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sábado, 20 de agosto de 2022

Jesus Cristo liberta do consumismo, vícios do sexo, jogatina, dependência do crack e outras drogas

No quarto século a.C., o filósofo grego Epicuro já dizia que o prazer é o bem ao qual todo ser humano deseja. No decorrer do tempo, essa concepção foi refutada por outros filósofos. Aristóteles, por exemplo, afirmou que as ações humanas inclinam à concretização da felicidade, sendo que esta está estruturada numa atividade da alma que esteja de acordo com a racionalidade, mas não com o contentamento.

Apesar da constatação que o prazer nem sempre produza uma vida feliz, senti-lo com alguma regularidade é importante para a estabilidade da saúde física e mental. Temos experiências sensoriais desse tipo ao praticar esportes, comer, beber, passear, namorar, praticar sexo etc. Não há nada de condenável no prazer quando desejado dentro dos limites da ética e do bom senso. O problema surge quando o mecanismo neurológico que o regula se descontrola e escraviza a vontade. 

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Burros, poços secos e a paz há muito esperada por José em exílio

Burros, poços secos e a paz há muito espera1da por José em exílio

Enquanto Jesus se preparava para entrar em Jerusalém na semana anterior à sua morte, disse aos seus discípulos para lhe trazerem uma jumenta para cavalgar. E quando Ele entrou na Cidade Santa no lombo do animal, o povo gritou "Hosana!" e  reconheceu Jesus como "o Filho de Davi". O que levou as multidões a identificar Jesus como o Messias há muito esperado que tinha vindo para os libertar dos seus ocupantes romanos?

Mateus esclarece que Jesus solicitou os animais "para que se

segunda-feira, 7 de março de 2022

O relacionamento de Jesus com mulheres

Tão logo Jesus ressuscitou, seu primeiro contato foi com Maria Madalena, pediu a mulher que contasse aos homens que estava vivo. Naqueles dias, uma testemunha feminina no tribunal não era aceita da mesma forma que uma masculina. Mesmo assim Jesus concedeu a Maria Madalena o privilégio de entrar para a História como a primeira testemunha das boas novas da ressurreição. Disse-lhe Jesus: [...] "Vá até os meus irmãos e diga a eles: 'Subo para o meu Pai e o Pai de vocês, para o meu Deus e o Deus de vocês.' Então Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: 'Eu vi o Senhor!' E contava que Jesus lhe tinha dito essas coisas'" - João 20.17b-18.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

A divindade de Jesus Cristo na vida dos cristãos

Deus disse a Moisés: Eu Sou o Que Sou. Disse mais: Assim você dirá aos filhos de Israel: "Eu Sou me enviou a vocês." Deus disse ainda mais a Moisés: Assim você dirá aos filhos de Israel: "O Senhor , o Deus dos seus pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vocês. Este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração." Êxodo 3.14,15.

A expressão "Eu sou" dá o nome transliterado Jeová (Yahweh), explica o nome pessoal do Deus de Israel e indica Sua natureza. Com toda probabilidade, o nome de Deus

domingo, 3 de junho de 2018

Descortinando o Santuário- uma reflexão sobre os efeitos da morte e ressurreição de Cristo

"E Jesus, clamando outra vez em alta voz, entregou o espírito. 51 Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas se partiram; 52 os túmulos se abriram, e muitos corpos de santos já falecidos ressuscitaram; 53 e, saindo dos túmulos depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. 54 O centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus" - Mateus 27.50-54.


A invisível presença de Deus

Neste momento de agonia de Jesus Cristo, onde estava Deus? O Todo Poderoso sempre esteve presente, esteve lá sem que fosse possível ser notado, estava além da grande cortina da eternidade.

O pecado de Adão foi o motivo que levou Deus a ocultar-se do homem. Antes de Adão e Eva sucumbirem à tentação ocorrida no Éden, diz a Bíblia, em Gênesis 3.8, que o casal ouvia a voz do Criador na viração do dia. A consequência devastadora da ação do pecado criou a separação da raça humana, criou a separação entre Deus e o homem, inclusive, com repercussão alcançando a eternidade.

Onde esteve Deus nos grandes momentos históricos? Ele se manteve atrás da grande cortina, porque é santo e abomina o pecado.

Amor correspondido

Algumas vezes essa grande cortina se abriu. Era Deus se revelando aos homens que lhe prestavam obediência:
1. O servo Abraão e sua fé..
No Monte Moriá, quando Abraão levanta o seu cutelo para sacrificar Isaque, a grande cortina se abre e Abraão ouve a voz de Deus. Abraão levanta seus olhos e vê atrás de si um cordeiro, amarrado pelos chifres entre os arbustos. Aquele animal apontava para o sacrifício do Filho do Altíssimo na cruz (Gênesis 22.10-13; João 1.29).
2. A chamada do servo Moisés.
Esta mesma cortina abriu-se diante de Moisés no sopé do monte Sinai. Ele estava no meio do fogo que incendiava a sarça, que não se queimava (Êxodo 3).
3. A chamada do servo Isaías.
No santuário em Jerusalém, Isaías (6.1-8) foi surpreendido por três visões. Simbolicamente, podemos dizer que o véu se abriu diante do profeta messiânico..
O propiciatório terrestre

No ritual judaico, no lugar Santo dos Santos, estava a grande cortina impedindo o homem de aproximar-se de Deus. Na ocasião da festa anual dos israelitas, apenas o sumo sacerdote tinha permissão para entrar no lugar Santo dos Santos, e ali oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, borrifando sangue na tampa dourada da Arca da Aliança, denominada propiciatório (Êxodo 25.17-22; Levítico 16.5-19). A autoridade de Cristo, como intercessor da humanidade pecadora perante nosso Deus santo, é tipificada no propiciatório ensanguentado. Ali, naquele ritual reservado, com o propiciatório terrestre molhado de sangue de animais, estavam as figuras de dois querubins com suas asas abertas em direção da Arca, representando a presença da glória celeste na vida de toda pessoa cujo coração arrependeu-se de seus pecados e aceitou o sacrifício do Cordeiro de Deus em seu favor. 

Contudo, aquela cena do culto hebraico não era suficiente para rasgar a cortina, a divisória entre os homens e Deus permanecia.

No monte da transfiguração, Pedro, Tiago e João viram o rosto de Cristo brilhar como o sol e suas roupas em cor alva como a brancura da neve. Testemunharam naquela ocasião, a comunhão entre a criatura e o Criador, a conversa do  Mestre com os profetas Moisés e Elias. (Mateus 17.1-3).

O propiciatório divino

Na tarde de sexta-feira, na semana da Páscoa, quando Cristo brada pela última vez na cruz, o sacerdote ministrava no santuário, no Lugar Santo dos Santos. Naquele instante em que o Cordeiro de Deus expirou, o sumo sacerdote foi surpreendido pelo terremoto, que rasgou o grande véu do templo. Rasgou-se o véu, rasgadura começando do alto para baixo. O sangue do Cordeiro de Deus, imolado na cruz do Calvário deu acesso para o homem chegar-se a Deus.

Agora, o santuário está descortinado. Por esta razão o apóstolo Paulo escreveu: "Mas agora, em Cristo Jesus, vocês, que antes estavam longe, foram aproximados pelo sangue de Cristo. Porque ele é a nossa paz. De dois povos ele fez um só e, na sua carne, derrubou a parede de separação que estava no meio, a inimizade" - Efésios 2.13-14.

Na ilha de Patmos, João recebeu a revelação e teve a capacidade de ver Jesus andando entre os sete castiçais de ouro, que representam a Igreja (Apocalipse 1.20)..

Conclusão

"Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno" - Hebreus 4.16.

O crente em Cristo tem a possibilidade de estar na presença do Senhor, tem acesso direto ao Pai,por causa do efeito eficaz do derramamento de sangue de seu Filho Unigênito. Que haja em cada cristão o a disposição para  realizar sei exercício de fé, vontade de orar, fazer orações com a plena confiança que a porta está aberta e tem permissão para entrar no Santo dos Santos- não a réplica terrestre, mas o tabernáculo original, existente no plano espiritual.

