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domingo, 27 de junho de 2021

O brado eloquente de Rui Barbosa contra os maus brasileiros

Rui Barbosa de Oliveira nasceu no dia 5 de novembro de 1849 em Salvador e faleceu no dia 1 de março de 1923 em Petrópolis. 

Ingressou na política em 1846. Como político, em toda sua carreira foi um grande oponente do comunismo. 

Participou da Associação Acadêmica Abolicionista, foi deputado e senador; participante da elaboração da primeira Constituição Federal do Brasil; ministro da Fazenda durante o governo de Deodoro da Fonseca; diplomata. Representante do Brasil na Conferência de Haia; e recebeu o cognome de "Águia de Haia" do Barão do Rio Branco, por ser defensor do princípio da isonomia, isto é, da igualdade de tratamento entre pessoas e nações.

Como intelectual, colaborou com a primeira produção de texto completo da Bíblia Sagrada em território nacional, participando da transposição ao idioma Português como consultor linguístico da Tradução Brasileira, também conhecida como Versão Brasileira e Versão Fiel, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil. Sobressaiu-se com grande destaque atuando nas áreas de jornalismo e autor de livros. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. 

Bacharelou-se em 1870 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Como portador da licenciatura em Direito, foi excelente jurista, contundente defensor das liberdades civis dos cidadãos brasileiros.

Leia no próximo parágrafo o clássico protesto de Ruy Barbosa, desolado com os descaminhos do novo regime de governo, que havia destituído o imperador Dom Pedro II e não mostrava resultados melhores em favor da sociedade daquela época.

"A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação. A sua grande vergonha diante do estrangeiro, é aquilo que nos afasta os homens, os auxílios, os capitais. 

A injustiça, Senhores, desanima o trabalho, a honestidade, o bem; cresta em flor os espíritos dos moços, semeia no coração das gerações que vêm nascendo a semente da podridão, habitua os homens a não acreditar senão na estrela, na fortuna, no acaso, na loteria da sorte, promove a desonestidade, promove a venalidade, promove a relaxação, insufla a cortesania, a baixeza, sob todas as suas formas. 

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. 

Essa foi a obra da República nos últimos anos. No outro regime (na Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre, as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto (o Imperador, graças principalmente a deter o Poder Moderador), guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade." 


Consulta: Discursos Parlamentares; Obras Completas; Volume 41; 1914; Tomo III; páginas 86 e 87. 

terça-feira, 31 de maio de 2016

Deveres civis, morais e espirituais

Por Eliseu Antonio Gomes

Certa vez, Rui Barbosa disse: "A pátria não é ninguém: são todos... não é um sistema e nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo, é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade".

A história da humanidade pode ser contada a partir das sucessivas tentativas de derrubadas e soerguimento de governos humanos. O Antigo Testamento mostra com clareza as derrubadas de impérios e reinos e o levantamento de outros reinos no lugar daqueles abatidos. A história da humanidade também é uma história de busca e de conquista de poder.

Na época do apóstolo Paulo, o sistema vigente no mundo era a Monarquia Absolutista. O poder era centralizado na pessoa do imperador de Roma. Quando o apostolo se refere sobre a devida obediência às "autoridades superiores", ele se referia a autoridade civil exercida pelo governo de Roma, bem como a referência direta aos administradores do governo romano.

A obediência a Deus deve vir sempre em primeiro lugar. "Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens" - Atos 5.29.

Deus estabeleceu com clareza papéis para seus filhos no exercício da cidadania. É de bom alvitre que o cristão manifeste patriotismo, que é um comportamento fruto da boa educação. As atitudes corretas para com a nação de origem, nosso respeito e espécie de submissão as autoridades revelam o quanto amamos e respeitamos a Deus e as suas Leis. É dever do cristão ser um bom cidadão, o que não significa que ele deve concordar com o pecado daqueles que estão em posição de liderança, como por exemplo, a corrupção, o roubo, a legalização do aborto.

Nosso respeito e submissão ao Estado revelam o quanto amamos e respeitamos a Deus e as suas Leis. É dever do cristão ser um bom cidadão, o que não significa que ele deve concordar com o pecado daqueles que estão em posição de liderança, como por exemplo, a corrupção, o roubo, a legalização do aborto. Diante das leis perversas não devemos ser omissos (Isaías 10.1-2; Tiago 5.4-6).

É Deus que constitui as autoridades para que governem com justiça. "Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas" - Romanos 13.1.

Na Carta aos Romanos, capítulo 13, Paulo mostra que o crente, alcançado pela graça divina, tem deveres deveres civis, morais e espirituais para com a sociedade na qual está inserido, esclarece que a nossa vida de fé em Jesus Cristo precisa ser revelada em nossos relacionamentos interpessoais e com as autoridades constituídas. Portanto, o cristão precisa respeitar e submeter às autoridades legitimamente alicerçadas.

