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sábado, 12 de maio de 2018

Cientista David Godall comete eutanásia aos 104 anos de idade



David Goodall, londrino com nacionalidade australiana, aos 104 anos de idade, cercado por netos e um amigo, colocou fim a própria vida em uma clínica na Balileia, a cidade considerada capital cultural da Suíça. A eutanásia ocorreu nesta quinta-feira, 10 de maio de 2018. Ele foi botânico e ecologista, pesquisador honorário da Universidade Edith Cowan de Perth, influente no estudo da vegetação, e teve sua fama acentuada ao trabalhar como editor-chefe da série de livros "Ecossistemas do Mundo", enciclopédia em 30 volumes, publicados entre 1972 a 2015 pela Elsevier.

A medicina confirma que a fé faz bem a saúde
Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia
Philip Nitschke – O Doutor Morte
Viver dói, a dor diz que você está vivo e pode ser feliz

Exceto pelo ensurdecimento, o cientista não tinha qualquer problema de saúde. Ao som de Beethoven, o cientista pôs fim a própria vida em uma clínica de suicídio assistido na Suíça. Talvez tenha escolhido tocar Beethoven porque como ele o compositor alemão também sofria com o mal da surdez. 

Goodall não tinha nenhuma doença grave ou terminal, mas alegava que já havia vivido muito e que sua qualidade de vida estava aquém da que gostaria. Após uma queda, ele ficou em seu escritório por dois dias até ser descoberto caído e levado para um hospital.

Aos 102 anos, Goodall chamou a atenção da mídia para si quando a universidade em que trabalhava o afastou de suas atividades "por razões de segurança"; acionou a imprensa tentando fazer com que as circunstâncias se revertessem conforme sua vontade. Apesar de criar um debate local sobre a força de trabalho de pessoas idosas, a universidade não o recolou em seu quadro de funcionários.

Depois disso, ele tentou, sem sucesso, tirar a própria vida na Austrália, o país onde morava. E decidiu transformar seu desejo de morte em uma missão a mídia teria que contar. Então fez campanha aos australianos, com o objetivo de receber a autorização legal para cometer o suicídio assistido. Sua campanha mórbida não obteve sucesso.

Na data do 104º aniversário, no início de abril deste ano, convidou a emissora estatal para registrar o momento em que apagaria as velas do bolo, ocasião que aproveitou para dizer sobre sua tristeza em ter atingido seu centenário e outra vez falar sobre seu desejo de morrer. Circunstância em que usou as câmeras de televisão como vitrine e divulgar que planejava viajar para Liestal, Suíça, onde uma clínica havia aprovado sua morte assistida.


O transporte foi pago, ao custo de 20 mil dólares australianos, pela Exit International, a instituição que ajuda suicidas a darem cabo de suas vidas. A Suíça não é o único país onde o suicídio assistido, ou eutanásia, é legal. Também está liberado na Bélgica, no Canadá, em partes dos Estados Unidos, na Holanda, e em Luxemburgo. Mas a Suíça é o único país em que o serviço também pode ser oferecido a estrangeiros. É por isso que Goodall voou para lá.

Antes de cometer o suicídio, o botânico fez uma grande conferência de imprensa para enfatizar a ideia da liberação da eutanásia ao redor do mundo. Declarou ele: "Eu não pensava  ir para a Suíça, embora seja um bom país. No entanto, preciso viajar, para ter a oportunidade de suicídio que o sistema da Austrália não permite. Estou muito ressentido. Percebam como minha vida aqui é insatisfatória em quase todos os aspectos. Quanto mais cedo chegar ao fim, melhor. Sinto tristeza pelo fato de uma pessoa como eu, que deveria ter direitos de plena cidadania, incluindo o direito de suicídio assistido, não tê-lo".

Instantes antes da morte, o idoso assinou documentos sobre sua decisão na presença da família e amigos e médicos, comeu peixe e batata frita, o prato preferido dele, e cheesecake, de sobremesa. Após ele mesmo aplicar a injeção letal, ouviu a Nona Sinfonia de Beethoven, conhecida pelo quarto movimento como Ode à Alegria. E morreu ao término dessa peça musical.
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Segundo a Exit International, Goodall não acreditava em nenhum tipo de continuação de vida após a morte. Ele pediu que nenhuma cerimônia fosse realizada em sua memória e que seu corpo fosse entregue à ciência ou que, em caso de rejeição, as cinzas fossem espalhadas na Suíça.

