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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Nossa segurança vem de Deus

Uma das características na personalidade de muitos indivíduos dos tempos atuais é a ansiedade. A inquietude está presente em todas as esferas do ser humano que acredita encontrar seu bem-estar nas riquezas. Não podemos colocar a nossa confiança nos bens materiais.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Deus entre pobres e ricos: oração, trabalho e prosperidade

No primeiro livro do Antigo Testamento, a prosperidade material é apresentada como sinal de vida abençoada, Abraão era muito rico, dono de gado, prata e ouro [Gênesis 13.2]. O quinto livro do Pentateuco diz que Deus faz justiça em favor dos órfãos, viúvas, ama os estrangeiros, e os alimenta; e recomenda aos israelitas ter coração gentil e mãos abertas em favor de seus compatriotas pobres [Deuteronômio 10.18; 15.7]. E Jesus ensina: "Mais bem-aventurado é dar do que receber" [Atos 20.35].

quinta-feira, 26 de maio de 2022

A igreja evangélica e a pregação que você ouve


É uma grande verdade: Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e leva o crente para o céu. 

O Senhor também prospera os seus servos. A Bíblia Sagrada adverte que a pessoa que possui o desejo ardente de se enriquecer segue por um caminho muito perigoso, no qual pode se desviar do propósito principal da sua chamada cristã, que é ter a Cristo entronizado em seu coração, amar a Deus acima de tudo e todos e ao próximo como a si mesmo.

E.A.G.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

Abigail - pacificadora, viúva de Nabal e esposa de Davi

Abigail era uma mulher impressionante, incrivelmente inteligente, possuía discrição e beleza, sempre se comportava de modo agradável, nunca indelicada. Casou-se com Nabal - nome que soava parecido com a palavra "tolo" e este é significado do nome. Apesar de ser muito rico, seu esposo era um indivíduo mau caráter, grosso, vulgar, insolente, insensato.


Sua história ocorre cerca de 1005 a.C. , está relatada no livro 1 Samuel, capítulo 25. 

domingo, 1 de setembro de 2019

A Mordomia das Finanças

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No princípio da humanidade, as pessoas trocavam mercadoria por mercadoria. O pescador trocava sua pesca por frutas, quem tinha frutas trocava-as por peixe e verdura; o dono das hortaliças oferecia o produto de sua horta ao dono do trigo e o semeador do trigal tinha interesse em receber peças de roupas. Esta espécie de negociação é conhecida como Escambo Direto. Quando os europeus chegaram ao Brasil, propuseram trocas com os indígenas, trocaram espelhos, colares e outras coisas pelo pau-brasil, peles de animais etc. Houve uma época em que o sal bruto era um produto de grande interesse, e assim era considerado mercadoria-moeda de grande valor, era trocado por quase tudo e usado como pagamento de serviços, o que fez originar a palavra "salário".


I - TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS

1. Deus é dono de tudo.

Existem vários tipos de mordomia à luz da Bíblia Sagrada, todas as modalidades de mordomia cristã estão ligadas à filosofia e à ética bíblica, estando relacionadas ao cotidiano da vida do crente em Cristo. Entender a prática e a importância desse ofício cristão trata-se de uma necessidade para que a pessoa possa experimentar sempre mais e mais das bênçãos do Pai celeste em sua vida. Para que haja o equilíbrio e o desenvolvimento saudável e constante na vida espiritual do cristão, este cristão deve saber lidar com o dinheiro de maneira comedida, sábia e prudente, havendo amor ao Criador, a si mesmo e ao próximo.

Todos os habitantes do planeta terra pertencem ao Criador, uns como criaturas e outros como seus filhos. Nós que somos cristãos temos algo a mais, pois somos filhos de Deus mediante a nossa fé em Jesus (João 1.12). Os crentes e não crentes têm as coisas por permissão do Senhor, sejam eles ricos ou pobres. Nós, os cristãos convertidos a Cristo, temos as coisas como dádivas de suas mãos bondosas, e conscientes disso procuramos viver de acordo com os deveres sociais, morais, familiares e espirituais. Não convém nos esquecer que aquilo que chamamos de "nosso", na verdade, está apenas confiado ao nosso controle, havendo a permissão divina para que possamos usufruir delas sendo bons uns com os outros.

É válido enfatizar as características de quem é mordomo do Senhor:
• O mordomo é um administrador de casa (Lucas 12.42). Ele é uma pessoa que aceitou a Jesus como seu Salvador e, voluntariamente, reconhece a Cristo como o Senhor absoluto da sua vida e de tudo o que possui (1 Crônicas 29.14).
• O mordomo coopera com o Criador; convive e interage com o Todo Poderoso na condição recíproca de afetuosa amizade. Sobre isso, Jesus Cristo foi bastante enfático: "Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno" (João 15.14).
• O mordomo é amigo de Deus. "O SENHOR confia o seu segredo aos que o temem" (Salmos 25.14). Ao mordomo fiel o Pai celeste dá, reservadamente, o conhecimento guardado em sigilo, revela verdades e intenções que não mostra para todos.
Um cristão nominal pode até ter consciência da mordomia, porém não a praticará se não tiver passado por uma experiência espiritual profunda. O cristão só aceita o privilégio em ser praticante da mordomia pelo fato de haver nele uma boa formação espiritual, porque está realmente convertido e haver aproveitado as instruções do seu período de discipulado e se manter submisso e consagrado ao Senhor. Por reconhecer que tudo o que possui foi concedido pelo Pai celeste, a saúde, o tempo, os talentos e dons, por ter convicção plena de que todos os bens materiais e espirituais têm procedência nEle, o cristão autêntico, amadurecido na fé, vive neste mundo como mordomo.

2. O trato como o dinheiro.

Frequentemente, a nossa integridade é provada em assuntos relacionados ao dinheiro. Portanto, devemos usar sabiamente as finanças. Para isso, é importante ter em mente o texto bíblico contido em Provérbios 30.7-9: "Duas coisas te peço, ó Deus; não recuse o meu pedido, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para não acontecer que, estando eu farto, te negue e diga: 'Quem é o SENHOR?', ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus".

Nesta oração, proferida por Agur, é abordado o perigo em dois ângulos extremamente opostos: a ameaça da integridade espiritual por causa da pobreza e o risco de pecar causado por viver em riqueza. Provavelmente, Agur observou pessoas pobres, que em desespero maldisseram ao Senhor e se apoderaram de coisas que não lhes pertenciam; e também gente rica cujos corações foram tomados pela presunção de que não precisavam do Todo Poderoso, apenas o dinheiro lhes bastava.

3. Cuidado com a falsa prosperidade.

Em um tempo como o nosso de relativização e degradação dos valores éticos, morais e espirituais, acessamos as redes sociais, ligamos o televisor, assistimos aos noticiários com pautas políticas, interagimos com amigos e percebemos o mesmo discurso apresentado pela serpente no Éden, que induziu o primeiro casal humano à desobediência sendo imposto sobre a sociedade de maneira sutil. Diante disso, o mordomo de Deus deve se manifestar como sal e luz neste mundo tenebroso. Baseado no conhecimento e intimidade com Deus, pode e deve fazer valer sua mordomia, apresentando de maneira inteligente, com mansidão e temor, a razão de sua esperança (1 Pedro 3.15, 16).

Não há dúvida, o Senhor não promete ao crente fazê-lo rico neste mundo. Porém Ele nos concede bens espirituais e também os materiais, nos garante prosperidade espiritual e material de igual modo, para o bem-estar do homem. Sem abominar a riqueza e descartar a pobreza, propicia bens materiais, que o crente adquire de forma honesta (Eclesiastes 9.9).

Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição egoísta e a cobiça carnal e o exagerado apego às coisas materiais (Provérbios 28.20). Abraão foi homem de muitas posses; Jó era riquíssimo tanto antes quanto após sua provação (Jó 1.3, 10; 42.10-17); Davi, Salomão e outros reis acumularam muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado por esta situação financeira privilegiada.


II. COMO O CRISTÃO DEVE GANHAR DINHEIRO

1. Trabalhando honestamente.

O senso comum costuma considerar trabalho o emprego remunerado. Entretanto, nem todo indivíduo trabalhador recebe salário. Ninguém deve desqualificar a atividade desprendida de interesses financeiros da dona de casa e a honradez de cidadãos que se destacam na sociedade em funções extremamente importantes realizadas sem vínculos ao acordo da compensação financeira.

A ética bíblica orienta o crente a ganhar dinheiro trabalhando com empenho. Desde o Gênesis (3.19), após a Queda, vemos que o ser humano deve empregar esforço para conquistar os bens que precisa. O apóstolo Paulo orienta os cristãos a viver do suor do próprio rosto, não se deixar estar na dependência do suor derramado pelo rosto alheio (1 Tessalonicenses 2.19; 4.11).

Com exceção das pessoas portadoras de deficiências físicas, que as impeçam de trabalhar, das que são viúvas desamparadas, a recomendação bíblica é que a pessoa busque o seu sustento através do próprio trabalho. Isto deve ser feito dignamente, tanto pelo trabalho diário íntegro, como também  em função de uma atividade lícita e conveniente para ao cristão (1 Coríntios 6.10). A intenção de enriquecer por outros métodos que não o trabalho é ideia estranha ao ensino bíblico.

No Antigo Testamento, Deus faz o seu povo progredir, mas apenas através do trabalho. O livro de Deuteronômio, no capítulo 8 e versículo 18, nos mostra que o Senhor é quem dá força aos seus servos para que eles tenham poder. O substantivo "força" é tradução do hebraico "koach", que significa tenência exuberante, vigor intenso. A referência esclarece a atividade humana voltada ao labor. E, o termo "poder", cuja transliteração vem de "chayil", significa "eficácia", "abundância" e "riqueza".

2. Fugindo das práticas ilícitas.

A sociedade humana vive em torno do dinheiro, para quem não tem visão espiritual os fins justificam os meios; não há preocupação com o corpo e a alma, não há cogitação sobre manter a boa qualidade da saúde e proteger a honra pessoal e de terceiros. Mas o cristão vive pela fé, não caminha pela égide do sistema desse mundo, ao receber o seu salário precisa considerar que o seu emprego deve ser uma atividade que não arruíne o próximo, seja na esfera física ou espiritual, é importante que a consequência da sua atividade profissional seja algo conveniente para toda a coletividade em todos os sentidos (1 Coríntios 6.8-10).

Não é justo exercer uma ocupação como meio de vida, sendo que este meio de vida prejudique a vida do seu semelhante. O ambiente de cassinos, casas de bingo, o fabrico e indução às rifas e loterias são formas de induzir pessoas à ilusão e a perderem dinheiro, estar envolvido com este tipo de trabalho caracteriza em viver amando mais a si mesmo e ser indiferente ao bem-estar do próximo.

3. Fugindo da avareza.

A Bíblia adverte a todos: “o que ama o dinheiro nunca se fartará dele” (Eclesiastes 5.10).

O dinheiro deve ser visto sob o ângulo das coisas passageiras, ele é aproveitável e necessário, mas deve ser administrado com sabedoria, prudência máxima, para não cair na armadilha ilusória da autossuficiência. Muitos se desequilibram espiritualmente ao adquirir recursos financeiros, quando se tornam ricos pela perspectiva material se empobrecem pela ótica de Jesus Cristo (Apocalipse 3.17).

Meditando sobre a primeira parte do texto bíblico em Gênesis 1.28, atentamos  que Deus, ao criar o primeiro casal, Adão e Eva, os abençoou dando-lhes a seguinte ordem: "Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na". Em resumo, entendemos que esta passagem revela o propósito do Criador para toda a humanidade. Infelizmente, no exercício do livre-arbítrio, o casal se deixou seduzir pela serpente e desobedeceu a ordem do Criador, trazendo sobre si e sobre a raça humana a dureza de uma existência longe da comunhão com o Criador. Individual e coletivamente, tal atitude rompeu a comunhão entre o ser humano e Deus, que distante do Senhor tem vivido em desarmonia com a perfeita vontade divina, amando mais coisas e usando pessoas, totalmente fora do plano original do Criador (Mateus 22.37-39).

Ao cuidar com cautela das finanças, demonstramos consciência da nossa responsabilidade pessoal perante Deus. A pessoa irresponsável, que serve à mesquinhez e não serve a Deus, prejudica a sua família. Quem deseja o bem-estar de entes queridos, é fiel ao Senhor. Para enfrentarmos e vencermos todos os desafios, precisamos servir a Deus fielmente. Servir a Deus sempre será a melhor maneira de nos manter fortes espiritualmente para interagir com quem está em nossa volta como agentes propagadores das bênçãos do Pai celeste.


III - COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO

1. Na Igreja do Senhor.

É importante destacar a diferença entre os verbos "utilizar" e "usar". O primeiro verbo, significa fazer uso de algo de maneira útil; o segundo, quer dizer fazer uso de algo sem se importar se o uso será ou não de maneira proveitosa.

Um velho pastor dizia: "O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes". De fato, Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que Ele mesmo concede aos seus servos.

A origem do dízimo remonta a uma iniciativa de Abraão, quando este, com poucos homens, venceu uma batalha contra exércitos muito mais fortes, e livrou  seu sobrinho Ló e toda a sua fazenda (Gênesis 14.19-20). Em caráter voluntário, o patriarca entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que resgatou naquela batalha arriscada. O ato de gratidão foi considerado por Deus como uma atitude agradável a ponto de o dízimo ter sido incluído nos preceitos da Lei de Moisés. Durante o código mosaico, o dízimo era apresentado como mandamento do Senhor aos israelitas e  passou a ser "do Senhor" (Deuteronômio 14.22; Levíticos 27.30), com a finalidade de servir à manutenção dos sacerdotes e levitas e ao socorro de órfãos e viúvas (Números 18.21,24,30; Deuteronômio 26.12).

Entregar os dízimos para a manutenção material da obra do Senhor ou da casa do Senhor, é uma das maiores expressões de gratidão ao Senhor e amor da causa cristã aqui na Terra. No livro de Malaquias, ainda sob a época da Lei, vemos Deus pedindo ao povo israelita que leve o dízimo e ofertas alçadas à "casa do tesouro" (Malaquias 3.8-10). Nos dias atuais, da Dispensação da Graça,  a casa do tesouro é considerada a tesouraria da igreja local. Não há base bíblica para se pensar na hipótese de obrigatoriedade para esta prática entre os cristãos, o conceito de entrega de dízimos é a expressão de amor a Deus e agradecimento pelas bênçãos recebidas. 

2. Na sociedade civil.

O dinheiro não é fim primordial da vida humana. É preciso ter a consciência de que para se viver bem é necessário usá-lo de acordo com o poder aquisitivo. Para ser uma pessoa economicamente desimpedida, é necessário estar sem dívidas.  Para que haja desembaraço, é indispensável o controle das despesas; ter o hábito de usar o dinheiro de modo realmente útil; fazer o controle do orçamento para evitar comprar o que não é possível pagar, e não deixar de pagar os impostos (Romanos 13.7).

O cristão que ama a Deus acima de tudo e todos, administra sua economia visando fazer dela uma fonte de bênçãos para si mesmo, para sua família e, principalmente, para o reino de Deus, representado pela igreja de Cristo. 

