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segunda-feira, 7 de março de 2022

Que Raabe é essa citada no Livro de Jó 9.13 e 26.12?

Há alguma relação entre a Raabe do livro de Jó [9.13; 26.12] e a personagem do livro de Josué 2.1? Como entender essas passagens do texto bíblico?

Sabemos que o livro de Josué está cronologicamente situado após o êxodo do povo hebreu e durante a conquista de Canaã. É quase consensual entre os cristãos ortodoxos que a autoria do livro é o próprio

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Rainha de Sabá era amante de Salomão? Existe relato bíblico sobre isso?


Recebi a seguinte pergunta em meu perfil no Facebook:
"A paz do Senhor! Deixa eu te falar, é possível fazer um estudo em seu blog, ou no seu perfil, sobre a Rainha de Sabá? A partir de um estudo ontem lá no templo, me bateu a curiosidade de aprender. o pastor, ministrante da noite, disse que ela foi amante de Salomão, voltou grávida para a terra dela, e os judeus negros, todos são descendentes dela! Que ela é a Sunamita, descrita no livro Cantares, e que foi rejeitada por Salomão! Os argumentos deste pastor foram todos baseados na história da Etiópia! Obrigada,por elucidar as minhas dúvidas, claro, quando possível. Deus abençoe você."
Resposta:

Oi, tudo bem?

A Rainha de Sabá é uma personagem interessante que encontramos no Antigo Testamento. Mas, ainda não escrevi nada especificamente sobre ela. Agradeço por essa ideia.

Esta soberana foi contemporânea de Davi e de Salomão, viveu em meados do século 10 a.C.. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de "Nicaula", mas as Escrituras não a apresentam pelo seu nome, apenas pelo título de nobreza e lugar de origem. O termo "sabá" tem raiz hebraica, significa “alto”. 

Descobertas arqueológicas apontam que Sabá, a terra da rainha que visitou Salomão, estava localizada na ponta sul da península Arábica, no moderno Iêmen, a república ao sul da Arábia e ao sul do Egito, próximo do território atual da Etiópia. Essa localização permitia aos sabeus (moradores de Sabá) o comércio marítimo com a África e a Índia. Além disso, havia o comércio de ouro, joias, mirra, incenso e especiarias orientais realizados por terra, em caravanas usando os camelos como meio de transporte.

No livro de Gênesis, capítulo 10, encontramos a narrativa da história das nações, relatando os descendentes de Sem. No versículo 7, existe uma referência ao nome Sabá, com os dizeres "os filhos de Raamá: Sabá e Dedã". No mesmo capítulo, no versículo 28, encontramos outra menção para o nome Sabá entre os nomes Abimael e Ofir, com a informação que são descendentes de Joctã (versículo 26). Certamente, houveram duas pessoas com o mesmo nome nesta genealogia. Tal informação indica que a Rainha de Sabá representaria uma ancestral semita.

Há também a possibilidade de que os moradores de Sabá fossem descendentes de Abraão, por parte de sua esposa Quetura (Gênesis 25.1-3). Alguns elementos do dialeto sabeu os associam linguisticamente com semitas do noroeste. Mudaram-se no norte da Arábia antes do século X a.C. e constituíram uma capital em Marib, sustentada por uma grande represa, que coletava águas das chuvas sazonais. Inscrições assírias atestam que algumas rainhas governaram os sabeus durante esse período.

Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, em uma pesquisa comandada por Helmut Ziegert, descobriram os restos de um palácio que muito provavelmente teria sido habitado pela Rainha de Sabá, em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

Tendo em vista a economia de Sabá depender do comércio internacional terrestre de especiarias, as atividades, o poder e a localização  de Israel  deviam ser particularmente interessantes para  para a rainha e suas caravanas. Com a ajuda de Hirão, Rei de Tiro, Salomão havia iniciado expedições marítimas para Ofir a partir  do porto recém-inaugurado de Ezion-Geber (1 Reis 9.26-28). Segundo a especulação de muitos estudiosos, os empreendimentos marítimos de Salomão ameaçaram o monopólio comercial dos sabeus, e muitos estudiosos especulam que a rainha deles visitou Salomão com o propósito de firmar um acordo comercial. Arqueólogos encontraram um sinete do século IX a.C., com inscrições sul-arábicas, feito de argila marrom avermelhada proveniente do Iêmen, foi desterrado em Betel e corrobora esta teoria. 

Porém, a Rainha de Sabá não se destaca apenas por suas realizações econômicas e políticas. mas por sua atitude diante do rei de Israel. A narrativa bíblica relata que a fama sobre a sabedoria e afluência  de Salomão, suas riquezas e relacionamento com o Senhor, chegaram aos ouvidos dessa mulher  cheia de riquezas e propriedades. Evidentemente, ela ouviu muitas coisas maravilhosas a respeito de Salomão, porém, parece que, a princípio, não acreditou no que ouvia sobre ele. Então decidiu ir até Jerusalém, que distava cerca de 2.300 quilômetros de seu palácio, empreendeu viagem custosa e bem longa, para testar a veracidade de sua reputação quanto à sua sabedoria e devoção a Deus, formulando perguntas difíceis. E assim fez, acompanhada de um séquito muito grande. E ficou satisfeita com suas respostas.