Façamos isso reverentemente, com bastante regularidade de vezes. Pois Jesus, através de seu sacrifício perfeito, ao entregar o seu corpo como o Cordeiro sem pecados, abriu um novo e vivo caminho aos pecadores arrependidos. Aproximemos de Deus com confiança, pois houve o resultado positivo na morte vicária de Jesus na cruz; Ele venceu a morte ao ressuscitar.

Através do sacrifício de Jesus na cruz, Ele tem poder de nos justificar de todo pecado através de seu sangue (1 João 1.9).

E.A.G.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Jesus é a porta


"Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, sairá e achará pastagem" - João 10.9.

Você já reparou o quanto a porta está presente no nosso dia-a-dia? Temos portas em casa, nos elevadores, nos prédios, nas salas das empresas, enfim, a porta é usada como privacidade, segurança, divisão de espaços e ambientes.

A boca é a porta de nossos lábios (Salmos 141.3).

O próprio Jesus Cristo usa a porta como símbolo de salvação quando diz que Ele próprio é a porta (Mateus 6.6). Jesus afirmou que existe uma porta estreita (Mateus 7.13), que é o caminho de Deus, e, também, a porta larga, que conduz a muitos à perdição.

Haverá um tempo em que a porta será fechada e muitos ficarão do lado de fora, como na época de Noé (Lucas 13.25).

Jesus disse: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" - Apocalipse 3.20.

A porta aqui, representa o nosso coração. Jesus está constantemente batendo, esperando que abramos o nosso coração para que Ele entre e faça morada. Esta é a grande mensagem da porta. Jesus, hoje, está batendo em centenas e centenas de corações, que são portas, pois deseja ser ouvido, aceito, para depois entrar e cear com esses corações.

Se você ainda não abriu a porta para Jesus entrar, este é o momento de uma atitude. Abra o seu coração e deixe Jesus entrar, deixe-o reinar em sua vida. Se você já abriu a porta para Jesus e já tem uma íntima comunhão com Ele, ore agora e invista tempo em oração pelos seus familiares e amigos que ainda estão com as portas fechadas. Creia: ainda haverá salvação e portas serão abertas.

E.A.G.

Fonte: boletim informativo 2016 da Igreja Batista Renovada, Joel Cardoso Junior

segunda-feira, 5 de março de 2018

Onde estás?

Onde você está?

Esta é a primeira pergunta do Antigo Antigo Testamento (Gênesis 3.9) e também é a primeira pergunta que encontramos no Novo Testamento. (Mateus 2.2).

Em Gênesis, Deus pergunta ao casal, que se escondia do Criador após pecar. A pergunta é retórica, com objetivo de causar uma reflexão sobre o ato de desobediência de Adão e Eva. Entre os atributos do Todo Poderoso, existe a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo e saber sobre todas as coisas e situações o tempo todo. São as qualidades da onipresença e da onisciência.

Em Mateus, a pergunta é formulada pelos magos. Sendo conhecedores das profecias sobre o nascimento do Salvador (Números 24.17 e Miqueias 5.2), ao observarem a estrela de Belém brilhar no céu, logo discerniram que o cumprimento da Palavra de Deus estava ocorrendo. Então eles viajaram do oriente até o palácio de Herodes, querendo saber onde estava o recém-nascido, descrito pelos profetas como o Rei dos Judeus.

Em qual posição você está? Vivemos no mesmo erro de Adão e Eva; e Deus, que é cheio de misericórdia, nos procura com vista à reaproximação? Ou, estamos tal qual os magos, dispostos a estar na presença de Jesus, com objetivo de prestar-lhe nossa adoração?

Vale a pena o auto-exame: espiritualmente, onde você está?

domingo, 28 de janeiro de 2018

Jesus é superior a Josué - o meio de entrar no repouso de Deus

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O livro de Josué relata a conquista parcial de Canaã, conhecida como a Terra Prometida, sua distribuição e o estabelecimento do povo israelita nela. A narrativa do texto apresenta batalhas campais cruentas. Os cananeus não se entregariam sem esperar nada em troca. Entretempo, ao longo da leitura do livro é possível notar que Deus honrou Israel, fazendo-o vitorioso sobre os inimigos idólatras e permitindo-lhe obter a dádiva do solo prometido ao seu povo, cumprindo-se assim a promessa da Aliança de Deus com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.

A Carta aos Hebreus mostra o que a história de Josué caracteriza para a Igreja de Cristo. O capítulo 4 trata do apoderamento de Canaã sob a liderança de Josué e retratada este apoderamento como um tipo de Canaã celestial. Faz o contraste entre o repouso proposto no Livro de Josué e o repouso oferecido por Jesus.

A promessa de conquistar e permanecer na terra prometida, foi cumprida por intermédio da liderança de Josué ao povo israelita, mas unicamente numa perspectiva terrena, incompleta e finita. Enquanto o ministério de Cristo provê descanso celestial, é perpétuo e concluído.

Sumário: A Supremacia de Cristo - Fé, Esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

A Superioridade de Jesus em relação a Moisés

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Os cristãos neotestamentários, da época do autor da Carta aos Hebreus corriam o risco de ouvir mas não atender, ver e não crer e o perigo de começar mas não chegar ao fim da jornada de fé.

I - UMA TAREFA SUPERIOR

1. Uma vocação superior.

Na Carta aos Hebreus, está manifestada com clareza a superioridade da pregação de Jesus em relação ao sermão de Moisés. A base que o escritor usa para incluir o assunto sobre a vocação superior de Jesus é o fato de Jesus ser o autor e mediador da nossa salvação (Hebreus 2.14-18).

A Antiga Aliança apresenta Moisés como "apóstolo", isto é, o mensageiro de Deus da Aliança com o povo de Israel, e o seu irmão Arão, como sumo sacerdote do povo de Deus, respectivamente. Essa antiga dispensação deu lugar a uma nova ordem, a um novo concerto em que Cristo Jesus se apresenta como executor desses dois ofícios. Agora, Ele é o Apóstolo da Nova Aliança e o Sumo Sacerdote perfeito.

O apóstolo era alguém enviado em uma missão, enquanto o sacerdote atuava como um representante dos homens diante de Deus. Jesus exerce essas funções mais do que qualquer outra pessoa do antigo pacto. 

2. Uma missão superior.

Em Atos 3.22-26, Pedro apresenta Jesus como o profeta semelhante a Moisés, lembra aos ouvintes a aliança com Abraão, muito importante para se entender a obra de Cristo, aponta para Jesus que é quem traz a bênção prometida e que cumpre a aliança com Abraão - e não apenas a Lei dada por meio de Moisés.

Então, podemos abordar o assunto sobre a supremacia de Jesus Cristo dirigindo a nossa atenção para Mateus, capítulo 16 e versículo 18: "...edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". São dignos de nota o verbo "edificarei" e o pronome possessivo "minha".

3. Uma mediação superior.

Existe superioridade da vocação, da missão e da mediação de Jesus em relação a Moisés.

Na sua missão salvífica, Jesus foi concebido por Deus como o grande Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa salvação. John Wesley traduziu a palavra apóstolo como "mensageiro de Deus que pleiteia a causa de Deus conosco", e o termo sumo sacerdote como "aquele que defende nossa causa com Deus". Wesley lembra que ambos os termos estão contidos na palavra "mediador", e que o autor da Carta aos Hebreus compara Cristo, na função de Apóstolo, com Moisés, e a atividade de Sacerdote, com a atividade sacerdotal de Arão. Sendo que Cristo ao carregar os dois ofícios, os desempenha de maneira muito mais eficaz.

II - UMA AUTORIDADE SUPERIOR

1. Construtor, não apenas administrador.

O capítulo 3, versículos 1 ao 19, da Carta aos Hebreus, aborda a supremacia do Filho de Deus, demarca a proeminência de Jesus em relação a Moisés, o legislador de Israel.

