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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Existe justo ou não? Romanos 2.10 e Hebreus 10.38 são contraditórios?

Alguém lê e pode pensar que encontrou contradição das Escrituras Sagradas ao colocar em paralelo os textos contidos em Romanos 3.10 e Hebreus 10.38, que falam sobre a justiça. Mas a simples contextualização esclarece que existe coerência doutrinária de pensamentos entre os textos.

terça-feira, 13 de abril de 2021

Quando qualquer coisa é pecado em sua vida

Tudo pode se consistir em pecado, se a consciência acusa o crente por causa daquilo que ele faz.

Ferir a consciência é pecado porque essa atividade é faltar com amor a si próprio. O mandamento do amor é: Amar a Deus em primeiro lugar e o próximo como a si mesmo (Mateus 22.37-39). Então, que aja amor em nós por nós mesmos, evitado qualquer ação que fira a consciência. 

Em Romanos 14 está escrito: "Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.' [...] 'tudo o que não é de fé é pecado (Romanos 14.22,23).

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Davi vence Golias


Deus nos garante vitória pela autoridade que há no nome de Jesus Cristo. 

Para conquistar vitórias, enfrentemos todas as lutas com a prática da orientação da Palavra, tipificada nas Escrituras Sagradas pela espada, e não nos esquecemos de usar a fé cristocêntrica, simbolizada na Bíblia como o escudo.

Assim todos os problemas são derrotados, para a glória do Senhor.

As lutas que nos afrontam podem ser maiores que o gigante incircunciso que Davi enfrentou e o venceu, porque amava ao Todo Poderoso e vivia de acordo com as diretrizes das Escrituras, nós também seremos vitoriosos, porque o Criador está ao nosso lado e é bem maior que o tamanho do Universo.

► A diferença entre ser batizado no Espírito e ser cheio do Espírito Santo
► Efésios 4.10-11: Os cinco dons de Cristo para qualificar você a trabalhar na Igreja 
► Efésios 4.27: O importante contexto de "não deis lugar ao diabo"
► Efésios 5.4 - A definição do termo parvoice no idioma grego
► Efésios 5.4 - O que significa torpeza no idioma grego
► Efésios 5.19-21 - Evidências de quem é cheio do Espírito Santo
► Efésios 6.10-11 - A armadura de Deus e o esfriamento espiritual
► Não vos embriagueis com vinho - contextualização de Efésios 5.18
► O sentido etimológico do termo vaidade
► Perseverando na fé

E.A.G.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Falando sobre a hipocrisia e os hipócritas




Leio com regularidade pessoas na rede social usando o termo “hipócrita” e “hipocrisia” fora do sentido que essas palavras possuem. O significado dos vocábulos aponta ao triste comportamento de falsidade.

Sendo direto, sobre a pessoa hipócrita:

• alguém que acredita que agir hipocritamente é sinal de esperteza e, portanto, alimenta orgulho escondido pelo fato de ser hipócrita; não é pessoa equilibrada, emocional e espiritualmente - embora, em alguns casos, pareça ser;

• alguém que age com imaturidade, é inconsequente, ainda não tem noção que sua atitude de fingimento é reprovável aos olhos de Deus, necessita crescer na fé;

• alguém que, de maneira intencional, age dissimuladamente, faz calúnias aproveitando a ausência das pessoas caluniadas, porque é invejosa, e/ou rancorosa, e/ou vingativa;

• alguém que usa a ausência da vítima de maledicência para falar mal dela, porque falta coragem para conversar, usando a sinceridade, quando o assunto é importante;

• alguém que exige, ou critica, o outro por atitude que também teria, estando no lugar e no ambiente adverso da pessoa criticada - faz isso para convencer a todos ser dono de moral, eficiência e desembaraço que não possui, objetivando conquistar popularidade em determinado círculo social;

• alguém que se faz de amigo ou de amiga, que se aproxima escondendo o que realmente pensa fazendo lisonjas, estampando um largo sorriso no rosto, como procederam os escribas e fariseus na geração de Jesus Cristo aqui na terra (Mateus 23.14);

• alguém que usa a dissimulação com o objetivo de tentar tirar vantagem das pessoas, como tentou fazer o casal Ananias e Safira, no início da Igreja Primitiva, e por agir assim pagaram com a própria vida dentro do templo (Atos 5.1-11);

• alguém que - mesmo que seja extremamente religioso, faça constantes orações e até jejue - precisa de Jesus Cristo, precisa se converter para não passar a eternidade rangendo os dentes no inferno (Apocalipse 22.15).

O autêntico seguidor de Jesus Cristo preza pela verdade no agir e no falar.

“O que diz a verdade manifesta a justiça, mas a testemunha falsa, a fraude” – Provérbios 12.17.

“O que encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” – Provérbios 28.13.

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” – 1 João 1.7-9.

E.A.G.

terça-feira, 21 de junho de 2016

O cultivo das relações interpessoais


Lições Bíblicas - Adultos: Maravilhosa Graça - O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. José Gonçalves - lição 13 - O cultivo das relações interpessoais.
Por Eliseu Antonio Gomes

Tem sido levantada uma tese através dos anos pelos estudiosos de que o último capítulo de Romanos não pertence à Carta aos Romanos, mas sim à Carta aos Efésios. Este argumento é frágil e sem provas consistentes, pois coloca dúvidas sobre as pessoas citadas por Paulo, visto que ele não havia visitado Roma até a data da epístola.

Não é surpreendente que muita gente que Paulo conheceu em outros lugares, estabeleceu moradia em Roma. O imperador Claudio havia expedido o edito expulsando os judeus de Roma em 49 AD e ao morrer, cinco anos depois, houve revogação de seu decreto, situação que, provavelmente, tenha estimulado o retorno de muitas pessoas para a Capital do Império. Portanto, não há o que suspeitar sobre o endereçamento deste último capítulo, posto que existe contexto histórico aceitável para considerar que Paulo podia perfeitamente ter mantido relacionamento com aquelas pessoas citadas em suas viagens missionárias em outras regiões, como Éfeso e Corinto.

A listagem de saudações.

O apóstolo redige a carta citando 26 indivíduos e cinco famílias, judeus e gentios, gente  simples e autoridades. A lista é grande. Seu ministério alcançou tanto os mais altos escalões quanto o povo mais humilde.

Dentre as pessoas saudadas, nove são mulheres: a primeira é Febe (versículo 1), em segundo lugar, Priscila (versículo 3), seguidas por Maria (versículo 6), Trifosa e Trifena (versículo 12); Perside (versículo 12), a mãe de Rufo (versículo 13), Júlia (versículo 15) e a irmã de Nereu (versículo 15).

O apóstolo Pedro

Notavelmente, o nome do apóstolo Pedro está ausente na lista de saudações enviadas por Paulo no capítulo final de sua missiva. É aceitável afirmar a ideia de que na ocasião em que estas saudações foram destinadas a Roma, Pedro ainda não pastoreasse aquela igreja. É certo que se estivesse à frente da igreja de Roma, seu nome figuraria no topo da listagem das saudações paulinas.

Paulo recomenda Febe (Romanos 16.1-2).

Ao chegar o momento de Paulo colocar o ponto final em sua correspondência, ele apresentou aos destinatários de sua carta quem a levaria até Roma: uma pessoa de sua confiança que ele chamava apenas de Febe - não existe informação se era solteira, casada ou viúva. Paulo destaca uma qualidade ímpar na vida cristã de Febe, que é a hospitalidade. A expressão "tem hospedado a muitos e a mim mesmo" (16.1-2; ARA) dá o sentido de alguém patrocinadora, financeiramente, de atividades e sustento de obreiros na Obra do Senhor. Em sua carreira de fé, Febe foi uma cristã protetora de muitos crentes e também do apóstolo, alguém dedicada que não media esforços para socorrer os irmãos em Cristo.