A Bíblia relata que ao pôr Salomão à prova ela ficou “fora de si” - literalmente sem fôlego - com a magnificência da sabedoria exposta nas respostas que ouviu; maravilhou-se com sua fé em Deus e a organização de seu reino. E como resultado, alegrou-se na providência do Senhor em estabelecer um rei que mantivesse justiça e retidão. Demonstrou publicamente sua disposição para dar crédito ao Deus de Salomão pela sabedoria deste que resultava em decisões justas e corretas, elogiando-o (1 Reis 10.1, 10, 13; 2 Crônicas 9.1-9).

As perguntas difíceis que a Rainha de Sabá propôs a Salomão provavelmente eram enigmas (1 Reis 4.32; 10.1; 2 Crônicas 9.1). O uso de charadas para desafiar o ouvinte em festas e ocasiões especiais era muito popular no mundo antigo e o fato de uma pessoa conhecer palavras obscuras era visto como sinal de sabedoria (Provérbios 1.6). O exemplo clássico de charada é um episódio da vida de Sansão, registrado em Juízes, capítulo 14.12-13. O profeta Ezequiel recebeu instrução para comunicar-se com a nação de Israel apenas por enigmas (Ezequiel 17.2). A Bíblia diz que as respostas de Salomão às perguntas difíceis resultaram em admiração pelo Senhor por parte dela.

Em sua bagagem, a Rainha de Sabá trouxe para Salomão amostras de sua própria riqueza, que incluía uma grande quantidade de especiarias, muito ouro e pedras preciosas e ficou extremamente admirada com sua sabedoria e riquezas. Embora o reino da Rainha de Sabá fosse cheio de esplendor - sendo que Salomão jamais recebeu uma abundância de especiarias maior do que aquelas que ela o presenteou -  o reino dela não superava a grandiosidade do reinado do sucessor de Davi.

Não existem muitos registros bíblicos sobre a Rainha de Sabá. Encontramos citações sobre ela apenas em 1 Reis 10.1-13; 2 Crônicas 9.1-12; Mateus 12.42; e Lucas 11.31. Estes relatos não afirmam que tenha havido relação amorosa entre Salomão e ela, que tenha sido mãe de seu filho, tampouco fosse a Sulamita do Livro de Cantares.

Embora muitos reis gentios vieram a Salomão, nenhum desses monarcas foi mencionado em particular; exceto a Rainha de Sabá. É bem provável que o destaque tenha ocorrido por conta não apenas de que fosse uma mulher, mas devido ao seu coração ter louvado ao Senhor. Embora não exista nenhum registro bíblico com a afirmação desta mulher declarando que o Deus de Salomão também passava ser o seu Deus e não existir nenhum registro de que tenha oferecido sacrifícios no templo, temos o registro do tributo proferido pelos lábios de Cristo. Jesus disse assim: "A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

Assim, a Bíblia mostra que a busca da Rainha de Sabá não foi em vão. Ambos trocaram presentes reais, demonstraram respeito mútuo. Após o que ela voltou para sua terra.

E.A.G.

Com informações de:
G1 - Globo.com, Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia, 8 de maio de 2008 - http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL462856-5603,00-ARQUEOLOGOS+ALEMAES+ENCONTRAM+PALACIO+DA+RAINHA+DE+SABA+NA+ETIOPIA.html
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 372, 499. Edição 2013, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia de Estudo do Expositor, página 605, Baton Rouge, Los Angeles (Ministério Jimmy Swaggart).

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Igreja é vocábulo de origem grega. Por que usar palavra grega à instituição de origem judaica?

Encontrei na mídia social um questionamento, que parece uma brincadeira zombeteira aos cristãos que possuem razoável conhecimento bíblico. Contudo, entendo que é uma pergunta pertinente aos que dão os primeiros passos de fé e possuem sede e fome de conhecimento sobre as Escrituras Sagradas. Assim, transporto a pergunta ao blog Belverede, como também a resposta que escrevi para a pessoa que a fez.

A pergunta:

Igreja, do grego εκκλησία (Ekkclesía). Essa palavra não existe no aramaico e nem no hebraico. Por acaso a Igreja é grega? 

A resposta:

Prezada Wilma R. B.

Com todo respeito, venho dizer que a Igreja foi, primeiramente, composta por judeus, gente de Israel. A primeira vez que o vocábulo "igreja" aparece no Novo Testamento, foi através da pronúncia de Jesus, registro disso em Mateus 16.18. Ora, Cristo não usou o idioma grego quando falava aos hebreus, se expressava no idioma de seus concidadãos. Então, é óbvio que usou o termo hebraico correspondente. Sugiro que analise isso lendo o contexto da referência bíblica que citei.