CONCLUSÃO

Para concluir, sintetizamos com enfatização que, na questão da mordomia das finanças, a Igreja do Senhor e a sociedade civil são os lugares em que o cristão precisa utilizar o dinheiro, diligentemente. O cristão deve ganhar dinheiro trabalhando honestamente, gastá-lo com cuidado e dá-lo com responsabilidade, evitar as práticas ilícitas e a falta de generosidade, que conduz ao fracasso. Deus não condena ter riqueza, mas amá-la (1 Timóteo 6.9,10).

Sem persistência e esforço é impossível sermos mordomos fiéis. Existem muitos motivos importantes para cumprir fielmente as exigências da mordomia cristã perante Deus e a sociedade. O ensino de Jesus sobre o galardão do crente no céu e seu estado nas áreas celestes serve como motivação para viver em fidelidade ao Criador e Dono de tudo até o fim. A posição e herança no céu serão proporcionais à nossa atual dedicação e consagração às coisas de Deus e do seu reino aqui na terra.

E.A.G.

Compilações:

Aos Mordomos do Senhor, Serenita de Meira Rienzo, Mensageiro da Paz, julho de 2019, Coluna Reflexão, página 27. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão, ano 20, número 79, páginas 19, 20 e 26. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 121 a 130. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

sábado, 3 de agosto de 2019

A Mordomia dos Dízimos e Ofertas

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No idioma do Novo Testamento, o termo mordomia é "oikonomos". Significa "o maior de uma casa", isto é, a supervisão dos negócios de uma casa. Em outras palavras, o mordomo é a pessoa que administra os bens do seu senhor. Ele é o responsável geral pelos serviços, empregados, compras, manutenção, alimentação e finanças. No sentido bíblico, a mordomia é usada figurativamente para ilustrar o papel do crente como administrador dos negócios de Deus aqui na terra (Lucas 6.42). Deus coloca sobre o homem a responsabilidade pelo manejo correto de todos os recursos que permite estar em suas mãos (Mateus 15.25; Lucas 19.13).

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Artigo relacionado:
EBD - A Mordomia do Tempo
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A mordomia cristã eleva o crente para um nível dimensional mais excelente, onde a confiança e a fidelidade são a base do relacionamento entre ele, a igreja e Cristo. Quando o crente é uma pessoa que colabora financeiramente, fazendo isso de modo voluntário, desempenha o seu papel de mordomo. Esta atitude é uma oportunidade especial, além de exercitar sua fé, agradece a Deus ao se engajar em projetos que a comunidade cristã da qual faz parte está desenvolvendo.

I - AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA LOCAL

1. Dízimos e ofertas.

O assunto mordomia na questão das finanças é um assunto que não deve ser evitado. É de extrema relevância não se omitir sobre o assunto dízimos e ofertas, pois observamos muitas interpretações errôneas a respeito. É preciso ensinar que a entrega dos dízimos e ofertas não é uma obrigação, precisa ser feito com alegria, gratidão e reverência. O descuido com este tema tem como consequência transformar novos convertidos em crentes não amadurecidos na fé cristã. A falta de ensino faz com que a pessoa recém-convertida não descubra o seu compromisso como servo de Deus e o prejudica, pois ao não contribuir perde as bênçãos que o Senhor promete conceder aos contribuintes.

O cristão precisa ser uma pessoa consciente e produtiva. É um erro não entender que a obra de Deus depende do seu envolvimento, que precisa de recursos financeiros. A fonte desses recursos da igreja local são os dízimos e as ofertas. Sem eles, a obra missionária, os trabalhos sociais não acontecem e os obreiros de tempo integral, junto com sua família, sofrem.

Sobre o salário de obreiros envolvidos na obra de Deus em tempo integral, Paulo escreveu o seguinte:
• 1 Coríntios 9.11.  "Se nós semeamos entre vocês as coisas espirituais, será muito recolhermos de vocês bens materiais?"
• Gálatas 6.6. "Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui."
• 1 Timóteo 5.18. "Pois a Escritura declara: “Não amordace o boi quando ele pisa o trigo.' E, ainda: 'O trabalhador é digno do seu salário."
É triste saber que há quem pense que desde que já está salvo, importa apenas satisfazer seus interesses pessoais, prejudicando assim o crescimento do reino. Não é aceitável haver no coração do cristão avareza e ganância. A mordomia dos dízimos e ofertas está fundamentada nos valores de liberalidade e coração grato. Não pode haver dúvida que, embora Deus prometa abençoar, a disciplina dos dízimos e das ofertas nada tem a ver com barganha ou coisa parecida.

1.2. A respeito dos dízimos

A palavra hebraica traduzida ao idioma português como dízimo é "ma´aser" e a grega é "deka", significam "a décima parte". Na lei de Deus os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte da sua renda como sinal de gratulação pelas bençãos que Senhor dava a eles (Levíticos 27.30-32; Números 18.21-26; Deuteronômio 14.22-29).

Levítico 27.30-33 apresenta a regra sobre a obrigatoriedade existente aos israelitas; Deus ordenou que entregassem dízimos aos sacerdotes da religião judaica. Eles eram obrigados a entregar dízimos sobre toda a sua produção, seus grãos, fruto das árvores e gado. Se fosse possível obter a décima parte desta produção, qualquer que fosse, deveriam ficar com noventa por cento da colheita. Agindo assim, os judeus reconheciam que Deus era o dono das suas terras, aquele que lhes dava os frutos e que eles mesmos eram seus arrendatários e dependentes dele. Desta maneira, os judeus lhe davam graças pela abundância que tinham e suplicavam a sua dádiva na continuação da abastança.

O animal que já havia sido entregue ao sistema religioso como dízimo, depois que tivesse passado por baixo da vara, ou bordão, do pastor, não havia incentivo algum para ser devolvido ao dizimista, ainda que fosse oferecido pelo proprietário algo melhor em troca. Mas, quando o dono do bicho desse um quinto à mais do valor do seu dízimo, a troca de animais era permitida, e os dois animais passavam a ser considerados consagrados e o que serviu de troca não poderia mais ser resgatado.

1.3. Ai dos líderes escandalizadores (Lucas 17.1-2).

Ao ler e estudar a Bíblia, o crente aprende a honrar ao Senhor" (Provérbios 3.9). Ao suster e abastecer os ministros - que trabalham em tempo integral na igreja - ele age com disposição gerada na pessoa do Espírito Santo que fez o convencimento ao partilhamento através do conhecimento adquirido pelo contato com as Escrituras Sagradas (1 Coríntios 9.14).

A liderança evangélica não pode esquecer que o objetivo da entrega das contribuições é a promoção do Reino de Deus, estritamente para a disseminação do Evangelho no mundo (1 Coríntios 9.4-14; Filipenses 4.15-18; 1 Timóteo 5.17, 18) e socorrer os necessitados (Gálatas 2.10).

O enriquecimento desordenado de pastores evangélicos é observado por Deus e por crentes e descrentes. Eles não têm o temor do Senhor e nem sentem vergonha de se apoderar do dinheiro que não lhes pertence. Sobre essa situação reprovável e vergonhosa, como mordomo de Deus o cristão, prudente como a serpente, deve se perguntar: "Para onde vão os dízimos e ofertas?" Permanecendo simples como as pombas, se recusar a ser financiador desse tipo de escândalo (Mateus 10.16). Como mordomo do Senhor, o cristão precisa zelar pelo que Deus lhe confiou, para evitar que os lobos se estabeleçam no meio do rebanho de Jesus. É preciso se afastar dos homens réprobos e servir ao Senhor em uma igreja cujo dirigente é alguém fiel ao Bom Pastor, fazer parte de igrejas onde aquele que pastoreia usa o recurso entregue pela membresia para zelar pela estrutura de templos e construir novos templos, sustentar missionários e socorrer os necessitados.

