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terça-feira, 24 de setembro de 2019

Seja um Mordomo Fiel


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO 

Os crentes que fielmente zelam pela vida cristã serão gloriosamente recompensados.

Um dos ensinamentos bíblicos mais significativos para os pentecostais é a proximidade da volta de Jesus, que é capaz regressar a qualquer momento. Então, devemos estar precavidos, cuidadosos quanto ao seu retorno. A promessa da Volta de Jesus é um grande incentivo para trabalhar fielmente até o momento do Arrebatamento da Igreja. 

Neste período de expectativa quanto a reaparição, o crente deve reconhecer seu papel de mordomo e dedicar-se às coisas de Deus com fidelidade ao Senhor, sabendo que Ele é o nosso galardoador, tem reservado a recompensa que contemplará aqueles que viverem em fidelidade. Os cristãos devem se manter prontos e vigilantes, pois o Senhor pode voltar a qualquer hora.

I - O QUE DEUS ESPERA DE SEUS MORDOMOS

1. Que sejam prudentes na espera do Senhor (Lucas 12.37).

No mundo antigo, era dada ao mordomo a responsabilidade de zelar por todas as propriedades, enquanto o senhor estivesse fora. Uma de suas tarefas era cuidar para que os membros da casa recebessem a partilha de comida. Ele poderia dá-la diária, semanal ou mensalmente.

Em Lucas, capítulo 12.35-48, Jesus apresenta três parábolas de modo bem resumido, para ressaltar a importância da preparação espiritual: "Estejam preparados, com o corpo cingido e as lamparinas acesas. Façam como os homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que logo abram a porta, quando vier e bater. Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, encontrar vigilantes. Em verdade lhes digo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá. Quer ele venha à meia-noite ou de madrugada, bem-aventurados serão eles, se os encontrar vigilantes. Porém, considerem isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Estejam também vocês preparados, porque o Filho do Homem virá à hora em que vocês menos esperam"(NAA).

2. Que esperam o Senhor com prontidão (Lucas 12.38).

A vida na terra é incerta, mas a Vinda do Filho do Homem é uma certeza. O aspecto central da mordomia cristã é estar o tempo todo de prontidão para a Volta de Cristo, apesar de não sabermos o dia e a hora deste grande evento, porque quando Ele retornar não haverá segunda chance para quem estiver despreparado.

Na parábola O Servo Vigilante, consta a seguinte advertência: "Estejam preparados, com o corpo cingido" (versículo 38). Esta ênfase tem significado profundo, pois no Oriente, os homens usavam roupas longas e soltas, mas para trabalhar era necessário amarrar a roupa ao redor da cintura, de modo que a pessoa não se atrapalhasse.

Neste texto o ponto central é a orientação para estar preparado para a vinda do Filho do Homem, sempre perseverante na fé, porque não sabemos em que momento o Senhor voltará. Ele pode vir tarde da noite, quando o sono é pesado e nos induz a dormir, mas é preciso resistir e permanecer acordado. O Senhor exige que nos mantenhamos sempre prontos para servir a Deus e ao próximo. Aqueles que se mantém alertas receberão uma bênção extraordinária.

3. Esperem a recompensa do Senhor.

Na parábola, Jesus pronuncia uma bênção aos servos que estão alertas e prontos quando seu senhor voltar (Lucas 12.37-38). A narrativa diz que o senhor fica tão feliz que inverte os papéis normais; em vez de fazer os servos atendê-lo, ele os serve. É altamente incomum um senhor servir seus escravos, mas a graça de Deus faz o inesperado.

Por meio deste texto, somos informados sobre a felicidade que os cristãos que estiverem prontos para a Segunda Vinda de Cristo experimentarão. Os crentes preparados são bem-aventurados, pessoas felizes. Temos a informação que a bem-aventurança será maior quando os salvos se assentarem à mesa, neste momento o Senhor "há de cingir-se", isto significa que Ele agirá como servo de seus servos, os salvos serão tratados com honraria máxima, pois serão servidos pela própria Pessoa do Senhor.

Não é a primeira vez que é apresentado na Escritura o conceito de um senhor que serve os escravos. Quando Jesus se fez gente como a gente, “sendo em forma de Deus”, tomou “a forma de servo” (Filipenses 2.6,7). E assim Ele serviu seu povo, e não agirá diferente quando voltar outra vez.

II - AS CARACTERÍSTICAS DO MORDOMO INFIEL (Lucas 12.45-47)

1. Ele não espera que o Senhor em breve venha.

A garantia de que o Pai celeste cuida dos que lhe pertencem, tenta os seguidores de Cristo a ficar preguiçosos e ter uma atitude despreocupada. Sobre isso, Jesus deixa claro que o verdadeiro discipulado inclui ser fiel no serviço e estar preparado para sua vinda.

A Volta de Cristo será uma grande surpresa para todos, é comparável ao ataque do ladrão, que sempre chega sem avisar que chegará (Lucas 12.39). Não é situação corriqueira um pai de família ter de antemão a informação que um ladrão invadirá sua casa, se ele soubesse o dia e a hora programada para efetuação da ocorrência, tomaria as providências necessárias para que o elemento mau fosse impedido pela polícia de causar malefícios aos seus familiares e a si próprio.

Jesus louva o servo que serve fielmente na ausência do senhor. Por sua eficiência, o senhor o recompensará com promoção, dando-lhe responsabilidade não só sobre sua casa e servos, mas também sobre todas as suas propriedades (Lucas 12.44) 

O cristão não tem a informação sobre o momento do Advento de Cristo, portanto, deve estar em constante alerta, vigiando em todo o tempo para não ser encontrado desprevenido. É importante se manter preparado, mas são muitos os cristãos que não cogitam sobre A Segunda Vinda do Senhor e o Dia da Prestação de Contas.  

No sermão profético (Mateus 24.1 a 25.46), está contida a parábola das Dez Virgens (25.1-13). As dez virgens representam a Igreja de Cristo, o Noivo é Jesus Cristo, o qual parece demorar a vir para a festa. No entanto, esse intervalo se refere ao tempo entre a subida do Senhor aos Céus e Sua vinda para buscar seus discípulos. Nesta parábola, cinco virgens prudentes estocam azeite, que é o símbolo do Espírito Santo na vida de quem não anda segundo as obras da carne (Gálatas 5.16-23). As outras cinco, insensatas, não fazem reserva de azeite, elas representam a parte da Igreja composta de crentes não vigilantes, que apagou a presença do Espírito Santo, não têm comunhão plena com o Senhor  (1 Tessalonicenses 5.19).

Apenas as virgens prudentes entraram para as bodas (versículo 10). Os crentes que são representados pelas virgens desprecavidas não aguardam a chegada de Jesus como convém. Então, correm o risco de não participarem das bodas. Jesus voltará e quando isto acontecer, o cristão deve estar espiritualmente pronto, acordado, vigilante (Mateus 25.4).

2. Ele "espanca" outros servos.

A tendência do ser humano é fazer julgamentos precipitados sobre o próximo, desconsidera ou se esquece da lição contida em Mateus 7.3. Somente Deus sabe o que se passa dentro do coração e o que acontece na particularidade de cada vida. É preciso se relacionar com o próximo orando por ele e tratando-o com compaixão e deixar o julgamento para Deus.

O mordomo infiel não espera que o seu Senhor volte, ele espanca outros servos e age de modo irresponsável. Vive negligentemente, talvez porque pense que levará muito tempo para o senhor chegar e que terá tempo suficiente para "arrumar a bagunça". Assim ele se descuida e desenvolve uma falsa sensação de independência. Em vez de cuidar dos seus servos que estão subordinados a ele, abusa deles e se entrega à bebida e embriaguez. Para os tais, a volta de Cristo poderá ocorrer inesperadamente, ou suas vidas chegar ao fim aqui na Terra, sendo que após a morte só lhe restará seguir ao juízo.

O crente que vive segundo os apetites desordenados da carne, terá como consequência experimentar punição serera. As loucuras, as maldades, as atitudes arrogantes serão postas diante de si e julgadas pelo Justo Juiz e ele será responsabilizado por todos os seus pecados (Hebreus 9.27). Em seu castigo, compartilhará o mesmo destino com os incrédulos, será designado a passar a eternidade com os hipócritas, estar em meio ao pranto e ranger de dentes para sempre, fará parte daqueles que prantearão e atritarão a dentição sem que esta condição seja revertida ou tenha fim (Mateus 24.51). 

3. Age de modo irresponsável.

Jesus ensina seus discípulos a viver espiritualmente corretos. Em João 15.1-9, o Mestre usa a imagem de uma videira e seus ramos para mostrar a seus seguidores a importância de permanecerem nEle e permitirem que Ele viva por seu intermédio Nos versículo 10 a 17, do capítulo 15 do Evangelho de João, Ele ordena a seus discípulos que amem uns aos outros e que estejam dispostos a dar a vida uns pelos outros.

Amar quem nos ama é fácil. De bom grado nós sacrificamos nossos próprios desejos e necessidades pelo bem daqueles a quem amamos e com quem nos preocupamos: nossos cônjuges, nossos descendentes e amigos e amigas. E as pessoas que não amamos? E as pessoas cujas palavras e ações tornam difícil amá-las? Como dar nossa vida àqueles com quem não temos amizade ou que nos magoaram com palavras e ações cruéis?

