceu tardar em cumprir a segunda promessa. Sara não podia gerar filhos quando mais jovem, pois era estéril. Agora tinha mais um obstáculo para o casal, a idade avançada. Quando Isaque milagrosamente nasceu, Abraão estava com cem anos de idade, e sua esposa, Sara, com noventa.

Crendo no impossível

Muitos anos se passaram, e Deus fez mais um pedido ao seu servo. Dessa vez, no entanto, conduziu Abraão ao inimaginável - sacrificar o próprio filho, Isaque, sobre um altar. À primeira vista, tal ordem parece proceder de um Deus desequilibrado e totalmente maluco. Mesmo assim, o velho e já cansado Abraão, obedeceu. Por quê? Porque ele cria que, oferecendo o filho sobre o altar, Deus de alguma forma ressuscitaria o menino (Hebreus 11.19). Deus já havia permitido que Sara gerasse Isaque em idade avançada. Abraão tinha em mente que, se Deus era capaz de produzir vida nova em corpos velhos como os de Abraão e Sara, podia também devolver de alguma maneira a vida de Isaque. Abraão tinha certeza que "(...) mas para Deus todas as coisas são possíveis" (Mateus 19.26).

Abraão, homem de fé

Sabemos que Abraão não chegou a cravar a faca no peito do filho. Em vez disso, Deus providenciou um cordeiro para o sacrifício (Gênesis 22.13). Por que então o Senhor disse a Abraão para construir um altar, amarrasse o menino e o colocasse sobre o mesmo? Para testar a fé de seu servo? Queria Deus saber se Abraão confiaria nEle quando a pessoa que mais amava estava envolvida? Não! Claro que não! Como o Senhor Deus sabe de todas as coisas, penso que Ele queria mostrar para o mundo todo como é ser obediente de maneira irrestrita, ou seja, sem limites. Como é de nosso conhecimento, Abraão passou no teste de obediência. De fato, sua confiança em Deus, levou o apóstolo Paulo, outro homem de fé e também obediente, a chamá-lo de homem de fé (Gálatas 3.9).

Aprendendo a ouvir a voz de Deus

Admirar a fé do patriarca Abraão é um coisa. Imitá-la é algo bem diferente. Seguir seus passos significa ouvir a orientação de Deus. Na mente de Abraão, estava claro o que Deus queria que ele fizesse. As pessoas de hoje, mais precisamente nós cristãos, inclusive nossos líderes, precisam aprender a ouvir a orientação de Deus na leitura diária da Bíblia e na oração.

Quanto ao aspecto moral, a instrução de Deus é geralmente muito clara. Ele nos diz o que devemos fazer. Para começar devemos amá-Lo, amar o próximo e honrar os pais. Perceber a orientação divina em outras áreas nem sempre é fácil e pode exigir muita oração e sensibilidade. Mas a pessoa que busca a orientação divina irá exercitar-se na disciplina necessária para sintonizar-se com a vontade de Deus.

Conclusão

Uma vez convictos da direção de Deus, não tenhamos dúvidas que enfrentaremos muitos testes. Como Abraão, devemos imediatamente seguir as orientações do Senhor. Quando Deus ordenou a Abraão que deixasse seus parentes e sua terra, onde vivia, ele deixou (Gênesis 22.2, 3). Qual o segredo do patriarca? O segredo era sua convicção de que o propósito de Deus para sua vida fosse qual fosse, seria sempre melhor que qualquer plano que ele , Abraão, pudesse conceber.

Nossas ações, mais que nossas palavras, revelam o que cremos a respeito de Deus. Abraão demonstrou sua fé em Deus por meio de suas ações. E nós? Estamos dispostos a fazer o mesmo? Será que nossa fé, nossa fidelidade, nossa convicção e nosso amor a Deus são capazes de nos fazer obedecê-Lo em qualquer de seus pedidos? Ou passar por testes que a mente humana jamais pensou?

Fonte: Jornal Nosso Setor, ano 14, nº 129, página 7, maio 2016 

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

José, o primeiro filho de Raquel com Jacó

"E lembrou-se Deus de Raquel; e Deus a ouviu, e abriu a sua madre. E ela concebeu, e deu à luz um filho, e disse: Tirou-me Deus a minha vergonha. E chamou-lhe José, dizendo: O Senhor me acrescente outro filho" -  Gênesis 30.22-24.

A história completa de José está registrada na Bíblia entre os capítulos 37 ao 50 de Gênesis.

Ele foi um homem digno e correto. Sua vida foi um exemplo.

Quando jovem, foi vendido e levado como escravo por mercadores de Midiã para o Egito. Comprou-o Potifar, general do exército de faraó. Em virtude da inteligência de José, Potifar colocou-o à testa de seus negócios, deu-lhe a gerência de seus bens. Contudo, após algum tempo, acreditando nas calúnias de sua esposa (ela se sentiu ofendida por ter sido recusada sexualmente por José). Potifar mandou prendê-lo.

