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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Através do brilho do sol a cada amanhecer Deus nos diz para não desanimar

Você passa por lutas e dificuldades, mas no dia seguinte o sol volta a brilhar. 

Toma prejuízos nos seus negócios, mas no dia seguinte o sol brilha outra vez.
 
Você está decepcionado com amigos, sente-se traído pela pessoa que ama, porém os raios e sol continuam a iluminar e aquecer em cada novo amanhecer.

A tristeza é imensa ao ir ao cemitério despedir-se de uma pessoa muito amada, e novamente vê uma alvorada esplêndida no horizonte do dia seguinte.

Você é retraído por uma palavra ofensiva, uma traição dói demais e traz um desânimo gigante, entretanto, por mais difícil que pareça continuar vivo e praticando o bem, todos os dias o nascer do sol volta a brilhar como uma mensagem de Deus ao seu coração, dizendo para manter-se animado porque Ele ama você intensamente. 

E.A.G.
Conteúdo adaptado do texto de Levi Muniz em postagem de 10 de novembro de 2022.

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Aline Barros - Posso Todas as Coisas


"Sei o que é passar necessidade e sei também o que é ter em abundância; aprendi o segredo de toda e qualquer circunstância, tanto de estar alimentado como de ter fome, tanto de ter em abundância como de passar necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece" - Filipenses 4.12-13 [NAA].


Fonte: Canal oficial Aline Barros - www.youtube.com/watch?v=b436VwH5mFE

terça-feira, 8 de março de 2022

Que tudo seja em nome de Jesus


"E tudo o que fizerem, seja em palavra, seja em ação, façam em nome do Senhor Jesus,
 dando por ele graças a Deus Pai".

Colossenses 3.17
Nova Almeida Atualizada
[NAA]

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Colossense 2.14 - O preparo e a pregação do Evangelho


Aquele que divulga o Evangelho, deve entregar a mensagem que recebeu e faz dela a diretriz da sua vida. 

"E quando vocês estavam mortos nos seus pecados e na incircuncisão da carne, ele lhes deu vida juntamente com Cristo, perdoando todos os nossos pecados. Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz. E, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles na cruz" - Colossenses 2.13-15 [NAA].

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

A bem-aventurança do praticante

"Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos' [...] não sendo ouvinte que logo se esquece, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar" - Tiago 1.22,25.
 
Que erro terrível o do crente que se limita a ler as Escrituras, a ter prazer nelas,mas não as pratica! É bastante comum o cristão ouvir a Palavra de Deus

terça-feira, 26 de outubro de 2021

1 João 4.9 - Deus enviou seu Filho ao mundo para que por Ele vivamos


Deus ama você com todos os seus pecados e fraquezas, mesmo conhecendo cada detalhe da sua história e personalidade. A prova incontestável do amor de Deus pela humanidade foi Ele ter dado o seu único Filho ao mundo (Romanos 8.32; Gálatas 1.4; 2.20) para morrer em nosso lugar e apagar todo pecado e maldade que manchou e mancha nossa biografia. Deus fez isso para que vivamos, tenhamos vida não apenas no aspecto biológico do nosso ser, mas principalmente a vida eterna. 

O amor de Deus se manifesta entre nós de maneira intensa, grandiosa e indescritível, não é possível ao raciocínio humano compreendê-lo (João 3.16). Mas é possível experimentá-lo, basta receber a Jesus em nosso coração para ser beneficiado por este gracioso presente divino. Ao viver por e com Jesus, integramos à nossa vida a prática do amor aos semelhantes como amamos a nós mesmos.

E.A.G.

sábado, 16 de outubro de 2021

A graça de Deus oferecida aos mentirosos, bestas ruins e ventres preguiçosos

Uma breve reflexão sobre a Carta de Tito. Paulo, o mais destacado missionário do Novo Testamento, depois de Jesus Cristo, foi exímio plantador de igrejas, teólogo, pescador da almas, autor de quase metade dos livros do Novo Testamento. Ele redigiu a Carta a Tito. Por sua vez, Tito foi um dos ministros que incorporou a equipe de auxiliares do apóstolo e único gentio a receber uma epístola contida no Novo Testamento.

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Filipenses 2.4-21. Conselho ao amor fraternal e à humildade


O segundo capítulo da carta de Paulo aos crentes filipenses, nos ensina sobre o caráter humilde e a necessidade de se colocar no lugar do outro, sentir o que o outro sente e, voluntariamente, ajudá-lo sem nenhuma espécie de interesse pessoal. 

O maior e melhor exemplo sobre a conduta ideal do cristão são os passos de Jesus durante o seu ministério terreno. Sobre isso, o apóstolo Paulo escreveu o conteúdo que segue logo abaixo:

Filipenses 2.4-21:

4 Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros. 

5 Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar que Cristo Jesus tinha:

6 Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. 

7 Pelo contrário, ele abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo, tornando-se assim igual aos seres humanos. E, vivendo a vida comum de um ser humano, 

8 ele foi humilde e obedeceu a Deus até a morte - morte de cruz. 

9 Por isso Deus deu a Jesus a mais alta honra e pôs nele o nome que é o mais importante de todos os nomes, 

10 para que, em homenagem ao nome de Jesus, todas as criaturas no céu, na terra e no mundo dos mortos, caiam de joelhos 

11 e declarem abertamente que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus, o Pai. 

12 Portanto, meus queridos amigos, vocês que me obedeceram sempre quando eu estava aí, devem me obedecer muito mais agora que estou ausente. Continuem trabalhando com respeito e temor a Deus para completar a salvação de vocês. 

13 Pois Deus está sempre agindo em vocês para que obedeçam à vontade dele, tanto no pensamento como nas ações. 

14 Façam tudo sem queixas nem discussões 

15 para que vocês não tenham nenhuma falha ou mancha. Sejam filhos de Deus, vivendo sem nenhuma culpa no meio de pessoas más, que não querem saber de Deus. No meio delas vocês devem brilhar como as estrelas no céu, 

16 entregando a elas a mensagem da vida. Se agirem assim, eu terei motivo de sentir orgulho de vocês no Dia de Cristo, pois isso mostrará que todo o meu esforço e todo o meu trabalho não foram inúteis.

17 Talvez o meu sangue, isto é, a minha vida, seja apresentado como uma oferta junto com o sacrifício que vocês, por meio da sua fé, oferecem a Deus. Se isso acontecer, ficarei contente e me alegrarei com todos vocês. 

18 Do mesmo modo vocês também devem ficar contentes e se alegrar comigo. 19 Se for da vontade do Senhor Jesus, espero poder logo lhes enviar Timóteo para que eu fique animado quando receber notícias de vocês. 

20 Pois Timóteo é o único que se preocupa com vocês como eu me preocupo e é o único que, de fato, se interessa pelo bem-estar de vocês. 

21 Pois todos os outros se preocupam com os seus próprios interesses e não com os de Jesus Cristo. "

Texto extraído da Nova Tradução na Linguagem de Hoje - NTLH [SBB]. Desenhos: artista não identificado. 

quarta-feira, 26 de maio de 2021

O Ministério de Pastor

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A dedicação do dono para com a criação de ovelhas transformou-se em uma imagem clássica do amor e providência divina de Deus aos crentes fiéis (Salmo 23.1-4; João 10.11-16).