A recomendação de Paulo a Febe deixa um marco na história do cristianismo, pois é uma evidência do importante papel que as mulheres desempenharam na Igreja Primitiva. Ela era uma cristã descrita como alguém sempre servindo ao Senhor na igreja situada em Cencreia, local no qual era moradora, cidade que havia um porto marítimo ao oeste de Corinto, cerca de dez quilômetros do centro desta cidade. Demonstrou-se útil no serviço cristão, é tradicionalmente considerada modelo para todas as mulheres que trabalham na Obra de Deus. Provavelmente, Febe era em Cencreia o que Lídia era em Felipos.

Aparentemente, Febe era uma pessoa rica, serviu de apoio espiritual, moral e financeiro ao projeto missionário, e gozava de grande prestígio na igreja. A expressão "a qual serve na igreja que está em Cencreia" destaca o termo grego "diakonia", que em português é "servir" e denota uma função que representava cargo de alguma liderança. A palavra "servir" em 16.1 é a forma feminina do mesmo vocábulo traduzido como "diácono" em textos como 1 Timóteo 3.8, o que  sugere a ideia de que os deveres de um "diakonos" podiam ser cumpridos por homens e mulheres; deixa transparecer ser Febe uma pessoa que exercia o ofício de diaconisa naquela igreja, e que o apóstolo não era tão negativo quanto ao ministério feminino na igreja.

Os intérpretes acreditam que Febe se converteu durante a estadia de Paulo em Corinto, que durou dezoito meses.

Em sua redação, Paulo recomenda Febe à hospitalidade e à comunhão dos cristãos a quem está escrevendo.

• Áquila e Priscila (Romanos 16.3-4).

Áquila (em grego águia) era um judeu cristão. Não se sabe quando ocorreu sua conversão a Cristo, supõe-se que tenha sido em sua terra natal, no Ponto (antigo distrito da Ásia Menor,  próximo do Mar Negro) ou em Roma. Priscila era esposa de Áquila, também conhecida como Prisca, o seu nome formal. Das seis vezes em que o casal é mencionado, ambos estão juntos: Atos 18.2, 18, 26; 1 Coríntios 16.19 e 2 Timóteo 4.19.

Em paralelo com o jovem pastor Timóteo, os dois destacam-se entre todos os nomes citados por Paulo, pois foram amigos do apóstolo durante todo seu ministério. Eles eram pessoas de origem judaica, convertidas ao cristianismo, trabalhavam no ramo de fabricação de tendas, com quem o apóstolo havia convivido algum tempo em Corinto, tanto nas tarefas seculares quanto no evangelismo cristão. Os dois haviam sido expulsos de Roma, junto com Paulo, pelo imperador Claudio mas voltaram a habitar em Roma e formavam, com os demais crentes na capital do Império, a igreja de Cristo.

Havia profunda amizade entre Paulo e o casal, pois, já uma vez, tinham expostos suas vidas ao perigo na causa do Evangelho, em sua própria defesa (versos 3 e 4).

Paulo considerava Áquila e Priscila amigos leais e colaboradores em Cristo, na maioria das vezes em que o casal é citado, o nome de Priscila aparece em primeiro lugar, pois ela se destacava no ministério. Tudo indica que os dons de Priscila eram maiores que os dons de Áquila, ou que se deva ao fato de ela ter personalidade mais extrovertida ou ser mais fervorosa espiritualmente (embora alguns estudiosos tenham concluído que ela tenha pertencido a uma classe social superior à dele). Seja qual for o motivo, segundo as leituras bíblicas, está claro que Priscila sempre era auxiliada de perto por Áquila.

É significativo notar que, exceto 1 Coríntios 16.19, quando Paulo relata o ambiente da residência do casal, usado para realização de cultos, o nome Priscila apareça depois do nome de Áquila. Muitos estudiosos sugerem que esta ordem de colocação de nomes coincide com o ensino de Paulo sobre o relacionamento conjugal entre cristãos no lar, em que o homem é apontado como o cabeça da mulher na estrutura do matrimônio (Efésios 5.22-33). Também, há exceção no relato de Lucas, quando o casal encontra-se pela primeira com Paulo, o nome de Áquila precede ao da esposa (Atos 18.1-2).

Negociantes como Áquila e Priscila não passavam muito tempo num lugar naqueles dias. Não era improvável e nem incomum que deixassem procuradores a cargo das filiais da indústria de tendas de Corinto e de Éfeso, como possivelmente fizeram com sua filial de Roma quando tiveram que sair no episódio da determinação do imperador Claudio. E da mesma maneira que a igreja em Éfeso se reunia na residência de Aquila e Priscila, também um grupo de crentes se reuniam na casa deles em Roma (verso 5).

• Epêneto (Romanos 16.5)

Paulo cita Epêneto como "meu amado". Provavelmente ocupava um lugar especial no coração do apóstolo pois era o primeiro convertido da Ásia, a primeira indicação da graça de Deus na vida do povo que habitava ali.

• Maria (Romanos 16.6).

Seis mulheres figuram no Novo Testamento com o nome Maria:
• a mãe de Jesus é a mais proeminente entre elas (Lucas 1.26-33; Atos 1.14);
• Maria Madalena, discípula de Jesus (Lucas 8.2; João 20.15 -18);
• Maria de Betânia, ouvinte atenta dos ensinos de Cristo, irmã de Marta e Lázaro, trio de amigos bem chegados de Jesus (João 11.1; João 12.1-3);
• Maria, esposa de Clopas, mãe de Tiago e José (João 19.25; Mateus 28.1);
• Maria, mãe de João Marcos, que abrigou Pedro ao ser libertado da prisão milagrosamente. É citada nominalmente apenas em Atos 12.12; e 
• Maria de Roma, citada pelo apóstolo Paulo no último capítulo da Carta aos Romanos.

Um nome também destacado entre os demais, na listagem de saudação do apóstolo, Maria de Roma, é outra mulher que tem papel de destaque nas páginas da Bíblia, a quem Paulo acrescenta "muito trabalhou" pela igreja. Esta expressão é vertida do termo grego "kapio", que tem o sentido de esforçar-se, trabalhar duramente. O sentido desta palavra nos faz entender que ela derramou muito suor, gastou tudo o que tinha para ajudar seus irmãos na fé, ou talvez a fim de indicar que ela trabalhava fora de Roma pela causa do Evangelho.

Mas, como Paulo poderia saber quem havia trabalhado muito pelos cristãos em Roma se não estava presente lá? Com certeza, contava com algumas fontes de informação (Romanos 1.8). Sendo Maria ligada àquela igreja nos primeiros dias desta, Áquila e Priscila a conheceram e comentaram sobre o labor voluntário dela ao apóstolo.

• Andrônico e Júnias (Romanos 16.7).

Paulo se refere a Andrônico e Júnia como "meus parentes e companheiros de prisão" (2 Coríntios 11.23). Provavelmente fossem parentes de sangue do apóstolo, ou apenas identificados como judeus. Não se sabe onde estiveram juntos no cárcere. Converteram-se antes de Paulo, que os considerava conceituados apóstolos. Presume-se que são chamados de apóstolos porque viram o Cristo ressurreto, também cogita-se que a utilização do termo "apóstolo" é mais generalizada, correspondente ao que hoje chamamos de "missionários" (Atos 14.14; 1 Coríntios 15.7).