O fato de os Evangelhos terem sido escritos em grego não é motivo para suscitar a questão se a Igreja era ou não grega em período inicial. Ela começou por meio de gente cuja nacionalidade era israelita e em território de Israel. Aliás, o vocábulo grego "ekklesia" tem o sentido de "assembleia"; "chamados para fora", e tem tudo a ver com a decisão de os apóstolos usarem o idioma mais popular do mundo para a missão que tinham que desempenhar. Qual era a missão? Expandir a doutrina de Cristo pelo mundo, para fora de Israel, e se usassem o hebraico (fala desconhecida pelos estrangeiros) não obteriam o êxito que obtiveram.

Podemos dizer que o grego antigo é comparável com o inglês de hoje em dia. Portanto, passar à escrita todo o conteúdo do Novo Testamento em idioma grego, que era o idioma usado de maneira predominante no primeiro século da Era Cristã ao redor do mundo, em nada muda o fato de onde foi e ainda é o berço do cristianismo. 

Se eu ou você se perder na Japão, sem o domínio da língua-pátria daquele país, muito provavelmente encontraremos o socorro se falarmos em inglês com algum japonês. Contudo, usando o nosso idioma, será bem mais difícil nossa comunicação. Este foi o raciocínio dos apóstolos para que se usasse o idioma grego na redação do Novo Testamento, eles quiseram dizer o que deveria ser dito e serem plenamente entendidos com toda a facilidade possível.

Cordialmente,

E.A.G.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A lua pode causar moléstias a noite?

Por Claudionor de Andrade

É sabido que o sol pode causar males à pele e molestar o homem. Mas o que entender quando a Bíblia diz que a "lua não te molestará de noite" (Salmos 121.6)?

Certa vez, um amigo, perguntou-me exatamente isso: se a Lua pode molestar alguém. Achei a questão pertinente, e pus-me a pesquisar o assunto. De início, adianto que não podemos ignorar os efeitos que o satélite dos namorados exerce sobre a Terra. Sem ela, o planeta seria inviável, pois a força gravitacional dá-nos estabilidade. Em relação a nós, ela funciona como um pêndulo, facultando-nos perfeito equilíbrio. Na antiguidade, porém, acreditava-se que a Lua causava loucura. Por isto, os deficientes mentais eram chamados impropriamente de lunáticos.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Pode um camelo passar pelo fundo de uma agulha?

"Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" - Mateus 19.23-24.

Nesta passagem bíblica, Jesus ensinou que a riqueza tem o poder de transformar o coração dos seres humanos, tornando-os quase sempre arrogantes, egoístas, incrédulos e orgulhosos. Cristo quis dizer que a pessoa que confia no dinheiro normalmente se esquece de Deus e, por se apoiar nas riquezas, dificilmente será salva. 

Mas o que significa um camelo passar pelo fundo de uma agulha?

Muitos estudiosos afirmam que Jesus estava fazendo apenas uma analogia a algum objeto pontiagudo, com uma perfuração na ponta, por onde dificilmente passaria um fio, quanto mais um camelo.

É provável que a interpretação mais precisa para essa parábola, esteja nos estudos que apontam ser chamada de fundo de uma agulha uma pequena portinhola construída junto aos grandes portões da cidade. No fim do dia, quando os portões principais eram fechados, os viajantes que chegavam à noite entravam por esta passagem. Os animais de grande altura, como é o caso do camelo, só poderiam passar por abertura ajoelhados. Algo quase impossível para um animal de grande porte realizar. Por isso a comparação, a entrada dos ricos no reino de Deus como o passar de um camelo em um fundo de agulha.

E.A.G.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Jesus manda odiar pai e mãe?


"Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo" - Lucas 14.26.

Não existem contradições na Bíblia Sagrada. Jesus não pregou o ódio no ambiente familiar ao dizer que o cristão deveria aborrecer (odiar em algumas versões) seu pai e sua mãe, irmãos e filhos.

Na literatura, esse tipo de recurso linguístico é chamado de hibérbole, quando uma afirmativa é levada ao extremo. Neste caso, houve contraste do amor com o ódio, em claro objetivo de ênfase.

A Bíblia usa com frequência essa figura literária (Provérbios 13.24; 29.24).

Nesta passagem, Jesus nos alerta que o primeiro e maior mandamento é amar a Deus de todo coração, de toda a nossa alma e de todo o nosso entendimento (Mateus 23. 37-38).  Por mais que amemos  defendamos nosso cônjuge e nossos familiares, a até a nossa própria vida, não deve haver ninguém a quem amemos mais do que a Deus. Ninguém mais deve assunir a prioridade em nossa vida. Elevar o amor por qualquer outra pessoa acima de Deus (incluindo nosso amor próprio) é idolatria.

E.A.G.

Consulta: Bíblia Evangelismo em Ação, edição 2005, Editora Vida.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A luz de Deus, o sol e a lua


O primeiro dia:

"E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro" - Gênesis 1. 3-4.

