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A réplica do Tabernáculo no Parque Timna
Estrutura recriada por Shimon Eliezer Halevy
Deserto de Neguev - Israel. |
INTRODUÇÃO
Existe uma confusão na mente dos cristãos de nossos dias, entre o que é literal e o que é figurado. O cristão precisa saber que a tipologia do Antigo Testamento é rica, obedece princípios hermenêuticos que resguardam a verdadeira tipologia ao seu significado e aplicação à vida cristã.
A história do Tabernáculo, nome derivado do verbo "habitar", também conhecido como Tenda da Congregação, não é uma mera descrição de um santuário qualquer, possui um significado profundo. Conforme Hebreus 9.23-24, as coisas do Tabernáculo são figuras de coisas relativas ao céu. Há um propósito para haver uma descrição tão detalhada a esse respeito. A concepção do Tabernáculo reflete os pensamentos de Deus; fala-nos da glória que há no céu, da cidade de ouro e da nova Jerusalém. No céu, toda a riqueza e glória estão reunidas na maravilhosas Pessoa do Filho de Deus, em nosso Senhor Jesus Cristo, que é o centro dos pensamentos e propósitos, desde a eternidade passada até a futura.
É importante ao cristão hodierno ter conhecimento do significado do Tabernáculo, uma vez que este templo portátil é um dos símbolos da Antiga Aliança. A despeito da banalização que se faz da tipologia bíblica, é necessário resgatar os valores, conforme a revelação exposta na Bíblia.
I. O PÁTIO ENTRE AS TRIBOS DE ISRAEL
Visto que o Tabernáculo era o lugar onde Deus escolheu para manifestar a sua presença de glória aos israelitas, entendemos que tornou-se o lugar de encontro entre Deus e o seu povo. Conhecer a tipologia é de vital importância, porque não é matéria para ser relegada ao conhecimento dos cristãos. Ao estudar os detalhes em torno do Tabernáculo, nos deparamos com o simbolismo que envolve o plano de Deus para salvar o pecador.
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O Altar do Tabernáculo
As medidas do Pátio eram de cem côvados por cinquenta, o equivalente a quarenta e cinco metros por vinte e dois e meio, aproximadamente. Não existia portas laterais e nem traseiras; a entrada só era possível pela Porta Principal. Dentro da Cerca de linho fino retorcido estavam o Altar de Bronze, ou cobre, usado para os sacrifícios; e a Bacia de Bronze, ou cobre, que era usado para o asseio dos sacerdotes, antes de eles entrarem do Santuário. O acesso do povo ao Santuário só era permitido através do sacerdote, que oferecia os sacrifícios pelos pecados e os sacrifícios de gratidão do povo.
O Pátio era como se fosse um "redil de ovelhas". Entre outros significados, "redil" tem os sentidos de "casa" e "morada". O pastor permanece a maior tempo com o rebanho e age como guardião das ovelhas, carneiros e cordeiros.; assim também é o Deus de Israel, que propôs a Moisés construir uma morada especial no meio das tribos israelitas, para que Ele se fizesse presente e se manifestasse ao seu povo.
O desejo de Deus em habitar com os homens não se refere somente aos dias do povo de Israel no deserto. Aplica-se também ao nosso tempo e ao futuro quando haverá o novo Céu e a nova Terra, conforme consta o texto bíblico de Apocalipse 21.1-3: "Eis o tabernáculo de Deus com os homens, Deus habitará com eles...".
1. As montagens provisórias do Tabernáculo.
Quando Moisés chegou às planícies do Sinai, o povo ficou maravilhado pela beleza exuberante da região, das suas montanhas e sol radiante, sem saber que ali era o lugar que Deus estaria presente. A partir de então, os hebreus deveriam reconhecer a autoridade de Moisés e aceitar o projeto de construção do Tabernáculo. Moisés liderou a execução, que ocorreu nas proximidades do sopé do Monte Sinai, dois anos após a saída do Egito (Êxodo 40.2, 17), quatorze dias antes da celebração da Páscoa.
