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sexta-feira, 3 de maio de 2019

Deus abençoador e os abençoados com memória curta

Davi e os três heróis na caverna de Adulão. Óleo sobre tela. Arte datada em 1658. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
Davi e os três heróis na caverna de Adulão.
Artista: Claude Lorrain

Na atualidade em que estamos, muitas pessoas estão dispostas a gastar quantias absurdas de dinheiro com publicidade para tornarem seus nomes e marcas de produtos grandes e famosos. Entretanto, no Reino de Deus é diferente. Ao servir a Deus fielmente e dar glória e honra ao seu excelso nome, por meio da nossa dedicação e humildade, o próprio Senhor decide nos honrar permitindo que tenhamos o nosso nome respeitado perante Ele próprio e diante da sociedade.
"Agora diga ao meu servo Davi: "Assim diz o SENHOR dos Exércitos: 'Eu tirei você das pastagens e do trabalho de andar atrás das ovelhas, para que você fosse príncipe sobre o meu povo, sobre Israel. Estive com você por onde quer que você andou e eliminei todos os seus inimigos diante de você. Engrandecerei o seu nome, como só os grandes têm na terra" - 2 Samuel 7.8-9. 
Você já ouviu a expressão "você tem memória curta? Esta expressão é pronunciada quando alguém se esquece de algo que foi feito em seu favor, e com o passar do tempo caiu em esquecimento. Com relação a Deus corremos o risco de fazer a mesma coisa. Por exemplo, f aça uma recapitulação de quem você era, dos momentos difíceis que você já passou. Agora perceba o quanto Deus já acrescentou e vem acrescentando em sua vida. Devemos fazer esta autoanálise constantemente para reconhecermos o cuidado que o Senhor tem conosco.

Você imaginou que um dia seria um profissional reconhecido, um profissional respeitado, um profissional bem-sucedido em sua área, ou um líder cristão estimado, ou um pastor de uma igreja avivada? Todos nós temos uma história de conquistas e superação em Deus. Com Davi não foi diferente. O pequeno pastor de ovelhas foi honrado por Deus e se tornou o rei de Israel. Contudo, antes de ter se tornado rei, honrou seus pais, serviu seus irmãos, foi desprezado por eles, teve que enfrentar um urso, um leão, um gigante e um rei atormentado por espírito maligno.

Agora que Davi está no auge da sua vida, Deus, através do profeta Natã, o faz lembrar quem ele era e de onde o Senhor o tirou: de detrás das ovelhas, para que fosse o monarca sobre os israelitas. Podemos dizer que o Senhor estava alertando Davi para não sofrer da síndrome da memória curta, não se tornasse o crente abençoado que se esquece dAquele que o abençoou.

Por que será que Deus chamou a atenção de Davi desta maneira? Porque todo aquele que se esquece sua origem, e de onde Deus o tirou, terá uma forte tendência a sair fora do propósito de Deus para a sua vida.

Naquela ocasião, Davi havia acabado de manifestar a intenção de edificar a casa que abrigaria a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus entre o povo judeu. Por mais linda que fosse a intenção de Davi, Deus repreende-o. Acredito que, neste momento, Deus estava querendo dizer: "Não se sinta melhor do que Eu pelo fato de você estar dentro de um palácio luxuoso, enquanto a arca da minha presença está no interior de uma tenda simples." Além da exortação, o Senhor não permitiu a Davi que construísse o templo, devido ao sangue que ele derramara. Porém, o Senhor autoriza que Salomão, o filho que iria nascer a fazer isso.

A síndrome da memória curta é perigosa, pois, quando ela pega alguém, acreditaremos que foi apenas o nosso braço forte que nos deu a vitória e construiremos cisternas rotas que não retém água. Não devemos nos esquecer de que todas as coisas foram feitas pelo Senhor, e sem Ele nada do que foi feito se fez (João 1.3).

Uma das principais características de Davi era a facilidade de reconhecer o erro e humilhar-se diante do Senhor em busca do perdão (1 Samuel 18.22-23; 2 Samuel 23,13; Salmo 40.17). Após Deus exortá-lo sobre a importância de não esquecer qual era a sua origem, Davi entrou na presença do Senhor e se humilhou, reconheceu a grandeza e majestade de Deus em sua vida (2 Samuel 7.18-22).

 Ser exortado por Deus é uma bênção divina, pois Ele corrige apenas a quem ama. Vivemos neste mundo em meio a tantos escândalos políticos, debaixo de uma nuvem de pessimismo, a economia brasileira desliza em sua curva de crescimento, mas quem é exortado pelo Senhor precisa entender que para ele existe esperança, a nuvem que está sobre sua cabeça é uma nuvem carregada de bênçãos.

A pessoa que tem a sua imagem ridicularizada, o seu nome é pronunciado na roda de escarnecedores, vive uma crise séria de relacionamento. Mas não deve desanimar, apesar de tudo isso. Precisa ter em mente que se permanecer em humildade perante o Todo Poderoso, que o repreende em algumas falhas que comete, inclusive em equívocos motivado por zelo ás coisas santas, tem plenas condições de superar todas as situações ruins. E a superação ocorre pelo fato de que a esperança do crente não está baseada em soluções humanas. A solução do crente está em Deus. Então, que cada um de nós se veja totalmente motivado a depender dEle e correr para Ele, que é capaz de mudar a nossa sorte e fazer com que o nosso nome seja respeitado em todos os lugares em que for citado.

Nunca se esqueça de onde você veio e nem se esqueça da promessa que Jesus fez quanto ao lugar que deseja levá-lo: o céu. Nunca nos esqueçamos que o nosso Salvador Jesus Cristo recebeu um nome acima de todo nome após sua humilhação e obediência ao Pai, ao realizar o maior feito do Universo: entregar a sua vida para salvar a humanidade (Filipenses 2.5-11).

Que Deus nos abençoe e nos faça melhores em tudo, e que jamais venhamos a nos esquecer de que isto só é possível porque o Senhor acabou de liberar em nossas narinas o seu fôlego de viva.

E.A.G.

Compilações em:
A Síndrome da Memória Curta, Pastor Davy Maia. Revista Renovação da Fé, ano 17, número 69, 3º trimestre de 2017, páginas 28 e 29, Bosque da Saúde, São Paulo/SP).
É Deus quem dá nome ao homem. Erivaldo de Jesus Pinheiro, Bíblia do Pregador Pentecostal, edição 2016, página 471. Barueri, São Paulo/SP. (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).

quinta-feira, 18 de abril de 2019

O Altar do Holocausto

INTRODUÇÃO

Moisés recebeu a Lei no cume do Monte Sinai, definição grega para a montanha que os judeus chamam de Horebe e os árabes nomeiam como Montanha de Moisés (Jebel Musa). Quando os hebreus rejeitaram a Deus e adoraram o bezerro de ouro no deserto, Moisés se irou e despedaçou as tábuas de pedra que estavam gravados os Dez Mandamentos. Depois que o povo se arrependeu, Moisés voltou ao topo do Horebe novamente para interceder pelos israelitas, quando Deus renovou a aliança com Israel, deu-lhe uma cópia da Lei e os convidou a ofertar materiais para construir o Tabernáculo. Então, os israelitas deram ouro, prata, cobre, pedras preciosas, joias, lã, tecidos, peles de animais etc. Eles deram tantas coisas que Moisés teve que avisar que não era mais necessário contribuir. 

Os israelitas construíram o Tabernáculo como Deus havia solicitado. Do lado de fora do Tabernáculo ficava o Pátio. Ali havia uma bacia de cobre e um grande altar. Do lado de dentro, ficava uma cortina que dividia o Tabernáculo em dois ambientes. Uma parte se chamava Santo e a outra Santo dos Santos (ou Santíssimo). Dentro do Santo ficava o candelabro de ouro e uma mesa e um altar. E dentro do Santo dos Santos ficava a Arca da Aliança, que era uma caixa feita de madeira e de ouro. O que significa uma aliança? É um pacto, uma promessa especial de paz.

