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Arquivo | 14 anos de postagens
quarta-feira, 11 de maio de 2022
O tentador no Éden
terça-feira, 26 de abril de 2022
Calma no período de adversidade
Buscamos o amor de Deus num amigo, e talvez esse amor apareça em um inimigo. Os nossos olhos procuram o calor e a luz do sol, mas dia após dia o céu está nublado e o vento gelado nos faz tremer de frio. Desejamos ter contato com o
terça-feira, 22 de março de 2022
Vai ter com as forminhas
quinta-feira, 10 de março de 2022
O que são os Cânticos dos Degraus? E Salmos de Romagem?
Modelo do canto sudoeste do Monte do Templo, baseado em pinturas de L. Rotmeier. [Exposição: Museu Torre de Davi] |
Até hoje não se sabe com precisão a origem da designação "Cânticos dos Degraus", isto é, do uso da expressão "degraus" no título dado a esse conjunto de Salmos. Muitas teorias têm sido propostas para esclarecer essa questão. Há quem diga que seja uma referência ao retorno do exílio babilônico, quando os judeus subiram do cativeiro. Por outro lado tradições antigas ligam esses 15 Salmos aos 15 degraus que
domingo, 27 de fevereiro de 2022
Quem pode encontrar uma mulher virtuosa?
quarta-feira, 17 de novembro de 2021
Arqueólogos encontram construções da época de Gideão
domingo, 14 de novembro de 2021
Jeremias 17.1 - os pecados gravados no coração
sexta-feira, 30 de abril de 2021
Provérbios 1.20-22: A sabedoria clama e grita nas praças. Albert Einsten e o pedreiro Zé Ninguém
segunda-feira, 7 de dezembro de 2020
A Teologia de Eliú - o sofrimento é uma correção divina?
Eliseu Antonio Gomes
INTRODUÇÃO
O nome Eliú é hebraico e significa "Ele é Deus" ou "Ele é o meu Deus". Era o mais jovem dos amigos de Jó (32.2-6; 32.2-6; 35; e 36).
Eliú surge no livro de modo inesperado, quando parecia que o debate teria um desfecho (32.15). Ele não é mencionado além desta aparição, nem sequer quando Deus pronuncia seu veredito sobre Elifaz e seus amigos (42.7). Tal situação leva alguns a pensarem que o conteúdo seria um adendo inserido no livro pelo autor, com o propósito de acrescentar algumas coisas à série de discussões.
A longa intervenção de Eliú interrompe a continuidade do poema. O desafio lançado por Jó (31.35-37) aguardava a resposta de Deus, que só é vista no capítulo 38. Eliú argumenta dizendo que Jó tentava justificar-se aos olhos de Deus. Ao fazer isso, Eliú demonstrou pensar que estava acima de todos os demais naquele debate teológico.
I - O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS
1. Deus é soberano
Por que Deus é soberano? Porque Ele é um ser onipotente, onisciente e onipresente.
Em sua onipotência, Deus faz tudo o que lhe apraz sem que suas ações ocorram em contrário à sua natureza justa e bondosa. Tal característica está registrada nas Escrituras Sagradas. Encontramos as expressões do seu poder infinito nas seguintes referências: Gênesis 1.1; Jó 26.14; Salmos 62.11; 89.8-13; Jeremias 10.12-13; Mateus 19.26; Romanos 4.27; 8.31.
A onisciência de Deus, admirável atributo exclusivo da sua divindade, abrange todas as coisas. Engloba o passado, o presente e o futuro. Ele tudo sabe, contudo não interfere sobre a liberdade de escolhas do ser humano. A onisciência divina é claramente afirmada pelas Escrituras: Jó 34.21-22; Salmos 139.1-4, 12; e 147.5; Atos 15.18; Hebreus 4.13.
Por meio de sua onisciência, Deus é capaz de manifestar sua presença em todos os locais ao mesmo tempo. Não há outro ser capaz de estar presente simultaneamente em todos os lugares. O centro de Deus está em todo o espaço e nele não há circunferência limitadora. Através da onisciência, Deus manifesta sua justiça, bondade e sabedoria. Salmos 139.7-10; Provérbios 15.3; Amós 9.2-3; Atos 17.28; Efésios 1.23.
Como soberano, Deus pode se revelar e falar por meio do sofrimento. Ainda que Deus seja soberano no que diz respeito a tudo, o ser humano é responsável pelos seus próprios atos. Em sua soberania, Deus pode manifestar-se em períodos de grande aflição de espírito, padecimento físico, dificuldades diversas. Junto com a prova o Senhor fornece a estrutura para suportar a adversidade e meios de escapes, pois ama os aflitos e não sente alegria alguma ao presenciar pessoas sofrendo. Ver 1 Corintios 10.13.
2. O orgulho do homem priva-o de ouvir Deus
O orgulho humano é um obstáculo que dificulta ouvir a Deus. Quando uma pessoa fica cheia de si mesma, está muito próximo de seu tombo. Não é em vão o alerta em Provérbios 16.18: "Antes da ruína vem a soberba, e o espírito orgulhoso precede a queda". A caída pode ser literal ou apenas figurativa. Perder ou diminuir prestígio, experimentar a decadência financeira e a cessação de influência em grupo podem ser tristezas pequenas se fizermos a comparação com a queda espiritual. "Aquele que pensa estar em pé veja que não caia" (1 Coríntios 10.12).