Não há consenso se Júnia era homem ou mulher.  Houve algumas sugestões , ao longo de séculos, de que provavelmente era uma mulher. Trata-se de um termo latino e pode ser a contração do nome masculino Junianus ou do feminino Júnia.

• Amplíato (Romanos 16.8).

Paulo o descreveu como "meu amado no Senhor". Seu nome era comum em Roma, onde vivia.

• Urbano / Estáquis (Romanos 16.9).

Paulo cita Urbano como "nosso cooperador em Cristo" e a Estáquis como "meu amado".

Urbano ("Urbanus", pertence a "urbs" ou "cidade" - refere-se à Roma). Pela própria natureza do nome, muito comum, vivia em Roma.

Estáquis (em grego, "carro de grãos" / "espiga"), não é um nome muito comum e nas duas ocorrências de sua citação está associado com a casa imperial. Vivia em Roma e é chamado por Paulo como "meu amado", para significar que era um amigo muito querido.

• Apeles / "os da casa de Aristóbulo" (Romanos 16.10).

Cristão romano, Apeles é citado por Paulo como "aprovado em Cristo". Talvez porque tenha sofrido perseguições. Nenhuma informação adicional é dada sobre ele na Bíblia.

Não se pode determinar quem exatamente é exatamente este Aristóbulo (em grego significa excelente). É sugerido que fosse irmão de Herodes Agripa I, também que fosse o neto de Herodes o Grande, que viveu em Roma no primeiro século e também chamava-se Aristóbulo. Desfrutava da amizade do imperador Claudio. O fato de ele mesmo não ser saudado por Paulo, significa que somente outros membros de sua família ou seus escravos fossem cristãos.

• Herodião / "os da família de Narciso" (Romanos 16.11).

Não está claro se Paulo se refere a Herodião como seu parente ou se como um judeu entre muitos gentios cristãos. A primeira alternativa é mais convincente, de acordo com o contexto, desde que outros nomes  judaicos são mencionados na lista.

O fato de que Narciso, cidadão romano, não é saudado pelo apóstolo pode informar que somente sua família, ou escravos em sua casa, eram cristãos.

• Trifena e Trifosa / Perside (Romanos 16.12).

Trifena (em grego, delicadeza). Provavelmente, parenta próxima de Trifosa, ou irmã gêmea desta, caso em que não era incomum dar nomes derivados da mesma raiz.

Perside (significa "mulher persa") é uma pessoa que está entre os cristãos de Roma, descrita por Paulo como alguém que "muito trabalhou no Senhor".

• Rufo e sua mãe (Romanos 16.13).

Rufo, palavra de origem italiana, significa vermelho ou ruivo, nome muito usado em Roma e Itália, o que faz pensar que era uma pessoa cuja origem é esta localidade, exceto a menção em Marcos 15.21, que informa o seguinte: "E obrigaram a Simão Cireneu, que passava, vindo do campo, pai de Alexandre e de Rufo, a carregar-lhe a cruz". O evangelista escreveu aos crentes de Roma e aparentemente Rufo é citado porque era conhecido dos crentes romanos. Mas, pouco provável que Marcos tenha citado a mesma  pessoa que consta na lista de saudações escrita por Paulo.

Provavelmente, o apóstolo hospedou-se na casa de outra pessoa chamada Rufo, alguém que não é a mesma citada pelo evangelista. Paulo o descreve como "eleito do Senhor". Na ocasião da hospedagem, a mãe deste Rufo, que consta em Romanos 16.13, esmerou-se em cuidar bem do apóstolo, como se ele fosse seu próprio filho.

• Asíncrito / Flegonte / Hermes / Pátrobas / Hermas / "aos irmãos que estão com eles"(Romanos 16.14).

Asíncrito, citado apenas neste versículo, mas que igualmente como os outros indivíduos mais conhecidos, recebeu a atenção pessoal e o cuidado pastoral, expressos nas saudações de Paulo.

Flegonte (em grego, "queimado). Também, uma pessoa cujas ações são desconhecidas nas páginas bíblicas, entretanto, por receber o reconhecimento pessoal do apóstolo, sabemos que era cristão e integrante da equipe de obreiros de Paulo.

Hermes / Hermas. Abreviação de algum destes nomes: Hermágonas, Hermógenes e Hermódoro. Era um nome bem comum nos dias da Igreja Primitiva. Gerações mais tarde, era o nome de outra pessoa, que escreveu o livro O Pastor de Hermas, que surgiu em cerca de 150 a. C., As duas pessoas não devem ser confundidas.

Pátrobas, outra pessoa que tem o nome arrolado entre os cristãos de Roma, que recebeu saudação especial por ser parte de um grupo de cristãos que se reuniam para louvar a Deus.

Hermas. Aparentemente, a segunda pessoa cujo nome é homônimo do autor do livro apócrifo Pastor de Hermas. Homônimo este que era um componente do grupo de cristãos de Roma saudados por Paulo em sua carta, quando este manifestou cuidado pessoal e preocupação pastoral pelos seguidores de Cristo.

•  Filólogo / Júlia / Nereu e sua irmã / Olimpas, e "todos os santos que com eles estão" (Romanos 16.15).

Filólogo e Júlia eram parentes, mas não se tem certeza se eram talvez marido e esposa. Júlia é nome que sugere algum tipo de associação com a casa imperial.

Nereu, um cristão que vivia em Roma e a irmã, foram saudados pelo apóstolo Paulo. Ambos, juntamente com outros irmãos em Cristo pouco lembrados nas páginas bíblicas, também receberam o reconhecimento pessoal de Paulo como ocorreu com tantos indivíduos de diferentes congregações do primeiro século.

Olimpas é forma abreviada de Olimpiodoro. Um dos cristãos que vivia em Roma e cuja história de vida é pouco conhecida, a não ser pelo fato de seu nome tornar-se notório ao estar alistado entre os nomes que o apóstolo demonstrou cuidado no final de sua carta apostólica remetida aos crentes romanos.

O beijo e o aperto de mãos da paz (Romanos 16.16).

O ósculo era um hábito oriental e uma prática muito especial entre os judeus. Os hebreus saudavam-se uns aos outros com um beijo santo, como símbolo da paz e amor fraternal, o gesto recíproco comunicava a cordialidade e a amizade.

E, desejoso que esta espécie de cumprimento representasse mais do que simples atitude de manifestação de amizade, querendo que tal gesticulação tivesse um profundo sentido espiritual e fraternal entre os remidos por Cristo, Paulo recomenda que os cristãos se cumprimentem com o beijo de amor fraterno, costume que até hoje desempenha um papel importante na liturgia da Igreja Oriental, inclusive entre os gentios não-cristãos (Romanos 16.16; e 1 Coríntios 16.20; 2 Coríntios 13.12; 1 Tessalonicenses 5.26; 1 Pedro 5.14).

Quem dá prosseguimento nesta prática na liturgia da igreja, simplesmente expande a prática da cultura oriental, pois o apóstolo não introduziu esta espécie de cortesia como uma das regras da doutrina cristã - apenas utilizou como costume regional comum. O aperto de mãos é a tradicional maneira de saudação entre os cidadãos ocidentais, incorporado às relações interpessoais da cristandade que encontra-se no Ocidente.

A palavra de advertência: Romanos 16.17-20.

"Rogo-vos, irmãos, que noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos, em desacordo com a doutrina que aprendestes; afastai-vos deles, porque esses tais não servem a Cristo, nosso Senhor, e sim a seu próprio ventre; e, com suaves palavras e lisonjas, enganam o coração dos incautos. Pois a vossa obediência é conhecida por todos; por isso, me alegro a vosso respeito; e quero que sejais sábios para o bem e símplices para o mal. E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso Senhor Jesus seja convosco" - Almeida, Revista e Atualizada (ARA).

