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domingo, 29 de outubro de 2017

2 Coríntios 4.18 - Olhe ao invisível



"Portanto, não olhamos para aquilo que podemos ver atualmente, mas olhamos para aquilo que não se vê. Pois o que se pode ver dura apenas pouco tempo, mas o que não se vê durará eternamente" - 2 Coríntios 4.18 (NBV).

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Você perdeu a audição?

Era uma vez um homem que desafiou Deus a falar. Ele orou assim:

- Faz a sarça ser consumida pelo fogo como fizeste por Moisés, Deus. E eu te seguirei.

- Derruba os muros como fizeste por Josué, Deus. E eu lutarei.

- Acalma a tempestade como fizeste na Galileia, Deus. E eu ouvirei.

E o homem sentou-se ao lado de uma sarça, junto a um muro, perto do mar e esperou Deus falar.

E Deus ouviu o homem, portanto Deus respondeu.

Enviou fogo, não para uma sarça, mas para uma igreja. Derrubou um muro, não de tijolos mas de pecado. Acalmou a tempestade, não do mar, mas de uma alma.

E Deus esperou a resposta do homem.

E esperou...

E esperou...

E esperou...

No entanto, por estar olhando para sarças, não para corações; para tijolos, não para vidas,; para mares, não para almas. O homem concluiu que Deus hão havia feito nada.

Finalmente, ele olhou para Deus e perguntou:

- Perdeste o poder?

E Deus olhou para o homem e disse:

Você perdeu a audição?

Extraído do livro "Na Jornada com Cristo - o roteiro de Deus para a realização pessoal", autoria de Max Lucado, página 36, 2ª reimpressão 2011, Editora Mundo Cristão.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Mateus 5.31-32 em sete traduções diferentes e o significado do termo grego porneia


http://belverede.blogspot.com.brPor Eliseu Antonio Gomes

Primeiramente, é importante que esteja esclarecido que, como leitores da Bíblia Sagrada, precisamos ler e considerar o contexto do que lemos, no escopo histórico e entre os seus sessenta e seis livros.

Mateus escreveu o Evangelho de Cristo, que carrega seu nome, visando como seu público-alvo leitores judeus, porém, também, o conteúdo escrito vale para os gentios. O texto, contido no capítulo 5 e versículos 31 e 32, faz parte do famoso e longo discurso do Sermão do Monte, está endereçado aos discípulos de Cristo, os judeus convertidos e gentios convertidos, da primeira geração da Igreja até a data da volta de Jesus.

Mateus 5.31-32 em sete traduções ao idioma Português (em vermelho, a palavra traduzida).

"Estão lembrados do que dizem as Escrituras: 'Quem se divorciar de sua esposa, que o faça legalmente, dando-lhe o documento de separação e seus direitos legais'? Muitos de vocês estão essa lei como desculpa para seu egoísmo e seus caprichos, fingindo que estão fazendo algo justo só porque é legal. Por favor, parem de fingir! Se você se divorciar da sua esposa, será responsável por torná-la adúltera (a não ser que ela já o seja por ter se tornado promíscua. Se você se casar com uma adúltera divorciada, será automaticamente um adúltero. Você não pode usar a cobertura da lei para mascarar uma falha moral" - A Mensagem: Bíblia em Linguagem Contemporânea - Eugene H. Peterson, lançada pela Editora Vida em 2011.

"Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo que todo o que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz ser adúltera; e qualquer que se casar com a repudiada comete adultério" - Tradução Brasileira,  primeira impressão em 1917, edição de 2010 pela Sociedade Bíblica do Brasil.

"A Lei de Moisés diz: 'Se alguém quiser divorciar-se de sua esposa, deverá entregar-lhe um documento de divórcio'. Porém eu digo que se um homem se divorciar de sua esposa, a não ser por causa de infidelidade, faz com que ela, casando-se de novo, cometa adultério. E aquele que se casar com ela, também comete adultério" -  Nova Bíblia Viva, 2010, Editora Mundo Cristão.

"Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério" - Almeida Revista e Corrigida 4ª Edição, lançada pela Sociedade Bíblica do Brasil em janeiro de 2009.

"Também foi dito: quem se divorciar de sua mulher, dê-lhe documento de divórcio. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, a não ser por causa de infidelidade. torna-a adúltera; e quem se casa com a divorciada comete adultério" - Almeida Século 21- publicação da Edições Vida Nova em 2008. 

"Foi dito: 'Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio'. Mas eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério." - Sociedade Bíblica Internacional, lançada em 2000.

"Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio. Eu, porém, vos digo: qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério" - 2ª revisão da Almeida Revista e Atualizada, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil em 1993.

Vamos detalhar o significado de "porneia”?

O termo tem a conotação literal de prostituição. Mas, também significa "adultério" e "incesto". Figurativamente, define a idolatria religiosa. A raiz desta palavra grega é "pornôs" (de onde em nosso idioma Português usamos “pornografia”). “Pornõs” está associado com “comercializar”, “vender”, define a pessoa mercenária, corrupta, libertina, a pessoa que se relaciona com prostitutas, o indivíduo fornicário.

A tradução João Ferreira de Almeida, principalmente as versões mais antigas dela, traduz em alguns trechos a palavra grega "porneia" como "prostituição". Não é errada tal transliteração, mas também não é a melhor opção para se verter, pois "prostituição" é uma palavra que descreve ação específica. No idioma grego, "porneia" tem sentido genérico, descreve diversas práticas sexuais ilícitas, não apenas uma.