O quarto dia:

"E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra, e para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.  E foi a tarde e a manhã, o dia quarto" - Gênesis 1. 14-19.

Diante desses dois textos bíblicos, pergunta-se:

Como no primeiro dia Deus criou o dia e a noite, a luz e as trevas, porém só no quarto dia criou o sol e a lua? O quê iluminava os primeiros três dias e noites? Bem, podemos entender que estes dias e noites foram dias e noites diferentes de todos os demais dias e noites que vieram a existir depois. O mundo passava pelo estágio da formação, não estava completo.

Sempre que me deparo com essa questão, percebo que as pessoas que questionam sobre a ordem cronológica da existência da luz e da criação dos luminares, pensam que o Criador tem as limitações que pertencem aos seres humanos, olham para o Criador como dependente da própria criação.

Vejamos:

Deus é Espírito, não tem as limitações que os seres humanos têm. Ele não precisa dos astros sol e lua (criados por Ele) para enxergar, já que o seu próprio rosto resplandece mais do que a luz do meio dia (Atos 9)

Apocalípse 21.23 "E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada."

Apocalípse 22.5 "E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre".

E.A.G.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Por que em Levìticos 11.19 o morcego é classificado como ave?

Hoje em dia sabemos que aves são apenas os animais que têm duas patas, bico e penas. Mas em quase todas as traduções bíblicas o texto situado em Levítico 11.13-19, e também em Deuteronômio 14.18, encontramos instruções do profeta Moisés sobre alimentação, lemos que o morcego é classificado como uma ave.

A definição que encontramos em Levíticos e Deuteronômio não é pré-científica, a narrativa é coloquial, porque o progresso do conhecimento da Ciência não estava disponível quando os textos foram escritos

A terminologia bíblica

Consultei o dicionário bíblico sobre as terminologias das palavras ave e morcego:

Em nosso idioma, onde encontramos ave / pássaro, o termo hebraico é "owph" que vem de uma raiz que significa cobrir e voar. A palavra define criaturas aladas, que tanto poderia ser o pássaro como insetos com asas.

E para Levítico 11.19, para a palavra morcego encontramos o termo hebraico atalleph. O verbete explica que a definição é incerta. Isto é, os tradutores não possuem certeza absoluta que a criatura voadora mencionada por Moisés seria especificamente o morcego. Assim sendo, creio que uma tradução mais acertada seria verter atalleph para "criaturas voadoras".

Do ponto de vista bíblico, toda criatura que batesse asas e voasse era classificada como pássaro, todo bicho que tivesse capacidade de voar era descrito como "ave". As as gerações daquela época não tinham as informações da Ciência moderna, que pesquisou e classificou o morcego como animal mamífero

A contextualização histórica

A tradução King James, em Levítico 11.13 usa a palavra "fowls" para ave . E em Deuteronômio 14.18 utiliza "clean bird" (ave limpa). "Fowl", significa ave doméstica ou comestível. A palavra "bird", significa pássaro ou ave de uma forma geral.

O leitor contemporâneo precisa olhar os textos pelas perspectivas dos israelitas da época de Moisés, são inegáveis as semelhanças de morcegos com aves, ao observarmos a capacidade de voar que os morcegos têm. Eles não entenderiam se o animal fosse catalogado naquela época como está catalogado na esquematização de hoje, mamíferos e ovíparos.

Os hebreus não definiam um animal como ave por ser um vertebrado que botasse ovos, coberto de penas e escamas córneas, de respiração pulmonar, com maxilares sem dentes, revestido de bico, com membros anteriores que geralmente é adaptado para voos. E não descreviam os mamíferos por serem vertebrados tetrápodes, cobertos de pêlos e com mamas.

Precisamos levar em conta que nos séculos 20 e 21 os critérios são diferentes para fazer classificação do mundo animal, não são os mesmos dos tempos em que o profeta Moisés escreveu o Pentateuco. Hoje nós sabemos que não basta uma criatura ser voadora para ser descrita como pássaro.

Os tradutores da Bíblia

É possível entender os tradutores da King James, e João Ferrreira de Almeida. Foram especialistas em hebraico, escolheram traduzir "owph" como "pássaro". Mas eles não eram  especialistas em Biologia para deliberar sobre essa temática.

Os tradutores bíblicos modernos, em face de toda a informação sobre o assunto, parecem entender que não existe necessidade de trocar os termos que hoje são encontrados nas passagens bíblicas de Levíticos e Deuteronômio, pois o contexto histórico explica a razão da existência delas.

Assim como na questão do morcego, o mesmo ocorre com relação as terminologias de alguns animais aquáticos, classificados por Moisés como simplesmente “peixes”. Levítico indica como próprios para consumo humano (não-imundos) os peixes que têm escamas e barbatanas, não se enquadrando nessa descrição. Exemplos: o camarão e o polvo, apesar de modernamente não serem considerados peixes. Outro exemplo é a palavra “réptil”, também usada de forma bem genérica na Bíblia.