Lembra que Moisés foi um mordomo fiel na Casa de Deus, habitação essa que não era o tabernáculo, mas a moradia de Deus, uma comunidade de fé ou o povo de Deus. Também, Hebreus 3.1-19, ainda recorda que Moisés era legislador desta casa enquanto fazia parte dela, era o legislador dos hebreus durante a peregrinação no deserto. Destaca que Jesus é o construtor dessa Casa de Deus, é o Salvador é o dono deste povo peregrino.

O escritor de Hebreus usa essa metáfora como uma analogia da missão de Jesus, o Filho de Deus. Assim como Moisés, Jesus também foi fiel sobre a Casa de Deus, que é a igreja. A Igreja do Deus vivo não é um prédio e nem qualquer outra estrutura arquitetônica, entretanto, efetivamente, o povo comprado com o sangue de Jesus Cristo.

A Carta aos Hebreus evidencia o Senhor Jesus como o construtor da Nova Aliança; o Filho amado de Deus; o ministro excelente da Igreja de Deus. Expõe claramente a superioridade de Cristo em relação a Moisés, tanto quanto à tarefa, como à autoridade e o discurso.

Categoricamente, afirma que é Cristo quem construiu, edificou e ergueu o povo de Deus. Em tudo foi superior a Moisés na Casa de Deus, embora Moisés fosse um líder proeminente e figura exemplar entre os judeus, ele não edificou os judeus, mas se achou parte dele.

Hebreus 3.2 é uma referência a Números 12.7, sendo que nesse contexto "casa" também significa "família" e é aplicada em relação aos povo de Deus na antiga aliança.

2. Filho, não apenas servo

O autor sabe da grande estima que Moisés possuía dentro da comunidade judaico-cristã e por isso é extremamente cuidadoso ao usar as palavras.

"E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim" - Hebreus 3.5-6.

Em vez de usar o termo doulos (servo), vocábulo usado para se referir a um escravo ou serviçal, ele usa outro vocábulo, therápôn. Essa palavra só aparece aqui no Novo Testamento e é traduzida como servo ou ministro. A ideia expressa é de um serviço que é prestado de forma voluntária entre duas pessoas que se relacionam bem. Assim era Moisés com o seu Deus. Mas o autor deixa claro que esse relacionamento de Moisés com Deus não podia se equiparar ao de Deus com o seu Filho, Jesus.

3. Uma igreja, não apenas tabernáculo. 

Alguns autores entendem que a expressão "Casa de Deus" usada em relação a Moisés pode se referir ao tabernáculo como centro do culto mosaico no deserto, enquanto outros veem como uma referência à antiga congregação do povo de Deus do êxodo. Em todo caso, a ideia gira em torno do povo de Deus que adora na Antiga Aliança. Moisés foi um ministro de Deus no culto da congregação do deserto. Mas Jesus, como Filho é o ministro da Igreja, o povo de Deus na Nova Aliança, "a qual casa somos nó" (Hebreus 3.6).

3-1. O perigo de começar, mas não terminar.

Os israelitas deixaram de opor-se ao pecado e de manter-se fiéis a Deus, por isso foram proibidos por Deus de entrar na Terra Santa. No texto de Hebreus 3.16-19, a crise de Israel em iniciar e não concluir a jornada rumo à Canaã, é descrita como provocação ou rebelião (versículo 16), pecado (17), desobediência (18) e incredulidade (19). Não foi um decreto de Deus que impediu os hebreus de entrarem na Terra Prometida; não foi porque lhes faltavam a força para fazê-lo; não foi porque faltou-lhes o conselho divino instruindo-os como deveriam fazer. Tudo isso eles tinham em abundância; pelo que escolheram pecar e desprezar ao Senhor.

A Terra Prometida ao judeus é uma figura para falar sobre a salvação por meio de Cristo (Hebreus 4.1). O descanso é uma metáfora às bênçãos eternas que Deus prometeu (Hebreus 9.15). Ambos os termos são o mesmo que o Reino do Céu (Mateus 4.17) ou a vida eterna (João 3.16).  Portanto, conclui o autor, façamos tudo para receber tamanha dádiva. E, o Espirito nos avisa que Deus não prosseguirá insistindo conosco indefinidamente se endurecermos os nossos corações em teimosia.

Os crentes de hoje são aconselhados e lembrados que são participantes da vocação celestial (1 Pedro 1.10). Somos chamados a permanecer em Cristo e, enquanto permanecermos nEle, estaremos seguros. Somos exortados a ser fiéis a esse chamado, tendo sempre em mente que a necessidade de vigilância precisa estar sempre presente para evitar o decair da fé. Os crentes precisam admitir que eles, do mesmo modo que os contemporâneos de Moisés, arriscam-se a ficar fora do repouso divino, se forem desobedientes e permitirem que seus corações sejam insensíveis.

Embora Deus tenha prometido a possibilidade de entrarem em seu descanso, alguns arriscam-se a não experimentar a graça salvadora por causa da provocação ou rebelião, do pecado, desobediência e incredulidade. A descrença produz desobediência, a incredulidade por sua vez leva à cegueira mental e dureza de coração. Foi exatamente por este motivo que o juízo e a ira de Deus veio sobre os judeus que se rebelaram no deserto, nenhum rebelde escapou das consequências de suas escolhas ruins.

III- UM DISCURSO SUPERIOR

1. O perigo de ouvir, mas não atender.

Moisés havia declarado: "O SENHOR, seu Deus, fará com que do meio de vocês, do meio dos seus irmãos, se levante um profeta semelhante a mim; a ele vocês devem ouvir" (Deuteronômio 18.15).

Seria normal afirmar que em Josué aconteceu o cumprimento dessa profecia. Josué, o continuador do ministério de Moisés, de fato surgiu depois deste e tornou-se um notável libertador de sua época. Surgiu, porém, outro Josué (na língua hebraica, os nomes Josué e Jesus são idênticos). Os cristãos primitivos reconheciam Jesus como o derradeiro cumprimento da profecia de Moisés.

Ao confessarmos a Jesus como Salvador, concordamos que Ele em tudo tem primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo e do que todos; Ele e somente Ele é a razão do nosso viver. Portanto, devemos ouvir e atender aos seguintes chamados:
• Jesus nos chama a buscar a perfeição que há em Deus (Mateus 5.48)
• Paulo solicita que cheguemos ao conhecimento pleno de Cristo (Filipenses 3.7-10);
• Devemos atender ao chamado à unidade da fé (Efésios 4.1-5);
• Paulo nos chama ao esforço para alcançar à medida da estatura de Cristo (Efésios 4.13).
2 . O perigo de ver, mas não crer.

"Ele é o nosso Deus, e nós somos povo do seu pasto e ovelhas de sua mão. Hoje, se ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como em Meribá, como naquele dia em Massá, no deserto, quando os pais de vocês me tentaram, pondo-me à prova, apesar de terem visto as minhas obras. Durante quarenta anos, estive irritado com essa geração e disse: 'Este é um povo que gosta de se desviar; eles não conhecem os meus caminhos.' Por isso, jurei na minha ira: 'Eles não entrarão no meu descanso' "- Salmos 95.7-11.

A Carta aos Hebreus (4.15) reflete sobre a probabilidade de manter-se firme na fé ou de abandoná-la como uma alternativa existente. O escritor menciona Salmos 95.7-11 para admoestar aos crentes sob o novo concerto. Pega como ilustração a segunda escolha referindo-se à destruição dos hebreus rebeldes no deserto após sua gloriosa libertação do Egito.

A doutrina de Cristo nos instrui a sermos vigilantes, pois existe o risco de ouvir o conselho, mas não obedecer à advertência; a inconveniência de contemplar, porém não acreditar que a revelação seja verdadeira.

Os cristãos precisam tomar este episódio como exemplo.  Se procedermos com letargia aos alertas do Espírito Santo, nossos corações se tornarão cada vez mais inflexíveis e rebeldes a ponto de se tornarem insensíveis à Palavra de Deus. O Espírito comunica-se com cada um de nós com súplicas, fala-nos sobre as consequências da prática do pecado. Atentemos ao apelo contido nas Escrituras Sagradas (João 16.8-11; Romanos 8.11-14; Gálatas 5.16-25).