2. O cuidado com recursos externos.

Os recursos financeiros de que a igreja local necessita não devem ser provenientes de governos, de órgãos públicos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda, acarretou problemas para seu ministério e para os irmãos.

3. Outras fontes de recursos.

Não é errado a igreja local, através de uma instituição social, como uma associação beneficente, um centro social, uma creche, ou um hospital, instituídos legalmente, receber recursos que lhe sejam oferecidos pelo Poder Público para obras sociais, por exemplo, desde que isso não implique em compromisso político ou de outra ordem. Centros espíritas, terreiros de macumba, creches, hospitais e outras instituições, recebem subvenções, por que não haver para as igrejas evangélicas? O que não deve aceitar é a concessão de recursos públicos para atividades como evangelismo, ensino, adoração, louvor etc. O financiamento das atividades da igreja local deve ser proveniente das fontes legítimas indicadas na Palavra de Deus, que são os dízimos e as ofertas dos crentes.


II - A BASE BÍBLICA PARA OS DÍZIMOS E AS OFERTAS

1. Os dízimos no Antigo Testamento.

1.1. O gesto de agradecimento do patriarca (Gênesis 14.14-20).

Melquisedeque, considerado um tipo de Cristo, era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Salém foi o primitivo nome de Jerusalém, cuja primeira menção bíblica está nesta narrativa. O significado do nome Melquisedeque é rei da justiça, e a palavra Salém se assemelha ao termo hebraico que quer dizer paz (Hebreus 7.1-6). O rei e sacerdote trouxe pão e vinho, para revigorar Abrão e seus soldados cansados devido a batalha que haviam participado, parabenizando-os pela sua vitória. Sendo sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou Abrão, o que podemos imaginar que tenha sido, para Abrão, um alívio maior do que tinham sido o seu pão e o seu vinho. Em resposta, Abrão deu-lhe o dízimo de tudo, isto é, dos despojos como uma retribuição pelas suas atitudes de respeito e gentileza (Hebreus 7.4).

Abrão deu o dízimo de tudo para Melquisedeque; mais tarde Deus o abençoou em tudo (Gênesis 14.18-20; 24.1). O patriarca foi assinalado entre todas as pessoas de todos os tempos com o título amigo de Deus (2 Crônicas 20.7; Isaías 41.8; Tiago 2.23). Tal amizade foi honrada por ambos os lados e ainda hoje é uma inspiração para a cristandade.

A expressão "casa de Deus" aparece duas vezes no capítulo 28 de Gênesis, nos versículos 17 e 22. Esta passagem bíblica é atinente ao episódio em que Jacó fez seu voto de que entregaria o dízimo a Deus.

1.2. O dízimo para assistência social: Deuteronômio 26.12-15; Jeremias 22.3; Malaquias 3.5).

De três em três anos, havia entre os judeus a recomendação do Senhor para que os dízimos recolhidos fossem destinados aos levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas. Após isso, a recomendação do Senhor era para que eles agradecessem por terem entregado a parte da colheita, que pertence a Deus, aos levitas, órfãos e viúvas, por não terem retido para uso pessoal o dízimo. Depois disso; então, deveriam pedir que lá da morada celeste o Senhor olhasse para eles e abençoasse o território israelita, mantendo-o como nação que mana leite e mel (expressão da tradução bíblica Almeida Revista e Corrigida no versículo 15). Ao pé da letra, no texto hebraico, "terra que mana leite e mel" é uma maneira de dizer que se trata de uma terra muito rica, cheia de fartura. Veja a descrição deste termo em detalhes lendo Deuteronômio 8.7-10.

1.3. Levítico 26.12-16.

Os versículos 11 ao 13 apresentam os termos da aliança que Deus fez com o seu povo, aborda a questão da desobediência, que tem como consequência castigos. Em 2 Coríntios 6.16, ao abordar a questão do crente ser o templo do Deus vivo e estar contaminado por influência dos pagãos, Paulo cita o texto contido no versículo 12, para explicar ao povo da nova aliança que a pessoa que se dedica por completo ao Senhor é abençoada: “Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.”

1.4. Deus chamou a nação israelita ao arrependimento (Malaquias 3.10-11).

O profeta, na condição de porta-voz de Deus lembrou os israelitas que, além das outras transgressões daquele povo, eles retinham os dízimos e as ofertas, que deveriam ser entregues no templo judaico. Os conterrâneos de Malaquias estavam sendo desobedientes à Lei dada a Moisés (Levíticos 27.30-31; Deuteronômio 12.18; 14.28-29), e com essa atitude de desobediência consciente atraíam maldição sobre si mesmos. Contudo, se voltassem a contribuir para a manutenção da obra divina, poderiam comprovar as bênçãos sem medida da parte do Senhor. Nesta profecia, o Todo Poderoso disse que repreenderia o devorador nas plantações agrícolas, acabaria com a esterilidade na vida financeira e faria de seus servos pessoas prósperas e abençoadas.

2. O dízimo no Novo Testamento.

Não é possível afirmar que o crente que não traz o dízimo para o templo está com a salvação comprometida. Podemos pensar que o crente que não traz o dízimo para a manutenção do templo certamente não tem senso de responsabilidade com as coisas que envolvem a obra de Deus, no sentido das necessidades materiais, tais como manutenção de obreiros em tempo integral, ajuda aos necessitados, viúvas, órfãos etc.

Em entrevista para a revista Ensinador Cristão, o pastor e teólogo Elinaldo Renovato lembra que a salvação é resultado da fé em Jesus. Só Cristo pode salvar o homem (João 14.6). A salvação tem origem na graça e não em obras (Efésios 2.8-10). Renovato conclui seu raciocínio dizendo que o crente que não é fiel nos dízimos pode não perder a salvação, mas certamente perde as bênçãos prometidas por Deus para os dizimistas fieis; perde galardões nos céus pela falta de gratidão e amor pela manutenção do ministério cristão (Malaquias 3.8-10).

Cheio de razão, um poeta brasileiro da nossa contemporaneidade, escreveu: "Quem ama, cuida". Se o crente ama ao Senhor e ao próximo, põe-se a pensar sobre a questão de manter o templo no qual congrega, aberto, em boas condições para recebe bem as almas que ainda não conhecem o Salvador. Procura os melhores meios para colaborar, pois ali é o local em que se reúne com irmãos para ser edificado espiritualmente e conviver fraternalmente com a comunidade que possui a mesma fé que ele.

O apóstolo Paulo não coagia as pessoas a contribuírem, não as obrigada a dar por senso de obrigação mas por ato voluntário, sincero, como manifestação do amor sincero que havia em seus corações. Para isso, usou como exemplo incentivador a diligência dos macedônios para conscientizar os coríntios sobre a necessidade de ajudarem o ministério cristão financeiramente (2 Coríntios 8.8-15). Porém, o exemplo perfeito para ser alguém que se dispõe a dar é Jesus Cristo, que aceitou deixar "as riquezas" do céu e "se fez pobre" (Mateus 8.20). Paulo lembrou aos filipenses: "Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que [...] assumindo a forma de servo, [...] ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (Filipenses 2.5-8). Ele fez isto para que possamos receber as riquezas espirituais, para que pudéssemos ter a paz com Deus (2 Coríntios 5.19) e experimentar nesta vida terrestre a paz de Deus e posteriormente continuar gozando dessa paz no céu (João 14.27. Filipenses 4.7).