Conclusão


Enfim,  os biólogos classificaram os animais por diferentes meios e de acordo com a função e a forma. Mesmo assim, com certeza, toda pessoa que não teve a oportunidade de ir à escola ao observar os morcegos deve pensar que o morcego possa ser uma espécie de pássaro noturno. Aliás, há quem diga que ele é a única espécie de ave mamífera.

Quando a Bíblia Sagrada descreve o morcego como ave, tal descrição não deve ser considerada um erro crasso, não é motivo para escarnecer da Palavra de Deus, dizendo que existe nela uma catalogação errada.

A Biologia moderna classifica o morcego como mamífero tomando como referencial suas características similares, a de animais da classe. Porém, nomenclaturas e classificações da Ciência moderna não devem ser necessariamente aplicadas a um texto cuja distância no tempo chega a vários séculos.

E.A.G.

Fontes: Tecton - Education and Apologetics Ministry, Léxico Strong Online, Criacionismo Perguntas e Respostas

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Deus e o endurecimento do coração de Faraó

A Bíbia Sagrada usa diversos recursos de línguagens, uma delas é a línguagem antropopática, que faz uso de imagens irreais, simbólicas, para comunicar algo real.

Por exemplo: Deus é Espírito. Não tem carne e ossos, não tem olhos, braços, mãos. Mas é essa a figura dEle que é apresentada para nós nas páginas das Escrituras. Por quê? Para facilitar aos seres humanos a compreensão das ações e propósitos divinos.

Quanto a Deus e o coração de faraó endurecido, o contexto bíblico nos esclarece que o Criador permitiu que faraó tivesse seu ânimo contrário à saída dos judeus do Egito. Faraó não foi vítima das mãos de Deus. Não foi uma marionete dEle. Pela línguagem antropopática (porque o escritor do livro de Gênesis não tinha acesso à questão do livre-arbítrio) lemos que Deus endureceu o coração de faraó, sem explicar maiores detalhes. Os detalhes são o contexto bíblico encontrado em Romanos 1.19-25 e Tiago 1.12-16.

Segundo o apóstolo Paulo, Deus não endureceu o coração de faraó literalmente. Deus abandonou faraó às suas próprias paixões carnais por servir aos deuses falsos. Ao estudar sobre as Dez Pragas do Egito, fica claro que Romanos 1.19-26, está relacionado ao endurecimento do coração de faraó. Cada praga foi direcionada para um deus.

Romanos 1.19-26a: "Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames".

Também, segundo o apóstolo Tiago, Deus não endureceu o coração de faraó literalmente. Deus abandonou faraó às suas próprias paixões carnais por servir seus desejos desenfreados de poder e riquezas.

Analisemos o coração de faraó pela luz de Tiago 1.12-15: "Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte".

O povo judeu era escravo, representava uma enorme massa humana de mão-de-obra gratuíta para faraó e seus súditos. A nação israelita inteira, ao sair do Egito com Moisés de uma só vez, faria com que a economia egípcia sofresse com sua falta. Então o monarca pensou no prejuízo que seria ficar sem o regime da escravidão, prevendo essa situação ele quis evitá-la a todo custo. Custou sua vida nas águas do Mar Vermelho!

E.A.G.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Kurt Cobain - A Carta de Despedida de um Suicida

Aos fãs do cantor, digo o seguinte: apresentamos o presente artigo respeitando a história do movimento grunge, e da pessoa de Kurt Donald Cobain e a trajetória da banda Nirvana.

Apesar do autor deste artigo não ser o legítimo “poser” do Nirvava, não está alienado. Observa, vê e ouve, o que se passa no meio artístico sem fazer uso de preconceito. Gosta de boa música sem se ater a um só estilo musical.

O artigo tem como objetivo expressar a fé cristã sem ser ofensivo contra ninguém.

Apesar de ser agraciado em sua geração com o reconhecimento de seus talentos, só enxergou como solução à agonia interior tirar sua própria vida.

"Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até o fim" - Eclesiastes 3.11.

O Criador colocou no coração dos seres humanos a consciência de que existe algo mais além do que é visto, ouvido e tocado, algo maior e além dessa esfera física, maior do que eles mesmos. Esse saber não responde todas as perguntas, mas indica qual é o Caminho da solução às crises da alma.

É em Jesus Cristo que o ser humano encontra a alegria. Nesta vida e também no porvir. Ele disse: "Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito" - João 14.1-2.

Nos momentos em que uma pessoa sente depressão emocional, o melhor a fazer é buscar ajuda espiritual. Conversar com Deus em oração, ler a Bíblia Sagrada, procurar uma igreja.
__________

"Para Boddah ( * )

Falando como um simplório experiente que obviamente preferia ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender.

Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afetava Freddie Mercury, que costumava amar, deliciar com o amor e adoração da multidão – o que é uma coisa que totalmente admiro e invejo.

