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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

A ansiedade e a galinha dos ovos de ouro


"Assim, o seu futuro será brilhante, e você não perderá a esperança"
(Provérbios 23.18)

Você se lembra da fábula A Galinha dos Ovos de Ouro, cuja autoria é creditada a Esopo?

Conta-se que determinado homem possuía uma galinha encantada, todas as manhãs, no mesmo horário, ela botava um valioso ovo de ouro. Desejoso em melhorar rapidamente sua vida financeira, a ansiedade tomou conta de seu coração. Então, cometeu a tolice de matar a ave, pensando em ter muitos ovos de uma só vez. 

Resultado: ficou sem a galinha e os valiosos ovos matinais.

Lembramos esse conto para lembrar a nossa realidade. Todos os dias temos oportunidades dadas pelo Criador, que não devemos desperdiçar, são importantes, e é preciso preserva-las com muito cuidado. Algumas pessoas só valorizam boas oportunidades após perdê-las. Nós não somos assim, agradecemos a Deus por todas as bênçãos e usufruímos delas de acordo com o critério que Ele quer,  seja entregar a nós a bênção de uma só vez ou em parcelas, distribuídas em momentos diversos.

E.A.G.

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O narcisismo e a Lei da Semeadura


"Cuidado como ego: o pavão de hoje pode ser o espanador de amanhã."

Encontrei, há poucos minutos atrás esta frase, acompanhada da imagem, acima exposta, em uma das redes sociais que faço parte. E resolvi compartilhá-la aqui, porque o enunciado é uma verdade incontestável. Por que penso assim?

Obviamente, você sabe muito bem, a figura desta ave de porte grande está associada com a vaidade exacerbada, com o comportamento de pessoas orgulhosas, presunçosas, impostoras, fanfarronas, com a autoestima inchada. Sendo bem claro, aqueles indivíduos inclinados a se projetar, dissimuladamente, usando méritos de outras pessoas. Também, indica gente que usa maquiagem exagerada e se veste de maneira extravagante. Para esses conceitos, usa-se o verbo "pavonear"

O que falam os dicionários e enciclopédias

A Ornitologia informa que a palavra “pavão” é um termo de origem latina, vem de "pavo", "pavonis". Pertence ao gênero de galináceas e faz parte da família dos fasianídeos, isto é, do faisão e peru. 

Por seus hábitos terrestres, bico curto, pernas adaptadas para correr, unhas fortes e curtas, apropriadas para remexer o solo, é definido pela Zoologia como um dos representantes dos bichos galiformes.

Habitat e alimentação

Este animal é originário do sul da Ásia, é encontrado no Sri Lana, em florestas úmidas e secas. É dito que foi introduzido na fauna européia por Alexandre o Grande. Adaptou-se a viver entre a população humana e em áreas agrícolas pela necessidade da água, porém ainda permanece selvagem em muitas partes do mundo. Em Portugal, é criada como ave doméstica.

Alimenta-se de insetos. 