No processo pela qual passou para cometer a eutanásia, Goodall precisou apenas girar  uma espécie de roda, esta liberou uma substância letal, que ao fluir entrando em seu organismo através da corrente sanguínea do seu braço, não demorou para se mostrar eficaz em seu efeito.

Vale lembrar, o cientista morreu em seu suicídio na Suíça, após ter o pedido de suicidar-se negado na Austrália. Segundo a agência France Presse, o ato de eutanásia era totalmente proibido na Austrália, e no ano passado foi legalizado no estado de Victoria, mas apenas para solicitantes com doença em fase terminal.

É óbvio que todos que nascem sabem que em seu futuro há a sombra da morte. Goodall escolheu data e hora para dar fim em sua existência nesse mundo, e morreu da maneira que considerou ser a melhor possível. 

Fala-se em liberdade individual, o direito de acabar com a própria vida. Mas é preciso questionar isso, principalmente quando a pessoa não passa a certeza de que está com o controle total de suas faculdades mentais. Alguém aos 104 anos continua a raciocinar perfeitamente?

Seu suicídio ocorreu em conformidade com a lei daquele país, mas dificilmente será considerada em concordância com as diretrizes da Academia Suíça de Ciências Médicas. A instituição revisa o tema e demonstra posição contrária à escolha pela eutanásia. ​​

E.A.G.

Consultas:
Exame - Cientista australiano de 104 anos morre na Suíça por suicídio assistido - 10 maio 2018 - 09h56 - https://exame.abril.com.br/ciencia/cientista-australiano-de-104-anos-morre-na-suica-por-suicidio-assistido/
G1 - Cientista David Goodall, de 104 anos, morre na Suíça após suicídio assistido - 10/05/2018 08h16 - Atualizado 10 de maio de 2018 10h19 - https://g1.globo.com/bemestar/noticia/cientista-david-goodall-de-104-anos-morre-na-suica-apos-suicidio-assistido.ghtml
BZ Basel - Darum inszeniert der 104-jährige Australier David Goodall seinen Freitod in der Schweiz - atualização em 8 de maio de 2018 às 08h09 - https://www.bzbasel.ch/basel/baselbiet/darum-inszeniert-der-104-jaehrige-australier-david-goodall-seinen-freitod-in-der-schweiz-132543607

terça-feira, 24 de abril de 2018

Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia

INTRODUÇÃO

Em definição simplista, morte é o fim da vida, o término absoluto da vida. Na área da Ética, o modo de lidar com este vocábulo é intrigante, complicado e incômodo: Será que a pessoa acaba-se somente no momento em que seus sinais vitais já não são notados? Os dilemas éticos impelem a comprovar a falência encefálica de um adoentado antes mesmo da parada cardíaca.

Temas como eutanásia e pena de morte agitam profundamente as emoções de cada um de nós. Então, é sempre pertinente refletir sobre como é digno de apreço o tempo de existência do ser humano. A cada novo amanhecer surgem novas oportunidades dadas por Deus para que vivamos melhor. Se procedemos ofensivamente, há a chance de corrigir o erro. Se não erramos, temos a possibilidade de reafirmarmos ainda mais a confiança nAquele que é a fonte de todo contentamento. Em ocasiões extremas, temos a oportunidade de confirmar a fé e a crença nas promessas contidas na Palavra de Deus. Em todas as circunstâncias, celebremos a vida (Salmo 118.24).

I - A PENA DE MORTE NAS ESCRITURAS


1.1 No Antigo Testamento.

"Não seria justo que uma pessoa que mata, também morra?" Às vezes, tal indagação surge de alguém que perdeu uma pessoa querida, envolve os sentimentos de tristeza e justiça. A situação possui cunho da Ética Cristã. É preciso formar opinião com base bíblica sobre casos assim.

A pena de morte perpassa a história da humanidade e é bíblica. O Antigo Testamento estabelecia a pena capital. No tempo de Noé, ela é vista possivelmente como forma de frear a violência que multiplicava-se naquela civilização.