Diferente do comportamento dos judeus no deserto, que não atentaram para as palavras de Moisés, nós, seguidores de Cristo, tenhamos a devida atenção ao mandamento do Filho, o edificador do povo de Deus, e não nos deixemos induzir pelo engano do pecado. Que para nós a verdade e o levar a vida em integridade sejam prioridades, e que busquemos andar nos caminhos de Deus e jamais procuremos os prazeres nas maneiras que o mundo age.

2-1. A humilhação do servo.

Jesus Cristo cumpriu plenamente a profecia do Servo Sofredor (Isaías 53). Antes de vir ao mundo, Cristo desfrutava de completa igualdade com o Pai (João 17.24). Todavia, com o propósito de tirar o pecado do mundo, abriu mão voluntariamente dos privilégios e da glória de sua autoridade celestial, desfez-se de seu esplendor, da sua posição majestosa para identificar-se com a humanidade pecadora. Ele abriu mão de tudo o que era seu, era rico e por amor a humanidade se fez ser humano e tornou-se pobre (2 Coríntios 8.9; Filipenses 2.7-8). Sua humilhação estava associada aos seus sofrimentos, como o fato de sua humilde origem como carpinteiro em Nazaré, cidade sem importância, que ficava 26 quilômetros a oeste do sul do lago da Galileia (João 1.46). Foi ultrajado, pelas circunstâncias de ser perseguido, importunado e menosprezado pelos poderes políticos e religiosos; emudecido perante os seus recriminadores; espancado impiedosamente e sentenciado como blasfemador de Deus e revolucionário, injustamente. E por fim, crucificado e morto entre dois criminosos.

Muitos leitores da Bíblia Sagrada enxergam em Filipenses 2.6-11 um hino de louvor cantado pelos cristãos da Igreja Primitiva. Sendo um cântico de louvor ou não, o fato é que esses versículos descrevem o Messias antes de sua vinda a este mundo, sobre a sua humildade e obediência a Deus como Aquele que viria e com toda determinação levaria o pecado do mundo (Mateus 8.17;1 Pedro 2.24).

3. O perigo de começar, mas não terminar

Estes sempre erram em seu coração e não conhecem os meus caminhos" (Hebreus Hebreus 3.10 b). Com estas palavras o autor mostra o perigo de começar, mas não chegar. De andar, mas se desviar. Alguns do antigo povo de Deus haviam começado bem, mas terminaram mal. Muitos caíram pelo caminho, desistiram da estrada. O mesmo risco estava ocorrendo com os cristãos neotestamentários, eles haviam começado bem, mas estavam correndo o risco de caírem e perderem a fé. O alerta é para nós também

3-1. O exemplo a ser seguido.

Na época em que esteve na Terra como gente de carne e ossos, Jesus nos deu a perfeita vivência a ser imitada. Ele realizou completamente o desejo do Pai celeste, agiu com toda coragem e serenidade. Amou o próximo com um amor inigualável (João 4.34; Lucas 4.18, 19). Por consequência lógica, a partir do exemplo do Salvador como base, somos incentivados a colocar em primeiro lugar o Reino de Deus, a pessoa do Altíssimo em todas as extensões de nossa vida, não deixando que nada ocupe o lugar em nosso coração. Desse modo, somos chamados por Cristo a amar o próximo na mesma intensidade do próprio amor que o Pai nos ama (Marcos 12.30-31).

Por atos e palavras, Jesus mostrou que o amor a Deus e aos outros são igualmente importantes e não podem ser separados (Romanos 13.8-10; Gálatas 5.14; Tiago 2.8; 1 João 4.20-21). 

CONCLUSÃO

Hebreus 3.6 (cujo paralelo é 1 Timóteo 3.15) nos fala sobre a necessidade de tão somente conservarmos firmes a esperança e a confiança. O autor vê a vida cristã dentro de um contexto escatológico, não imediatista, ao falar de confiança e esperança. E por este ângulo chama a nossa atenção para não desanimarmos na fé. Quem faz parte da Igreja de Deus precisa demonstrar confiança a fim de poder ter esperança até o fim.

E.A.G.

Compilações:
A Supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus, José Gonçalves, edição 2017, páginas 40, Bangu, Rio de Janeiro / RJ (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 19, nº 73, página 37, janeiro a março de 2018, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Lições Bíblicas / Professor. A Supremacia de Cristo; José Gonçalves; 1º trimestre de 2018; páginas 19 a 25 ; Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Uma salvação grandiosa

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O encorajamento do escritor da Carta aos Hebreus, no capítulo 2, versículos 1 ao 18, refere-se à grandiosidade da salvação proporcionada por Jesus, que é resultante da graça divina. A única maneira de cada um de nós nos manter no rumo certo é viver em Cristo, reconhecer que Ele pagou um alto preço para nos livrar da condenação eterna, quando voluntariamente passou pelo sacrifício vicário da cruz.

I - UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA

1. Testemunhada pelo Senhor.

Hebreus, 2.1-4, relaciona uma mensagem estimulante com um aconselhamento enfático. com a finalidade de deslocar seus leitores a uma nova confiança, a uma esperança e fé resoluta em Cristo. Tal explanação bíblica do autor é originária de sua cuidado amoroso por seus leitores em face a situação perigosa que atravessavam.

Para redimir a humanidade pecadora, Cristo assumiu a forma humana a fim de se identificar conosco e nos oferecer a salvação. Ele morreu por nós, mas ao terceiro dia ressuscitou coroado de glória e honra.

A Antiga Aliança foi intermediada por anjos, a Nova Aliança tem Jesus, o Filho de Deus, como Mediador, pois foi Cristo, e não os anjos, quem nos ergueu a uma condição elevada, a de filhos e filhas de Deus e manifestou essa tão grande salvação:
• Nenhum dos anjos tinha capacidade de trazer a nova relação entre irmãos (Hebreus 2.2-13).
• Nenhum dos anjos foi capaz de livrar o homem do medo da morte (Hebreus 2.14-16);
• Nenhum dos anjos tinha competência para realizar a obra da remissão pelos pecados (Hebreus 2.17-18).
Por serem mediadores da Lei, os anjos originavam enorme  apreciação e respeito dos judeus por eles. Se uma Aliança estabelecida na Lei, mediada por anjos, inferior e provisória, exigia obediência por parte dos crentes, quanto mais a Nova Aliança que é perfeita e perpétua.

Sobre a supremacia de Cristo, não há nada melhor e maior que Jesus, seu sacrifício foi único, perfeito e estabeleceu uma Nova Aliança entre Deus e os homens.
• Hebreus 1.2: revelada por meio da sua filiação. Sendo Jesus o Filho de Deus, possui natureza divina e eterna.
• Filipenses 2.6-9: a superioridade de Cristo veio por adoção; o nome de Jesus está acima de todos os nomes.
• Colossenses 2.15: através do triunfo na cruz do calvário Jesus foi glorificado ao destronar em definitivo as hostes do mal.
2. Proclamada pelos que a ouviram.

Em Hebreus 2,3 está claro que o autor não presenciou os atos de Jesus Cristo, porém recebeu a informação através "dos que a ouviram". O termo grego "bebaioô" (confirmada) passa a nós o sentido de segurança e confiança. Assim, entendemos que o que o Senhor anunciou e que depois foi apregoado por testemunhas oculares, serve de fundamento à fé cristã.

3. Confirmada pelo Espírito Santo.

A Igreja Primitiva, composta de crentes tanto da primeira como da segunda geração, estava habituada com a operação dos dons do Espírito Santo. Para o autor da Carta aos Hebreus, a salvação não aconteceu somente no âmbito teórico e abstrato. mas também no plano concreto e prático, por meio da difusão dos dons do Espírito.

A doutrina, que primeiramente foi divulgada pelo Senhor e testemunhada pelos que a ouviram, foi operacionalizada pelo Espírito Santo, através dos discípulos. A distribuição de dons que o Espírito faz executa cada milagre e sinal realizados na história do povo de Deus, tanto na geração da Igreja Primitiva quanto entre os cristãos que vivem nos dias atuais.