Aspectos anatômicos

O pavão está entre os animais mais admirados pelo ser humano por causa da sua formosura. Os machos possuem plumagem belíssima, cuja coloração é extraordinariamente brilhante. Atrás, seu corpo é composto de penas com aspectos verdes e pretos, e refletem tons de bronze e cobre, sendo que a tonalidade preta só é visível quando realiza movimentos de pulos. Alguns alegam que a pavoa tem aspectos menos admiráveis.
Peso e altura
O macho, em idade adulta, pode pesar até 4,6 quilos, enquanto a fêmea chega aos 4 kg. Ele atinge a altura de 115 centímetros; ela 95 cm.
Cabeças
A cabeça do pavão é verde em seus dois lados, tem um tufo de penas em cores azul,verde e branco. A pavoa possui a cabeça marrom e vermelha, com bordas marrom e verde, o rosto é branco e tem um topete muito parecido com o da espécie masculina.
A calda e o ritual de sedução
A cauda do pavão chega a ter dois metros de cumprimento e se abre como um leque, suas plumas são coloridas e bonitas. São compostas com as cores verde, violeta e amarelo.
Em seu ritual para a seleção sexual, os pavões parecem usar a cauda como elemento principal de conquista, levantando-a em formato de leque. Se o processo de tentativa de conquista tem sucesso, no prazo de 28 dias a fêmea bota entre três a quatro ovos.
Pesquisa realizada no Japão alega que a cauda extravagantemente desse animal é inútil ao seu cotidiano. Um estudo japonês afirma que não é a beleza da cauda o atrativo que o leva a conquistar sua parceira, mas, sim, seus movimentos de rodopios e gritos.
O que há de certeza, mesmo, é que a plumagem do pavão, especialmente do rabo, gera interesse em várias culturas por causa de sua opulência, o que fez com que seja criado em cativeiro para ser utilizada como ornamentação.
Asas 
Reza a lenda que o pavão é capaz de voar. Na verdade, devido ao seu peso ele não voa, o que faz é usar com destreza suas asas para fazer grandes saltos seguidos. Locomove-se assim quando procura encontrar com rapidez refúgio em lugares altos ao perceber a aproximação de predadores.
Pés
Monteiro Lobato escreveu a fábula intitulada O Corvo e o Pavão, que se diz ser uma releitura de uma fábula criada por Esopo:
_______ 
"O pavão, de roda aberta em forma de leque, dizia com desprezo para o corvo:
- Repare como sou belo! Que cauda, hein? Que cores, que maravilhosa plumagem! Sou das aves a mais formosa, a mais perfeita, não?
- Não há dúvida de que você é um belo bicho.  Mas, perfeito? Alto lá! - disse o corvo.
- Quem quer criticar-me! Um bicho preto, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro... Que falha você vê em mim, ó tição de penas?
O corvo respondeu:
- Noto que para abater o orgulho dos pavões a natureza lhe deu um par de patas que, faça-me o favor, envergonharia até a um pobre diabo como eu...
O pavão, que nunca tinha reparado nos próprios pés, abaixou-se e contemplou-os longamente. E, desapontado, foi andando o seu caminho sem replicar coisa nenhuma.
Tinha razão o corvo: não há beleza sem senão."
_______ 
É possível que por conta desta narrativa reflexiva de Lobato, tenha surgido a lenda, muito esquisita, que alega que se o pavão olhar para os seus pés ele morre.
"Pavão grego"

A pessoa amante de si mesma tem seu estilo de vida associado tanto com a figura do pavão como também a com a de Narciso, o herói da mitologia grega, belo e orgulhoso por sua beleza.

Narciso tem seu traço em paralelo com o pavão no que tange à conotação do sentimento de admirar-se a si mesmo, ser um indivíduo ególatra ou edonista. Tal qual o pavão, é descrito como um símbolo da pessoa insensível para com a sorte do próximo e vaidosa ao extremo com suas características físicas.

Na parábola grega, o mito do egoísta implacável é descrito como alguém que despreza o sentimento de amor que diversas ninfas e moças têm por ele. Desprezadas, estas lhe rogam uma maldição: que ele ame uma pessoa intensamente, mas sem a possibilidade de concretizar a relação afetuosa. Então, ele vai até uma fonte de águas límpidas para saciar a sede e se vê no reflexo de água, sem saber que olhava para si mesmo, admira a beleza de suas feições e apaixona profundamente, a tal ponto que não consegue afastar-se da beira daquela fonte, permanece ali até morrer. Após a morte, se transforma numa flor do campo, que nada mais é do que uma erva daninha.

Mas o que poucos sabem é que o nome Narciso e suas palavras derivadas têm origem no vocábulo grego “narke” que significa “narcose”, que por sua vez tem o significado “entorpecido”. Isto é, aponta ao estado abobalhado de alguém que se encontra com sua consciência alterada por determinadas substâncias entorpecentes.

“Narcótico”, em grego é “torpor”. Na Medicina, o termo narcótico é verbete que descreve o ópio e seus derivados; a Norma Jurídica classifica a heroína, a morfina e a codeína como narcótico. Estas drogas causam a depressão do sistema nervoso central; leva à náusea, ao vômito, à prisão de ventre, à crise respiratória, à contração da pupila, à sonolência, à coceira, provoca a vermelhidão da pele. E morte.

Conclusão

As figuras do pavão e do mitológico Narciso, embora pareçam personagens de histórias dirigidas ao público infantil, têm potencial para ensinar todas as faixas etárias. Nos fazem saber que o excesso desequilibra.

É necessário que nos inspiremos na passagem bíblica contida na Carta de Paulo aos Gálatas, capítulo 6. O apóstolo ensina ali sobre a Lei da Semeadura, sobre Causas e Consequências. 

Oremos a Deus pedindo a sabedoria necessária para aplicá-la em todas as áreas da vida. É preciso viver equilibradamente, plantar sementes que representem o Equilíbrio, a Harmonia e o Amor a Deus e ao próximo. Assim fazendo teremos condições de encontrar prazer e o prumo perfeito em nosso futuro. Teremos colheitas fartas de estabilidade emocional, mental e de controle próprio.