Após a saída dos israelitas do Egito, a pena de morte fez parte do código da lei mosaica, foi regulamentada tendo como base o Decálogo, normatizando-se a penalidade para diversos delitos. Foi usada como castigo: "sangue por sangue e vida por vida" (Êxodo 21.12, 23). Instituída para punição a quem praticasse crime intencional, premeditado, valendo-se de má fé. O regulamento não contraria o sexto mandamento, pois o verbo hebraico rãtsah presente na sentença "Não matarás" (Êxodo 20.13), significa "não assassinarás", proíbe de fato o homicídio doloso ou qualificado.

Quando o indivíduo era acusado de matar, a Lei de Moisés exigia que o Estado fizesse justiça. Para o devido processo legal ao menos duas testemunhas eram requeridas para a efetivação da demanda (Deuteronômio 17.6). Assim, a sentença de morte do homicida era vista como a prática da justiça contra a impunidade. Porém, havia exceções. Quando Davi adulterou e premeditou a morte de Urias, a execução da pena de morte não foi aplicada ao monarca (2 Samuel 11.3,4,15; 12.13). Neste caso. Deus tratou pessoalmente do pecado do rei (2 Samuel 12.10-12).

A ideia de amenizar o uso da pena de morte surgiu com o advento do humanismo iluminista, por volta do século dezoito.

1.2 No Novo Testamento.

Nos Evangelhos, não houve abrandamento para a pena de morte.

João Batista, quando foi confrontado por grupos de pessoas arrependidas, que buscavam orientação para suas vidas, não recomendou aos soldados que deixassem a vida militar. Seu conselho foi no sentido de não tratar mal nem defraudar ninguém e que estivessem satisfeito com o salário  (Lucas 3.14).

Encontramos nas cartas de Paulo um ensino esclarecedor sobre este assunto. Na época em que o apóstolo viveu, havia uma sociedade em que a aplicação da pena de morte e o envolvimento na vida militar eram situações consideradas comuns. Ao magistrado, ou autoridade civil, estava confiada a "espada", isto é, o direito de tirar a vida àqueles que desobedeciam a lei. As orientações de Paulo sobre esta questão não ensina que  essa ordem seja, em essência, ímpia, nem que o poder da espada deva ser considerado diabólico, mas que o cristão deve se submeter e orar a favor daqueles que estão no poder (Romanos 13.1-4; 1 Timóteo 2.1-2).

No Antigo Testamento, ofensas como o adultério, o incesto, etc, eram punidas com a pena de morte. O Estado que punia estava sob o regime teocrático, não havia distinção entre o poder civil e o religioso. O Novo Testamento foi escrito para as igrejas em sociedades não teocráticas. Obviamente, as igrejas não têm poder de aplicar a pena capital e este nunca foi o seu papel. Em Romanos 13.1-7, Paulo define o poder da sociedade civil e exorta a igreja não a aplicar as penalidades que competem às autoridades, mas sim a se sujeitar às autoridades do poder civil nesse aspecto.

No assunto da pena de morte e em todos os outros, necessitamos ter em vista uma ética que se preocupe com a vida em sua integralidade, durante toda a existência da pessoa. Jesus possui em favor de toda a humanidade a 'ética do cuidado'. Ensina a valorizar a vida acima das coisas. O cristão precisa praticar a Ética de Cristo, que nos transforma em modelos da prática do amor ao próximo e, principalmente, aos mais necessitados. Fazendo assim, o cristão não agirá como transgressor da lei vigente na sociedade em que é cidadão.

Em nossos dias, existe uma grande discussão sobre o assunto, embora não haja consenso. Em função da progressão da violência existente, não são poucas as pessoas que desejam a pena capital. Embora haja respaldo bíblico para a pena de morte, nós cristãos continuamos a crer que existe a verdadeira transformação, aquela operada pela regeneração em Jesus Cristo e atuação do Espírito Santo no homem interior.

O cristão autêntico tem a obrigação de esforçar-se para estudar a Bíblia Sagrada e tornar-se apto a refletir sobre a pena de morte partindo de um embasamento bíblico-teológico, à luz da Ética Cristã. Fazendo assim, passará a reconhecer que na Bíblia há respaldo para a pena de morte, não como regra, mas como exceção.

