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domingo, 30 de maio de 2021

Quando o peixe quer o pescador como almoço

"Quando, dentro de mim, desfalecia a minha alma, eu me lembrei do Senhor ; e subiu a ti a minha oração, no teu santo templo" - Jonas 2.7.

Jonas sabia que os ninivitas eram idólatras, perversos e tinham enorme preconceito contra os israelitas (1.2). Então, assim que recebeu a missão para proclamar o arrependimento ao povo de Nínive, não quis obedecer ao Senhor e partiu em direção contrária ao lugar que deveria ir (1.3)

Quantas vezes já desprezamos o que o Senhor espera de nós? Não é prudente viver longe da vontade de Deus. Em desobediência, somos engolidos por circunstâncias fora do nosso controle. E dentro do "grande peixe" viajamos em direção à Nínive. 

Pela misericórdia divina, lá dentro do estômago nojento do animal marítimo, não somos dissolvidos com o restante de alimentos. Somos expelidos nas areias de alguma praia de Nínive, lugar que Deus pediu que fôssemos voluntariamente. 

Como estamos aportando no destino que Deus pediu para realizar a nossa missão? Chegamos carregados à força ou por vontade própria? 

O destino certo pode ser em um país remoto e hostil, a missão poder ser apresentar o plano da salvação aos que nunca ouviram falar de Jesus como Salvador e Senhor. 

Mas, também, o lugar que o Senhor quer que estejamos, pode ser dentro do próprio lar, participando das atividades da família. Estar ao pé da cama de um filho ou filha, para motivar o menino ou menina a orar orando junto, a missão pode ser declarar afetos contínuos ao estender a coberta sobre o garoto ou garota adolescente e dizer-lhe "eu te amo, durma com Deus."

Não espere pelo grande peixe para realizar o que Deus quer que faça. É possível evitar o sofrimento causado pela desobediência ao agir com prontidão. O caminho da obediência é melhor, o caminho da bênção nos enche de alegria e paz.

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Quando Jonas disse "não" a Deus


Como indicado em 2 Reis 14.25, Jonas era filho de Amitai e um nativo de Gate-Hefer, um vilarejo situado a 5 km em direção ao nordeste de Nazaré, dentro das fronteiras tribais de Zebulom. Profetizando durante o reinado de Jeroboão II e precedendo imediatamente Amós, ele foi um forte nacionalista que estava completamente consciente da destruição que os assírios haviam feito em Israel através dos anos. Jonas é indicado como o autor do livro que leva seu nome, que teria sido escrito por volta de 760 a.C. ou após 612 a.C.; a narrativa aborda a compaixão de Deus por todos os seres humanos e remete ao arrependimento e preparo ministerial dos servos do Senhor. 

A trajetória do profeta é bem conhecida por todos nós. A maneira pela qual ele tentou "fugir" da missão a ele confiada pelo Senhor, o terror do profeta quado se deu conta de que estava no ventre de um enorme peixe e o seu livramento. Mas a sua desobediência foi o fator que o conduziu a esta situação tão terrível.

O texto bíblico não deixa dúvida. " A palavra do SENHOR veio a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levante-se, vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela, porque a sua maldade subiu até a minha presença. Jonas se levantou, mas para fugir da presença do SENHOR, para Társis. Desceu a Jope, e encontrou um navio que ia para Társis. Pagou a passagem e embarcou no navio, para ir com eles para Társis, para longe da presença do SENHOR. Mas o SENHOR lançou sobre o mar um forte vento, e levantou-se uma tempestade tão violenta, que parecia que o navio estava a ponto de se despedaçar" (Jonas 1.1-4).

A narrativa prossegue e revela um panorama desesperador. Os passageiros e a tripulação corriam risco de vida: a iminência de um naufrágio avizinhava-se rapidamente. Entretanto, em meio àquele caos, os tripulantes descobrem o profeta que logo é convocado para clamar a Deus em busca de misericórdia. A tempestade amainou, logo os marinheiros decidiram lançar sortes para saber a causa de tão cruel tempestade.