A saudação de outros irmãos (Romanos 16.21-23).

Paulo, ao lembrar seus companheiros ministeriais, companhia em lutas em prol do Evangelho, revela-se líder humilde, respeitador de seus irmãos de batalhas espirituais. Ele não é um líder personalista, não é egoísta, não sente dificuldade em declarar os nomes dos obreiros que o ajudaram em sua carreira de fé.

Timóteo, cooperador direto de Paulo em Éfeso, participante de muitos sofrimentos, é o mais conhecido entre todos os colaboradores do ministério do apóstolo.

É possível que o cooperador Lúcio seja o mesmo de Atos 13.1 ou o médico Lucas, escritor do Evangelho de Cristo que carrega seu nome e de Atos dos Apóstolos.

Jasom, pode ser o mesmo que tem citação em Atos 17.5, 7; e Sosípatro pode ser o mesmo referenciado em Atos 20.4.

Tércio, o escriba que escreveu a carta ouvindo o que o apóstolo ditava, é um personagem desconhecido das páginas bíblicas, e não deveria causar surpresa a ninguém a gentileza de Paulo ao permitir que o próprio se identificasse e mandasse sua saudação aos destinatários da epístola usando o pronome pessoal da primeira pessoa do singular.

Gaio, descrito como uma pessoa acolhedora que hospedou Paulo e muitos cristãos de Roma, em sua casa havia reuniões de ensino cristão (Atos 20.4). 1 Coríntios 1.14 relata como Paulo ganhou Gaio para Cristo e o batizou quando fundou a igreja de Corinto. Provavelmente, ele era o mordomo ou tesoureiro da cidade de Corinto, também citado em Atos 19.22; 2 Timóteo 4.20.

Erasto, um procurador da cidade Roma, era companheiro de Paulo, assim como era Quarto, que Paulo se refere como "o irmão".

A doxologia final de Paulo (Romanos 16.24-27).

Qual mistério o apóstolo se refere ao expressar louvor e adoração a Deus no encerramento da carta? É o mistério que já havia sido descoberto na revelação do Verbo Encarnado, que é Jesus (João 1.1-3); estava oculto, porém, agora está manifesto e notificou-se pelas Escrituras dos profetas e está evidenciado a todas as nações para obediência da fé dos judeus e gentios através da obra redentora de Cristo (Romanos 9. 11, 16.16; Efésios 3.1-7; Colossenses 1.26-27).

Conclusão

O exemplo de Paulo é uma lição importantíssima aos líderes da Igreja de Cristo. O apóstolo mostra em ações que seu papel como dirigente estava baseado  na força de seus relacionamentos com indivíduos nas diversas igrejas do início do cristianismo. As suas solicitações de oração, feitas frequentemente, mostram que ele tinha desenvolvido um forte elo espiritual com as pessoas que estavam sob seu comando.

Paulo ensina que Deus deseja que os crentes precisam cultivar relacionamentos saudáveis. Pois as fontes das relações interpessoais são a sabedoria, a soberania e a graça de Deus (Romanos 16.25).

Paulo tinha vários cooperadores e não deixou de fazer menção do nome deles, demonstrando assim o seu amor por todos os irmãos que cooperavam com a Obra de Deus. Sendo assim, enviou congratulações para este grupo de pessoas, que ele tanto estimava. Pessoas queridas, do convívio apostólico, para as quais demonstra afeto lembrando de cada uma mencionando-as nome por nome, classificando-as como "amigo" (16.8); amado (verso 9) e aprovado (verso 10).

É inegável o valor da unidade cristã, pois traz a comunhão no seio da igreja; comunhão, significa o companheirismo, a amizade. Paulo não apenas fundou igrejas e pregou o Evangelho de Cristo aos gentios, também construiu comunidades de amor, de remidos em Cristo pela graça, esteve com pessoas que amavam ao Senhor e a sua obra missionária.

E.A.G.

Caminhada Diária, página 24; data de publicação não definida (meados de 1980/90); São Paulo, (Editora Sepal).
Carta aos Romanos, Elienai Cabral; páginas 147 - 150; edição 1986; Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Professor - Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos; José Gonçalves, 2º trimestre de 2016, páginas 90-96, Rio de Janeiro (CPAD).
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. José Gonçalves. Páginas 142, 144-146; 1ª edição 2016. Rio de Janeiro (CPAD).
Quem é quem na Bíblia Sagrada - A história  de Todas as Personagens da Bíblia; editado por Paul Gardner; páginas 49, 53, 61, 72, 77, 182, 196, 221, 222, 261, 403, 477, 534, 560; 1ª impressão 2005 - 19ª reimpressão 2015; São Paulo (Editora Vida).
Romanos - Introdução e comentário - Série Cultura Bíblica, F.F. Bruce, páginas 120, 216, 218, 219, 222; 1ª edição 1979 - 16ª reimpressão 2011, São Paulo (Vida Nova).

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Israel no plano da redenção



EBD - Lições Bíblicas Adultos: Maravilhosa Graça - o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. José Gonçalves (CPAD). Lição 8: Israel no Plano da Redenção.
Por Eliseu Antonio Gomes

No Novo Testamento, as cartas são um tipo de literatura significativa de comunicação. Foram escritas a igrejas ou indivíduos por apóstolos de Jesus Cristo. Elas contêm ensinos específicos que se aplicam a todos os cristãos em todos os lugares. Em suas transmissões de conhecimento, os escritores das cartas do Novo Testamento explicam, argumentam, ilustram, aconselham. Esclarecem cuidadosamente verdades importantes sobre a fé cristã. Quando as lemos, precisamos traçar com cuidado o fluxo do pensamento - raciocínio - de cada escritor. Quando entendemos o curso geral de pensamento, podemos interpretar com mais exatidão a definição de cada palavra, cada frase e cada conjunto de versículos.

Paulo escreveu a Carta aos Romanos e a Carta aos Gálatas, foram escritas para esclarecer mal-entendidos.

Ao escrever para os crentes em Roma, o apóstolo esclarece que Deus é soberano na história da redenção. No capítulo 9, ele faz uma apresentação doutrinária da "sorte de Israel" no plano da salvação. Traz à luz a informação que os israelitas foram escolhidos pelo Senhor para receberem o Messias, independente das obras dos patriarcas; apesar disso, Deus não queria trazer somente favores e privilégios para os judeus, mas Ele desejava, por intermédio deles, abençoar todas as famílias da terra, mas Israel não compreendeu essa verdade e nem o plano da redenção de Deus, rejeitando o Salvador. Os judeus acreditavam que por serem descentes de Abraão e ser também "o povo escolhido de Deus", não necessitavam da salvação. Eles rejeitaram o Messias, porém, Deus não os rejeitou e por sua misericórdia fez com que nós, "zambujeiros", fôssemos enxertado na oliveira (Romanos 11.17).

Aos escrever aos crentes de Roma, Paulo trata da responsabilidade humana de Israel e focaliza a sua rejeição presente, fala sobre a soberania divina para com Israel, focaliza a eleição da nação israelita como "povo escolhido de Deus". Afirma que as promessas de Deus são para os fiéis, mediante a fé nEle, e não a conformidade exterior à lei. Mostra que Deus em sua eterna soberania tinha total liberdade de rejeitar Israel, mas só o fez porque Israel rejeitou o plano divino. Destaca que é impossível escapar da culpa do pecado, então, recusar a obra expiatória de Jesus é transgressão total e indesculpável. Uma vez que os judeus rejeitaram o novo plano divino, não tinham condições de questionarem a rejeição da parte de Deus.