O Tabernáculo e todos os seus utensílios, principalmente a Arca, servia para lembrar os israelitas que eles tinham prometido adorar a Deus e que Deus os abençoaria se permanecessem fiéis ao pacto de adorá-lo como único Deus verdadeiro.

EBD - Escola Bíblica Dominical - Tabernáculo: Símbolo da Obra Redentora de Cristo - 2º trimestre de 2019 | Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
I. O ALTAR DO HOLOCAUSTO

O termo "holocausto" tem sua origem no idioma hebraico, significa "ascendente", ou "aquilo que sobe". A oferta era consumida pelo fogo, a fumaça do holocausto exalava um cheiro especial que subia para os ares.

1. O Altar do Holocausto (Êxodo 27.1-8; 38.1-7).

O "altar dos holocaustos" era também chamado apenas de "altar", o lugar onde os animais eram imolados em sacrifício para fazer expiação. O sangue vicário do sacrifício era posto nas pontas do altar e derramado à sua base.

O Altar de Bronze (cobre) era o primeiro objeto que se via ao entrar pela Porta do Pátio. Ele fazia parte da liturgia de adoração do povo de Israel e ficava situado fora do santuário, ao ar livre dentro do Pátio, com o objetivo de oferecer sacrifícios a Deus e alcançar o perdão dos pecados. A posição do Altar, que ocupava o primeiro lugar dentro do recinto, indicava que, para chegar-se a Deus no Santuário, os direitos e demandas da perfeita justiça divina precisam ser satisfeitas.

Nesse Altar eram oferecidos holocaustos, que eram ofertas voluntárias que tinham por objetivo alcançar o favor de Deus. O animal era imolado fora do Pátio. Depois de tiradas suas vísceras e a su pele, o animal limpo era trazido e colocado sobre o altar.

2. O modelo do Altar e seus materiais.

O Altar era mais sofisticado do que os altares improvisados ​​usados ​​anteriormente pelos patriarcas. Tinha acabamento em chapas de madeira de acácia, que é bastante resistente à carbonização. Não era ao acaso a escolha do revestimento de placas de bronze por dentro e por fora. Metal precioso, o bronze é um condutor de calor em nível muito baixo, diferente do ouro e da prata cuja condutividade de temperatura alta é muita mais intensidade. Portanto, o bronze é o metal mais apropriado para o ambiente de sacrifícios com fogo. As chapas metálicas protegiam a madeira do calor.

O altar era portátil e leve o suficiente para ser carregado. Tinha anéis ligados a suas extremidades para facilitar a mobilidade. Cajados ou varas cobertas de bronze eram passados ​​pelos anéis, afixados a cada canto para que pudesse ser erguido e transportado quando os israelitas se punham à peregrinação pelo deserto.

A estrutura desse altar era quadrada, com dois metros e cinco centímetros de altura e dois metros e vinte e cinco de lado. Um altar com dimensões pequenas quando comparado com o altar imenso do templo de Salomão, construído séculos mais tarde, que tinha 10 metros de lado por 5 de metros de altura (2 Crônicas 4.1).

EBD - Escola Bíblica Dominical - Lições Bíblicas CPAD - 2º Trimestre de 2019 | Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

II. AS QUATRO PONTAS (CHIFRES DO ALTAR E O SENTIDO DE REDENÇÃO 

Existem simbolismos importantes no modelo estrutural do Altar do Holocausto. Sua representação indica o caminho da salvação para o pecador; os chifres do Altar indicam um símbolo de poder, autoridade e proteção; as quatro pontas do altar trazem um significado de propiciação, substituição, reconciliação e redenção.

1. As Quatro Pontas e a Propiciação. 

Literalmente, Propiciatório significa Lugar da Expiação e referia-se ao trono de Deus entre os querubins. Recebeu este nome porque era o local onde Deus se manifestava para o propósito da expiação (Isaías 6).

O evento da propiciação consistia no objetivo de apaziguar a ira de Deus, a fim de que a sua justiça e a santidade fossem satisfeitas e proporcionassem um perdão eficaz ao pecador.

As pontas tinham formato de chifres, como era comum á maioria dos altares antigos. Tais chifres podem ter representado, no passado, os chifres dos animais oferecidos em sacrifício. Mais tarde passaram a ter a útil função de ganchos aos quais os sacrifícios podiam ser amarrados (Salmos 118.27), ou aos quais criminosos involuntários se agarrassem. 

Uma vez que o altar era "um santuário", uma "cidade refúgio" em miniatura, o réu podia se agarrar a esses chifres, fazendo de si mesmo um sacrifício vivo, devotado ao Todo Poderosos, e assim receber a sua proteção. O Livro de 1 Reis cita dois casos sobre isso: Adonias (1.50), filho de Davi, não aceitando que Salomão sucedesse o pai no trono e percebendo que poderia morrer por cometer traição "pegou das pontas do altar". Joabe (2.28), ao apoiar a rebelião de Adonias, que também percebeu que poderia morrer por cometer traição, "pegou das pontas do altar".

2. As Quatro Pontas e a Substituição.

O altar foi o único lugar onde Deus encontrava-se com o povo de Israel para reconciliação. Um animal limpo e sem defeito era oferecido ali em substituição ao pecador. Por causa da regularidade e frequência com que aconteciam sacrifícios de holocaustos, eles eram chamados de "holocausto contínuo" (Êxodo 29.42). O holocausto sacrificado era totalmente queimado no holocausto, e o cheiro da gordura queimada sobre o altar exalava um cheiro que agradava a Deus; era um "cheiro suave, uma oferta queimada Todo Poderoso (Êxodo 29.18). No Novo Testamento, Jesus Cristo é o Cordeiro substituto que deu a sua vida pelos pecadores de todo o mundo. Ele entregou-se por nós em sacrifício a Deus, fez de si mesmo a oferta pelo pecado, e o seu sangue é o que nos purifica de todo pecado (Efésios 5.2; João 3.16; 1 João 1.7).

O texto em Levítico 16.5-6 fala sobre o Dia da Expiação, o objetivo deste dia e a sua importância na história de Israel. Apesar de haver sacrifícios diários pelo perdão dos pecados, todo israelita sabia que havia a data específica para isso (Levítico 23.27). Neste dia, o sacerdote entreva no lugar santíssimo para fazer expiação pela nação israelita.

A "expiação" é a maneira pela qual Deus providencia o perdão e a reparação do pecado humano por meio de um ato redentor. E todos os atos realizados pelo sumo sacerdote no Dia da Expiação eram apenas uma sombra da expiação definitiva que Cristo realizava em prol de toda a humanidade por meio de sua morte redentora.

Antes de todas as etapas que o sumo sacerdote deveria realizar, ele deveria fazer expiação por si mesmo e por usa família. Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote perfeito e eterno cumpriu todos os atos redentores requerido no Dia da Expiação, ao realizar a mais perfeita e definitiva expiação de todos os nossos pecados (Efésios 1.7; Colossenses 1.13-14; Apocalipse 1.5). Só Jesus Cristo não precisou fazer expiação por si mesmo, pois Ele nunca pecou. Ele fez expiação pelo pecado do povo (Levíticos 16.6; 1 Pedro 2.22; Hebreus 7.22, 27).

3. As Quatro Pontas e a Reconciliação. 

Êxodo 29.1-37 revela o processo de inserção de Arão e seus filhos na obra do sacerdócio. Estes homens, escolhidos para começar o ministério na Tenda da Congregação não poderiam ingressar no ofício sem que Moisés conduzisse uma investidura cerimonial de sete dias, para que estivessem consagrados a Deus (Êxodo 29.4-35; Levítico 8.1-36). A cerimônia consistia em lavagem cerimonial, a colocação de vestes sagradas, unção, oferecimento de sacrifícios em favor deles, cobri-los e aspergi-los, servir a eles como refeição um carneiro consagrado (Levíticos 29.31-33).

As vestes sacerdotais eram compostas de sete peças principais e acompanhadas de outros enfeites (Êxodo 28.4, 42). Em Zacarias 3.1-5, o profeta descreve a importância de os servos de Deus se apresentarem com roupas apropriadas. É necessário aos que exercem papel de liderança religiosa vestirem trajes adequados para ministrar diante do Senhor e de estarem revestidos com vestimentas espirituais apropriadas para não darem motivos ao adversário os acusarem.