Os tripulantes o interpelaram: "Agora nos diga: 'Quem é o culpado por este mal que nos aconteceu? Qual é a sua ocupação? De onde você vem? Qual a sua terra? E de que povo você é?' Jonas respondeu: 'Eu sou hebreu e temo o SENHOR, o Deus do céu, que fez o mar e a terra?'  Então os homens ficaram com muito medo e lhe perguntaram: 'O que é isso que você fez?' Pois aqueles homens sabiam que Jonas estava fugindo da presença do SENHOR, porque ele lhes havia contado (Jonas 1.7-10).

O texto é muito ilustrativo e esclarecedor. Jonas se conhecia e o Senhor também. O Senhor destacou o profeta fujão para realizar uma missão de impacto. Jonas estava identificado com aquela missão. Caso contrário, Deus não o escolheria, até porque leviandade não faz parte do caráter divino, e certamente não indicaria alguém incapaz, sem as características necessárias  para o cumprimento da tarefa.

O Criador conhece a nossa capacidade e nossas limitações. O Senhor analisa todos os pormenores e, então, convoca o mensageiro. Ele implanta no coração de seu servo a identificação com a sua vontade e, em parceria, Deus e homem trabalham juntos para fazer com que a missão avance vitoriosamente.

Mesmo quando Deus permanece "calado", Ele não está inerte. Mesmo assim, diversas vezes nós rejeitamos o seu chamado. Dessa forma, colhemos os frutos de nossa desobediência.

O profeta Ezequiel deixou registrado em seu livro no capítulo 33 e versículos de 7 a 9 a seguinte mensagem: "Quanto a você, filho do homem, eu o constituí por atalaia sobre a casa de Israel. Portanto, você ouvirá a palavra da minha boca e lhes dará aviso da minha parte. Se eu disser ao ímpio que ele certamente morrerá, e você não falar, para advertir o ímpio do seu mau caminho, esse ímpio morrerá na sua maldade, mas você será responsável pela morte dele. Mas, se você falar ao ímpio, para o avisar do seu mau caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, esse ímpio morrerá na sua maldade, mas você terá salvo a sua vida." 

Os dois profetas, Jonas e Ezequiel, estavam identificados com seus respectivos ministérios. O povo hebreu identificava-os como profetas de Deus e deveriam agir como tal. A desobediência gera crise de identidade. Senhor e servo, cada qual é responsável em suas missões. A identificação entre os dois promoverá o êxito da operação. Devemos observar que a rejeição de Jonas quanto á tarefa outorgada por seu Senhor, refletiu o desprezo aos atributos que o identificavam com o seu Deus.

O Senhor desejava transformar o povo de Nínive, e o escolhido para realizar a missão foi o profeta Jonas. Tratava-se de uma honra tal distinção. Mas o profeta não analisou sob este aspecto. Simplesmente desprezou o poder de Deus sobre a criação e valorizou mais a crueldade praticada pelos ninivitas. Então, decidiu fugir.

Que tipo de atitude é esta? Por que Gideão temeu ir aos encontro dos midianitas opressores somente com 300 soldados? Ele desejava combater com os 32 mil homens à sua disposição. Todavia, Deus permitiu somente 300. E assim mesmo, divididos em três colunas de 100, munidos de trombetas, cântaros vazios e tochas. Gideão venceu os midianitas (Juízes 7.1-25). Gideão manifestou medo e insegurança, os mesmos sentimentos que acometera a Jonas. posteriormente, concordou em agir como Deus lhe falara. Jonas, de igual modo, arrependeu-se e aceitou aquele desafio, o que resultou em um quebrantamento total na cidade de Nínive.

A Igreja tem seu papel a desempenhar. O clamor da humanidade ecoa pela Terra. A estrutura política e econômica é ineficaz para preencher o interior do homem. Frustrações e questionamentos são constantes no cotidiano das nações. A ação restauradora deverá ser coordenada pela Igreja. A ela foi outorgada a incumbência.

A Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Ela traz consigo a "pedra da esquina", a "pedra angular", que combate e aniquila todo o sistema escravizador do homem, seja de origem humana ou celestial: "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais" (Efésios 6.12). 