Após o povo de Israel ter construído o Tabernáculo, Deus o encheu com a sua glória. Sem a glória da presença divina, o trabalho não teria sentido e seria considerado inacabado. Deus quer encher a Igreja com a sua gloria e também a vida de cada cristão. Ele quer abençoar os cristãos com sua glória enquanto ofertamos a ele a nossa adoração por meio de louvores e ofertas voluntárias apropriadas.
Em sua peregrinação pelo deserto, o povo de Israel montou o Tabernáculo em Gilgal, em Siló, (Josué 4.19; 5.10; ; 9.6; 10.6, 43; e Josué 18.1) Israel peregrinou pelo deserto por aproximados quarenta anos, sendo trinta e oito em Cades-Barneia. Ao entrar em Canaã, quando Moisés já era morto, Josué assumiu a liderança à condução do povo (Deuteronômio 34.5-9). Então ele encorajou o povo para a montagem do Tabernáculo em lugar fixo, ainda não habitado e limpo. Quando Davi conquistou Jerusalém, determinou que o Tabernáculo fosse montado na cidade para que a Arca da Aliança tivesse o seu local de estadia permanente.
2. A posição do Pátio do Tabernáculo.
Acerca da centralidade de Deus no meio do seu povo, é importante observar que havia a provisoriedade do Tabernáculo. Ele era montado e desmontado, bem como a posição geográfica dele, posicionado no meio das doze tribos, representando assim a centralidade de Deus entre o seu povo. Como centro do povo de Israel, Deus é o centro da Igreja de Cristo e, em consequência disso, o centro da nossa vida. Nada pode ocupar o lugar de Deus em nosso coração.
A centralidade do Pátio remete á centralidade de Deus na Igreja de Cristo. Assim como Deus era o centro das doze tribos de Israel, Ele o é na Igreja.
O Santuário e todos os seus utensílios simbolizam a presença de Deus no meio do povo; posteriormente, Jesus cumpre a missão de Deus-presente e, após o Pentecostes, o Espírito Santo é o Deus presente em nós (Mateus 1;23; 28.20; João 1.14; 14.16).
3. A posição do Exército de Israel em torno do Tabernáculo.
II. A CONSTRUÇÃO DA CERCA DO TABERNÁCULO
Algumas igrejas fazem figuras do judaísmo para servirem de base para os cultos cristãos. Ainda que não fabriquemos figuras materiais com finalidades de veneração em nossas igrejas, o que tem que prevalecer é o modo cristão de cultuar, quando se cultua em "espírito e em verdade". Os únicos elementos usados no culto cristão são os ingredientes da Santa Ceia: o pão e o vinho.
1. O cortinado de linho branco da cerca do Pátio.
O linho é uma planta têxtil com aproximadamente de cinquenta centímetros de altura e de flores de um azul vivo, muito cultiva às margens do rio Nilo, notável por sua maciez e brancura deslumbrante. Das sementes, é possível extrair um óleo para preparação de tintas e vernizes. Nas Escrituras, o linho é símbolo da justiça dos santos. (Êxodo 27.5). Em Ezequiel 16.10, o Senhor declara que vestiu o seu povo com o linho fino e o cobriu com seda.
As cortinas do Pátio tinham dupla função. Preservavam a morada de Deus no Santuaário e impediam a entrada do pecador impenitente.
2. Colunas, cortinas e varais do Pátio (Êxodo 27.10-12).
Deus é santo e não podemos perder a perspectiva da santidade da Igreja de Cristo. Como o povo de Israel, ao passar por aquela cerca, deveria lembrar que o lugar era santo porque o Santo dos santos habitava, a Igreja de Cristo tem a consciência do caráter santo do Pai celeste.