José conseguiu livrar-se das grades graças aos seu dom profético e à proteção divina, uma vez que conseguiu decifrar o sonho de faraó e o futuro do Egito. Posteriormente, já como primeiro-ministro do faraó, recebeu os irmãos que vinham em busca de alimentos, pois em Canaã prevalecia fome. Seus irmãos não desconfiaram que o governador do Egito se tratava do irmão que haviam vendido. No final, após testá-los, fez-lhes a devida revelação, para perplexidade de todos. Ordenou-lhes que fosse buscar o pai e o restante da tribo, passando a viver ali com o povo até a época do Êxodo.

Faleceu em solo egípcio confiando no cumprimento da promessa de Deus dada a seu pai, seu avô e seu bisavô, de que lhes daria uma terra como nação. Adormeceu dessa vida com a convicção que o seu Deus não falha. No momento de sua partida desta vida, expôs a sua fé, pedindo que seus ossos fossem transportados do Egito à Terra Prometida - que ainda não era conhecida geograficamente - e 400 anos mais tarde, quando o povo hebreu foi liberto por Deus da escravidão de faraó, partindo para Canaã, foi honrado neste desejo, pois transportaram seus restos mortais (50.24-25; Êxodo 13.19).

Reflexão:

José não foi escravo:

• da formosura da mulher de Potifar (39.7-8);
• da sua própria beleza (39.4);
• do apetite carnal (39.12). 

Referências bíblicas correlatas: Gênesis 37.36; 39.1; 49.22-26; Êxodo 13.19; Josué 24.32.


Minidicionário Bíblico, David Conrad Sabbag, página 258, edição 2008 (Difusão Cultural do Livro).
Onde Encontrar na Bíblia?, Geziel Gomes, página 189, 1ª edição 2008, Rio de Janeiro (Central Gospel). 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Isaque, o sorriso de uma promessa

Isaque não nasceu pelo poder da provisão comum, mas sim segundo o poder de uma promessa especial. Seu nascimento é a confirmação da promessa feita por Deus a Abraão, onde a descendência prometida viria do útero de uma mulher estéril, de sua esposa Sara.

Isaque entrou para a História Sagrada como o filho da promessa, pois chegara à tenda de Abraão, quando este já tinha 100 anos de idade, e Sara, 90. Ele nasceu do ventre amortecido de sua mãe e do corpo envelhecido de seu pai. Seu nascimento levou os pais a rirem daquela espera que, ignorando os limites da biologia, evidenciou a intervenção do Autor da vida.

Quanto à velhice de Abraão e Sara, não nos esqueçamos de que, naquele tempo, as pessoas ainda eram longevas. Lendo o capítulo 11 de Gênesis, verifica-se que, a partir de Sem, que viveu 500 anos, a longevidade humana vai gradativamente caindo (Gênesis 11,11). No final do capítulo (veja 11.32), a idade dos antepassados próximos de Abraão já não ia além dos 200 anos. Apesar disso, o aspecto de um homem de 100 anos e de uma mulher com 90, naquela época, não era nem senil e nem decrépito.

Isaque, ao completar oito dias de vida, foi o primeiro bebê da linhagem hebreia a receber a circuncisão de acordo com o pacto que o Senhor estabelecera com Abraão. Circuncidado, foi inserido liturgicamente na família da promessa  (Gênesis 17.10-12).

À primeira vista, Isaque parece retraído e acanhado. Ao contrário do pai, Abraão, e do filho Jacó, sua vida não é marcada por grandes acontecimentos. Mas, mesmo sendo homem de pouquíssimas e reservadas palavras, deixou-nos um eloquente testemunho de fé e devoção a Deus. Na esfera da fé, nem sempre as palavras dizem muito; as ações, porém, revelam a ação divina em cada passo do nosso percurso rumo à Sião.

Embora a história de Isaque e de Jacó fossem narradas simultaneamente, pois o relato de Jacó é contado dentro da história de Isaque (25.19 - 35.29), as promessas de Deus a Abraão são repetidas a Isaque (26.3-5), como também para Jacó (28.13-15).

Isaque bem que poderia haver tomado uma das jovens cananeias como esposa. Entretanto, ele não se enganava iludia com elas. Idólatras e lascivas, davam-se aos pecados mais obscenos. Muitas delas, enclausuradas em templos pagãos, entregavam-se à prostituição ritual e em quase nada distinguia das prostitutas que circulavam em Jericó. Tranquilo, seletivo e espiritual, Isaque aprendera a confiar em Deus, que tudo provê, então, viu seu pai, Abraão, encarregar seu mais antigo servo de buscar-lhe uma esposa entre uma das moças de sua família na Mesopotâmia. Assim sendo, Rebeca foi encontrada. Uma autêntica serva de Deus: jovem virgem, bela, formosa, gentil, cheia de espiritualidade e disposição ao trabalho (Gênesis 24.1-7).