Todo aquele que acredita que é possível viver muito bem sem ouvir a Deus está fadado ao fracasso. Exemplos não faltam. Tal atitude de arrogância provocou a Queda no Éden, fez Sara e Abraão tentarem contornar o problema da infertilidade com a presença de Agar. Etc. O orgulho nos torna cegos e surdos espirituais. Somos chamados a viver em humildade, a manter a confiança em Deus e a crer que Ele cumpri todas as promessas que empenha (Provérbios 3.5-6).
3. Uma ponderação importante
A oração é a melhor opção para vencer as provações, pois é a maneira de o espírito humano conectar-se ao Espírito Santo de Deus. Ao orar, consentimos com Deus nas suas realizações, colocamos a nossa fé em ação e atacamos o maligno.
Na Bíblia Sagrada, a oração é descrita como:
Invocar o nome do Senhor (Gênesis 4.26);
Invocar a Deus (Salmo 17.6);
Levantar a alma ao Senhor (Salmo 25.1)
Buscar ao Senhor (Isaías 55.6);
Aproximar-se do trono da graça (Hebreus 4.16);
Chegar perto de Deus (10.22).
Em momentos de aflição, muitas vezes Davi orou pedindo livramento; em profunda agonia, Jesus orou intensamente no Monte das Oliveiras (Salmos 119.153; Lucas 22.44).
II - O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS
1. A justiça de Deus demonstrada
Em sua soberania, Deus não exerce justiça desprovida de amor. Ele é justo e também misericordioso. O amor do Senhor é a base do plano divino para salvar o homem do pecado.
O Pai Eterno não é um carregador de malas, dizem alguns teólogos. É verdade. Mas qual pai amoroso, ou mãe afetuosa, permite que seus filhos arrastem bagagens pesadas, os vê cansados pedindo socorro e tapa seus ouvidos? É verdade que o Pai Eterno não é o gênio da lâmpada de Aladim. Mas também é verdade que Isaías o descreve como um Deus cujas mãos estão estendidas para nos socorrer, um Deus cujos ouvidos estão atentos para as nossas orações. O profeta nos alerta que a vida em iniquidade e pecado impede o agir bondoso de Deus em favor do ser humano (Isaías 59.1-2).
2. O caráter justo e Deus
Deus não tem prazer no sofrimento, usa-o como meio para salvar o pecador. Os momentos de dificuldades são ocasiões de desenvolvimento das capacidades intelectuais, morais e espirituais. Ao sofrer a pessoa que está no pecado desperta de sua letargia espiritual, em meio à tormenta consegue perceber o valor da adoração e vida em comunhão com o Criador.
"Vocês pensam que eu tenho prazer na morte do ímpio? - diz o Senhor Deus. Não desejo eu muito mais que ele se converta dos seus caminhos e viva? (...) Livrem-se de todas as transgressões que vocês cometeram e façam para vocês um coração novo e um espírito novo. Por que vocês haveriam de morrer, ó casa de Israel? Eu não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertam-se e vivam." (Ezequiel 18.23, 31-32).
"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento" - 2 Pedro 3.9).
3. A defesa da soberania de Deus
A soberania de Deus faz parte dos seus atributos absolutos, ou seja, pertence somente a Ele. "Pois o Senhor, o Deus de vocês, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não trata as pessoas com parcialidade, nem aceita suborno" (Deuteronômio 10.17).
Eliú enfatiza em seu discurso que é a criatura que depende do Criador e não o contrário (Jó 34.13-15). É um fato incontestável que o Senhor é maior do que o homem e não precisa dar contas de seus atos, porém, em sua superioridade quer dar-se a conhecer pelo homem. O Soberano tem enorme satisfação em que seus servos o conheçam que rejeitar tal conhecimento é o mesmo que rejeitá-lo (Isaías 1.2-3). Ele revelou-se no Éden, através da encarnação de Jesus, se revela continuamente por meio da criação, por intermédio das Escrituras Sagradas, e, diariamente, está pronto para revelar-se a todos nós executando a sua bondade.
Não é sem um bom propósito que está escrito: "Agrade-se do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração" (Salmo 37.5). Deus não se cansa de manifestar sua providência aos que nEle confiam.
III - O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS
1. O caráter pedagógico do sofrimento
O sofrimento serve como meio de abater o orgulho. Dependendo da maneira como é visto, produz gente consagrada ao Senhor ou ateus. Entender que o sofrimento pode ser usado por Deus como efeito pedagógico para a vida muda completamente a nossa perspectiva de fé. Assim como Jó, as pessoas tementes a Deus procuram saber a razão pela qual sofrem, enquanto os incrédulos não aceitam que um Deus justo e soberano permita o padecimento humano.