"Porneia" não descreve o estado civil de uma pessoa, se ela é solteira ou casada. Portanto, vale para solteiros, casados, viúvos.

E.A.G.

domingo, 14 de setembro de 2014

1 Samuel - nono livro da Bíblia Sagrada

O jovem Davi toca harpa perante o rei Saul.
Por Eliseu Antonio Gomes

Aproximadamente, o livro 1 Samuel cobre um período de 115 anos. A cobertura narrativa vai da infância de Samuel ao início do reinado de Davi. Além de Samuel, as duas outras personagens centrais do livro são Davi e Saul.

Samuel foi o último dos juízes, período que durou cerca de 350 anos, e o primeiro dos profetas. Nasceu num dos períodos mais negros da história israelita, era homem de profundo discernimento espiritual, dedicado à realização dos propósitos de Deus referente à Israel (Atos 3.24). Foi chamado para guiar Israel em tempos de crises graves. Sem qualquer vontade de sua parte, viu-se no papel de "fabricante de reis": ungiu Saul e depois Davi ao trono de Israel.

Na Bíblia Hebraica, 1 Samuel e 2 Samuel formam apenas um único livro. Embora 1 Samuel e 2 Samuel recebam seu nome, o profeta não poderia ter escrito mais do que uma parte, já que sua morte é relatada no capítulo 25. Entretanto, o fato de que ele escreveu um livro fica evidente em 1 Samuel 10.25, assim como 1 Crônicas 29.29 evidencia que Natã e Gade também fizeram seus relatos. Os dois livros registram a transição teocrática para certo tipo de monarquia.

Certas características literárias da obra levam a crer que seja uma compilação de várias fontes documentárias independentes a princípio, o qual o autor deve ter incorporado à sua composição, conservando, à medida do possível, a forma original delas. As Escrituras não fornecem sua identidade. O autor e compilador, anônimo, possivelmente, pode ter feito uso do Livro de Jasar (2 Samuel 1.18) e registros históricos de Davi (1 Crônicas 27.24). Alguns estudiosos acreditam que tenha sido Zabude, filho do profeta Natã, apresentado como conselheiro pessoal do rei Salomão em 1 Reis 4.5, ele poderia ter aproveitado os conhecimentos do pai sobre a vida de Samuel e Davi, além de possuir livre acesso ao acervo da corte.

O relato de 1 Samuel tem inicio nos últimos dias dos juízes e termina com a narração da morte de Saul. Suas páginas contém uma exuberante exposição escrita, oferecem o registro das relações de Deus com o povo de Israel, bem como abordam como Deus realizou a preservação daquele povo e preparação para seu duplo propósito: fazer com que os israelitas fossem recebedores dos oráculos divinos e, no tempo devido, de meio deste povo nascesse o Salvador Jesus Cristo.

As principais lições do livro tem a ver com os efeitos do pecado em relação ao povo e seus líderes. Uma das passagens bíblicas mais conhecidas encontra-se em suas páginas, o confronto entre Davi e Golias (capítulo 17).


Consultas:
A Bíblia Anotada - Charles C. Ryrie, página 359, 1ª impressão 1991, São Paulo (Editora Mundo Cristão).
Bíblia Shedd, página 387, 2011 São Paulo, (Edições Vida Nova).
Bíblia King James, página 390, julho de 2013, São Paulo (Abba Press).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CPAD – EBD 2012 – 4º trimestre: Naum e o limite tolerância divina

Quem era Naum?

O nome Naum significa “consolo”, cujo ministério profético apresentaria a consolação do Senhor aos judeus de Judá.

Pouco se sabe acerca de Naum, exceto que talvez esteja na lista genealógica apresentada pelo evangelista Lucas, e que sua cidade natal era Elcos – de localização incerta, provavelmente seria Cafarnaum, pois em árabe “Kefr-Nahum” significa “cidade de Naum”.

De acordo com dados históricos apresentados no livro, cogita-se que o profeta tenha vivido durante o reinado de Josias e tenha sido contemporâneo de Sofonias e Jeremias, então um jovem.

O livro

O livro contém a visão de Naum. Apresenta a natureza de Deus. Revela de maneira magnífica uma extraordinária descrição do caráter de Deus, em especial no capítulo 1, versículos 2 ao 8.

O estilo literário do livro é poético e profético, uma mescla de expressiva descrição simbólica com a contundente e clara sinceridade da declaração profética. A data do livro é calculada de acordo com as evidências internas e fatos históricos conhecidos. Existem duas datas fixas entre as quais o livro deve ser situado. A primeira referência é a captura de Nõ Tebas, capital do alto Egito (3.8), que caiu perante os assírios entre os anos de 663 e 661 a.C. A segunda é quando Naum prediz a condenação iminente de Nínive (2.1; 3.14, 19). Portanto a obra tem de se situar em algum momento entre essa data e a subsequente queda de Nínive, em 612 a.C.

Naum escreveu anunciando a futura queda de Nínive, que no século VII a.C dominava Israel e quase todo o Oriente.

O ministério de Naum

Em data anterior à ministração profética de Naum, o profeta Jonas proclamou a destruição de Nínive (Jonas 3.4), quando os ninivitas se arrependeram e a condenação divina foi suspensa. Mas, após receberem a misericórdia divina, Nínive voltou a praticar iniquidade, desumanidade e soberba.