► As características e os perigos das drogas
► Carta para um ateu
► Diga não às drogas - a carta de adeus do fliho viciado ao seu pai


sábado, 26 de setembro de 2009

"SOU CRISTÃO E FOTÓGRAFO, ME CONVIDARAM PARA TIRAR FOTOS SENSUAIS DE MULHERES... ACEITO OU NÃO?"

Este dilema entrou em uma das comunidades evangélicas no site de relacionamentos Orkut, onde sou um dos moderadores. A resposta é óbvia, mas temos que levar em consideração que quem pergunta deve ser um neófito na fé e sua interrogação parte do desejo de acertar. Digitei a seguinte resposta:

.Pedra de tropeço

Um alguém que se diz cristão tirando fotos sensuais é o mesmo que outro cristão vendendo drogas (álcool e cigarro, embora tenham vendas legalizadas no Brasil, são drogas).
.
Aí, estes poderão me dizer: "eu não sou frágil a ponto de ser seduzido pela provocação da sensualidade, eu não fumo, eu não bebo!"

Então, respondo para eles: De que adianta vocês não poluírem suas mentes com sensualidade, se estão atolados nelas, produzindo as imagens que irão poluir a mente de outros? De que vale não se embriagarem e nem puxarem a fumaça cancerígina para dentro de seus pulmões, se vocês vendem o líquido que embriaga outros, e vendem a fumaça assassina?

Todo cristão tem o dever de edificar vidas, não é papel de quem crê em Cristo como Senhor e Salvador levar seu irmão de fé a cair, a tropeçar... Quem induz outros ao erro está errado, quem leva outros a pecar, está pecando.

Também temos as palavras de Jesus sobre isso em Mateus 18.6-7: "Quanto a estes pequeninos, que crêem em mim, se alguém for culpado de um deles me abandonar, seria melhor para esta pessoa que ela fosse jogada no lugar mais profundo do mar, com uma pedra grande amarrada no pescoço. Ai do mundo por causa das coisas que fazem com que as pessoas me abandonem! Essas coisas tem que acontecer, mas ai do culpado" - Nova Tradução na Línguagem de Hoje.

E.A.G.

domingo, 6 de setembro de 2009

1 ª CORINTIOS 11. 28 - EXAMINE A SI MESMO!

O Pensador - August Rodin

Cheque seus pensamentos pois eles se tornarão palavras.

Preste atenção e controle bem suas palavras pois elas se tornarão atos.

Examine seus atos pois eles se tornarão hábitos.

Avalie seus hábitos pois eles fazem o caráter.

Policie seu caráter... Pois ele será seu destino.

Autoria desconhecida

quinta-feira, 30 de julho de 2009

A CURA MILAGROSA VERSUS A MEDICINA TRADICIONAL - EXISTE ANTAGONISMO?

Em curto espaço de tempo, duas pessoas chegaram a mim com a má notícia de que estavam doentes..
A primeira pessoa, abriu um tópico na comunidade Pr. Silas Malafaia, declarou que se trata com remédios e é acompanhada por psicólogo e psiquiatra, por causa de transtornos bipolar. Quando abandona o tratamento entra em crise. E se queixou que um alguém crente a critica por causa disso. Diz para ela que usar recursos da medicina anula sua fé em Cristo, torna sua busca da cura por meio dos milagres é em vão..
A segunda pessoa veio até mim em particular. Desolada, confidenciou que foi ao médico e este revelou que ela está com uma pequena lesão no útero, um câncer, região que se alastra rápido, precisando passar por uma cirurgia imediatamente.
.A minha resposta para ambas foi quase a mesma.
.A tal irmãzinha, aconselhando a abandonar a medicina, está cheia de boas intenções, porém, equivocada.
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Existe curas por meio da fé, no entanto, Jesus Cristo afirmou que quem está são (com saúde) não precisa de médico, mas sim os doentes. Um dos quatro homens que escreveram os Evangelhos era um médico. Lucas era médico. Confira: Mateus 9.12; Colossenses 4.14.
.Além de Lucas escrever sobre a vida de Cristo, diversos biblistas apontam para ele como sendo, também, o escritor do livro Atos dos Apóstolos, que é o relato do começo da Igreja. Por que será que Deus, em sua sabedoria perfeita, entre muitos profissionais, confiou em um profissional da medicina para relatar a vida de Jesus? É porque não há pecado algum em usar tratamentos médicos!
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Então, quem está acometido de doenças, que se cuide! Confie no poder de Deus, que opera por meios milagrosos e também confie na cura vinda por meios naturais, dentro dos hospitais.
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Os melhores depoimentos de curas milagrosas são os que estão acompanhados de laudos médicos. São diversos os casos de curas pela fé que foram constatados por médicos, doenças que aos olhos humanos são consideradas incuráveis.
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E.A.G.

terça-feira, 14 de julho de 2009

HISTÓRIA

História (do grego antigo historie, que significa testemunho, no sentido daquele que vê) é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (Historia). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.

O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.

Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a sucessão de processos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos (o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente).