4. As Quatro Pontas e a Redenção.

Para pagar os seus pecados, o adorador levava ao sacerdote, voluntariamente, um animal sem defeito, impondo-lhe a mão na cabeça, para manifestar identificação com ele. Depois disso, o sacerdote passava a sacrificar o animal e a queimá-lo por completo, símbolo de dedicação total da pessoa de Deus (Levítico 1).

Em Hebreus 10.12, encontramos a narrativa que faz uma menção especial ao fato de Jesus se "assentar" depois de concluir seus deveres sacerdotais. Os sacerdotes judeus nunca se sentavam; o Tabernáculo e o Templo não tinham assentos. Eles realizavam seu trabalho em pé, um símbolo de que a obra nunca estava terminada. Mas Cristo, tendo finalizado o trabalho de sacerdote em definitivo, por realizar de maneira conclusiva a missão redentora em favor da Humanidade, "assentou-se".

EBD - Escola Bíblica Dominical - Lições Bíblicas CPAD - 1º Trimestre de 2019  | Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes https://belverede.blogspot.com.br

III. O ALTAR DO HOLOCAUSTO É UMA IMAGEM DO CALVÁRIO

O Altar do Holocausto remonta o sacrifício, a punição do pecado e o lugar da esperança. Isto é, remete ao pecador e sua decisão, como este pecador usará o livre arbítrio. Rejeitará ou aceitará o Cordeiro de Deus, como seu Salvador e Senhor?

1. O lugar do sacrifício. 

A Lei mosaica prescrevia cinco categorias de sacrifícios:
• Holocaustos: ofertas queimadas. Levítico 1.6, 8-13; 8.18-21; 16.24.
Elementos sem defeito. Boi, cordeiro ou ave do sexo masculino (rola ou pombinho para o pobre). 
Finalidade: Ato voluntário de adoração; fazer a expiação de pecado por ignorância em geral; manifestação de total devoção, de compromisso e de completa submissão a Deus.
• As ofertas de grãos ou manjares. Levítico 2; 6.14-23.
Elementos: Flor de farinha, azeite de oliva, incenso, bolos ou obreias (cozidos, assados ou fritos; nada de fermento ou mel), sal. Acompanhava os holocaustos e as ofertas pacíficas, junto com uma libação.
Finalidade: Expressar uma petição individual para que Deus concedesse as bênçãos da aliança, e ato voluntário de adoração em reconhecimento da bondade e da providência de Deus; também representavam a dedicação a Deus dos frutos do trabalho do homem e da mulher. 
• As ofertas de comunhão, às vezes chamadas de "ofertas pacíficas. Levítico 3; 7.11-34.
Elementos: Qualquer animal sem defeito do rebanho; variedade de pães.
Finalidade: Ato voluntário de adoração e expressão de gratidão e comunhão com Deus e o próximo, oferecimento em cumprimento de votos. Tal oferta era acompanhada de uma refeição comunitária, enfatizava a comunhão da aliança; tais ofertantes podiam comer da sua carne, sem sangue, mas não podiam consumir as suas vísceras.
• As ofertas pelo pecado ou ofertas de purificação. (Levítico 4.1-5, 13; e 6.24-30; e 8.14-17; e 16.3-22). 
Elemento: Novilho (no caso do sumo sacerdote e da congregação); bode (no caso do príncipe); cabra ou ovelha (no caso das pessoas do povo); rola ou pombinho (no caso do pobre); décima parte de uma efa de flor de farinha (no caso do muito pobre).
Finalidade: Expiação obrigatória para determinados pecados por ignorância; confissão de pecado; perdão de pecado; purificação da mácula. Faziam a expiação dos pecados involuntários, como os cometidos por negligência e também pela impureza ritual.
• As ofertas pela culpa ou ofertas de reparação. Levítico 5.14 a 6.17; 7.1-6. 
Elementos. Cordeiro ou carneiro.
Propósito: Expiação obrigatória para pecados intencionais cometidos contra "coisas santas" e os mandamentos de Deus. Pecados por ignorância que exigissem restituição; purificação de máculas. Nessas ofertas obrigatórias, estava implícito o aspecto da restituição com 20 por cento de multa. 
2. O lugar da punição do pecado.

O bronze, usado para revestimento do Altar, nas Escrituras está associado ao julgamento de Deus.
• Deuteronômio 28.23: Em consequência de desobediência, o céu de bronze estaria sobre as cabeças dos israelitas. 
• Números 21.9 revela que Moisés, sob a orientação de Deus, esculpiu uma serpente de bronze, para que os israelitas mordidos por cobra fossem curados de envenenamento, para que o efeito do veneno não os matasse bastava a eles olhar para ela. 
• Jó 6.12 e 41.27: Nestas porções bíblicas, o bronze está associado com uma firme resistência, em contraste com a fragilidade do corpo humano. 
Apocalipse 1.15. Na visão que João teve de Jesus glorificado, o apóstolo descreve os pés de Cristo reluzentes, como se fossem de bronze, refinado na fornalha e depois polido. 
3. O lugar da esperança. 

O Altar dos Holocaustos tinha o objetivo de realizar culto ao Deus único e verdadeiro, ao contrário de práticas pagãs que as nações gentias realizavam em colinas, a fim de aplacar a ira dos supostos deuses pagãos, durante sessão pagã conhecida como Altos e Lugares Altos. De modo geral, os israelitas eram proibidos por Deus de adorá-lo em locais que se praticava idolatria; havia a orientação para destruir as áreas preparadas para adoração aos falsos deuses, regiões em que povos gentios praticavam imoralidade sexual e faziam sacrifícios de crianças em rituais macabros a fim de aplacar a ira de deuses pagãos (Números 33.52). 

O Altar era o único lugar onde se podiam oferecer todos os sacrifícios a Deus. Ficava do lado leste do pátio, talvez a meio caminho entre a entrada do Tabernáculo (Êxodo 40.29). Lembrava os israelitas que só podiam se aproximar de Deus pelo lugar de sacrifício. Do mesmo modo como se tomava o sacrifício e colocava-o sobre o altar, Jesus também foi levantado, tipologicamente, no altar do Calvário para redimir a nossa alma (Levítico 1.8, 9; João 3.14, 15; 12.32, 33; Efésios 5.2).

No Altar, dentro do Tabernáculo, executavam-se os cultos ao Deus único e verdadeiro, eram oferecidos todos os dias de manhã e à tarde, o mais comum dos sacrifícios relatados no Antigo Testamento. Apesar de o Altar do Holocausto ser um lugar de sacrifício e punição do pecado, representa um local de esperança. Até os dias de hoje a figura do Altar simboliza disposição de Deus em haver reconciliação com o pecador, por meio do sacrifício vicário da mediação de Jesus Cristo, ao verter seu sangue no Calvário. 

Desde que o pecado rompeu a comunhão de Deus com a Humanidade, Deus tem procurado restaurar este relacionamento. Em certo sentido, a restauração já está concretizada através do ministério da reconciliação empregado por Jesus Cristo (2 Coríntios 5.19). Em outro sentido ainda não se concretizou, porque é necessário falar sobre o Plano da Salvação às almas que ainda não receberam o Cordeiro de Deus como Senhor e Salvador. Tudo é novo apenas para quem já está em Cristo; pois o pecador só é transformado em criatura agradável a Deus quando passa a ter direção e propósito inteiramente novos, deixa de olhar apenas para si e busca servir a Jesus com inteireza de coração (2 Coríntios 5.17, 19).

CONCLUSÃO

Antes de gozar da comunhão com Deus, o cristão deve passar pelo Altar do Holocausto, que é o lugar da manifestação da justiça e do amor divino? Não. Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote perfeito e terno cumpriu todos as ações redentoras exigidas, ao realizar a perfeita e conclusiva expiação pelos nossos pecados (Efésios 1.7; Colossenses 1.13-14; Apocalipse 1.5).