Na condição de mordomo de Deus, é necessário deixar de lado a nossa raiva, mágoa, indiferença e orar diariamente por aqueles que nos magoaram, ao fazer isso estamos entregando um espaço de tempo que o Senhor nos deu em favor deles. Esta prática permite que Deus nos agracie com a capacidade de mostrar-lhe bondade, é o modo de agir com responsabilidade cristã, ser o catalizador necessário para restauração de relacionamentos conflituosos e fortalecermos nossa decisão de ser fiel ao Senhor em tudo o que fizermos.

Acostume-se a orar por alguém que não costuma orar. Deus nos chama para luzir. Não luz nossa, mas a de Cristo. Perdoar, orar por quem não nos perdoou. Isso reluz Jesus ao mundo!

III - AS QUALIDADES DO MORDOMO FIEL

1. Fidelidade.

Por haver a liberdade dos cuidados do mundo, alguns crentes são desleixados em relação ao exercício da mordomia cristã, que Deus lhe confiou.

A Igreja de Pérgamo, apesar de reter o nome de Cristo e não negar a fé diante das perseguições, era digna de censura da parte de Deus. Isto porque os cristãos se deixaram influenciar por práticas pagãs e assim introduziram ao estilo de vida a filosofia de Balaão, alguns viviam conforme a doutrina dos nicolaitas, que se consistia de todo tipo de erro, e afetava os cristãos liderados a líderes. Portanto, aborreceram ao Senhor, e receberam uma reprimenda de Cristo.

Deus reconhece os crentes dedicados, promete recompensar os mordomos fiéis, tem recompensas reservadas, espera que os cristãos sejam prudentes, aguardem prontamente o retorno de Cristo para então  recompensá-los por sua fidelidade. "Portanto, arrependa-se! (...) Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: ‘Ao vencedor, darei do maná escondido. Também lhe darei uma pedrinha branca, e, sobre essa pedrinha, um novo nome escrito, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe'" (Apocalipse 2.12-17).

O autor do Livro de Hebreus, em 6.10, adverte sobre o perigo da negligência, mostra que o afastamento de Deus, e a consequente apostasia, resultam em uma condição totalmente irreversível. Quando um pessoa cai em pecado e se arrepende, a Palavra diz que a misericórdia divina se manifesta a fim de que seja restaurada (Lamentações 3.21-23; Provérbios 24.16). Mas, em caso de comportamento indolente praticado de maneira consciente, aquele que deliberadamente rejeita a orientação bíblica, estes não herdarão as promessas relacionadas à herança na vida eterna.

2. Prudência.

Os textos sagrados evidenciam a importância do exercício da mordomia e a prontidão espiritual, tais atitudes fazem parte da característica do autêntico discípulo de Cristo. O servo fiel é prudente. Em sua moderação, equilíbrio e prevenção, representa o cristão que recebeu do Senhor a missão de mordomo e a cumpre fielmente. Ao agir assim, permanece dentro do parâmetro da vocação que o Senhor lhe. Em referência à Segunda Vinda de Jesus, quando o Filho de Deus retornar, Ele encontrará este crente trabalhando e honrando seu compromisso, por isso o Mestre irá retribuí-lo.

Porém, o servo mau, aquele crente cuja característica é agir fora da vontade do Senhor, ser negligente quanto aos princípios da mordomia cristã, extravasar a perversidade que há em seu coração, o Dia do Julgamento Final o aguarda. O Altíssimo, que não é enganado pela hipocrisia humana, a quem nada está oculto, assim que retornar fará o ajuste de contas com ele.  

3. Constituído pelo seu Senhor.

Na parábola, o servo fiel e prudente é constituído pelo senhor "sobre sua casa", não assume compromissos que o seu senhor não lhe atribui É imprescindível considerar com ênfase que ele não se constituiu a si mesmo, foi constituído pelo seu senhor.

Jesus não quer em sua Igreja pastores, missionários, líderes de departamentos que assumem o posto sem que tenha sido constituído por Ele. Aqueles que geralmente ocupam funções na igreja e agem com intenções de favorecer-se do cargo que assumiram, demonstram que não foram constituídos por Deus ou apostataram da fé em Cristo. O obreiro que realmente quer fazer a vontade de Deus, tem como importante apegar-se ao crescimento do conhecimento de Cristo através de seu ministério, ao mesmo tempo que diminui-se negando agir com o objetivo de beneficiamento próprio.

CONCLUSÃO

Deus promete recompensar os fiéis. Alguns textos bíblicos de teor escatológico indicam que Cristo reinará por um período de tempo sobre a terra depois que Ele voltar (Lucas 19.17; 1 Corintios 6.1-3; Apocalipse 20.1-6). Durante esse tempo, Ele precisará de assistentes que servirão com Ele no seu Reino. A recompensa envolve este futuro governo de Cristo, em cujo tempo a fidelidade será recompensada com maiores oportunidades de serviço.

E.A.G.

Commentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, editado por French L. Arrington e Roger Stronstad. 4ª edição 2006. Página 404. Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Lições Bíblicas. Tempo, Bens e Talentos - Sendo Mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Elinaldo Renovato. Lição 13: A Mordomia do Tempo. Terceiro trimestre de 2019. Páginas 93, 94. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Página 157. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A Mordomia do Cuidado com a Terra


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O salvo em Cristo deve ter uma consciência bíblica de sua responsabilidade com o meio ambiente. Para que a vida cristã seja plena e frutífera, o crente deve colocar os princípios bíblicos em prática; precisa entender que ser uma pessoa praticante das Escrituras Sagradas é o mesmo que agir como um fiel mordomo (grego, oikonomos) do Criador de todas as coisas. A mordomia cristã envolve assuntos da maior importância no Reino de Deus. Que possamos fazer uma reflexão sobre isso e desenvolver uma consciência avivada para esse assunto, tanto na esfera imaterial quanto material.


I. O HOMEM FOI CRIADO PARA SER MORDOMO DE DEUS

1. O Mordomo da Terra.

A Bíblia diz: "Porque assim diz o SENHOR, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro" (Isaías 40.15 - ARC).

A programação de Deus para o planeta Terra é extraordinário. Um ambiente de paz, de harmonia espiritual e humana que transcende a compreensão limitada do homem. Dotado de sabedoria completa, Deus passou para os "filhos dos homens" a administração do planeta e de todos os seus recursos naturais. O programa do Criador demandava uma administração sábia e poderosa e para isso Deus escolheu seu administrador. O ser humano foi preparado para ser o mordomo da Terra.

A humanidade veio à existência com todas as condições para exercer a administração da Terra. Ao dar origem ao homem, Deus colocou em sua essência carências individuais e sociais. Na estrutura humana há a criatividade, necessidades físicas, como ter uma habitação, dormir e descansar, alimentar-se e reproduzir-se. Foi feito apto para aprender e ter condições de plantar, cultivar, construir famílias, sociedade e realizar empreendimentos.

Assim sendo, o ser humano é capaz de gerenciar os recursos naturais para sua sobrevivência e manutenção da Terra, preservando os recursos naturais que Deus lhe concedeu legitimidade para deles usufruir. Porém, se usar o livre arbítrio escolhendo viver completamente submisso a Deus.

2. A Terra habitável.

Em relação a alguns planetas do Sistema Solar, a Terra é muito pequena. Comparando com o tamanho de algumas estrelas, seu diâmetro é menor do que a ponta de um alfinete. Pela perspectiva das grandezas cósmicas, a Bíblia Sagrada refere-se aos habitantes da Terra de maneira peculiar, diz que o Criador considera as nações como um pingo que cai de um balde, como um grão de pó na balança e carrega as ilhas como se fossem pó fino (Isaías 40.15).

O gênero humano foi criado com as aptidões necessárias para agir eficazmente como mordomo da fauna e da flora terrestre. Para agir como mordomo do planeta, tem características diferentes dos anjos, que são seres apenas espirituais, o homem possui todas as condições  para ser excelente mordomo de todos os ecossistemas terrestres. Além das características mental e física, o Criador deu-lhe a inclinação para a espiritualidade.


II. DEUS CONCEDEU A TERRA AOS HOMENS

1. A Terra é do Senhor.

O Senhor é o dono da Terra e de todos os que habitam no planeta (Salmos 24.1). Nesta condição, Ele resolveu confiar a governança do planeta ao ser criado segundo à sua imagem, feito em conformidade com a sua semelhança. Assim o ser humano tem a grande responsabilidade de exercer a mordomia cuidando da preservação dos recursos naturais e humanos e um dia terá que prestar contas de tudo, inclusive de sua mordomia espiritual.

2. A Natureza é uma dádiva da graça de Deus.

Indescritivelmente bondoso, Deus deu e sustenta a vida de todos. Além da vida humana e na geração de cada ser vivo, Ele concede através da natureza, o ar, a água, o Sol, a chuva, a germinação das plantas, os frutos, os alimentos e tudo o que é necessário para a sobrevivência do planeta. Todas estas dádivas naturais procedem da graça divina (Mateus 5.45).