Paulo estava disposto a se sacrificar em favor da conversão dos judeus. "Digo a verdade em Cristo, não minto, testemunhando comigo, no Espírito Santo, a minha própria consciência: tenho grande tristeza e incessante dor no coração; porque eu mesmo desejaria ser anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos, meus compatriotas, segundo a carne" - Romanos 9.1-3.

Quando o apóstolo ressalta a dor que sente, não está utilizando um recurso de retórica, realmente sente grande tristeza e incessante dor no coração, está mesmo perturbado. Esta passagem levanta a questão se Deus é fiel às suas promessas. A dor que Paulo expressa aqui está associada à pergunta do capítulo 8.35: "quem nos separará do amor de Cristo?", e a resposta é o clímax da realidade cristã: nada é capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, o nosso Salvador. Então, entendemos que a tristeza, motivada pelo amor aos que rejeitam o plano da salvação, coexiste com a celebração e alegria no Espírito (Filipenses 2.27; 1 Tessalonicenses 4.13).

Os israelitas não mereciam a salvação, mas Deus os adotou como filhos. "São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém!" - Romanos 9.4-5.

"Exatamente quem é o Israel de Deus?": esta é uma pergunta sectária natural e comum na literatura judaica da época em que Paulo redigiu a carta aos crentes de Roma. A eleição não é questão de ascendência humana, e Deus não é inconsciente quando elege os filhos espirituais de Abraão, inclusive gentios (9.24).

Todos os que confiam no sacrifício de Cristo são descendentes de Abraão. "E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência" - Romanos 9.6-7.

Paulo apresenta sua prova de quem nem todos os israelitas fazem parte do povo de Deus. As promessas de Deus para Abraão e a sua descendência passaram pelo seu filho Isaque, e não por Ismael, isto porque Deus prometeu um filho por meio de Sara, e não por meio de Hagar.

Paulo explicita em 9.24 que desde o início a intenção de Deus era incluir os gentios no plano da salvação (Gênesis 12.3). A promessa feita para Abraão não falhou, pois a bênção oferecida por Deus não era o mero engrandecimento de Israel como uma etnia, nunca dependeu de mérito mas da graça de Deus.

A verdadeira circuncisão ocorre no interior, isto é, no coração e espírito. "Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus" -  Romanos 2.29.

Ser povo de Deus, com a incumbência de ser testemunha, não resulta meramente de qualificações externas. Brota de uma transformação interior, nascida de Deus. O testemunho cristão autêntico precisa fluir, deste relacionamento interno, nascido do Espírito e alimentado constantemente pelo Espírito (Deuteronômio 10.16; 30.6 - 8; Jeremias 4.4; 9.26; Ezequiel 44.9). Não sendo assim, a nossa prática religiosa como testemunhas será ineficaz e seremos rejeitados e condenados.

Todos os que creem em Jesus Cristo são filhos de Abraão. "Sabei, pois, que os da fé é que são filhos de Abraão. Ora, tendo a Escritura previsto que Deus justificaria pela fé os gentios, preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti, serão abençoados todos os povos" - Gálatas 3.7-8.

As promessas de Deus para Abraão são o prenúncio do Evangelho, que concerne à promessa de bênção para todos os povos da terra que creem como Abraão creu. A centralidade da crucificação de Jesus na pregação, registrada em Gálatas 3.13-14, é evidente.

Conclusão

A maldição que a Lei pronunciou sobre Jesus de uma vez por todas foi revertida pela ressurreição, que, com efeito, o estabelece como "bênção" prometida para todos os povos e dada a todos aqueles que andam no Espírito, mediante a fé.

Qualquer exegese que não contempla uma restauração em massa que acontecerá com Israel no futuro contradiz a argumentação de Paulo em Romanos 11.25-36. "Todo o Israel" citado por Paulo não se refere à nação judaica, mas a todos os judeus eleitos em Cristo. O projeto de salvação elaborado por Deus não é com a nação, mas com o Israel cristão, aos que receberam a Cristo como Salvador.

E.A.G.

Compilação
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 1134; 1150, 1151, 1212, edição 2014, Barueri / SP (SBB)
Guia Fácil para Entender a Bíblia, Larry Richards, páginas 257 e 258, edição 2013, Rio de Janeiro (Thomas Nelson Brasil).
Lições Bíblicas - Mestre. Salvação e Justificação - Os pilares da vida cristã. Eliezer Lira. Lição 8: A eleição e o futuro de Israel; página 59; 1 trimestre de 2006; ; Rio de Janeiro (CPAD)
Lições Bíblicas - Professor - Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos; José Gonçalves, 2º trimestre de 2016, página 57, Rio de Janeiro (CPAD).
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos. José Gonçalves. Página 100; 1ª edição 2016. Rio de Janeiro (CPAD). 

terça-feira, 26 de abril de 2016

A maravilhosa graça


EBD - Licões-Bíblicas - Adultos: Maravilhosa Graça, o evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos.  Autor José Gonçalves. CPAD. Lição 5: A maravilhosa graça.
Por Eliseu Antonio Gomes

A graça é maravilhosa. Todos somos pecadores por natureza, mas Jesus, que nunca pecou devido sua natureza divina, veio para nos salvar e pagou com sacrifício por nós a culpa de nossos pecados. Ele sofreu em nosso lugar, e dessa maneira reconciliou-nos ao Pai (Isaías 53.6; Mateus 20.28; Romanos 3.25).

A influência da Carta aos Romanos na vida do avivalista inglês John Wesley

O avivamento evangélico do século 18 teve na figura de John Wesley o seu mais eminente representante. Porém, nem todos estão cientes que a Carta aos Romanos foi responsável pela profunda renovação espiritual de Wesley. A renovação espiritual que moveu a Inglaterra, iniciou em 24 de maio de 1738, quando Wesley visitou uma comunidade cristã na rua Aldersgate. Naquela noite, estava sendo lido o Prefácio de Lutero referente a Epístola aos Romanos. Assim que Wesley se expressou em seu diário: "(...) enquanto ele estava descrevendo a mudança que Deus operava no coração pela fé em Cristo, senti meu coração aquecer-se estranhamente. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a minha salvação. Foi me dada a certeza de que Ele tinha levado embora os meus pecados, sim, os meus. E me salvado da lei do pecado e da morte".

A definição de "graça" na Bíblia

Romanos 5.20 b: "... onde o pecado abundou, superabundou a graça".

"Graça", no hebraico do Antigo Testamento, é “chen”. Significa curvar-se ou abaixar-se; é a aceitação e amor imerecidos da parte de um superior em valor e posição a um inferior. Atitude bondosa de Deus ou de um indivíduo em tempos de necessidade. Favor de Deus não merecido; salvação para os que merecem condenação (Romanos 3.24).

Outra palavra para "graça" encontrada no AT, mais de 250 vezes, é “hesed”. Esta palavra possui dois elementos essenciais. Primeiro: a ideia de força, lealdade, fidelidade. Segundo: a ideia de bondade, misericórdia. Ao associar estes elementos, captamos que "graça" tem a ver com "dedicação" e "verdade". É traduzida ao português como misericórdia, cujo significado é amor leal, firme e fiel, apontando ao auxílio divino.

Na definição do Novo Testamento, o termo "graça" é "charis" (grego), Significa bondade excepcional de Deus para com os seres humanos na condição de pecadores, para tornar possível o perdão e a salvação (João 1.14; Efésios 2.4-5). A palavra é usada cerca de cem vezes nas epístolas paulinas e vinte e quatro vez apenas em Romanos (1.5, 7; 3.24; 4.4, 16; 5.2, 15, 17, 18, 20, 21; 6.1, 14, 15; 11.5, 6; 12.3, 6; 15.15; 16.20, 24).

