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quarta-feira, 31 de maio de 2017

Hulda, a mulher que estava no lugar certo



Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A profetisa Hulda (cujo nome em hebraico quer dizer "doninha"), era sábia e prudente. Foi uma mulher que aprouve a Deus usar de modo intensamente significante, entretanto passageiro, para chamar a atenção dos israelitas a respeito dos pecados que vinham cometendo.

A circunstância de Hulda ter sido escolhida pelo Senhor, como sua porta-voz, faz transparecer para nós que, embora Israel fosse uma sociedade patriarcal, Deus também usava as mulheres em função de destaque considerável. Isto mostra que o Senhor usa as mulheres tanto quanto usa homens, no ministério da sua palavra, desde que se consagrem a Ele.

I - QUEM FOI HULDA

1. Hulda.

Hulda foi esposa de Salum, seu marido trabalhava como roupeiro da corte do monarca, uma profissão que o tornava um homem importante naquela sociedade. Viveu na cidade baixa de Jerusalém como uma reconhecida profetisa. Foi escolhida pelo Senhor para trazer uma mensagem de arrependimento em um tempo de apostasia. Aquela época era um momento dramático da história do reino de Judá (639-609 a.C.). O texto bíblico dá a entender que ela reconhecia o seu lugar como profetisa, e só colocou-se em ação no momento em que foi solicitada a agir.

Além de Hulda, a Bíblia registra apenas mais duas profetisas em toda a narrativa do Antigo Testamento: Miriã, irmã de Moisés (Êxodo 15.20), e Débora, que além de profetizar era juíza (Juízes 4.4).

2. Atividade que exerceu.

Podemos afirmar que Hulda era uma senhora de profunda comunhão com Deus em seu ofício incomum ofício de transmissora das mensagens do Senhor.. Se os soberanos ímpios, como Manassés e Amon, não conheceram sua função profética, ela viu Deus trabalhar de maneira evidente para atender suas orações ao levantar o menino Josias com o propósito de promover mudanças de grande impacto no reino de Judá.

Usada por Deus, a serva do Senhor entrou em ação ousada e corajosa quando o rei Josias tomou conhecimento do conteúdo do livro da Lei, que fora perdido na Casa do Senhor ou escondido em algum lugar secreto, provavelmente por algum sacerdote zeloso, que procurou preservá-lo no tempo da apostasia do monarca Manassés.

Avaliamos melhor a atuação de Hulda em Judá bem como o seu testemunho eloquente de mulher de Deus, cada vez que observamos, ainda que de maneira resumida, o pano de fundo histórico que ela vivia. O povo vivia um estilo de vida muito longe de cumprir a vontade do Senhor e não poderia ser abençoado por culpa da sua fraca condição espiritual.

Hulda aparece nas páginas da Bíblia como a profetisa que não se cala, quando é o momento correto de falar. Ela não possuía outra conduta a tomar, senão confrontar a Judá sobre as consequências de seus pecados. Entregou o comunicado que Deus havia determinado que falasse, expressou apavorante profecia contra a nação com a finalidade de que se arrependesse e se voltasse para Deus.

Devido a desobediência de Judá, a mensagem era uma repreensão severa, falava de maldição, não de bênção. Deus faria cumprir sua vontade exatamente como avisou ao monarca, por intermédio de sua serva.

O desempenho de Hulda é considerado por uma parcela de leitores da Bíblia como de uma pessoa coadjuvante. Caso realmente tenha tido ação secundária, porém, o que mais importa é a qualidade vital de seu trabalho e não a extensão de atenção substancial, da parte dos seres humanos, ao seu ministério.

II. HULDA VÊ O TEMPO DO AVIVAMENTO

1. Josias promove verdadeiro avivamento.

Numa época difícil Josias (em hebraico "o Senhor sustenta") assentou-se no trono de Judá, o povo estava vivendo em grande apostasia, buscava os ídolos com entusiasmo, porque o reinado longo de seus perversos antecessores, o avô Manassés e o pai Amon, quase apagaram a ideia da existência do Deus vivo em seus pensamentos. Seu avô reinara por 55 anos; perseguiu as pessoas piedosas e reprimiu a verdadeira religião em Judá. Seu pai governou por 2 anos e deu continuidade às práticas malignas de Manassés; seu reinado foi interrompido por intrigas na corte que culminou com seu assassinato (2 Reis 21. 19-26; 2 Crônicas 33.21-25).

Sua mãe era Jedida, filha de Adaías, de Bozcate (2 Reis 22.1).

Josias começou a reinar com oito anos de idade. Desde então iniciou sua busca ao Deus de Davi. De acordo com 2 Reis, buscou com toda a dedicação, ele era igual a Davi, no sentido de que "fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou em todo o caminho de Davi', ' não se apartou dele nem para a direita e nem para a esquerda" (2 Reis 22.2). Assim como Davi, Josias recolocou a Arca da Aliança no Templo, além disso, determinou que os músicos, descendentes de Asafe, voltassem ao Templo, "segundo o mandato de Davi" (2 Crônicas 35.3, 15).

A busca de Deus por parte do jovem rei era a evidência da obra do Espírito Santo em sua vida.

Quatro anos mais tarde, em 632 a.C., começou a livrar sistematicamente Judá da perniciosa religião falsa. Erradicou o paganismo, em todas as suas formas sincréticas, iniciando por por Jerusalém e Judá, e estendeu suas reformas até o território do reino do Norte. Em 628 a.C., estava com vinte e seis quando acabou com a profanação da terra e a purificou, destruiu os lugares altos, os postes-ídolos (imagens de Aserá), as imagens de escultura e de fundição. Os túmulos dos sacerdotes idólatras foram  profanados e seus ossos, queimados sobre os altares pagãos (2 Crônicas 34.3-7; 1 Reis 13.2). mandou fazer reparos no Templo que, pelo descuido de monarcas e sacerdotes anteriores, havia de deteriorado carecendo de caprichosa reforma.