Quando o rebanho era muito grande, ou por outras circunstâncias, o dono das ovelhas recorreria aos serviços de pastores contratados. Nestas situações, o trabalho do pastor era remunerado com uma participação no rebanho (Gênesis 30.28-43; 1 Coríntios 9.7) ou em dinheiro (Zacarias 1.12; 1 Timóteo 5.18).  Repassar os cuidados do trato de animais era comum entre os monarcas e hebreus ricos (1 Crônicas 27.29-31; Lucas 15.14-16). As figuras de cães de raça e de pessoas assalariadas usadas como guardadores de rebanho têm conotação negativa nas páginas neotestamentárias (João 10.12; Filipenses 3.2; Apocalipse 22.15).

HÁ UM SÓ PASTOR

"As palavras dos sábios são como aguilhões, e as coleções de sentenças são como pregos bem-fixados; elas provêm de um único Pastor" - Eclesiastes 12.11.

As relações entre Deus e o seu povo são assemelhadas às que existem entre o pastor e as suas ovelhas (Salmos 23.1; 80.1. Ezequiel 7.14). A figura do povo de Deus como um rebanho aparece várias vezes em diversos textos da Bíblia Sagrada. Nas páginas do Livro de Ezequiel (34.31) o povo temente ao Senhor recebe tal comparação e Deus é comparado como o seu Pastor: "Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus”.  

O profeta brada que a justiça seria restaurada, revelando a promessa divina que Deus levantaria um pastor e que através deste pastor todos os dispersos e oprimidos receberiam justiça, assim a paz voltaria a reinar entre os israelitas. Os cristãos, ao lerem Ezequiel 34.1-31, sabem que a promessa de restauração refere-se a Jesus Cristo em sua primeira vinda, sua morte e ressureição ao terceiro dia. Passagens como Isaías 40.11 e Zacarias 13.7, apresentam o Messias como Pastor, corroboradas por textos do Novo Testamento. Jesus a Si mesmo Se chama "o bom Pastor" (João 10.11). E encontramos a afirmação que o Filho Unigênito do Pai é o Grande e o Sumo Pastor (1 Pedro 5.4; Hebreus 13.20). Sumo, significa "supremo" e "máximo". 

Cristo oferece a água da vida eterna, apregoa que só quem beber da água retirada da fonte que Ele oferece não voltará a ter sede (João 4.13-14). Isto é, na condição de Deus trino, só existe um pastor, que se manifesta nas figuras do Pai Eterno e do Filho Unigênito. 

O PASTOR APASCENTA AS OVELHAS

"Como pastor, ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os carregará no colo; as que amamentam ele guiará mansamente" -  Isaías 40.11. 

No Antigo Testamento, encontramos a figura do pastor como um homem proprietário de rebanho, alguém que o apascentava pessoalmente (Êxodo 34.14), confiava os cuidados aos filhos (Gênesis 31.38-40, 37.2; 1 Samuel 16.11) e filhas (Gênesis 29.9; Êxodo 2.16). O Novo Testamento atribui o termo "pastor" ao ministro que lidera uma comunidade de crentes protestantes (Hebreus 13.17; 1 Pedro 5.2; e as Escrituras como o método de alimentação às ovelhas de Cristo (1 Timóteo 4.15,16).

"A liderança pastoral pode ser um dom natural, ou adquira pela experiência, por meio de uma vida dedicada a esse mister. Contudo, no âmbito espiritual, os líderes são chamados por Deus para uma missão específica, com o intuído de engrandecer o Reino de Deus.' (...) 'Ainda no âmbito espiritual, ministros líderes de ministros devem ser aqueles vocacionados para o ministério, chamados e habilitados por Deus para coordenar, influenciar seu grupo, com o objetivo de que seus liderados, com esforço, alcancem as metas desejadas" (José Wellington Bezerra da Costa. Artigo Ministro e Líderes de Ministros, Bíblia Obreiro Aprovado, página XXIII, edição 2016, CPAD). 

A tarefa do pastor consistia em procurar pastagens e água (Salmo 23). Muitas vezes não era fácil, exigia paciência e coragem, pois era preciso defender as ovelhas dos ataques de feras e de ladrões (Gênesis 31.40; Êxodo 2.16; 1 Samuel 17.34; João 10.12). As principais ferramentas do pastor no exercício da sua função:
º Cajado: vara grossa que servia como apoio ao caminhar (Hebreus 11.21), como cassetete para defender-se (Isaías 36.6; Hebreus 11.21) e cuja ponta era curvada em semicírculo para pegar o animal pela pata (Salmo 23.2; Miqueias 7.14). No Novo Testamento, o termo "vara" se refere à autoridade de Cristo (Apocalipse 19.15) e dos salvos, a vara aos crentes se assemelha ao uso da espada do Espírito (Apocalipse 2.27; Efésios 6.16).

º Funda:  uma arma feita com tira estreita de couro, alargada no meio, usada para atirar pedras contra os lobos e outros predadores, girando-a sobre a cabeça e soltando uma das pontas no momento propício ao lançamento da pedra na direção pretendida (Juízes 20.16; 1 Samuel 17.40-50).
O jeito afetuoso que o pastor prestava seus cuidados em favor do rebanho se evidenciava de modo eficaz ao socorrer as ovelhas fracas e enfermas do redil a ele confiado (Gênesis 33.13; Isaías 40.11). À tarde, quando o pastor recolhia o rebanho ao aprisco, obrigava as ovelhas a passar debaixo de sua vara, pela porta de entrada do aprisco. Neste retorno do grupo, cada animal ao alcance de sua mão era examinado para conferir seu bem-estar (Levítico 27.32; Jeremias 33.13; Ezequiel 20.37) e após cumprir sua missão durante o dia, o pastor continuava a vigiar o rebanho durante a noite (João 10.3).

O PASTOR BUSCA AS OVELHAS

"Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Eu as livrarei de todos os lugares por onde foram espalhadas no dia de nuvens e densas trevas" - Ezequiel 34.12.

Ezequiel havia repetido incansavelmente que o povo de Israel se tornara impuro por causa dos seus pecados e idolatrias e que por este motivo o castigo viria sobre a nação. Após a queda de Jerusalém, o profeta mudou completamente de tom. No centro da sua mensagem o anúncio do castigo deu lugar à promessa da salvação, a informação de que viria um tempo em que Deus faria uma intervenção para transformar interiormente o seu povo e limpá-lo de todas as suas impurezas. Essa promessa, repetida uma e outra vez nos capítulos seguintes, fez renascer a esperança no ânimo dos exilados e os ajudou a vencer o desânimo, pessimismo, e desconfiança que haviam se apoderado deles (Ezequiel 33.10; 34.11-31; 37.11).

A promessa de salvação suscita esperança aos cristãos. O poder purificador do sangue vertido na cruz apresenta a intenção divina da  total transformação interior, que se expressa com a imagem do coração e do espírito novo. "Pois todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus" (Gálatas 3.26-28).

O PASTOR PROTEGE AS OVELHAS

"Assim diz o Senhor : Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da orelha de um animal, assim serão salvos os filhos de Israel que vivem em Samaria com apenas o canto da cama e parte do leito" - Amós 3.12.

O relato exposto em Gênesis 29 mostra Isaque removendo uma pedra pesada de cima de um poço, para que o rebanho pastoreado por Rebeca bebesse água. Colocava-se a pedra ali como proteção contra o pó e a areia e todo o tipo de sujeira. Mais tarde Moisés prestou ajuda semelhante às filhas do sacerdote Reuel, conhecido também como Jetro, ele abriu o poço e retirou a água dos bebedouros reservados às ovelhas (Êxodo 2.16-18).