3. A cerca de linho: a santidade e a justiça de Deus.
A delimitação do pátio era feita de um cortinado de linho branco e de colunas de bronze, uma imagem que representa a santidade de lugar e a justiça de Deus (Isaías 6.3; Salmos 71.19). Por este motivo, somente os ministros do Santuário podiam andar no pátio, somente eles tinham a missão de de ministrar os cerimoniais de sacrifícios pelos pecados os povo. O pecador não tinham acesso ao Santo dos Santos, senão através do sacerdote.
III. A PORTA DO PÁTIO
1. A Porta do Pátio: uma tipificação do único caminho (Êxodo 27.16)
Cortinas de linho cercavam o pátio (o átrio) onde estavam o Altar do Holocausto, a Bacia de Bronze e a Casa de Ouro coberta de tapetes. As cortinas, bem brancas, faziam contraste com com as tendas cinzentas ao redor, onde o povo hebreu morava.. Transmitiam a impressão de pureza e santidade que se requer em seu interior; mediam dois metro e meio de altura, impedindo que se olhasse por cima, deixando claro que a entrada era restrita.
Mas não é possível ter acesso a Deus de qualquer maneira, muitos dizem ser seguidores de Cristo, mas estão conformados com este mundo sujo, o comportamento pessoal contrasta drasticamente com a santidade do Senhor, , vivem como moradores das tendas cinzentas. A vida do cristão tem que condizer com a brancura das cortinas, suas vestiduras precisam estar alvas como a neve.
O povo que vivia ao redor era tão pecador quanto nós. Estamos manchados, sujos e com pecado. "Não há quem faça o bem... com a língua urdem o engano... todo o mundo é culpável perante Deus... todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3.10-23).
Para aproximar-se de Deus, é necessário haver no coração humano a disposição sincera para reconhecer a condição de pecador, apenas desta maneira Ele nos aceita. Ao lado oriental do Tabernáculo havia uma porta aberta para o pecador arrependido. Do mesmo modo, também, há um caminho nos dias de hoje, pelo qual os pecadores podem ir a Deus. O Senhor disse: "Eu sou o caminho"!
• A porta é ampla.
A entrada media vinte côvados, cerca de dez metros. Não é comum encontrar portas tão amplas assim. A tipificação deste cenário nos leva a entender que o amor de Deus dispõe de uma porta assim, para que todos que quiser entrar não encontre impendimento. Tal situação, fala que a entrada é livre para todos. Deus é Salvador, e quer que todos os seres humanos sejam salvos (1 Timóteo 2.3-4; Apocalipse 22.17).
• A porta é bonita.
A aparência da porta era magnífica. Possuía quatro cores, estava embelezada com relevos de bordadura em estofo azul, púrpura, carmesim sobre um fundo branco. A beleza era um convite a entrar.
• Entrada facilitada.
A porta não era confeccionada com metal ou madeira. Era uma cortina com vinte côvados de largura e cinco de altura. Até mesmo uma criança pequena poderia entrar. Jovens e velhos também.
• Há apenas uma porta.
O próprio Senhor Jesus Cristo nos deu o significado desta porta quando realizava o seu ministério terreno. Ele disse: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo (João 10.9). Por meio dEle temos acesso ao Pai (Efésios 2.18; 3.12); só Jesus é o Mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2.5).
Nada foi colocado na Bíblia por acaso. Todos os materiais usados para construir o Tabernáculo e objetos usados nos rituais tinham seu significado e simbologia, cujo critério o cristão precisa guardar em seu coração, pois ensinam sobre Deus e seus propósitos para conosco. É digno de nota que os objetos feito de bronze mostram que, quanto mais longe do Lugar Santíssimo, menor era o valor dos materiais usados, o que nos ensina que é preciso viver de modo especial para Deus (Êxodo 27.19; 2 Timóteo 2.19-22).
2. As quatro colunas e suas bases: uma tipificação do Evangelho (Êxodo 27.16).
As quatro colunas são apontadas pelos estudiosos como sendo o simbolismo dos quatro Evangelhos do Novo Testamento; a representação dos quatro cantos da Terra.
3. As cores da cortina de entrada: diversos tipos (Êxodo 27.16).
CONCLUSÃO