O comportamento de Jonas provocou uma crise naquela embarcação. Ele identificou-se como hebreu e seguidor do Deus vivo. Até aquele momento conseguira camuflar a sua identidade e provocado toda aquela balbúrdia. Quando assume a sua responsabilizar e orienta os tripulantes como proceder, a situação volta ao normal. De igual forma, quando a Igreja prima por sua identidade junto ao seu público-alvo, ela estabelece padrões de atuação no âmbito local, nacional e mundial, que consolidarão sua existência, trazendo reconhecimento e colheita dos frutos do seu trabalho.

Com firmeza em sua caminhada, estabelece procedimentos de conduta, de abordagem, de manifestações diversas, as quais desviarão, com toda a certeza possíveis crises de comportamento, pois a Igreja sabe quem é, quem a constituiu e a comissionou para atender aos reclames da Grande Comissão.

Não há meio termo, nem acomodações. Sua estrutura espiritual será consolidada. Seu avanço estratégico proporcionará maior capilaridade junto às comunidades e, assim, adentrará no comnbate pela busca do pecador perdido. Seu agir criterioso se anteporá a possíveis crises de omissão e acomodação, pois antes de tudo, a Igreja, sabe quem é, o que tem para fazer e o que lhe aguarda. Seu iminente rapto para uma eternidade de gozo com seu amado noivo. Que assim seja".

E.A.G.

Fonte:
Bíblia de Estudo Plenitude. página 885. Edição 2001. Sociedade Bíblica do Brasil / SBB.
Quando Jonas disse "não" a Deus. Artigo de Pedro Tadeu de Souza Maia. Extraído de A Seara, ano 15, número 56, janeiro a fevereiro de 2017. Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

CPAD - EDB 2012 - 4º Trimestre: Jonas e a misericórdia divina

Quem era Jonas?

O nome Jonas significa pomba.

Jonas abre o livro se apresentando como filho de Amitai. Outras passagens bíblicas acrescentam a informação que ele pertencia ao Reino do Norte, natural de Gate-Hefer, região próxima de Nazaré da Galiléia, na época do rei Jeroboão II, que viveu entre 783 a 743 a.C. (2 Reis 14.23-25; Josué 19.13).

Encontramos alguma relutância em Moisés, Elias e Jeremias, em aceitar incumbência quando foram chamados a cumprir a missão que Deus lhes confiou.  Mas Jonas é o único profeta bíblico do qual se sabe que resistiu com grande tenacidade a vocação divina.

 A estrutura do livro

Provavemente o livro tenha sido escrito pelo próprio profeta, entre 785 e 750 a.C., muito tempo depois dos fatos narrados.

O livro contém 48 versículos distribuídos em quatro capítulos pequenos, em estilo biográfico. Apresenta o ministério, a ressurreição e a obra missionária de Cristo, por meio da vida do profeta (Mateus 12.29-41; 16.4).

O Livro de Jonas é diferente dos outros livros dos Profetas Menores. É composto de uma narrativa biográfica e não de mensagens proféticas. Relata as peripécias protagonizadas pelo profeta.

Não deve ser interpretado como alegoria, ficção didática, mito, lenda. O oráculo foi entregue para Jonas nos mesmos moldes que outros profetas (1.1; Jeremias 33.1; Zacarias 1.1). O conteúdo do Novo Testamento não deixa dúvidas quanto à literalidade da narrativa (Mateus 12.39-41; 16.4).

Jesus Cristo, a maior autoridade no Céu e na Terra, interpretou o livro como histórico.

O contexto histórico

Israel, o Reino do Norte, conquistava a sua influência e era restaurada por Jeroboão II. Porém, a Assíria, cuja capital era a cidade de Nínive, se expandia de maneira ameaçadora. Dominava sobre quase todo o Oriente Médio, a relação da nação de Israel não era das melhores, pois era obrigada a pagar tributos à Assíria.