Que, no processo de cada tomada de decisão cotidiana, rodeados de críticos ou aduladores, sendo reconhecidos em nosso valor pessoal ou defenestrados feito coisa inútil, olhemos para dentro de nós mesmos com a intenção de que o nosso Eu diminua e Cristo cresça em nós! 

No lugar de torpor, a dinâmica saudável: A beleza não deve ser motivo para que haja orgulho, vaidade e qualquer outro descomedimento emocional negativo. A imagem física com que nascemos é dada pelo Criador, e toda opinião sobre beleza e feiura é relativa.

Ao invés de sonolência, vivacidade: A falta de amor ao próximo é um ato de desatino. A Palavra de Deus nos ensina que nossa obrigação é amar o outro como amamos a nós mesmos. Amar é uma decisão que devemos tomar em favor de quem nos ama, de quem não nos ama tambérm. O amor é o inverso de ódio e de indiferença.

Elevemos nossa prece, para que ao percebermos que somos importantes para alguém, e admirados, não percamos a referência de quem realmente somos, tenhamos a capacidade de observar nosso reflexo sem ser tomado por fascínio idiota e continuemos a bem-querer a nos mesmos com a mesma intensidade que desejamos o bem-estar de todos.

Enfim, que haja em cada um de nós a noção exata de que somos transitórios e mortais, que encontremos conforto na realidade de que apenas a Palavra de Deus é que dura para sempre.

E.A.G.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As fábulas de Esopo: Lobo em pele de cordeiro

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores" - Mateus 7.15.

Diz-se que a frase "lobo em pele de cordeiro" tem origen em uma das fábulas de Esopo. É bastante antiga.

Esopo viveu na Grécia Antiga entre 620 e 560 a.C., segundo Plutarco era gago e corcunda, foi condenado à morte pelos délficos. Existe uma coleção de fábulas creditadas a ele, reunidas por Demétrio de Falero no século IV, mas as que se têm contado nos dias atuais foram compiladas em prosa pelo grego bizantino Planúdio no século XIV. As estórias são todas de cunho moral, e em sua maioria contêm personagens animais personificando a bondade e a vilania. A coleção é aproveitada até nos dias atuais para educar a criançada. São: A Raposa e as Uvas; A Cigarra e a Formiga; A Tartaruga e a Lebre; O Lobo e o Cordeiro, etc. .

Se Esopo foi realmente o autor das fábulas ou não, não sabemos. Ao longo dos séculos as fábulas ganharam diversas versões, uma das mais conhecidas mundo afora entre nós é O Lobo e o Cordeiro. Os contos foram traduzidos para o idioma inglês a partir de 1.484.

A frase "lobo em pele de cordeiro" tem origem em período pré-cristão, refere-se ao comportamento dissimulado, a alguém que esconde a intenção maliciosa, sob o pretexto de bondade. O conselho adverte que não podemos ter pressa para confiar em alguém desconhecido que entra em nossos círculos mais íntimos demonstrando de maneira falsa ser amigável.

Durante os anos em que Jesus Cristo pisou aqui na Terra, a coleção de fábulas de Esopo era popular no Oriente Médio, seus contos tinham grande circulação entre as massas.  

O lobo e o cordeiro
Um Lobo, ao encontrar um Cordeiro desgarrado do rebanho, decidiu, ao invés de deitar mãos violentas sobre ele, encontrar alguma razão para justificar ao Cordeiro seu direito de comê-lo. Então ele lhe disse:
- Seu tratante, você me insultou rudemente no ano passado.
- Como? - redarguiu o Cordeiro num tom choroso de voz - eu não havia nascido ainda.
O Lobo então disse:
- Você pastou em meus campos.
- Não, bom senhor, - respondeu o Cordeiro - ainda não senti o gosto de grama.
Novamente o Lobo disse:
- Você bebeu água de meu poço.
- Não, - exclamou o Cordeiro - eu nunca bebi água, pois o leite de minha mãe é para mim tanto comida quanto bebida.
Após isso, Lobo agarrou e comeu o Cordeiro, dizendo:
- Bem! Não vou ficar sem minha ceia, embora você refute cada uma de minhas acusações.
Moral: O tirano sempre encontrará pretexto para sua tirania. 

E.A.G.

Consulta: Larousse Cultural.