Deus é Soberano sobre todo o Universo. Todos os planetas, estrelas e outros corpos celestes e a Terra pertencem ao Criador. Ele criou tudo e preserva tudo o que fez (Salmos 104.30; 65.9-13). O cristão reconhece ao Senhor como Deus verdadeiro, o Criador da Terra e dos céus, sabe que todas as bênção advém de suas mãos por meio da natureza. Ao orar pelas refeições, agradece ao Senhor pelo alimento.

3. A missão de governar a Terra.

"Os céus são os céus do SENHOR, mas a terra ele deu aos filhos dos homens" - Salmos 115.16.

Sobre a função do ser humano na Terra, Deus decidiu delegar a ele autoridade sobre a criação no âmbito do planeta. A missão que Ele confiou ao homem, jamais confiou aos arcanjos e anjos, querubins e outros seres celestiais. Somente o ser humano recebeu a missão de ser mordomo do Criador do Universo para zelar, preservar a Terra em várias esferas da vida.

Apesar de o corpo humano ser formado do pó, o homem teve o privilégio de ser criado parecido com Deus, no que tange às características racional, moral, intelectual e espiritual (Gênesis 1.26, 27). Dotado das faculdades de raciocinar, de sentir e expressar emoções e de fazer escolhas e agir conforme o seu livre arbítrio, ser distinto entre todas as criaturas, cometeu pecado. Por causa da Queda de Adão, todos os seus descendentes se tornaram pecadores e destituídos da glória de Deus (Romanos 3.23; 5.12). Apesar de ter falhado, Deus nunca desistiu de sua obra-prima e nunca a desamparou (Salmo 8.4-6). Por intermédio de Jesus, o qual é "expressa imagem de Deus" (Hebreus 1.1-3), o homem tem a oportunidade de estar reconciliado com Deus outra vez (1 Corintios 5.18-19) e ter a sua semelhança com Deus restaurada ao estado original (1 João 3.2).

Ponderemos as sua escolhas. Se fosse pedido a nós que, depois de se nosso tempo neste mundo resumíssemos como passamos os nossos anos de vida? Em Jeremias 9.23-24, o profeta lembra que o que realmente tem importância não é tanto quanta educação adquirimos, quanto poder ou riqueza possuímos, mas se conhecemos e servimos de fato a Deus. O conhecimento espiritual e as realizações pessoais são importantes, mas não devem determinar nossas prioridades. Ao tomar decisões e fazer escolhas que moldam a nossa vida, o profeta lembra que devemos fazer do conhecimento e da mordomia bíblica nossa principal prioridade.

III. O HOMEM E SUA RELAÇÃO COM DEUS

1. A Terra antes do homem.

No segundo capítulo de Gênesis, vemos a descrição do ambiente terrestre antes do ser humano existir. A vegetação ainda brotava sem que houvesse uma pessoa a cultivando, Deus não havia permitido que chovesse sobre o solo, pois não havia quem lavrasse o campo. A Terra era preparada ao plantio por meio de um vapor que subia da superfície terrena (Gênesis 1.11-13; 2.6).

Só quando a ecologia estava perfeita, quando o planeta estava pronto para uma sobrevivência digna, saudável e feliz, foi que Deus colocou o primeiro casal no Jardim do Éden, coabitando com a natureza e os animais. Ali, corriam rios perenes. Depois de toda a disposição dos ecossistemas, o Senhor entregou ao homem a tarefa da mordomia da natureza.

Ainda em total comunhão, antes de desobedecerem a Deus, o plano do Criador para Adão e Eva, e seus descendentes, era que cuidassem das belezas edênicas, rodeados de animais em meio ao panorama fantástico do "Jardim das Delícias". Eles deveriam dominar a natureza, pois estariam incumbidos de lavrar e preservar o planeta (Gênesis 2.15).

O crente em Cristo precisa refletir profundamente consigo mesmo, manter em constante desenvolvimento a sua consciência sobre o compromisso que Deus lhe impôs quanto à mordomia bíblica em relação às esferas materiais e imateriais. Somente ao entender, colocará em prática os princípios que o Criador estabeleceu e terá uma vida frutífera como servo e mordomo da Terra.

2. A Terra depois da criação do homem.

O plano original de Deus foi prejudicado por causa da Queda de Adão, após pecar o homem perdeu a autoridade espiritual que tinha sobre os animais marinhos e terrestres e sobre tudo que há no planeta. O homem começou bem no cuidado do planeta, mas não soube levar adiante o que previra o plano de Deus. Dessa maneira, o plano de Deus incluía o papel mais importante na esfera terrena, que era o de zelar por ela.

Os cristãos verdadeiros em todo o mundo devem se esforçar para serem exemplos no trato com a vida em todas as suas proposições, evitando a poluição de recursos naturais, cuidando para que não aconteça o uso irracional do meio ambiente, pois conhecem a Palavra de Deus como revelação divina, sabem que todo o funcionamento dos ecossistemas são frutos da criação de Deus e de sua bondade para com o homem, face o seu plano glorioso para o planeta Terra (Deuteronômio 10.14; Jó 41.11).

Os dois primeiros salmos da Bíblia classificam as pessoas de acordo com sua escolha entre os dois caminhos: o caminho dos ímpios e o caminho dos que temem ao Senhor. Uma das ilusões apresentada pela serpente a Eva, e a de que a rebelião conduz o rebelde à liberdade e prosperidade. Ambos os salmos concluem que o prêmio é reservado apenas para os justos, para os rebeldes não há premiação, tudo que há é uma consequência catastrófica.

IV - A MORDOMIA DO MEIO AMBIENTE

1. A falha do homem na mordomia da Terra.

O vocábulo poluição deriva do latim "poluere", que significa “sujar”. Como mordomo dos bens naturais, o homem tem falhado ao longo da História. O interesse pelas riquezas materiais e pelo lucro financeiro induziu o homem a não se preocupar com o desenvolvimento sustentável, que é a conservação do meio ambiente, e como consequência somos afetados agora e as gerações futuras também serão prejudicadas pelas consequências ruins da poluição atmosférica, hídrica, do solo, sonora, visual, térmica, luminosa e radioativa.

O homem modifica intencionalmente os ecossistemas, urbano, agrário e natural, motivado por ganância. Agride a si mesmo, os animais e as plantas e todos os seres vivos que Deus criou para que ele zelasse. Enquanto a tecnologia avança, há progressos em áreas como a comunicação interpessoal e das massas, muitas áreas de matas e florestas são destruídas para uso do solo com a agricultura e a pecuária.

Com o surgimento das fábricas e das indústrias na Revolução Industrial, o trabalho artesanal e rural passou a ser industrial e poluente. Nesse processo, o ser humano provoca a alteração das leis naturais de ordem física, química ou biológica, de muitas formas. Diuturnamente, introduz substâncias e energias tóxicas na natureza. A fumaça suja a camada atmosférica e acarreta problemas sérios para as populações e todos os seres vivos existentes no ecossistema ao redor do planeta. O solo, as águas e o ar, antes limpos, passaram a estar contaminados com substâncias nocivas, prejudicando a qualidade de vida na Terra. Assim, as doenças se multiplicaram.

2. A degradação da Terra.

Na propensão para progredir, o homem provoca a alteração do meio ambiente. É responsável pela existência de partículas inaláveis, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, dióxido de nitrogênio e ozônio causam danos profundos para à saúde humana. Provoca danos ambientais através do uso de agrotóxicos nas atividades agrícolas, descartes irresponsáveis o lixo nos ambientes domésticos, comerciais e industriais, e através do uso de esgotos. Polui rios, lagos, oceanos, o solo, a atmosfera e até a estratosfera.

Para quem vive nas metrópoles, é notório que os córregos, os rios, lagos e lagoas de hoje em dia possuem águas mortas; em muitas correntes fluviais não há mais condições para a existência de peixes e outras espécies de seres vivos. Por muitas décadas, no ambiente urbano brasileiro a habitação cresceu desordenadamente, não houve consciência ecológica e córregos e rios foram transformados em depósitos de dejetos. À luz da Bíblia, podemos ser categóricos ao dizer que esta situação não é vontade de Deus para o planeta. Não é fácil mas é possível que cidades e países se desenvolvam sem destruir os recursos naturais. Precisamos progredir preservando os recursos naturais, evitando o desperdício, a poluição das águas, evitando a contaminação do ecossistema.

3. A restauração da Terra.

Terra e céu renovados no fim dos tempos, a poluição ambiental acabará, o equilíbrio dos ecossistemas serão restabelecidos. Os poluentes que atualmente agridem a fauna e a flora, como o benzeno, chumbo, mercúrio, enxofre, monóxido de carbono, pesticidas, dioxinas e gás carbônico, não mais serão usados pelos homens. Esta é uma promessa de felicidade sem-fim, empenhada pelo Senhor aos seus servos. Deus fará novos céus e nova Terra. Ao longo dos séculos, o ser humano poluiu o planeta e o espaço sideral, o que está degradado precisa de renovação (Gênesis 1.31; Apocalipse 21.1).