A Assíria, distante de Israel 960 quilômetros, era muito odiada pelos judeus. Sendo o império mais poderoso da época, representava quase tudo de ruim, pois era voltada à maldade, à crueldade, à perversidade, seus cidadãos eram orgulhosos e cometiam muitas atrocidades contra os povos conquistados - costumavam ser terrivelmente violentos, empalavam os homens e abriam o ventre das mulheres grávidas, vivas!

Quando Deus mandou o profeta anunciar o juízo em Nínive, este tentou afastar-se o máximo possível dessa cidade e de Deus, mas com essa tentativa Jonas aprendeu que é impossível fugir do Criador. "Porventura sou eu Deus de perto, diz o SENHOR, e não também Deus de longe? Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? diz o SENHOR. Porventura não encho eu os céus e a terra? diz o SENHOR" - Jeremias 23:23-24.

Tarsis, a cidade que o profeta escolheu refugiar-se, segundo historiadores, é a mesma Tartessos, na orla do Mediterrâneo, ao sudeste da Espanha.

A mensagem prioritária do livro é a graça soberana de Deus pelos pecadores ilustrada na sua decisão de reter o julgamento sobre os culpados, arrependidos

A linguagem antropopática

Deus se arrepende? Muitas pessoas demonstram, com razão, estranhamento com o texto. Algum tempo atrás, o blog Belverede abordou o assunto. Ver aqui: Linguagens antropomórficas e antropopáticas na Bíblia.

A mensagem de Jonas 

Quando Jonas recebeu sua chamada para ir à Nínive, Jeroboão II, filho de Joás, governava em Samaria. E Adade-Nirari III reinava na Assíria.

O Senhor enviou Jonas à cidade de Nívine para anunciar a destruição daquele povo. O profeta conhecia toda a maldade praticada pelos cidadãos de Nínive, por este motivo - e seu forte senso nacionalista que o fazia pensar ser superior aos estrangeiros - se mostrou resistente ao chamado que Deus lhe deu, de ir aos ninivitas com a mensagem de arrependimento e salvação. Ele preferiu fugir para Tarsis. De nada adiantou resistir. Primeiro, desobedeceu e sofreu as duras consequências (1.1-3). Na segunda vez, ouviu ao Senhor, e não demorou muito para que estivesse na Assíria, a nação que desejava estar distante (3.1-10).

Os ninivitas arrependeram-se de seus pecados e alcançaram o perdão divino. A principal mensagem de Jonas mostra a infinita e inefável misericórdia de Deus e a sua soberania sobre todas as nações.

A missão de Jonas não foi apenas prolongar a vida dos seus inimigos. Após a mensagem que levou aquele povo a arrepender-se de seus pecados, a máquina militar que procedia de modo implacável deixou de ser usada de maneira brutal. E neste tempo de paz entre a Assíria e Israel o rei Jeroboão II recobrou territórios que o povo de Deus havia perdido.

A perenidade da misericórdia de Deus

A misericórdia divina é um dos atributos que revela a natureza de Deus (Êxodo 34.6; Jeremias 31.3). 

A justiça humana é precipitada em julgar. Mas a divina é longânima em perdoar. Deus perdoou os ninivitas porque houve arrependimento, ao ver a contrição do povo quando confrontados com a sua palavra

O conteúdo que encontramos no Livro de Jonas é o prenúncio da graça salvadora para todas as nações, fala que as nações podem ser perdoadas por Deus e qye Deus se importa com o bem-estar das nações  (Tito 2.11). Os ninivitas foram salvos pela graça porque “creram em Deus” e se “converteram do seu mau caminho” (3.5, 10).

O grande peixe

Não temos informações bíblicas sobre qual animal engoliu Jonas. Tudo o que sabemos é que a criatura marítima era grande, pois engoliu o profeta sem dilacerá-lo. A língua hebraica não dispõe de termo técnico para “baleia”. A palavra é usada como resultado de uma interpretação tradicional que atravessou séculos. Para “grande peixe” é empregado “daggadol” (1.7; 2.1), e “dag” (peixe) em 1.7, 2.1, 10).

A Septuaginta traduz “ketei megalo” para “grande monstro marinho” e “ketas” para “monstro marinho”, termos encontrados em Mateus 12.40.