O dízimo é do Senhor. O dizimista reconhece que o Senhor é dono de tudo, do Universo, do planeta Terra, dos seres humanos e seres irracionais, enfim, de tudo que está criado (Salmos 24.1; Levíticos 27.30-32; Salmo 24.1) e que tudo provém dEle (1 Crônica 29.14). Por entender que inclusive ele pertence a Deus, o cristão não realiza sua entrega em caráter obrigatório, como se a atividade fosse uma determinação legal ou religiosa. Sua prática como contribuinte é baseada na firme convicção de que Deus merece os primeiros e melhores produtos do seu trabalho.

2.1 Uma polêmica sobre cristãos dizimistas (Mateus 23.23).

Aplicar a disciplina de ofertas e dízimos é tão importante hoje quanto era no Antigo Testamento. Atualmente, com a expansão das igrejas, incumbidas de irem ao mundo pregando e ensinando o Evangelho, elas carecem das contribuições generosas dos crentes. É importante contribuir, pois o crente que não possui o dom de evangelista, é participante da missão evangelística tanto quanto aquele que está em atuação no campo missionário. Todos têm oportunidade de se manter engajados, pois a obra não é de homens, é de Deus (1 Coríntios 3.6).

Uma das polêmicas sobre o dízimo é a ausência de uma ordem específica sobre sua entrega no Novo Testamento. O Senhor não dirigiu palavra sobre dízimo aos seus seguidores. Jesus mandou entregar o dízimo, mas ao fazer isso, recomendou que se entregasse a contribuição no templo judaico; a recomendação foi uma orientação para judeus que se apresentavam como pessoas religiosas ultra zelosas pela prática do judaísmo; elas não eram seguidoras de Jesus.

2.2. Quem eram os escribas e quem eram os fariseus?
• Escribas. No Antigo Testamento, o escriba (sopher, em hebraico) era um inspetor (2 Crônicas 26.11; 2 Reis 25.19; ver também Gênesis 41.49 e 2 Samuel 24.10). Uma espécie de oficial real ou um secretário com o nível de ministro (2 Samuel 8.17; 1 Reis 4.3; 2 Reis 18.18). Poderia servir como tesoureiro do estado (2 Reis 12.10). No idioma original do Novo Testamento, encontramos o termo "grammateus" como o equivalente à escriba. Gramatheus está associado com a palavra alfabeto. Era posto de secretário ou assistente, função de prestígio, como o oficial que trabalhava como escrivão da cidade de Éfeso (Atos 19.35). A importância da Lei de Moisés estimulava-os a estudar e transmitir o conteúdo das Escrituras aos israelitas. A princípio, esta atividade era encargo dos sacerdotes. Esdras era um sacerdote, mas também um antigo escriba, versado nas palavras e mandamentos do Senhor, que estudou e ensinou a Lei aos israelitas (Esdras 7.6, 11). Às vezes, o escriba agia como um secretário que escrevia uma carta (Esdras 4.8); enquanto em outras ocasiões era alguém que transcrevia as Escrituras, de maneira desleixada (Jeremias 8.8,9), ou temente a Deus como Baruque (Jeremias 36.26,32). 
Através dos escribas, as leis religiosas e civis foram aplicadas à vida do povo, e, simultaneamente, as interpretações e decisões dos escribas tornaram-se leis orais e tradições enraizadas na cultura israelita.
• Fariseus. A palavra fariseu é "parash", que significa separar ou dividir. A origem deste grupo religioso é obscura. O grupo de fariseus era um grupo separado, acredita-se que vivia em uma espécie de clausura, apartados fisicamente da sociedade. A separação da qual o nome se refere poderia ser a separação geral das impurezas do mundo ou ligada a alguma situação histórica. Poderia ser por causa de uma vida de rígida abstenção dos costumes pagãos na época de Esdras e de Neemias; ou a recusa de adotar costumes gregos mesmo sob a ameaça de morte na época e Antíoco Epifânio; e, ainda, devido a ruptura que aconteceu em 165 a.C., após a reconquista do Templo, entre os macabeus. Podem ter sido o grupo de “piedosos”, também conhecido como Chasidim, que estavam dispostos a lutar pela liberdade religiosa, mas não pela independência política. Estas possibilidades são apenas teorias, não há comprovação para sustentar como fato comprovado.
Jesus criticou um escriba e um fariseu porque eles eram hipócritas e contraditórios. A recomendação do judaísmo era entregar o dízimo de rebanhos, vinho, grão e óleo (Levíticos 27.30-33; Números 18.21-32; Deuteronômio 14.22-29; 26.12-15; Malaquias 3.8-12), com o objetivo de manter o sustento dos levitas, manutenção do templo judaico e ajuda ao pobres. Mas ambos acrescentavam ao mandamento o dízimo de ervas, com motivação de fazer transparecer comportamento de religiosidade acima da média daquela sociedade, contudo, desprezavam o mais importante da Lei, a justiça ou juízo, o socorro ao necessitado e a fé.

A contra-argumentação para isso é que quase nenhum texto do Novo Testamento poderia ser considerado doutrina se não houvesse indicação expressa de que Jesus ministrava apenas para judeus. Por exemplo, no Sermão do Monte, Ele falou para os judeus, mas o seu texto encerra o cerne da doutrina cristã.

3. As ofertas nas Escrituras.

Após perceberem o quanto tinham se afastado dos mandamentos de Deus, os judeus decidiram estabelecer um firme concerto com Ele. Então, todo o povo voltou-se para o Senhor e fez um acordo, por escrito, assumindo o compromisso de viver em conformidade com a Lei de Deus (Neemias 9.38-10.39). Os princípios morais e éticos da sociedade, sempre contrastam como os ensinos da Bíblia. Mas, os cristãos que forem sinceros e aprenderem a se deixar guiar somente pelo que está escrito na Palavra de Deus jamais tropeçarão nem se deixarão influenciar pela filosofia desse mundo perdido.

III. A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E DAS OFERTAS NA IGREJA LOCAL

1. Como deve ser a entrega dos dízimos e das ofertas na igreja local.

A mordomia do cristão quanto ao dízimo deve ser praticada considerando o texto de Provérbios 3.9-10. O cálculo de dez cento deve ser feito sobre o valor bruto, porque entende-se que o princípio bíblico que norteia a entrega do dízimo no Antigo Testamento é o das "primícias" (Provérbios 3.9-10).

Quando o crente recebe algum sinal de misericórdia da parte de Deus, é adequado que expresse seu reconhecimento por meio de algum ato especial de amor reverente. Deus sempre deve receber o que lhe é devido, daquilo que temos. Um bom mordomo de Deus, antes de tudo, é um bom servo de Deus. Um bom servo é fiel ao Senhor em todos os sentidos. Como mordomo, o crente dedica tempo ao serviço dEle, vive em amor e santidade. Faz tudo em nome do Senhor; como para o Senhor e não para homens e sempre visa a glória de Deus em tudo que faz (Colossenses 3.17, 23; 1 Coríntios 10.31).

O crente em Cristo deve aprender a honrar ao Senhor com sua fazenda, de maneira voluntária e reservada. A prestação de honra a Deus só é possível se a contribuição financeira ocorre por livre vontade, sem nenhuma pressão humana. Quando há constrangimento para contribuir, o contribuinte não presta honra ao Criador, atende a um individuo procurando ser agradável a ele. Assim, é muito provável que nesta ação não exista a fé genuína, não há gratidão e amor ao Senhor. 

2. O dízimo dos empresários cristãos.

O dízimo do empresário deve ser com base na renda. Faturamento não é renda, pois inclui os custos e o lucro; o faturamento é da empresa. O lucro é o excedente sobre o custo, que permite o reinvestimento nos negócios através do Capital de Giro. O empresário deve entregar o dízimo de "sua renda", que pode ser do Pró-Labore ou do que é mais comum, da "retirada" que ele usa para sua manutenção e de sua família.