A pessoa que possui vocação pastoral é consciente da sua responsabilidade e incansavelmente proclama em alto e bom som que Jesus virá como Rei dos reis; ecoa a verdade de que "toda a humanidade é erva, e toda a sua glória é como a flor do campo" e que só a Palavra do Senhor dura eternamente (Isaías 40.6,8).

O ministério do pastor sábio está sempre submetido ao Espírito Santo. Ele pensa, age, comunica-se com disposição de servir a Deus, e com este perfil produz edificação espiritual aos que o ouvem. É respeitado entre as ovelhas de Cristo. Expõe a verdade bíblica da melhor maneira possível, suas palavras surtem efeito estimulante que leva o cristão ao crescimento na fé e a estar consciente que "Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Eclesiastes 12.14). 

O pastor e teólogo Antonio Gilberto escreveu sobre a função do pastor, como ministério recebido de Deus. Compreende-se assim:
a. Dirigir, presidir e administrar o rebanho do Senhor. Sem isso as ovelhas se desviarão.
b. Doutrinar. Para isso, o pastor precisa ser um estudante dedicado da Palavra de Deus, especialmente no que concerne à Teologia Sistemática.
c. Proteger. Se o pastor não fizer esta parte, muitas ovelhas cairão vítimas de todo tipo de males.
d. Tratar das ovelhas. Muitas caem doentes espiritualmente.
e. Alimentar as ovelhas. A ovelha faminta segue qualquer outra liderança, além de outros males que lhe atingem.
f. Visitar. Exercício direto ou através de comissões.
g. Disciplinar. O termo disciplina envolve o sentido de instrução, admoestação, correção, e não o castigo e punição.
O PASTOR NEGLIGENTE COM O REBANHO 

"Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o braço ficará completamente seco, e o olho direito totalmente cego" - Zacarias 11.17.

Os governantes do período do Antigo Testamento são representados como pastores e repreendidos pelos profetas quando agiam com egoísmo e falta de cuidado com seus súditos. Deus é contra os maus pastores. Além disso, os profetas advertiam que o israelita que agisse como opressor de outro, aquele que havia enriquecido desonestamente à custa dos mais pobres e fracos, teria que ajustar contas com o Senhor.

O pastor mercenário preocupava-se mais com seu bem-estar. A segurança do rebanho não era sua prioridade. Interesseiro, trabalhava somente por dinheiro e pelas vantagens que lhe eram dadas pelo dono do rebanho (Jeremias 46.21; João 10.12,13).

Durante a Lei de Moisés, a responsabilidade do pastor era cobrada com grande rigor. Em Êxodo 22.9-12, temos acesso às regras legais sobre propriedade privada. O texto explica que os animais roubados deveriam ter o seu valor restituído ao seu dono, quando os animais eram mortos por uma fera, a exigência de restituição só era feita se o animal morto não pudesse ser apresentado; animais perdidos de outras maneiras não precisavam ser pagos se o pastor afirmasse com juramento não ter violado a propriedade alheia. Caso a ovelha se desgarrasse, o dever do pastor era ir ao campo procurá-la em todos os lugares (Ezequiel 34.12; Lucas 15.4). 

CRISTO, O PASTOR DAS OVELHAS 

"Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança" - Hebreus 13.20.

Como Cordeiro de Deus e também o Sumo Pastor das ovelhas, Jesus Cristo verteu o sangue da eterna aliança. "Porque, havendo Moisés proclamado a todo o povo todos os mandamentos conforme a lei, pegou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã tingida de escarlate e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também todo o povo, dizendo: 'Este é o sangue da aliança que Deus ordenou para vocês. Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado. De fato, segundo a lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão nos céus fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais requerem sacrifícios superiores àqueles. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro Santuário, porém no próprio céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" - Hebreus 9.19-24.

O texto de Êxodo 12.1 ao 13.22 apresenta prescrições ao culto da antiga aliança. Estes capítulos, descrevem a Festa da Páscoa, mostram as normas relativas à celebração da Festa dos Pães Asmos, que prolonga a Páscoa (12.15-20; 13.3-10); e as normas que prescrevem a consagração dos filhos mais velhos ou primogênitos a Deus (13.1-2,11-16). Também relatam a décima praga sobre o Egito e depois a saída apressada dos israelitas (12.37- 42) em direção às margens do deserto (13.17-22). 

O escritor de Hebreus, em 9.19-24 alude aos dois capítulos de Êxodo, nos faz lembrar da água, da lã em vermelho escarlate, do hissopo, materiais usados na aspersão realizada por Moisés. Assim, o escritor de Hebreus mostrou o paralelo existente entre a libertação do povo hebreu das garras de faraó e o opróbrio de Cristo na cruz, quando dEle jorrou água e sangue, para que todo pecador que nEle crer não pereça, tenha a vida eterna (João 3.16; Hebreus 11.26). Através do ritual religioso, Moisés se mostrou solidário com os israelitas, e Cristo, através do sacrifício vicário no calvário, se mostrou solidário com todos os pecadores arrependidos de seus pecados (Êxodo 2.10-15; Salmo 69.9; Isaías 63.9; e Romanos 15.3).

CONCLUSÃO

Os cristãos são exortados a seguirem o Bom Pastor, deixando para trás a vida e as práticas religiosas da antiga Lei, a vida pregressa da prática de pecados, a viverem em consagração, reunirem-se com seus irmãos para juntos celebrarem a Ceia do Senhor, com o objetivo de não se esquecerem que, assim como os judeus foram libertos da escravidão egípcia, estão livres da condenação eterna por intermédio do sacrifício realizado por Jesus Cristo (1 Coríntios 11.23-26).


Compilação:
Bíblia de Estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), Barueri - SP
Bíblia Obreiro Aprovado. Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Rio de Janeiro - RJ. Edição 2017.
Casa do Senhor - acesso 26 de maio de 2021 - www.casadosenhor.com.br/portal/
Dicionário Enciclopédico da Bíblia, Centro do Livro Brasileiro Ltda, Lisboa, Porto, edição 1969.
Éxodo Una Lectura Evangélica y Popular. Jorge V. Pixley, Casa Unida de Publicaciones S.A., México, D..F., edição 1983.
Pequeno Dicionário Bíblico, Stuart Edmund McNair, anexo Bíblia do Obreiro Aprovado, Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro - RJ, edição 2017.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Quando qualquer coisa é pecado em sua vida

Tudo pode se consistir em pecado, se a consciência acusa o crente por causa daquilo que ele faz.

Ferir a consciência é pecado porque essa atividade é faltar com amor a si próprio. O mandamento do amor é: Amar a Deus em primeiro lugar e o próximo como a si mesmo (Mateus 22.37-39). Então, que aja amor em nós por nós mesmos, evitado qualquer ação que fira a consciência. 

Em Romanos 14 está escrito: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.' [...] 'tudo o que não é de fé é pecado (Romanos 14.22,23).

segunda-feira, 5 de abril de 2021

EBD Lição 2: O propósito dos dons espirituais



Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O Espírito não é uma coisa,  não é um ser neutro ou impessoal. Ele é o Espírito Santo (Lucas 11.13), o Espírito Santo da promessa (Efésios 1.13); Espírito de santidade, de vida  e de  julgamento (Romanos 1.4 e 8.4; Isaías 4.4); é o Espírito da verdade, de sabedoria e entendimento (João 14.17; Isaías 11.2); Espírito de conselho, poder, do conhecimento e do temor do Senhor (Isaías 11.2).