"Graça" é constantemente contrastada com a Lei, em que Deus exige justiça do homem (Tito 3.4, 5). Sob a graça, Ele concede justiça ao homem (Romanos 3.21, 22; 8,4; Filipenses 3.4). A misericórdia imerecida está sempre disponível para aqueles pecadores que creem no Evangelho e obedecem ao Senhor (Atos 11.23; 20.32; 2 Coríntios 9.14).

Os cristãos primitivos usavam essa palavra quando se reuniam e se saudavam (Romanos 1.7; 1 Coríntios 1.3; Gálatas 1.3).

O combate de Paulo ao Antinomismo

Como pode um indivíduo ser justificado e não viver justamente? Como consegue receber amor e não amar? Como é capaz de ser abençoado e não abençoar? Como alguém que recebe a graça não vive graciosamente? Paulo refuta tal ensino e comportamento reprováveis, cuja filosofia é identificada como antinomismo ("anti": contra; "nomi": lei moral).

Antinomismo, ou Antinomianismo, é a doutrina de que, pela fé e a graça de Deus anunciadas no Evangelho, os cristãos são libertados não só da lei de Moisés, mas de todo o legalismo e padrões morais de qualquer cultura. Também, é o modo antagônico de manifestação contra a lei e a legalidade, pode tornar-se patente através da rejeição anarquística da autoridade legislativa do Estado.

O Antinomismo é um dos maiores obstáculos contra o ensino do apóstolo Paulo quanto à maravilhosa graça de Deus, pois os promotores dessa ideia veem a graça mais como um motivo para se praticar o mal, do que para fazer o bem. Tal modo de pensar, trata-se de confusão no meio cristão, pois promove a extinção de quaisquer espécies de preceitos morais em forma de lei a ser seguida; traz implicações imorais às vidas das pessoas; faz com que se qualquer cristão exigir o mínimo de um comportamento moral do outro, logo seja denominado moralista, no sentido mais depreciativo do termo.

No capítulo 5.12-21, o apóstolo descreve a libertação do crente a partir da ação salvífica originada na graça de Jesus Cristo. E no capítulo 6, versículos 1 ao 23, mostra que a graça é oferecia ao cristão, porém, este cristão precisa corresponder à realidade da nova vida em Cristo. A regeneração, cuja graça de Deus manifestou-se em sua vida, deve rejeitar o pecado e produzir fruto para a santificação e para a vida eterna (versículo 22).

A analogia entre Adão e Cristo 

No capítulo 6 da carta aos crentes de Roma, o apóstolo Paulo aborda a questão da nova vida em Cristo; ensina que o crente não é mais escravo do pecado e que como nova criatura precisa viver para Deus, em obediência e santidade. Explica que o velho homem já foi crucificado com Cristo e, apesar disso, como nova criatura, o crente não alcança a perfeição, continua a ser tentado, mas desde o momento que decide viver pela fé, para Cristo, não é mais escravo do pecado, está livre pois Cristo habita nele.

Seja qual for o aprendiz consciencioso das Escrituras Sagradas, entenderá que Paulo não incentiva a vida em pecado. O apóstolo ensina sobre a universalidade dominante do pecado neste mundo, bem como o juízo e a morte; diz que ambos estão vinculados à pessoa de Adão (em quem o pecado superabundou). Paulo instrui sobre a entrada da justiça, o predomínio da graça, da justificação, retidão e da verdadeira vida, que estão ligadas a Jesus Cristo (em quem superabundou a graça).

O ser humano nascido de novo tem gerado dentro dele uma nova consciência que, mesmo quem não conheceu a Lei de Moisés, manifesta a ética e o comportamento baseado no Amor de Deus de maneira consciente e sincera (Gálatas 5.22-24). Ou seja, o Espírito Santo é quem convence este ser humano do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8-11).

Conclusão

A doutrina da maravilhosa graça de Deus nos mostra que o ser humano dominado pelo pecado só pode ser livre desse domínio pela graça divina. Pela fé, morremos para o pecado e como novas criaturas vivemos em um mundo que jaz no maligno, mas desde o momento que tomamos a decisão de viver para Cristo experimentamos a vitória da graça e seus frutos: a vida neste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tito 2.11, 12).

A graça de Deus é colossal. É santificadora. É transformadora. Libertadora. Ela é vida, pois destrói o reinado da morte; ela é eterna, pois faz o homem levantar-se da morte para a vida plena. Atua no crente possibilitando que tenha uma vida justa e piedosa diante de Deus e dos homens.

O favor imerecido de Deus, mediante o qual os homens são salvos por meio de Cristo, não concede licença para a prática do pecado. É capaz de livrar as pessoas do senhorio do mal. Quando cheio da graça de Deus, o crente evita a impiedade, as paixões mundanas e vive a vida sensata que o Evangelho recomenda.

E.A.G.

Compilações:
Belverede, Eliseu Antonio Gomes, O Evangelho da Graça, 5 de julho de 2015, http://goo.gl/4BeUus
Bíblia do Pescador, página 1207, 1ª edição 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, página 38, abril a junho de 2016, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre: Salvação e Justificação - Os pilares da vida cristã, Eliezer Lira, 1º trimestre de 2006,  página 33 a 40, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Professor - Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos; 2º trimestre de 2016, página 35, Rio de Janeiro (CPAD).

quinta-feira, 31 de março de 2016

A Epístola aos Romanos

EBD-Licoes-Biblicas-Adultos-Maravilhosa-Graca-o-evangelho-de-Jesus-Cristo-revelado-na-carta-aos-Romanos-Jose-Goncalves-CPAD-licao-1-A-Epistola-aos-Romanos
Por Eliseu Antonio Gomes

O autor da Epístola aos Romanos é o apóstolo Paulo, embora tenha sido Tércio quem a escreveu (Romanos 16.22). Foi redigida, aproximadamente, entre 57 e 58 d.C., quando se encontrava em Corinto, capital da província romana de Acaia, no território da Grécia.

A Carta aos Romanos foi destinada aos crentes judeus e gentios, que constituíam a igreja em Roma (Romanos 1.7, 15). Foi endereçada a pessoas simples, provenientes de todas as camadas da  população e sem distinção de cor ou de raça. Não foi escrita para atender interesses de teólogos, eruditos, nem tampouco a especialistas em religião. A redação foi composta com o propósito de edificar a igreja, tirar dúvidas e esclarecer questionamentos que a nova fé estava provocando. Alie-se a isso o desejo do apóstolo em contar com o apoio dos romanos no estabelecimento de uma nova base missionária. Romanos, portanto, é uma carta escrita para todos os crentes em Cristo, de todos os tempos e gerações.

A Epístola nos apresenta uma teologia profunda, prática, em linguagem acessível aos leigos e aos estudantes da Bíblia. Nela desvenda-se o plano divino da redenção do homem através da justificação e da posterior santificação. As discriminações são desfeitas, pois, tanto judeus como gentios, são alcançados pelo Evangelho da Graça de Deus.

Ao escrever a carta, Paulo se apresenta à igreja para remover  as suspeitas levantadas contra ele pelo partido judaico de Jerusalém a fim de impedi-lo de ir à Espanha. Também tinha o propósito de anunciar o plano de Deus para a salvação, expor o amor de Deus tanto aos judeus quanto aos gentios, pois, em Cristo, não há mais judeus nem grego, mas somente a pessoa renascida em Cristo (Romanos 14.1-10).