Em Hebreus 7.26-27, o escritor da Carta aos Hebreus afirma que Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, que é "santo, imaculado, separado dos pecadores", que é mais sublime do que os céus, e que não precisava, como os sumos sacerdotes do judaísmo oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados e depois pelo pecado do povo, é a propiciação pelos nossos pecados.

E.A.G.

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br | www.cpad.com.br
Compilações:
O Tabernáculo. Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Elienai Cabral. Capítulo 4: O Altar de Sacrifícios. 1ª Edição 2019. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Bíblia de Estudo Vida. 1998, São Paulo-SP (Editora Vida).
Bíblia do Pregador Pentecostal. Erivaldo de Jesus Pinheiro, Edição 2016, Barueri/SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Bíblia de Estudo Arqueológica. 3ª reimpressão, agosto de 2014, Liberdade, São Paulo/SP (Editora Vida)
Bíblia Missionária de Estudo. Edição 2014. Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Bíblia Sagrada com Enciclopédia Bíblica Ilustrada, Edição 2011, Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Ensinador Cristão. Ano 20, número 78, Abril a Junho de 2019, Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Lições Bíblicas. Professor. Adultos. Elinaldo Renovato. O Tabernáculo, Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Lição 4: O Altar do Holocausto. Abril a Junho de 2019. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Êxodo. Introdução e Comentário - Série Cultura Bíblica. R. Alan Cole. Impressão 2011. Broklin Paulista. São Paulo/SP (Sociedade Religiosa Edições Vida Nova). 

segunda-feira, 25 de março de 2019

Os artesãos do Tabernáculo

Os 12 pães e a mesa da presença, coberta de ouro puro.
1 mt de comprimento; 50 cm de largura; 70 de altura.
Símbolo de gratidão a Deus pelo pão de cada dia.
(Êxodo 25.26-30; Levítico 24.5-9; Lucas 11.3) 

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No capítulo 25 de Êxodo, encontramos a determinação de Deus a Moisés para que fosse feito um santuário, determinação esta seguida pela promessa de que após construído nele o Senhor iria habitar. O Tabernáculo era símbolo da Igreja de Cristo, na qual hoje Ele habita e manifesta sua glória.

Por requerer o resgate da alma de cada pessoa adulta, no monte Sinai, Deus traçou o desenho de um altar para a queima de incenso (Êxodo 30.1-16), instruiu Moisés para fazer uma grande bacia na qual os sacerdotes pudessem lavar as mãos ao oferecer sacrifícios (versículos 17-21). Moisés também recebeu fórmulas para a produção de um óleo a ser usado especificamente para unção durante a adoração (34-38) e foi informado que pessoas existiam pessoas especialmente dotadas com habilidades necessárias para construir o centro de adoração ao Senhor (31.1-11). 

I - HOMENS ESPECIAIS PARA SERVIÇOS ESPECIAIS

Deus chama pessoas singulares para executar serviços notabilissímos.

1. Bezalel e Aolide, chamados por Deus (Êxodo 31.1-11).

A narrativa desse texto nos faz saber que Deus identificou dois artífices por nome como especialmente escolhidos, e divinamente habilitados, para realizar tudo o que Ele revelara a Moisés (Êxodo 28.3; 36.1). Ambos foram separados pelo Senhor, de tantos outros obreiros, como os artífices para realizar a obra do Tabernáculo: "a tenda da congregação; a arca do testemunho; o propiciatório e todos os móveis da tenda; e a mesa com seus utensílios, e o altar do incenso; e o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a pia com a sua base; e as vestes do ministério, e as vestes santas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos (...) e o azeite da unção e o incenso aromático para o santuário, farão conforme tudo que tendes mandado".

Esse texto mostra os seguintes nomes:
• Bezalel, empregado para ser o arquiteto ou mestre de obra. Era da tribo de Judá, neto de Hur, provavelmente o mesmo Hur que ajudou a segurar as mãos de Moisés (Êxodo 17).
• Aoliabe, da tribo de Dã. 
As Escrituras Sagradas dizem que Bezalel era homem que esbanjava habilidades artísticas, além de cheio do Espírito de Deus, de sabedoria, entendimento e conhecimento em todo tipo de habilidades (Êxodo 32.2; 35.30; 36.1-2; 37.1-9; 35-8.22; 1 Crônicas 2.20 e 2 Crônicas 1.5). Aoliabe era uma mestre de obra, desenhista e bordador (Êxodo 31.36; 35.34; 36.1-2; 38.23).

2. A prerrogativa de Deus (Êxodo 31.2,3).

Bezalel e Aolibe foram chamados de "artices dotados", o que sugere habilidade previamente desenvolvida. Eles eram experientes para desenvolver a tarefa complexa que Deus havia prescrito (Êxodo 25-30). É provável que tenham selecionado uma equipe de artistas e artesãos, e supervisionado o andamento da empreitada para que tudo a missão fosse concluída de acordo com as ordens de Deus (versículo 11). Não e possível afirmar quanto tempo levou.

Bezalel foi quem fez a maior parte do serviço (Êxodo 37-38; 38.22).

3. A pluralidade do serviço cristão (Romanos 12.4-8; 1 Coríntios 12.8-10, 28).

Êxodo 31.2 mostra o momento que Deus nomeou Bezalel como o desenhista e artíce dos móveis do Tabernáculo. Nomear alguém para alguma coisa implica em chamar pelo nome para ocupar um determinado cargo. Quando o prefeito, governador e presidente que nós votamos se elege, ficamos na expectativa para saber quem serão as pessoas nomeadas por ele. Se ser nomeado por um político gera expectativa, estar nomeado por Deus é um enorme privilégio.

Todos os crentes em Cristo estão nomeados por Deus. O Senhor nos chama pelo nosso nome. Segundo João 15.16, nós fomos nomeados pelo Senhor. Portanto, é preciso priorizar a maravilhosa sabedoria dos desígnios de Deus e viver ao mesmo tempo em e para Cristo, usando devidamente os dons espirituais e talentos naturais dados por Deus.
A arca da aliança
Caixa de 1,20 m de comprimento , 0,75 de largura e 0,75 de altura.
Armazenava as 2 tábuas dos Dez Mandamentos; 1 vaso de maná; e a vara de Arão.
Feita de madeira de acácia e revestida de ouro puro.

II. CHEIOS DO ESPÍRITO, SABEDORIA, ENTENDIMENTO E CIÊNCIA (Êxodo 31.3-5)

1. Cheios do Espírito para realizar a obra (versículo 3).

O Espírito de Deus dá variedades de dons. Assim, os artesãos se aplicaram às instruções dadas por Deus e completaram a obra sem que nada os desabonassem. Eles cumpriram cada pormenor da planta à risca. Duas vezes foi registrado nos capítulo 35 e 40 de Êxodo "assim o fizeram". Mais tarde o Templo construído por Salomão seguiu o modelo do Tabernáculo. E deveria ser exatamente assim, pois o projeto de origem divina visava imprimir na humanidade muitos ensinos da fé cristã, era a figura  que anunciava coisas futuras (Hebreus, capítulos 9 e 10).

2. Habilidades especiais para obras especiais (versículos 4 e 6).

Deus nos dá muitos tipos diferentes de capacidades e habilidades.

As listas de dons espirituais dadas no Antigo Testamento se trata de uma relação completa, porém, são representativas. A passagem bíblica (31.1-11) enfatiza o papel do Espírito Santo em capacitar artesãos para construção do tabernáculo. Na Dispensação da Lei, o Espírito se manifestava apenas sobre os indivíduos que fossem chamados para uma tarefa determinada, agora, na Dispensação da Graça o Espírito mora no coração de todos os em todos os crentes que sempre optam pelas ações corretas (1 Corintios 3.16).
Altar do incenso

III. USANDO OS TALENTOS PARA A GLÓRIA DE DEUS

1. Os talentos (habilidades) de Bezalel e Aolide.

Em Êxodo 31. 2-6 encontramos os nomes, Bezalel e Aolide. Mas não apenas suas identidades, com tais informações também aparece a reputação dos dois indivíduos (31.3b-4; 35.30-36.2).