Em seu discurso, Eliú fala sobre o caráter pedagógico que há no sofrimento (Jó 36.15, 19). Afirma que a prova é um chamado que Deus dirige ao pecador com a finalidade de livrá-lo da morte (33.29-30). Tal abordagem também é feita por Elifaz (5.17-27) e Zofar (11.13-19).
2. Adorando a Deus na tormenta
Jó foi moído pela dor, o que não significa que a soberania de Deus sobre sua vida foi um ato de tirania. É importante ter em mente que o sofrimento não significa que Deus nos abandona. É possível experimentar grandes provações agradando a Deus. Tudo passa nesta vida abaixo do sol, inclusive o tempo de sofrimento (Eclesiastes 3.2).
Jesus Cristo incentiva os cristãos a pedirem a Deus o livramento do mal (Lucas 11.4). Contudo, em tempos difíceis é importante agir como o profeta Habacuque (3.17-19). O triunfo da fé é revelado quando manifestamos a confiança de que Deus nos ama apesar de todas as circunstâncias. Jó é o maior exemplo bíblico sobre isso no Antigo Testamento e Jesus Cristo na Nova Aliança (Mateus 26.39).
CONCLUSÃO
Toda pessoa que vive a fé cristã genuína compartilha a experiência de Jó, pois o sofrimento é uma consequência da atual condição humana. Através do sofrimento o cristão fiel amadurece. Ninguém sai a mesma pessoa depois que experimenta momentos difíceis e ao orar encontra as respostas do Senhor. Quem verdadeiramente conhece a Deus como Pai, sabe que não é uma atitude de desrespeito clamar por ajuda em tempo de crises (Jeremias 33.3).
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
O Sopro de Vida
Que tipo de Deus você acredita? Existe no mundo três espécies de relacionamento com Deus: o teísmo, o ateísmo e o panteísmo.
O teísta, sem dificuldade alguma, diz: "Deus fez tudo". É a pessoa que crê no Deus pessoal, que é o Criador do Universo, mas não é parte do Universo. As principais religiões teístas são o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.
O ateu é alguém que diz: "Não há Deus". Ele não acredita em nenhum tipo de Deus. Os humanistas pertencem a essa turma.
A pessoa panteísta diz: "Deus é tudo". Eles creem num Deus impessoal, que é o Universo. Afirmam que Deus é a árvore e o fruto, o alimento e o excremento, a fera predadora e o animal perseguido como caça; o fogo e a água, sou eu e é você etc. Neste grupo, estão os adeptos da Nova Era, budistas e hinduístas.
O apologista Norman Geisler, em coautoria com Frank Terek, no livro Não Tenho Fé para Ser Ateu (Editora Vida), fez uma analogia interessante sobre a origem do Universo. Deus é o pintor, e sua criação é a pintura. O artista fez a arte, e seus atributos estão minunciosamente detalhados em sua obra de arte.
Assim, o crente reconhece que o pintor fez a obra de arte; o panteísta, em vez de acreditar que o pintor fez a pintura, acredita que o pintor é a pintura; e, os ateus são categóricos em afirmar que não há nada além do mundo físico, não há pintor responsável pela pintura e mesmo assim a pintura sempre existiu sem que ninguém a tenha criado.
No Antigo Testamento encontramos o vocábulo hebraico "ruach", cuja equivalência em português é “espírito”. Significa, vento, sendo que em muitas passagens o termo define o sopro.
A vontade humana está descrita pelo apóstolo Paulo como "obra da carne": "Ora, as obras da carne são conhecidas e são: imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçarias, inimizades, rixas, ciúmes, iras, discórdias, divisões, facções, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas. Declaro a vocês, como antes já os preveni, que os que praticam tais coisas não herdarão o Reino de Deus" - Gálatas 5.16-23.
Viver de acordo com o sopro vivificante é o mesmo que andar no Espírito: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" - Gálatas 5.22-25.
► Adão, o Primeiro Homem
quarta-feira, 11 de dezembro de 2019
Adão, o Primeiro Homem
O livro de Gênesis, escrito por Moisés, mostra como surgiu o mundo e tudo que ele contém, com a finalidade de explicar o desejo do Criador de ter um povo separado para adorá-lo. Aborda a origem do mundo, humanidade, pecado, a nação de Israel, a soberania e fidelidade de Deus; fala sobre a obediência que tem como consequência muitas bênçãos.
Nesta postagem, apresentamos reflexões focadas somente no tema a criação do homem, ocorrida pela manipulação das mãos de Deus, após Ele ter criado o Universo pela autoridade expressada em sua voz. Tais narrativas são encontradas em Gênesis, no primeiro capítulo até o versículo 25 do capítulo 2.
O Conselho divino para a criação do homem.
"E Deus disse: 'Façamos o ser humano à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os animais que rastejam pela terra' " - Gênesis 1.26.
Neste acordo divino, encontramos a primeira indicação clara da triunidade de Deus, a segunda menção está em 3.22 e a terceira em 11.27. O vocabulário humano é incapaz de descrever Deus com exatidão. Deus é uma entidade singular (Isaías 45.5-6) e ao mesmo tempo plural (Isaías 6.8). A palavra hebraica para "Deus" ("Elohim", no primeiro versículo de Gênesis) é um substantivo cuja raiz no singular é "El". Este pronome indica o conceito de excelência e majestade divinas, o texto é a revelação inicial que destaca as três pessoas da Divindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
A criação do primeiro homem.