Sobre nossas cabeças, existe o céu azulado, repleto de nuvens brancas, raios de sol e a lua e estrelas a brilhar no período noturno. Este céu pertencente à natureza física, é definido como espaço limitado, no qual se locomovem os astros, descrito como a abóboda celeste. É importante observar que há na Bíblia a narrativa escatológica sobre os termos céu e terra. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é reconhecido que o Universo como existe hoje não é eterno, desaparecerá no modo em que é observado na atualidade, com a finalidade de dar lugar a novos céus e nova terra (Isaías 65.17; 66.22; 2 Pedro 3.10-13; Apocalipse 21.1).

Deus acabará com todo o lixo espacial na atmosfera terrestre. A quantidade de sujeira que o homem coloca no espaço é assustadora. Segundo a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), existem aproximadamente 500 mil pedaços de lixo e equipamentos espaciais orbitando nosso planeta. São estágios completos de foguetes desgastados, ônibus espaciais, satélites antigos desativados, tanques de combustível, efluentes de motores de foguetes sólidos, fragmentos de aparelhos defeituosos ou desintegrados.

A Agência Espacial Europeia declarou que em janeiro de 2018, existiam cerca de 30 mil objetos maiores que 10 centímetros, cerca de 750 mil objetos que variam entre 1 a 10 centímetros e cerca de 166 milhões de objetos entre 1 milímetro e 1 centímetros de tamanho. O maior pedaço de lixo espacial na órbita baixa da Terra mede cerca de 30 metros de comprimento por 16 metros de largura. Seu painel solar, de 46 metros de comprimento, dá ao satélite um perfil ainda maior. Esta espaçonave pesa 8 toneladas.

Após o Arrebatamento da Igreja, o crente fiel passará a conhecer todas as coisas boas que Deus fez em seu estado de planejamento inicial (Romanos 8.19-22; Colossenses 1.20). A condição final de toda a criação expressará de maneira perfeita e pormenorizadamente a vontade de Deus sobre a Terra: a devastação e os efeitos da devastação serão desfeitos; as consequências da destruição da biodiversidade serão desfeitas; não haverá poluição sonora, radioativa da água, do ar. Este será o  tempo em que Jesus, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, governará tendo ao seu redor os salvos.

A humanidade atingia 900 anos antes do Dilúvio. Após o cataclismo da grande inundação, as pessoas vivem 70 anos, aproximadamente. O apóstolo Pedro, em sua segunda carta, no capítulo 2 e versículo 7, apresenta  a profecia sobre um segundo cataclismo, quando a Terra será renovada através do fogo.

Pedro afirma que a renovação do Universo será pelo fogo, ocorrerá no Dia do Juízo e no momento da renovação haverá um grande estrondo (rhoizêdon). No novo Universo, a Criação inteira será restaurada, tudo será restaurado a harmonia original (2 Pedro 3.7,10,12). Nesta fase da vida humana, a humanidade viverá em harmonia com Deus, que habitará com os homens, não haverá mortes e luto, nem pranto e dor (Apocalipse 21.1-4).

Deus pôs o arco-iris no céu para indicar que Ele não inundaria novamente a Terra (Gênesis 9.13). Mas no futuro Ele intervirá na história por meio do fogo (Isaías 66.15; Daniel 7.9-10). Não temos informações detalhadas sobre como ocorrerá a intervenção divina no planeta, porém, sabemos que existe no céu um número incontável de estrelas, cometas e asteroides; e que. no centro da esfera terrestre existe um lago de fogo, cujo líquido  ferve a uma temperatura  de aproximadamente 6.800 graus centígrados; a superfície terrestre está separada deste centro ardente por uma crosta de apenas 16 quilômetros. Além disso, toda a Criação é uma bomba com potencial por causa da sua estrutura atômica. Do mesmo que o ser humano cria a partir de átomos bombas altamente destrutivas, Deus pode desintegrar todo o Universo com uma explosão de energia atômica. Mas diferente dos homens, Ele é capaz de restaurar a composição de toda matéria, reverter a reação atômica, fazer os átomos, nêutrons, prótons e elétrons voltarem ao estado anterior, causando assim o novo céu e a nova terra.

CONCLUSÃO

Deus jamais transferiu o domínio e a propriedade da Terra para qualquer ser. Porém, em seu plano divino, fez Terra contendo o ambiente composto de todas as condições geográficas e físicas favoráveis à vida e ao desenvolvimento do homem, criado à sua imagem e semelhança, para que dominasse plenamente sobre o reino animal, vegetal e mineral, como representante do Criador.

O ser humano rebelou-se contra o Criador. Consequentemente, houve transtornos de ordem moral, física e espiritual sobre si e sobre a natureza. Deus não amaldiçoou o ser humano, mas amaldiçoou a Terra, a casa provisória do homem, que passou a ter catástrofes ambientais e ecológicas. No futuro, o Criador restaurará a Terra e todos os ecossistemas, desfazendo as atrocidades cometidas pelas ações da humanidade.

E.A.G.

Compilação

A Rocha - A Bíblia que Conduz às Escolhas Corretas. Notas e comentários John McDowell. 1ª edição novembro de 2012. Página 759. São Paulo - SP (Editora e Distribuidora Candeias).
Bíblia de Estudo MacArthur. Edição 2010. Páginas 1748 e 1749. Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
Escatologia - Doutrina das Últimas Coisas. Severino . Pedro da Silva, 11ª edição, 1988, página 174, Rio de Janeiro (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
O Céu físico e o Céu como Casa de Deus e Morada dos Salvos em Cristo - Escatologia: Acontecimentos futuros no Plano da Redenção. Eliseu Antonio Gomes. Belverede.  12 de agosto de 2019. https://bit.ly/2ZVdPUg
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 143 a 149. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Cinco etapas para você otimizar seu tempo


Por que medir o tempo e como fazer para que ele seja mais produtivo?

Um dos problemas das pessoas que se sentem exageradamente ocupadas é que elas não têm ideia de para onde foi o tempo. Nesta matéria, trataremos sobre uma das ferramentas mais simples para melhorar nosso senso de controle de tempo. Como? Através da medição das horas.

"O trabalho se expande de modo a preencher o tempo disponível para a sua realização" ([1] Lei de Parkinson). 

Muitas pessoas se referem ao conceito de gestão de tempo, criado por Cyril Northcote Parkinson com algum desdém, dão de ombros e dizem "vamos lá, tudo bem". Mas se temos o objetivo usar nosso tempo dia-a-dia com eficiência, esse não é caminho.

Existe uma enorme diferença entre estar muito ocupado e estar ocupado eficientemente. Estando eu ocupado quase o tempo todo, se souber que uso meu tempo de maneira eficiente e otimizada, minha pressa não será um fator estressante.

O método para chegar a essa situação de tranquilidade, durante a realização de tarefas, é começar a medir o tempo. Quanto tempo por dia ou semana você gasta em passeios, cuidando da aparência, dormindo, trabalhando, estudando, na ginástica, na recreação, em família, em redes sociais como o Facebook, Instagram e WhatsApp? A maioria das pessoas não sabe dizer com exatidão, outras, não têm a menor ideia de como usam o espaço de tempo da sua vida.

Uma das estratégias mais importantes para fazer gerenciamento de tempo é medi-lo. O tempo passa de qualquer maneira, e o modo como o preenchemos é importante. Precisamos nos habituar a prestar atenção em como usamos o conteúdo das horas, porque o tempo que passou não voltará jamais.


Como medir o tempo e aprender lições

Para começar a planejar o uso otimizado do tempo, registre tudo o que você faz diariamente. Não há dificuldade para isso. A anotação pode ser feita facilmente com o aplicativo [2] Toggl ou outro aplicativo similar, ou, ainda, com uma caderneta de notas e uma caneta. Anote todos cada minuto do dia e todos os lugares que se fizer presente.

Depois de uma semana fazendo anotações, analise o que fez somando os minutos gastos em cada atividade que se envolveu. Pergunte-se:

• Quanto tempo gastei assistindo aos programas de televisão?
• Quanto tempo estive navegando em redes sociais?
• É tempo aceitável ou exagerei? Devo diminuir esse tempo?
• Quanto tempo estive em companhia da família e amigos?
• Precisa de mais tempo ou diminuir esse tempo?

Estas perguntas são apenas exemplos, é claro, então, ajuste as interrogações às suas ocupações. Analise o quanto tem se dedicado em concentração máxima nos estudos, trabalho e projetos pessoais, apure o quanto tem se aprofundado, quantas vezes e por quantos minutos fez interrupções e quais progressos alcançou com tais ocupações.

Esta é a etapa do aprendizado. Com base nos dados coletados e as conclusões de suas análises, considere quais serão as mudanças em sua agenda semanal. Para início, não é recomendável criar uma meta grande, mas algo que você tenha certeza que poderá cumprir, ou a tentativa que considere a menos difícil de ser atingida. Vá um passo de cada vez, na segunda semana, implemente a segunda meta, e assim, consecutivamente.

Conquistamos muitos benefícios ao medir o tempo.