O perfil de Bezalel o mostra como alguém que possui admirável domínio do seu ofício de artesão. Mas vai além dessa descrição humana ou terrera, fala sobre a variável de origem celeste. Ele não era apenas o profissional das artes, pronto para desempenhar uma tarefa muito importante, muito além de suas habilidades impressionantes havia a característica do seu bom relacionamento com Deus. O que quer dizer que se houvesse outros artesãos no mesmo nível de preparo intelectual e técnico, Bezalel era mesmo o mais preparado entre todos na sua área profissional.

O relato sobre Aolide nos permite saber que aqueles dois homens eram portadores de inteligência e habilidade perfeitas para elaborarem tudo o que era necessário no Tabernáculo. Ambos estavam tomados inteiramente pelo Espírito de Deus, aptos para elaborarem com perfeição o fabrico de todos os elementos previstos por Deus ao serviço religioso no Tabernáculo.

A expressão "cheio do Espírito" aparece nas passagens bíblicas de Êxodo 28.3; 35.31; e em Deuteronômio 34.9. Nessas porções da Bíblia existe o objetivo de Deus adequar o indivíduo para uma tarefa que serve ao bem-estar do povo de Deus. Provavelmente, este é o propósito arraigado nas expressões contidas em Lucas 1.15, 41; Atos 2.4; Efésios 5.18; e 31.3.

2. Os talentos revelados na Igreja (Mateus 25.14, 15).

Há pessoas que possuem dons inerentes, fazem com extrema habilidade coisas que outros por mais que se esforcem não conseguem realizar com a mesma qualidade. A habilidade nata facilita a ascensão rumo ao êxito pessoal e profissional, porém não nos mantém no topo. É preciso existir em nós a sabedoria, saber usar o bom senso para nos manter dentro dos nossos objetivos. Use a abundância de sabedoria e bom senso, e você obterá e manterá o sucesso necessário para sua vida, como crente em Cristo, como cidadão, sendo o cônjuge no lar, no papel de pai ou mãe, na função profissional e na eclesiástica.

Segundo alguns teólogos, apenas sete pessoas tiveram o privilégio de ouvir Deus citar seus nomes mais de um vez: Abraão e Jacó (Gênesis 22.11; 46.2); Moisés (Êxodo 3.4); Samuel (1 Samuel 3.4-10); Marta e Simão  (Lucas 10.4; 22.41); e, Saulo (Atos 9.4).

CONCLUSÃO

Precisamos reconhecer que cada talento vem do Senhor e dedicar-lhe a glória. Encaremos cada talento que há em nós como dom de Deus, estejamos sempre dispostos a usá-los para a glória dEle. Oremos para que Ele nos ajude a fazer o que nos chamou para fazer; e nos mostre como nos manter cheios do Espírito, cheios de sabedoria e habilidade, compreensão e inteligência para usar todo conhecimento adquirido com excelência.

E.A.G.

Compilação:
Guia do Leitor da Bíblia - Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo, Lawrence O. Richards, 5ª edição 2006, Rio de Rajeiro RJ (CPAD).

terça-feira, 19 de março de 2019

Tabernáculo - Um Lugar da Habitação de Deus


INTRODUÇÃO

Podemos considerar o Tabernáculo como o primeiro templo judeu. Segundo relata o Antigo Testamento, Moisés recebeu ordem de Deus para que construísse um local de culto, com característica de fácil montagem e desmontagem, pois naquela época o povo israelita era nômade.

Êxodo 25 dá início à seção mais comprida da Bíblia e talvez menos lida e entendida do Livro de Êxodo. Do início do capítulo 25 até o capítulo 40 - com exceção do 32 ao 34 - temos uma excelente descrição detalhada do Tabernáculo. Fala sobre sua estrutura, equipamentos e o sacerdócio. É compreensível que o leitor das Escrituras Sagradas se surpreenda ao comparar o tamanho do relato sobre a Criação e a preparação para que Terra ficasse pronta para a habitação humana, e depois verificar que estão separados 12 capítulos sobre o Tabernáculo. Compreende-se isso: todas as coisas referentes ao Tabernáculo apontam para Cristo e são de alguma maneira um arquétipo de Cristo.

I - A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO 

Deus revelou-se a Israel e fez do Tabernáculo o seu lugar de habitação. Estabeleceu uma parceria com seu povo para construir o Tabernáculo.

A sessão de versículos 1 ao 7 de Êxodo 25 mostra a conclamação do Senhor ao seu povo para a construção do Tabernáculo por meio de ofertas alçadas:
 "O SENHOR disse a Moisés: Diga aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. De todo homem cujo coração o mover para isso, dele vocês receberão a minha oferta. Esta é a oferta que dele vocês receberão: ouro, prata e bronze; pano azul, púrpura e carmesim; linho fino; pelos de cabra; peles de carneiro tingidas de vermelho e peles finas; madeira de acácia; azeite para a iluminação; especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático; pedras de ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral".
1. Por que construir um tabernáculo no deserto?

A resposta a essa pergunta é clara e objetiva. Uma das lições que se aprende em Teologia acerca de Deus é que "Deus é Espírito e, assim, Ele é autoexistente, não criado por outro ser, atemporal, autossuficiente, não restrito a nenhum determinado ponto geográfico. O fato de Deus manifestar seu desejo de habitar com o seu povo não o limita a nada. Ele tem origem em si mesmo, Ele existe por si mesmo quando diz: "Eu Sou o Que Sou" (Êxodo 3.14).

A ordem dada a Moisés para construir uma morada para Ele tinha por objetivo mostrar o seu Espírito, fazendo-se sentir pelas exibições especiais da natureza no lugar da sua presença, a shekinah: a manifestação do fogo, da nuvem, da água, dos relâmpagos e trovões.

2. A materialização da obra de Deus.

Nós devemos nos atentar para a ideia de que a oferta, entregue pelos judeus para a construção da Arva, teve orientação divina. Foi o próprio Deus quem pediu ao povo que contribuísse para o grande projeto do Tabernáculo.

► Lição 2: Os artesãos do Tabernáculo
Dízimo no judaísmo e na Igreja de Cristo

3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êxodo 25.2).

Em primeiro lugar, a oferta foi um plano de Deus para o sustento de sua obra; em segundo, a contribuição deveria ser feita como ato voluntário; terceiro, a fidelidade na ação de contribuir trazia ao povo hebreu abundância.

II - O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS

"E farão para mim um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu mostrar a você como modelo do tabernáculo e como modelo de todos os seus móveis, assim mesmo vocês o farão" - Êxodo 25.8-9.

1. Deus arquitetou o Tabernáculo (Êxodo 25.8).

O modelo era divino, mas era feito com elementos materiais e teria caráter temporário. Deus elaborou a engenharia e arquitetou toda a construção do Tabernáculo, dando a Moisés a relação dos peças e equipamentos que deveriam ser utilizados. Desde o início, é perceptível o caráter provisório do projeto divino, pois o povo de Israel não faria uma peregrinação perpétua no deserto. A efetivação do Tabernáculo aconteceu mediante a participação do povo de Deus através de ofertas  alçadas e voluntárias como ouro, prata, cobre, pano azul, e púrpura, e carmesim.

O livro de Êxodo descreve detalhadamente a execução e aparência de todos os utensílios litúrgicos da tenda religiosa, apresenta uma descrição arquitetônica e construtiva minuciosa dos espaços que comporiam o complexo da tenda religiosa.

2. O Tabernáculo foi um projeto de Deus.

O Tabernáculo foi um projeto segundo um modelo especial, era um plano divino, mas destinado à montagem com elementos naturais pois teria um caráter temporal, necessitada praticidade para armar e ser desarmando sempre que houvesse a necessidade de transportá-lo Embora Moisés haja sido formado academicamente no Egito, nenhum item do Tabernáculo era fruto de sua mente engenhosa e disciplinada. Recebendo instruções direta de Deus, Moisés persuadiu o povo hebreu a envolver-se na construção, enfatizando que se tratava de uma proposta celestial.

O Tabernáculo era um retângulo descoberto, delimitado por um acortinado. No pátio, orientado para o leste, estava o altar em bronze onde eram realizados os sacrifícios e a pia onde Aarão e seus filhos lavavam as mãos antes de realizar os sacrifícios.