"Então o SENHOR Deus formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou um ser vivente" - Gênesis 2.7.
O sopro do Espírito de Deus tornou Adão uma criatura viva (Jó 33.4). O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Tiago 3.9). No sentido moral, Adão era bom e sem pecado; no ponto de vista da vida racional, era parecido com seu Criador no aspecto de usar a inteligência, vontade e expressar sentimentos.
São usadas muitas palavras para relatar a criação do ser humano, quase todas são relativas ao trabalho de um artesão formando uma obra de arte à qual ele dá vida (1 Coríntios 15.45). Criado a partir do barro, o valor do ser humano não é encontrado nos componentes físicos que formam o seu corpo, mas na qualidade de vida que constituem a sua alma.
Adão foi formado como a coroa da Criação do Altíssimo, feito para governar o restante da criação. Ao atender ao mandamento de dominar e sujeitar toda a criação, o homem determinou de uma vez por todas seu relacionamento próprio e único com tudo que existe no Universo.
O sopro do Espírito de Deus tornou Adão uma criatura viva (Jó 33.4).
Adão corrompeu-se, caiu em pecado. Mas o Criador jamais desistiu da Humanidade e providenciou-lhe a salvação. O apóstolo Paulo revela que fomos criados conforme à semelhança do Filho, com o objetivo de o Filho ser o primogênito entre os muitos filhos do Pai celeste (Romanos 8.29); o pecado muda a aparência original do ser humano, mas a conversão ao senhorio de Cristo faz com que a pessoa convertida volte a ser semelhante ao seu Criador (Colossenses 3.10).
"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, para que dele te lembres? E o filho do homem, para que o visites?" - Salmos 8.3-4.
Embora possamos qualificar, sem nenhum problema, o Salmo 8 como um salmo da criação, seus nove versículos fazem muito mais do que abrirem caminho para a reflexão sobre a criação. O primeiro e o último versículos deste Salmo sugerem que Davi o escreveu com o objetivo essencial de compor um hino de louvor, pois o início e o fim têm brados de glorificações ao Criador.
É importante notar que, na abertura e fechamento deste Salmo, as traduções bíblicas trazem duas vezes o vocábulo "senhor", sendo a primeira em letras maiúsculas e a segunda apresentado em fonte maiúscula apenas a primeira letra. Os dois nomes são usados para tratamento direto a Deus, porém, de maneiras distintas. A primeira vez (SENHOR) é relativo ao seu nome, que é Jeová (Êxodo 3.14); a segunda (Senhor), é Adonai, uma referência à sua pessoa entre o seu povo e a todos os seus atributos.
Alguém poderia pensar que existe contradições entre Gênesis 1.1 (que nos informa que Deus disse e tudo se fez) com o Salmo 8.3 (que nos informa que o Criador usou seus dedos em sua ação criadora). Porém, o texto de Gênesis não está em choque com este Salmo. As duas narrativas são figuradas, mostram o ato criador do Todo-Poderoso por ângulos diferentes mas com o mesmo propósito e desfecho. Gênesis alude ao poder de trazer a existência coisas a partir do nada; no Salmo 8 temos a comparação entre o tamanho do Senhor e a pequenez humana. Deus é Espírito, não possui corpo. Os escritores das Escrituras Sagradas, inspirados pelo Espírito Santo, recorreram à anatomia do ser humano em seus escritos visando facilitar a compreensão limitada da mente humana.
Os versículos 5 a 8 deste Salmo, subentendidamente, ratificam o relato de Gênesis. Entendemos que o salmista tem pleno entendimento que a Humanidade foi criada à imagem e semelhança do seu Criador, para, entre outros objetivos, exercitar domínio sobre o restante da criação (Gênesis 1.26-28).
Mas, além disso, este louvor abre caminho para a reflexão da criação de Adão, o primeiro homem e o último Adão, Jesus Cristo. Davi usa o recurso da linguagem antropomórfica e revela que o Universo inteiro é pequenino diante do Criador, que usou apenas os seus dedos para criar os céus (mais do que um), a lua e as estrelas. A mensagem aponta para a indescritível grandeza do Criador e faz comparação dessa dimensão extraordinária com a insignificância, transitoriedade e fragilidade do ser humano. E nos faz entender que, ainda assim, o Criador se importa com o bem-estar de todos, cuida daqueles que possuem a consciência de dependência da misericórdia divina e quer salvar a pessoa insensata, que dá margem para o sentimento de autossuficiência.
A encarnação de Cristo é a prova do amor de Deus e de sua consideração pela humanidade, Cristo foi enviado na forma de gente como a gente, obedeceu a Deus até a morte e em consequência disso Deus o exaltou de modo inigualável (Filipenses 2.8-9). Deus deu ao Salvador autoridade, assim, dentro da Trindade, "todas as coisas estão sujeitas a Cristo", Ele está exaltado sobre todas as coisas, incluindo a igreja, todas as coisas foram colocadas sobre os seus pés (1 Coríntios 15.27-28; Efésios 1.22; Hebreus 2.5-10).