Enquanto o Templo estava sendo restaurado, o sumo sacerdote Hilquias, achou o livro da Lei, escrito por Moisés, e o levou ao rei e o leu para ele. Quando Josias ouviu a leitura do livro, sabia que a nação estava completamente alheia aos princípios e propósitos dos mandamentos de Deus e as consequências para isso eram irreparáveis. Sabendo sobre as maldições que cairiam sobre seu povo, sentiu-se condenado pelo conteúdo das Escrituras.

A descoberta do livro da Lei - que fora dada "pelas mãos de Moisés" - injetou no coração de Josias grande impulso para promover reformas profundas, as mais profundas que Judá conheceu. O livro descoberto era o Pentateuco, os cinco livros da Bíblia Sagrada.

Os autores de Reis e Crônicas não especificam muito bem a natureza do livro da Lei. Parece provável que se tratava de todo o livro de Deuteronômio, devido às especificações do lugar central de adoração, a destruição dos lugares altos, celebração da Páscoa, maldições resultantes da desobediência e a cerimônia da renovação da aliança (Deuteronômio 12; 16; 27 e 28; 2 Crônica 30-32; 2 Reis 23.2).

Com esta descoberta, e a ciência do monarca sobre o que estava escrito, surgiu daí um novo compromisso com a Palavra de Deus e todo o pais experimentou uma renovação espiritual. 

Então, Josias mandou a Hilquias e aos demais assessores consultar ao Senhor para saber sobre tamanha desgraça, causada pela desobediência de Judá. Imediatamente, enviou oficiais para inquirirem de Deus quanto ao seu significado. O grupo designado procurou a serva do Senhor para interpretar o texto sagrado e saber se o Senhor tinha uma mensagem ao rei e para a nação, dizendo o que fazer.

A resposta de Hulda ao monarca resume a situação de miséria espiritual do povo: idolatria vergonhosa, a ponto de deixarem de adorar ao Deus de seus pais, que os tirou do cativeiro egípcio e os levou pelo deserto abrasador em segurança até Canaã; o povo inclinava-se perante ídolos ou deuses feitos pelas nãos dos homens, provocando a ira do Senhor. A sentença de Deus através de Hulda era o prenúncio do cativeiro de Judá anos mais tarde (2 Crônicas 34.23-25).

De pronto, o Josias tomou as medidas urgentes e necessárias para levar o povo ao arrependimento. Ele próprio fez concerto com Deus de obedecê-lo em seu reinado. Depois levou o povo a fazer o converto com Deus. E, de forma mais concreta, mandou retirar as abominações que o povo adotara em Judá e Jerusalém.

Ao receber a consulta do monarca, em plena crise de Judá e Jerusalém, Hulda foi usada por Deus para profetizar com relação a dois eventos

A Palavra do Senhor, proferida através do ministério de Hulda foi de advertência e condenação, e trouxe ao rei a certeza de que a nação sofreria os juízos divinos. Consistia de dois eventos principais:
a. Previu a destruição de Judá por causa da idolatria (2 Reis 22.14-17). A ira de Deus havia sido acesa e o julgamento viria sobre o povo por causa das práticas idólatras, exatamente como previa o livro da Lei.
b. Previu restauração e prosperidade, no reinado de Josias (2 Reis 22.14-20). A paz durante a vida de Josias, que não viveria para ver a destruição e a desolação resultante da ira de Deus, pois "o seu coração se enterneceu" e ele se arrependeu e voltou-se para o Senhor (2 Reis 22.14-24; 2 Crônicas 34.22-28).
Deus mostrou à Hulda que Josias não seguiu os maus caminhos de seus antepassados, mas humilhou-se diante do Senhor reconhecendo a calamidade espiritual de seu povo ao tomar conhecimento do que estava escrito no livro da Lei.
Então, ela fez saber a Josias que tinha visto o seu coração sincero perante seu Deus, disse aos mensageiros do monarca que Deus viu como Josias se humilhou, ao ouvir a leitura do livro da Lei, e o juízo divino que viria sobre Judá. E, assim. É prometido que o julgamento não aconteceria em seu tempo. Ela anunciou um tempo de restauração e prosperidade para  Judá, que se daria no reinado de Josias (2 Reis 22.18-20), Disse também que Deus daria ao rei livramento e ele desceria ao sepulcro em paz (2 Crônicas 34.26-28).
Josias responde a essa palavra de graça ao redobrar seus esforços em direção ao Senhor.
A profetisa não revelou somente o juízo de Deus contra a rebeldia e o pecado,  mas também anunciou a paz para Josias, porque Deus sabe separar aquele que é bom no meio dos maus; sabe ver o justo no meio da injustiça; reconhece o caráter de homens que não se corrompem no meio da multidão dos corrompidos.

Josias reinou 31 anos, entre 640 a 609 a.C. (2 Reis 22 e 23; 2 Crônicas 34 e 35). Seu reinado finalizou subitamente quando estava com a idade de 39 anos. Ao pensar ser necessário atacar o faraó Neco em Megido, quando este marchava para Carquemis com o intento de ajudar o então decadente Império Assírio. Ali Josias morreu (2 Crônicas 35.20-24). Ele foi o último dos monarcas justos de Judá.

Reflita sobre a razão de Hulda haver profetizado um futuro de paz a Josias e a razão de ele morrer em uma guerra: Hulda profetizou falsamente?

2. Aboliu a idolatria.

Encontrado e lido, o efeito da leitura do livro foi imediato na mente do rei, do sacerdote e dos principais de Judá. Ao se deparar com a lei, se humilhou diante do Senhor, rasgando seus vestidos, numa demonstração pública de que sua intenção era buscar o perdão e auxílios divinos, com o objetivo de tirar a nação da indiferença e da iniquidade.