II - EUTANÁSIA: CONCEITOS E IMPLICAÇÕES



2.1 O conceito de eutanásia.

O vocábulo "eutanasia" foi usado pela primeira vez pelo filósofo inglês Francis Bacon (1561-1627). Etimologicamente a palavra "eutanásia" vem de dois termos gregos: eu, com significado de “boa” ou "fácil" e thánatos, que significa "morte". A junção destes dois termos resulta na expressão "boa morte", também conhecida como "morte misericordiosa".

Os únicos textos bíblicos que fazem referência à eutanásia, em algum sentido dessa palavra, são Êxodo 23.7 e 2 Samuel 1.1-16. No primeiro, vemos que Deus proíbe o povo matar inocentes; e o segundo ilustra este princípio por meio da posição tomada por Davi contra o amalequita que requereu o mérito da haver tirado a vida de Saul, supostamente transpassado por uma espada em campo de batalha.

Nos dias atuais, tal procedimento é usado por médico, através da aplicação de algum tipo de agente (substância, medicamento, etc.).

Aqueles que defendem acelerar a morte de pacientes em estágio terminal, alegam que o objetivo é levá-lo à “morte misericordiosa”, pondo fim ao seu sofrimento intenso, argumentando que “não se deve manter artificialmente a vida subumana ou pós-humana vegetativa”, e que se deve evitar o padecimento de pacientes desenganados, com doenças incuráveis, moléstias prolongadas tais como câncer, AIDS e outras.

O grande apego emocional ao ente querido que se encontra desenganado pela medicina é uma circunstância delicada da Ética Cristã. Familiares e amigos, perguntam: Como não pensar em pôr fim ao sofrimento intenso da pessoa que amamos? 

Nestes casos, a definição de misericórdia aplicado à eutanásia é errada, pois a prática da misericórdia significa em ter a disposição para fornecer socorro até às últimas consequências, e isto não abrange tirar a vida com a suposta justificativa de estar abrandando a aflição de alguém.

A morte na Bíblia não é boa por definição. É a consequência do pecado e o apóstolo Paulo a chama de seu último inimigo (Gênesis 2.7; Romanos 3.23;1 Coríntios 15.26). Como é possível estar cumprindo a vontade de Deus ao praticar um ato que adianta a morte física de uma pessoa? Levando em consideração o ensino bíblico sobre o tormento eterno, que é tudo o que o futuro reserva àqueles que morrem sem conhecer a salvação em Jesus, como podemos antecipar a morte e provável tormento eterno de alguém motivados pela "misericórdia"?

2.2 As implicações da eutanásia.

O argumento em favor da eutanásia é humano e não tem base bíblica. Alega que deixar alguém sofrendo sem a perspectiva de sobrevivência é menos moral do que acelerar a morte para tal pessoa.

A prática da eutanásia tem implicações de ordem legal, moral e ética.
a. Nos aspectos legais, a Constituição Brasileira assegura a "inviolabilidade do direito à vida" (Art. 5°). Assim, a "eutanásia" é tipificada como crime no Código Penal Brasileiro (Art. 122). No entanto, tramita no Senado Federal o Projeto de Lei n° 236/12 (Novo Código Penal) onde o juiz poderá deixar de aplicar punição para quem cometer a eutanásia seja ela passiva ou ativa.
b. Nas questões de ordem moral, nos deparamos com a violação do sexto mandamento "Não matarás" (Êxodo 20.13). Quando a "eutanásia" é consentida pelo paciente, surge o problema do pecado de suicídio. Pergunta-se ainda: a quem mais interessa a eutanásia? Ao paciente ou ao seu Plano de Saúde? As motivações parecem ser mais econômicas que humanitárias?
c. Legal. A eutanásia é um crime contra a vontade de Deus explícita no Decálogo. Portanto, somente Deus tem o direito de dar a vida e de tornar a tirá-la, pois é santa em si e em sua finalidade. Inevitavelmente, se reconhece o posicionamento da Bíblia neste assunto da eutanásia. Ela diz: “Não matarás…” (Êxodo 20.13). Daí, a tradicional ponderação de que a ação do médico, tirando a vida do paciente, é uma atitude contra a vontade de Deus, equiparável ao assassinato ou homicídio.
É importante saber respeitar o corpo humano como propriedade de Deus. “Matar por misericórdia”, mesmo com consentimento de quem está sofrendo, não é moralmente correto, e tal pedido equivale ao suicídio. Portanto, quem pratica esse tipo de eutanásia é cúmplice de suicídio.
Se a pessoa em sofrimento é crente e confiou todos os dias nas mãos de Deus, como poderá desejar que um familiar ou médico decida precipitar o fim da sua vida física? O crente fiel sabe que Deus planejou e controla o número de dias de sua vida e confia que lhe dará o número apropriado para vivê-los. Sabe que faz parte dos propósitos de Deus permitir que a maioria de seus filhos atravessem períodos de aflições. Dias estes que contribuem para o seu amadurecimento e santificação (Romanos 5.3- e 8.28; 2 Coríntios 4.16, 17; Tiago 1.2-4).