O Espírito é Deus. Possui os quatro atributos divinos: onisciência, onipresença, onipotência e eternidade (1 Coríntios 2.10-11; Salmos 139.7-10; Lucas 1.35; Hebreus 9.14). Ele é uma das três pessoas da Trindade e atua com personalidade destacada. Possui conhecimento (1 Coríntios 2.10-11), vontade (1 Coríntios 12.11), sentimento ou emoção (Romanos 15.30). Age examinando, falando, ensinando, testificando, guiando, comandando os cristãos (1 Coríntios 2.10; Apocalipse 2.7; João 14.26; 15.26; Romanos 8.24). É o Espírito da graça, da súplica e da glória (Zacarias 12.18; Hebreus 10.29, 1 Pedro 4.14). É transmissor de vida e autor de profecia (Gênesis 2.7; João 6.63; 2 Pedro 1.21). Ele é o Espírito eterno, o Consolador, é Deus em nós, a esperança da glória (Hebreus 9.14; João 14.26; Colossenses 1.27).

É importante não haver confusão de ideias sobre quem é o Espírito Santo e qual é a finalidade do batismo com o Espírito Santo. É preciso conhecer sua natureza divina, saber a forma de receber o batismo, ter o consciência plena sobre finalidade ou propósito de ser um cristão batizado. Na igreja em que há crentes batizados com o Espírito Santo, uns falam em línguas, outros profetizam; outros interpretam; outros manifestam dons de curas e milagres; outros possuem conhecimento espiritual. Deve ser assim os cultos pentecostais, pois os dons espirituais são meios pelos quais podemos conhecer melhor nosso Pai e servi-lo com mais eficácia. 

I - OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE

1. A igreja coríntia.

"Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus" -  1 Pedro 4.10. Nesta passagem bíblica, o apóstolo anima os destinatários de sua primeira carta quanto à iminente volta do Senhor Jesus. Adverte-os escrevendo que todo crente deve se comportar como bom despenseiro da multiforme graça de Deus. 

Multiforme significa de muitos estilos, estados, formas e jeitos. A Igreja do Senhor, através de cada cristão portador de dom espiritual, expressa-se eficazmente com muitas maneiras e estados distintos a graça de Deus. Há muitos estilos de pregar e ensinar, muitos procedimentos para operação de curas, muitos modos de apresentar o dom de profecia. Pela multiformidade de instrumentalização de seus servos, a misericórdia do Senhor alcança a todos que o buscam com humildade e fé.

Os membros da igreja em Corinto, na Grécia, não eram unidos ao se reunirem para receber o ensino das Escrituras Sagradas. Eles se separavam tendo como motivação o gosto quanto ao estilo dos pregadores (1 Coríntios 1.12). Uma turma de crentes gostava da maneira como Paulo fazia exposição da Palavra, a segunda turma tinha preferência pelo estilo da pregação de Pedro, o terceiro grupo mostrava favoritismo pelo modo como Apolo expunha seus sermões, e o quarto grupo se satisfazia com pregadores que imitavam a gesticulação corporal e entonação de voz com que Jesus Cristo era acostumado a apresentar a Palavra de Deus antes de subir ao céu.

A firmeza da Igreja se deve ao fato de não ser uma organização humana, porém um organismo espiritual. Sua fortaleza é assegurada através de provisões do Espírito. As manifestações do poder do Espírito são imprescindíveis ao êxito e  autenticação da missão da Igreja. 

Os dons de Deus fazem parte dos "mistérios de Deus". Todos os crentes devem ser vistos pelos homens como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4.1). Deus quis fazer conhecer quais são os mistérios e as riquezas da glória entre os gentios, que é Cristo, esperança da glória (Romanos 11.13; Colossenses 1.26-27). E assim, esse mistério foi revelado através da Igreja, agora a multiforme sabedoria de Deus é conhecida dos principados e potestades (Efésios 3.10).

2. Uma igreja de muitos dons. 

1 Pedro 4.10 nos informa que é preciso administrar os dons espirituais como "bons despenseiros" (ARC), "encarregados" (NAA). No texto grego o termo em que é feita a tradução ao português, o vocábulo original, equivalente à mordomo, é "oikonomos". Essa palavra está associada à "oiko (casa) e "nemo", que significa "dispor," arrumar", "ajeitar". Generalizadamente, "oikonomos" descreve o administrador de uma propriedade ou família. um mordomo fiel. Em 1 Coríntios 4.1 e Tito 1.7, esta palavra refere-se aos ministros cristãos, mas em 1 Pedro 4.10 remete aos crentes em geral, concernente ao uso de dons que o Senhor confiou a eles com a finalidade de estimular a vida cristã de seus irmãos.

O Novo Testamento inclui três catálogos para apresentar os dons que o Espírito Santo concede aos cristãos. Para uma boa hermenêutica, considere que  Efésios 4 fornece as categorias de funções eclesiásticas, enquanto Romanos 12 e 1 Coríntios 12 e  listam dons espirituais.
• Efésios 4.11: "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres". 
• Romanos 12.6-8"Temos, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se é profecia, seja segundo a proporção da fé; se é ministério, dediquemo-nos ao ministério; o que ensina dedique-se ao ensino; o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com generosidade; o que preside, com zelo; quem exerce misericórdia, com alegria. Romanos 12.6-8.

• 1 Coríntios 12.7-10: "A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento. A um é dada, no mesmo Espírito, a ; a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos. A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade para interpretá-las."
Jesus operou seus milagres por meio do Espírito. Pelo poder do Espírito, foi ressuscitado dos mortos. Através do Espírito, após sua ressurreição, deu mandamentos a seus apóstolos. E desde então o Espírito atua entre os crentes em Cristo, começou entre  apóstolos e profetas, dando-lhes dons especiais para propósitos específicos (Mateus 12.28; Romanos 8:11; Atos 1.2; 1 Coríntios 12.4, 8-11, 28, 29). 

Agora o Espírito dá testemunho de Jesus em nossa contemporaneidade. Ele nos envia para vocações definidas (João 15.26, 27; Atos 13.2-4). Os dons espirituais  é uma das maneiras mais significativas pelas quais o Espírito Santo afeta a vida dos cristãos. Os dons são para a igreja o que os órgãos e partes do corpo são para o corpo humano. O estudo desses dons é o estudo da anatomia da Igreja, o corpo de Cristo.

3. Dom não é sinal de superioridade espiritual.

A experiência da vida cristã indica que grande parte das pessoas, nas igrejas pentecostais, não sabe lidar muito bem com os recursos espirituais que Deus coloca à disposição dos crentes. A começar pelo batismo com o Espírito Santo, há uma confusão sobre sua finalidade e propósito.

O dom de profecia não existe com a finalidade de transformar o seu portador em pessoa em grau de autoridade maior que os demais irmãos, não faz daquele ou daquela alguém habilitado espiritualmente  para dirigir a vida do pastor e de outros membros da igreja. O dom de profecia existe para trazer mensagens, aos que cultuam a Deus, objetivando a renovação de ânimo, o conforto e o fortalecimento espirituais. O indivíduo que profetiza é usado pelo Espírito no seguinte parâmetro: exortação, consolação e edificação (1 Coríntios 14.3-4). 