As mudanças numa nação ou numa igreja só têm efeito se começarem pela liderança (2 Crônicas 34.29, 30). Josias foi sábio e corajoso. Primeiramente, ele próprio fez concerto com Deus para obedecer a sua palavra (2 Crônicas 34.31). Ele entendeu que precisava dar o exemplo de liderança e, antes de propor um concerto do povo com Deus, assumiu o compromisso diante de Deus e do povo de pautar seu reino pelos mandamentos do Senhor (2 Crônicas 34.29-31).

As abominações eram os ídolos perante quem seus pais ficavam curvados, afrontando a santidade de Deus, e também as práticas abomináveis que provocaram a ira do Senhor sobre Israel e Judá, como oferecer sacrifícios humanos aos demônios, incluindo crianças inocentes.

3. Resgatou a Lei do Senhor.

Josias usou da sua autoridade respaldada na palavra do Senhor para obrigar o povo a oferecer o verdadeiro culto ao Senhor. Mandou reparar a Casa do Senhor, que tinha sido desprezada pelos seus antecessores. Depois das reformas necessárias, cumpriu o que Deus determinara. Nesse mesmo ano, conclama seu povo povo para novamente celebrar a Páscoa do Senhor em Jerusalém, com cerimônia sem igual desde o tempo de Samuel. (2 Reis 22..14-20; 2 Crônicas 34.8-1; 35.1-19).

III. HULDA É USADA POR DEUS

1. A dura mensagem de Deus.

O Senhor amava seu povo, por isso iria discipliná-lo. Deus usou Hulda para mostrar ao povo que iria derramar terrível juízo sobre a desobediência do povo. A intenção de Deus em trazer desastre sobre Judá como punição é confirmada pela serva do Senhor. Só havia uma saída capaz de fazer com que Judá escapasse do juízo iminente, o arrependimento sincero.

Segundo o livro de Deuteronômio 28, havia uma profecia proferida por Moisés sobre o povo de Israel que determinava a exaltação ou a humilhação da nação. Quando esta profecia foi proferida o povo de Israel estava próximo de entrar na terra prometida. O conteúdo do texto é claro: o sucesso da nação na nova terra estava condicionado à obediência do povo aos mandamentos de Deus (Deuteronômio 28.1-14; 29.16)
a. A Lei estava perdida dentro do próprio Templo.
b. Sua repercussão levou ao arrependimento do povo.

2. Hulda profetisa para o rei Josias.

É interessante e difícil explicar porque aquele grupo de conselheiros desconsiderou servos de Deus como Sofonias, Jeremias e Habacuque, uma vez que eram contemporâneos de Josias e já atuavam como mensageiros do Senhor. Numa época onde o santo ofício profético era exercido majoritariamente por homens, vistos como referências no ministério profético de caráter nacional,

Hulda era exceção. Talvez, os oficiais foram até ela por ser esposa  de Salum, que exercia profissão de roupeiro convivendo na corte bem próximo ao monarca. Presumivelmente, havia se estabelecido como profetisa do Senhor e era bastante reconhecida porta-voz de Deus em sua geração, era vista como confiável por todos. A sua inspiração profética é justificativa suficiente para os servos do monarca a terem procurado. Seja qual for o motivo de haver sido lembrada, sabemos que o Senhor usou esta mulher com uma mensagem contundente, que revelava o triste cativeiro de Judá, que ocorreria em 586 a.C. (2 Reis 22.14-20; 2 Crônicas 34.23).

Quanto a Jeremias, ao lado dos profetas Sofonias e Habacuque, ajudou ao rei no seu esforço de reconciliar o povo com Deus.  

3. O efeito da profecia sobre Judá e Jerusalém.

Josias percebeu a necessidade de não guardar a nova mensagem do Senhor só para si e reuniu o povo, para ouvir também à Palavra de Deus. Seguindo o estilo de Moisés, "o rei se pôs no seu lugar e fez aliança ante o SENHOR para o seguirem, guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos,  e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma" (2 Crônicas 34.31.). Aquele que verdadeiramente abriu seu coração à mensagem divina, naturalmente o abrirá para compartilhá-la (Atos 4.20).

CONCLUSÃO

A descoberta do livro dá testemunho da atitude providente e soberana de Deus, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a da destruição pelos idólatras e apóstatas. Mostra a importância das Escrituras na vida pessoal e nacional (2 Reis 22.8-20).

A narrativa em 2 Crônicas 34.15 destaca a importância da Bíblia - o Livro dos livros. É necessário que cada cristão encontre este livro todos os dias e medite sobre seu conteúdo dia e noite.

É certo que a condenação cairá com a mesma força sobre o mundo impenitente dos nossos dia, tal qual houve o juízo divino sobre os israelitas em Judá, após o governo de Josias (Apocalipse 14; e 15.7-8; e 16.1-21; e  18. Um dia este mundo será completamente destruído pelos juízos divinos (Apocalipse 19.11-21; 20.11-15). Entretanto, como houve para Josias e para a nação dos seus dias um período de graça e misericórdia, assim também podemos crer que estamos vivendo em tempo de graça, que logo, logo, acabará, e então, chegará o momento em que o grande juiz universal, que hoje intercede por nós diante do Deus Todo Poderoso, se levantará do seu trono e dirá: "Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda e quem é santo, seja santificado ainda. E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra (Apocalipse 22.11-12).

E.A.G.