Na Bíblia Hebraica e na Septuaginta, o versículo 17 é deslocado para o capítulo seguinte (2.1). 

 A lição de Jonas

Ao fugir, a lógica de Jonas era de que  se ele não entregasse a mensagem de arrependimento, os ninivitas não se arrependeriam de seus pecados, e então seriam destruídos pela justiça de divina. Mas o Senhor não queria esse desfecho, queria mostrar a sua bondade sem limites não apenas em favor de Israel, mas do povo gentio também.

Jonas aprendeu uma extraordinária lição a respeito da misericórdia de Deus. Apesar de ser um missionário bem sucedido, demonstrou tristeza com o resultado de seu trabalho. Egoísta, ele pareceu pensar apenas em si mesmo, esperava ser instrumento de vingança contra os nivivitas, desejava ver retaliação de Deus contra eles, desejava o extermínio dos maus, mesmo que estes tivessem se arrependido de suas maldades (4.2b). Esqueceu-se que ele próprio, na qualidade de desertor da missão recebida, merecia castigo mas era alvo da misericórdia divina.

A lição cristã

O pecado sempre  traz doença para a alma e muitas vezes a doença física também. O pecado, antes de tudo, em primeiro lugar, é sempre contra Deus (Salmo 51.4; 1 Coríntios 11.28-30).

Embora saibamos que Deus está em todos os lugares, é onipotente, às vezes o coração humano, em pecado, nos engana e tendemos a imitar o profeta Jonas, que tal qual Adão pensou ser capaz de ausentar-se da presença do Criador (Gênesis 3.8). Aproximar-se de Deus e fazer a confissão do pecado é importante, porque o sangue de Jesus nos purifica (1 João 1.9). O perdão divino apaga o pecado e permite nova vida: "Quem é Deus semelhante a ti, que perdoa a iniqüidade, e que passa por cima da rebelião do restante da sua herança? Ele não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na sua benignidade. Tornará a apiedar-se de nós; sujeitará as nossas iniqüidades, e tu lançarás todos os seus pecados nas profundezas do mar" - Miquéias 7.18-19.

Há uma lição teológica a ser aprendida observando as respostas de Jonas a Deus. Os padrões duplos de Jonas fizeram com que suas ações lhe contradissessem os credos de tom espiritual. Pelo exemplo negativo de Jonas, aprendemos a não resistir à vontade e decisões soberanas de Deus.

Não podemos nos esquecer que Deus é piedoso, longânimo e grande em benignidade. Então, a misericórdia divina alcançou os ninivitas e eles foram poupados quando se arrependeram, mesmo eles não merecendo o amor divino.

É comum reprovar Jonas, quanto a decisão de desobedecer à ordem de Deus. Mas, quantas vezes o cristão desobedece ao mandamento de amar os inimigos? Você já fez um exame sério sobre suas atitudes? Lembre-se, nenhum de nós merece o amor de Deus. Não importa o que pensamos sobre os outros, temos que tratá-los com amor. Todos somos desafiados pela Palavra de Deus a obedecer a ordem de amar uns aos outros, inclusive quem não nos quer bem.

Que amemos, então, sem que seja preciso atitudes extremadas como o uso de um grande peixe.

Conclusão

Deus voltou seu olhar cheio de graça e compaixão aos ninivitas impenitentes e decidiu enviar-lhe Jonas. Essa graça divina está disponível a todos. Aos ninivitas Deus falou por intermédio de Jonas. Hoje Ele fala por meio de Cristo, que continua a salvar quem não dá vazão à incredulidade. Jesus elogiou a fé dos ninivitas e espera de cada um de nós tenhamos fé em Deus também.

Deus ama a todos os povos do mundo. A mensagem da salvação é para toda a humanidade.

E.A.G.

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Compilação:

A Rocha - A Bíblia que Conduz às Escolhas Certas; 1ª edição novembro 2002 (Editora Candeias).
Bíblia Evangelismo em Ação; edição 2005 (Editora Vida).
Bíblia Sheed; edição 2011 (Edições Vida Nova).
Ensinador Cristão; ano 13, nº 52 (CPAD).
Lições Bíblicas, 4ª trimestre 2012 (CPAD).
Manual Bíblico Henry H. Halley; edição 1998 (Edições Vida Nova). 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Os pecados do preconceito

Rio Isère. Lyon - França.