Nos versículos11-14, Paulo menciona a questão dos deveres morais apresentando  um imperativo para um viver cristão autêntico. Faz apelo à vigilância e conscientização  aos sinais predeterminados da vinda de Cristo; exorta ao despertamento espiritual contra toda a indiferença e frieza. É necessário estar em prontidão espiritual, rejeitar as obras más e traiçoeiras, andar honestamente.

Resistir às autoridades é resistir à ordenação de Deus. "De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação" - Romanos 13.2.

Paulo declara que toda potestade vem de Deus, resistir às autoridades significa resistir a Deus, pois Ele reconhece a lei civil, por isso estamos legalmente obrigados a reconhecer e a obedecer às autoridades constituídas. Transgredir a lei implica em consequências negativas, em condenação da parte das autoridades civis e da parte de Deus.

As autoridades são constituídas para punir os que fazem mal, é descrita por Paulo como ministro de Deus, nesta condição quem pratica o bem não precisa temê-la. Deus estabeleceu o Estado para ser um agente da justiça, para refrear o mal mediante o castigo do malfeitor e a proteção dos elementos bons da sociedade (Romanos 13.3-4; 1 Pedro 2.13, 17).

Os crentes devem respeitar as autoridades. "É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço" - Romanos 13.5-6.

Deus delegou poder às autoridades para administrar o Estado, manter a ordem pública para o bem-estar social e garantir o direito de seus cidadãos. Os governantes detêm o poder coercitivo que os habilita a fazer cidadãos de conformidade com as suas leis. O crente precisa orar pelas autoridades constituídas e, por dever de consciência em agir corretamente e não por medo de punição, submeter-se a elas, em razão de sua consciência mostrar o que deve fazer segundo as Escrituras Sagradas o orientam.

Paulo descreve o governo tal qual ele deve ser. Quando o governo deixa de exercer a sua devida função, ele já não é ordenado por Deus, nem está cumprindo o seu propósito (Daniel 3.16-18; 6.6-10; Atos 5.29). Em caso de anomalia estatal, como o nazismo, a atitude do cristão torna-se bem diferente da que seria numa situação normal. Numa situação brutal, a atitude do cristão deve ser semelhante à de Pedro e João (Atos 4.19; 5.29).

Pagando os tributos e não devendo nada a ninguém, a não ser o amor. "Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei" -  Romanos 13.7-8.

Somos cidadãos dos céus, enquanto vivemos neste mundo, é obrigação de cada um de nós honrar as dívidas e compromissos. O défice que assumimos é nossa responsabilidade. Precisamos pagar nossos impostos e seguir as leis estabelecidas.

Apesar de o cartão de crédito ser um modo inteligente de escapar do risco de assaltos, não andando com dinheiro em nossas carteiras e bolsos. Mas, se fosse possível, mandaria imprimir em todo cartão de crédito o aviso "cartão de dívida", porque este sistema para consumo é uma cilada que causa estragos sérios à vida do usuário. A facilidade de comprar para pagar depois induz às ultrapassagens dos limites do comprador,  leva às aquisições exageradas e irresponsáveis.

Seja sempre realista e evite o mau uso do cartão de crédito, para que não afete seu relacionamento familiar; não use-o se não puder liquidar a dívida integralmente no final do mês; acostume-se a esperar a hora certa para fazer as compras que deseja; queira experimentar o alívio e o sossego de viver sem as dívidas.

Cada um de nós dará contas do que faz a Cristo

Muitas vezes, os cristãos baseiam seus critérios morais em opiniões particulares pessoais ou preceitos culturais, em vez de na Palavra de Deus.  Se nas Escrituras está expressamente proibidas as atividades de adultério, homossexualidade, assassinato, roubo, ninguém que se identifique como cristão deve expressar posição diferente. Quando o fazem em contrário, embora não infrinjam leis terrenas, demonstram como a sua fé é fraca.
                                 
Conclusão

Vivemos no Brasil, que é um país democrático e como cristãos brasileiros devemos render graças a Deus por isso. Devemos orar pelos nossos governantes para que possamos ter uma vida pacífica na sociedade.

É melhor um governo imperfeito do que governo nenhum, onde prevalece o poder absoluto, arbitrário, perverso, desumano.

E.A.G.

Compilações:
Bíblia Caminho, desafio, orientação e crescimento para o jovem, Jayme Kemp, página 1566, edição 2011, Barueri /SP (SBB).
Ensinador Cristão, ano 17, nº 66, página 41, abril a junho de 2016, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Mestre: Romanos - O Evangelho da Justiça de Deus. Esequias Soares. Lição 11: O Cristão e o Estado, páginas 69; 2º trimestre de 1998; Rio de Janeiro (CPAD). 
Lições Bíblicas - Professor - Maravilhosa Graça - O evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos; José Gonçalves, 2º trimestre de 2016, páginas 71-74, Rio de Janeiro (CPAD).