A Assíria já havia destruído Samaria, por volta de 722-721 a.C., o que resultou no cativeiro do Reino do Norte, Israel, e ameaçava Judá.

Por volta de 700 a.C, Senaqueribe, rei da Assíria, fez de Nínive a capital do império assírio e a cidade permaneceu assim até ser destruída, por este motivo Naum refere-se à Nínive representando-a como toda a nação Assíria.


O comandante do rei da Assíria, Senaqueribe, desafiara o poder do Deus de Ezequias. Este é um dos motivos de Naum ser levantado por Deus profetizando contra Nínive. A profecia em 1.11-14 tem seu cumprimento registrado detalhadamente em 2 Reis 18.35; 19.37.


O ministério de Naum tinha duplo propósito: predizer a destruição de Nínive, por causa de seus pecados, e diminuir a lastimável falta de esperança de Judá, demonstrando-lhes que as promessas de Deus são verdadeiras.

O erro de Judá

A primeira derrota dos judeus para os assírios foi a queda de Samaria (722-721 a.C), e do Reino do Norte em 701, a invasão de Senaqueribe (2 Reis 18.13 – 19.37; Isaías 36, 37 - que não foi uma investida totalmente bem sucedida). Deus nunca permitiu uma vitória bem consolidada dos assírios contra os judeus. Mas, Judá sentia falta de uma resposta segura a suas perguntas, e um desconsolo muito grande predominava na terra. De súbito a voz de Naum trovejou: “Nínive cairá. Deus preservará o seu povo”.

A mensagem de juízo que Naum entregou para Nínive foi profética para Judá. Judá mostrara-se infiel ao desconfiar de Deus e entrar em aliança com nações estrangeiras com a intenção que essas alianças aumentassem seu poderio. A condenação de Nínive lhe serviu de aviso divino.

O erro dos ninivitas

A Assíria era uma nação perversa que oprimia o povo de Deus. Era conhecida por viver à custa da pilhagem de outras nações. Seus reis eram retratados alegrando-se com os castigos sanguinários aplicados aos povos conquistados. O rei assírio Samaneser III orgulhava-se de ter levantado uma montanha de cadáveres com cabeças decapitadas em frente de uma cidade inimiga. Outros reis assírios empilhavam cadáveres, como se fossem lenhas, nas proximidades dos povos derrotados.

A Assíria cometia inúmeras atrocidades contra as nações que invadia: amputações, empalações, decapitações, incêndios. Cobrava tributos opressivos e infligia com pesada escravidão os povos conquistados.

Os assírios eram brutos e cruéis. Conduziam suas guerras com ferocidade aterrorizante, arraigavam populações inteiras como política nacional e as deportavam para outras partes de seu império. Os líderes derrotados eram torturados e horrivelmente mutilados antes de ser executados (3.3).

Por ter pecado desconsiderando a Deus, quanto à mensagem entregue por Jonas, a Assíria seria completamente destruída.

Semeadura e colheita

 O auge da brutalidade dos ninivitas ocorreu durante o reinado de Assurbanipal, o último grande governante do império assírio (669-627), que subjugou o Egito e a quem o rei Manassés foi obrigado submeter-se como vassalo ( 2 Crônicas 33.11-13). O julgamento de Deus se cumpriu de maneira terrível, depois da morte deste rei, influência e o poder da Assíria entraram em declínio até ser destruída em 612 a.C.. O capítulo 2, versículos 1, 6, 9, trata de Ciaxares, comandante dos medos, e de Nabopolassar, o babilônio, que conquistaram Nínive. Os babilônios, citas e medos invadiram, saquearam e destruíram a cidade até não sobrar coisa alguma. A Assíria havia feito o mesmo com todos os países que capturara.

Nínive era uma cidade construída junto a três rios, o Tigre e rios menores, e se abastecia das águas deles por meio de canalizações que se estendiam ao redor e dentro de seu território. As entradas dos canais fluviais foram tomadas, as comportas foram estrategicamente fechadas e abertas pelos inimigos e as águas inundaram toda a cidade a ponto de ruir até o palácio real e outras construções mais baixas da cidade.

A invasão da Assíria contra Judá, durante o reinado de Manassés, foi o último ataque que esta nação pagã realizou.

Arqueologia

As muralhas de Assíria tinham aproximadamente 13 km de comprimento e 15 portões. Certo historiador da antiguidade, autor de Crônicas da Babilônia, narra um episódio em que uma grande inundação derrubou parte dessa muralha, por onde podemos aceitar a hipótese de que tenha sido o caminho de entrada dos medos, babilônios e citas. Este livro confirma o cumprimento da profecia de Naum, dizendo que os corações dos outrora insolentes e poderosos ninivitas se paralisaram ao haver grande quantidade de bens despojados.

Uma das peças arqueológicas da Assíria contém uma frase do rei Assurbanipal, na qual ele narra o tratamento dispensado a um líder vencido: “Coloquei nele uma corrente de cachorro e o obriguei a ocupar um canil no portão leste d Nínive” (Bíblia de Estudo NVI, página 1.553).

A história confirma que o então rei da Assíria morreu queimado dentro de seu palácio durante a invasão ocorrida em 612 a.C. Também, que o exército assírio dispersou-se sobre as montanhas da Arménia em 609 a.C., e que os soldados foram aniquilados por completo em 605 a.C..