Os eventos anteriores aos registos escritos pertencem à Pré-História e as sociedades que co-existem com sociedades que já conhecem a escrita (é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura de La Tène) pertencem à Proto-História.


Fonte: Wikipédia.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O SINAL DE CAIM

O assassinato de Abel - gravura do século XV
Por Márcio Souza
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Qual era o sinal que foi colocado em Caim? Esta pergunta ao longo dos séculos tem feito de Caim um alvo de especulações e presságios.
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Muitos já especularam sobre esse assunto e o mesmo tanto de sugestões sobre que sinal foi colocado em Caim já foi ventilado. Contudo, as Escrituras não fornecem nenhuma outra informação que pudesse esclarecer a natureza do sinal.
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Entre as diversas idéias sobre o assunto, encontramos aqueles que afirmam que o sinal era um mal físico, como alguma enfermidade; ainda outros afirmam que era um sinal sobrenatural, uma marca exótica. Veja a seguinte relação:
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• Caim teria ficado leproso, doença que atacou principalmente o rosto, tendo sido esse o início da temida enfermidade.
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• Ele recebeu uma marca, uma espécie de tatuagem, uma palavra impressa que o assinalava como assassino.
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• Tornou-se deficiente, ficando aleijado; tinha dificuldade para se defender, sendo necessário fugir de sua comunidade.
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• Um chifre cresceu em sua testa.
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• O seu nome escrito em sua própria testa, ou Caim, o homicida.
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• A terra tornava-se estéril por onde Caim andava.
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• O sinal era composto de sete simbolos misteriosos estampados em sua testa.
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• Os mórmons dizem ser a cor negra da pele.
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Certamente, as tentativas acima são meras sugestões, desprovidas de quaisquer evidências. Em alguns casos, como a do oitavo item, servia para promover o racismo e implementar a superioridade de raças, algo totalmente contrário às Escrituras e ao plano de Deus para o homem.
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Não conhecemos o sinal, porque não seria útil para nós hoje e, também as Escrituras não foram preparadas para alimentar nossa curiosidade, mas para conhecermos os eventos principais que marcaram a história e demonstram a natureza pecaminosa do homem em contraste ao esforço contínuo de Deus em procurar o homem, confrontá-lo com suas ações e providenciar a justiça.
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Consulta: Defesa da Fé, nº 25, ano 4.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

JÓ ERA UM HOMEM PRESUNÇOSO



Esta é a segunda parte da minha reflexão bíblica contra a crença da impecabilidade de Jó.

Observe a audácia:

"Eis que já tenho ordenado a minha causa, e sei que serei achado justo. Quantas culpas e pecados tenho eu? Notifica-me a minha transgressão e o meu pecado" - Jó 13.18, 23.

"Pois Jó disse: Sou justo, e Deus tirou-me o direito. Apesar do meu direito, sou considerado mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão" - Jó 34.5-6.

Sendo bem sucinto: Aqui encontramos um pecado de Jó de maneira muito clara. Mas é necessário contextualizar o texto para trazer a intensidade necessária de luz para entendê-lo. As Escrituras Sagradas explicam as Escrituras, então, não podemos ficar presos aos textos isolados.

Os versículos selecionados são obscuros ao leitor apressado. O grau de dificuldade pode ser comparado com 1 Samuel 28.3-25, quando Saul foi consultar uma feiticeira em En Dor. Surgiu um ser na consulta espírita e este ser é apresentado como o profeta Samuel, que já estava morto. Se a leitura ficar apenas neste capítulo, ou dentro deste livro, passaremos a crer que os mortos fazem contato com os vivos. E na verdade, após a morte segue-se o juízo (Hebreus 9.27).

Nos trechos da oração de Jó, selecionados e apresentados acima, podemos resumir tudo assim: Jó, uma criatura, julgava ao seu Criador, chamando-o de injusto e ao mesmo tempo dizendo que o justo era ele. As palavra de Jó mostram a arrogância em seu interior, com pensamentos de superioridade.

Essa atitude dele lembra bastante a oração do fariseu, na parábola do fariseu e do publicano, e o jeito de pensar do jovem rico sobre si mesmo. O fariseu orava batendo no peito orgulhoso de jejuar e orar, não roubar e ser ofertante e dizimista. O jovem rico dizia cumprir todos os mandamentos. Lembremos que Jesus conta que o fariseu, apesar das suas boas ações, não foi aprovado por Deus e que Jesus sondou o coração do jovem rico e diagnosticou que existia avareza nele. Conferir: Lucas 18.9-14; Mateus 19.16-23.

Jó pensar que era justo, que não tinha pecado algum, não quer dizer que não tivesse mesmo.

E.A.G.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

A PROSPERIDADE DO ESCRAVO JOSÉ

Hoje foi perguntado o seguinte para mim:
-Você sabe me dizer como foi possivel José ser chamado de próspero mesmo sendo escravo (Gênesis 39.2)?

Respondi assim:
- Posso responder a sua pergunta de duas maneiras.