Numa sequência espetacular, o apóstolo destaca verdades incontestáveis e irremovíveis. A doutrina da salvação é apresentada em quatro itens. Os aspectos principais destacados, são: o teológico (1.18 - 5.11); o antropológico (5.12 - 8.39); o histórico (9.1 - 11.36); e o ético (12.1 - 15.33).

A chamado ministerial de Paulo. "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus" - Romanos 1.1.

O nome Paulo é uma forma latina do hebraico Saul. Ele era judeu de sangue, da tribo de Benjamim (Romanos 11.1), e natural de Tarso, na Cilícia, hoje território turco. Em Jerusalém, foi fariseu zeloso, tendo como mestre o respeitável Gamaliel (Atos 22.3; 26.4-5). Era conhecido e respeitado por seu zelo extremo da religião judaica. Por essa razão, antes de se converter ao cristianismo foi implacável perseguidor dos cristãos, promoveu perseguição sangrenta aos cristãos, levando muitos deles ao cárcere e à morte  (Atos 7.58; 8.1; 9.1; Gálatas 1.13; Filipenses 3.6; 1 Timóteo 1.13).

Paulo foi contemporâneo de Jesus em sua vida terrestre, e certamente conhecia a sua fama entre os judeus. Não é possível provar até hoje que tivesse conhecido Jesus pessoalmente. Na realidade, o conheceu verdadeiramente no caminho de Damasco, capital da Síria. O Senhor já havia ressuscitado e subido ao Pai, quando o implacável "Saulo de Tarso" preparou-se para mais uma investida cruel contra o Rei dos reis, Jesus, o Salvador. Uma transformação imediata e regeneradora aconteceu, e ele converteu-se a Cristo (Atos 9.1, 29; Gálatas 1.11; 2.1).

Paulo rogava a Deus para estar com os irmãos em Roma. "Pois Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, me é testemunha de como incessantemente faço menção de vós, pedindo sempre em minhas orações que, afinal, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião para ir ter convosco" - Romanos 1.9-10.

Se você ora continuamente por alguma inquietação, saiba que Deus segue o seu cronograma e muitas vezes responde de maneira inesperada. As formas que Ele usa para responder nossas petições frequentemente são muito diferentes do que esperamos.

Paulo orou, a fim de que pudesse visitar Roma e ensinar os cristãos que já estavam lá, porém, quando finalmente chegou àquela cidade, era um prisioneiro (Atos 28.28.16). Orou por uma viagem segura e, embora chegasse em segurança a Roma, antes foi preso, teve o rosto esbofeteado, naufragou e foi picado por uma cobra venenosa.

Paulo desejava comunicar algum dom espiritual aos irmãos em Roma. "Porque desejo muito ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual, a fim de que sejais fortalecidos; isto é, para que juntamente convosco eu seja consolado em vós pela fé mútua, vossa e minha" - Romanos 1.11-12.

A fé em Cristo proporciona um vínculo entre os irmãos, que é uma bênção e um estímulo para todos, quando os cristãos se reúnem para adorar a Deus todos dão e também recebem.

Paulo estava desejoso de visitar os cristãos em Roma e encorajá-los com sua fé e ser por eles ser encorajados. Sabia que poderia ajudá-los a entender melhor o significado do Evangelho de Jesus Cristo, por sua vez os cristãos romanos tinham condição de oferecer ao apóstolo comunhão e conforto.

Paulo já havia tentado ir até Roma, porém, foi impedido. "E não quero que ignoreis, irmãos, que muitas vezes propus visitar-vos (mas até agora tenho sido impedido), para conseguir algum fruto entre vós, como também entre os demais gentios" - Romanos 1.13.

Os gregos costumavam referir-se a todos os povos não-gregos, ou que não falassem seu idioma, como bárbaros (Atos 28.4). Ao término de sua terceira viagem missionária, Paulo já havia viajado pela Síria, Galácia, Ásia, Macedônia e Acaia. Desejava conhecer a Igreja em Roma, predominantemente gentílica, ver como viviam na fé os novos convertidos, bem como compartilhar suas experiências e motivar os mais maduros para a evangelização e o avanço missionário.

Paulo dedicou toda a sua vida a divulgar as Boas Novas. "Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. De modo que, quanto está em mim, estou pronto para anunciar o evangelho também a vós que estais em Roma" - Romanos 1.14-15.

Após encontrar Cristo na estrada de Damasco, o dever de Paulo era dedicar toda a sua vida á tarefa de divulgar as Boas Novas de salvação. Esta era a obrigação do apóstolo para com todos os povos do mundo inteiro. E ele cumpriu-a ao proclamar Cristo como Salvador às pessoas de todas a etnias, culturas, classes sócio-econômicas, a todos os povos, judeus e gentios.

Nós também temos uma obrigação para com Cristo, porque Ele assumiu o castigo que merecíamos por nossos pecados. Não podemos retribuir tudo o que Jesus fez por nós, mas podemos demonstrar nossa gratidão com nosso amor pelos semelhantes, apresentando a eles o plano divino da salvação, usando os talentos e dons que o Senhor nos deu (2 Timóteo 1.6-10).

Paulo pregou que o justo deve viver pela fé. "Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá da fé" - Romanos 1.17.

Quando Jesus triunfou sobre a morte, Ele eliminou as acusações que nos eram contrárias e abriu-nos o caminho para o Pai (Colossenses 2.12-15). Em sua misericórdia, nos concede a fé. Devemos aceitar a bondosa oferta de Deus com ações de graça e permitir que Ele plante a semente da fé dentro de nós.

Assim como o povo do Antigo Testamento não conseguiu chegar a Deus por meio de sacrifícios, nós jamais conseguiremos agradar a Deus através de uma fé humana, desenvolvida através nossos esforços pessoais. Pois, diante do Senhor, "todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam" (Isaías 64.4).

A justiça que tem origem na fé em Deus nada tem a ver com fazer boas obras,  embora isso seja uma consequência do ato de ser justo. Jesus apontou Deus como sendo o único que verdadeiramente é bom. "Bom" é um sinônimo de justo; portanto, segue-se que ser justo é o mesmo que imitar a Deus. Todo pecado está arraigado na descrença. E toda a justiça está ligada à fé em Cristo. Creia em todas as promessas de Deus, e Ele imputará a sua fé como justiça.

Conclusão

No texto de Romanos 1.17, observamos que Paulo mencionou Habacuque 2.4. O apóstolo amplia o sentido que o profeta apresentou, ao apontar à vida eterna. Somos salvos á medida que confiarmos em Deus; só nEle encontramos vida agora e no porvir.

E.A.G.

Fortalecei-vos no Senhor, agora! - Preletor Valdeci Bezerra

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, páginas 1551, 1552, edição 2004, Rio de Janeiro (CPAD). 
Bíblia de Estudo Devocional- Max Lucado, página 1401, edição 2005, Rio de Janeiro (CPAD).
Carta aos Romanos, Elienai Cabral; páginas 9, 12, 13, 17; edição 1986, Rio de Janeiro (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, abril - junho de 2016, página 36, Rio de Janeiro (CPAD)
Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na Carta aos Romanos, José Gonçalves, página 7, 1ª edição 2016, Rio de Janeiro (CPAD).

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A metonímia no capítulo 14 da carta do apóstolo Paulo aos crentes romanos


Magno Paganelli

O Capítulo 14 da carta aos Romanos é uma verdadeira aula de convivência amistosa entre pessoas que pensam e que são diferentes, sobretudo em um ambiente com tamanha diversidade social, econômica, cultural e espiritual, como a Igreja. Na leitura que fiz hoje dos quatro últimos capítulos da carta, destaco o versículo 14, que diz:
"Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro".
Tais palavras apontam na direção de uma atitude tolerante, respeitosa com as diferenças, ao mesmo tempo que estimulam o crescimento contínuo. Paulo usou o exemplo da privação de determinados alimentos, tomando a parte (o alimento) pelo todo (as demais proibições religiosas). Uma metonímia. 