Uma das coisas que todo cristão pode fazer, depois da decisão de seguir a Cristo, é descobrir sua vocação cristã e os dons que o Espírito lhe  deu. Não deixe de ser ativo como membro da Igreja do Senhor.

II - UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA

1. Por intermédio da humanização do Redentor.

Cristo realmente se tornou humano. 2 Pedro 1.4 enfatiza isso com toda a clareza possível, afirma que o Filho de Deus não permaneceu na glória eterna, mas de maneira inexplicável ajuntou-se complemente com a nossa natureza humana. Como o ser humano perfeito, Jesus se tornou o verdadeiro representante da humanidade e o cumprimento absoluto do Salmo 8. Identificou-se plenamente com a condição dos homens, incluindo o sofrimento, com a finalidade de abrir o caminho para a salvação e agir de maneira eficaz como o Sumo Sacerdote de seu povo na presença de Deus (Hebreus 4.15-16; 5.6).

O Evangelho de Cristo tem como foco central transformar a natureza do ser humano. No idioma grego, o termo "salvação" é "sõteria". Denota "libertação, preservação, salvação". Não alcança apenas a esfera espiritual futura, é capaz de produzir satisfação pessoal ao cristão, na esfera física, no aqui e no agora. O significado tem a ver com o resgate do espírito, da alma e do corpo. Envolve a libertação do pecado, libertação das doenças e da miserabilidade. Tem a ver com o bem-estar na vida no porvir e no viver o presente momento. É usado no Novo Testamento para se referir ao livramento material, temporal de perigo e apreensão e também ao ao livramento espiritual e eterno concedido imediatamente por Deus aos que aceitam a condições estabelecidas por Deus referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus. Ver: Lucas 1.69, 71; Atos 4.12;  7.25; 27.34; Romanos 1.16; e Efésios 1.13.

2. Por meio do sofrimento do Redentor.

Os sofrimentos do Redentor o qualificaram para ser o Autor da salvação do ser humano. Sofrer pelos pecadores era detalhe necessário de sua missão redentora (Hebreus 2.7, 10).

No capítulo 1 da Carta aos Hebreus, o escritor mostra ênfase à questão da divindade da natureza do Filho; porém, coloca enfoque em sua humanidade e na humilhação. O Filho, que já foi apresentado como superior aos anjos, teve de ser feito "um pouco menor do que os anjos".

Cristo é superior aos anjos e a todas as coisas, a salvação que Ele dá é o maior bem que o ser humano pode receber, por este motivo não desprezemos tal favor. Os anjos, têm a missão de servir aos homens, que hão de herdar a salvação, como espíritos ministradores; Jesus Cristo é o Príncipe da salvação da humanidade, é o Salvador de todos que se chegam a Deus através dEle (Hebreus 1.4; 2.10; 7.25).

3. Por intermédio da glorificação do Redentor.

Convinha que Cristo fosse humilhado, sofresse e morresse, apesar de jamais ter pecado (Hebreus 4.15). Assim Ele completou a missão redentora que Deus tinha dado para Ele de ser o Salvador de todos (Hebreus 2.17-18; 5.8-9; 7.28). Por meio de seu padecimento e exaltação Deus, legitimamente, concluiu nEle a salvação da humanidade, pois a  missão redentora envolvia tanto sua humilhação como sua glorificação (Hebreus 2.7, 9-10).

Jesus possibilitou o domínio futuro do homem sobre a terra ao se tornar, Ele mesmo, encarnado e ao sofrer e morrer por todas as pessoas e ser coroado de glória e honra (Mateus 20.28; Marcos 10.45; Efésios 1.7; Filipenses 2.6-11; 1 Timóteo 2.6; Tito 2.14).

III - UMA SALVAÇÃO EFICAZ

1. Vitória sobre o Diabo.

Somente por meio da morte de Jesus Cristo na cruz, o Diabo foi derrotado. "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo" - Hebreus 2.14.

O autor da Carta aos Hebreus usa o verbo "catargeo" para se referir à derrota do arqui-inimigo de Cristo e dos seres humanos. Este vocábulo significa "tornar inoperante" e "destronar". Portanto, na cruz Jesus Cristo desapropriou os principados e as potestades e nos garantiu a vitória (Colossenses 2.15).

2. Vitória sobre a morte.

Para que a salvação fosse efetivada, o Salvador precisava sofrer e morrer pela humanidade. A Carta aos Hebreus dá destaque à morte de Jesus, que livra os seres humanos da condenação eterna (Hebreus 2.9-10; 9.12, 14-15 e 26-28; 10.9-10, 19-20), sendo que a ressurreição é mencionada apenas uma vez (13.20-21).

O escritor ensina que Cristo é o nosso Sumo Sacerdote (2.17), que ofereceu a Deus o sacrifício que garante o perdão dos nossos pecados. O sacrifício dEle é a sua morte, com a qual Ele conquistou a nossa vida eterna (9.26; 10.25, 37).

3. Vitória sobre a tentação.

Bondoso e fiel no seu serviço a Deus, Cristo se fez propiciação pelo pecados de todos. A propiciação refere-se à satisfação da ira de Deus por meio da morte na cruz, diz respeito ao sacrifício para cumprir a justiça divina e obter  a reconciliação entre Deus e os homens  (Romanos 3.25; 1 João 2.2).

 Hebreus 2.17 revela que convinha que Cristo sofresse, para que se tornasse semelhante aos irmãos e ser o Sumo Sacerdote fiel e misericordioso e realizasse a expiação dos pecados. A expiação enfatiza a remoção de pecados pelo sacrifício que satisfez a justiça de Deus.

Como Sumo Sacerdote, Jesus se fez um igual aos seres humanos nos seus limites. Soube o que é ser tentado e por essa razão está em prontidão para nos socorrer. O pecado interrompe o relacionamento normal com Deus; a expiação remove o pecado e restaura o relacionamento.

Sobre provas e tentações, reflitamos mais:
• 1 Coríntios 10.13: "Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar".
• Tiago 1.12: "Bem-aventurado é aquele que suporta com perseverança a provação. Porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam".
CONCLUSÃO

Diferente do que declara a doutrina calvinista, todos devem perceber que a salvação não é algo dado ao crente compulsoriamente, por isso, é necessário ser vigilante e não desprezar a graça recebida.

Equivocadamente, alguns cristãos se deixam seduzir pelo judaísmo, legalismo, sem se darem conta que o autor da Epístola aos Hebreus ao escrevê-la teve como proposta mostrar que Jesus é superior aos anjos, aos profetas e ao sistema levítico de sacrifícios. Ou seja, afirmou que Cristo é superior a todas as coisas e mediante o seu sacrifício na cruz nos concedeu uma salvação gloriosa.

Não nos esqueçamos: a grandiosa salvação pela fé em Cristo é eficaz.

E.A.G.

Compilações:
A Supremacia de Cristo. Fé, esperança e ânimo na Carta aos Hebreus, José Gonçalves, edição 2017, páginas 30, 32, Bangu, Rio de Janeiro / RJ (CPAD). 
Ensinador Cristão, ano 19, nº 73, páginas 31 e 36, janeiro a março de 2018, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD).

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A Carta aos Hebreus e a Excelência de Cristo

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A Carta aos Hebreus é a única no Novo Testamento cujo autor e o receptor não são revelados. E uma vez que não menciona a destruição de Jerusalém, que teve lugar em 70 d.C., provavelmente foi escrita entre 64 e 68 d.C.

I - AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO

1. Autoria

A Carta aos Hebreus não revela o nome de seu autor. Ainda hoje é objeto de debates polêmicos entre os historiadores e teólogos que discutem o seu conteúdo e principalmente quem a escreveu. A autoria da epístola não é tão clara como a de outros livros do Novo Testamento, e isto tem sido motivo de controvérsia desde os primeiros tempos. As igrejas do oriente e do ocidente debateram sobre quem era o autor do livro, há vários motivos para se pensar em nomes como Paulo e Barnabé, Lucas, Apolo ou Clemente.