E, Cristo, com todo este poder, está sempre disposto a estar presente na vida de todos nós. Jesus diz aos mortais: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" - Apocalipse 3.20.
"Ora, Jesus tinha cerca de trinta anos quando começou o seu ministério. Era, conforme se pensava, filho de José, filho de Eli (...), filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus" - Lucas 3.1,38.
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" - João 3.16.
O evangelista João ressalta enfaticamente o valor de crer em Jesus Cristo. Ele esclarece que "crer" é a resposta do ser humano à missão salvadora de Deus por meio de Jesus Cristo, o Filho unigênito. É uma resposta com a mente, o coração, com toda a vida. Todo aquele que responde ao amor de Deus crendo, recebe a vida eterna. João 1.12; 3.14-16; 6.40; 11.25-26; 30.31.
Jesus, verdadeiro homem
"Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus" - 1 Timóteo 2.5.
Deus, através da concepção de Jesus de Nazaré no ventre de Maria, por meio de sua vida sem pecado, da morte em julgamento injusto e através da ressurreição ao terceiro dia, manifestou sua vontade de salvar a humanidade. Cristo é eficaz como Salvador, manifestou sua missão redentora por feitos e palavras.
"Antes de tudo" (1 Timóteo 2.1). Isto é, nossa prioridade como salvos por meio de Cristo, é buscar a Deus realizando orações e ações de graças, pois a intercessão e a gratidão promovem reflexos em nível universal. A igreja necessita de um ambiente que permita a ela levar uma vida tranquila e pacífica, que só é possível vivenciar havendo um bom governo e a devida participação de todos na vida civil. Com este entendimento, Paulo instrui os crentes a buscar em Deus disposição e sabedoria para agirem de modo correto em relação às autoridades constituídas: Romanos 13.1-7; 2 Timóteo 2.1-4; Tito 2.12; e 3.1.
"Há um só Deus", é uma frase que tem por base Deuteronômio 6.4, também usada por Jesus (registro em Marcos 12.29) e pelo apóstolo em outra carta (Romanos 3.30). Deus é único, no aspecto de unidade, não é um ser dividido em seu modo de ser e agir. Não existe outro igual, esta característica requer de nós dedicação e amor exclusivos ao Senhor.
"Um só Mediador". Além de Paulo, o escritor de Aos Hebreus apresenta Cristo exercendo o ministério da mediação entre Deus e os homens. Descreve tal nobre tarefa como a "mais excelente" das tarefas, "de superior aliança", "com base em superiores promessas" (8.6); "a fim de que os que foram chamados recebam a promessa da herança eterna" (9.15).
Conclusão
Em Gênesis, além do relato da criação do mundo físico, os relatos de como Adão e Eva vieram a existir, o surgimento do pecado através desobediência, também temos a narrativa do surgimento do povo de Deus, por meio do qual o Criador introduziu o plano da redenção entre nós. Diante das ações de Deus em Cristo, o único Mediador capaz de favorecer toda humanidade, o crente deve permanecer disposto e pronto para cumprir sua responsabilidade no âmbito espiritual, que é anunciar e ensinar a verdade das Boas Novas de salvação a todos que puder alcançar.
Artigos relacionados:
► Sumário: Lições Bíblicas Adultos – A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção (Edição Comemorativa) ■
► O Sopro da Vida
► A Criação de Eva, a Primeira Mulher
E.A.G.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Raquel, a esposa muito amada de Jacó
Raquel em hebraico significa "ovelha", cuja conotação é pacificadora e mansa. Ela era filha caçula de Labão, irmã de Lia e sobrinha de Rebeca. Mulher de grande beleza (Gênesis 29.17). Casou-se com Jacó; foi sua esposa favorita. Sua história está registrada no livro de Gênesis, dos capítulos 29.1 a 35.29.
Jacó ficou na casa de seu tio Labão um mês inteiro. Aí o tio lhe disse que não era correto ele trabalhar de graça, só porque era seu parente, e perguntou quanto ele queria ganhar. Como Jacó estava apaixonado por Raquel, não perdeu tempo, pediu a mão da moça em casamento a Labão. Ambos entraram em um acordo pitoresco, Jacó sugeriu trabalhar cuidado do rebanho de Labão por sete anos, para só depois desse tempo ter a permissão dele para casar-se com ela. E Labão aceitou a proposta, dizendo que preferia ver sua filha casada com ele do que com um estranho. O amor de Jacó por Raquel era realmente admirável, pois considerou esse tempo como se fosse poucos dias pelo muito que a amava (29.20).