1. Saiba para onde vai o seu tempo.

Naqueles dias que você pensar que 24 horas é pouco tempo para você fazer tudo o que deve ser feito, a medição do tempo ajudará a entender por onde escaparam preciosos minutos da sua vida. Às vezes, não conseguimos perceber o quanto perdemos tempo; se houver o controle de anotação, podemos verificar e melhorar o modo como ocupamos o nosso dia.

2. Pare de adiar tarefas difíceis

Você pode mudar sua percepção sobre tarefas complicadas se tiver tempo disponível para realizá-las. Por exemplo, se você souber que é possível lavar, enxugar e guardar a pilha de copos, pratos e talheres em sete minutos, não ficará desanimado.

3. A simplificação em uma área fará com que você simplifique em outras áreas

Ao aplicar os ajustes da sua anotação de uso de tempo em uma área do seu cotidiano, descobrirá que é possível fazer agir com eficiência em outras áreas. O sucesso em uma atividade tem como consequência levar encher você de disposição para conquistar mais sucessos em outras áreas completamente diferentes.

Ocorre assim em nível prático e psicológico. Por exemplo, a praticidade faz com que o estudante que gerencia bem o seu tempo, descubra que sobra tempo para fazer exercícios físicos; ou, o internauta que reduz o tempo em redes sociais, descobre que tem tempo para cultivar uma pequena horta em vasos. Psicologicamente, a mudança é mais intensa: a autoestima melhora quando a nossa vida está organizada. Nos sentimos melhor quando apenas uma área da vida está bem.

4. Não se sinta ocupado o tempo todo

O sentimento perpétuo de existir uma carga interminável não passará se não lidarmos com isso. É muito provável que aconteça a surpresa de surgir uma tarefa nova em seu dia. De repente, aparecer uma carga horária não esteja dentro da sua capacidade de controle, fatores externos podem sobrecarregá-lo, também. Mas, a maneira de lidar com essa situação, pode ser algo a ser incorporado ao seu gerenciamento de tempo. As medições constantes de tempo criam noções e perspectivas realistas de quanto tempo duram as atividades. Diante da probabilidade de assumir uma tarefa nova e inesperada, é possível compará-la com outras realizadas no passado, ter algum grau de confiança de que a comparação gerará uma previsão satisfatória.

5. Saiba quanto tempo é gasto com procrastinação

Se medirmos o tempo que passamos diante do televisor, usando o Facebook ou YouTube, e outras página de internet, a medição nos ajudará:

• Saberemos onde passamos o tempo nos dias em que não produzimos o suficiente;
• Em qual atividade devo reduzir o tempo

Não existe a intenção de desmotivar usuários de redes sociais, o objetivo é incentivar o controle das horas em no dia a dia. Redes sociais são atrativas e viciantes e levam as pessoas a adiar tudo o mais que é preciso ser feito. Adiamentos são parte da vida, é importante que seja parcialmente controlados. Estabeleça as horas do dia, ou quais dias da semana acessará suas redes sociais.


5. Aprenda a planejar seu tempo de maneira inteligente

A escala de tarefas é construída intuitivamente. É importante saber quantas tarefas podem, de fato, estar em cada quadro da sua caderneta de anotação. A tendência humana é ser uma pessoa otimista ao excesso, é muito comum planejar a conclusão de uma tarefa em uma hora, mas ser capaz de conclui-la em uma hora e meia, por exemplo. Este tipo de equívoco leva pessoas ao desânimo.

Conclusão

Criar uma agenda realista é um processo. Não é possível criá-la com rapidez. Com base na experiência, vá fazendo os ajustes das suas anotações, não confie em sua memória para todas as coisas. Meça o tempo e registre na caderneta o tempo real em que foi capaz de concluir o trabalho. 

Festeja os seus sucessos, mesmo que eles sejam modestos. Não se chateie com metas não atingidas, veja cada uma delas como degraus que o levarão ao topo. 

1. A lei de Parkinson foi publicada por Cyril Northcote Parkinson num artigo na revista The Economist em 1955.
2. O Toggl é um aplicativo de rastreamento de tempo operado pela Toggl.

E.A.G.

Com informações e fotos de: http://zehazman.net/blog/

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

A Mordomia das Obras de Misericórdia


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Viver em sociedade tem sido cada vez mais complicado, em relação aos grandes transtornos impostos pelo pecado e seus efeitos. Em tempos de relativização de valores fundamentais e degradação social, na contramão da sociedade que defende uma ética convencional, estabelecida por normas criadas pela filosofia da pós-modernidade, a leitura bíblica, de modo devocional e sistemático e a reflexão a partir da perspectiva bíblica e cristã sobre assuntos como a valorização da vida humana e o caráter ético de Deus, conduz o crente ao equilíbrio espiritual. 

A busca do conhecimento bíblico viabiliza ao cristão refletir sobre todas as coisas e encontrar meios de fazer a diferença. Nós cristãos, conhecemos o caráter de Deus: santo, bondoso, justo, paciente, generoso e misericordioso. Assim sendo, no ponto de vista cristão, a prática da ética e o exercício da caridade são características inatas e frutos da imagem de Deus no ser humano. Sendo Deus santo e misericordioso, espera-se que o crente tenha um viver em santidade e cheio de misericórdia (Gênesis 1.26; 1 Pedro 1.16). E sendo a Bíblia a sua regra de fé e conduta para situações como um todo, é natural que reaja aos problemas sem moldar-se ao comportamento e costumes do mundo (Romanos 12.1-2).

I - SIGNIFICADO DE MISERICÓRDIA

1. Definição.

Misericórdia é uma palavra de origem latina. A definição dos léxicos Michaellis e Aurélio, resumidamente, descrevem o termo como ato por meio do qual se beneficia alguém; é a compaixão e a piedade, a graça concedida em consequência do sentimento de pesar despertado pelo sofrimento alheio; é a ação real concedida unicamente por bondade.

No Antigo Testamento, encontramos o vocábulo "hesedh". Esta é a palavra hebraica convertida ao idioma português como misericórdia. Seu significado indica beneficência, benignidade, bondade, beleza, amor.

No Antigo Testamento, o texto bíblico que define em profundidade o vocábulo misericórdia é o Salmo 136, onde a palavra é usada vinte e seis vezes. O salmista evidenciou o seguinte:
• a misericórdia serve para proclamar a bondade e o amor de Deus como fundamento para seu caráter e atos (versículo 1);
• a misericórdia sustenta a posição de superioridade de Deus como Senhor (versículos 2 e 3);
• a misericórdia, associada com a justiça divina, constitui a base de todos os atos poderosos de Deus na Criação (4-9) e libertação do povo judeu (10-15);
• a misericórdia é o motivo da orientação que Deus deu no deserto aos hebreus (16);
• a misericórdia é a razão para Deus dar a terra aos descendentes de Abraão e permitir a derrota dos inimigos dos israelitas (17-22);
• a misericórdia é a razão da libertação no passado e no presente (23-25); e seu domínio celestial (26).
No idioma grego, a palavra convertida por misericórdia é "eleos", cujo significado é piedade ativa (Mateus 23.23; Tito 3.5; Hebreus 4.16). Em Tiago 2.13, "eleos" é empregada para falar do livramento do castigo merecido; em Romanos 11.31 e Judas 21, a abordagem do termo é usada para mostrar a salvação que Deus nos dá por meio de Cristo.

2. Misericordioso.

Ao escrever o Salmo 103, Davi revela com esplendor sua gratidão e o convite que fez a sua própria alma para enaltecer ao Senhor por ser o Deus misericordioso. Ele exaltou o Altíssimo por seu caráter, referindo-se ao que Ele é, reconhecendo todas as bênçãos que lhe deu (versículos 8, 11, 17).

A misericórdia faz parte do caráter e dos atributos morais de Deus transferíveis ao ser humano. O Senhor não transmite ou reparte seus atributos absolutos, o de onipotência, de onisciência e da onipresença, dentre outros, mas Ele transfere seus atributos relativos para os homens. O Pai celeste deseja que seus filhos, assim como Ele age, também ajam misericordiosamente, buscando o bem temporal do próximo e dos animais e anunciando a salvação eterna para um número máximo de almas humanas que puder falar (Jonas 4.2, 11).

II - A MORDOMIA DA MISERICÓRDIA CRISTÃ

1. Obras de misericórdia na prática.

A expressão "obras de misericórdia" não consta do texto bíblico, porém, o seu sentido é patente em toda a Bíblia Sagrada. São ações e práticas realizadas em favor dos outros como expressão de amor, especialmente para com os que se encontram em situação de fragilidade física, emocional, social, ou espiritual e precisam do socorro da parte daqueles que servem a Deus.

1.2 - O Bom Samaritano

Lucas 10.25-37 apresenta a parábola O Bom Samaritano, que é uma das passagens bíblicas mais conhecidas das Escrituras Sagradas. Esta parábola tem sua origem no questionamento de um certo doutor (ensinador) da Lei. Ele fez duas perguntas a Jesus. Aparentemente, sua intenção seria fazer apenas a primeira pergunta, mas viu-se compelido a fazer a segunda. “E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” Talvez, inspirado pelo orgulho da posição e sabedoria humana, quisesse debater o assunto com o jovem rabino galileu, acerca do qual tanto ouvira falar. Respondeu-lhe o Mestre com outra pergunta: “Que está escrito na lei? Como lês?” Era como se perguntasse: Você procura realmente informações, ou deseja meramente um debate? Por que perguntar, se a resposta está contida na Lei, da qual você é ensinador oficial?”