► Sumário: A Supremacia de Cristo - Fé, Esperança e ânimo na Carta aos Hebreus

domingo, 24 de dezembro de 2017

Jesus nasceu e está vivo



Por José Wellington Costa Junior

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: 'Maravilhoso Conselheiro', 'Deus Forte', 'Pai da Eternidade', 'Príncipe da Paz'" - Isaías 9.6.

“E você, Belém-Efrata, que é pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de você me sairá aquele que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" - Miquéias 6.2.

"Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo" - Mateus 2.1-2.

"O anjo, porém, lhes disse: Não tenham medo! Estou aqui para lhes trazer boa-nova de grande alegria, que será para todo o povo: é que hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor" - Lucas 2.10-11.

Essas mensagens registradas na Palavra de Deus e tantas outras são repetidas várias vezes há muitos anos em nossas Igrejas, principalmente por ocasião do Natal.

Neste mês de dezembro, o mundo cristão comemora o Natal de Jesus. Trata-se de um mês diferente dos demais porque se percebe nos rostos, nos olhares e até no comportamento das pessoas um anseio em não deixar esta data passar em branco. A maioria das família desfruta de momentos especiais, promovendo a tão esperada e desejada Ceia de Natal, com troca de presentes, crianças felizes abrindo pacotes que escondem brinquedos tão aguardados, além de pais alegres em conseguir presentear seus filhos e em ver a felicidade estampada em seus rostinhos.

Há um ar de alegria, felicidade, paz, amor e união; o sentimento natalino é contagiante. Nas igrejas, em geral, apresenta-se uma programação especial dando destaque a tudo o que a Bíblia relata a respeito do nascimento de Jesus. É sempre muito bonito e emocionante assistir as crianças apresentando suas bem ensaiadas poesias e louvores, adorando o Senhor Jesus, o motivo de toda essa euforia.

Nós, que somos crentes, temos muitas razões para comemorar o Natal do Senhor Jesus Cristo, pois estamos certos do significado de seu nascimento. Embora não se saiba a data exata em que Ele nasceu, temos a plena certeza que Jesus nasceu. E seu nascimento mudou a história da humanidade; mudou a nossa história. Condenados que estávamos pelas nossas transgressões, Ele nos abriu a porta da salvação, através de um plano divino projetado no céu, cujo início se deu naquela simples manjedoura em Belém.

Profecias já tinham vaticinado esse tão grande acontecimento. Era a esperança trazida a uma humanidade pecadora e sem expectativa de salvação e que, finalmente, se tornara real e concreta em Jesus.

Por isso, desfrutemos e adoremos ao Senhor nosso Deus neste momento ímpar, neste mês que se comemora o Natal de Jesus. Permitamos que essa alegria nos envolva, não somente devido às comemorações, mas, principalmente, devido ao verdadeiro significado do Natal.

Por fim, há algo para o qual chamo a atenção de todos os que servem a Jesus: devemos viver esse clima envolvente do Natal todos os dias. Em todo tempo, através da salvação que alcançamos pelo sacrifício na cruz do Calvário, o Senhor Jesus nos concede e nos permite desfrutar desse amor, dessa paz, dessa alegria e da certeza de que um dia virá para nos buscar e então com Ele vivermos eternamente. Ora vem, Senhor Jesus!

Como está o teu viver no dia a dia? Você tem desfrutado da salvação, da paz e da alegria que o Senhor Jesus te oferece? Tenho a plena certeza de que o desejo dEle é que todos alcancem o que de melhor Ele coloca à nossa disposição.

Que a alegria do Natal esteja presente em todos os dias da nossa vida e que o Senhor Jesus, que nasceu em Belém da Judeia, permaneça vivo em nossos corações. Feliz Natal a todos.

__________

Pastor José Wellington Costa Junior é presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).

Nota do Editor de Belverede: Os textos bíblicos citados nesta postagem são extraídos da tradução Nova Almeida Atualizada (NAA), porém o autor do artigo fez uso da tradução Almeida Revista e Corrigida (ARC). As duas versões são da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).

Fonte: Mensageiro da Paz, ano 87, número 1591, dezembro de 2017, coluna Palavra Pastoral, página 2, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (CPAD). 

sábado, 9 de dezembro de 2017

O exemplo do missionário que veio de mais longe

Por Juraci Alves Pereira

Para início, vejamos o que disse o Senhor em João 20.21: "E Jesus lhes disse outra vez: — Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês."

Como muitas vezes acontece, o "segredo" está nas pequenas palavras, no caso "assim como". Veja: assim o Pai me enviou, e como foi que o Pai enviou? Ou melhor seria, como fez o Filho ao ser enviado? Deixou a sua "casa", deixou a sua "terra" e veio estar aqui. E o que Ele fez aqui? Encarnou, se fez gente, se identificou conosco.

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai" - João 1.14.

Mais ainda que o apóstolo Paulo, Jesus é o exemplo melhor daquilo que um missionário deve ser e fazer. Jesus, que de mais distante veio, humilhou-se, tendo um corpo divino aceitou trocá-lo por um corpo mortal (Hebreus 10.5). Ele comeu o que o povo comia; falou a língua que eles falavam; andou como pobre em meio aos pobres; enfim, vestiu a pele daquela gente.

Não há missionário de fato se não houver renúncia. Infelizmente, se tem visto alguns supostos missionários (as) ociosos, que ao invés de renúncia querem tirar proveito para si próprios. 

Tudo o que Jesus falava, fazia, pensava e sentia girava em torno de salvar almas. Nós precisamos de um sentimento mais profundo pelas almas que ainda não conhecem a salvação. Quando é despertado este sentimento no cristão, que por sinal é o mesmo que havia em Cristo, haveremos de trabalhar mais, orar mais e contribuir com amor, visando alcançar o maior número possível de almas.

Jesus veio fazer o que ninguém poderia fazer. Ele veio viver a nossa vida e morrer a nossa morte, mudar a nossa sorte. Agora a responsabilidade é nossa. Precisamos pregar o Evangelho a toda criatura. Façamos mais pela Obra Missionária.

Juraci Alves Pereira, pastor, dirigente da Secretaria de Missões da Assembleia de Deus do campo Piedade.

Fonte: jornal Atalaia, página 5, abril de 2005.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Adotados por Deus

Por Eliseu Antonio Gomes  

INTRODUÇÃO

Além de justificar, regenerar e santificar, características de mudança da nossa posição diante de Deus, o Pai deseja estabelecer conosco um relacionamento mais próximo, mas íntimo. 1 João 3.1.

I - O CONCEITO BÍBLICO DE ADOÇÃO

1. Conceito bíblico e teológico.

Para se tornar filho de Deus, o ser humano precisa crer no sacrifício vicário de Cristo. Esta é a promessa dada pelo Pai celeste para ser recebido como filho por adoção. No passado éramos escravos do pecado e filhos da ira, mas pela graça hoje somos filhos e herdeiros conforme a promessa (João 1.12; Gálatas 4.5). 

Uma das tarefas do Espírito Santo é criar no cristão autêntico a convicção de filiação e de amor filial que o leva a experienciar um relacionamento íntimo com Deus.  Sobretudo, o envio do Espírito Santo aos nossos corações define a nossa filiação com Deus e sua plenitude continuada nos leva a conhecê-lo como Pai amoroso (Atos 1.5; 2.4; Efésios 5.18; Gálatas 4.6). 

A adoção é uma dádiva misericordiosa do Criador, que nos possibilitou sermos adotados como filhos de Deus. Dessa maneira, saímos da posição de meras criaturas. escravos do pecado, para desfrutar do privilégio de pessoas espiritualmente livres, almas que desfrutam dos inumeráveis efeitos resultantes do sacrifício perfeito de Jesus Cristo.