Subsídios
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, pagina 521, edição 2016, Várzea Paulista - SP (Casa Publicadora Paulista).
Ensinador Cristão, ano 18, nº 70, abril a junho de 2017, página 40, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Lições Bíblicas. O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro; Elinaldo Renovato, 2 trimestre de 2017, páginas 59 a 65, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
O Caráter do Cristão - Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro, Elinaldo Renovato, páginas 93 a 97, 99, 100, 1ª edição 2017, Bangu, Rio de Janeiro - RJ (CPAD).
Quem é quem na Bíblia Sagrada - a história de todas as personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, páginas 385 e 386, 19ª reimpressão, São Paulo, 2005 (Editora Vida).

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Eliseu aumenta o azeite da viúva


Por Eliseu Antonio Gomes

Texto-base: 2 Reis 4.1-7.

O profeta e a viúva endividada

No norte, no reino de Israel, o profeta Eliseu dava continuidade à obra de Deus, depois que Elias partira. Eliseu era muito diferente de seu mestre. Enquanto Elias, admirado por muitos, demostrava ser rígido, impetuoso e inspirava medo em algumas pessoas, Eliseu era alguém mais sociável. Ambos viveram segundo as direções dadas pelo Espírito de Deus, sabiam que Deus havia se declarado amigo dos órfãos e das viúvas (Deuteronômio 10.18), Os dois eram sabedores que, como porta-vozes do Senhor, não podiam fazer ouvidos de mercador ao ouvir as queixas de viúvas; como ministros de Deus, deveriam atender aos enlutados em seus momentos de angústia.

A viúva endividada

Faça um pequeno esforço mental e tente visualizar a cena de encontro entre uma pobre viúva e Eliseu; Ela reclamando desse modo: "Não é justo! Eu perdi um bom marido, que era seu aluno na escola de profetas, e agora perderei meus filhos para pagar suas dívidas! É uma absurdo, meus filhos vão se tornar escravos! Alguém virá para possuí-los como propriedade!". Imaginou? Esta cena nunca aconteceu!

Quando todos os meios terrestre de ajuda estavam fechados para esta mulher aflita, ela foi procurar o profeta Eliseu, sem fazer quaisquer tipo de reclamações. Apenas derramou seus sentimentos de aflição nos ouvidos dele, contou-lhe que seu marido, um homem que fez parte do grupo de jovens profetas na escola criada por Eliseu, havia morrido recentemente e deixado uma dívida cujo valor ela não tinha condições de pagar.

Naquela sociedade e época, não havia perspectiva de um futuro feliz para uma mulher nas condições daquela mulher. Se ficasse sozinha, não teria nenhuma segurança na velhice, pois os filhos é que cuidavam de seus pais idosos, não existia o sistema do Estado efetuando ajuda financeira, como uma aposentadoria ou pensão às mulheres que perderam seus maridos. Consequentemente, restava a ela enfrentar a solidão, o luto, a miséria, o desespero, e até mesmo uma morte prematura por causa da opressão de um credor que violou a Lei de Deus.

Escravidão

A Lei de Moisés permitia que dívidas poderiam ser pagas com a mão-de-obra escrava. Entretanto, era proibido a um credor israelita, a quem outro israelita foi vendido, "obrigá-lo a servir como escravo", e a agir sobre a vida dele rigorosamente. Apesar disso, em alguns casos o quadro era dramático ao extremo, pois os credores eram inescrupulosos e davam pouca atenção às regras impostas por Deus (Levítico 25.39-43).

A viúva estava prestes a perder seus filhos para os credores de seu falecido marido, gente de coração duro, pouco importava se os dois filhos dela eram o seu conforto, se ela e os dois filhos temiam ao Senhor e se poderiam contornar a situação e pagar tudo o que deviam de uma maneira mais suave. Eles eram implacáveis, e levariam seus filhos para trabalharem como escravos.

Porém, felizmente, como mãe e mulher viúva, uma mulher que servia a Deus. ela sabia o que fazer para resolver o seu pesar, deveria resistir com persistência às dificuldades desse mundo, lutar as batalhas da vida sem ser covarde. Era convicta; era que não estava sozinha em sua luta. Lembrou-se do "Pai dos órfãos e defensor das viúvas" e clamou por sua ajuda (Salmo 68.5; Jeremias 33.3).

O milagre da multiplicação 

Por hipótese, baseados em contextos bíblicos referente ao que Deus espera de cada um de nós que confiamos nEle, podemos concluir que antes desta mulher perder seu esposo ela cuidava de seu lar com eficiência, era companheira, apoiava o ministério de seu marido; após a morte dele, ela fez uso de todos os recursos disponíveis para sobreviver dignamente com os filhos e também esforçou-se para honrar a dívida do falecido. Apenas quando não haviam mais meios de arcar com as responsabilidades de sobrevivência dos filhos e estava reduzida à zero a possibilidade de pagar as dívidas e a ameaça de escravização rondava seu lar, ela procurou por Eliseu.

O profeta perguntou-lhe "o que você tem em sua casa?". Ela respondeu: "não tenho nada além de uma vasilha de azeite" (versículo 2). Ao contrário da viúva na história de Elias, Eliseu pediu-lhe para usar tantos frascos vazios quanto possível, recomendou-lhe recolher muitos vasos, "não poucos vasos" (versículo 3).

Em seguida instruiu-lhe para isolar-se em sua casa com seus filhos, orientou-lhe que apenas quando fechasse a porta de sua residência apenas ela e seus dois filhos, no interior do lar, deveriam derramar o óleo de sua pequena jarra em todos os frascos recolhidos por empréstimo (versículo 4). Caso houvesse gente estranha ao recebimento da maravilhosa provisão de Deus, a bênção não aconteceria naquela família.