O mestre da Lei demonstrou conhecer a resposta, pela rapidez com que recitou: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.36,37, Marcos 12.30). A citação do grande mandamento era prova de que o rabino possuía discernimento e conhecimento das Escrituras, no entanto, ainda faltava conhecer mais, não havia considerado que existe diferença entre ser apenas conhecedor do texto sagrado e conhecê-lo e praticá-lo.

Jesus colocou o dedo na ferida quando disse ao doutor da Lei: “Faze isso, e viverás”. A flecha atingiu-lhe a consciência, pelo que percebemos no relato bíblico: “Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?” A expressão “querendo justificar-se” dá-nos a chave do problema do homem. Sem dúvida, perturbava-o algum ato de má vizinhança praticado contra algum membro da sua nação. A auto-justificação é a defesa de uma consciência culpada. Sua pergunta soava como uma confissão: “Não amo a meu próximo; tenho dificuldade em observar este mandamento”. O sol não pergunta: “Sobre quem brilharei?”, pois é de sua natureza o brilhar. Quem possui espírito de perdão não pergunta: “Até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei?” (Mateus 18.21). O perdoar é próprio da natureza perdoadora. E aquele movido pelo espírito de boa vizinhança e amor não pergunta: “Quem é o meu próximo? A quem serei misericordioso?” A essência do verdadeiro portador de misericórdia não conhece limites, nem exceções: oferece-se instintivamente a qualquer pessoa cujas necessidades a transformam em objeto de simpatia e benevolência.

A parábola atinge diretamente o problema do doutor da Lei, que era a falta da prática de misericórdia e não a falta de conhecimento do Texto Sagrado. Na ilustração que Jesus narra, há a brutalidade dos salteadores; a desumanidade do sacerdote e do levita, que observam a vítima no chão e prosseguem indiferentes em suas caminhadas; e, a compaixão do viajante samaritano, que não considerou a nacionalidade, o merecimento e religião da vítima e movido por grande compaixão toma atitudes eficientes de alguém que realmente ama e deseja praticar o bem.

2. Somos criados para as boas obras.

Tal  qual o bom samaritano, o crente precisa ter o máximo de cuidado para ser uma pessoa constante na prática de obras de misericórdia. Pois quem exerce obras de misericórdia revela que serve a um Deus misericordioso, longânimo e benigno.

A ação de misericórdia pode ser executada em diversas esferas das necessidades humanas, espirituais, evangelização e missões. O mordomo, cônscio do seu dever de executar a misericórdia, manifesta através de seus atos a vontade de Deus quando pratica o bem. Ao realizar tal ação, o cristão autêntico não faz acepção de pessoas, de circunstâncias e lugares (Mateus 5.43, 45; Lucas 23.42, 43; Atos 17.30).

Em Mateus 5.44, Jesus Cristo ordena aos seus seguidores manifestar a misericórdia perdoando os inimigos; em Efésios 4.32, está escrito: "Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (ARC).

Quem pratica as boas obras aos pequeninos, aproveita o privilégio de fazer o bem ao próprio Cristo (Mateus 24.40). O apóstolo Paulo sempre desenvolveu seu ministério missionário, esforçando-se para atender os pobres em suas necessidades (Gálatas 2.10).

Paulo recomendou a Tito que ensinasse aos irmãos da igreja que pastoreava a serem crentes frutíferos na aplicação de boas obras; explicou que para ser possível haver a frutificação era preciso ensiná-los a evitar discussões inúteis, pois as mesmas causam perda de tempo. "Fiel é esta palavra, e quero que você fale ousadamente a respeito dessas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Estas coisas são excelentes e proveitosas para todas as pessoas. Evite discussões tolas, genealogias, controvérsias e debates sobre a lei; porque são inúteis e sem valor" (Tito 3.8-9).

III - CUIDADOS NA PRÁTICA DAS BOAS OBRAS

1. As boas obras devem glorificar a Deus.

A fé que agrada ao Senhor é ativa, materializada em ações de testemunho perante o Altíssimo e os homens, composta de ações preparadas por Deus para que o crente, criatura feita semelhante ao Criador, ande nelas (Mateus 5.16; Efésios 2.9-10).

O cristão é instruído por Cristo a influenciar espiritual e moralmente através do seu testemunho, assim como o sal e a luz mudam de forma definitiva o espaço que ocupam. No ambiente social, tal influência pode e deve acontecer por meio do testemunho da mordomia das obras de misericórdia, feitas com o objetivo único e exclusivo de glorificar a Deus (Mateus 5.16; 6.2).

A vida terrena, assim como a neblina, é passageira e se dissipa rapidamente. Uns chegam aos 70 e outros aos 80 anos de idade, enquanto outros não alcançam tal longevidade. Portanto, não convém viver distraídos com banalidades; ao contrário, devemos remir o tempo, usar a sabedoria à prática da mordomia cristã (Salmo 90.10; Tiago 4.14).

Como mordomos de tudo o que Deus tem nos concedido, um dia teremos que prestar contas dos nossos bens e talentos. O cristão sábio é administrador fiel, prudente e exemplar, faz a vontade de Deus sabendo que haverá recompensa aos que realizarem de modo correto a mordomia cristã, e cobrança e castigo aos negligentes (Lucas 12.42-48).

2. As obras de misericórdia são obras de amor.

A misericórdia de Deus causa uma grande diferença para melhor na vida do cristão (Tito 3.4) Há uma bela ilustração da misericórdia divina em 2 Samuel, na maneira como Davi tratou Mefibosete, o príncipe aleijado. Uma vez que Mefibosete era neto de Saul e filho de Jônatas, era esperado que fosse assassinado. Mas, fazendo uso da misericórdia do Senhor através de seus atos, Davi poupou sua vida e o acolheu como um de seus filhos à mesa do palácio.

A essência do amor é o próprio Deus; o amor em ação é a essência do cristianismo; a misericórdia é o amor posto em prática; se manifesta em atos de amor porque são obras de amor. Com base neste conjunto de fatores, o apóstolo João declarou: "Quem não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor" (1 João 4.8).

"Pois quero misericórdia, e não sacrifício; conhecimento de Deus, mais do que holocaustos" - Oseias 6.6. O crente deve conhecer a vontade do Senhor e ser observador quanto aos fatos que ocorrem ao seu redor, com o objetivo de prestar socorro aos que necessitam de auxílio. Conhecer a Deus, significa:
• Procurar entender o que Ele fala (Oseias 6.3);
• Conhecer o poder que há em sua comunicação (Salmos 29.3-5, 9);
• Compreender que a vida eterna está nEle e em Jesus Cristo (João 17.3);
• Saber qual é sua vontade e praticá-la (1 Tessalonicenses 4.3-8).
Em Oseias 6.6, o Senhor expressa a questão da necessidade de seus servos terem a capacidade diferenciar entre Ele, que é o Deus verdadeiro, e os deuses falsos. Exige de quem o serve demonstrar a mesma diferença em seu estilo de vida, com relação aos que seguem religiões pagãs. O paganismo, ao invés de promover a santidade e a misericórdia, exige dos pagãos sacrifícios cultuais.

3. Obras de quem é salvo.

Antes de reconhecer a Cristo como Salvador e Senhor, éramos mortos em delitos e pecados, andávamos perdidos seguindo o curso desse mundo, fazíamos a vontade da carne e dos pensamentos, éramos como filhos da ira. Porém, ao crer no plano redentor, nos tornamos filhos da misericórdia de Deus, estamos vivificados em Cristo e temos uma cidadania assegurada nos lugares celestiais, e estamos regenerados para ser a demonstração eterna da obra redentora realizada por meio da graça divina (Efésios 2.1-10).

Aos crentes efésios, Paulo esclareceu que a salvação não é conquistada por meio das "obras, para que ninguém se glorie" (2.9-10). A salvação não pode ser resultado de obras humanas, pois a obra salvadora já foi concluída de modo perfeito na cruz (João 17.1-4; 19.30). Essa obra que Deus realizou por nós, motivada por misericórdia, não precisa de reparos  humanos. Não podemos acrescentar nada consistente a ela (Hebreus 10.1-14); não podemos subtrair coisa alguma dela. Quando Jesus morreu, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo em duas partes, mostrando que a partir daquele momento o acesso para Deus foi aberto ao pecador arrependido. Desde então não existe mais necessidade de realizar sacrifícios, pois um único sacrifício - o do Cordeiro de Deus - realizou por completo a grande obra da salvação.

O texto de Tiago diz que a fé salvífica tem que ser atuante. Se a fé não apresenta atitudes de amor a Deus e ao próximo, é uma fé morta  (2.14-20). Com base nesse ensino, podemos concluir que fé sem misericórdia é o mesmo que viver carregando nos ombros um cadáver em avançado estado de decomposição. A fé daquela pessoa que vê um irmão usando peças de roupas esfarrapadas e com dificuldade para alimentar-se, vê alguém sofrendo por falta de elementos indispensáveis à sua sobrevivência digna, e simplesmente saúda-o com "a paz do Senhor", tendo condições para socorrê-lo mas não o socorre, é uma fé que não representa a doutrina de Cristo.

É importante considerar que nas Escrituras Sagradas o sentido contrário de amar não é apenas odiar; na Palavra de Deus, não amar também significa agir com indiferença. Portanto, não há como perceber que uma pessoa é salva apenas porque diz que é salva; que ama a Deus e ama o próximo pelo fato de declarar em palavras possuir o amor. A fé salvífica é reconhecida e demonstrada de modo real através de ações de misericórdia, e propagação do Evangelho de Cristo.

O exercício da misericórdia é a oportunidade de trazer o amor de Deus aos seres humanos. Cabe ao crente verificar na igreja local, entre os moradores do bairro em que mora, as demandas de necessidades que existem ali e ponderar sobre o que é possível ser feito. As possibilidades são muitas: arrecadar alimentos e roupas para quem precisa; doar sangue; visitar os enfermos em hospitais e nas residências; identificar a necessidade de uma pessoa em detalhe e mobilizar uma ação coletiva específica com o objetivo de resolver o problema em definitivo.

A respeito dos crentes praticantes da mordomia de obras de misericórdia, o apóstolo João ouviu uma voz no Céu, que dizia: "Escreva: 'Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham" (Apocalipse 14.13).

CONCLUSÃO

Tudo o que temos e somos vêm do Senhor, precisamos manter esta condição sempre avivada em nossa memória para não pecar como pecaram o sacerdote e o levita, personagens da parábola O Bom Samaritano. A misericórdia faz parte do conjunto de ações que acompanham a salvação do crente em Jesus

A fé autêntica não visa apenas salvar a alma individual da condenação eterna, mas também construir  comunidades a fim de mostrar o amor de Deus não só círculo religioso dos próprios crentes, mas também no mundo em que vivem, considerando a questão econômica, vinculada diretamente à miséria que muitas pessoas e nações estão acometidas.

A Bíblia esclarece de maneira muito clara que não devemos fazer boas obras para sermos salvos, como apregoa o espiritismo e outras religiões reencarnacionistas, que ensinam uma salvação alcançada pelas obras de filantropia. É importante promover o bem-estar do próximo, porém, tendo em vista que esta prática tem seu valor somente para o relacionamento social. a conquista da vida eterna acontece apenas quando a alma humana reconhece que o seu Salvador e Senhor é Jesus Cristo.

E.A.G.

Compilação:

Bíblia de Estudo Palavras-Chave - Hebraico e Grego. Edição 2011. Páginas 1647, 2182 E 2617. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento Warren W. Wiersbe (volume 2). Edição 2006. Páginas 24, 347. Santo André/SP (Geográfica Editora).
Comentário Bíblico - Efésios. Elienai Cabral. Edição 1999, Rio de Janeiro /RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão, ano 20, número 79, 3º trimestre de 2019, páginas 19, 20, 31 e 41. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Lucas - O Evangelho do Homem Perfeito. Myer Pearlman. Edição 1995.  Páginas 79 a 87. Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 132, 134, 135, 141-143. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

domingo, 1 de setembro de 2019

A Mordomia das Finanças

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No princípio da humanidade, as pessoas trocavam mercadoria por mercadoria. O pescador trocava sua pesca por frutas, quem tinha frutas trocava-as por peixe e verdura; o dono das hortaliças oferecia o produto de sua horta ao dono do trigo e o semeador do trigal tinha interesse em receber peças de roupas. Esta espécie de negociação é conhecida como Escambo Direto. Quando os europeus chegaram ao Brasil, propuseram trocas com os indígenas, trocaram espelhos, colares e outras coisas pelo pau-brasil, peles de animais etc. Houve uma época em que o sal bruto era um produto de grande interesse, e assim era considerado mercadoria-moeda de grande valor, era trocado por quase tudo e usado como pagamento de serviços, o que fez originar a palavra "salário".


I - TUDO O QUE TEMOS VEM DE DEUS

1. Deus é dono de tudo.

Existem vários tipos de mordomia à luz da Bíblia Sagrada, todas as modalidades de mordomia cristã estão ligadas à filosofia e à ética bíblica, estando relacionadas ao cotidiano da vida do crente em Cristo. Entender a prática e a importância desse ofício cristão trata-se de uma necessidade para que a pessoa possa experimentar sempre mais e mais das bênçãos do Pai celeste em sua vida. Para que haja o equilíbrio e o desenvolvimento saudável e constante na vida espiritual do cristão, este cristão deve saber lidar com o dinheiro de maneira comedida, sábia e prudente, havendo amor ao Criador, a si mesmo e ao próximo.

Todos os habitantes do planeta terra pertencem ao Criador, uns como criaturas e outros como seus filhos. Nós que somos cristãos temos algo a mais, pois somos filhos de Deus mediante a nossa fé em Jesus (João 1.12). Os crentes e não crentes têm as coisas por permissão do Senhor, sejam eles ricos ou pobres. Nós, os cristãos convertidos a Cristo, temos as coisas como dádivas de suas mãos bondosas, e conscientes disso procuramos viver de acordo com os deveres sociais, morais, familiares e espirituais. Não convém nos esquecer que aquilo que chamamos de "nosso", na verdade, está apenas confiado ao nosso controle, havendo a permissão divina para que possamos usufruir delas sendo bons uns com os outros.

É válido enfatizar as características de quem é mordomo do Senhor:
• O mordomo é um administrador de casa (Lucas 12.42). Ele é uma pessoa que aceitou a Jesus como seu Salvador e, voluntariamente, reconhece a Cristo como o Senhor absoluto da sua vida e de tudo o que possui (1 Crônicas 29.14).
• O mordomo coopera com o Criador; convive e interage com o Todo Poderoso na condição recíproca de afetuosa amizade. Sobre isso, Jesus Cristo foi bastante enfático: "Vocês são meus amigos se fazem o que eu lhes ordeno" (João 15.14).
• O mordomo é amigo de Deus. "O SENHOR confia o seu segredo aos que o temem" (Salmos 25.14). Ao mordomo fiel o Pai celeste dá, reservadamente, o conhecimento guardado em sigilo, revela verdades e intenções que não mostra para todos.
Um cristão nominal pode até ter consciência da mordomia, porém não a praticará se não tiver passado por uma experiência espiritual profunda. O cristão só aceita o privilégio em ser praticante da mordomia pelo fato de haver nele uma boa formação espiritual, porque está realmente convertido e haver aproveitado as instruções do seu período de discipulado e se manter submisso e consagrado ao Senhor. Por reconhecer que tudo o que possui foi concedido pelo Pai celeste, a saúde, o tempo, os talentos e dons, por ter convicção plena de que todos os bens materiais e espirituais têm procedência nEle, o cristão autêntico, amadurecido na fé, vive neste mundo como mordomo.

2. O trato como o dinheiro.

Frequentemente, a nossa integridade é provada em assuntos relacionados ao dinheiro. Portanto, devemos usar sabiamente as finanças. Para isso, é importante ter em mente o texto bíblico contido em Provérbios 30.7-9: "Duas coisas te peço, ó Deus; não recuse o meu pedido, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário, para não acontecer que, estando eu farto, te negue e diga: 'Quem é o SENHOR?', ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus".

Nesta oração, proferida por Agur, é abordado o perigo em dois ângulos extremamente opostos: a ameaça da integridade espiritual por causa da pobreza e o risco de pecar causado por viver em riqueza. Provavelmente, Agur observou pessoas pobres, que em desespero maldisseram ao Senhor e se apoderaram de coisas que não lhes pertenciam; e também gente rica cujos corações foram tomados pela presunção de que não precisavam do Todo Poderoso, apenas o dinheiro lhes bastava.

3. Cuidado com a falsa prosperidade.

Em um tempo como o nosso de relativização e degradação dos valores éticos, morais e espirituais, acessamos as redes sociais, ligamos o televisor, assistimos aos noticiários com pautas políticas, interagimos com amigos e percebemos o mesmo discurso apresentado pela serpente no Éden, que induziu o primeiro casal humano à desobediência sendo imposto sobre a sociedade de maneira sutil. Diante disso, o mordomo de Deus deve se manifestar como sal e luz neste mundo tenebroso. Baseado no conhecimento e intimidade com Deus, pode e deve fazer valer sua mordomia, apresentando de maneira inteligente, com mansidão e temor, a razão de sua esperança (1 Pedro 3.15, 16).

Não há dúvida, o Senhor não promete ao crente fazê-lo rico neste mundo. Porém Ele nos concede bens espirituais e também os materiais, nos garante prosperidade espiritual e material de igual modo, para o bem-estar do homem. Sem abominar a riqueza e descartar a pobreza, propicia bens materiais, que o crente adquire de forma honesta (Eclesiastes 9.9).

Deus não condena a riqueza em si, mas a ambição egoísta e a cobiça carnal e o exagerado apego às coisas materiais (Provérbios 28.20). Abraão foi homem de muitas posses; Jó era riquíssimo tanto antes quanto após sua provação (Jó 1.3, 10; 42.10-17); Davi, Salomão e outros reis acumularam muitas riquezas, e nenhum deles foi condenado por esta situação financeira privilegiada.