No capítulo 3 e verso 11, Naum aponta para o fim e sumiço de Nínive. “se esconderás". Durante muitos séculos a localização de Nínive permaneceu desconhecida e a sua história considerada apenas uma lenda até que fosse redescoberta no século XIX d.C., mais exatamente por Layard e Botta em 1.842. Tal achado arqueológico revelou, confirmando a profecia de Naum, que o fogo contribuiu para a destruição da cidade. 

Conclusão

A mensagem de Naum é pertinente para todas as épocas. Avisa que a justiça divina não suporta a vigência do poder humano que se assenta no orgulho. Fala aos que resistem a Deus, aos que são arrogantes, para aqueles que desprezam Sua Palavra e deixam de confiar que Ele proverá e cuidará dele. Estes, inevitavelmente, experimentarão o juízo divino.

Quem confia em Deus será resgatado da vergonha e salvo da perdição eterna.

E.A.G.

Texto paralelo: Gênesis 10.9 -  Ninrode: poderoso caçador
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Compilações:

A Bíblia Anotada Expandida - Charles C. Ryrie; edição 2007; São Paulo; Editora Mundo Cristão.
Bíblia Almeida Século 21; edição 2008; São Paulo; Editora Vida Nova / Hagnos.
Bíblia de Estudo NVI; edição 2003; São Paulo; Editora Vida.
Os Doze Profetas Menores; Alexandre Coelho e Silas Daniel; 2012; Rio de Janeiro; CPAD.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

SBB: a Almeida Revista e Corrigida - 4ª edição e o texto de João 21.15-17

 
É claro que o poder do Espírito Santo é essencial para transmitir a Palavra de Deus. Se só o conhecimento do idioma original bastasse, então, TODOS os cidadãos que dominavam o idioma grego, contemporâneos de Paulo e dos apóstolos que escreveram o Novo Testamento, teriam sidos salvos. Acho importante buscar o conhecimento bíblico, como também considero de igual importância ter experiência espiritual com Deus.

Meu objetivo é evidenciar que no idioma original, o grego, existe algo à mais, que não está vertido ao português na tradução Almeida Revista e Corrigida - 4ª Edição. 

Sem deixar de honrar o trabalho de gente séria que se dedica às traduções dos textos das Escrituras e sem deixar de reconhecer a submissão deles à orientação Deus em seus ofícios, não posso deixar de dizer que sabemos que nenhuma tradução bíblia é perfeita, inclusive a mais amada por todos nós, que é a Almeida Revista e Corrigida - 4ª edição, cuja mais recente correção é de 2.009, editada pela Sociedade Bíblica do Brasil. A última atualização nesta tradução foi importantíssima, pois corrigiu os termos "caridade" por amor em 1 Coríntios 13 e nos tempos verbais de passagens de 1 João 4.6, 8, 9 ("não peca / não vive pecando"). Mas, ainda penso que devem ir um pouco mais além...

Um exemplo de falha que se mantém na ARC - 4ª Edição está em João 21.15-17. Trata-se do texto que apresenta o diálogo de Jesus com Pedro. O tradutor não se aprofundou no texto grego.

Nos originais é percebido com clareza a nuance do termo AMOR. "Tu me amas?", perguna Jesus usando agape/amor de Deus. "Sim, te amo", responde Pedro, usando o termo phileo/ amizade. Então Jesus manda-o apascentar seus cordeiros e pela segunda vez faz a mesma pergunta, respondida pela segunda vez da mesma maneira pelo discípulo. E outra vez Jesus retoma a perguntar, na terceira vez usando phileo. A insistência de Cristo faz com que Pedro abale-se e afirmar que o sentimento do amor no estilo phileo. Jesus manda-o apascentar as ovelhas.

O leitor da Almeida Revista e Corrigida - 4ª Edição não tem a informação que motiva Jesus a insistir com Pedro. O discípulo responde que ama a Jesus com amor de amigo, sentimento humano.
Não está esclarecido ao leitor da ARC a sutileza do texto original, pois o tradutor não teve o devido cuidado de verter ao nosso idioma os vocábulos gregos exatos. Existe uma gama muito grande de ensino neste trecho bíblico, que se perde por não haver aprofundamento das palavras-chaves dessa narrativa, inclusive direcionadas ao chamado ministerial do pastorado. 

Link:  http://www.sacrednamebible.com/kjvstrongs/index2.htm  Vamos ao texto, com uso do dicionário Strong online.  As referências númericas 25 e 5368 são relativas aos verbetes de Strong.
João 21.15 - E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me ( [25] agapao ag-ap-ah'-o ) mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo ( [5368] phileo fil-eh'-o ). Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. 
João 21.16 - Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? ( [25] agapao ag-ap-ah'-o ). Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo ( [5368] phileo fil-eh'-o ). Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 
João 21.17 - Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me?( [5368] phileo fil-eh'-o ) Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me?( [5368] phileo fil-eh'-o ) E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo ( [5368] phileo fil-eh'-o ). Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. 
Ao apontar a situação de João 21.15-17 na ARC 4ª Edição, não pretendo tirar o alto valor que a tradução possui à fala portuguesa. Ela é riquísima, continuemos a usá-la. Essa falha de tradução está em quase todas as traduções ao português, se minha memória estiver certa, exceto a tradução Nova Bíblia Viva da editora Mundo Cristão é fiel aos originais neste trecho bíblico.