Assim, Jacó trabalhou sete anos com o objetivo de casar-se com Raquel. Quando passou o tempo combinado, Labão agiu desonestamente com Jacó. Deu uma festa de casamento e convidou toda a gente da região. Mas naquela noite Labão pegou Lia e a entregou a Jacó, e ele teve relações com ela. Só na manhã seguinte foi que Jacó percebeu que havia dormido com Lia, que Labão não havia cumprido com a palavra empenhada. Tentando justificar-se, disse-lhe não era costume em sua terra dar primeiro a mão da filha caçula em casamento antes da filha mais velha. Talvez, tenha feito isso, para que Jacó continuasse cuidado de suas ovelhas. E Jacó aceitou aquele sacrifício. Quando terminou a semana de festas do casamento de Lia, Labão permitiu que Jacó se casasse com Raquel. Jacó relacionou-se intimamente com ela; e ele amava Raquel muito mais do que amava Lia. E ficou trabalhando para Labão, conforme havia dito que ficaria (29.15-26).
Duas irmãs casadas com o mesmo marido - isso não pode dar certo... Ainda mais quando o amor não é dividido de forma igual. Só mais adiante foi que se proibiu o casamento com duas irmãs durante a vida de ambas (Levíticos 18.18). Neste triângulo que se formou, Lia estava sobrando... A irmã mais velha, só se tornou esposa de Jacó porque, na noite de núpcias, ele foi enganado pelo pai da noiva com uma artimanha engenhosa.
Deus viu que Jacó desprezava Lia e que ela sofria muito com a situação em que foi envolvida. E se compadeceu dela, fazendo com que ela tivesse um filho atrás do outro. Pôs no primeiro filho o nome de Ruben; no segundo Simeão; o terceiro, Levi; o seguinte, Judá. Para cada nascimento, ela reconhecia que o Senhor a abençoava através da maternidade e nutria a esperança que seu marido a amaria mais, se aproximaria mais e louvava a Deus em cada gravidez.
De todas as maneiras as duas irmãs tentavam se destacar mais que a outra no quesito filhos. Raquel era estéril. Sendo assim ela se sentiu enormemente atormentada e decidiu usar a escrava Bila como "barriga de aluguel", levou-a a Jacó e disse que ela seria sua concubina e todos os filhos que gerasse seriam considerados como se fosse dela. Então, a disputa entre as duas irmãs deslanchou de vez. Com Bila, Jacó foi pai de Dã, Naftali.
Lia percebeu que não seria mais mãe e entregou sua escrava Zilpa a Jacó como concubina também, e esta concebeu a Gade, Aser.
Quando viu que Rubem havia achado mandrágoras no campo e trouxe-as para sua mãe, quais algumas para si e foi pedir a Lia, que negou-se a dar-lhe. Para que mudasse de ideia, disse a irma que permitira que Jacó se deitasse com ela novamente, e elas entraram nesse acordo (Gênesis 31.19,34,35). Para sua surpresa, Lia veio a engravidar outras vezes, o próximo filho teve o nome Issacar e o sexto menino chamou-se Zebulom. E na sua última gravidez nasceu uma menina e a ela deu ao bebê o nome de Dina.
Raquel era capaz de ações sem princípios. Quando Jacó, depois de 20 anos explorado pelo sogro tomou a iniciativa de afastar-se definitivamente de Labão, sem o avisar que voltaria à casa de seu pai, Raquel aproveitando a ausência do pai, furtou dele uma imagem de culto idólatra, conhecida como terafins e "ídolos do lar" (Gênesis 31.19). Labão ao dar falta de Jacó, das filhas, dos netos o do objeto idólatra, perseguiu a Jacó para reclamar de sua saída às escondidas e reaver o objeto e o alcançou. Jacó permitiu que fizesse uma revista em todos os seu pertences. Ele não o encontrou, pois estava escondido na sela do camelo em que Raquel havia se sentado e recusou-se a levantar dando como desculpa estar no período menstrual. Ali foi o único lugar que não houve verificação, por certo porque Raquel gozava de toda confiança do pai e do marido. Jacó, sem saber da transgressão de Raquel, revoltado com o fato, amaldiçoou quem havia roubado seu sogro, para sua tristeza a maldição não demoraria a surtir efeito (Gênesis 31.22.42).
Raquel se sentia envergonhada e orava ao Senhor para que pudesse ter mais filhos, ao menos mais uma vez. Deus ouviu sua oração e fez com que ela engravidasse. E ela foi mãe de José. Depois, voltou a engravidar, teve problemas no trabalho de parto, quis chamar a criança de Ben-Oni (filho do meu sofrimento), suspirou e faleceu. Jacó preferiu que o filho se chamasse Benjamin (que quer dizer filho da minha mão direita). Enterrou-a em Belém e levantou ali um memorial de pedras em sua homenagem (Gênesis 35.16-20). José e Benjamin foram os filhos mais estimados de Jacó.
► José, o primeiro filho de Raquel e Jacó
E.A.G.
Compilações:
História de Mulheres da Bíblia. Eva Mündlen. Edição 2013. Páginas 89 a 94. Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
História Sagrada do Antigo e Novo Testamento. Bruno Heuser. Edição 1965. Petrópolis - Rio de Janeiro (Editora Vozes).
O Novo Dicionário da Bíblia. Volume 3. Quarta edição 1981. Página 1368. São Paulo - SP (Edições Vida Nova).
quinta-feira, 24 de outubro de 2019
Quando Jonas disse "não" a Deus
O Senhor desejava transformar o povo de Nínive, e o escolhido para realizar a missão foi o profeta Jonas. Tratava-se de uma honra tal distinção. Mas o profeta não analisou sob este aspecto. Simplesmente desprezou o poder de Deus sobre a criação e valorizou mais a crueldade praticada pelos ninivitas. Então, decidiu fugir.