Logo depois da pia estava o santuário, uma tenda coberta por uma série de camadas de cortinas sustentadas por grandes colunas de madeira revestidas em ouro. Dentro do volume, uma cortina dividia o espaço em dois, de maneira que o espaço mais sagrado fosse um cubo perfeito, conhecido como Santo dos santos. Neste recinto estava a Arca da Aliança, receptáculo das Tábuas da Lei, pedaços da primeira edição quebrada por Moisés quando da sua ira ao ver os hebreus adorando a imagem do bezerro de ouro. A parte aberta do santuário, entre o Santo dos santos e a entrada pelas cortinas, abrigava um pequeno altar para incenso, um candelabro de ouro e a mesa sobre a qual deveria estar o pão da apresentação.

3. O plano térreo do Tabernáculo (Êxodo 25.9).

O Tabernáculo de Moisés foi um projeto de Deus assim como a Igreja o é no mundo. O fato de o Tabernáculo ter existido no período da peregrinação dos hebreus pelo deserto e ter sido um santuário portátil por causa das constantes mudanças realizadas por Israel, ele e seus móveis apontavam à revelação de um plano salvífico por intermédio de Jesus.

O apóstolo Pedro compara, em sua primeira carta, no capítulo 2 e versículo 11, os cristãos aos hebreus, diz que os crentes são peregrinos e forasteiros, isto é, subentende-se que ele quis dizer que não temos residência fixa neste mundo, somos gente estrangeira cujo destino final é o lar que está no céu.

O uso de qualquer objeto do Tabernaculo na Igreja não passa de decoração estética. A Arca da Aliança como se vê representada em alguns púlpitos utilizada como forma de afirmar que Deus está naquele objeto é desvio doutrinário. Nossa Arca é o Senhor Jesus, e Ele mesmo, como Sacerdote e Cordeiro se apresentou diante do Pai para mostrar o fruto da expiação que fez por todos.

III - A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA

O modo especial de Deus revelar-se ao seu povo era através de tipos e figuras materiais que ilustrassem as verdades celestiais. Esta linguagem figurada expressa a relação de Deus, o Criador e Senhor, o Todo-Poderoso, com a sua criação e com as suas criaturas. 

1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.

A tipologia bíblica constitui-se uma das maiores riquezas de proveito espiritual para o crente que deseja conhecer a Bíblia profundamente, pode ser explorada sem receio, desde que as regras de interpretação de texto seja respeitada. É bom lembrar que um tipo sempre é inferior ao tipificado.

A tipologia é muito rica em si mesma, pode ser definida como o estabelecimento de conexões históricas entre fatos, pessoas e coisas do Antigo Testamento com o que existe no Novo. Por isso, ao lidarmos com a tipologia do Tabernáculo, é necessário considerar que ela é manifestada na pessoa de Cristo e em sua obra expiatória. Deus tinha a Arca, o Castiçal de Ouro, o Altar do incenso e a mesa dos pães da proposição como peças da liturgia de culto. No Novo Testamento, o modo de adorar a Deus tornou-se diferente e especial, porque o lugar da adoração é um Pessoa, o próprio Senhor Jesus Cristo.

De acordo com os parâmetros da hermenêutica bíblica, a estrutura física dos objetos usados no Tabernáculo é descrito detalhadamente. São metais e madeiras, tecidos e bordados, peles e cores. Tais peças estavam na mente de Deus como significados simbólicos voltados para revelar o seu caráter e glória.

O Tabernáculo era o símbolo da presença de Deus entre o povo (Êxodo 29.43-46). O apóstolo Paulo demonstrou considerar a relação tipológica muito importante quando escreveu a seguinte declaração: "Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança (Romanos 15.4).

2. A Igreja de Cristo é Tabernáculo de Deus na Terra

O estudo do Tabernáculo constitui-se a descoberta da maior riqueza da tipologia bíblica. O tabernáculo de Moisés era material, e Deus habitava nele; a Igreja é o tabernáculo espiritual onde habita e se manifesta gloriosamente (Efésios 2.22).

A mesma tipologia aponta para um povo futuro, a Igreja, a pessoas de Jesus Cristo. Não apenas o Tabernáculo, o Templo de Salomão também simboliza  a Igreja de Cristo edificada para "morada de Deus em Espírito" (Efésios 2.22).

A Igreja é apresentada na Bíblia como a Casa de Deus, de caráter familiar, porque a palavra "casa", nesse contexto, refere-se à família que mora na casa (1 Timóteo 3.15). Além disso, a Igreja é descrita como Templo de Deus (1 Corintios 3.16).

Alguns textos do Novo Testamento fazem da tipologia modo de comparação entre o Tabernáculo e a Igreja.  Paulo tipificou a Igreja como edifício de Deus para falar de crescimento coerente e organizado da comunidade cristã (1 Corintios 3.9). Neste edifício, os crentes em Cristo são identificados como "pedras vivas", as quais são edificadas umas sobre as outras.

CONCLUSÃO

O Pai desejou habitar entre os homens e derrubar a parede de separação erguida pelo pecado no Éden. Esse plano glorioso alcançou o objetivo máximo na encarnação e crucificação de Jesus Cristo, seu amado Filho "na plenitude dos tempos" (Gálatas 4.4; Efésios 1.5-10). Na Pessoa gloriosa de Jesus Cristo, Deus encontrou-se com o ser humano, e este com Deus.

Desde a geração de Moisés, Tabernáculo indica algo futuro que mudaria o destino do ser humano caído: a Obra Expiatória de Cristo representada em todo o santuário em ao meio ao deserto. Foi concebido para que o homem dos tempos atuais compreenda a sua figura representada na pessoa de Jesus Cristo, o qual expiou a nossa culpa, fazendo-se o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29).   Na Obra Expiatória do Senhor, a imagem do Tabernáculo relaciona-se com a Igreja fundada pelo Senhor Jesus Cristo. Tal qual o Tabernáculo, a Igreja de Cristo é um planejamento de Deus posto em curso com o objetivo de abençoar o mundo, convidar toda alma a achegar-se diante do Senhor com o coração contrito.

E.A.G.

Compilação
Ensinador Cristão, Entrevista do Comentarista, páginas 25 e 26, ano 20, nº 78, 2º trimestre de 2019; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD).
Lições Bíblicas Professor - O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora de Cristo; Elienai Cabral;  2º trimestre de 2019; Lição 1; Tabernáculo: Um Lugar da Habitação de Deus; páginas 2 a 9; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD).
O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora de Cristo; Elienai Cabral, páginas 7 a 11 e 15 a 19; 1ª edição 2019; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD).
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Atualização em 20 de março de 2019 às 8h23

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sabedoria divina para a tomada de decisões

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas. Uma das definições da pessoa sábia: "O sábio não é aquele que sabe mais do que os outros; é aquele que descobre em Deus a fonte da sabedoria" - Pastor Elienai Cabral; - Pastor Elienai Cabral. Livro: O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises; página 148 (CPAD).
Por Eliseu Antonio Gomes 

Introdução

Deus é a fonte de todo conhecimento e sabedoria. Deus deseja nos dar sabedoria para vivermos de modo que seu nome seja glorificado em nossas vidas. 

I. Crise familiar no reino davídico.

1. A velhice de Davi (1 Reis 1.1-4).

Davi obteve grandes sucessos como guerreiro de grandes batalhas e de ter expandido as fronteiras da nação israelita, mas não soube administrar bem sua família. Ao chegar à velhice, o seu reinado estava sem o governo pessoal, motivando a luta pelo trono.

Já muito idoso, Davi recebe os cuidados de Abisague, jovem sulamita.

Davi reinou por 40 anos e realizou um reinado de grandes conquistas para Israel (1025-985 a.C.). Ao chegar aos 70 anos de idade ficou enfermo. A enfermidade criou algumas crises no seu reino, com familiares e com homens da corte. No declínio momentâneo da realeza, o rei foi alvo de traição, mentira e ambição. Em meio ao estado frágil, foi informado de acontecimentos desagradáveis que estavam produzindo insegurança no trono de Israel. Então ele entendeu que era chegado o momento da sucessão, e resolveu indicar o próximo rei de Israel. Perto do dia de morrer, consagrou Salomão como seu sucessor ao trono.