Quando Eliseu ordenou-lhe: "Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas." emitia solicitação preparatória a viúva, preparava-a psicologicamente para viver uma experiência liberal da bondade de Deus, fazia-a quase que antever as grandes coisas que estavam em iminência de acontecer em sua vida atribulada. Aos olhos humanos, a orientação do profeta não parecia ser algo dito por uma pessoa que tivesse realmente o objetivo de ajudá-la. Não fazia sentido algum, mas ela tinha fé e obedeceu a determinação.

Tal qual a indicação do profeta, Jesus também solicita a que façamos uso do interior de nossas casas. Cristo pede que na privacidade do ambiente caseiro busquemos a Deus em oração. A ordem tem o objetivo de fazer com que o cristão tenha o costume de cultivar momentos particulares de comunhão espiritual. Ao fazer uso do quarto com porta fechada, estando sozinhos e sem a menor possibilidade de ser incomodado, obtemos maior chance de dispôr o espírito humano e os pensamentos diante do Espírito Santo e dessa maneira receber o benefício da bênção integral (Mateus 6.1-18).

A lição sobre o Abençoador, o abençoado e a bênção

Logo que a viúva obedeceu detalhadamente o que o profeta disse, ela viu uma ação sobrenatural acontecer, bem diante de seus olhos o óleo começou um processo de multiplicação nos vasos emprestados, Da pouca quantidade de líquido que ela possuía, encheu todos os jarros que havia recolhido. E, em determinado momento, dirigiu-se a um de seus filhos: "Traga-me ainda uma vasilha." (versículo 6). Todos os recipientes estavam cheios e seu filho avisou-lhe que não havia mais recipientes para serem enchidos. Então, o óleo parou de fluir e nenhum elemento da bênção foi desperdiçado. Se houvessem mais vasos, mais azeite fluiria.

Notemos que o azeite parou de multiplicar exatamente no momento que os vasos vazios terminaram. Assim, aprendemos que Deus não se dispõe a dar bênçãos para que sejam desperdiçadas por nós, nunca seremos abençoados com bênçãos que vão além de nossa capacidade de administrá-las de maneira responsável e corretamente.

Após chegar a informação ao profeta que o milagre havia acontecido, ele ordenou que a viúva agisse com honestidade, comercializasse o produto e pagasse o valor de tudo que devia, e vivesse junto com os filhos do lucro das vendas. Ela não era mais uma viúva paupérrima!

A simbologia do óleo

Você sabe que o óleo também é um símbolo do Espírito Santo. Quando o Espírito se envolve em um assunto, o impossível se torna possível. As coisas necessárias começam a acontecer. E a viúva miserável passou a ter o suficiente para pagar os credores de seu marido e ainda cuidar de si mesma e de seus filhos.

A atitude da viúva em crise é uma lição importante para todos os cristãos de hoje em dia. Quando realizamos atos em obediência ao que a Bíblia recomenda, agimos pela fé em Deus. Se obedecemos com coração voluntário, plantamos sementes que serão colhidas em forma de bênçãos no futuro, pois sempre que agimos obedecendo há uma recompensa de Deus para nós.

O Espírito Santo pergunta: o que você tem?  O auxílio do Altíssimo começa a partir do que já temos e dispomos. Ele solicita a você que interaja em seu círculo social usando o que já tem, mesmo que seja pouco.

Antes de Eliseu ajudar a viúva, perguntou sobre suas posses, porque o método de ajuda sobrenatural de Deus sempre faz uso de algo que temos na esfera material. Quando Elias atendeu ao clamor da viúva de Sarepta, ela usou o conteúdo de óleo, farinha e potes; ao multiplicar pães, Jesus recebeu cinco pães e dois peixinhos (1 Reis 17.12; João 6.9).

Pondere seriamente se deseja agir pela fé ou guardar o seu jarro quase vazio, se quer que haja uma multiplicação espetacular ou se pretende viver acomodado com sua situação.

Tudo o que o cristão precisa é confiar e obedecer. Não há melhor opção, a obediência é o que mais importa.

Observe o que há ao ao redor, e olhe para dentro de si mesmo e veja o poder da manifestação espiritual desempenhar maravilhas e tomar conta de sua vida:

•  Você tem peças de roupa, em bom estado de conservação, no fundo da gaveta, que não usa mais. Doe-as no departamento da igreja, para que alguém necessitado possa ser beneficiado;
• Você tem talentos naturais, que não são insignificantes e inúteis, podem ser usados em favor da sociedade e da comunidade cristã, então, disponha-se a trabalhar em favor do próximo; 
• Você tem dons espirituais, dons que foram dados pelo Espírito Santo, e pode usá-los na sociedade e dentro da comunidade cristã, para abençoar muitas pessoas;
• "Abra a sua boca, e eu o alimentarei." - Salmos 81.10 (NVI).
Coloque a fé em ação, sendo confiante nEle será surpreendido com sua prontidão e generosidade. Olhe para os jarros e prepare-se para que o conteúdo multiplique-se.

Impasse

Existe muita gente com estes dilemas: "Por que essa calamidade aconteceu em minha família? Por que as promessas de bênçãos para os justos não se tornam realidade para nós? Por que o meu marido/esposa, mãe/filho(a) morreu na flor da idade? Por que não consigo superar as nossas dificuldades financeiras? Por que sustentar a família é tão difícil para mim?

O incidente nos ensina a confiar em Deus em momentos de necessidade, Deus não desampara os justos, não abandona sua descendência os deixando mendigar o pão (Salmo 37.25). Além de podermos esperar dEle o suprimento das coisas temporais, muito mais ainda poderemos esperar que supra as espirituais  (Salmo 37.16, 25; Filipenses 4:19).

O agir divino

Ninguém deve esperar que um milagre idêntico ao que ocorreu com a viúva na ministração do profeta Eliseu ocorra também nos dias atuais, porém, jamais poderá deixar de crer que o Senhor cumprirá suas promessas, Ele continua disposto a sempre socorrer todas as pessoas que possuem fé, aguardam sua misericórdia estando em perigo, sofrendo com a necessidade extrema e sem nenhum meio de sair da situação por sua própria capacidade.