Ao fazer isso, eliminou o achatamento das diferenças entre pessoas da fé, permitindo que cada um desenvolva a sua própria relação pessoal com o Senhor, ao mesmo tempo que provoca o respeito entre as pessoas e suas diferenças. Desse modo, ficam de fora todas as tentativas de uniformização da fé e do comportamento humano, tão perniciosas, e que a meu ver são contrárias ao espírito de liberdade que devemos ter em Cristo.

__________

Paganelli é Pastor, escreve há mais de 20 anos e já tem cerca de 30 livros publicados. É Professor de disciplinas do Novo Testamento no Instituto Bíblico das Assembleias de Deus (IBAD) e Professor no Seminário Teológico Evangélico Betel Brasileiro, em São Paulo. Doutorando em História Social na Universidade de São Paulo.

Paganelli compartilhou o conteúdo, aqui exposto, em seu perfil no Facebook, dia 15 de janeiro de 2016, https: // www . facebook. com/profile.php?id=580141593

E.A.G.

domingo, 28 de junho de 2015

Dom precioso é a alegria de Deus!


por Dr. M. Peschutter
Nossa alegria humana não é constante; ela está sujeita a variações e ao desgaste da rotina. Ela é sufocada pelos acontecimentos e depende das circunstâncias. 

A alegria de Deus – a alegria que vem de Deus e está estabelecida nEle, a alegria no Senhor, é bem diferente. É uma alegria que tem a Jesus Cristo no centro e não a nós mesmos. A alegria em Deus é muito diferente porque é de outra natureza, porque tem outra base e outra origem. 

A alegria de Deus vem da eternidade, por isso dura para sempre e tem valor eterno. Ela não se desgasta. 

É uma alegria que mesmo em meio às provações, ao sofrimento e até diante da morte dá toda a glória a Deus e louva o Seu nome. É uma alegria entre lágrimas, muitas vezes bastante amargas (veja 2 Co 6.10; Cl 1.24). Por essa razão, “o mundo” não entende e nem pode entender essa alegria! 

A alegria em Deus não é segundo a natureza humana nem produz reações tipicamente humanas. Ela é divina e, assim, sobrenatural.

Essa alegria soberana só é encontrada em Deus, que a presenteia aos Seus como um dom precioso. A alegria de Deus tem dimensões, qualidades e quantidades que nos são desconhecidas. Ela repousa em si mesma e permanece imutável porque o próprio Deus é imutável, pois Ele é o Ser Eterno.

Quando as Sagradas Escrituras nos conclamam: “Alegrai-vos sempre no Senhor”, é um Pai amoroso que pede a nós, Seus filhos, que confiemos e creiamos nEle, pois Ele criou algo que supera as nossas mais fantásticas expectativas. [...]




segunda-feira, 4 de março de 2013

Morrer para o pecado

http://co.livingston.mi.us/planning/parks/lutz/images/Big%20tree%20southeast%20of%20the%20pond.JPG

Por Watchman Nee


"Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído"- Romanos 6.6.

Durante anos, após a minha conversão, eu fui ensinado a "considerar-me" morto. Mas quanto mais eu me considerava morto para o pecado, mais vivo para o pecado era evidente que eu estava! Simplesmente não conseguia crer que estivesse morrido para o pecado, e não via maneira de produzir a morte.

Sempre que eu procurava ajuda de outros, eles me mandavam ler Romanos 6.11 e quanto mais eu lia e tentava considerar-me morto, mais longe eu me encontrava: não conseguia alcançar essa experiência. Em meu desespero, disse ao Senhor: "Se eu não posso compreender isto, que é tão fundamental, não pregarei mais. Preciso ser inteiramente esclarecido neste ponto".

Durante meses eu busquei e orei, às vezes com jejuns, mas nada aconteceu. Então, numa certa manhã, e foi uma manhã que jamais esquecerei, enquanto eu sentava com a Palavra aberta, e quando disse novamente: "Senhor, abre meus olhos", num  relâmpago vi minha união com Cristo. Vi que eu estava nEle, e que, quando Ele morreu, eu morri. Nosso velho homem foi crucificado com Ele.

Ó, foi tão real para mim! Fui tomado por tal alegria que desejava sair pelas ruas de Shanghai, gritando as notícias de minha grande descoberta.

E.A.G.

Fonte: Uma Mesa no Deserto - Meditações Diárias; 1983; São José dos Campos/SP; CLC Editora.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Romanos 12.1-2: A percepção espiritual do cristão


"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" - Romanos 12.1-2.

Quando o cristão alcança o patamar espiritual, ele não vê o próximo como pessoas desinteressantes, reconhece que todos os seres humanos são a imagem e semelhança do Criador. Ele evita menosprezar o próximo, não desfaz o trabalho alheio por mero partidarismo ou outra espécie de motivação carnal.

A mente do cristão precisa ir mais além do que a esfera física. Não basta apenas conseguir escutar e ver quem fala, não basta usar os cinco sentidos naturais. É preciso experienciar o limite da fé, ela proporciona ao cristão o poder da visão espiritual e degustação do conteúdo bíblico.

A pregação do Evangelho é mais importante do que o pregador evangélico. Portanto, ao ir ao culto, quem possui espiritualidade não se contenta em assistir o que lá transcorre. Participa também. Não se contenta em ver outros orarem, ora junto. Não se satisfaz em ouvir outros cantarem, louva a Deus junto com todos os adoradores.

Está totalmente equivocado quem pensa que os cristãos protestantes são seguidores de Martinho Lutero. No Brasil, a denonimação evangélica que mais se aproxima das doutrinas de Lutero é a Igreja Luterana - denominação pomposa e pequena em número de membros, embora tradicionalíssima e respeitada pelos protestantes de nosso país.

Nós, evangélicos brasileiros, estamos mais próximos das doutrinas de João Calvino ou Jacó Armínio do que de Lutero. Sim, concordamos com as teses luteranas, mas só porque elas possuem bases bíblicas. Na verdade seguimos as diretrizes das Escrituras Sagradas observando o conteúdo do Novo Testamento. Se as teses de Lutero não estivessem perfeitamente em paralelo com a Bíblia, refutaríamos todas elas.

Se alguém quiser perguntar aos evangélicos quem são Calvino e Armínio, a maior parte deles responderá que não sabe quem são. A massa de protestantes brasileiros vive a teologia calvinista ou arminiana, sem no entanto saber quem foram os teólogos que as propagaram no passado. Tal conhecimento (de Calvino e Armínio) é parte das pautas dos seminários teológicos, nos cultos usa-se estritamente o conteúto da Bíblia Sagrada, recebida como regra de fé e conduta.

Nós evangélicos não esperamos encíclicas pastorais, como os católicos esperam os escritos de papas. Cremos no contato direto com Deus. Oramos, abrimos a Bíblia Sagrada, e temos a experiência com o Espírito Santo, que fala conosco sem intermediários humanos.

Esta consciência é a prática do culto racional.

E.A.G..
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

O plano divino da graça revelado na Carta de Paulo aos Romanos

Imagem: E.A.G.


Romanos 3.10-11 - “Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer, não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus”.
Romanos 3.23 - “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”.
Romanos 5.8 - “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”.
Romanos 5.12 - “Portanto, da mesma forma como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram”.
Romanos 6.23 - “Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Romanos 10.9 - Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”.
Romanos 10.13 - "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo".
Textos bíblicos extraídos da tradução Nova Versão Internacional.