Com a palavra, os revisores da SBB.

E.A.G. 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Sugestão: Nova Bíblia Viva

Desde muito jovem me acostumei a presentear pessoas com uma Bíblia Sagrada. Gente que eu percebia ter consideração pelas Escrituras Sagradas.

Em Junho, recebi um recado sobre alguém que havia sido presenteado e perdido o presente, depois de alguns anos de leitura. Havia dado a ele a Bíblia Viva, publicação da Editora Mundo Cristão, em capa dura, cujo primeira edição é de 1981. Ela não está mais à venda e acho que não terá mais relançamento. Então, tratei de dar-lhe a nova edição dela, que estava em minha prateleira e dias depois comprei outra igual para mim.

No lugar da Bíblia Viva agora temos A Nova Bíblia Viva, que é uma revisão, lançamento da Editora Mundo Cristão em 2007. É uma obra primorosa. Tenho ambas.

Além da qualidade, o preço da N.B.V. está acessível para todos. Considero esta publicação uma situação ímpar no mercado editorial de Bíblias no Brasil. Acho que todos os amantes da Palavra de Deus deveriam aproveitar. 

Sei que existem pessoas que consideram estas traduções modernas, em linguagem simplificada, dignas de todo cuidado, principalmente quem acostumou-se com a tradução lusitana de João Ferreira de Almeida e as diversas versões eruditas provenientes dela. Não critico a atitude.  Mas, além da cautela é necessário colocar-se nos lugares de leitores que sentem dificuldade com os termos arcaicos existentes nas traduções mais antigas. Para quem não está familiarizado com as Escrituras Sagradas a dificuldade é dobrada: além de precisar entender a mensagem bíblica é preciso driblar o arcaísmo do texto em idioma português.

Para quem defende o uso exclusivo das versões da tradução de Almeida, a melhor posição a estar é o de procurar conhecer as traduções modernas antes de criticá-las e repudiá-las. Qualquer comentário sem conhecimento é atitude preconceituosa.

Acho muito bom haver a N.B.V. e outras com o mesmo estilo dela. Penso que é importante fazer a leitura comparando as traduções feitas em passado remoto com as mais recentes.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Atos dos Apóstolos - Breve introdução às aulas de escola dominical da revista CPAD

Deprimentes. Deve ter sido assim que os apóstolos se sentiram depois de ver Jesus ascendendo aos céus. A vida não poderia ser melhor do que aquilo que eles experimentaram durante o tempo que passaram com Jesus. Mas então aconteceu o extraordinário. Eles descobriram que a história não terminou com a ascenção de Jesus – pelo contrário, começou com ela, e Atos dos Apóstolos nos conta como os seguidores de Jesus fizeram o que Ele mandou que fizessem em Sua Grande Comissão. “ 'Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas' ” - Marcos 16.15 (NVI).

A aventura dos cristãos do primeiro século também é a jornada da Igreja da atualidade. Como poderá ser verificado, o término abrupto do livro Atos dos Apóstolos sugere que os dons e as manifestações espirituais, como promessa do Senhor ressurreto, acompanharão a Igreja pelos séculos.

Ao leitor da Bíblia Sagrada, a leitura de Atos dos Apóstolos,  tem significado importantíssimo. Tudo se encaixa em seus devidos lugares. O livro nos serve de transição entre a vida de Cristo e a nova Igreja. Apresenta ainda Paulo e explica como foi que uma religião minoritária cruzou o mar e chegou a Roma, capital do Imperio. A melhor maneira de avaliar Atos é imaginar uma Bíblia em que este livro não figurasse. Você acaba de ler a vida de Jesus, e logo após passa a ler Romanos: “Paulo, servo de Cristo Jesus (…) a todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos” (Romanos 1.1,7 - NVI). Roma? Como foi que a mensagem se expandiu de Jerusalém para lá? Depois você encontra outras cartas, escritas por Paulo, e perguntaria: quem é esse homem? É óbvio quem sem o livro de Atos o Novo Testamento salta, sem aviso prévio, de uma história ordenada acerca de um homem – Jesus Cristo – para um conjunto de cartas pessoais, carentes de explicações.

O livro histórico de Atos dos Apóstolos nos permite acesso ao melhor e mais eloquente registro sobre a expansão de Igreja de Jesus Cristo e da religião cristã, desde o dia da descida do Espírito Santo, no dia de Pentecoste (o quinquagésimo dia após o sábado da semana da Páscoa, portanto, o primeiro dia da semana, um domingo – Levítico 23.15-16).

O Espírito Santo protagoniza o papel de condutor essencial do caminho missionário da Igreja. Sob sua ação, a Igreja se desenvolveu no passado e caminha poderosa nos dia atuais, testemunhando acerca de Jesus.

Atos dos Apóstolos fragmenta-se em três principais momentos:

1º – o derramentento do Espírito Santo;
2º – a vida comunitária da Igreja Primitiva em Jerusalém;
3º – a expansão da Igreja entre os gentios.

O esboço do livro:

1º – a difusão do cristianismo irradiando de Jerusalém como centro e tendo como principais propugnadores os discipulos liderados por Pedro e João, capítulos 1 ao 12.
2º - expansão do cristianismo irradiando de Antioquia e tendo como principal propugnador o apóstolo Paulo, tendo como companheiros Barnabé, Silas, Timóteo e Lucas. Conferir: capáitulos 13.1-21; e 15.
3º – expansão do cristianismo tendo como figura principal Paulo nas suas prisões. Atos 21.16 e 28.31.