Através da leitura desta passagem bíblica, entendemos que uma pessoa piedosa e bem intencionada, caso seja imprudente, corre o risco de, da condição financeira estável, passar por grandes infortúnios e afluir à pobreza extrema. E lembramos que Jesus afirmou que vivendo no mundo os cristãos teriam aflições (João 16.33).

Conclusão 

Sem dúvida, encontramos na passagem bíblica 2 Reis 4.1-7 o relato de uma história de sofrimento, que aborda uma das tragédias pouco observada pelas autoridades constituídas em muitos países e pela igreja ao redor do nosso planeta, mas que os cristãos não devem jamais deixar passar em branco. Como cristãos,  em todos os lugares e em todas as épocas.devemos socorrer os necessitados, pois este é o dever de todos nós que cremos e aceitamos a Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador. "Os pobres sempre terão consigo, e poderão ajudá-los sempre  que o desejarem", disse Jesus (Marcos 14.7).

É muito triste a situação do servo de Deus, na posição de chefe da família, ter morrido e deixado sua esposa e filhos em péssima situação financeira. Estar precavido quanto ao bem-estar dos seus entes queridos de sua casa é um contingência de todos os cristãos, pois "quem não cuida dos seus é pior que os incrédulos, abandonou a fé" (1 Timóteo 5.8). 

Os cristãos podem pedir ajuda a Deus em momentos de necessidade, porque Ele é capaz de fornecer abundantemente para as nossas necessidades. Deus quer que sejam aproveitados em seu reino.Ao agir de acordo com a recomendação do Senhor, Ele sempre manifesta a Sua glória, Sua bondade, Sua disposição, a Sua proteção e Sua superintendência sobre nós. O efeito multiplicador sempre se faz presente e preenche os jarros vazios - para abençoar a nós mesmos e também ao próximo.. Basta confiar e pôr a confiança em gestos efetivos que representem a nossa crença.

E.A.G.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Sulamita

O livro Cantares de Salomão registra a bela história de amor entre o rei Salomão e a Sulamita. E muitos se perguntam o que isso tem a ver conosco, os cristãos, qual seria o motivo deste livro fazer parte da Bíblia Sagrada.

O livro, em composição poética, no começo identifica a jovem como a "morena",  "formosa minha", ao longo de oito etapas do romance apresenta, figurativamente, oito etapas da evolução espiritual, da salvação até a maturidade espiritual.

No começo de Cantares de Salomão o último titulo dado à moça do campo descrita ali é Sulamita. Seria o feminino do nome Salomão em hebraico? Ela pôde ser chamada a assim por causa da sua identificação com seu amado. Após passar por vários estágios em sua experiência de ser atraída por ele e buscá-lo, por fim ela tornou-se a sua cópia. Não era exagero chamá-la assim, vê-la era o mesmo que ver Salomão.

No início do relacionamento, ela buscava apenas a sua a sua própria satisfação. Amadurecida, agora ela tornou-se também a cooperadora de seu marido na obra que ele tinha de realizar. Antes, seu amado precisava chamá-loa várias vezes para sair a trabalhar com ele; depois ela mesma tomou a iniciativa de chamá-lo a fim de ir ao campo (Cantares 5.2; 7.2).

No começo, extremamente egoísta, ela só se preocupava consigo mesma. No final, amadurecida, sua preocupação era com a irmãzinha (Cantares 1.6; 8.8).

Esta mudança representa o estágio mais maduro da experiência cristã; é o estágio em que o cristão está plenamente conformado à imagem de Jesus Cristo. Nesta fase, não preocupa-se apenas com seu próprio progresso, mas também com o bem-estar coletivo (Romanos 8.29).

O apóstolo Paulo escreveu sobre Jesus Cristo e a cristandade sobre este assunto:

"E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente" - Efésios 4:11-14.

E.A.G.

terça-feira, 26 de março de 2013

A morte de Eliseu

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.brPor Eliseu Antonio Gomes

"Preciosa é à vista do SENHOR a morte dos seus santos." -  Salmos 116.15.

A morte do profeta Eliseu traz lições importantes sobre a superioridade de Deus e a fidelidade de seus servos

Não é possível verificar apuradamente e afirmar com exatidão qual a idade do profeta Eliseu quando faleceu. Levando em consideração que na cultura hebraica ele deveria ter 30 anos quando recebeu o chamado ao ofício de profeta, e contando a partir do reinado de Acabe todos os demais reinados sob Israel, cogita-se que Eliseu tenha ultrapassado 120 anos de vida.

► Morte e ressurreição - Escatologia: acontecimentos futuros no plano da redenção
Hebreus 9.27: aos homens está ordenado morrer uma vez e após isso deparar-se com o juízo 
O destino final dos mortos
Jesus Cristo e a liberdade de escolha de cada dia
O pedido de socorro que pode trazer libertação

Eliseu, tendo recebido a porção dobrada do espírito de seu mentor Elias, talvez esperasse para si, assim como seus contemporâneos esperassem, que não adoecesse e morresse velho. não seguisse o curso natural da vida humana, porém, tivesse uma partida diferenciada e espetacular.