Que tipo de atitude é esta? Por que Gideão temeu ir aos encontro dos midianitas opressores somente com 300 soldados? Ele desejava combater com os 32 mil homens à sua disposição. Todavia, Deus permitiu somente 300. E assim mesmo, divididos em três colunas de 100, munidos de trombetas, cântaros vazios e tochas. Gideão venceu os midianitas (Juízes 7.1-25). Gideão manifestou medo e insegurança, os mesmos sentimentos que acometera a Jonas. posteriormente, concordou em agir como Deus lhe falara. Jonas, de igual modo, arrependeu-se e aceitou aquele desafio, o que resultou em um quebrantamento total na cidade de Nínive.
A Igreja é a coluna e firmeza da verdade. Ela traz consigo a "pedra da esquina", a "pedra angular", que combate e aniquila todo o sistema escravizador do homem, seja de origem humana ou celestial: "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais" (Efésios 6.12).
Com firmeza em sua caminhada, estabelece procedimentos de conduta, de abordagem, de manifestações diversas, as quais desviarão, com toda a certeza possíveis crises de comportamento, pois a Igreja sabe quem é, quem a constituiu e a comissionou para atender aos reclames da Grande Comissão.
Não há meio termo, nem acomodações. Sua estrutura espiritual será consolidada. Seu avanço estratégico proporcionará maior capilaridade junto às comunidades e, assim, adentrará no comnbate pela busca do pecador perdido. Seu agir criterioso se anteporá a possíveis crises de omissão e acomodação, pois antes de tudo, a Igreja, sabe quem é, o que tem para fazer e o que lhe aguarda. Seu iminente rapto para uma eternidade de gozo com seu amado noivo. Que assim seja".
E.A.G.
Fonte:
Bíblia de Estudo Plenitude. página 885. Edição 2001. Sociedade Bíblica do Brasil / SBB.
Quando Jonas disse "não" a Deus. Artigo de Pedro Tadeu de Souza Maia. Extraído de A Seara, ano 15, número 56, janeiro a fevereiro de 2017. Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD.
sábado, 5 de outubro de 2019
O Nascimento de um Líder Profético em Israel
No período da composição dos livros 1 e 2 Samuel não havia diferença essencial entre os vocábulos vidente e profeta. A pessoa popularmente designada como profeta era chamada de vidente, sem que isso não significasse necessariamente que os termos profeta fosse desconhecido e nem que “vidente” se tornasse desconhecido em tempos posteriores (1 Samuel 9.9).
• Números 6.3,4 - Abster-se do vinho e de todas as bebidas levedadas A restrição também incluía fruto da vide, a própria uva, tanto fresca quanto passas.
• Números 6.5 - Durante o período do voto de consagração, no qual os nazireu buscava auxílio divino, não tinha permissão para cortar seus cabelos.
• Números 6.6 - Não era permitido aproximar-se de cadáveres. A aproximação implicava em contaminação.
• Números 6.13 e 21 - Ao terminar o período de seu voto, o nazireu deveria passar por um processo cerimonial. Deveria oferecer ofertas e sacrifícios, previamente prescritos; raspar sua cabeça e queimar os cabelos cortados sobre o altar na presença do sacerdote.
domingo, 29 de setembro de 2019
Conhecendo os Dois Livros de Samuel
Há vários personagens importantes nas páginas de 1 e 2 Samuel, mas somente três nomes aparecem destacados: Samuel, profeta, sacerdote e juiz; Saul, o primeiro rei de Israel; Davi, o homem segundo o coração de Deus. O rei Saul foi, de modo geral, desobediente a Deus, por isso o Senhor pôs em execução seu plano de fazer de Davi o rei seguinte de Israel.
3. O propósito de 1 e 2 Samuel.
Os destinatários originais de 1 Samuel foram os israelitas que viveram durante os reinados de Davi e Salomão, bem como as gerações subsequentes. As histórias destes livros são dirigidas aos israelitas que viveram enquanto a monarquia estava em fase de consolidação, particularmente, à luz do fato de que a narrativa atesta a escolha divina de Davi como monarca (1 Samuel 16.13).
Encontramos em suas páginas a tensão entre a lealdade pactual para com Deus e a monarquia humana. Podemos interpretar tal cenário como a luta entre a carne e o Espírito. E ponderar sobre a decisão de colocamos o reino de Deus e sua justiça em primazia ou se nos envolvemos com os desejos desenfreados da carne, dos olhos e viver impregnados pela soberba da vida (1 João 2.16-17; Romanos 8.5-17; Gálatas 5.16-23).