O que ele retira é a sua renda. É desse montante que deve extrair o valor do dízimo. Assim como o assalariado, o dízimo do empresário deve ser do "bruto", do total de sua renda ou retirada, e não do líquido (Provérbios 3.9-10).

CONCLUSÃO

"O que a pessoa semear, isso também colherá. Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui" - Gálatas 6.6. 

Exercer a generosidade constitui-se um privilégio mais que especial. Há uma promessa muito grande de prosperidade para o que abre a mão para a obra de Deus e para ajudar as pessoas. Acerca do indivíduo generoso, a Bíblia diz: "Uns dão com generosidade e têm cada vez mais; outros retêm mais do que é justo e acabam na pobreza" (Provérbios 11.24). 

O que você faria se Deus pedisse a você para ofertar "tudo" o que tem, assim como fez a viúva pobre observada por Jesus? Dar tudo o que tem é difícil, mas é possível. Mas Deus não pede tudo, Ele pede uma pequena parte dos rendimentos. Ofertar quase tudo quando o orçamento é pouco, às vezes, também não é fácil de se fazer. Porém, se Deus pedir tal atitude, Ele providencia tudo. Não contribuir nada é sempre mais fácil, mas não é a decisão correta para quem ama a Deus. Precisamos sempre oferecer a Deus o nosso melhor e isso exige determinação.

E.A.G
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Compilação

Bíblia de Estudo do Expositor. Edição 2017. Páginas 254 e 255, Baton Rouge, LA, EUA (Ministério de Jimmy Swaggart).
Bíblia de Estudo NTLH. Edição 2015. Páginas 149, 1412. Tamboré; Barueri/SP (Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida. Natalino das Neves. 1ª edição 2019. Páginas 59 e 60. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Comentário Bíblico Mattew Henry - Volume 1. Antigo Testamento: Gênesis a Deuteronômio. 1ª Edição 2010. Página 442. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão. Ano 20, número 79. Páginas 25, 26, 33, 87. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Lições Bíblicas: Discipulado e Integração, o segredo para o crescimento da Igreja. Geremias do Couto. 1º trimestre de 1996. Lição 7: O Novo Crente e a Mordomia Cristã. Páginas 32 e 33. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Série Comentário Bíblico. 1 e 2 Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Stanley M. Norton. 3ª Edição 2016. Página 226. Rio de Janeiro (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos: Sendo Mordomo Fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Elivaldo Renovato. 1ª Edição 2019. Capítulo 7: A Mordomia dos Dízimos e Ofertas. Páginas 87 a 90 e 94. Bangu. Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Mateus 6.31 - Deus quer apenas nos dar o que comer, beber e vestir?


"E por que se preocupam com o que vão vestir? Observem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, porém, afirmo a vocês que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não fará muito mais por vocês, homens de pequena fé? Portanto, não se preocupem, dizendo: “Que comeremos?”, “Que beberemos?” ou “Com que nos vestiremos?” Porque os gentios é que procuram todas estas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de todas elas. Mas busquem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas lhes serão acrescentadas" - Mateus 6.28-31 (NAA).

Usando este texto bíblico, mais de uma vez presenciei cristãos, cheios de boa intenção, interpretá-lo afirmando categoricamente que o nosso Pai celeste não está interessa em nos abençoar além do prato de comida de cada dia, do copo de água e das roupas que precisamos nos resguardar.

É complicado ouvir pregadores dizer que Deus não pretende nos abençoar no campo financeiro ou material, após haver orado e ter sido atendido pelo Pai celeste. O Senhor é soberano, age de muitas formas, deseja o nosso bem-estar. Milagres acontecem na vida do crente em Cristo, e não há como explicar tais ocorrências,  só nos resta agradecer por cada uma delas. O que dizer mais? Orei considerando meu Deus o meu Pai e simplesmente após isso esqueci que havia feito a oração e o milagre aconteceu.

O apóstolo Tiago (capítulo 4 e versículos 1 ao 3) nos ensina a orar e receber a resposta positiva do Pai celeste. Ele escreveu: "De onde procedem as guerras e brigas que há entre vocês? De onde, senão dos prazeres que estão em conflito dentro de vocês? Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja, mas nada podem obter; vivem a lutar e a fazer guerras. Nada têm, porque não pedem; pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres".

Ao orar ao Pai, o Pai vê quais são as nossas motivações e o nosso jeito de se relacionar com as pessoas em nossa volta, vê se há dentro de nós ambição egoísta, sabe se existe ou não intenção de compartilhar com os irmãos a bênção que solicitamos. Não seremos atendidos caso faltar em nós o amor ao próximo. Ao orar, que o objetivo seja nobre.

Numa pesquisa do grego koiné, sobre Mateus 6.31, vi que os verbos “comer” e “beber” estão restritos ao sentido em português que usamos, porém, “vestir” vai além do sentido de vestuário. O termo (“peribalô”) abrange tanto as roupas quanto investimentos. 

A raiz dessa palavra é “peri”, usado como superlativo, indica figurativamente tempo , assunto e ocasião e lugar; literalmente, conota “circunstância” e “propriedade”.

“Ballõ” é um verbo, significa lançar (-se) com veemência.

Disto, podemos entender que além de “o que iremos vestir?”, a tradução também poderia ser outra, remetendo às situações de trabalho digno, salário justo, residência, estabilidade financeira. Mas observando diversas traduções da Bíblia, os tradutores que consultei, tanto em português quanto em inglês, escolheram verter “peribalô” se referindo apenas às vestes.

E.A.G.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Bill Gates agora é centibilionário

Segundo matéria veiculada no portal Yahoo, o magnata Bill Gates, cofundador da Microsoft, é o segundo centibilionário do planeta.

Fiz uma pesquisa, nas versões online dos dicionários Aurélio e Michaellis, os dicionaristas ainda não escreveram um verbete para a palavra centibilhão, mas a própria palavra auto explica o significado: bilhão multiplicado por cem.

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O poder do dinheiro


Por Roger Fleming

O assunto finanças é focalizado por Jesus em Lucas 16. Sua mensagem foi clara: o crescimento espiritual está, em grande parte, relacionado à nossa forma de lidar com o dinheiro.

Riqueza é mais do que dinheiro

Dinheiro é somente um aspecto da riqueza. Os bens de uma pessoa podem incluir imóveis, carros e até o prestígio de uma posição. Tudo o que possuímos pode ser usado positivamente para influenciar outros ao Evangelho. David Livingstone afirmou: "Não darei valor a qualquer coisa que possua, a não ser à luz do relacionamento com o Reino de Deus. Usarei tudo que venha possuir para promover a glória dAquele a quem devo toda minha esperança no tempo e na eternidade".

domingo, 27 de maio de 2018

Ética Cristã e Vida Financeira

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

As posses e os bens são concedidos ao ser humano por meio do nosso Deus. O fato de possuir o dinheiro, seja em muita ou pouca quantidade, pode ser bênção ou maldição, depende do uso que é feito com ele. Se usado de maneira sábia, para a glória de Deus, expansão do seu reino, agradecido pelos bens adquiridos, somos abençoados pelo Senhor. Cada um prestará contas de tudo o que recebeu para gerir, até mesmo no setor financeiro (Mateus 25.19; (Romanos 14.12).




l – UMA TEOLOGIA PARA A VIDA FINANCEIRA

O equilíbrio financeiro foge dos extremos da riqueza e da pobreza, e possibilita uma vida desprovida de preocupações desnecessárias.

 1. Vida financeira equilibrada.

O Senhor é a fonte de toda riqueza, o ouro e a prata são dEle (Ageu 2.8). No Salmo 24.1, o salmista Davi glorifica o Criador de todas as coisas, Senhor da terra e do mundo criado, e de tudo o que neles há. O cântico mostra que tudo o que somos, tudo o que vemos e temos nesta vida pertencem ao Altíssimo. Após Deus haver completado a obra de criação, criou o homem e a mulher e confiou a ambos a missão de administrar a terra e o que nela existe (Gênesis 1.26-28; 9.2; Salmos 8.6-8).