Eliseu exerceu seu ministério até os seus últimos momentos de vida sobre a terra. Ao final de seus dias, foi procurado pelo rei Joás, que pranteou ao pé de seu leito ao vê-lo enfermo. Nesta visita, Eliseu não agiu como um mero convalescente, pediu ao monarca que empunhasse arco e flecha, colocou suas próprias mãos sobre as mãos dele, solicitou-lhe que abrisse sua janela em direção ao oriente e atirasse a flecha e anunciou-lhe: "A flecha do livramento do SENHOR é a flecha do livramento contra os síros". Depois, pediu que golpeasse o solo com pontas de flechas. O rei desferiu três golpes e Eliseu lamentou indignado que tivesse pouca vontade em fazer isso mais vezes, explicando que os números de vezes de seus golpes eram equivalentes aos números de vezes que seu exército lutaria contra os síros, e se ele tivesse ferido a terra cinco ou seis vezes teria a capacidade de exterminá-los, mas como não o fez, os combateria com sucesso apenas três batalhas, e assim ocorreu. Após tal profecia Eliseu morreu (2 Reis 13.14-20).

A vontade do Senhor para o profeta Eliseu não era uma viagem em carruagem de fogo. Apesar disso, o fim da história dele não foi como quaisquer outros fins. Após seu corpo ser levado para debaixo da terra, algo incomum aconteceu e marcou de maneira maravilhosa a sua despedida para aqueles que lhes eram pessoas queridas. Deus o honrou: quando um cadáver foi posto em sua sepultura e tocou seus ossos, este ressuscitou. Imagine a surpresa e alegria dos amigos e da família da pessoa ressuscitada! E com tal milagre o Senhor anunciou a todos que tanto Elias quanto Eliseu percorreram caminhos que o agradaram.

A tricotomia humana

O ser humano é um ser tricotômico, isto é, tríplice. É um espírito com alma e corpo. Quando o corpo falece não é o fim de sua existência. Após a morte, diz o livro aos Hebreus no capítulo 9 e versículo 27, que o homem segue ao juízo. O espírito dará conta do que a alma escolheu fazer enquanto estava dentro do corpo.

Identidade espiritual
Identidade espiritual 2

Os meus tempos estão nas tuas mãos (Salmo 31.15).

O poder de Deus é capaz de curar e livrar o ser humano de tragédias, mas nem todas as pessoas recebem a cura e são libertas de eventos trágicos. Eliseu faleceu com pouca saúde e pouco vigor físico, e Estevão padeceu tragicamente apedrejado (2 Reis 13.20-21; Atos 7.55-56)

Nesta situação, usemos o nosso espaço de tempo na esfera física submetendo-nos à vontade Senhor. Julguemos a nós mesmos, para que o momento da nossa partida deste mundo - seja de maneira natural ou motivada por doença ou tragédia - nos conduza para a felicidade eterna na presença de Deus.

O profeta Eliseu deixou de caminhar neste mundo e foi recebido por Deus. E Estevão, recebendo pedradas, teve a oportunidade de ver Jesus Cristo à direita de Deus, em pé, aguardando o momento em que seu espírito se separaria do corpo e iria ao seu encontro nos céus (Atos 7.55 - 56).

Sendo o nosso tempo neste mundo curto ou longo, oremos tal qual o salmista: "Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios" -  Salmos 90.1. Deus não nega entregar sabedoria aos que lhe pedem. 

É uma escolha inteligente querer fazer a vontade de Deus, porque Ele quer o nosso bem-estar. Assim como o profeta Eliseu, usemos até o último instante do fôlego de vida com intensidade, queiramos glorificar ao Senhor em todas as circuntâncias.

E.A.G.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Os milagres de Eliseu

Por Eliseu Antonio Gomes

Como definir milagres? Milagres são operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física. Podem ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de viveres, na intervenção de elementos da natureza e até na ressurreição de mortos.

O ministério profético de Elias aconteceu com muitos milagres impressionantes. E seria humanamente impossível que o número fosse superado, no entanto foi exatamente isso o que aconteceu.

Instantes antes do profeta Elias ser arrebatado ao céu a bordo de uma carruagem num redemoinho, seu companheiro Eliseu pediu a porção dobrada do seu espírito (2 Reis 2.9). Debaixo da inspiração de Deus, Elias respondeu positivamente ao pedido, mas colocando uma condicional. Era preciso que Eliseu estivesse presente no momento de sua partida, e assim ocorreu.

Deus confirmou o ministério de Eliseu com a manifestação de poder e o dobro de milagres sucedidos no ministério de Elias. O sobrenatural de Deus veio a acontecer duas vezes mais do que os realizados por Elias para comprovar que sua solicitação foi atendida.

Os milagres do profeta Eliseu. Belverede. Eliseu Antonio Gomes.  https://belverede.blogspot.com.br1 - A divisão das águas do Jordão (2 Reis 2.14);
2 - A transformação da água insalubre em potável em Jericó (2 Reis 2.21);
3 - A maldição sobre jovens zombadores (2 Reis 2.24);
4 - A profecia do surgimento das águas no vale (2 Reis 3.17);
5 - A multiplicação do azeite da botija da viúva (2 Reis 4.4);
6 - A profecia de que a mulher sunamita teria um filho (2 Reis 4.16);
7 - A ressurreição do filho da sunamita (2 Reis 4.34);
8 - O veneno da panela que não surtiu efeito (2 Reis 4.41);
9 - A multiplicação do pão (2 Reis 4.43);
10 - A cura de Naamã (2 Reis 5.14);
11 - A percepção sobrenatural à transgressão de Geazi (2 Reis 5.26);
12 - Geazi amaldiçoado com lepra (2 Reis 5.27);
13 - O machado que flutuou (2 Reis 6.6);
14 - A percepção dos planos estratégicos de guerra da Síria (2 Reis 6.9);
15 - A visão espiritual de cavalos e carros de fogo (2 Reis 6.17);
16 - O exército sírio atingido com cegueira (2 Reis 6.18);
17 - A restauração da visão do exército da Síria (2 Reis 6.20);
18 - A profecia do fim da grande fome, da abundância de viveres (2 Reis 7.1);
19 - A profecia sobre o nobre escarnecedor que iria ver o milagre da abundância, mas não participaria dela (2 Reis 7.1-2);
20 - A fuga dos sírios ao som de pelotões de carros de guerra (2 Reis 7.6);
21 - A profecia da fome de sete anos (2 Reis 8.1);
22 - A profecia sobre a morte de Ben-Hadade (2 Reis 8.10);
23 - A profecia a Hazael anunciando que ele seria um rei cruel contra os israelitas (2 Reis 8.12-13);
24 - A profecia que Jeú seria ferir a casa de Acabe (2 Reis 9.1-2,12);
25 - A profecia que Joás iria ferir os sírios em Afeque (2 Rs 13. 14-17);
26 - A profecia que Joás iria atacar e destruir a Síria por três vezes, mas não de maneira total (2 Reis 13.18-19);
27 - Ressurreição do homem tocado por seus ossos (2 Reis 13.20-21).