Primeiro: Deus é onipresente. Ele está presente em todos os lugares do Universo, está no passado, está no presente e está no futuro, ao mesmo tempo. Ele sabia da vida inteira de José, antes mesmo dele nascer. Sabia que seria vendido como escravo por seus irmãos, sabia que seria homem temente e que por causa disso viria a ser o governador do Egito, um próspero
Sem ser defensor da Teologia da Prosperidade, quero responder a você.

Em segundo lugar, precisamos considerar que José foi extremamente honrado por Deus. Na sua condição humana, José chegou ao Egito como escravo, mas com o passar do tempo alcançou a posição das mais altas possíveis, tendo apenas faraó - o líder máximo daquela nação - acima dele.

Isso é prosperidade ou não?


E.A.G.

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE - POBREZA É SINAL DE VIDA EM PECADO?

Hoje alguém perguntou para mim: "Você concorda que os crentes que dizem que as pessoas que não prosperam estão em pecado?"

Eu respondi:


Não entendo que ser pobre é sinal de viver em pecado. Aliás, nunca vi um pregador afirmar que ser pobre é consequência de vida em pecado. Mesmo constatando que em parte é verdade, mesmo. Vemos que quem se lança na vida de jogatinas, no vício das drogas e na vida pervertida da prostituição desenfreada empobrece terrivelmente, não consegue ter uma vida estável.

O curioso de tudo isso é que só encontramos alguns "apologetas", contra a Teologia da Prosperidade, afirmando que existe quem pregue que pobreza é sinal de vida pecaminosa. Parece que eles criaram a situação para ter um assunto para criticar.

Eu entendo que não é plano divino que ninguém seja miserável. "Nunca vi um justo desamparado e nem a sua descendência mendigar o pão" - Salmo 37.25. Na Bíblia Sagrada, mais precisamente no livro de Provérbios e Eclesiastes, temos diversas orientações aos servos de Deus para que sejam previdentes e moderados, ou seja, cuidem-se para ter o futuro com qualidade de vida boa.

Enfim, não é plano do Senhor que seus filhos passem privações temporais, mas por causa do livre-árbitrio, existe a permissão dEle para que isso aconteça. Quem ama o entendimendo busca ter um curso superior e passa a ganhar os melhores salários. Mas quem o rejeita continuará vivendo nas classes D e E, recebendo os piores conta-cheques.

Somos no futuro o resultado do que escolhemos no presente momento.

E.A.G.

JESUS DISSE QUE NÃO TINHA ONDE RECLINAR SUA CABEÇA - APOLOGIA DA MISERABILIDADE OU NÃO?

“E Jesus, vendo em torno de si uma grande multidão, ordenou que passassem para o outro lado; e, aproximando-se dele um escriba, disse-lhe: Mestre, aonde quer que fores, eu te seguirei. E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, permite-me que primeiramente vá sepultar meu pai. Jesus, porém, disse-lhe: Segue-me, e deixa os mortos sepultar os seus mortos” - Mateus 8.18-22.
Na Bíblia, vemos que Jesus tem diversos títulos. Filho de Deus é o nome divino (Mateus 8.29); Filho de Davi é seu nome judaico (Mateus 9.27); Filho do homem é o nome que o associa à terra e à sua missão redentora.
Filho do homem era a designação favorita de Jesus para si mesmo (usada mais de 80 vezes) e cunhada em Daniel 7.13-14. Aponta para a humildade, sofrimento, morte, e seu futuro governo como rei (Mateus 8.20; Lucas 19.10; Mateus 24.27).
Dentro desta perspectiva da definição de Filho do homem, em Mateus 8.12-22, quando Jesus disse que não tinha onde reclinar a cabeça, percebemos que Ele usa uma linguagem figurada para enfatizar sua prioridade ministerial. Queria deixar claro a sua missão de pregador itinerante, de um alguém que não tinha residência fixa. Os discípulos que O seguiam deveriam viajar com Ele sabendo disso, portanto, esquecendo-se das suas casas e seus familiares.
São muitas as pessoas que interpretam de maneira errada a expressão “não ter onde reclinar a cabeça”. Há quem pense que Jesus disse que era alguém que vivia, miseravelmente, como um sem-teto que dormia ao relento, feito os mendigos sujos que dormem nas calçadas e debaixo das pontes dos grandes centros das cidades. Tal interpretação é equivocada. O ministério de Jesus era organizado. Ele tinha arrecadação de dinheiro para sustentar-se, Judas Iscariotes era o tesoureiro (confira lendo Lucas 8.2-3; João 12.6).

Literalmente
, Jesus tinha onde reclinar sua cabeça. Encontramos em Lucas 9.51-52 os discípulos seguindo adiante dEle, com sua permissão para providenciar uma pousada onde pudesse descansar e pernoitar, ou seja, com o conforto de um teto sobre sua cabeça.
Enfim, quando Jesus disse que não tinha onde reclinar a cabeça, não quis dizer que era um homem que vivia na miserabilidade, disse que não tinha residência fixa.

E.A.G.