Diariamente, vivemos um conflito. De um lado temos a oportunidade de conhecer a Palavra de Deus, colocar a sua vontade em prática em todas as esferas da vida. Do outro lado encontramos as forças do mal, apresentando informação desprovida da intenção divina, atuando em sentido contrário à condução do Espírito Santo. Enquanto a promessa do retorno de Jesus não se cumprir, teremos que conviver com essas duas situações.

Através da comunhão com Deus e Sua Palavra, recebemos Seus sábios conselhos, que nos capacita a vencer as provas desse mundo de ilusões e todas as investidas destruidoras do inimigo de nossas almas. E uma das frentes que o inimigo ataca é o mal uso do dinheiro.

Prazos a perder de vista, cartões de crédito. O marketing age com força, usa voz de comando para induzi-lo a gastar mesmo que você não possua recursos suficientes. As frases estão sempre no imperativo: “vá”, “compre”, “faça”. As supostas facilidades oferecidas pelo mercado financeiro são um golpe para iludir o consumidor. O apelo começa com produtos de higiene pessoal, passa pela alimentação da família, e chega ao carro do último modelo.

A sociedade não cristã sustenta a filosofia que dinheiro vale mais que a vida. Por isso, pessoas destroem a própria vida e a de seus semelhantes. Sacrificam seus valores morais e princípios éticos, tentando obter riquezas e tudo o que o dinheiro pode dar. No entanto, os que assim fazem, não encontram felicidade plena ao realizar o que desejam. Isto, porque o não cristão não consegue ver a vida através da perspectiva do Reino de Deus.

2. O perigo do amor do dinheiro.

A sociedade em que vivemos é extremamente capitalista, incentiva as pessoas a colocarem em primeiro lugar em suas vidas a luta por conseguir ganhar dinheiro. Os seres humanos que possuem muito querem mais ainda e os que possuem pouco ou nada, desejam ardentemente alguma coisa.

Muitos vivem na filosofia do “quanto mais tem, mais quer”. Estão influenciados pelo consumismo, acúmulo de dinheiro e desejo de lucro exorbitante e de muito luxo. Isto é visto em pais e mães que sacrificam seus momentos de lazer com seus filhos para trabalhar mais e assim ganhar mais dinheiro; no irmão ou irmã da igreja que troca o culto por horas extras exageradas no emprego; em pais que pressionam seus filhos para fazer um determinado curso em uma faculdade, até mesmo contra a vontade dos filhos, só porque este curso confere mais “status” e salários mais altos a quem o fez; enfim, em jovens que se casam apenas por interesses financeiros.

Quanto a vivência cotidiana do cristão equilibrado, este compreende que todos precisam de dinheiro para a manutenção, que o lucro comercial é o bônus inerente do comerciante honesto e o luxo equilibrado faz parte da vida em dignidade. Sabe, também, que o crente em Cristo não deve colocar a obtenção de riquezas como alvo supremo da vida. 

È necessária a conscientização de que o ser humano foi estabelecido para ser administrador do Altíssimo. O crente precisa estar ciente de que o ser humano não é dono de nada. Deus nunca lhe entregou qualquer direito de propriedade, mas para si mesmo reservou as coisas que criou (1 Coríntios 4.2).



II – MEIOS HONESTOS PARA GANHAR DINHEIRO

O que devemos fazer ao ganharmos dinheiro? "Honre o SENHOR com os seus bens e com as primícias de toda a sua renda" - Provérbios 3.9. Ganhar dinheiro não é pecado, é uma necessidade indispensável. Trabalhar de modo honesto para o sustento de sua família é uma atitude altruísta.

1. Trabalho e emprego.

A Palavra de Deus é muito clara quanto à importância do trabalho. O Salmo 128.2 nos diz que do trabalho de nossas mãos comeremos, feliz seremos e tudo de bom nos acontecerá. Não importa se nossa profissão é valorizada, reconhecida ou mal remunerada. Deus sempre terá uma recompensa para aquele que trabalha sério e é dedicado naquilo que faz.

O trabalho traz o pão à nossa mesa, alimenta o nosso lar, nos oferece dignidade, é um meio honesto para se ganhar dinheiro e adquirir bens e boa reputação (Provérbios 6.6-8).

É fato que muitas pessoas não gostam muito de trabalhar, alguns amam o ócio e mais as coisas do que as pessoas, preferem horas exageradas de sono e não se importam em partir para o assalto e o furto, não se importam em tirar o que é propriedade de outro: "Quem trabalha com a mão ociosa fica pobre, mas o que trabalha com diligência enriquece" (Provérbios 10.4).

Muitas pessoas perdem uma grande bênção porque não se dispõem a trabalhar. O Senhor vê tudo e em consequência da iniciativa em colocar mãos à obra oferece muitas bênçãos quando nos dedicamos verdadeiramente ao que fazemos. Vejamos alguns personagens bíblicos que foram grandiosamente abençoados através do “suor de seus rostos”:
• Rebeca conquistou Isaque (Gênesis 24.19-21). Provavelmente ela não tinha planos de conseguir um casamento nos momentos em que tirava água do poço para saciar a sede dos camelos da família. Mas Deus a surpreendeu enquanto trabalhava, fazendo com que ela viesse a se casar por causa disso.
• Davi, do campo ao trono de Israel (1 Samuel 16:11). Poucos valorizavam o trabalho de Davi, que era o responsável pelo pastoreio das ovelhas de sua família. Apesar disso, sem receber reconhecimento, ele fazia o melhor possível em seu serviço. Deus, então, viu que aquele rapaz poderia “pastorear” o seu povo caprichosamente e o escolheu para a função de rei de Israel.
• Jeroboão foi honrado por seu labor e se tornou rei (1 Reis 11.28). Deus observou em Jeroboão um homem justo, honesto, fiel e muito trabalhador. Por isso o escolheu para usar a coroa, tirando-a das mãos dos filhos de Salomão, que eram os herdeiros naturais do trono que foi de Davi.
O serviço de Jacó o levou à riqueza, apesar dos reveses com seu sogro trapaceiro (Gênesis 31.6-9).
• O serviço de Rute livrou-a da penúria. Ela pôs as suas mãos no arado, assumiu o sustento do lar após sua viuvez e a viuvez de sua sogra idosa, com quem viveu em pobreza. Por causa de sua nobre disposição em trabalhar duro, Deus providenciou o encontro dela com Boaz, homem de posses, e o desfecho do romance foi ela casar-se com ele e entrar para a genealogia de Jesus (Rute 2.2-4, Mateus 1.5).
Pode ser que você pense que ninguém valoriza o seu trabalho. Pode ser também que algumas pessoas realmente menosprezem o esforço que faz. Lembre-se que o Senhor sabe de todas as coisas, honra aos que prestam serviço com dedicação, desde que a tarefa não seja atividade desonesta.

2. Escolarização e Mobilidade Social.

A sociedade é formada por classes sociais, como A, B, C e D, geralmente com grandes diferenças entre os mais ricos e os mais pobres. A possibilidade de um indivíduo subir de classe na sociedade, passar a ter um poder aquisitivo admirável é o fenômeno denominado “mobilidade social” ou "transformação social".

Um dos meios disponíveis para o aumento da capacidade em adquirir bens e serviços de cidadãos menos privilegiados economicamente é a escolarização. Isto é, estudar até atingir os melhores padrões acadêmicos. A escolarização abre oportunidades para o aluno assentar-se nas cadeiras do nível superior de ensino, trabalhar em empregos de sucesso, cujo salário gera um excelente poder aquisitivo, reduzindo assim a distância entre ricos e pobres.