Sobre o enlace matrimonial de Isaque, podemos notar três coisas relativas a Abraão:

• o cuidado que ele tomava com seu filho, a fim de que esse se casasse, e casasse bem;
• o piedoso cuidado de Abraão com seu filho era para que ele não se casasse com uma filha de Canaã, mas com alguém de sua parentela - ele observou que os cananeus se degradavam em grande iniquidade;
• providenciou para que Isaque não fosse sozinho até sua parentela, nem com o propósito de escolher uma esposa, a fim de que não fosse tentado a ficar ali.

Apaixonados e românticos, a felicidade de Isaque e Rebeca não era completa, pois igualmente como aconteceu com Sara, ela era estéril. Ao invés de arranjar um herdeiro de um ventre escravo, como haviam feito seus pais, Isaque "orou insistentemente por sua mulher" (25.21). A oração foi atendida, o Senhor abriu a madre da mulher de Isaque, Rebeca. Ele tinha 60 anos quando seus filhos nasceram, então, depois que se casou, permaneceu 20 anos sem ter filhos (25.20, 26). E Rebeca não concebeu apenas uma vida, mas duas nações. trouxe à luz os gêmeos Esaú e Jacó (25.21,24-25). 

No capítulo 26, Isaque repetiu o fracasso de seu pai, Abraão, mentindo sobre sua esposa (26.6, 7), pois ao invés de afirmar ser Rebeca a sua esposa, ele disse a Abimeleque que ela era a sua irmã. Entretanto, Deus interviu na história para proteger a descendência do seu povo e garantir o cumprimento da promessa feita a Abraão, o seu amigo (Gênesis 26.11, 12).

Isaque era o "bem" mais precioso de Abraão. Foi com esse "bem" que Deus provou a fé de Abraão. Isaque foi exemplarmente obediente a seu pai, e não questionou o fato de ser a "oferta" para o sacrifício apresentado por seu pai a Deus.

O convívio com Abraão, seu pai, ensinou Isaque a se relacionar com Deus. Sabendo quem é Deus e o quão importante é viver uma vida que o honre, Isaque foi "forjado aos pés de Abraão", pois ele daria prosseguimento à promessa: conquistar a terra de Canaã. Isaque andejou por Canaã e ali armou suas tendas, criou Esaú e Jacó, multiplicou os haveres da família e também, ali, ergueu altares ao Senhor.

Perceba que, até aqui, Abraão e Isaque representam aquela fase nômade do povo de Israel. Esse povo não tinha terra, não tinha casa e não possuía raízes. Viver é o grande desafio diário. Entrava numa terra, se estabelecia nela e, logo depois, saía, começando o mesmo ciclo em outro lugar. Mas, através de Isaque esta realidade começa a ser quebrada.

Deus abençoou de tal forma Isaque, que ele veio a tornar-se mais poderoso que os reis cananeus. O profeta Isaías, no capítulo 65 e versículo 13, escreveu sobre Isaque que, enquanto outros colhiam da terra com escassez, ele colhia com fartura. Era temido, inclusive, por Abimeleque, soberano de Gerar. Aos olhos dos gentios, ali estava um homem que sabia como desfrutar dos favores divinos. O final de sua vida é descrito não com discursos de condolências, mas com palavras que descrevem o recolhimentos dos justos e íntegros (Gênesis 35.28-29).

Isaque é o filho da promessa. É o filho da mãe livre e não da escrava. Com essa imagem, o apóstolo Paulo fundamentou a doutrina da Graça de Deus. "Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava, e outro da livre. (...) Mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós. Porque está escrito: Alegra-te, estéril, que não dás à luz; Esforça-te e clama, tu que não estás de parto; Porque os filhos da solitária são mais do que os da que tem marido. Mas nós, irmãos, somos filhos da promessa como Isaque" - Gálatas 4.26-28.

Conclusão

O cumprimento da promessa de Deus nas concepções e nascimentos de Isaque, Jacó e Esaú, nos mostra que Deus visita seus servos em suas carências. O Senhor é sempre pontual. Suas promessas não se cumprem no tempo determinado por nós, elas se cumprem no tempo determinado por Deus, e este é o melhor momento. Os verdadeiros cristãos, pelas virtudes das promessas de Deus, são capacitados a fazer o que está acima do poder da natureza humana, pois eles compartilham da natureza divina (2 Pedro 1.4).

Ensinador Cristão, ano 16, nª 64, página 42, outubro - dezembro de 2015 (CPAD).
O Começo de Todas as Coisas - Estudos Sobre o Livro de Gênesis, Claudionor de Andrade, páginas 120-130, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD).