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segunda-feira, 4 de julho de 2022

Grande incêndio no templo da Assembleia de Deus em Oklahoma [EUA]


Um incêndio destruiu o templo da primeira igreja Assembleia de Deus na cidade de McAlester, Oklahoma, Estados Unidos. "Restaram apenas tijolos enegrecidos", escreveu Dan Van Veen em seu artigo, postado no site oficial da Assembly of God [AG].

domingo, 12 de junho de 2022

Belverede - 15 anos de atividades na plataforma Blogger


Era 7 de fevereiro de 1958 quando Dwiggth D. Eisenhower, então presidente dos Estados Unidos, criou a Agência de Pesquisa para Projetos Avançados de Defesa [Defense Advanced Research Projects Agency - DARPA]. Durante o período da Guerra Fria, em colaboração com universidades, industrias e órgãos governamentais, esta agência trabalhou em projetos de pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de expandir as fronteiras da tecnologia e da ciência. O contexto desta história percorreu os idos anos de 1941 a 1991, quando Estados Unidos e União Soviética buscavam se sobressaírem em poder e liderança com suas ideologias capitalista e socialista. Com o propósito de facilitar a troca de informações e facilitar as estratégias de guerra, veio a existir um sistema de compartilhamento de informações entre pessoas distantes geograficamente. A primeira conexão oficial aconteceu em 29 de outubro de 1969, quando o primeiro e-mail foi enviado pela Universidade da Califórnia ao Instituto de Pesquisa de Stanford.

quarta-feira, 1 de junho de 2022

As últimas palavras de gente famosa

Lápides no cemitério memorial nacional militar americano nos EUA.


"Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu aguilhão?" O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" -  1 Coríntios 15.55-57.

sábado, 21 de maio de 2022

A história do hino Mais Perto Quero Estar

Sarah Fuller Flowers Adams: a história do hino "Mais Perto Quero Estar, Meu Deus de Ti" - Harpa Cristã nº 183

Diversas mulheres, consagradas a Deus e ao trabalho ministerial do louvor, entraram para a história da Igreja ao usarem seus talentos poéticos, então, hoje,  temos muitos hinos escritos por elas. Um dos mais conhecidos foi escrito por Sarah Fuller Flowers Adams, conhecido no Brasil pelo título "Mais perto quero estar, meu Deus de Ti". 

Sarah nasceu em 22 de fevereiro de 1805 na Inglaterra, em Old Harlow, Essex. Em determinado momento de consagração, ficou muito tocada com a história relatada no texto capitulado em Gênesis 28.10-17, sentiu-se inspirada e resolveu escrever uma poesia a respeito, que na atualidade é de conhecimento universal. Quando entoamos este hino que incorpora seus versos, são poucos que sabem que foram escritos tendo em mente a visão de Jacó em Betel, a escada que alcançava o céu, e os anjos que desciam e subiam por ela.

A História do hino Ver-nos-emos, nº 200 na Harpa Cristã

Harpa Cristã: Mais Perto quero estar, meu Deus de Ti - nº 187

O pai de Sarah Flower, homem praticante da Palavra de Deus, pertencia a uma família de banqueiros, mas dedicou-se como editor de um jornal semanal em Cambridge. Sarah era caçula, ficou órfã de mãe aos cinco anos de idade e cresceu sob os cuidados paternos e da irmã mais velha, Eliza Flower, que também notabilizou-se como compositora. A jovem Sarah chamava atenção pelo talento em literatura, muitos textos de sua autoria foram publicados no periódico do pai. 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A motivação de pessoas envolvidas no cristianismo

Quando Jesus iniciou o período em que se dedicou integralmente a sua missão, Ele não precisou anunciar a realização de um grande evento, pois sabia onde estavam as pessoas que precisavam de ajuda. Apesar disso a notícia se espalhou e muitos eram levados até Ele. Possivelmente a motivação dessas pessoas fosse apenas buscar a cura ou a solução de seus problemas. 

Na atualidade muitas pessoas fazem o mesmo. Encontram-se mais interessadas nisso do que na vida nova que Ele oferece? 

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

O catolicismo de Bolsonaro e seus eleitores evangélicos

Talvez não seja preciso lembrar que em 1980 o dia 12 de outubro, por força da lei número 6.802, sancionada por João Batista Figueiredo, então presidente da república, foi transformado como um feriado nacional em que se celebra a figura católica Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil. A medida foi tomada pelo fato do pontífice João Paulo II ter visitado o nosso país naquele ano. Consequentemente, o dia 12 de outubro nunca mais foi apenas o Dia das Crianças, conforme oficializado em 1924 por outro presidente, chamado Arthur Bernardes. 

Sobre a religião do atual presidente Jair Messias Bolsonaro e os

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Pastor Pepe Dantas venceu a covid-19


Por Pepe Dantas

Os momentos que passei por causa do covid 19 foram terríveis.

Por quase sessenta dias permaneci internado. Durante a internação perdi vinte quilos ou mais, estive por vinte dias entubado. Minha cabeça, meu rosto e peito ficaram como que queimados.

Duas bactérias no sangue, uma bactéria no coração. O rim foi atingido; 58% dos pulmões foram afetados.

Perdi completamente a memória.

A perna direita e as mãos ficaram dormentes, perdi a capacidade de andar. Apareceram muitas feridas nos braços, que fizeram pequenos furos em consequência da infecção bacteriana apareceram buracos nos braços.

Fui ao abismo e vi coisas. Mas superei o covid-19.

Em casa, sofri com uma anemia profunda e com a diabetes. Orei durante um mês às cinco horas. A diabetes sumiu do meu organismo. Deus é poderoso! Quando existe um propósito na vida da pessoa, ele não morre antes que o objetivo se cumpra. Tenho muitas outras coisas para testemunhar sobre o poder de Deus na minha vida, porém, neste momento apresento apenas este resumo da minha superação desta experiência difícil.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

EBD Lição 2: O propósito dos dons espirituais



Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O Espírito não é uma coisa,  não é um ser neutro ou impessoal. Ele é o Espírito Santo (Lucas 11.13), o Espírito Santo da promessa (Efésios 1.13); Espírito de santidade, de vida  e de  julgamento (Romanos 1.4 e 8.4; Isaías 4.4); é o Espírito da verdade, de sabedoria e entendimento (João 14.17; Isaías 11.2); Espírito de conselho, poder, do conhecimento e do temor do Senhor (Isaías 11.2).

O Espírito é Deus. Possui os quatro atributos divinos: onisciência, onipresença, onipotência e eternidade (1 Coríntios 2.10-11; Salmos 139.7-10; Lucas 1.35; Hebreus 9.14). Ele é uma das três pessoas da Trindade e atua com personalidade destacada. Possui conhecimento (1 Coríntios 2.10-11), vontade (1 Coríntios 12.11), sentimento ou emoção (Romanos 15.30). Age examinando, falando, ensinando, testificando, guiando, comandando os cristãos (1 Coríntios 2.10; Apocalipse 2.7; João 14.26; 15.26; Romanos 8.24). É o Espírito da graça, da súplica e da glória (Zacarias 12.18; Hebreus 10.29, 1 Pedro 4.14). É transmissor de vida e autor de profecia (Gênesis 2.7; João 6.63; 2 Pedro 1.21). Ele é o Espírito eterno, o Consolador, é Deus em nós, a esperança da glória (Hebreus 9.14; João 14.26; Colossenses 1.27).

É importante não haver confusão de ideias sobre quem é o Espírito Santo e qual é a finalidade do batismo com o Espírito Santo. É preciso conhecer sua natureza divina, saber a forma de receber o batismo, ter o consciência plena sobre finalidade ou propósito de ser um cristão batizado. Na igreja em que há crentes batizados com o Espírito Santo, uns falam em línguas, outros profetizam; outros interpretam; outros manifestam dons de curas e milagres; outros possuem conhecimento espiritual. Deve ser assim os cultos pentecostais, pois os dons espirituais são meios pelos quais podemos conhecer melhor nosso Pai e servi-lo com mais eficácia. 

I - OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE

1. A igreja coríntia.

"Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus" -  1 Pedro 4.10. Nesta passagem bíblica, o apóstolo anima os destinatários de sua primeira carta quanto à iminente volta do Senhor Jesus. Adverte-os escrevendo que todo crente deve se comportar como bom despenseiro da multiforme graça de Deus. 

Multiforme significa de muitos estilos, estados, formas e jeitos. A Igreja do Senhor, através de cada cristão portador de dom espiritual, expressa-se eficazmente com muitas maneiras e estados distintos a graça de Deus. Há muitos estilos de pregar e ensinar, muitos procedimentos para operação de curas, muitos modos de apresentar o dom de profecia. Pela multiformidade de instrumentalização de seus servos, a misericórdia do Senhor alcança a todos que o buscam com humildade e fé.

Os membros da igreja em Corinto, na Grécia, não eram unidos ao se reunirem para receber o ensino das Escrituras Sagradas. Eles se separavam tendo como motivação o gosto quanto ao estilo dos pregadores (1 Coríntios 1.12). Uma turma de crentes gostava da maneira como Paulo fazia exposição da Palavra, a segunda turma tinha preferência pelo estilo da pregação de Pedro, o terceiro grupo mostrava favoritismo pelo modo como Apolo expunha seus sermões, e o quarto grupo se satisfazia com pregadores que imitavam a gesticulação corporal e entonação de voz com que Jesus Cristo era acostumado a apresentar a Palavra de Deus antes de subir ao céu.

A firmeza da Igreja se deve ao fato de não ser uma organização humana, porém um organismo espiritual. Sua fortaleza é assegurada através de provisões do Espírito. As manifestações do poder do Espírito são imprescindíveis ao êxito e  autenticação da missão da Igreja. 

Os dons de Deus fazem parte dos "mistérios de Deus". Todos os crentes devem ser vistos pelos homens como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus (1 Coríntios 4.1). Deus quis fazer conhecer quais são os mistérios e as riquezas da glória entre os gentios, que é Cristo, esperança da glória (Romanos 11.13; Colossenses 1.26-27). E assim, esse mistério foi revelado através da Igreja, agora a multiforme sabedoria de Deus é conhecida dos principados e potestades (Efésios 3.10).

2. Uma igreja de muitos dons. 

1 Pedro 4.10 nos informa que é preciso administrar os dons espirituais como "bons despenseiros" (ARC), "encarregados" (NAA). No texto grego o termo em que é feita a tradução ao português, o vocábulo original, equivalente à mordomo, é "oikonomos". Essa palavra está associada à "oiko (casa) e "nemo", que significa "dispor," arrumar", "ajeitar". Generalizadamente, "oikonomos" descreve o administrador de uma propriedade ou família. um mordomo fiel. Em 1 Coríntios 4.1 e Tito 1.7, esta palavra refere-se aos ministros cristãos, mas em 1 Pedro 4.10 remete aos crentes em geral, concernente ao uso de dons que o Senhor confiou a eles com a finalidade de estimular a vida cristã de seus irmãos.

O Novo Testamento inclui três catálogos para apresentar os dons que o Espírito Santo concede aos cristãos. Para uma boa hermenêutica, considere que  Efésios 4 fornece as categorias de funções eclesiásticas, enquanto Romanos 12 e 1 Coríntios 12 e  listam dons espirituais.
• Efésios 4.11: "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres". 
• Romanos 12.6-8"Temos, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se é profecia, seja segundo a proporção da fé; se é ministério, dediquemo-nos ao ministério; o que ensina dedique-se ao ensino; o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com generosidade; o que preside, com zelo; quem exerce misericórdia, com alegria. Romanos 12.6-8.

• 1 Coríntios 12.7-10: "A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando um fim proveitoso. Porque a um é dada, mediante o Espírito, a palavra da sabedoria; a outro, segundo o mesmo Espírito, a palavra do conhecimento. A um é dada, no mesmo Espírito, a ; a outro, no mesmo Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos. A um é dada a variedade de línguas e a outro, capacidade para interpretá-las."
Jesus operou seus milagres por meio do Espírito. Pelo poder do Espírito, foi ressuscitado dos mortos. Através do Espírito, após sua ressurreição, deu mandamentos a seus apóstolos. E desde então o Espírito atua entre os crentes em Cristo, começou entre  apóstolos e profetas, dando-lhes dons especiais para propósitos específicos (Mateus 12.28; Romanos 8:11; Atos 1.2; 1 Coríntios 12.4, 8-11, 28, 29). 

Agora o Espírito dá testemunho de Jesus em nossa contemporaneidade. Ele nos envia para vocações definidas (João 15.26, 27; Atos 13.2-4). Os dons espirituais  é uma das maneiras mais significativas pelas quais o Espírito Santo afeta a vida dos cristãos. Os dons são para a igreja o que os órgãos e partes do corpo são para o corpo humano. O estudo desses dons é o estudo da anatomia da Igreja, o corpo de Cristo.

3. Dom não é sinal de superioridade espiritual.

A experiência da vida cristã indica que grande parte das pessoas, nas igrejas pentecostais, não sabe lidar muito bem com os recursos espirituais que Deus coloca à disposição dos crentes. A começar pelo batismo com o Espírito Santo, há uma confusão sobre sua finalidade e propósito.

O dom de profecia não existe com a finalidade de transformar o seu portador em pessoa em grau de autoridade maior que os demais irmãos, não faz daquele ou daquela alguém habilitado espiritualmente  para dirigir a vida do pastor e de outros membros da igreja. O dom de profecia existe para trazer mensagens, aos que cultuam a Deus, objetivando a renovação de ânimo, o conforto e o fortalecimento espirituais. O indivíduo que profetiza é usado pelo Espírito no seguinte parâmetro: exortação, consolação e edificação (1 Coríntios 14.3-4). 

Possuir dons espirituais não é motivo para considerar-se superior aos outros, pois não é selo de espiritualidade. É possível medir o grau de espiritualidade do cristão? Sim. Medimos o grau de entrega de nossos vidas ao Espírito através da manifestação ou ausência das características do fruto espiritual em nossas conversas e atitudes. 

Observemos o tipo de vocabulário e a espécie de ação, façamos um paralelo com as nove características do fruto espiritual: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito" (Gálatas 5:22-25).

II - EDIFICANDO A SI MESMO E AOS OUTROS

1. Edificando a si mesmo.

Quando o crente fala em línguas, sem que haja interpretação, não edifica a igreja, porque não há quem o entenda. Paulo escreveu que o cristão que fala em língua estranha edifica apenas a si mesmo (1 Coríntios 14.4). 

Consideremos que não é possível haver igreja edificada se não houver crente espiritualmente estruturado, e que cada crente precisa ser espiritualmente edificado para que a coletividade também se estruture. É necessário empreender ensino sobre essa situação. O crente que eleva sua voz em língua ininteligível durante o culto, precisa compreender que tal atitude não é conveniente. É preciso fazê-lo compreender sobre a importância do hábito de ser buscar ao Senhor em local apropriado, a reservar lugar e tempo para momentos devocionais.   

Geralmente, o cristão sincero e novo na fé sente alguma dose de insegurança quando fala sobre a maneira como o Espírito entrega os dons espirituais. Inclusive, parece não existir entre os teólogos uma definição padronizada sobre o meio no qual o Senhor revela haver confiado o uso de seus dons aos crentes. Alguns afirmam que o Espírito comunica-se especificamente sobre a entrega de dons para cada servo que o recebe, enquanto outros preconizam que apenas basta ao cristão prestar atenção à rotina ministerial em que está inserido, observando oportunidades de serviço, examinando habilidades adquiridas, mensurando graus de interesse e satisfação ao desempenhar a Obra do Senhor.  

Quando pela fé nos entregamos ao Espírito para ser instrumentalizados, somos capacitados para o propósito de execução do plano de Deus em nossa vida e nas vidas de muitas outras pessoas. O Espírito atribui tarefas de maneira compatível com os dons que seus servos possuem. A pessoa que é eficaz no ensino infantil, está dotada com o dom de ensinar a petizada com a facilidade necessária. Aquele que é convidado constantemente às palestras com temáticas de difíceis abordagens, detém o dom da exortação, ou encorajamento; o indivíduo que demonstra desenvoltura ao relacionamento interpessoal e ao aconselhamento bíblico, tem chamada para pastorear as ovelhas de Cristo.

2. Edificando outros.

Podemos considerar que, se o batismo com o Espírito Santo e o uso dos dons espirituais não forem bem compreendidos, certamente haverá a manifestação estranha de comportamentos inadequados de espiritualidade. 

A igreja de Corinto, possuía todos os dons espirituais (1 Coríntios 1.7), porém, Paulo fez uma referência indesejável aos irmãos que nela congregaram. Entre eles havia inveja, contenda, dissensões, demonstrando assim que eles não eram espirituais quanto pareciam ser. Apesar do fato de terem tantos dons,  no resultado de sua avaliação, o apóstolo declarou que eles eram crentes "carnais" e ainda "meninos em Cristo" (1 Coríntios 3.1,3,4; 14.20).

Crentes invejosos, criadores de contendas e dissensões entre irmãos não entendem o propósito dos dons espirituais para a igreja. A Bíblia diz em 1 Coríntios 13.1-3: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, isso de nada me adiantará". 

3. Edificando até o não crente. 

Por meio do Espírito, Deus habita no coração do crente. Deus se relaciona com o mundo perdido através da vida cristão, provê ao crente fortalecimento e meios para que cumpra a missão de levar o Evangelho de Cristo ao mundo, abrir os olhos das almas que caminham à perdição eterna e edificar os novos convertidos através do ensino bíblico. É o Espírito que equipa o cristão com as armas espirituais para que vença as lutas contra satanás (Mateus 28.18-20; Efésios 6.10-17; 1 João 4.4). 

III - EDIFICAR TODO O CORPO DE CRISTO

1. Os dons na igreja.

Algumas pessoas perguntam sobre a relação entre dons naturais e  espirituais. Os dons naturais são dados por Deus, mas nem todos são usados ​​no serviço de Cristo. Três exemplos de dons naturais: o talento para compor, cantar música e tocar instrumentos musicais. Quando a pessoa está em Cristo, os dons naturais são santificados pelo cristão que os tem e usados com satisfação para glorificar ​a Deus. 

Sobre os dons espirituais, habilidades que o Espírito Santo dá a cada crente para equipá-los para seu ministério específico na igreja. Cristo credenciou-se após sua ressurreição, diante de Deus, dos anjos e dos poderes do mal para conceder "dons aos homens", repartindo-os como particularmente a cada um como quer (Efésios 4.8, 12.11).

A concessão de dons foi realizada com o objetivo  de capacitar os servos do Senhor. Os dons estão colocados à disposição dos salvos para que através do mesmos o Senhor realize seus propósitos especiais (1 Coríntios 12.11). Dessa forma, Paulo registra que há nove tipos de dons. Numa igreja bem edificada, há a palavra da sabedoria, ciência de Deus, existe a fé; há os dons de curar; há operação de maravilhas; há profecias autênticas; há o dom de discernir espíritos; há línguas e interpretação de línguas.

A presença de dons diferenciam a atuação da Igreja de qualquer outra entidade ou organização. Foram e ainda são parte da vida da Igreja de Jesus, para o cumprimento de sua gloriosa missão. As operações de dons espirituais produzem a condição para a proclamação do Evangelho de Cristo a todos os lugares, contribuem para fortalecer e destacar a Igreja de Cristo de movimentos religiosos heréticos (Atos 1.8). Através da operação sobrenatural a Igreja tem o único recurso que lhe oferece condições de suplantar o império do mal. 
 
2. Os sábios arquitetos do Corpo de Cristo.

Stanley Horton, no livro I e II Coríntios - os problemas da igreja e suas soluções (páginas 112) afirma que o Espírito Santo quer honrar Jesus, não só chamando-o de Senhor, mas distribuindo uma diversidade de dons livremente. 

Deus capacitou a igreja  com características  e recursos que transcendem à esfera humana, pois  deseja que sua multiforme sabedoria seja conhecida dos principados e potestades nos céus (Efésios 3.10). Além da propagação da mensagem da salvação, fazer conhecida a multiforme sabedoria divina é uma das missões mais importantes da igreja. Através da profundidade das riquezas espirituais, tanto da sabedoria como da ciência de Deus, o Senhor proporciona à igreja o acesso aos recursos espirituais para que o crente demonstre o seu poder no meio dos homens através dos dons espirituais. 

Se não fosse os dons espirituais, a igreja seria apenas uma instituição meramente humana. Os dons espirituais são indispensáveis à unidade e à ação da Igreja (1 Coríntios 12.4-6). Deus quis que houvesse uma diversidade de dons espirituais, porque a mente humana jamais entenderia a grandeza e a profundidade do saber divino. Os recursos existentes na multiforme sabedoria de Deus são demonstrados através da variedade de dons. Então, de modo equilibrado, os crentes são capazes de  compreender e atuar na dimensão espiritual, glorificam ao Senhor neste mundo.

3. Despenseiros dos dons.

Os dons de Deus devem ser exercidos com sobriedade e vigilância (1 Pedro 4.7 e 5.8; Mateus 26.41), cultivados com a prática do amor a Deus e ao próximo (João 13.34-35), vividos sem que se faça acepção de pessoas (Tiago 2.9). O que administra o rebanho de Deus deve ser hospitaleiro, retirar da "despensa" de Deus o melhor alimento e vigiar pela própria vida e a vida do próximo (1 Pedro 4.9; Hebreus 13.2).

Para pôr em movimento a atividade do dom espiritual no serviço cristão, é necessário haver dedicação motivada pelo amor. Só assim é imprimido no resultado final a alegria do Senhor, que gera força para seguir adiante na caminhada de fé.

CONCLUSÃO

O Senhor dá sua maior alegria àqueles que ajudam a cumprir sua Grande Comissão. Ao encontrar e usar seus dons espirituais, você encontrará a paixão, o propósito e a paz de Deus.

É importantíssimo que os líderes de igrejas promovam o ensino bíblico quanto à origem, sobre a natureza e o propósito dos dons espirituais. Ao compreender a essência e o objetivo dos dons. Sendo conhecedores de tamanha bênção, os crentes glorificam a Deus na igreja, edificam-se uns aos outros, promovem o bem à coletividade dos salvos (Efésios 4.10-14, 16; 1 Coríntios 12.7). 

E.A.G.

Compilação:
Bíblia do Pregador Pentecostal, página 1920, edição 2006, Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bíblia Plenitude, página 1313, edição 2001, Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Bibleinfo - https://www.bibleinfo.com/sv/topics/andliga-gavor [acesso à página em 08/04/2021]
Denison Forum - www.denisonforum.org/resources/who-is-the-holy-spirit/ [acesso: 08/04/2021] 
Ensinador Cristão. Ano 22, nº 85, abril a junho de 2021. Páginas 25-26. Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Bangu - RJ (CPAD). 
Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário, 2ª edição 2021, Elinaldo Renovato, páginas 22-25, 28-29. Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Bangu - RJ (CPAD). 

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Missionario Eurico Bergstén e família no Brasil


Nome completo: Lars Eric Bergstén. Conhecido pelos brasileiros como missionário Eurico Bergstén. Nasceu em Helsinque, capítal da Finlândia, em 13 de agosto de 1913, faleceu na capital de São Paulo / Brasil, em 6 de março de 1999. Cresceu em lar evangélico. Casou-se em 2 de dezembro de 1936 com Ester Lindfors, que passaria a ser chamada Esther Margareta Bergstén, e com ela teve Nils Göran, Ulla, Gitta, Else e Ruy Bergstén, que trabalhou como gerente de produção da Casa Publicadora das Assembleias de Deus. 

Veio ao Brasil em 2 de setembro de 1948. Esteve 7 meses no Rio de Janeiro e 7 meses em Belo Horizonte, quando mudou-se para a Bahia em 29 de novembro de 1949. Fixou-se em Salvador até o ano de 1956. Deixou as atividades no município soteropolitano com destino a Recife (PE), onde permaneceu até 1960. Atendendo convite do Pastor Cícero Canuto de Lima, transferiu-se para São Paulo, ficando na capital paulista até 1967, seguindo ao Rio de Janeiro. 

As características do missionário Eurico Bergstén que mais se destacaram foi sua humildade, sinceridade, vida de oração, paixão pelas almas e pela Palavra de Deus, além de sua resignação e sensibilidade à voz divina. Algumas experiências e curiosidades em sua vida denotam o quanto vivia pela fé. 

"O Senhor disse-me"

Ao escrever os comentários para revistas de Escola Dominical, Bergstén costumava encher o cesto de lixo várias vezes com seus rascunhos, porque preocupava-se muito com a qualidade do que estava escrevendo para o povo de Deus. Ao término. afirmava que tudo o que ficara no cesto de lixo era proveniente dele, ser humano falho, e o que ficara à revista, o que estava bem feito e seria publicado, não era dele, mas de Deus, porque "o que é bom é de Deus", costumava lembrar. 

Quanto aos sermões, irmão Eurico não era de repetir mensagens. Mesmo se fosse pregar em uma igreja humilde no sertão do nordeste, em um lugar distante e simples, não repetia uma mensagem. Ele lembrava que não devemos entregar "pão dormido", "maná velho", ao povo. Também considerava que fazer esboços bíblicos de todas as mensagens que iria pregar, todas obtidas depois de orar a Deus perguntando o que deveria falar na ocasião. Por isso, muitas vezes, no meio da pregação, ratificava: "O Senhor disse...", porque o que entregava era o que o Senhor realmente lhe tinha dado para aquele momento. 

Ao vir com a sua família de Recife para São Paulo em 1961, ficou morando na antiga igreja do Belém (SP), enquanto procurava casa para alugar, mas sem sucesso. Porém, certo dia, em oração, Deus lhe disse: "Não quero que procure casa para alugar, mas para comprar". Surpreso e sem saber como poderia comprar uma casa se mal podia morar de aluguel, perguntou a Deus: "Como, Senhor?" Deus então deu o nome de um irmão a quem deveria pedir determinada quantia em dinheiro para ser paga posteriormente em data a ser acertada. Ao falar com o irmão, foi atendido prontamente e o irmão ainda disse que não se preocupasse em pagar logo. Mesmo assim, mais à frente, Deus abençoou-o e pôde liquidar o compromisso. 

Detalhes

O irmão Eurico costumava ser atendido por Deus até nas coisas mínimas. Certo dia, numa ida à cidade, perdeu sua agenda. Sem saber onde poderia tê-la deixado, fez uma breve oração e Deus falou ao seu coração: "No banco. A moça do caixa tal está com a sua agenda". Então se dirigiu ao local e à moça indicada por Deus. A agenda realmente estava lá e a moça prontamente devolveu-a. 

Antes de dormir, costumava orar de joelhos por duas Horas. Orava todos os dias pela manhã a partir das 4 da madrugada. Quando sua esposa despertava às 6 horas, oravam juntos alguns minutos. Mas, depois de sofrer uma cirurgia causada pelo trauma da perda da esposa, passou a ter períodos menores ajoelhado em oração, porque perdera muito da sua capacidade física.

No fim do ano 1998 foi avisado por Deus da aproximação da sua morte. No dia em que isso aconteceu, repetiu várias vezes e com muita euforia as seguintes palavras: "Eu estou muito alegre! Hoje eu estou muito alegre mesmo!" Perguntado sobre a razão de sua estranha euforia, respondeu: "O Senhor disse-me hoje que está bem próximo o dia da minha partida". Poucos meses depois, partiria para o Senhor. 

Descrito como modelo expressivo da vocação missionária, homem de espírito reto, mente determinada e aberta, vigososo, escreveu 35 revistas da Escola Dominical e 5 livros, sua obra literária foi toda publicada pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Em 1987, a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) prestou-lhe homenagem, deu-lhe o título de Conselheiro Vitalício da CPAD, juntamente com o missionário Bernhard Johnson Jr.

 "A Assembleia de Deus no Brasil perdeu recentemente uns de seus grandes baluardes... Em razão de um edema pulmonar, ele partiu para o Senhor às 20h30 do dia 6 de março, sábado, deixando saudades e exemplo de vida íntegra ao serviço de Deus. Estava com 85 anos, dos quais 65 de ministério e 50 deles servindo ao Senhor no Brasil. O velório foi realizado no Cemitério da Paz, no bairro paulistano Morumbi. Seu sepultamento se deu às 16 horas do dia seguinte, no Cemitério Horto da Paz, também em São Paulo' (...) O pastor finlandês Gösta Bergstein, irmão do missionário (...). falou em nome das igrejas da Suécia e da Finlândia através de uma ligação telefônica" - escreveu o articulista de O Mensageiro da Paz.

A nota revela que Bergtéin afirmava que veio ao Brasil com o propósito de cooperar nas questões de liderança, costumava intitular-se um pequeno servo de Deus e tinha como lema não ser desobediente à visão celestial. Diz que tanto no Brasil como na Finlândia ganhou muitas almas para o Reino de Deus, e deixou um grande legado para todos os que o conheceram seu exemplo de vida.

E.A.G.

Fonte:
Assembleianos Puritanos. Biografia: Eurico Bergstéin. 29 de abril de 2011. http://assembleianospuritanos.blogspot.com/2011/04/biografia-eurico-bergsten.html

Mensageiro da Paz. Ano 54. Edição especial. Março de 1999. Bangu. Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD). 

domingo, 17 de novembro de 2019

O Exílio de Davi

O povo de Israel passava por dias complicados. Davi, após ter sido ungido a rei, ser um servo de Deus, havia se exilado, pois Saul, dominado por sentimentos negativos queria matá-lo. O exílio de Davi, relatado em 1 Samuel 22.1-5, remete o cristão para a realidade de inúmeras situações difíceis que o seguidor de Jesus pode ser acometido. Este episódio faz com que entendamos que a permissão do Senhor, para que o crente vivencie o sofrimento, tem o objetivo de fazer com que este crente esteja, futuramente, apto para assumir missões que jamais teria competência para exercê-la se não experimentasse o tempo da provação.

A caverna de Adulão. 

A caverna de Adulão foi uma bênção para Davi e os homens que ali se encontravam. Buscando ficar fora do alcance e da vista de Saul, Davi refugiou-se em uma caverna na cidade canaanita chamada Adulão, no território de Judá, a meio caminho entre Jerusalém e Laquis. A cidade foi fortificada por Reboão visando dificultar o ataque dos egípcios (2 Crônicas 11.7); os judeus a habitaram após o exílio (Neemias 11.30).

Os Salmos 57 e 142 dão uma ideia do estado flutuante das emoções de Davi durante sua provação. As duas poesias abordam o período em que se escondeu na Caverna de Adulão. No Salmo 57, ele se mostra corajoso, animado, quase parece gostar da situação por causa da certeza do seu resultado vitorioso. No Salmo 142, deixa transparecer a tensão que há em sua alma por ser odiado e estar caçado, porém, continua reverente ao Senhor.

Compreendemos por meio de suas palavras que sua fé o sustenta, embora esticada até seu limite. Ao invés de se acovardar, por causa do círculo do inimigo que deseja seu mal, reconhece que está em vantagem contra eles, pois conhece o poder do Altíssimo, que o protege e lhe dá estratégias eficazes (1 Samuel 24.1-15).

O arqueólogo francês Charles Clermont-Ganneau visitou o local em 1874 e escreveu: "O local é absolutamente desabitado, exceto durante a estação chuvosa, quando os pastores se abrigam lá durante a noite". Na atualidade, o lugar é identificado como Ai el Ma e Tell esh-Sheikh Madhkur.

Uma entrada de caverna em Adulão.  Crédito: David Bena. 29 de dezembro de 2014.
 https://en.wikipedia.org/wiki/Adullam 

Os exilados da caverna de Adulão.

Haviam 37 guerreiros valentes em Adulão, segundo a lista em 2 Samuel 23.8-39, porém em 1 Crônicas 11.11-41, o número de homens chega a 53. Os relatos de suas façanhas encontram-se nestas referências bíblicas.

Cavernas naturais não são uma raridade nas regiões de Israel e da Palestina, visto que toda a região montanhosa a oeste do Jordão, excetuando um trecho de basalto ao sul da Galileia se compõe de pedra calcária e de giz. Tais cavernas eram usadas como habitações, esconderijos, túmulos.
• Abraão e sua família tiveram seus corpos sepultados em cavernas de Macpela (Gênesis 23).
• Lázaro ficou quatro dias dentro de uma caverna até ser ressuscitado por Jesus (João 11.38);
• Ló e suas filhas abrigaram-se em uma caverna após a destruição de Sodoma (Gênesis 19.30);
• Josué encurralou cinco reis, que se esconderam em uma caverna em Maquedá (Josué 10.16);
• Israelitas se esconderam de midianitas em cavernas (Juízes 6.2);
• Obadias escondeu de Jezabel 100 profetas em cavernas (1 Reis 18.4,13).
Juntaram-se a Davi três classes de pessoas: aqueles que se achavam em aperto, apuro, dificuldade ou perseguição. aqueles que deviam dinheiro a juros; e homens amargurados. Os amargurados eram considerados fora da lei e estavam insatisfeitos com o governo de Saul. E por se identificarem com a situação de Davi, perseguido por Saul, se uniram a ele formando um exército sob sua liderança.

O pequeno exército de homens fiéis a Davi combatiam tribos selvagens que exploravam os fazendeiros, protegendo-os de muitos perigos. Em troca, os protegidos de Davi separavam uma parte de seu lucro aos seus protetores. Um desses fazendeiros que receberam proteção era Nabal, marido de Abgail, que, não soube ser grato ao auxílio recebido (1 Samuel 25.32).

Há um propósito elevado quando Deus nos "exila."

"A seguir, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo" (Mateus 4.1).

Há um grande benefício em servir a Deus, em circunstâncias de adversidades e de bonança. Na geração do profeta Malaquias, o povo se queixava amargamente dizendo que não via nenhuma consequência proveitosa em servir ao Senhor, posto que - acreditavam eles -, não recebiam nenhuma recompensa especial. 

Em sua resposta, Deus não quis convencê-los de que os justos estavam em melhor situação. Disse-lhes que conserva um "memorial escrito" no qual Ele anota os feitos de todos que o temem, e que um dia virá como juiz para destruir os maus e preservar os que o temem. A fidelidade tem sua relevância, seu valor será óbvio neste momento de prestação de contas, embora não o seja para muitos nos dias atuais (Malaquias 3.1,14,16).

A fidelidade é o segredo para reinarmos com Cristo.

"Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará" (2 Timóteo 2.12).

Toda provação tem a permissão de Deus (Gênesis 22.1). Tiago 1.12 revela que o crente será provado durante toda a sua vida, o crente é um bem-aventurado ao não desistir da sua fé durante as provações e quando provado e aprovado receberá a recompensa da vida eterna.

Ser cristão não nos isenta de sofrimentos e provações (João 16.33; Atos 14.22; Tiago 1.1-11). Todo cristão passa por adversidade de várias formas e intensidades (1 Pedro 1.6). Em meio aos tempos adversos, o crente pode encontrar alegria, pois a sua fé sustenta-o com a consciência que o Todo Poderoso o ama e é fiel, não permite que sobrevenha sobre ele lutas maiores do que sua capacidade de suportá-las e vencê-las (Hebreus 12.2; 1 Coríntios 10.13).

Por estar escrevendo a um amigo que o conhecia muito bem, Paulo sentiu necessidade de aconselhar Timóteo a ser perseverante, para isso fez a comparação do cristão com o serviço militar (2.3-2) e com o trabalho da lavoura (2.4). Ele o aconselha e pede que reflita sobre os aconselhamentos. Na ocasião, o apóstolo estava perfeitamente cônscio  das ameaças e perigos que pesavam sobre sua vida, e queria que Timóteo se exercitasse, preparando-se para qualquer dificuldade que tivesse no futuro. E de fato Timóteo sofreu grande perseguição e chegou a ser preso também, porém, o escritor do Livro aos Hebreus, no capítulo 13 e versículo 23, revela que ele foi posto em liberdade.

Na obra de Cristo, lutemos por Cristo.

"Não façam nada por interesse pessoal ou vaidade, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, não tendo em vista somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros" (Filipenses 2.3-4).

Paulo estava preso por amor ao Evangelho quando escreveu a carta aos crentes de Filipos. Apesar da liberdade restringida, ressoa por toda a carta uma mensagem repleta de alegria. A alegria é tema mencionado dezoito vezes, a despeito das provações do apóstolo e das dificuldades que a igreja enfrentava (1.27-30). Em cárcere, Paulo demonstrava querer cuidar dos interesses de Cristo e não de seus interesses pessoais (Filipenses 2.21). Paulo estava preso por amor ao Evangelho quando escreveu a carta, corria o risco de ser sacrificado, porém, se isso servisse para edificar os irmãos em sua fé, não seria um fato entristecedor.

O cristão deve analisar o tempo da adversidade e entender que a caminhada cristã é uma situação em desenvolvimento no viver diário dos crentes, as lutas que enfrenta não podem se constituir em fator desanimador. Pois, todos os acontecimentos devem ser vistos como oportunidades de crescimento espiritual. Deus cuida de seus filhos e não os abandona jamais.

Os filhos devem cuidar dos pais em todos os momentos.

"Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão"(Salmos 127.3).

Honrar os pais é mandamento da Palavra de Deus (Êxodo 20.12). No meio de toda aflição que estava passando, Davi cuidou especialmente de seus pais, deu-lhes amparo e proteção, pois não poderia jamais deixá-los ao alcance das mãos de Saul. Ele solicita ao rei de Moabe que conceda abrigo a eles. Talvez lembrando-se que Rute, bisavó de Davi, era moabita e sendo Saul inimigo de Moabe, o rei aceitou o pedido (Rute 4.17). Moabe era um país situado ao sul de Amon, a sudeste do Mar Morto, na Transjordânia. A região foi destinada por Deus aos descendentes de Moabe, filho de Ló (Gênesis 19.37).

O conselho dos pais quando são mais do que meros "não faça isso, não faça aquilo", mas orientações cuja base é a Palavra de Deus, têm potencial para desenvolver o amor pelas melhores coisas da vida. Este amor pelas melhores coisas, especialmente pelo conhecimento da vontade de Deus, começa quando alguém presta atenção aos conselhos dos servos do Senhor. Isto pode ocorrer na relação familiar, dos pais aos filhos. Quando as instruções começam a ser recebidas no período infantil, o amor pela sabedoria do alto se transforma numa busca de toda a vida, podendo tornar o filho até mais sábio que seu pai. Tal condição privilegiada faz com que a criança cresça e tenha a consciência lúcida para entender perfeitamente que precisa amar seus pais, e principalmente saber e ter disposição para cuidar muito bem deles no período da velhice avançada.

Deus sempre abençoa os filhos obedientes.

"Honre o seu pai e a sua mãe, para que você tenha uma longa vida na terra que o SENHOR, seu Deus, lhe dá." (Êxodo 20.12).

Os Dez Mandamentos, que aparecem no capítulo 20 de Êxodo e em Deuteronômio 5, formam o núcleo central da moralidade e da ética; e são um grande avanço sobre outros códigos legais da época. O Novo Testamento repete todos eles, à exceção do quarto mandamento. A expressão "ética judaico cristã", que às vezes se ouve nas cortes e nas câmaras legislativas, refere-se aos amplos princípios morais que são derivados das leis delineadas em Êxodo, Números, Deuteronômio e Josué.

Os cristãos devem honrar os que são colocados por Deus na obra.

"Lembrem-se dos seus líderes, os quais pregaram a palavra de Deus a vocês; e, considerando atentamente o fim da vida deles, imitem a fé que tiveram" (Hebreus 13.7).

Em seu formato, Hebreus é mais um livro de ensino teológico do que voltado para orientações da prática cristã, aos deveres espirituais do cristão neste mundo. Mas no décimo terceiro capítulo, o autor reúne uma lista de sugestões e recomendações específicas, dedica-se aos conselhos para a jornada de fé. Entre as orientações contidas no último capítulo, observa que visto que Cristo já cumpriu tudo o que era necessário para a nossa salvação, em gratidão ao Senhor devemos oferecer-lhe sacrifícios de louvor, que é confessar ao mundo a autoridade que há em seu nome (versículo 15).

O autor de Hebreus, em 13.1-25, encerra o livro exortando os leitores para uma vida de bom testemunho cristão. Alguém disse com bastante propriedade que "testemunhar não é algo que fazemos; é algo que somos". Nesta linha de raciocínio, o autor de Hebreus mostra que é preciso anunciar ao mundo a nossa crença no Altíssimo através do nosso comportamento, pois se o que falamos estiver em desarmonia com as atitudes, a pregação torna-se em sal insípido e luz apagada. Billy Graham certa vez disse que "a maior necessidade do mundo hoje é de cristãos com maturidade espiritual, que não somente tenham professado sua fé em Cristo, mas que vivam essa fé a cada dia".

Ainda, como um pastor que cuida do seu rebanho, o autor de Hebreus apresenta uma bênção (13.20-21). Esta bênção revela alguns dos muitos privilégios que temos como cristãos: nós temos o Deus da paz; nós temos um pastor grande e imortal; nós vivemos sob uma nova aliança; nós somos aperfeiçoados por Deus para cumprirmos a sua vontade; nós temos um Deus que opera em nós para vivermos de forma agradável em sua presença e para a sua glória. 


Artigo em desenvolvimento.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Fotos históricas da Assembleia de Deus em São Paulo, capital


Missionário Daniel Berg em frente ao primeiro templo da Assembleia de Deus na capital paulista, situado no bairro do Ipiranga. A igreja foi fundada em São Paulo em 15 de novembro de 1927.


Frente do antigo templo da Assembleia de Deus, ministério Belenzinho, em 1976, na Avenida Alcântara Machado, número 616, conhecida como Radial Leste. Componentes da banda musical posam para a foto, celebrando aniversário do conjunto, então sob a batuta do maestro João Querite.


Atual sede ministerial da Assembleia de Deus - ministério Belém. Agora situada na rua Conselheiro Cotegipe, nº 273, no Belenzinho, Mooca (São Paulo /SP). E após décadas neste lugar, a sede está em vias de se mudar definitivamente para novo endereço, cuja igreja tem proporção maior e acomodação mais aconchegante à membresia e visitantes. 


Ano 2012: ainda na fase de construção.


O novo templo está localizado muito próximo da estação Belém do Metrô, encontra-se na Avenida Alcântara Machado, pista na qual esteve no passado. O templo pode ser encontrado também pelas ruas Doutor Fomm, João Tobias e Siqueira Cardoso.


terça-feira, 27 de agosto de 2019

Antonio Fagundes decepciona admiradores da sua carreira artística

Quem é Antonio Fagundes?

Antonio Fagundes é um carioca que fez sua vida na cidade de São Paulo. Nasceu em 18 de abril de 1949, casou-se duas vezes e é pai de quatro filhos. Começou a atuar no teatro em 1964 e na televisão e cinema em 1968. Desde então, se mantém em atividade nos três meios artísticos. Recebeu prêmios por seu trabalho.

Como cidadão que pensa em política, Antonio Fagundes faz parte da ideologia de esquerda, que os brasileiros rejeitaram nas últimas eleições. As ideias dele estão fundamentadas em sua cabeça de agnóstico. Aliás, se vemos ateus e quem não afirme ou negue a existência do Criador, não apoiando Jair Bolsonaro, esta é mais uma razão para saber que o Brasil segue no rumo certo.

Ao dizer que jamais apoiaria Bolsonaro, seu posicionamento não representa a grande maioria dos eleitores - inclusive entristece pessoas que seguem seu trabalho. Quantos brasileiros escolheram o atual presidente? A contagem de votos apontou o número 57,7 milhões. Neste número de pessoas, estão muitos que observam o que o ator faz e fala.

A imagem de Fagundes é atrelada ao Partido dos Trabalhadores. A grande massa da população brasileira o associa ao canal de televisão Rede Globo, por ser participante em muitas das suas produções.

Embora o global não levante bandeiras, espalhafatosamente, ele também faz parte da turma que ao invés de escolher a argumentação e o respeito aos que, ideologicamente, pensam diferente, prefere insultar, cuspir, confundir. Mesmo que não aja igual alguns colegas da sua profissão e gente do partido  de Lula, tem a sua parcela de culpa por se omitir quando os amigos cometem essas atitudes atrozes.

Fagundes aparenta ser alguém do círculo social que aceita uma criança junto de uma pessoa adulta nua em museu, como se tal aberração fosse arte; talvez consinta com manifestações LGBT que desrespeitam as imagens usadas pelos católicos; e aplauda as manifestações de mulheres seminuas em áreas públicas; pode ser que seja tolerante com anarquistas que queimam pneus para bloquear estradas e vandalizam vidraças e caixas eletrônicos de instituições bancárias.

Como ator, na minha opinião, Fagundes tem um estilo que não me agrada. Quase sempre, aparece fazendo personagens como se todos os personagens fossem um só, usa os mesmos trejeitos em suas atuações, tem os mesmos palavreados, faz uso dos mesmos tons na voz. Deixa a impressão de que quem assistiu uma apresentação dele, já viu todas. 

Eu tenho a Palavra de Deus como regra de fé e conduta. Então, apesar de não considerar a atuação do Fagundes expressiva, e discordar de sua posição política,  eu o respeito como gente. Eu o vejo como uma alma por quem Jesus Cristo morreu, uma pessoa que é amada por Deus e que Deus quer salvar da condenação eterna.

Por que Fagundes disse que jamais apoiaria Jair Bolsonaro?

Atualmente, a imagem da TV Globo sofre com um índice considerável de rejeição. Assim sendo,  Antonio Fagundes não se dispor a apoiar Jair Bolsonaro em nada muda a condição da figura política do presidente da república, em uma eventual reeleição. Fagundes, e o quadro de atores e atrizes mantidos como funcionários pela emissora, não possui força suficiente para formação de opinião política. A aversão é tanta que, o pedido de posicionamento ao telespectador, resulta em reação contrária ao que foi solicitado.

É quase uma certeza absoluta: Fagundes sente falta do dinheiro saído dos incentivos fiscais do governo federal. Verbas milionárias da Lei Rouanet para custear suas peças teatrais não chegam mais em suas mãos como era antes. Quantos estão dispostos a ir ao teatro? O patrocínio de empresas privadas deve ser algo difícil de se conseguir. Para ele, o dinheiro que entra pela bilheteria deve ser abaixo do satisfatório. A razão da lamúria de Fagundes, e de muitos outros artistas da arte cênica e da música, acontece porque o atual presidente do Brasil não é favorável à farra com o erário público.

Por que eu votei em Bolsonaro?

É preciso analisar todo o contexto da situação que existiu no segundo turno da última eleição presidencial. Naquela ocasião, sobraram duas escolhas. Ou votar em Fernando Haddad, favorecendo o PT (na semana passada Haddad sofreu mais uma condenação) ou em Bolsonaro (homem católico e casado com uma mulher evangélica). 

O PT apoia o aborto e a Bíblia condena; o PT apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a Bíblia apresenta o quadro um homem e uma mulher; o PT é a favor da ditadura comunista no Brasil, que é a força mais destrutiva contra o cristianismo. Por ser assim, eu optei voltar em Bolsonaro, inclusive fazendo campanha em seu favor. 

Além disso, resolvi votar em Bolsonaro por causa daquele ataque com faca que ele sofreu, que quase o matou. Pense, se tentaram matá-lo, é porque existe uma força poderosa e muito mal que desejou estar no lugar dele, custasse o que custasse, inclusive a morte de um ser humano. Imagine como estaria o Brasil, se estes que tentaram matá-lo estivessem agora na presidência da nossa nação!

Meu voto e apoio a Bolsonaro leva em conta que ele não é o salvador da pátria. Minha posição em favor da sua candidatura foi feita sabendo que ele é um ser humano falível. É preciso orar para que ele possa mais acertar do que errar, porque só as boas intenções não bastam.

Conclusão.

Eu não entendo os cristãos que votam no PT. A pessoa diz crer em Jesus como seu único e suficiente Salvador, fala que segue a Jesus como seu Senhor, e congrega em uma igreja, regularmente. Não tem base bíblica para apoiar o Lula e o PT. Então, a vida cristã dessa pessoa é uma grande incoerência, porque as ideias marxistas são todas contrárias ao Evangelho de Jesus Cristo.

Proponho aos petistas, que dizem crer em Cristo como Salvador e Senhor, que façam a sua escolha. Não é possível servir a dois senhores, sirvam a Jesus Cristo, de corpo, alma e espírito.

domingo, 25 de agosto de 2019

A Mordomia do Trabalho


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O trabalho é uma vocação que aparece em Gênesis, perpassa por Jesus e se confirma nos apóstolos.

É um ponto de vista muito comum considerar trabalho o emprego assalariado. A grande maioria dos indivíduos aceitam a função de empregados porque receberão salário. Mas nem todo trabalhador tem remuneração por aquilo que aceita fazer. Haja vista a valorosa figura desprendida de interesses financeiros da dona de casa e a honradez de cidadãos que se destacam em  funções extremamente importantes em caráter voluntário; essas pessoas doam tempo, talento e suor em favor do próximo sem nenhum anseio de retorno financeiro.

I - O TRABALHO DE DEUS NA BÍBLIA

1. O trabalho de Deus na criação do Universo.

Bilhões de pessoas já leram ou ouviram o que a Bíblia Sagrada diz sobre o começo do Universo. O relato, contido no Livro de Gênesis tem uma frase bem conhecida: No princípio, Deus criou os céus e a terra". Muitos especialistas de vários campos científicos fecharam questão de que há um trabalho inteligente na natureza. Eles ponderam que não tem lógica alguma aceitar a ideia que a complexidão grandiosa da estrutura do Cosmo e da vida na Terra tenha surgido aleatoriamente. Então, vários cientistas e pesquisadores acreditam na existência de um Criador, e se convenceram que o Deus da Bíblia projetou e construiu o Universo.

O cristão evangélico crê na existência do Criador que não foi criado, acredita no relato bíblico da linha do tempo da criação, observa que "em seis dias o SENHOR fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou" (Êxodo 20.11 b); tem convicção e declara que o SENHOR fez o céu o céu dos céus, a terra e tudo que nela há, os mares e tudo o que há neles; e conserva a todos com vida. O crente, aquele verdadeiramente ama a Deus, entende que há a necessidade de separar um dia na semana para descansar com sua família, e junto com a família ir à igreja para celebrar a grandeza de Deus como Criador e adorá-lo como nos céus o exército de anjos o adoram (Neemias 9.6).

Porém, enquanto o ser humano não compreende o propósito do trabalho do Criador na crianção, permanece universalmente mau. Sua ignorância espiritual não resulta em falta de oportunidade, mas é expressão de sua rebeldia (Romanos 1.19-20; Efésios 4.18). A sociedade secular, cada vez mais ignora o Criador, despreza-o. A não religiosidade e as falsas religiões do mundo são consequências da falta de disposição para socorrer os necessitados, tal estilo de vida reflete o caráter daqueles que não amam a Deus de verdade e são tentativas de fugir da vontade do Criador, pois a tendência natural do homem é a de buscar seus próprios interesses  (Isaías 32.6; Filipenses 2.21). Assim, a adoração a Deus tem ficado em segundo plano em muitos corações, o comércio fica aberto todos os dias, o ano escolar é cada vez mais longo, as pessoas não têm disposição de parar para passar um dia com a família e adorar a Deus (Salmo 10.4; 14.1; 53.1).

2. O trabalho de Deus na criação do homem.

No ato da criação do ser humano, Deus o formou do pó da terra. (Gênesis 2.7). As palavras que descrevem este trabalho retratam a atividade de um artesão mestre, formando uma obra de arte que ele dá vida. Esta situação acrescenta detalhes às afirmações de Gênesis 1.27; Salmos 139.14; 1 Coríntios 15.45 e 1 Timóteo 2.13.