Reflexão no livro de Jonas sobre os sentimentos que abrigamos e o que Deus espera de cada um de nós como agentes no plano divino da salvação.

Não devemos permitir que o prejulgamento nos impeça de pregar aos perdidos.

"Na verdade reconheço que Deus não fez acepção de pessoas, mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo" - Atos 10.34-35.

Em seu livro, Refúgio Secreto, Corrie Ten Boom relata como começou a viajar e a ministrar depois de sua terrível experiência num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Um dos seus temas principais era o perdão, e a capacidade de proclamar que perdoara os nazistas dava convicção às suas apresentações. Mas um dia Corrie foi posta à prova. Um senhor se aproximou dela, e, para sua surpresa, ela o reconheceu como sendo um dos guardas do campo. Ele lhe disse que havia aceitado a Cristo, e lhe estendeu a mão. Somente após grande esforço e uma oração foi que Corrie conseguiu estender a mão e tomar a do senhor. A experiência lhe deu um vislumbre do verdadeiro significado do perdão de Deus.

O preconceito é uma feia realidade em toda a sociedade humana, e os cristãos gostam de pensar que superaram essa demonstração emocional tão carnal. Mas o preconceito pode surgir de maneiras muito sutis. O problema de não perdoar é um ângulo do preconceito.

Jonas não podia perdoar os assírios pela maneira cruel que havia tratado o seu povo. Talvez tenha ficado contente aos saber que a capital da Assíria, Nínive, estava sendo marcada para ser destruída por Deus. Quando soube que Deus queria que ele advertisse os ninivitas de sua ruína iminente, correu em direção oposta. Através de Jonas podemos ver a nossa própria necessidade de uma atitude doadora e amorosa.

O arrependimento (Jonas 3.1-10).

Nínive era uma grande cidade, metrópole importante, capital de uma grande potência mundial, com pelo menos 120 mil habitantes. E a dimensão do pecado de Nínive era maior que o seu tamanho físico.

Quando Jonas proclamou que "Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida", a reação foi esmagadora. Desde o rei até o cidadão mais humilde, Nínive se transformou de uma cidade de pecado, poder e maldade, em uma cidade de oração. Houve humilhação perante Deus, o alimento e a água foram proibidos. Em jejum, todos começaram a clamar a Deus.

O preconceito (Jonas 4.1-5).

O capítulo 4 do livro de Jonas começa assim: "Mas desgostou-se Jonas estremamente e ficou irado." Percebemos aqui que a humildade exterior desse profeta não havia atingido seu coração. Jonas preferia morrer a ver a misericórdoa de Deus demonstrada aos inimigos.

Deus é misericordioso e cheio de graça, tardio em irar-se, muito bondoso e pronto a perdoar os que se arrependem. Jonas estava disposto a aceitar essa verdade com relação aos seus próprios defeitos; mas quando a misericórdia divina começou a ser evidente entre os que ele odiava, já não podia aceitá-la e queixava-se.

É comum ao crente permitir que sentimentos semelhantes cresçam dentro de si. Tudo bem quando as pessoas boas se salvam e Deus começa a abençoá-las. Mas talvez não seja tão fácil alegrar-se quando um indivíduo mau, cujas ações causaram muita dor aos outros, busca a Cristo e experimenta a alegria do perdão de Deus.

Romanos 3.23 inclui todos os cristãos com o restante da humanidade quando diz que "todos pecaram". E, quando os crentes lêem Romanos 6.23, que "o salário do pecado é a morte" precisam ser relembrados de sua própria necessidade da misericórdia de Deus.

Deus pôde tocar os corações de uma cidade inteira de pecadores. Esteve mais do que disposto a tratar com o descontentamento de Jonas, foi ao cerne do assunto quando perguntou: "É razoável essa sua ira?" A resposta do profeta não está registrada, não sabemos se tinha esperança de que Nínive fosse destruída, mas há uma forte indicação que ele abrigava tais sentimentos. Jonas saiu fora da cidade, fez uma barraca e sentou-se para esperar "até ver o que aconteceria à cidade". Mal percebia que era ele o centro da atenção de Deus.