Possuir dons espirituais não é motivo para considerar-se superior aos outros, pois não é selo de espiritualidade. É possível medir o grau de espiritualidade do cristão? Sim. Medimos o grau de entrega de nossos vidas ao Espírito através da manifestação ou ausência das características do fruto espiritual em nossas conversas e atitudes. 

Observemos o tipo de vocabulário e a espécie de ação, façamos um paralelo com as nove características do fruto espiritual: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gálatas 5:22-25).

II - EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS

1. Edificando a si mesmo.

Quando o crente fala em línguas, sem que haja interpretação, não edifica a igreja, porque não há quem o entenda. Paulo escreveu que o cristão que fala em língua estranha edifica apenas a si mesmo (1 Coríntios 14.4). 

Consideremos que não é possível haver igreja edificada se não houver crente espiritualmente estruturado, e que cada crente precisa ser espiritualmente edificado para que a coletividade também se estruture. É necessário empreender ensino sobre essa situação. O crente que eleva sua voz em língua ininteligível durante o culto, precisa compreender que tal atitude não é conveniente. É preciso fazê-lo compreender sobre a importância do hábito de ser buscar ao Senhor em local apropriado, a reservar lugar e tempo para momentos devocionais.   

Geralmente, o cristão sincero e novo na fé sente alguma dose de insegurança quando fala sobre a maneira como o Espírito entrega os dons espirituais. Inclusive, parece não existir entre os teólogos uma definição padronizada sobre o meio no qual o Senhor revela haver confiado o uso de seus dons aos crentes. Alguns afirmam que o Espírito comunica-se especificamente sobre a entrega de dons para cada servo que o recebe, enquanto outros preconizam que apenas basta ao cristão prestar atenção à rotina ministerial em que está inserido, observando oportunidades de serviço, examinando habilidades adquiridas, mensurando graus de interesse e satisfação ao desempenhar a Obra do Senhor.  

Quando pela fé nos entregamos ao Espírito para ser instrumentalizados, somos capacitados para o propósito de execução do plano de Deus em nossa vida e nas vidas de muitas outras pessoas. O Espírito atribui tarefas de maneira compatível com os dons que seus servos possuem. A pessoa que é eficaz no ensino infantil, está dotada com o dom de ensinar a petizada com a facilidade necessária. Aquele que é convidado constantemente às palestras com temáticas de difíceis abordagens, detém o dom da exortação, ou encorajamento; o indivíduo que demonstra desenvoltura ao relacionamento interpessoal e ao aconselhamento bíblico, tem chamada para pastorear as ovelhas de Cristo.

2. Edificando outros.

Podemos considerar que, se o batismo com o Espírito Santo e o uso dos dons espirituais não forem bem compreendidos, certamente haverá a manifestação estranha de comportamentos inadequados de espiritualidade. 

A igreja de Corinto, possuía todos os dons espirituais (1 Coríntios 1.7), porém, Paulo fez uma referência indesejável aos irmãos que nela congregaram. Entre eles havia inveja, contenda, dissensões, demonstrando assim que eles não eram espirituais quanto pareciam ser. Apesar do fato de terem tantos dons,  no resultado de sua avaliação, o apóstolo declarou que eles eram crentes "carnais" e ainda "meninos em Cristo" (1 Coríntios 3.1,3,4; 14.20).

Crentes invejosos, criadores de contendas e dissensões entre irmãos não entendem o propósito dos dons espirituais para a igreja. A Bíblia diz em 1 Coríntios 13.1-3: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará". 

3. Edificando até o não crente. 

Por meio do Espírito, Deus habita no coração do crente. Deus se relaciona com o mundo perdido através da vida cristão, provê ao crente fortalecimento e meios para que cumpra a missão de levar o Evangelho de Cristo ao mundo, abrir os olhos das almas que caminham à perdição eterna e edificar os novos convertidos através do ensino bíblico. É o Espírito que equipa o cristão com as armas espirituais para que vença as lutas contra satanás (Mateus 28.18-20; Efésios 6.10-17; 1 João 4.4). 

III - EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO

1. Os dons na igreja.

Algumas pessoas perguntam sobre a relação entre dons naturais e  espirituais. Os dons naturais são dados por Deus, mas nem todos são usados ​​no serviço de Cristo. Três exemplos de dons naturais: o talento para compor, cantar música e tocar instrumentos musicais. Quando a pessoa está em Cristo, os dons naturais são santificados pelo cristão que os tem e usados com satisfação para glorificar ​a Deus. 

Sobre os dons espirituais, habilidades que o Espírito Santo dá a cada crente para equipá-los para seu ministério específico na igreja. Cristo credenciou-se após sua ressurreição, diante de Deus, dos anjos e dos poderes do mal para conceder "dons aos homens", repartindo-os como particularmente a cada um como quer (Efésios 4.8, 12.11).

A concessão de dons foi realizada com o objetivo  de capacitar os servos do Senhor. Os dons estão colocados à disposição dos salvos para que através do mesmos o Senhor realize seus propósitos especiais (1 Coríntios 12.11). Dessa forma, Paulo registra que há nove tipos de dons. Numa igreja bem edificada, há a palavra da sabedoria, ciência de Deus, existe a fé; há os dons de curar; há operação de maravilhas; há profecias autênticas; há o dom de discernir espíritos; há línguas e interpretação de línguas.

A presença de dons diferenciam a atuação da Igreja de qualquer outra entidade ou organização. Foram e ainda são parte da vida da Igreja de Jesus, para o cumprimento de sua gloriosa missão. As operações de dons espirituais produzem a condição para a proclamação do Evangelho de Cristo a todos os lugares, contribuem para fortalecer e destacar a Igreja de Cristo de movimentos religiosos heréticos (Atos 1.8). Através da operação sobrenatural a Igreja tem o único recurso que lhe oferece condições de suplantar o império do mal. 
 
2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo.

Stanley Horton, no livro I e II Coríntios - os problemas da igreja e suas soluções (páginas 112) afirma que o Espírito Santo quer honrar Jesus, não só chamando-o de Senhor, mas distribuindo uma diversidade de dons livremente. 

Deus capacitou a igreja  com características  e recursos que transcendem à esfera humana, pois  deseja que sua multiforme sabedoria seja conhecida dos principados e potestades nos céus (Efésios 3.10). Além da propagação da mensagem da salvação, fazer conhecida a multiforme sabedoria divina é uma das missões mais importantes da igreja. Através da profundidade das riquezas espirituais, tanto da sabedoria como da ciência de Deus, o Senhor proporciona à igreja o acesso aos recursos espirituais para que o crente demonstre o seu poder no meio dos homens através dos dons espirituais. 

Se não fosse os dons espirituais, a igreja seria apenas uma instituição meramente humana. Os dons espirituais são indispensáveis à unidade e à ação da Igreja (1 Coríntios 12.4-6). Deus quis que houvesse uma diversidade de dons espirituais, porque a mente humana jamais entenderia a grandeza e a profundidade do saber divino. Os recursos existentes na multiforme sabedoria de Deus são demonstrados através da variedade de dons. Então, de modo equilibrado, os crentes são capazes de  compreender e atuar na dimensão espiritual, glorificam ao Senhor neste mundo.

3. Despenseiros dos dons.

Os dons de Deus devem ser exercidos com sobriedade e vigilância (1 Pedro 4.7 e 5.8; Mateus 26.41), cultivados com a prática do amor a Deus e ao próximo (João 13.34-35), vividos sem que se faça acepção de pessoas (Tiago 2.9). O que administra o rebanho de Deus deve ser hospitaleiro, retirar da "despensa" de Deus o melhor alimento e vigiar pela própria vida e a vida do próximo (1 Pedro 4.9; Hebreus 13.2).