II. COMO O CRISTÃO DEVE GANHAR DINHEIRO

1. Trabalhando honestamente.

O senso comum costuma considerar trabalho o emprego remunerado. Entretanto, nem todo indivíduo trabalhador recebe salário. Ninguém deve desqualificar a atividade desprendida de interesses financeiros da dona de casa e a honradez de cidadãos que se destacam na sociedade em funções extremamente importantes realizadas sem vínculos ao acordo da compensação financeira.

A ética bíblica orienta o crente a ganhar dinheiro trabalhando com empenho. Desde o Gênesis (3.19), após a Queda, vemos que o ser humano deve empregar esforço para conquistar os bens que precisa. O apóstolo Paulo orienta os cristãos a viver do suor do próprio rosto, não se deixar estar na dependência do suor derramado pelo rosto alheio (1 Tessalonicenses 2.19; 4.11).

Com exceção das pessoas portadoras de deficiências físicas, que as impeçam de trabalhar, das que são viúvas desamparadas, a recomendação bíblica é que a pessoa busque o seu sustento através do próprio trabalho. Isto deve ser feito dignamente, tanto pelo trabalho diário íntegro, como também  em função de uma atividade lícita e conveniente para ao cristão (1 Coríntios 6.10). A intenção de enriquecer por outros métodos que não o trabalho é ideia estranha ao ensino bíblico.

No Antigo Testamento, Deus faz o seu povo progredir, mas apenas através do trabalho. O livro de Deuteronômio, no capítulo 8 e versículo 18, nos mostra que o Senhor é quem dá força aos seus servos para que eles tenham poder. O substantivo "força" é tradução do hebraico "koach", que significa tenência exuberante, vigor intenso. A referência esclarece a atividade humana voltada ao labor. E, o termo "poder", cuja transliteração vem de "chayil", significa "eficácia", "abundância" e "riqueza".

2. Fugindo das práticas ilícitas.

A sociedade humana vive em torno do dinheiro, para quem não tem visão espiritual os fins justificam os meios; não há preocupação com o corpo e a alma, não há cogitação sobre manter a boa qualidade da saúde e proteger a honra pessoal e de terceiros. Mas o cristão vive pela fé, não caminha pela égide do sistema desse mundo, ao receber o seu salário precisa considerar que o seu emprego deve ser uma atividade que não arruíne o próximo, seja na esfera física ou espiritual, é importante que a consequência da sua atividade profissional seja algo conveniente para toda a coletividade em todos os sentidos (1 Coríntios 6.8-10).

Não é justo exercer uma ocupação como meio de vida, sendo que este meio de vida prejudique a vida do seu semelhante. O ambiente de cassinos, casas de bingo, o fabrico e indução às rifas e loterias são formas de induzir pessoas à ilusão e a perderem dinheiro, estar envolvido com este tipo de trabalho caracteriza em viver amando mais a si mesmo e ser indiferente ao bem-estar do próximo.

3. Fugindo da avareza.

A Bíblia adverte a todos: “o que ama o dinheiro nunca se fartará dele” (Eclesiastes 5.10).

O dinheiro deve ser visto sob o ângulo das coisas passageiras, ele é aproveitável e necessário, mas deve ser administrado com sabedoria, prudência máxima, para não cair na armadilha ilusória da autossuficiência. Muitos se desequilibram espiritualmente ao adquirir recursos financeiros, quando se tornam ricos pela perspectiva material se empobrecem pela ótica de Jesus Cristo (Apocalipse 3.17).

Meditando sobre a primeira parte do texto bíblico em Gênesis 1.28, atentamos  que Deus, ao criar o primeiro casal, Adão e Eva, os abençoou dando-lhes a seguinte ordem: "Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na". Em resumo, entendemos que esta passagem revela o propósito do Criador para toda a humanidade. Infelizmente, no exercício do livre-arbítrio, o casal se deixou seduzir pela serpente e desobedeceu a ordem do Criador, trazendo sobre si e sobre a raça humana a dureza de uma existência longe da comunhão com o Criador. Individual e coletivamente, tal atitude rompeu a comunhão entre o ser humano e Deus, que distante do Senhor tem vivido em desarmonia com a perfeita vontade divina, amando mais coisas e usando pessoas, totalmente fora do plano original do Criador (Mateus 22.37-39).

Ao cuidar com cautela das finanças, demonstramos consciência da nossa responsabilidade pessoal perante Deus. A pessoa irresponsável, que serve à mesquinhez e não serve a Deus, prejudica a sua família. Quem deseja o bem-estar de entes queridos, é fiel ao Senhor. Para enfrentarmos e vencermos todos os desafios, precisamos servir a Deus fielmente. Servir a Deus sempre será a melhor maneira de nos manter fortes espiritualmente para interagir com quem está em nossa volta como agentes propagadores das bênçãos do Pai celeste.


III - COMO O CRISTÃO DEVE UTILIZAR O DINHEIRO

1. Na Igreja do Senhor.

É importante destacar a diferença entre os verbos "utilizar" e "usar". O primeiro verbo, significa fazer uso de algo de maneira útil; o segundo, quer dizer fazer uso de algo sem se importar se o uso será ou não de maneira proveitosa.

Um velho pastor dizia: "O dinheiro de Deus está no bolso dos crentes". De fato, Deus mantém sua igreja, no que tange à parte material, através dos recursos que Ele mesmo concede aos seus servos.

A origem do dízimo remonta a uma iniciativa de Abraão, quando este, com poucos homens, venceu uma batalha contra exércitos muito mais fortes, e livrou  seu sobrinho Ló e toda a sua fazenda (Gênesis 14.19-20). Em caráter voluntário, o patriarca entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo o que resgatou naquela batalha arriscada. O ato de gratidão foi considerado por Deus como uma atitude agradável a ponto de o dízimo ter sido incluído nos preceitos da Lei de Moisés. Durante o código mosaico, o dízimo era apresentado como mandamento do Senhor aos israelitas e  passou a ser "do Senhor" (Deuteronômio 14.22; Levíticos 27.30), com a finalidade de servir à manutenção dos sacerdotes e levitas e ao socorro de órfãos e viúvas (Números 18.21,24,30; Deuteronômio 26.12).

Entregar os dízimos para a manutenção material da obra do Senhor ou da casa do Senhor, é uma das maiores expressões de gratidão ao Senhor e amor da causa cristã aqui na Terra. No livro de Malaquias, ainda sob a época da Lei, vemos Deus pedindo ao povo israelita que leve o dízimo e ofertas alçadas à "casa do tesouro" (Malaquias 3.8-10). Nos dias atuais, da Dispensação da Graça,  a casa do tesouro é considerada a tesouraria da igreja local. Não há base bíblica para se pensar na hipótese de obrigatoriedade para esta prática entre os cristãos, o conceito de entrega de dízimos é a expressão de amor a Deus e agradecimento pelas bênçãos recebidas. 

2. Na sociedade civil.

O dinheiro não é fim primordial da vida humana. É preciso ter a consciência de que para se viver bem é necessário usá-lo de acordo com o poder aquisitivo. Para ser uma pessoa economicamente desimpedida, é necessário estar sem dívidas.  Para que haja desembaraço, é indispensável o controle das despesas; ter o hábito de usar o dinheiro de modo realmente útil; fazer o controle do orçamento para evitar comprar o que não é possível pagar, e não deixar de pagar os impostos (Romanos 13.7).

O cristão que ama a Deus acima de tudo e todos, administra sua economia visando fazer dela uma fonte de bênçãos para si mesmo, para sua família e, principalmente, para o reino de Deus, representado pela igreja de Cristo. 

CONCLUSÃO

Para concluir, sintetizamos com enfatização que, na questão da mordomia das finanças, a Igreja do Senhor e a sociedade civil são os lugares em que o cristão precisa utilizar o dinheiro, diligentemente. O cristão deve ganhar dinheiro trabalhando honestamente, gastá-lo com cuidado e dá-lo com responsabilidade, evitar as práticas ilícitas e a falta de generosidade, que conduz ao fracasso. Deus não condena ter riqueza, mas amá-la (1 Timóteo 6.9,10).

Sem persistência e esforço é impossível sermos mordomos fiéis. Existem muitos motivos importantes para cumprir fielmente as exigências da mordomia cristã perante Deus e a sociedade. O ensino de Jesus sobre o galardão do crente no céu e seu estado nas áreas celestes serve como motivação para viver em fidelidade ao Criador e Dono de tudo até o fim. A posição e herança no céu serão proporcionais à nossa atual dedicação e consagração às coisas de Deus e do seu reino aqui na terra.

E.A.G.

Compilações:

Aos Mordomos do Senhor, Serenita de Meira Rienzo, Mensageiro da Paz, julho de 2019, Coluna Reflexão, página 27. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão, ano 20, número 79, páginas 19, 20 e 26. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos - Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus tem nos dado. Elinaldo Renovato. 1ª edição 2019. Páginas 121 a 130. Bangu; Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).