O amor de Deus (Jonas 4.6.11).

Três coisas se destacam nestes versículos com relação à experiencia de Jonas: uma aboboreira, um verme e um calmo vento oriental. A frase repetida "Deus mandou" deixa claro o fato de que nenhum deles apareceu por acidente. A aboboreira deu sombra à barraca de Jonas e Jonas perece não haver notado o fato de que ela havia crescido completamente da noite para o dia. Apenas "se alegrou em extremo" por receber sua sombra.

Quando o verme chegou, o gozo do profeta se dissipou rapidamente. A aboboreira desapareu tão rápido como apareceu. Para assegurar que Jonas notasse sua ausência, Deus enviou o vento oriental que não fez nada mais do que aumentar o calor do sol. Então, mais uma vez consumido por seus sentimentos negatovos, Jonas desejou acabar com tudo.

Deus queria que Jonas percebesse que as suas prioridades estavam completamente fora de ordem. A pergunta do Senhor no versículo 9 é expressa da mesma maneira que a pergunta no versículo 4, unindo com contundência os elementos comparativos, que Deus desejava que o profeta fizesse.

Jonas estava disposto a sentir "compaixão" por uma planta perecível, mas encontrava muita dificuldade em compreender a compaixão de Deus por uma cidade inteira! Deus conclamava Jonas a considerar a intregridade moral de suas ações e a abandonar rebeldia que fazia parte de sua natureza.

Quantas vezes uma atitude farisaica se interpõe entre o crente e o plano de Deus.

"É acaso razoável?" Esta é última frase que encontramos de Jonas. Talvez Deus permitisse que a crônica de Jonas terminasse assim para mostrar a maneira pela qual o preconceito pode dominar uma vida. Mas a crônica com relação a Deus se encerra com uma bela declaração de seu amor pelo perdido.

Conclusão.

A misericórdia de Deus para com Nínive se sobressai na história como um farol de esperança para o perdido em todos os lugares.

Cego por seu ódio e preconceito contra os ninivitas, Jonas havia esquecido que havia clamado por misericórdia dentro do ventre do grande peixe e obtido a resposta divina que solicitou. Ao ver a necessidade dos perdidos, o cristão precisa lembrar que houve um tempo em que ele também estava em volta do mau cheiro do pecado. Tomemos cuidado, as nossas prioridades não podem estar invertidas como estavam as de Jonas, coisas não são mais valiosas do que pessoas.

O preconceito é um pecado dos mais feios. Quando aplicamos o exemplo de Jonas à igreja, percebemos o quanto Satanás usa o preconceito para impedir o progresso do plano divino da salvação. As palavras de Jesus em João 13.35 não deixam margem para o preconceito. Através da prática do amor os homens demonstram se são ou não discípulos de Cristo.

O amor de Cristo precisa ser expressado em atos genuínos em nossas vidas. Tire um tempo para examinar a sua própria vida à luz do exemplo de Jonas. Precisamos nos examinar perguntando: "Quem eu creio no meu íntimo que não é bom o suficiente para ser salvo?" E passar a orar por elas e tomar medidas corretas para sejam alcançadas com mensagens do amor de Deus.

E.A.G.

Fonte: O Mestre. Páginas 36-38, Março - Agosto de 2004 (Editora Vida). Uso adaptado ao blog.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As profecias de Jonas e Naum - Opressores, oprimidos e os carros da cidade de Nínive

Portões de Nínive
 Ruínas da cidade mencionada no livro de Jonas e Naum, destruída entre 612 a 606 a.C. 
"Os carros de guerra passam furiosamente pelas ruas e se cruzam velozes pelas praças; parecem tochas, correm como relâmpago" - Naum 2.4.

Nínive foi a maior cidade do mundo por cerca de 150 anos, até um amargo período de guerra civil na Assíria, cujo desfecho foi ser saqueada em 612 antes de Cristo, por uma coalizão incomum de antigos povos subjugados, os medos, persas, babilônios e caldeus. Suas ruínas estão do outro lado do rio da moderna cidade de Mosul, no Iraque.