Para pôr em movimento a atividade do dom espiritual no serviço cristão, é necessário haver dedicação motivada pelo amor. Só assim é imprimido no resultado final a alegria do Senhor, que gera força para seguir adiante na caminhada de fé.

CONCLUSÃO

O Senhor dá sua maior alegria àqueles que ajudam a cumprir sua Grande Comissão. Ao encontrar e usar seus dons espirituais, você encontrará a paixão, o propósito e a paz de Deus.

É importantíssimo que os líderes de igrejas promovam o ensino bíblico quanto à origem, sobre a natureza e o propósito dos dons espirituais. Ao compreender a essência e o objetivo dos dons. Sendo conhecedores de tamanha bênção, os crentes glorificam a Deus na igreja, edificam-se uns aos outros, promovem o bem à coletividade dos salvos (Efésios 4.10-14, 16; 1 Coríntios 12.7). 

E.A.G.

Compilação:
Bíblia do Pregador Pentecostal, página 1920, edição 2006, Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bíblia Plenitude, página 1313, edição 2001, Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bibleinfo - https://www.bibleinfo.com/sv/topics/andliga-gavor [acesso à página em 08/04/2021]
Denison Forum - www.denisonforum.org/resources/who-is-the-holy-spirit/ [acesso: 08/04/2021] 
Ensinador Cristão. Ano 22, nº 85, abril a junho de 2021. Páginas 25-26. Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Bangu - RJ (CPAD). 
Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário, 2ª edição 2021, Elinaldo Renovato, páginas 22-25, 28-29. Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Bangu - RJ (CPAD). 

sábado, 27 de março de 2021

Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Em face dos 110 anos das Assembleias de Deus no Brasil, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), nos meses de abril, maio e junho de 2021, dá continuidade aos estudos bíblicos sobre a ação do Espírito Santo na vida do cristão. Pormenorizadamente, mostra que dons são dádivas do Espírito Santo para a Igreja do Senhor em nossa contemporaneidade, com o proposito de edificá-la.

O comentarista das lições, cujo tema é tão relevante, é o pastor Elinaldo Renovato, autor de diversos livros publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, e professor universitário.

Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.

Não deixe de acessar o link direcionador para "box Leitura Diária". É um reforço. São artigos extras contendo comentários adicionais sobre seis versículos bíblicos, um para cada dia da semana, de segunda-feira ao sábado. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O Sopro de Vida

Por Eliseu Antonio Gomes

Que tipo de Deus você acredita? Existe no mundo três espécies de relacionamento com Deus: o teísmo, o ateísmo e o panteísmo.

O teísta, sem dificuldade alguma, diz: "Deus fez tudo". É a pessoa que crê no Deus pessoal, que é o Criador do Universo, mas não é parte do Universo. As principais religiões teístas são o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.

O ateu é alguém que diz: "Não há Deus". Ele não acredita em nenhum tipo de Deus. Os humanistas pertencem a essa turma.

A pessoa panteísta diz: "Deus é tudo". Eles creem num Deus impessoal, que é o Universo. Afirmam que Deus é a árvore e o fruto, o alimento e o excremento, a fera predadora e o animal perseguido como caça; o fogo e a água, sou eu e é você etc. Neste grupo, estão os adeptos da Nova Era, budistas e hinduístas.

O apologista Norman Geisler, em coautoria com Frank Terek, no livro Não Tenho Fé para Ser Ateu (Editora Vida), fez uma analogia interessante sobre a origem do Universo. Deus é o pintor, e sua criação é a pintura. O artista fez a arte, e seus atributos estão minunciosamente detalhados em sua obra de arte.

Assim, o crente reconhece que o pintor fez a obra de arte; o panteísta, em vez de acreditar que o pintor fez a pintura, acredita que o pintor é a pintura; e, os ateus são categóricos em afirmar que não há nada além do mundo físico, não há pintor responsável pela pintura e mesmo assim a pintura sempre existiu sem que ninguém a tenha criado.

No Antigo Testamento encontramos o vocábulo hebraico "ruach", cuja equivalência em português é “espírito”. Significa, vento, sendo que em muitas passagens o termo define o sopro.

Nos dois primeiros capítulos do Livro de Gênesis, temos o relato da criação. Depois que o Criador traz à existência todo o Universo através do poder da sua palavra, faz Adão, porém, Adão só é descrito como ser vivente quando Deus sopra o fôlego de vida em suas narinas. A partir deste instante, Adão passa a andar segundo a orientação divina. Tempos depois, Adão troca a orientação do seu Criador pela iniciativa humana, própria.

A vontade humana está descrita pelo apóstolo Paulo como "obra da carne": "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus" - Gálatas 5.16-23.

Ainda hoje temos diante de nós o Criador. Ele sopra vida, mas há em nosso íntimo a iniciativa pessoal. Fazemos a seguinte escolha: nos guiamos pela vontade do alto ou vivemos conforme a vontade pessoal.

Viver de acordo com o sopro vivificante é o mesmo que andar no Espírito: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.  Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" - Gálatas 5.22-25.

Tal qual um trompete, ilustração usada neste singelo artigo, somos nós: nas mãos do instrumentista profissional, tal instrumento de sopro pode apresentar melodias em uma excelente orquestra. Sem o Instrumentista, vivemos apenas como uma peça esquecida dentro da maleta ou encostada em algum canto escuro de um lugar qualquer.

Adão, o Primeiro Homem

sábado, 26 de outubro de 2019

Princípios da Primeira Epístola de João


Por Eliezer de Lira e Silva

A Primeira Epístola de João provavelmente foi escrita na última parte do primeiro século, por volta do ano 85 d. C. Os melhores historiadores informam que João, já em idade avançada, estava em plena atividade ministerial em Éfeso, na região da Ásia Menor, quando escreveu esta carta. Podemos notar algumas particularidades no estilo literário de João. Enquanto Paulo se dedica a fundamentar suas declarações e torná-las Compreensíveis aos seus leitores, João confronta seus leitores com verdades decisivas em sentenças breves e radicais, isto é, preto no branco, sem qualquer explicação mais dedicada. O leitor é conduzido a ler, considerar e aceitar as irrefutáveis palavras da revelação divina.

Quem lê as cartas de João se vê sedento por viver uma vida no centro da vontade de Deus e de forma muito simples. João foi enriquecido com o amor de Deus de uma forma tão distinta que foi e continua sendo considerado o apóstolo do amor, isso porque de todos, ele é o único que aborda o tema com profundidade e perícia, mesmo nos momentos de apresentar verdades contundentes.

O apóstolo estava sentindo a responsabilidade de defender a igreja dos ataques de homens que, se desviando da verdade (1 João 2.19 e 2 João 2.9), estavam tentando persuadi-la a se desviar do foco central do Evangelho, que é a fé em nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Esses passaram a profetizar falsamente, na tentativa de convencerem os remanescentes. João afirma que esses aliciadores, mesmo havendo saído da igreja, nunca pertenceram aos santos.