O ser humano tornou-se alma vivente através do Espírito do Altíssimo, mas não deve se esquecer que também foi feito por Ele a partir do lodo; deve lembrar-se que os atos de justiça de Deus são perfeitos, que Ele governa o Universo e está sempre atento  ao clamor do pobre e do aflito (Jó 33.4; 34.12-13, 28).

Na excelência da pessoa e da obra de Cristo foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis (Colossenses 1.16). Aquele que está em Cristo é pessoa liberta da escravidão do pecado e vive debaixo da graça de Deus. A obediência que cabe ao cristão é a de seguir a Jesus, estudar a sua Palavra, orar, praticar boas obras e, especialmente, anunciar a mensagem da salvação a todos os povos enquanto há ocasião oportuna ou não. "É necessário que façamos as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9.4).

3. Deus continua a trabalhar.

As Escrituras Sagradas revelam que Deus trabalhou e trabalha até hoje, Ele não abandonou a terra e nem suas criaturas. Com base nesta informação está estabelecida a mordomia do trabalho do cristão. O trabalho de Deus está registrado nas páginas da Escrituras, mostram o seu labor ao originar o Universo, na criação do homem e revela que continua trabalhando em prol das coisas criadas, especialmente do ser humano.

O salmista escreveu: "Tu visitas a terra e a regas;tu a enriqueces grandemente. Os ribeiros de Deus são bundantes de água; provês o cereal, porque para isso preparas a terra, regando-lhe os sulcos e desmanchando os torrões. Tu a amoleces com chuviscos e lhe abençoas a produção." Salmos 65.9-10. Nosso Deus é vivo e ativo. É importante reconhecer que entre seus atos está a função de abençoar os seus servos fiéis, tanto na esfera espiritual quanto na física. Ao viver como um cristão autêntico e trabalhador honesto a pessoa tem sobre si a oportunidade de receber dEle a bênção por suas atividades laborais. Em consequência disso, o crente vence as situações impostas pelas más administrações públicas, políticas sociais nefastas, economia instável  e corrupção generalizada.


II - A BÍBLIA E A MORDOMIA DO TRABALHO

1. O homem foi criado para o trabalho.

Entre outros definições, o Dicionário Michaellis apresenta as seguintes explicações para o significado do termo trabalho:
• conjunto de atividades produtivas ou intelectuais exercidas pelo homem para gerar uma utilidade e alcançar determinado fim;
• atividade profissional, regular, remunerada ou assalariada, objeto de um contrato trabalhista;
• qualquer obra (manual, artística, intelectual) realizada;
• ação ou maneira de executar uma tarefa, de utilizar um instrumento;
• esmero ou cuidado empregado na feitura de uma obra ou de um serviço:
• qualquer tarefa que é ou se tornou uma obrigação ou responsabilidade de alguém; dever, encargo:
• atividade humana caracterizada como fator principal da produção de bens ou serviços. 
O ser humano foi criado segundo à imagem do seu Criador, portanto, criado para o trabalho. Deus trabalhou no princípio de todas as coisas e ainda hoje continua a trabalhar após estarem criadas. Pelo fato de o homem ser semelhante a Deus, que o fez, entre suas atividades está presente a laboriosidade, que antes do homem cometer o pecado era tarefa fácil.

O cânon bíblico fala do trabalho humano desde o princípio. Antes de criar Adão, já havia o plano divino de que ele seria lavrador (Gênesis 2.5, 8, 15). Sendo que depois seus filhos seguiram trabalhando, Abel ocupava-se como pastor de ovelhas e Caim lidava com a agricultura (Gênesis 4.2).

2. O trabalho antes da Queda.

Ao colocar Adão e Eva no jardim do Éden, o Criador deu ao casal a liberdade para desfrutar de tudo o quanto havia criado. Antes do pecado, a busca pela sobrevivência no Éden era constantemente prazerosa e tranquila para Adão; o solo era lavrado sem nenhum trabalho desconfortável; as plantas produziam frutas, verduras e legumes de boa qualidade nas estações certas à manutenção do metabolismo mínimo do corpo; não havia desgaste físico e nem a necessidade de repor energia comendo carne, as necessidades orgânicas eram supridas pelo alimento vegetal (Gênesis 1.29).

Antes da desobediência ao Criador, o casal tinha no Éden um lugar agradável para morar e a provisão do alimento diário sem nenhum sacrifício. Mas, o Criador fez uma advertência para a mulher e ao homem, eles não deveriam comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pôs sobre ambos a responsabilidade da obediência (Gênesis 2.5-10, 17). Eles teriam que obedecer à Palavra do Senhor, pois apenas por meio da obediência estariam seguros. Até os dias atuais ainda há esta condição, apenas quem é fiel tem a bênção sobre sua vida: "Quem despreza a palavra terá de pagar por isso, mas o que teme o mandamento será recompensado" - Provérbios 13.13.

3. O trabalho depois da Queda.

Após a queda, o trabalho deixou de ser tarefa fácil, veio o medo e a maldição, a condição ambiental foi transformada para pior, houve a alteração ecológica. Antes, o solo só produzia para benefício do ser humano, depois surgiu cardos e espinhos. O desgaste físico passou a ser parte do trabalho, a dor, o sofrimento e em alguns caso inclusive a doença. Apesar disso, trabalhar ainda é uma vocação do Criador para o ser humano. O homem não pode viver sem tarefa laborativa. Quando isso ocorre, ele violenta a sua própria natureza e viola a diretriz que o Criador lhe deu.

A Boa Notícia de Deus se manifesta em seu Filho único, que se fez maldição para abençoar o ser humano, que se arrepende da vida no pecado e entrega seu espírito, alma e corpo para adorar ao Criador na beleza de sua santidade. "E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" - 2 Coríntios 5.17.

"Doce é o sono do trabalhador... Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e desfrutar o que conseguiu de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. Quanto àquele a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, receber a sua porção e desfrutar do seu trabalho, isto é dom de Deus. Porque não ficará pensando muito nos dias da sua vida, pois Deus lhe enche o coração de alegria." - Eclesiastes 5.12 a, 18-20.

Salomão conscientiza o trabalhador sobre o conceito do dom de Deus, referente a oportunidade de desfrutar da satisfação que é consequência do trabalho honesto. Ele aconselha o trabalhador, que é servo de Deus, a desfrutar das abundâncias terrenas da vida que Deus dá. Aqueles que consideram a Deus a fonte de sua bênção, recebem prazeres, estabilidade financeira e a capacidade de desfrutar dessas coisas, e devem aproveitar isso.


III - PRINCÍPIOS CRISTÃOS PARA O TRABALHO

1. O homem deve trabalhar "com o suor do seu rosto".

"No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, pois dela você foi formado; porque você é pó, e ao pó voltará" (Gênesis 3.19).

As tarefas para a sobrevivência do homem se tornaram amargas após a Queda de Adão, quando o solo passou a ser estéril, e a produzir espinhos e cardos. Após o pecado entrar no mundo, o trabalho passou a desgastar o corpo, ser cansativo, afetar a tranquilidade, exigir esforço e derramar suor.

"Lembrem-se do SENHOR, seu Deus, porque é ele quem lhes dá força para conseguir riquezas" - Deuteronômio 8.18 (NAA). Isto é, Deus não interage com o ser humano como se fosse o gênio da lâmpada de Aladim. Ele concede a capacidade humana ao eficiente trabalhador, para que através do próprio suor a pessoa obtenha seu meio de sobrevivência.

Para Salomão, a vida bem-sucedida não era apenas resultado do sucesso financeiro, mas da escolha em viver em santidade, a bênção do Senhor gera prosperidade através da generosidade, do conhecimento  e dedicado ao trabalho honesto (Provérbios 3.3.4). O trabalhador que se esforça para especializar-se em sua profissão, se dedica às tarefas com afinco, é uma pessoa com grande propensão a  encontrar oportunidades para se satisfazer com o sucesso profissional e as consequências dessa condição (Provérbios 3.10, 15; 13.11; 28.19).

2. O trabalho deve ser diuturno.

O trabalho de Deus sobre a Terra é descrito com sendo permanente (Salmos 104.19-23). Ele trabalha sustentando os astros celestes desde o primeiro dia da criação do Universo. O Sol e a Lua fixam mais do que a claridade e a escuridão na Terra, além de girarem em redor do nosso planeta, são matizes dos desígnios do Criador em relação ao equilíbrio entre o tempo de trabalho e de descanso do ser humano.

A Bíblia ensina que é necessário haver boa disposição ao trabalhar. Como fazer isso?
• Levantando-se cedo (Gênesis 28.18; Êxodo 24.4);
• Buscando ao Senhor (Provérbios 8.17);
• Cuidando em todo tempo do trabalho (Eclesiastes 11.6);
• Lembrando-nos de Deus em momentos bons (Eclesiastes 12.1)
• Concluindo a tarefa (Daniel 12.13);
• Começando e terminando (2 Coríntios 8.6).
3. Não ser pesado a ninguém.

As pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer a Cristo, e portanto não possuem o privilegio de pensar de acordo com raciocínio espiritual, não são capazes de mensurar corretamente a importância do trabalho de pastores, que são tarefas espirituais. Não conseguem entender que o profissional secular trabalha com vista para as coisas dessa vida, que é passageira, enquanto que o pastor lida com o destino final das almas, objetivando a felicidade dessas almas no porvir, na eternidade.

Há gente preconceituosa que olha para a figura pastoral sem lembrar que o próprio Jesus Cristo estabeleceu tal função nas igrejas, visando o bem coletivo (Efésios 4.11-13). Tais pessoas não consideram que os pastores são pessoas vocacionadas, que necessitam se consagrar para estar sempre prontos ao aconselhamento bíblico, orar por enfermos, prepararem o sermão a ser exposto nos cultos.

Críticos do recebimento de dinheiro como salário pastoral, usam a descontextualização bíblica e histórica para atacar pastores. Afirmam que o ganho não tem aprovação de Paulo, que o apóstolo nos deixou doutrina contrária à coleta de dinheiro com objetivo de que uma parte dela servisse como salário aos pastores. Os tais não ponderam que tanto no Antigo quanto no Novo Testamento encontramos textos normativos e textos narrativos. Encontramos a narração bíblica informando que Paulo trabalhou construindo tendas, mas não recebemos orientação na parte normativa solicitando que as lideranças seculares tenham ocupação em atividade secular. Pelo contrário, a norma bíblica apresentada por Paulo recomenda aos cristãos liderados que sustentem financeiramente o seu pastor.

Jesus executou o trabalho de carpinteiro, no entanto, é preciso lembrar também que Ele ao completar trinta anos, a idade de maioridade civil naquela sociedade judaica de então, tomou rédeas de sua vida, afastou-se do lar e abandonou a profissão secular para ser pregador das Boas Novas do céu. Além disso, convidou doze pessoas trabalhadoras para andar com Ele, doze homens o seguiram por três anos e meio em sua jornada de fé e amor. Eles abandonaram suas profissões seculares, deixaram a profissão de pescador, coletor de imposto, e se ocuparam com o trabalho espiritual do Mestre. E sobreviveram ás custas do dinheiro de ofertantes (Lucas 8.3).

Em Atos 20, observamos um texto narrativo. A narração de Lucas apresenta Paulo, em uma reunião de obreiros em Mileto, dizendo ser construtor de tendas. Devemos ter cuidado ao analisar contextos histórico e bíblico. Quanto a questão histórica, lembremos que Paulo agia como missionário. Não é possível fazer um paralelo com o cargo de um pastor, que vive dentro de estrutura eclesiástica já estabelecida, na função de líder em uma comunidade de gente convertida a Cristo. Paulo chegava em localidades onde não havia estrutura eclesiástica, lidava com gente não cristã e cristãos recém-convertidos. Assim sendo, como sobreviver de ofertas cuja origem é o coração cheio de fé, compromisso com a expansão do Evangelho, se não estava entre crentes espiritualmente maduros? Ele sobrevivia com seu labor pessoal em tarefas seculares e quando necessário aceitava o apoio de cristãos de igrejas distantes, gente cristã disposta a patrocinar sua missão evangelística (Filipenses 4.15-16). Quando a nova comunidade cristã estava estabelecida, o apóstolo ensinava os membros sobre o dever da contribuição financeira e partia para outras localidades para criar outros núcleos de pessoas novas convertidas (2 Corintios 9.4-12; Tito 1.5-9).

Nas cartas de Paulo, encontramos o ensino, com a clareza ideal, que mostra haver dignidade em o pastor aceitar salário cuja origem seja a arrecadação de dinheiro da igreja. O texto normativo de Paulo sobre esta questão, é: "Devem ser considerados merecedores de pagamento em dobro os presbíteros que presidem bem, especialmente os que se esforçam na pregação da palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: “Não amordace o boi quando ele pisa o trigo.” E, ainda: “O trabalhador é digno do seu salário." - 1 Timóteo 5.17-18 (NAA).

4. O preguiçoso não deveria comer (2 Tessalonicenses 3.10).

"Você comerá do fruto do seu trabalho, será feliz, e tudo irá bem com você" (Salmos 128.2). Para conquistar tal bem-aventurança, o salmista ensina que não basta evitar fazer o que Deus proíbe, é necessário praticar tudo o que Ele manda. Temer ao Senhor significa respeitar o que a Palavra determina.

O Salmo 128 destaca algumas características da pessoa que a Palavra de Deus descreve como bem-sucedida e feliz:
• essa pessoa conquista seu sustento através de atividade honesta;
• casa-se com alguém fértil (há condições para ter descendência numerosa);
• tem uma família abençoada (a companhia com quem se casou e os seus filhos lhe dão alegria);
• recebe provisão;
• há felicidade e prosperidade em seu lar.
5. A relação de empregados e empregadores (Efésios 6.5-9; 1 Pedro 2.18-20).

Os escravos, tanto na cultura helênica como na romana, não tinham direitos legais e eram tratados como mercadorias. Paulo e Pedro abordaram a relação entre servos e senhores cristãos, pois a escravidão era uma prática comum naquela época. No entanto, suas recomendações quanto à conduta do cristão não se aplicam somente àquele contexto, tendo em vista que os princípios espirituais por traz de todas as situações são eternos. Os escravos convertidos deveriam ser obedientes e honestos em todo tempo e não apenas quando supervisionados, eles precisavam trabalhar como se estivessem trabalhando para o próprio Deus, pois o Senhor recompensa a cada um conforme as suas ações, sem se preocupar com a posição que ocupa na sociedade.

A admoestação de Paulo é aplicável a todos os empregados. O termo "obedecei" (Efésios 6.5) diz respeito à submissão desde que a ordem do patrão não envolva uma clara desobediência à Palavra de Deus, como ilustrada em Atos 4.19-20. Através do serviço exemplar do empregado ao patrão, a doutrina de Cristo é bem representada neste mundo: 1 Timóteo 6.1-2; Tito 2.9-10).

Em Colossenses 3.22-24, o apóstolo escreve que é preciso trabalhar temendo ao Senhor, dando mostra que o nosso Deus dá valor ao trabalho do crente prestado diretamente ao ser humano. Assim, trabalhando, haverá recompensa justa por seus esforços, mesmo que se o seu patrão terreno não valorizar a boa qualidade do serviço realizado (Filemon 18; Apocalipse 20.12-13).

A admoestação de Paulo se estende aos senhores e aos empregadores. O patrão deve viver debaixo do temor do Senhor assim como é dever do funcionário, deve glorificar a Deus honrando as pessoas que emprega. Ao quebrar o compromisso evangélico e desrespeitar seus subordinados, instala em sua atividade a desonra a Deus (Efésios 6.9).

► Efésios 4.10-11: Os cinco dons de Cristo para qualificar você a trabalhar na Igreja 

CONCLUSÃO


Para que a vida atinja seu potencial pleno, o trabalhador deve dividi-la de maneira rítmica entre o trabalho, descanso e lazer. O descanso e o trabalho devem ter espaços de tempo proporcionais, para que o corpo se exercite em mão de obra produtiva e a alma possa contemplar o divertimento e tenha oportunidade de adorar a Deus. Neste período de pausa, que na quietação e descontração aproveitemos o tempo para usufruir das bênçãos da criação, do mesmo modo que o Criador descansou no dia sétimo. Não importa o dia que dedicamos ao Senhor, o importante é separar o dia da dedicação em com a finalidade de cultuá-lo e manter nossa comunhão com Ele (Salmos 84.2, 10; Romanos 14.5-8). Nesta interação o indivíduo, as famílias, toda a sociedade encontram condição para viver bem.

E.A.G.
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Subsídios:
Belverede. O apóstolo Paulo e a administração da coleta de dinheiro na igreja. Eliseu Antonio Gomes. 29 de abril de 2019. URL: https://bit.ly/2ZdY4eU
Belverede. Dízimo: ato de amor e fé. Eliseu Antonio Gomes. 21 de junho de 2011. URL: https://bit.ly/2KS3rHE
Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, página 80
Comentário Bíblico Mattew Henry - Antigo e Novo Testamento - Gênesis a Deuteronômio, 1ª edição 2010, página 29; Rio de Janeiro - RJ; Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
Introdução e Comentário. Salmos 73-150. Série Cultura Bíblica. Derek Kidner. Edição 1981, reimpressão 2011. Página 319. São Paulo - SP. (Edições Vida Nova).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 116-117. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).