Como cristãos, o nosso dever é aliviar o sofrimento das pessoas por outros métodos e não tirando-lhes a vida. Mostremos, pois, que Deus tem um firme compromisso com a pessoa humana, desde a concepção à morte natural. Devemos incentivar todo esforço na tentativa de sua cura, seja por medicamentos, seja pela prece realizada usando a fé:
 "A oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.15,16).
Nesses tempos difíceis e trabalhosos, que todas as pessoas desse mundo saibam que o cristão evangélico é contra a eutanásia, pois a vida é sagrada aos olhos de Deus. A única morte desejável e boa que a Palavra de Deus se refere é o morrer na esperança cristã, conforme escreveu o apóstolo Paulo: 'Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro'(Fp 1.21). Certamente, o Juramento de Hipócrates, proclamado pelos médicos, deve ser considerado, prescrevendo que os mesmos não devem “dar remédio letal a quem quer que o peça, tampouco… fazer alguma alusão a respeito 

III – A VIDA HUMANA PERTENCE A DEUS


3.1 A fonte originária da vida.

A frase "No princípio Deus...", em Gênesis 1.1 marca o começo do Universo no tempo e espaço. Explica a causa da existência de todas as coisas com respeito à criação. Refere-se à criação da Terra e de tudo o mais sem material pré-existente, trazidos à existência a partir do nada. Refere-se à ação criadora do Deus verdadeiro que não possui começo e fim. O versículo 27 deste mesmo capítulo e livro, fala do momento em que o Criador fez o ser humano do pó da Terra, fez o casal Adão e Eva, obra prima de suas mãos, segundo sua imagem e semelhança. Somente Deus dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas (Atos 17.25). A vida de toda a humanidade tem existência por causa da vontade do Altíssimo.

Jesus Cristo é o primogênito de todas coisas, sustenta todas as coisas vistas e não vistas e tudo subsiste e acontece dentro dessa realidade. Como Deus, Jesus Cristo criou o Universo material e espiritual para seu prazer e glória (Romanos 11.33-36; Hebreus 1.3; Colossenses 1.16-17). Assim sendo, o Senhor, que vive eternamente, é a fonte originária da vida e só Ele tem autoridade exclusiva para concedê-la ou tirá-la (Salmo 90.2; 2 Samuel 2.6).

3.2 O caráter sagrado da vida.

Reduzido à penúria total, sofrendo terrivelmente com chagas por todo o corpo, o patriarca Jó foi para onde os leprosos iam; o monte de cinzas fora da cidade, onde raspou suas feridas com um pedaço de cerâmica quebrada. Em meio a toda essa aflição, sua confiança permaneceu firme, de modo que sua esposa não pôde acusá-lo de insinceridade religiosa, como havia feito Satanás ao observá-lo cheio de saúde e prosperidade. Em essência, o argumento dela foi: "esqueça sua piedade e amaldiçoe a Deus e morra; não é mais necessário seguir na mesma fé de Abel, de Noé e de Abraão", dando a entender que a morte seria a solução de seus problemas. A resposta de Jó não foi um insulto ao dizer-lhe "como uma doida falas tu", mas a descrição da pessoa que despreza a Deus e à sua vontade. Ao rejeitar tal pensamento tolo, Jó demonstrou reconhecer o caráter sagrado da vida que Deus nos dá, e dessa maneira enalteceu a soberania divina sobre a existência humana e foi recompensado pelo Criador devido sua escolha em continuar a viver glorificando-o (Jó 2.9-10; e capítulo 42 inteiro; Salmos 14.1; 53.1).

Em Atos 3.15, Pedro descreve Jesus Cristo como o Autor da vida. A palavra grega para "autor" é originador ou iniciador de alguma coisa. Davi, no Salmo 36 e versículo 9, descreve ao Senhor desta maneira: " Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz".