Esta carta tem realces de fundamental importância teológica:
• Quanto à humanidade de Jesus, ele fala do que viu, ouviu e tocou (1.1-4). Se João não nos desse tantos detalhes, estaríamos convivendo com uma cristologia inadequada, sem base e sem teto (2.18,22; 4.3; 2 João 2.7).
• No que tange à impecabilidade de Jesus, ele afirma que Jesus Cristo é o justo (l João 2.1; 10.30; 17.22). Afirma também que Ele se manifestou sem pecado para tirar os nossos pecados (1 João 3.5).
• Como Filho de Deus, Jesus mesmo disse "porque Deus enviou Seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele" (Jo 3.17). Nesta carta, João aborda esse ponto 22 vezes (1 João 2.22,23; 3.23; 4.15; e 5,10,12,13 são alguns exemplos).
• Ele satura a sua carta com amor, por saber que Deus é, na sua essência, amor (1 João 3.1; 4.8,9,16; 5.3). João nos impele a amar a Deus e uns aos outros como princípio do cristianismo (1 João 3.16b; 4.7).

Um dos principais motivos desta carta é o seu zelo pela igreja, face à ousadia dos falsos mestres introduzirem inverdades acerca da divindade de Jesus, como fazia o gnosticismo.

O fundamento doutrinário de toda verdadeira comunhão é a pessoa de Jesus Cristo. E impossível haver verdadeira comunhão com os que têm perspectivas distorcidas acerca dEle. Os primeiros versículos desta carta enfatizam Sua eternidade e Sua encarnação. O mesmo que existiu desde toda a eternidade com Deus veio a este mundo como verdadeiro homem. A realidade de sua encarnação está autenticada pelo fato de os apóstolos O terem ouvido, visto e tocado nEle. Não se trata de uma ilusão, mas de uma pessoa real com todas as características de humano.

João apresenta Aquele que estava com o Pai, a quem denomina de Vida Eterna; o que se fez carne habitou entre nós e foi visto por todos os apóstolos. De maneira que, para que creiamos nesta verdade doutrinária, não necessitamos de filosofia nem mesmo da teologia; o incontestável testemunho dos nossos irmãos apóstolos é suficiente para que estejamos seguros disso. Os apóstolos não mantiveram essa maravilhosa experiência sigilosamente consigo, mas a transformaram em notícia alvissareira que gerou a base para a nossa comunhão. Observe que João diz que os que recebem esse testemunho têm comunhão com o Pai e corno Seu Filho Jesus Cristo.

Deus é luz

Em seu estilo João escreve de maneira simples, mas muito precisa e clara. Ele diz que Deus é espírito (João 4.24); depois diz que Deus é amor (1 João 4.16). Ele ainda afirma que Deus é luz. Ele consegue exprimir a essência do caráter de Deus quando diz que Ele é luz. Deus não é uma luz em meio a outras luzes; Ele não é um refletor de luz. Das afirmações acerca do Ser essencial de Deus, nenhuma é mais compreensiva do que Deus é luz. Essa expressão sobre Deus nas Santas Escrituras é primeiro empregada para a verdade de Deus que pode ser vista em Jesus (João 14.6; 8.12). Trata-se da verdade absoluta e única que faz o homem vir a Deus, assim como a luz faz o homem seguir para a Eternidade (Salmos 119.105). A auto revelação de Deus, sua Palavra, também é descrita como luz (Provérbios 6.23; Salmos 119.105,130; 2 Pedro 1.19). Segundo, a palavra luz é empregada para identificar a pureza de Jesus, isto é, a sua impecabilidade, para manifestar a pureza e a beleza do seu caráter. Em sua inspiração, ele identifica Cristo Jesus na perspectiva de sua natureza divina, apresentando-O como luz na magnitude da excelência do ser moral (João 8.35). Só em Jesus vemos a luz eterna de Deus. Do momento do seu nascimento até a sua ressurreição, a vida de Jesus foi cheia da luz de Deus. Quem viu a Jesus viu o Pai (João 14.9).

Os fundamentos da fé cristã e a perfeita comunhão com o Pai

As trevas representam o estado no qual o mundo e o homem sem Deus se encontram. Elas se caracterizam pelas ações pecaminosas do homem, resultantes da desobediência de Adão (Gênesis 3.6). Essa desobediência no Éden causou este estado de trevas. Foi na plenitude dessas trevas que Deus enviou o seu Filho (João 3.16).

Assim, andar na luz (1 João 1.7) significa viver uma vida de separação permanente das ações pecaminosas. Do cristão se espera uma vida de alegria, de segurança, um homem de vida irrepreensível em todas as esferas de sua vida e em toda e qualquer circunstância (2 Reis 4.9; Jeremias 17.7,8; Eclesiastes 9.8). Ele se tornou membro da família de Deus (Efésios 2.19 e Lucas 8.21), participante da plenitude de Deus e de suas bênçãos (Efésios 3.19; 1.3), participante da natureza de Cristo de modo que se espera que suas atitudes expressem retidão (João 15.4 e Mateus 5.48), bondade (Lucas 10.25-37) e justiça (Romanos 6.18-22). Enquanto os homens pecadores evitam a luz (João 3.19,20), Jesus responsabiliza os salvos a tornarem evidente a sua luz para que o Pai seja glorificado por meio das suas atitudes (Mateus 5.14,15).

Deus é amor

Uma das mais importantes marcas da vida do cristão é o amor aos irmãos. O Senhor Jesus já havia falado a seus discípulos para se amarem uns aos outros, desde o principio do seu ministério terreno. O escritor da Epístola aos Hebreus nos alerta dizendo que convém atentarmos para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas (Hebreus 2.1). Mas, esse mandamento do amor não é só um mandamento antigo, mas a cada dia novo. Quando o Senhor Jesus esteve neste mundo exercendo o seu ministério, não só ensinou aos seus discípulos com teorias, mas também com seu exemplo vivo e o seu significado: "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também", João 13.15. A vida de Jesus sempre se caracterizou pelo amor que tem pelo ser humano. Essa verdade não só existe no Ser de Jesus, mas também na vida daqueles que receberam de Deus uma nova natureza (2 Coríntios 5.17).

Professar o cristianismo ao mesmo tempo que aborrece os irmãos é um sinal patente que tal pessoa está em trevas. Essa expressão joanina não aponta para uma recaída, mas, sim, identifica alguém que até agora não conheceu a Deus. Logo, ainda está em trevas. Por outro lado, o que ama a seu irmão, nele não há tropeço.

Quem não ama, odeia; e o ódio é um pecado mais grave do que o suicídio (Marcos 9.42). Os que assim procedem estão em trevas, andam em trevas e não sabem para onde, vão porque as trevas cegaram-lhe os olhos (1 João 2.11).

João saúda a igreja na perspectiva de uma grande família com a expressão "filhinhos". Conquanto alguns teólogos admitem que ele estava se dirigindo às criancinhas da igreja, outro são mais coerentes em afirmar que se trata de um tratamento carinhoso destinado aos irmãos recém-conversos, isto é, àqueles que tendo aceitado a Cristo ainda não alcançaram a estatura esperada. Esta é uma verdade que pode se aplicar a todos os santos. Depois, ele se dirige àqueles que chegaram ao conhecimento dAquele que é desde o princípio, isto é, o Filho de Deus. Trata-se dos que atingiram a maturidade e conhecem a doce comunhão de Cristo, com quem estão satisfeitos. Em seguida, se dirige aos jovens, cuja característica é a força que deve ser aplicada ao combate. Lembrando que é neste período que vem o conflito, as lutas com o inimigo das nossas almas se intensifica. Observe que ele reputa os jovens como vencedores. Isso nos remete à responsabilidade de investirmos considerações e credibilidade nesta faixa etária da igreja, sabendo que dela sairá todos os valores de que ela necessita.