Assim como a vida ministerial de seu antecessor, a de Eliseu foi repleta de milagres impressionantes, realizados de muitas formas: pelos elementos água e óleo, farinha, pão, grãos, pela palavra emitida e também através da oração.

Cada milagre ocorrido não visava a glória do homem, não aconteceram com o objetivo de promover um mero show, alimentar a curiosidade humana, mas para a glória de Deus e expressão da graça e amor divino. De forma geral, foram manifestos em momentos de angústias, onde apenas Deus poderia intervir, como foi o caso da predição de alimentos para Samaria sitiada e faminta. Vários eventos mostram claramente que foram realizados com a intenção de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. Através de cada milagre, entendemos que o Senhor está pronto para reconstruir o que está destruído, restaurar o que está perdido, na vida daqueles que estão conscientes da prontidão e disposição do Senhor.

É importante refletir, apesar de milagres não referendarem se um líder é homem de Deus, que Jesus disse "estes sinais seguirão aos que crerem" (Marcos 16.15-17).

Observamos na leitura do Novo Testamento que muitas pessoas procuraram por Jesus querendo cura. Nunca receberam censura por causa desse interesse. Ao final do ministério terreno, Cristo anunciou que os sinais continuariam através dos crentes, colocou entre os nove dons um que se chama Dons de Curar (note que está no plural; 1 Coríntios 12.9).

 Existe um contingente cada vez maior de evangélicos no Brasil. Uma parte desse número cresce impulsionado por pessoas desejosas de encontrarem solução de problemas em igrejas evangélicas. Elas assistem na televisão pregadores evangelistas fazendo convites para irem aos cultos, prometendo orar em favor delas em assuntos relativos a finanças e doenças, e também acompanham outras pessoas relatando que participaram de reuniões e conquistaram sua bênção. Nessa multidão, muitas aceitam a Jesus Cristo como Senhor de suas vidas.

Deus não mudou. Ainda nos dias atuais a ação sobrenatural do poder divino acompanha a vida de pessoas que acreditam no poder e vontade do Senhor para intervir favoravelmente em suas aflições temporais e resolvê-las.

Compilação e adaptações de:
Bible Survey, A Double Portion  of Thy Spirit, David Pyles,  http://www.bcbsr.com/survey/eli.html 
Ensinador Cristão, ano 14, nº 53, 2013, Rio de Janeiro (CPAD);
Lições Bíblicas - Mestre, Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja, 1º trimestre de 2013, José Gonçalves, Rio de Janeiro (CPAD).

E.A.G.

Atualizado 20/03/13 às 10h56 e em 24/04/2019 às 00h22.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Elias

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br
Por Eliseu Antonio Gomes

A chamada ministerial é uma situação de especificidade, é uma característica única na vida das pessoas, algo impossível de ser copiado, repetido por outros. É uma relação entre o Senhor e a personalidade do servo.
Deus prepara o ser humano para a missão a ser desempenhada, coloca nas entranhas de sua alma talentos próprios, para cumprir sua função ministerial, dá-lhe situações na vida para aprimorar sua vocação.

Características distintas entre a vida de Elias e Eliseu

Qual a profissão do profeta Elias? Talvez não tivesse nenhuma ocupação especializada, pois a Bíblia Sagrada relata apenas seu local de origem e não sua atividade de trabalho secular. Por sua vez, Eliseu era boiadeiro e trocou o ofício terreno pelo sagrado.

A Bíblia não relata a morte de Elias, informa que ele foi arrebatado numa carruagem de fogo. Mas, informa a morte de Eliseu, e que seu cadáver continha virtude e foi capaz de ressuscitar um homem morto.

Imitadores de Eliseu?

Quando o profeta Elias encontrou o jovem Eliseu, ele arava a terra usando doze juntas de bois. Elias passou sobre ele o seu manto. Após o ato simbólico, Eliseu fez uma mesa de confraternização usando como alimento as carnes dos animais que usava para trabalhar na terra, para isso usou o jugo dos bois como madeira  de combustão para preparar o fogo. Isto é, deixou a sua profissão para exercer o ministério de profeta em tempo integral.

Alguns cristãos tomam a atitude como um exemplo para a carreira de obreiro. É preciso situar e contextualizar. Não é possível comparar sem fazer as devidas proporções. Eliseu era um profeta no Antigo Testamento, viveu na Dispensação da Lei, não conheceu Cristo e não pregou as Boas Novas do Calvário. Nós somos almas que estamos na Dispensação da Graça, conhecemos a Jesus e seu sacrifício vicário, temos a missão de anunciar ao Senhor como Salvador.

O legado cultural tem a ver com o idioma, costumes e tradições, que passam de uma a outra geração. Mas, para o cristão, a herança que é uma obrigação ser transmitida é apenas a fé em Cristo, como Senhor e Salvador. A missão do cristão é ensinar seu semelhante a imitar a Cristo (1 Coríntios 11.1).

E.A.G.