O Senhor observa o desenvolvimento da criança ainda no útero da mãe. Ele vê o início da gravidez, período divinamente planejado pelo Todo Poderoso para que o embrião ou feto esteja no interior do ventre de sua genitora, protegido de intempéries agressivas e outros riscos à vida (Salmos 139.13-16). Tudo está visivelmente nítido aos olhos do Criador.

A vida é um dom de Deus concedida ao homem. Só ao Criador cabe o direito de concedê-la ou suprimi-la, direta ou indiretamente, sem que se configure um crime. A vida não pertence ao ser humano. Toda concessão continua sendo de domínio do seu proprietário. Assim, não é da competência deste homem decidir o momento em que sua vida, ou de quem quer que seja deva ser destruída. Temos a incumbência de agir como bom administrador ou mordomo, com a finalidade de futuramente prestar contas ao seu legítimo dono, que é Deus. 

CONCLUSÃO

Na busca de respostas consistentes sobre a pena de morte e a eutanásia, que todo cristão busque conhecer a doutrina da Bíblia Sagrada, com o objetivo de possuir condição ao comportamento respaldado na vontade de Deus. E ponderar que a vida humana, sua sacralidade e dignidade, têm origem no Criador. Sabendo que atentar contra a vida humana, que é dom divino, significa colocar-se contra a soberania do Autor da vida.

O poder absoluto sobre a vida e a morte pertence a Deus. A ideologia que propaga o direito do homem em exterminar a própria vida, ou a do outro, viola o propósito divino (João 10.10).

Eliseu Antonio Gomes. Belverede.E.A.G.

Compilações

Ética Cristã Hoje - vivendo um Cristianismo coerente em uma sociedade em mudança rápida, Alan Pallister, páginas 130, 131, 146, 147, edição 2005, São Paulo (Shedd Publicações).
Lições Bíblicas Adulto. Valores Cristãos - Enfrentando as Questões Morais de Nosso Tempo, Douglas Baptista, lição 5 - Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia, 2º trimestre de 2018.
Lições Bíblicas Adulto. Ética Cristã - Confrontando as questões morais. Lição 8: O cristão e a pena de morte, Elinaldo Renovato de Lima, 3º trimestre de 2002.
Lições Bíblicas Adulto, Ética Cristã - Confrontando as questões morais. Lição 9: O cristão, a eutanásia e o suicídio Elinaldo Renovato de Lima, 3º trimestre de 2002. 


segunda-feira, 4 de maio de 2009

PHILIP NITSCHKE – O DOUTOR MORTE

O médico australiano Dr. Philip Nitschke, mais conhecido como Dr Morte, por ser um ativista aguerrido nas campanhas em favor da eutanásia, ressurge na mídia do mundo outra vez. E novamente acompanhado do seu aparato apelidado de Kit Suicídio Do It Yourself (Faça Isso Com Você Mesmo). O kit é composto de um computador, um saco com gás hélio, morfina e outras drogas.

Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia
► Cientista David Godall comete eutanásia aos 104 anos de idade

Ele dará palestra em Bournemouth, Dorset, Brighton, Gloucestershire e Glasgow, fazendo demonstrações de como usar seu maquinário mortal.

O polêmico Nitschke é fundador da organização internacional Direito de Morrer. Ao encontrar resistência das autoridades e da sociedade em geral, argumenta: "É preciso haver uma reformulação da educação de pessoas e crenças em torno do assunto eutanásia. Tenho a impressão que o objetivo de todos é que o homem tenha um final de vida com indignidade, dor e angústia, sendo que ao mesmo tempo tomamos atitudes mais humanitárias quando encontramos animais em sofrimento extremo. Não existe lógica e nem maturidade nisso. O problema é que temos tido muitos séculos presos a religião."
A campanha do Dr. Nitschke, em favor da morte, já obteve sucesso em território Australiano. Em 1996 a lei da eutanásia foi aprovada. Na época ele auxiliou quatro doentes terminais a darem cabo das suas vidas. Em 2007, nove meses depois, a lei foi revogada.
O pensamento deste blogueiro é um só: Deus é o doador da vida e ninguém tem o direito de matar!
E.A.G.
Consultas: Aol News e Daily Mail