É importante ter em mente que há a hora de encerrar uma carreira, o final é tão importante quanto o começo dela.

2. Bate-seba: a atitude de uma mãe em meio à crise.

Bate-seba, uma linda mulher, era filha de Eliã, viúva de Urias, um heteu, que havia se convertido ao Deus de Israel. Tanto o seu pai como o seu falecido marido, eram destacados no exército de Davi (2 Samuel 23.34, 39); Aitofel, o seu avô, era o famoso conselheiro do rei (2 Samuel 15.12, 31). Mas, Bate-Seba é mais lembrada pelos leitores da Bíblia pelo seu início de relacionamento com Davi, num encontro adúltero com o monarca (2 Samuel 11 e 12.1-25).

Bate-Seba trabalhou junto com Natã nos momentos que cercaram a morte do rei, seu então esposo Davi e pai de seu filho Salomão, para assegurar que a vontade de Davi, em ter Salomão como seu sucessor, fosse bem sucedida. Ela e o profeta impediram que Adonias usurpasse o trono. Com essa atitude da esposa, o velho e adoecido Davi demonstrou ainda gozar de lucidez para decidir a sucessão real e declarou, publicamente, Salomão como o novo rei de Israel. Sabendo da posse de Salomão, Adonias fugiu.

O nome de Bate-Seba, apesar do pecado sexual que ela cometeu, aparece na árvore genealógica de Jesus, numa demonstração clara de que Deus perdoa e esquece nossos erros quando pedimos seu perdão e nos arrependemos (Mateus 1.16).

3. Adonias e os valentes de Davi (1 Reis 1.15).

A história de Salomão começa com uma crise de sucessão no trono de Israel.

Adonias, era o quarto filho de Davi com Hagite (2 Samuel 3.4). O relato em 1 Reis 1.6 nos revela que Davi, como seu pai, não impunha limites em seu tempo de criança, não o contrariava em nada. A falta de disciplina causa sérias crises no relacionamento familiar. Portanto, discipline seus filhos com contundência e amor, enquanto são novos, sempre que necessário, para que ao crescerem não se tornem pessoas intolerantes e intoleráveis.

A diferença entre Adonias e Salomão era o fato de que a mente de Adonias estava voltada para si mesmo, era vaidoso, ambicioso, egoísta e gostava de ostentar pompa, sempre acompanhado de uma escolta de soldados do exército israelita montados em cavalos pomposos. Não tinha sensibilidade espiritual, por isso, quis tirar proveito da situação crítica para promover-se com traição. resolveu aproveitar a enfermidade do seu pai para apoderar-se do trono, armando uma tentativa de golpe político contra o próprio pai. Por sua vez, Salomão tinha índole de homem pacífico, era conciliador, inteligente, fiel aos conselhos do pai, e sendo assim deu continuidade a um reinado de prosperidade sob a bênção de Deus. .

Davi prolongou seu reinado além do tempo ideal, não soube discernir o momento certo de passar a coroa ao herdeiro do trono. Já havia perdido alguns filhos, e entre os que restaram estava Adonias, que era o quarto mais velho dos filhos vivos (2. Samuel 3.2-3). Quando Davi estava às portas da morte, vendo que o pai já não possuía boas condições de saúde para governar, este desejou sucedê-lo no trono, pois naquele tempo ele era o filho mais velho.

Adonias sentia-se com direito ao trono e entendeu que o mesmo pertencia a ele por direito, ao saber de que Davi tinha preferência por Salomão para assumir o trono, não respeitou a vontade do pai, criando grandes problemas em família e no reino. Acreditando que podia se declarar como o novo rei de imediato, reuniu carruagens, cavaleiros e cinquenta homens; recrutou a ajuda de Joabe, comandante dos exército de Abiatar, o sumo sacerdote. Porém, outros generais, sacerdotes, o profeta Natã e os gurda-costas de Davi se negaram a apoiá-lo. Ele fracassou em seu intento de reinar.

Reincidente no erro de conspiração, mais tarde, depois da morte do pai, quando Salomão já governava, e depois de haver recebido o perdão de Salomão no episódio da primeira tentativa de golpe de Estado, tramou novamente para obter o trono, achando que apoiado pela lei, poderia aspirar ao reino se viesse a casar-se com Abisague, a jovem sunamita que cuidou de Davi quando doente em seu leito. Salomão, percebendo o ardil, mandou matá-lo. (1 Reis 1.49-53; 2.25).

O efeito mais positivo do discipulado na nossa vida é o nosso esforço para, sinceramente, sermos sempre fiéis ao nosso cônjuge e a nossos filhos e irmãos, e conduzi-los num viver conforme a vontade de Deus, mediante o ensino acompanhado de bons exemplos

II. Salomão busca sabedoria para reinar.

1. O novo rei dedica holocaustos a Deus (1 Reis 3.4).

Dos quatro filhos que Davi teve em Jerusalém, Salomão foi o quarto filho. Dentre os reis de Israel, veio a ser o terceiro a reinar.

Ao nascer, Davi o chamou Salomão, que significa "o pacífico", da mesma raiz de "shalom", que significa "paz". Diz o texto bíblico que ao nascer "o Senhor o amou" (2 Samuel 5.14; 12.24-25). Filho de Davi e Bate-seba, embora um dos mais novos, ainda jovem foi escolhido para ser rei, motivando grande disputa entre os irmãos, principalmente Adonias.

Após o sepultamento de Davi, Salomão,  pela perspectiva humana um jovem inteligente, buscou ao Senhor para reinar em Israel. O texto bíblico diz que Salomão amava Deus e por este motivo, consciente de sua inexperiência, foi a um dos montes altos chamado Gibeão, uns 16 km a noroeste de Jerusalém, onde ficava a Arca da Aliança para oferecer holocaustos a Deus e receber dEle a sabedoria divina de que precisava. Neste lugar, com seu coração aberto a Deus em oração, numa das noites de preocupação com o reino e como administrá-lo bem, ele adormeceu. Durante o sono, Deus falou com Salomão em sonho. Nesta revelação, Salomão ouviu tudo que precisava ouvir, pois o sonho foi uma maneira especial de Deus comunicar-se com ele.

Diante da responsabilidade de governar o povo de Israel, naquele sonho, orando, Salomão pediu a Deus sabedoria para ter capacidade de reinar sendo um bom rei. Salomão não solicitou bens materiais ou a morte de seus inimigos. Ele pediu bom senso para guiar o seu povo de modo justo. Essa atitude humilde de Salomão agradou a Deus, que se dispôs a fazer muito mais do que o rei estava pedindo.

No tempo da invasão israelita contra Canaã, Gibeão era uma grande cidade habitada por heveus. Depois da queda de Jericó e Ai, temendo pela vida, seus habitantes enganaram Josué levando-o a estabelecer um pacto no qual eles seriam subordinados aos israelitas. Gibeão é o palco da grande providência de Deus, no episódio em que Josué, em socorro aos gibeonitas, travou batalha contra os reis amorreus. Ali, Deus enviou uma tempestade de pedras e fez com que o dia não terminasse enquanto Josué não derrotasse completamente seus inimigos . Na distribuição das terras, coube por sorte a posse ser para Benjamim, e foi separada para os levitas (Josué 9.7-10; 11.19; 19.25; 21.17)

2. Salomão pede sabedoria a Deus (1 Reis 3.5).

A atitude de Salomão, nessa primeira fase de sua vida, agradava ao Senhor. Empossado rei em meio a crises, ele era a melhor pessoa para administrar a crise do reino de modo temente a Deus. Era uma instabilidade que atingia não só a corte, mas todo o povo estava afetado pela insegurança daquele momento. Em quem confiar? Como fazer para gerenciar aquela situação e proporcionar a paz no coração e na vida do povo?