Nos tempos bíblicos do Antigo Testamento, a desprezível Nínive era uma antiga cidade assíria na margem oriental do rio Tigre. Era a capital do império assírio. Chegou a atacar Israel e fazer 200 mil israelitas prisioneiros. Obrigava Judá a pagar tributos altos, como um seguro contra invasões e desolações. Os ninivitas eram inimigos terríveis, sempre estiveram debaixo dos olhos do Criador, tinham fama de praticar atrocidades. E Deus enviou a eles dois dos seus profetas.

Jonas foi enviado á Nínive em torno de 785 a.C., para conclamar a mudança de coração aos ninivitas ou seriam destruídos. Depois de ouvirem o profeta, os ninivitas se arrependeram dos males que faziam contra Israel. Porém, cerca de 65 anos depois, Nínive e toda a Assíria se esqueceram da pregação de Jonas. Em 720. a Assíria invadiu Israel, os ninivitas voltaram a praticar maldades, oprimir, saquear, matar. Assim, neste período de turbulências surgiu Naum profetizando a eles que Deus estava disposto a castigá-los. Naum profetizou por volta de 612 a.C. 

Provavelmente, o profeta Jonas tenha vivido entre 783 a 743 a.C. Além da menção do seu nome em seu próprio livro, ele é mencionado em 2 Reis 14.25 e Mateus 12.39; 16.4 e Lucas 11.29. Seu livro mostra como Deus age com amor quando o pecador se arrepende de seus atos.

Naum profetizou, aproximadamente, entre os anos 663 a 612 a.C. Pouco se sabe sua vida. Sabemos que Naum começou a profetizar quando a Assíria já havia conquistado Israel, o reino do norte, e estava causando muitos problemas para Judá, o reino do sul. Todas profecias do livro que Naum escreveu se cumpriram à risca. Nínive foi conquistada pelos babilônios. De nada adiantou a proteção da grande muralha em volta da cidade, com 12 quilômetros de extensão e 15 metros de altura, onde podiam correr quatro carros de guerra lado a lado. Sem a presença de Deus em nossa vida, toda sensação de segurança é falsa!

O Livro de Naum, em forma de poesia hebraica, mostra-nos a queda de Nínive através de diversas figuras; anuncia as boas novas do Senhor aos seus servos, declarando-lhes que Deus faria justiça aos oprimidos, mandaria castigo sobre seus cruéis perseguidores.

No mundo, existem leis e regras impostas por Deus a serem cumpridas. Há quem pense que possa ostentar os erros de quem quebre estas leis e regras e ao mesmo tempo esconder suas transgressões ao infringir as mesmas leis e regras. Há quem se engane e acredite que ter poder é o mesmo que possuir liberdade para impingir opressão sobre os mais fracos. E há quem considere que os olhos do Senhor estão fechados e seus braços cruzados e que Ele jamais agirá em favor dos oprimidos.

O Todo Poderoso é misericordioso e fala ao homem para mudar de atitudes. A melhor coisa a fazer quando Deus nos dá uma segunda oportunidade, é aceitá-la com gratidão. A rebelião e a injustiça jamais prevalecerão sobre a terra por todo tempo. Quando o ser humano opressor ouve a repreensão do Senhor, deve mudar de atitudes e esforçar-se para não voltar aos erros do passado porque nem sempre existe mais que uma chance para receber a misericórdia divina.

Deus faz justiça em nosso favor quando não podemos fazê-la. Ao passar por opressões e depois pela oportunidade de ver quem nos oprimiu sofrer o castigo merecido, é difícil controlar a sensação de prazer. Mas, será que é certo sentir alegria quando quem agiu como nosso inimigo padece? A notícia da destruição dos assírios foi motivo de festa para Judá. A sabedoria divina nos ensina que não devemos agir desta maneira: "Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem quando tropeçar regozije o teu coração" - Provérbios 24.17.


Atualizado em 10 de agosto de 2019; às 15h30.