A escolarização e a ascensão socioeconômica são úteis ao crente para que ele possa servir melhor o Reino de Deus (Filipenses 2.4,21; 1 Corintios 10.32,33).

Ao alcançar seu aprimoramento intelectual, o cristão precisa ter o cuidado. para não se abobalhar com o sentimento de vanglória e o engano da sensação de superioridade entre os seus semelhantes (Filipenses 2.3). As universidades e faculdades, além de oferecer o cabedal de conhecimento essencial, são celeiros de filosofias e vãs sutilezas, cabe ao crente examinar tudo e conservar o que é realmente bom (Colossenses 2.8; 1 Tessalonicenses 5.21).


Ill – COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO?

1. Fidelidade na Casa do Senhor.

Do que o Senhor se agrada quando o servimos? Sabemos que todos os bens que temos a nossa disposição pertencem a Deus. Administramos a casa, a família, o carro, terras, trabalho, dinheiro etc. Tudo é do Senhor e apenas nos tornamos mordomos de Deus, diante dos bens materiais. 

Precisamos conhecer realmente a Deus para servi-lo de maneira aprazível. Só é capaz de servir ao Senhor de maneira agradável, aquele que O conhece em todo Seu poder e glória, no reconhecimento da grandeza de Deus (1 Crônicas 29.10-19).

Ser mordomo é administrar em total fidelidade o que lhe foi confiado,  entender que aquilo que está em suas mãos não pertence a si mesmo, mas a Alguém que lhe confiou algo valioso. Portanto, o crente consciente de quem é usará da melhor maneira possível e da forma que agradará ao Proprietário os bens que administra.

O cristão espiritual é fiel a Deus, tocado pelo Espírito Santo reconhece a grandeza de Deus e age com total disposição, voluntariedade e alegria, ao servir ao Senhor com tudo o que tem e em tudo o que é.

Devemos servi-lo com nossa vida em integridade, pois sem reconhecer a grandiosidade de Deus, a mordomia é algo apenas teórico. 

O mordomo não se sente coagido a fazer nada, porque a  mordomia representa a ação voluntária e alegre. Este princípio é importantíssimo para o cristão, pois a Bíblia ensina que Deus ama ao que dá prazerosamente. Na condição de crentes em Cristo como Senhor e Salvador, com alegria devemos contribuir financeiramente na congregação em que servimos ao Senhor (2 Coríntios 9.7).

2. Estabelecendo prioridades.

Jesus declarou em João 10:10: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”.

O que devo fazer com o dinheiro de Deus sob os meus cuidados? Não importa se pouco ou muito, devemos administrar bem as posses, com a finalidade de não pecar contra Deus e não expor a sua família à humilhação moral e à falta das coisas necessárias. Empreender todo o possível que estiver ao nosso alcance para bem administrar os recursos que Deus nos dá

O cristão deve trabalhar de modo honesto e aplicado, usar os recursos financeiros para sua subsistência e da sua família, para que vivam de maneira digna.

Devemos também prover o sustento da obra do Senhor, pois o cristianismo é feito com coisas materiais e o dinheiro faz parte desse contexto. Os recursos da igreja local não provêm de governos ou de organismos financeiros. A estabilidade material nos dá condições de colaborar com nossos recursos para a pregação do Evangelho, faz com que sejamos capazes de apoiar a igreja em seus projetos missionários. 

A estabilidade  financeira também nos dá condições de ajudar o necessitado, que é o nosso próximo, em suas necessidades materiais. O trabalho assistencial é parte de nossa mordomia cristã, quando a realizamos estamos servindo ao nosso Deus (Provérbios 22.9; Tiago 1.15-16).

Ao priorizar essas coisas, é preciso confiar que Deus suprirá com o provimento diário suficiente (Filipenses 4.7).

3. Evitando as dívidas.

Quando a família não programa suas compras, termina por não honrar todos os compromissos financeiros, se vê com menos recursos como consequência de altas taxas de juros devido aos atrasos de pagamentos e acúmulo de faturas vencidas, cujos valores a pagar sobem para acima de suas renda. Então, a família começa a padecer com a falta do que é necessário e se transforma em refém do credor.

“O que pede emprestado é servo de quem empresta” - Provérbios 22.7.

O erro na organização da lista de compras está em não considerar a importância de itens básicos. Realizar em demasia aquisições de produtos supérfluos ao invés de comprar os produtos imprescindíveis. Tal disparate causa o acúmulo de dívidas inadimplentes e a pressão incessante do credor para ser reembolsado na data do vencimento da compra.

A exposição arriscada da renda familiar ocasiona uma sequência de danos, como estes: inquietação, estresse alto, e discórdias no lar. Para livrar-se dessas circunstâncias incômodas, observe e siga algumas regras de senso comum que ajudam as pessoas a evitar o endividamento. As dicas, são:
• Não assine ou garanta uma obrigação para outra pessoa. Se ela não pagar, você será responsável pelo reembolso. Evite ser fiador de estranhos (Provérbios 11.15; 27.13);
• Esquive-se dos agiotas (Êxodo 22.25; Levíticos 25.36);
• Acompanhe de perto os saldos bancários;
• Não compre por impulso;
• Fique dentro dos seus limites de gastos;
• Compare os preços antes de fazer grandes compras;
• Sempre que possível, pague à vista e evite comprar usando cartão de crédito (Romanos 13.8);
• Mantenha um registro de todas as compras com cartão de crédito;
• Se possível, pague sempre mais do que o pagamento mínimo em faturas de cartão de crédito;
• Evite aquelas supostas facilidades, tipo "compre agora, pague depois";
• Evite despesas com cheque especial;
• Evite adiar o pagamento em compras que oferecem, "financiamento sem juros";
• Evite pedir empréstimos para financiar compras "básicas";
• Se você não pode evitar empréstimos, pesquise e use o credor que oferece a menor taxa de juros.
Crie um orçamento realista e respeite-o à risca. Revise seu orçamento apenas quando necessário. Existem muitas maneiras de desenvolver um sistema de orçamento, como planilhas ou software e aplicativos on-line. Esses programas ajudarão você a determinar quanto está gastando e economizando.


CONCLUSÃO

Muitos cristãos, quer ricos ou pobres, idolatram o dinheiro. Amam mais as coisas materiais do que as pessoas, feitas a semelhança do Criador. Fazem isso sem refletir que tal comportamento representa atitude idólatra. Sem dúvida, quando o indivíduo é avarento, obcecados por coisas materiais, não possui nenhuma intenção de compartilhar com o necessitado, está vivendo como adorador do falso deus Mamom.

Existe para todos nós um grande perigo de cairmos na idolatria do dinheiro. O apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo, instruindo-o quanto a vários assuntos, inclusive quanto ao uso do dinheiro. O texto, conhecidíssimo dos cristãos, encontrado em 1 Timóteo 6.3, 9, 10, é um dos textos clássicos da Escritura Sagrada a respeito da ética cristã e da vida financeira do crente.

E.A.G.

■Compilações:
Ensinador Cristão. Ano 19, nº 74, Abril, maio e junho de 2018, página 40, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
Lições Bíblicas Professor. Valores Cristãos - Enfrentando as questões Morais de nosso tempo, Douglas Baptista, 2º trimestre de 2018, Lição 10 - Ética Cristã e Vida Financeira, Bangu. Rio de Janeiro/RJ (CPAD).
IPMG Igreja Metodista de Guarulhos - série Mordomia Cristã, lição 1, O Princípio da Mordomia, pdf - https: //bit.ly/ 2J54uUE 

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