_______ 
Eliezer de Lira e Silva é pastor na Assembleia de Deus em Curitiba (PR), conferencista e  comentarista da revista Lições Bíblicas (CPAD).

Ensinador Cristão. Ano 10, número 39. Julho a agosto de 2019. Páginas 14 a 16. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

1 Corintios 10.13 - Aquele que está em pé cuide para não cair

Por Cícero Manoel Bezerra

Certa vez alguém havia caído em um pecado desastroso para sua vida, disse-me: "Eu pensava ser suficientemente forte para vencer aquela situação sem precisar de ajuda de ninguém." Como consequência de sua autossuficiência, essa pessoa caiu e trouxe sobre sua vida, marcas que ficarão para sempre.

Em 1 Corintios 10.13, Paulo nos mostra que nunca seremos tentados além de nossa capacidade de suportar a tentação e que Deus a usará para nos fortalecer: "Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar."

Se encararmos com sinceridade e honestidade a questão do pecado veremos que o número dos que têm caído é altíssimo! Muitos se deixam levar pelo engano e prazeres do pecado. Tornam-se escravos de sua prática, e quando se dão conta já estão longe do Senhor e perdidos nas trevas da pecaminosidade. São levados e se deixam levar pelas armadilhas preparadas por Satanás para derrubá-los.

Observando nosso círculo de amigos, descobrimos que muitos já não estão mais com o Senhor. Afastaram-se de Deus por se julgarem fortes o suficiente para vencerem sozinhos as tentações. Não conseguindo, acabam vivendo uma falsa imagem de espiritualidade. Estes já não estão em nosso meio, e bem longe estão do Senhor Jesus.

Por que caíram? É uma pergunta que muitos têm feito, mas não t~em obtido resposta. Consideremos duas razões que poderiam ser usadas como tentativas de resposta:

1. Vida dupla. Viver uma falsa espiritualidade. Duplicidade de imagem, levando as pessoas a terem de nós uma ilusão. Projetamos uma devoção que não temos, dando a aparência de que não existe alguém com mais comunhão com Deus do que nós, quando, na verdade, nossa vida é seca, nossos pensamentos são terríveis e nossas fantasias são alucinantes. Estamos literalmente envolvidos em uma falsidade tamanha, que chegamos ao ponto de enganar a nós mesmos. A falta de quebrantamento nos leva a ouvir a verdade, sem deixar que ela encontre guarida em nosso coração. Não queremos ser de maneira alguma descobertos. "O que os outros vão pensar?" Não confiamos nas pessoas ao ponto de pedir-lhe ajuda em situações onde ela seria altamente necessária. Preferimos alimentar o gosto da lascívia, da luxúria, e nos render á escravidão do pecado. Quem nos conhece a fundo sabe que tudo é fantasia e falsidade. Nossa espiritualidade realmente não exite. Vivemos uma vida dupla.

Para sanarmos esse mal, precisamos usar de transparência, tirando a máscara e mostrando o que realmente somos. Isso exigirá de nós muita coragem, pois expor nossos pecados é humilhante. É um tratamento de choque, mas quando o Espírito entra em nossa vida, Ele nos convence de que é necessário mudar. Precisamos tratar tudo e não deixar nada para trás.

Talvez tenhamos a impressão de que perderemos coisas valiosas. Mesmo que isso aconteça,o que ganharemos será muito mais valioso. Teremos comunhão com Deus, paz de espírito e viveremos nossa verdadeira realidade. Não há nada mais gostoso que falar com Deus, ter a consciência limpa, e saber que Ele está nos ouvindo sem nenhuma barreira.

Não há pecado que possa proporcionar melhor sensação que está: estar bem com Deus!

2. Prazer na prática do pecado. Tentação é o convite ao pecado. E isto não é algo horrível e assustador à primeira vista. Ele nos atrai e nos traz prazer. Se começarmos a alimentar nossa vida de fantasias, chegará um tempo e que a verdade não nos incomodará mais. Ela ficará apenas no intelecto, e para qualquer pecado teremos sempre uma explicação lógica que nos satisfaça. Tornaremos-nos "especialistas" nas na racionalização: "Faça isto por causa disto"; não é minha culpa gostar dessas coisas". Quando menos percebemos, estaremos literalmente escravizados por determinadas atitudes ou outros tipos de envolvimentos pecaminosos.

O prazer na prática do pecado é sinal de falta de conversão. Quando recebemos a Jesus como Senhor e Salvador, a situação muda. Nosso prazer deixa de ser a prática do pecado para ser uma vida de bem com Deus e com o próximo. Quando nos sobrevêm as tentações e oportunidades para pecar, fazemos a opção de estar com o Senhor. Avaliamos, refletimos sobre todas as consequências do pecado e damos espaço para que o Espírito Santo nos convença de que viver com Deus é melhor que qualquer prazer mundano.

A fantasia pecaminosa nada tem de bom para nos oferecer, apenas satisfação à carne, desagradando a Deus. Devemos tomar cuidado com o que entra em nossa mente, pois dependendo do nível da fantasia que vivermos, ela poderá tornar-se real. Muitos não praticam suas fantasias apenas por falta de oportunidade. Vivemos num mundo onde recebemos sugestões de fantasias na área de sexo, dinheiro, comida, drogas e das vantagens pessoais. Mas o salário do pecado é a morte e o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo (Romanos 6.23).

Apenas o interesse por informações religiosas ou pela vida religiosa não fará diferença. Precisamos estar conscientes do poder da Palavra de deus. Ela é como uma espada que penetra o mais interior do homem, discernindo tudo o que se passa em sua alma e seu espírito. A Palavra de Deus é poderosa. Devemos dar liberdade ao Espírito Santo para que a use em nossa vida.

É necessário que tenhamos comunhão com Deus e com sua Palavra. Hoje em dia há muitos curiosos da religião. Pessoas que querem saber a verdade, mas não estão dispostas a praticá-las. Não adiante ter uma grande mente e um coração pequeno. A verdade deve passar pelo intelecto, e depois atingir fortemente o nosso coração. Devemos dar lugar ao Senhor, reagir positivamente em relação ao que Ele manda. Deixar de lado a religiosidade vazia, e praticar a verdadeira comunhão com o Pai. É frequente vermos nos religiosos que caem, que sua religião não é forte o bastante para mantê-los firmes. Só quem nos mantém firmes e vitoriosos contra o pecado é Jesus Cristo.

A vida cristã é uma constante batalha. Não podemos nos esquecer disso. Não adianta sermos cristãos nominais, muito menos religiosos. Nenhuma dessas coisas tem poder para nos dar a vitória. A vitória dessa batalha é garantida através de tudo o que Cristo realizou por nós na cruz. Apropriemo-nos dela. Podemos ser livres do pecado. A vida pode ser totalmente diferente, basta pedir perdão, reconhecer que o pecado gera a morte e a separação de Deus. A Bíblia diz que: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9).

Alguns pecados terão que ser confidenciados a uma pessoa de nossas confiança, com quem abriremos o coração e de quem com certeza receberemos ajuda. Alguém que participe da luta conosco, até a obtenção da vitória total total sobre o problema. Não deixemos o pecado nos atormentar. Tiremos a transgressão de uma vez por toda de nossa vida no nome poderoso de Jesus Cristo.

E.A.G.

Fonte: Mensagem da Cruz, número 113, maio a junho de 1997.  página 13.Venda Nova - MG (Editora Betânia).