E.A.G.
__________

Permitido cópias, desde que citados o link (HTML) do blog Belverede e o nome do autor.

O presente artigo é publicado objetivando servir de subsídio à revista da CPAD Lição Bíblica - Atos dos Apóstolos, Até aos Confins da Terra, 1º trimestre de 2010, cujos comentários são do Pr. Claudionor de Andrade.

Compilações de: Bíblia FaithGirlz, 1ª edição, outubro de 2009 (Editora Mundo Cristão); Conciso Dicionário Bíblico Ilustrado - Dr. S.L. Watson, D. Ana, apêndice da Bíblia Sagrada, 6ª edição, 2005, (JUERP / Imprensa Bíblica Brasileira); Bíblia Devocional de Estudo, 1ª edição, 2007 (Imprensa Bíblica Brasileira); Novo Testamento King James - Edição de Estudo, 1ª edição, 2007 (Abba Press).

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A simbologia dos vasos na Bíblia Sagrada.


"Entretanto, este tesouro precioso está encerrado num vaso de barro, isto é, no nosso corpo fraco. Todo mundo pode ver que o poder glorioso que está dentro de você provém de Deus, e não de nós" - 2 Corintios 4.7 (Nova Bíblia Viva).

No original do Novo Testamento a palavra vaso (skênòs), é usada literalmente 22 vezes, outras em sentido figurado.

Literalmente, no plural, pode referir-se a bens materiais, propriedades, móveis. No singular, é um objeto: um receptáculo, um jarro, um prato, uma ferramenta, um equipamento. 

O cultivo da Babosa Aloe-Veras em vasos

Vaso é também um navio. Neste caso, há uma referência ao navio em que Paulo viajou para Roma, navio esse que veio a naufragar (Atos 27.17). Temos também o vaso que desceu do céu, na visão de Pedro em Jope: "um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas..." - Atos 10.11 (ARC).

De tudo isto lemos no Novo Testamento: de vasos de ouro, de prata, de pau, de barro, de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro, de mármore e de marfim. Lemos de vasos jarrões, de vasos móveis, de vasos bens, de vasos navios, de vasos sacos.

Mas há também vasos vivos. Este é o sentido figurado da palavra.

Vejamos:"Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro, uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda a boa obra" - 2 Timóteo 2.20-21.

Sublinhei "alguém" será barro, pois aqui já não se trata de vasos como objetos, mas de pessoas que são vasos. Tratando-se duma metáfora, se a quisermos interpretar deveremos perguntar: para que serve? Para que serve um vaso?

Um vaso pode servir só como ornamento, só para ser visto. Mas em termos de utilidade prática, um vaso serve como recipiente, serve para conter algo, seja uma planta, um líquido ou uma jóia. Ora, o texto acabado de citar fala-nos de vasos diferentes, uns honrosos e outros desonrosos. A diferença entre os vasos reside naquilo que eles contêm. Não naquilo que aparentam.

Ao pé da cruz, no Calvário, havia um vaso cheio de vinagre (João 19.29). Esse vaso bem pode representar uma pessoa (vaso) ácida, cheia de amargura, ou seja, um "vaso de ira", em contraste com um "vaso de misericórdia" que se refere àquelas pessoas que têm dentro delas um tesouro. Esse tesouro é Jesus.

Diz Paulo: "...temos este tesouro em vasos de barro..." (2 Coríntios 4.6-7.

Vasos de barro são pessoas frágeis, pobres, indignas. Mas as pessoas que foram purificadas pela aspersão do sangue de Cristo (Hebreus 9.21-22), isto é, regeneradas, promovidas duma situação de vergonha e miséria para a posição de honra e dignidade.

Estes vasos somos nós, a quem Jesus arrancou da lama, limpou e quer usar. Vasos talvez quebrados em pedaços, por uma vivência destrutiva, mas em que o Senhor reúne os fragmentos, os cacos, e reconstitui o vaso pela ação do Espírito Santo. Ele faz isso por nos amar e para nos usar.

O Senhor tem um propósito a respeito destes vasos que somos nós. Quer que sejamos Seus instrumentos "...para dar a conhecer as riquezas da Sua glória..." - Romanos 9.23-24.

Jesus foi ao encontro de Saulo e transformou a sua vida. Ao falar dele a Ananias, o mesmo Jesus disse: "Vai porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome aos gentios, e aos reis e aos filhos de Israel" - Atos 9.15,18. Para levar, não só para conter ou guardar. Um vaso que leva o Nome de Jesus a outros.

Quando Jesus expulsou os vendilhões do templo, não consentiu que alguém levasse algum vaso dele. Também Ele não quererá que os Seus vasos humanos, Seus servos, sejam roubados, sejam profanados, sejam desviados da finalidade para que os destinou.

Na parábola da candeia, Jesus disse: "E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso..." - Lucas 8.16.

E que acontece aos vasos-pessoas que Ele chamou a Si, para a Sua obra? Servem para erguer bem alto a luz de Cristo, ou para a tapar? Manifestam-se ousadamente ao lado de Jesus e dos que Ele quer recuperar, quer erguer da miséria e da solidão?

Ou envergonham-se e demitem-se?