Cabe aos filhos de Deus mais do que apenas ter fé (pistis, no idioma grego); é necessário crer (pisteuo). No Evangelho de João (1.12) está revelado que Deus deu o poder de que sejamos seus filhos se crermos no nome - isto é, na autoridade que há no nome - de Cristo. Segundo o apóstolo, a fé salvífica se consiste em atividade, é uma vida de dedicação amorosa e abnegada que continuamente nos aproxima de Jesus como Senhor e Salvador (Hebreus 7.25).

Entre outros ensinamentos sobre a fé, aprendemos o seguinte na Bíblia:
• A fé surge através da boa disposição em ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10.17);
• No princípio, pode ser do tamanho de uma semente de mostarda (Lucas 17.6);
• Ela cresce (2 Tessalonicenses 1.3);
• Vence o mundo (1 João 5.4);
• Se devidamente cultivada é frutífera (Colossenses 1.6);
• Funciona pelo amor (Gálatas 5.6).
2. Benefícios da adoção.

Uma das prerrogativas da adoção é fazer parte da família de Deus. Por meio desta integração recebemos garantia, confiança e percepção de ser membro de um lar duradouro.

Na condição de filhos de Deus, não precisamos temer as forças invisíveis das trevas. Paulo escreveu afirmando que os verdadeiros crentes são transportados da escuridão para a luz, da condição de escravo para a libertação plena, da culpabilidade para o perdão e da força de Satanás para o poder insuperável de Deus. Colossenses 1.13.

Às vezes, o templo de uma religião é chamado de casa de Deus. Na verdade a casa de Deus não é a construção, erigida por mãos humanas, mas, sim, as pessoas que se converteram a Cristo. Deus vive em nós e através de nós Ele se apresenta aos olhos do mundo. Quem está próximo de alguém que serve ao Senhor tem a oportunidade de entender que Deus é amor e Cristo é o Senhor, se vivemos em harmonia com os demais e de acordo com o que as Escrituras Sagradas determinam (Efésios 2.19).

Nossa conduta deve refletir a submissão a Cristo; quando agimos assim, somos cidadãos do reino de Deus e membros de sua família. 

3. Herdeiros da promessa.

Sabemos que Deus ama todas as criaturas e que o sacrifício de Cristo foi feito em favor de todos, mas somente aqueles que pela fé, recebem a Jesus como Salvador podem se tornar filhos. Todo aquele que aceita Cristo em seu coração como seu Senhor, renasce espiritualmente, e ganha uma nova vida de Deus. Através da fé no Unigênito do Pai Eterno, este novo nascimento acontece de dentro para fora; nossos comportamentos, nossos desejos e motivações são reorganizados (João 1.12). 

Ao se tornar cristão, o crente reconhece a Cristo como Senhor e também que sua obra traz salvação. Quando Cristo nos salva, mudamos de uma vida cheia de pecados para uma vitalidade sob à orientação do Espírito Santo. Nos arrependemos, confessamos os pecados e todos os pecados são lavados. Ganhamos a vida eterna com todos os seus tesouros. Temos um novo vigor através da instrução que recebemos do Espírito Santo, e Ele constantemente renova os nossos corações. (Ver: Tito 3.7).

Paulo usou a figura da adoção  para exemplificar o novo envolvimento do cristão com Deus. Na cultura romana, o filho adotado perdia todos os direitos que possuía em relação à família anterior e recebia todos os direitos de filho legítimo em sua nova família. Ele se tornava beneficiário dos bens do seu novo pai. De igual modo, quando alguém se torna um cristão, recebe todos os privilégios e responsabilidades de filho na família de Deus. A maior distinção é ser conduzido pelo Espírito Santo (Gálatas 4.5-7).

Os judeus esperavam avidamente por uma herança na Terra Prometida (Números 32.19; Deuteronômio 2.12; 19.8). Hoje os cristãos aguardam, ardentemente, por uma herança familiar na cidade eterna de Deus. Esta posse que Deus nos reserva nunca desaparecerá, jamais será estragada pelo pecado (1 Pedro 1.4).

II - A ADOÇÃO NO TEMPO PRESENTE

1. Parecidos com o Pai.

Segundo a nota de rodapé da Bíblia de Estudo Defesa da Fé, para a referência de Isaías 64.6, o profeta compara as "justiças" do povo hebreu com "trapo de imundícia", que era um pedaço de pano usado pelas mulheres coletarem o seu fluxo menstrual. Este momento do mês das mulheres é comparável com a situação de impureza ritual de crentes em práticas do pecado, pois impedia que a pessoa entrasse no lugar de adoração. Até o ser humano mais desprezível é capaz de realizar coisas boas em favor do indivíduo com o qual se preocupa, porém Deus não avalia tal ação com benevolência se a ação bondosa é corrompida pelo egocentrismo interesseiro.

Do lado extremo oposto dessa questão, à medida que vivemos em Cristo, começamos a nos concentrar em Deus, as coisas do espírito começam a tomar forma. Como filhos do Pai celeste, vivemos em obediência à Palavra de Cristo, que nos traz a revelação interior da Divindade. E interiormente provamos, sentimos, ouvimos a Deus, que é o nosso Tudo. Porque em Cristo somos filhos do mesmo Pai, temos a garantia de filiação eterna para sermos livres da condenação do pecado. E cada vez mais usufruir do fato de o Pai celeste estar presente, comprovadamente o nosso grande Tudo.

Portamos a imagem de Deus hoje, não exatamente igual, porque o Criador não possui corpo físico.  Alguns pensam que nossa razão, criatividade, discurso e autodeterminação são a semelhança que temos com o Criador. Nunca seremos totalmente como Deus. Em vez disso, somos reflexos da sua glória e, uma vez em Cristo essa imagem é potencializada pela manifestação do amor de Deus em nós. Temos a capacidade de refletir seu caráter através do amor, do perdão, da paciência, da bondade e fidelidade (Gênesis 1.26; 1 João 4.8).

Há uma esperança aos que são chamados filhos de Deus. Esperamos o dia em que haveremos de ser semelhantes a Cristo (1 João 3.2-3). A vida cristã é o processo no qual a cada dia nos tornamos cada vez mais semelhantes a Cristo (Romanos 8.29). Este processo não estará completo até que vejamos Cristo face a face (1 Coríntios 13.12, Filipenses 3.21). Saber que este é o nosso destino final deve servir à purificação pessoal, desejar e nos esforçarmos para estar moralmente adequados na presença de Deus. É sabido que Ele nos purifica, porém é necessário que façamos a nossa parte (1 Timóteo 5.22; Tiago 4.8; 1 Pedro 1.22).

2. Ser amado pelo Pai.

O processo de adoção, pelo qual passamos ao aceitar a obra da salvação  de Cristo, é a prova do grande amor de Deus por nós, os seus filhos.  Viver sem a graça de Cristo significa estar em estado de miserabilidade, em escravidão e derrotado. A liberdade da condenação, a vitória sobre o pecado e a comunhão com Deus nos vêm pela união com Cristo, mediante o Espírito Santo, que em nos habita (1 João 3.1; Romanos 8.1).

A culpa do pecado, as angústias do medo da perdição eterna e a escravidão do pecado não nos afrontam mais, pois em Cristo não há mais condenação. Temos a certeza da ressurreição de Cristo, e que chegará o momento em que receberemos um corpo glorificado e viveremos para sempre na casa celestial, preparada por Cristo (João 14.1-2).

1 João 4.16-21 mostra a declaração do amor de Deus por nós. Na leitura deste trecho bíblico compreendemos que é inevitável a quem ama o Pai celeste praticar o bem revelado em suas ações; o filho de Deus é crente amoroso, em consequência da sua proximidade do Pai. Por ser amável e afetuoso,  tem confiança de sua salvação, não tem medo do dia do juízo final.