Entretanto, de acordo com o elemento interno, é diferente. A saber, uma das funções do profeta era agir como historiador, e é possível que Samuel tenha deixado anotações ou registros que foram incorporados aos livros. Temos informações de um livro escrito por Samuel e colocado por ele “perante o Senhor” (1 Samuel 10.25); em 1 Crônicas 29.29 há uma referência ao relato dos atos de Davi num livro chamado “crônicas de Samuel, o vidente”, cujos relatos seriam de ações realizadas antes da coroação. Portanto, é provável que dos capítulos 1 ao 24 de 1 Samuel, o filho de Ana pode ser apontado como autor, e os demais capítulos, atribuídos aos profetas Natã e Gade. Além desses, não há qualquer menção a outros autores que pudessem ter escrito.
É plenamente aceitável a informação que o profeta Samuel não seja o autor do seu início ao fim, uma vez que a morte de Samuel é descrita em 1 Samuel 25.1, quando Saul ainda vivia. Assim sendo, ele não poderia ter escrito os livros da maneira como se encontram hoje. Além disso, o reinado de Davi não foi presenciado por Samuel.
O período de relatos contidos em 1 e 2 Samuel é de aproximadamente 100 anos, começa nos dias de Eli (1 Samuel e conclui ao final do reinado de Davi (2 Samuel 24), o que nos leva a entender que um único escritor ou compilador não poderia ter vivido tempo suficiente para registrar todas as informações do livro como testemunha ocular.
A datação de 1 e 2 Samuel está parametrizada entre 970 a 722 a.C.
A data do livro é muito discutida, todavia, se levarmos em consideração que quem os escreveu foi Samuel, Natã e Gade, tais escritos foram feitos no período do reinado de Davi, ou tempos próximos. Não há afirmação categórica por parte dos pesquisadores, outra ala de estudiosos apontam os capítulos 9 a 20 de 2 Samuel como tendo sido escritos no século 10 antes de Cristo, e as demais porções como tendo sido redigidas depois do período pós cativeiro babilônico. Contrapondo tais afirmações, é lembrado que 1 Samuel 27.6 afirma que Ziclague pertence ao rei de Judá, argumento que provaria que o livro fora escrito durante a o período da monarquia de Davi.
O conteúdo dos livros aborda fatos culturais e espirituais apresentando explanação da mais excelente qualidade. Aqui temos o retrato de Davi, o grande rei salmista, uma figura detalhada com minuciosas que enriquecem a narrativa da Bíblia Sagrada. Apesar de muito haver nesses livros que reflete os baixos padrões morais daquela época, há igualmente grandes picos éticos e espirituais.
1 e 2 Samuel registra o tempo em que começou a suceder a distinção enfatizada entre as formas visíveis de adoração e da realidade por detrás delas.
O cargo de juiz não era herdado, Deus era quem chamava pessoas ao magistrado. Israel não tinha rei, e parece que não pensava em tê-lo até o momento em que Samuel quis transmitir o cargo aos filhos. Até então, Israel era governado ocasionalmente por juízes em eventos de crise, quando o momento difícil passava o juiz, muitas vezes, retornava à sua vida anterior. Na situação de tentativa de transferência de autoridade, os anciãos recusaram a má liderança sugerida por Samuel e lhe pediram a que constituísse um rei sobre a nação. Os israelitas demonstraram indignação e clamaram, com muita contundência: "Dá-nos um rei que reine sobre nós, assim como todas as nações têm" Ao clamar dessa maneira, rejeitaram a Deus como Rei, sem saber como seria viver numa monarquia. De início, a monarquia se consistiu em um reino unido, mas dividiu-se por causa da desobediência dos reis.
3. A situação da dinastia davídica.
• 7.9 - Deu-lhe um grande nome.
O Senhor renovou em Davi a promessa dada a Abraão (Gênesis 12.2), de abençoá-lo nas esferas material (Gênesis 13.2; 24.35) e espiritual (Gênesis 21.22);
• 7.10 - Designou um lugar para Israel;
• 7.11 - Designou a Davi "descanso" de todos os seus inimigos.
Durante o período englobado pelo livro. nenhuma superpotência eclipsava a região hoje conhecida como a Palestina. Por isso Israel, liderado por Davi, aproveitou todas as oportunidades para subjugar as outras nações de Canaã.• 12-15 - Deu-lhe Salomão.
Um filho para se sentar em seu trono, a quem supervisionaria como pai e o disciplinaria com misericórdia quando fosse necessário;
• 12.16 - Prometeu-lhe firmar a sua casa, estabelecer o reinado eterno de sua descendência.
No contexto imediato, a profecia sobre Salomão se referia ao reino temporal da família de Davi na terra. Mas num âmbito maior e mais sublime, referia-se ao descendente maior que ele viria a ter na pessoa do Messias, de natureza divina, a Jesus Cristo (Hebreus 1.8).
Comentário Bíblico Beacon - Josué a Ester - volume 2. 4ª impressão 2012. Páginas 175 e 192. Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
O Governo Divino em Mãos Humanas - Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel. Capítulo 1: Conhecendo os Dois Livros de Samuel. Osiel Gomes. 1ª edição 2019. Páginas 7 a 13, 15, 17 a 19. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Pastor Christian Mölk. 1 Sam 8:1-22; Israel begär en kung - https://www.christianmolk.se/2013/02/1-sam-81-22-israel-begar-en-kung/