Somos vasos. Vasos vivos. Vazios ou ocupados? E se ocupados, o que há dentro de nós? Ódio, amargura, indiferença, acomodação, egoísmo? Somos vasos cheios de nós próprios, vasos de barro cheios de barro? Que, ao contrário, sejamos vasos possuídos e habitados por Jesus, por Ele purificados e usados para ir ao encontro dos cansados e oprimidos, de todo os que sofrem e têm uma existência vazia, levar-lhes a Boa Nova libertadora, o amor ativo, como instrumentos de Deus.

Autoria indefinida.

Fonte: Artigo publicado por Fabricia Silva Lêwi com o título Vasos de Barros – Eu? na comunidade Assembleia de Deus no Brasil (Orkut).

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

OS JOVENS E A BÍBLIA VIVA

Rapaz, como é maravilhoso ser jovem! Aproveite a sua mocidade, mas aproveite, mesmo! Faça tudo o que tiver vontade de fazer e conhecer. Experimente tudo, mas lembre-se de uma coisa: você vai ter de dar conta a Deus de tudo o que fez.

Deixe de lado a dor e a tristeza, mas lembre-se que o jovem, com toda a vida pela frente, comete muitos erros graves.

Não deixe o entusiasmo da mocidade fazer com que você esqueça o seu Criador. Honre a Deus enquanto você é jovem, antes que os dias maus cheguem, quando você não vai mais ter alegria de viver.

Filhos, obedeçam aos seus pais; esta é a atitude correta que vocês devem tomar, porque Deus os colocou numa posição de autoridade sobre vocês.

Respeite seu pai e sua mãe. Dos Dez Mandamentos de Deus este é o primeiro que termina com uma promessa.

E esta é a promessa: Se você respeitar seu pai e sua mãe, você terá uma vida longa e cheia de bênçãos.

Eclesiastes 11.9-10; 12.1; Efésios 6.1-3
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(Associação Religiosa Editora Mundo Cristão)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Deus no deserto

Por Débora Kornfield 

Alguns cristãos negam o sofrimento como parte da experiência cristã aqui na Terra. Outros o encaram como uma virtude e se gloriam em seus sacrifícios, que lhes fazem merecedores do favor de Deus. A maioria, talvez, simplesmente aguenta, divulgando pedidos de oração para que o sofrimento passe o mais rápido possível.

Deus usa o sofrimento em nossa vida como uma ferramenta para nos transformar, curar, purificar e podar. Mas nem sempre discernimos a ação de Deus na vida de nosso irmão. A Palavra não nos instrui a criticar a espiritualidade ou caráter da pessoa que está sofrendo, mas, simplesmente, a chorar com os que choram. A igreja deve ser o lugar mais seguro do mundo, onde podemos trazer as nossas angústias e, junto com os nossos irmãos, deixá-las ao pé de cruz.

Foi esse tipo de apoio que nos ajudou suportar os vinte e cinco anos do sofrimento da nossa filha Karis (contados em Karis – A história de uma mãe e a luta de sua filha, Mundo Cristão). No período dos transplantes dela, Deus me chamou a atenção para o livro de Êxodo, e como Ele havia operado maravilhas para libertar o povo de Israel, escravizando o Egito.

Deus podia levar o povo de Israel direto para Canaã dentro do período de dias. Em vez disso, Ele os levou para o deserto. Por quê? E por que Deus não leva o crente diretamente para a nossa terra prometida, o céu, uma vez que nós ficamos libertos de nossa escravidão ao pecado? 

Na história do Êxodo, vejo sete tipos de deserto que me ajudaram a formar uma perspectiva sobre o sofrimento.

O primeiro desses desertos é o deserto da escravidão. Como o povo de Israel, lá nós somos vítimas. O dono desse deserto é o inimigo, aquele que só quer aproveitar de nós, roubando e estragando a nossa vida.

Certamente, não é a vontade de Deus que vivamos no deserto da escravidão. Deus sempre se opõe à opressão, abuso e miséria (veja Êxodo 3.7,8). Jesus sofreu na Cruz do Calvário para nos libertar desse deserto.

Mas precisamos escapar da maneira de Deus, não como o jovem Moisés, que matou um egípcio e teve que fugir. As condições precárias do deserto da fuga parecem mais viáveis do que ficar onde estávamos. Justa ou injustamente, alguém está atrás e quer acabar conosco.

Ao redor de nós, moças e rapazes fogem de lares disfuncionais para casamentos desastrosos. Crianças fogem da violência doméstica para as ruas; adolescentes, para o mundo das drogas e adultos se embriagam ou se viciam em novelas, compras ou até nos cultos da igreja. O deserto da fuga não é a solução. Ele gera tantos problemas próprios, que logo as pessoas precisam fugir novamente.

Moisés, o mimado príncipe do Egito, foi escolhido no deserto de Jetro, um homem que sabia viver bem neste lugar. Assim, Moisés adentrou o deserto da acomodação (no sentido de pôr ordem, alojar, hospedar, adaptar, adequar). Moisés aprendeu de Jetro como aceitar as condições difíceis de sua vida e criou ali o seu lar, um oásis no meio da sequidão.

Moisés, pelo que parece, pensou apenas em pastorear os rebanhos do sogro Jetro pelo resto de sua vida. Deus, porém, propôs o pastoreio de uma nação. Assim, o deserto da acomodação transformou-se no deserto de preparo para o ministério que Deus escolheu para ele. Além de inúmeras lições práticas de sobrevivência em um ambiente hostil, Deus, pouco a pouco, transformou o caráter de Moisés, tal que o príncipe arrogante mais tarde seria descrito como o homem mais humilde da Terra.