Antes de assumir o reino, subiu ao Monte Gibeão, onde permanecia o tabernáculo, construído por Moisés, para oferecer holocaustos a Deus. Ali, recebeu o comunicado divino que lhe oferecia tudo: riqueza, poder etc. Contudo, apesar da generosa oferta, pediu somente sabedoria. Como resposta, recebeu de Deus três promessas incondicionais e uma condicional. Incondicionalmente, foi garantido a Salomão não somente sabedoria, mas também muitas riquezas honra e poder; e, condicionalmente, uma vida longa "se andar nos meus caminhos" (1 Reis 3.10-14).

Assim, Salomão pôde governar o povo com muita sabedoria. Ele fez um excelente governo e seu nome ficou famoso graças  não somente à consolidação de um poderoso Estado, mas à sua religiosidade, provada pela decisão de construir o templo, idealizado por seu pai.

O povo brasileiro atravessa uma das piores crises econômicas do país. Em tempos de crise econômica o que você pediria, caso estivesse na mesma situação de Salomão? De nada adianta ter bens materiais e faltar sabedoria para administrá-los.

O melhor bem que podemos receber de Deus é a sabedoria. Peça a Deus sabedoria para ser capaz de conduzir sua vida sendo uma bênção ao próximo. Deus responde este tipo de oração, irá orientá-lo, concedendo-lhe uma estratégia adequada para seguir adiante dando passos bem-sucedidos. O Senhor não deixará faltar a provisão para você e sua família. Confie no Deus que tudo provê.

3. O desejo de construir um templo para Deus (1 Crônicas 22.1-5).

Ao longo de seu reinado, Davi acumulou muitas riquezas, visando ao sonho maior de sua vida que era disponibilizar ao povo de Israel um templo a Deus em Jerusalém, para assim estabelecer um lugar fixo para adoração a Deus. Fez tudo quanto pôde para realizar tornar realidade o seu projeto, juntou muito material de construção. Então, foi impedido por Deus de realizar tal edificação, através de uma profecia proferida por Natã, em razão do adultério cometido com Bate-seba, mulher de Urias, por planejar a morte deste, e por toda sua vida ter sido homem de guerra (1 Crônicas 22.8). Entretanto, Deus lhe garantiu que Salomão haveria de erigir o grande templo em seu lugar.

Apesar de impedido de pôr mãos à obra, Davi negociou com Hirã, rei de Tiro, o envio de madeiramento (cedros do Líbano), operários e artífices, para possibilitar a realização de seu sonho, sonho concluído por seu filho Salomão.

III. Sabedoria para edificar o templo.

1. Salomão faz aliança com Hirão (1 Reis 5.1-6).

O grande edifício não era apenas um capricho de Davi como rei. Existia a necessidade de congregar o povo num só lugar e a dificuldade do povo e do próprio rei para subir os montes, com a finalidade de sacrificar ao Senhor, especialmente em Gibeão (1 Reis 3.3-4). Essa dificuldade vinha desde os tempos dos juízes. Por isso, construir uma grande casa para Deus em lugar fixo era uma necessidade de todo o povo, além de manter a união das famílias e fortalecer o reino de Israel.

Com a finalidade de realizar tão importante obra, Salomão fortalece as relações com Tiro e faz contratos para materiais com os quais construirá o templo que seu pai desejava erguer. Para esse fim, convocou milhares de funcionários israelitas e, no quarto ano de reinado, começou a construção.

2. A construção do templo (1 Reis 5.7-12).

A planta do Templo e seus utensílios são modelados a partir do modelo que Deus deu a Moisés para um centro de adoração móvel. Os utensílios do Templo ainda que numa escala muito maior, tinham o mesmo significado espiritual que cada item correspondente no Tabernáculo.

A estrutura do templo recebeu  o que havia de melhor, mármore, madeira de cedro, foi ricamente adornado com cobertura de ouro e mobiliado com utensílios de ouro. O projeto de construção se estendeu por sete anos.

3. A arca da aliança

No templo, foi depositada a Arca da Aliança, baú construído por Moisés seguindo à instrução de Deus, para servir de receptáculo das Tábuas da Lei (Êxodo 25.10). A Arca estava no monte Gibeão e deveria ser trazida para Jerusalém e ser colocada no Santuário, no interior do do lugar Santíssimo. Salomão sabia, por experiência, que o utensílio mais importante no templo seria a presença da Arca da Aliança, Sabia que a presença da Arca produziria grande alegria no coração do povo, pois era o grande símbolo da aliança entre Deus e os israelitas e representava a presença do próprio Deus em Israel. A ausência da Arca significaria derrota espiritual e a não presença de Deus no meio do povo.

A presença da arca foi e ainda é considerado pelos judeus como o lugar da Divina Presença de Deus (shekinah, em hebraico). Após a destruição do templo construído por Salomão, não se tem notícia de sua localização, a não ser por sua representação simbólica.

Atualmente, não precisamos de uma Arca, ou algo parecido, para sinalizar a presença de Deus. Jesus Cristo prometeu e se faz presente onde estirem reunidos em seu nome duas ou três pessoas, e em número maior também. Além disso, o Senhor se faz presente pelo seu Espírito Santo, que habita o seu povo ( Mateus 18.20; 1 Coríntios 3.16).

Conclusão

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas.

Com frequência surgem conflitos entre pais e seus filhos adolescentes. Em virtudes desses momentos, pode surgir uma barreira de comunicação. Os pais acham difícil conversar com seus filhos. Eles atrasam as explicações sobre transformações cruciais, tanto físicas como mentais, especialmente nas áreas do sexo e da reprodução. Os pais intensificam o controle, e o adolescente luta ainda mais para obter independência. A fissura se abre, eles se tornam antagonistas. Para superar o problema, é importante colocar no ambiente do lar a ordem espiritual, pois em todas as situações a paz real só pode ser alcançada quando existe paz com Deus. Esta paz só é obtida quando há um relacionamento pessoal com Cristo. É importante que se toma a mesma decisão de Josué (24.15): "...escolhei hoje a quem sirvais... porém eu e minha casa serviremos ao Senhor".

O cristão deve exercer a vida cristã confiante nos recursos de Deus, disponíveis pela oração. Se preciso for, que se faça um concerto com Deus, para que haja disponibilidade para sabedoria que Ele oferece (Tiago 1.5) e a reivindicação  de sua ajuda para o desenvolvimento espiritual  apropriado de seus filhos ((Filipenses 4.6).

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, página 366, edição 2016, Várzea Paulista/SP (Casa Publicadora Paulista).
Billy Graham responde - um guia com respostas bíblicas para preocupações de nossos dias, Billy Graham, páginas 191 e 192, 3ª reimpressão 2014, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 83-88,  Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Minidicionário Bíblico, David Conrado Sabbag, páginas 19, 40, 113, 376. 1ª reimpressão (Difusão Cultural do Livro - DLC). 
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, páginas 136-143, 146, 1ª edição 2016, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Quem é quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia, Paul Gardner, página 92, 19ª reimpressão2015, São Paulo/SP (Editora Vida). 

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

OS SÍMBOLOS DE PROSPERIDADE E PUREZA NA ARCA DO CONSERTO


A Arca simbolizava a presença de Deus, continha símbolos de prosperidade e pureza . Além de Arca do Conserto era chamada de Arca do Pacto e Arca da Aliança.
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Era uma espécie de caixa grande, de dois côvados e meio de cumprimento por um côvado e meio de largura, feito de madeira de acácia
coberta de ouro puro e com uma tampa de ouro puro, que se chamava propiciatório (Êxodo 25.17). Em cada extremidade desta tampa ficava uma estátua de querubim. Haviam duas argolas nas extremidades da arca, nas quais se colocavam varais de madeira de acácia cobertos com ouro. Os varais serviam para levantar a arca e movê-la. Conferir: Êxodo 25.10 e versículos seguintes.

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No interior da arca guardava-se as duas tábuas da Lei; um vaso de ouro guardando maná; e a vara de Arão, que floresceu. Ver: Êxodo 16.33; Êxodo 34; Números 17.10; Deuteronômio 31.26; 1º Reis 8.9; Hebreus 9.4.

E.A.G.

Veja outra matéria referente à Arca do Conserto no UBE Blog: Nota de falecimento - Uzá morreu.