3. Os direitos e os deveres na adoção.

Da mesma maneira que os filhos de Deus têm direitos, também possuem deveres a cumprir, exemplarmente:
• Distanciar-se do mundo e do que é impuro (2 Coríntios 6.17, 18; Apocalipse 21.7);
• Ser praticante da justiça ensinada nas Escrituras e amar o irmão (1 João 3.10);
• Empenhar-se para viver conforme a perfeição do Pai (Mateus 5.48);
• Amar os inimigos; falar bem dos maldizentes; agir de forma correta com quem nos odeiam; e orar pelos que nos maltratam e perseguem (Mateus 5.44);
• Glorificar a Deus por todos esses deveres espirituais (Mateus 5.16).
III - A ADOÇÃO PLENA NO FUTURO

1. Filhos eternos.

Enquanto estivermos neste mundo tenebroso, é necessário ter em mente a dupla realidade que atravessamos: a aceitação por parte de Deus é garantida e ao mesmo tempo devemos nos esforçar para crescer espiritualmente. Sentimos a presença de Cristo e também a pressão da tentação indutora a pecar. Desfrutamos da paz com Deus e também enfrentamos problemas cotidianos. Ao experimentar os dois lados da realidade dos filhos de Deus aqui neste mundo, não podemos desanimar (Romanos 8.23). A alegria total do crente se dará somente quando da manifestação plena e literal de Jesus Cristo, na ocasião da sua vinda. Quando esta gloriosa realidade celestial ocorrer, então, teremos acesso à "incorruptível coroa de glória" (1 Pedro 5.4).

Em 1 Coríntios 5.1-10, encontramos o contraste entre o nosso corpo terreno com o nosso corpo da ressurreição. Há a clara declaração que o nosso corpo presente nos faz gemer e que quando morrermos não seremos espíritos sem corpos. Teremos corpos transformados, perfeitos para a nossa vida eterna.

Como filhos do Altíssimo, nosso valor próprio é baseado no fato que Deus nos ama e nos considera filhos. Somos seus filhos agora, não esperamos a adoção num futuro distante e incerto. Sabendo isso, estejamos cheios de vontade de viver conforme Jesus viveu neste mundo (1 João 3.1)..

2. Esperando a adoção completa.

A "adoção" é um termo jurídico, é o ato da graça soberana mediante o qual Deus concede a todos os direitos, privilégios e obrigações da filiação àqueles que aceitam Jesus Cristo. É uma realidade presente, mas será plenamente realizada na ressurreição dentre os mortos

3. A casa do Pai.

Toda criação aflige-se. A natureza animada e inanimada tornou-se sujeita às catástrofes físicas e ao sofrimento por causa das ações dos seres humanos pecadores.

Em Romanos 8.22-27 está apresentado três gemidos de origens diferentes:
• Da criação (versículo 22);
• Dos crentes (versículo 23);
• Do Espírito Santo (versículo 26).
Ao nos tornamos filhos de Deus, não nos tornamos divinos. A condição daqueles que são filhos de Deus os faz peregrinos e forasteiros nesse mundo caótico. Torna-os cientes portadores da cidadania celestial, junto com Cristo habitantes do céu. Contudo, a lição apresentada sobre o comportamento cristão, em 1 Pedro 2.11-17, sobre a conduta aqui na terra é que o crente deve viver de maneira irrepreensível, com vista a dar bom testemunho aos descrentes.

A morada definitiva do filho de Deus está localizada na cidade celeste (Filipenses 3.20). No Livro do Apocalipse (3.20), encontramos a descrição do novo Paraíso, com o rio da vida e a árvore da vida, para a cura das nações. Ali, na nova Jerusalém celestial não haverá doenças, dores, sofrimento, tristeza, nenhum motivo para derramar lágrimas.

CONCLUSÃO

Uma vez que somos filhos de Deus, para sempre o seremos. Nossas almas anseiam pelo momento em que poderemos adentrar à casa do Pai; naquele dia em diante, habitaremos com Ele para todo o sempre.

E.A.G.

Compilação:
A Obra da Salvação. Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida; Claiton Ivan Pommerening; página 122 - 127; 2ª impressão 2017; Bangu/RJ (CPAD);
Bíblia com Anotações A. W. Tozer, página 1280. edição 2013, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD)
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 6, 1413, 1565, 1648, 1674, 1723, 1763, 1785, EDIÇÃO 2004, Bangu/RJ (CPAD);
Bíblia de Estudo Pentecostal, 1569, 1711, 1713, 1799, 2ª impressão 2016, Bangu/RJ (CPAD);
Bíblia de Estudo Defesa da Fé, página 1144, edição 2010, Bangu/RJ (CPAD);
Bíblia Explicada, página 1346, novembro 2014, Bangu/RJ (CPAD);
Ensinador Cristão; ano 18; número 72; página 41; 4º trimestre de 2017; Bangu/RJ (CPAD);
Lições Bíblicas / Professor. A Obra da Salvação - Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida; Claiton Ivan Pommerening; 4º trimestre de 2017; páginas 78, 81; Bangu/RJ (CPAD).

sábado, 2 de dezembro de 2017

As 12 aparições de Jesus Cristo nos 40 dias após a ressurreição



1. Jesus aparece a Maria Madalena

"E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram os pés dele e o adoraram. Então Jesus lhes disse: Não tenham medo! Vão dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galileia e lá eles me verão."  - Mateus 28.9-10.

"Havendo Jesus ressuscitado de manhã cedo no primeiro dia da semana, apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios" - Marcos. 16.9

"Depois de dizer isso, ela se virou para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus" - João 20.14.

A ressurreição de Jesus
Sobre a ressurreição

2. A Pedro

"E apareceu a Cefas e, depois, aos doze" - .1 Corintios 15.5

Você me ama?

3. A dois discípulos no caminho de Emaús.

"Depois disso, Jesus manifestou-se em outra forma a dois deles que estavam a caminho do campo. E, indo, eles o anunciaram aos demais, mas também a estes dois eles não deram crédito." - Marcos 16. 12-13

4. O dia em que Ele apareceu aos discípulos, na ausência de Tomé

"Por isso, os soldados disseram uns aos outros:
— Não a rasguemos, mas vamos tirar a sorte para ver quem ficará com ela. Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Repartiram entre si as minhas roupas e sobre a minha túnica lançaram sortes.”
E foi isso que os soldados fizeram.

(João 19-24)

5. Aos discípulos quando Tomé estava presente.

"Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Então os outros discípulos disseram a Tomé:
— Vimos o Senhor.
Mas ele respondeu:
— Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, ali não puser o dedo e não puser a minha mão no lado dele, de modo nenhum acreditarei.
Passados oito dias, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos, e Tomé estava com eles. Estando as portas trancadas,
Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse:
— Que a paz esteja com você!
E logo disse a Tomé:
— Ponha aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda também a sua mão e ponha no meu lado. Não seja incrédulo, mas crente.
Ao que Tomé respondeu:
— Senhor meu e Deus meu!
Jesus lhe disse:
— Você creu porque me viu? Bem-aventurados são os que não viram e creram".

(João 20.24-29)

6. Na Galiléia, no mar de Tiberíades, a Pedro, João, Tiago, Natanael, e outros dois.

"Depois disso, Jesus se manifestou outra vez aos discípulos junto ao mar de Tiberíades" - João 21.1

7. Num monte na Galiléia, no episódio da Grande Comissão

"Os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes havia designado" - Mateus 28.16.

Marcos 16.14-18; Lucas 24.36-49; João 20.19-23; Atos 1.6-8.

8. A mais de 500 irmãos de uma só vez.

"Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria ainda vive; porém alguns já dormem" - 1 Coríntios 15.6.

9. A Tiago, o apóstolo.

"Depois, foi visto por Tiago e, mais tarde, por todos os apóstolos" - 1 Coríntios 15.7.

Sobre os quatro homens com o nome Tiago, no Novo Testamento

10. A todos os apóstolos reunidos.

"Depois, foi visto por Tiago e, mais tarde, por todos os apóstolos" - 1 Coríntios 15.7.

11. A todos os apóstolos na Sua ascensão.

"Então Jesus os levou para fora, até Betânia. E, erguendo as mãos, os abençoou. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu" - Lucas 24.50-51..

Veja mais: Marcos 16.19-20; Atos 1.9-11 50.

12. Ao apóstolo Paulo.

"Por último, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo" - 1 Coríntios 15.8.

E.A.G.

Textos bíblicos extraídos da tradução Nova Almeida Atualizada (SBB).