No tempo próprio, através de Moisés, Deus levou o seu povo a atravessar o Mar Vermelho para o deserto do resgate. Que contraste com o deserto da fuga! Pois o deserto do resgate é um lugar de vitória e celebração da derrota do inimigo. Não existe lugar igual. Ó, se pudéssemos ficar lá! Mas esse quinto deserto é só de passagem. Ainda não chegamos à Terra Prometida. Esse deserto é apenas uma fragrância daquele sonho futuro. Mas como ele nos motiva a perseverar!

O problema é que, recém-libertos da escravidão, não estamos preparados para a liberdade. Moisés, sob a liderança de Deus, levou o povo diretamente para o deserto da provação. E o povo ficou nesse deserto por quase dois anos! Por quê?

Foi nesse deserto que o povo aprendeu a cuidar de si, a deixar de lado sua identidade de vítima. Eles não sabiam fazer suas próprias decisões. Não tinham limites saudáveis. Na verdade, eram co-dependentes dos egípcios, que os escravizaram, mas também eram sua fonte de alimento e abrigo. O povo precisava aprender como lidar com a vida sem ter tudo na mão.

Sobreviver no deserto da provação não é fácil; ele nos leva até o fim de nossos próprios recursos, mexe com nossos valores e prioridades, confronta-nos com nossas fraquezas, limitações, defeitos e vulnerabilidades, com nossas mortalidade. Tem-nos a desistir, a voltar para a escravidão.

Mas também descobrimos que a nós mesmos cabe escolher: Vou, ou não, confiar em Deus (o Deus que tanto glorifiquei no deserto do resgate)? Vou, ou não vou, adorá-lo no deserto? 

Após dois anos no deserto da provação, Deus, finalmente, levou o povo para a fronteira da Terra Prometida e mandou Moisés enviar doze homens, um de cada tribo, para a missão de reconhecimento de Canaã. O resultado da falta de fé da maioria foi desastroso: o povo teve que rondar no deserto mais 38 anos, até que morressem todos daquela geração desobediente.

O deserto da provação virou um deserto de disciplina, o qual Deus usou para formar um povo diferente, um povo de fé e coragem, temido pelos habitantes da Terra Prometida. 

Deus teve um plano maravilhoso para Seu povo e investiu para que esse plano se cumprisse. Mas, por causa de sua desobediência e falta de confiança, o povo de Israel perdeu o “Plano A” e teve que partir para o “Plano B”.

Nós também podemos perder o Plano A da nossa vida. Talvez você pense que seja o seu caso, por causa de decisões erradas que tomou. O que me consola é que, mesmo no Plano B, Deus não abandonou o Seu povo; continuou a cuidar dele. E mais: Deus fez do deserto da disciplina lugar de preparo para a próxima geração. Deus cumpriu a sua promessa de dar ao Seu povo a Terra Prometida, transformando-o pela aprendizagem ao adorá-lo no deserto. 

Debora Kornfield é formada em letras pela faculdade Wheaton (EUA), enfermagem pela faculdade Rush (EUA) e fez pós-graduação em em aconselhamento familiar no seminário ESTE. Integrante da EQUIPE SEPAL, atuou no GAVS (Grupo de Apoio para Vítimas e Sobreviventes) até 2004. É casada com David Kornfield com quem tem quatro filhos. Escreveu o livro Karis - Adorando a Deus no deserto (Editora Mundo Cristão), onde narra sua experiência ao ter que enfrentar uma doença crônica que acometeu uma de suas flihas.

Fonte: Revista Seu Mundo, ano IV, nº 15.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

SALMO 15

1 "Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte?

2 O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração fala a verdade;3 o que não difama com a sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho;4 o que, a seus olhos, tem por despresível ao réprobo, mas honra aos que temem ao SENHOR; o que jura com dano próprio e não se retrata; o que não empresta seu dinheiro com usura, nem aceita suborno contra o inocente. Quem deste modo procede não será jamais abalado."

(Almeida Revista e Atualizada)

Em um tempo em que tantos crentes estão tendo dificuldades emocionais é importante estudar com cuidado esse Salmo, para descobrir o que é que conserva o crente estável e emocionalmente saudável: a comunhão com Deus, comprovada pelo viver diário.

Neste Salmo Davi descreve o caráter do ser humano qualificado para ser cidadão dos céus.

Começa fazendo duas perguntas importante sobre a comunhão com Deus, são paralelas e sinônimas e respondidas nos versículos seguintes por uma descrição de onze características do homem justo, que é correto em ação, palavra, atitude e finanças.

Davi responde de forma pormenorizada a essas perguntas do homem que pode entrar em comunhão com Deus, se descreve de forma positiva e negativamente, pois a retidão abrande não somente o que alguém faz, mas o que também evita fazer.

Tais qualidades não inerentes ao ser humano, são concedidas por Deus. Somente os que assimilam a retidão de Cristo podem preencher todas essas exigências - 2ª Corintios 5.21; 1ª João 3.7.

NOTAS DE RODAPÉ:
Bíblia Vida Nova - Russell P Sheed (Editora Vida Nova)
A Bíblia Anotada Expandida - Charles C Ryrie (Editora Mundo Cristão)