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terça-feira, 9 de agosto de 2022

Observações da vida

No corre-corre da vida muitas pessoas acabam sendo  como simples caminhantes, negligenciam o fato que a existência nesse mundo pode nos dar lições importantes, mas para recebê-las é necessário tomar uma atitude que atualmente caiu em esquecimento: ser um indivíduo observador.

terça-feira, 22 de junho de 2021

A Ascensão de Salomão e a Construção do Templo

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Os livros 1 e 2 Reis foram escritos logo depois do ano 561 a.C., tem sua autoria atribuída ao profeta Jeremias, sobrevivente aos eventos da queda de Jerusalém. Embora o autor seja Jeremias, o livro termina mencionando o reinado de Evil-Merodaque, sucessor do rei Nabucodonossor, que reinou entre 561-559 a.C. (2 Reis 25.27), posterior à época de Jeremias, isto aponta que houve o trabalho de um revisor. Porém, a revisão não retirou a inspiração espiritual dos livros, pois são citados no Novo Testamento por Jesus Cristo (1 Reis 17.9; 18.1; 2 Reis 5.14; Lucas 4.25-27).

Os livros traçam a ascensão da nação de Israel e a sua degradação após a divisão do reino. O critério que o autor de Reis utiliza para legitimar o sucesso ou tecer censuras do reinado dos reis descritos por ele, que começam de Salomão e terminam com os exílios assírio e babilônico, é o quanto cada um deles reconhece o Templo de Jerusalém como único santuário legítimo, de não adorar outros deuses e da conservação ou não do hábito de oferecer sacrifícios nos lugares altos.

Reis traz uma teologia narrativa, onde as histórias se entrelaçam com os conceitos teológicos e éticos, conta uma história de culpa, com juízos fortes e sem versões neutras, relata o relacionamento tenso entre profetas e reis, trocas de governos pacíficas e violentas, decisões justas e, por vezes, sábias, de momentos de cultos e de guerras. 

I - A SABEDORIA DE SALOMÃO

1. A virtude da sabedoria.

Como porta-voz de Deus, o profeta Natã levou a Davi uma mensagem repleta de promessas (1 Crônicas 17.1-15). Davi teria descendentes que seriam reis de Israel para sempre (versículos 11,12 e 14; Salmos 18.50; 89.3-4, 26-27, 36-37; e 132; Isaías 9.5-6; 11.1-10; 16.5; Miquéias 5.2). Isto se cumpriu de modo parcial, mas irá se cumprir em definitivo no reino vindouro do Messias. No Novo Testamento, essas promessas são interpretadas como profecias a respeito de Jesus, descendente de Davi por parte de José (João 7.42; Atos 2.30). E por este motivo Jesus, o Messias, é chamado de Filho de Davi.

Salomão foi o terceiro rei do reino unido de Israel, reinou de 970 a 931 a.C. Em sua juventude, não se deixou levar pelo desejo das riquezas ou de outras coisas que parecem agradáveis aos homens. Ele preferiu pedir sabedoria. A solicitação não estava voltada para a ambição egoísta, mas para a necessidade de governar bem o povo de Deus (1 Reis 3.11-14). Com certeza, este desejo residia no fato de sentir-se desafiado pelo exemplo de seu pai, Davi, a tornar-se um homem sábio.

Davi expressou-se dessa maneira: "Quanto amo a tua lei! É a minha meditação todo o dia! O teu mandamento me torna mais sábio do que os meus inimigos, porque eu o tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais entendido do que os idosos, porque guardo os teus preceitos. De todo mau caminho desvio os meus pés, para observar a tua palavra" - Salmos 119.97-101 (NAA).

A virtude da sabedoria diz respeito a como aplicar os mandamentos de Deus na vida prática. A virtude da sabedoria deve ser uma marca do cristão autêntico. É expressada a partir de uma vida virtuosa, através da manifestação de reverência a Deus. Os crentes em Cristo são abençoados em tudo o que fazem quando com sinceridade de coração atendem à vontade do Senhor.

2. O sábio pede sabedoria.

Quando o rei Davi morreu, seu filho Salomão assumiu o trono. Sua busca fiel leva-o para uma aparição noturna de Deus em seu sonho (1 Reis 3.5), quando o Senhor o convida a pedir em oração qualquer coisa que desejasse. Ele ainda era jovem, e a enorme responsabilidade pesou sobre ele, humildemente admitiu que precisava de ajuda e pediu sabedoria para governar com justiça e saber discernir entre o bem e o mal. 

Deus ficou tão satisfeito com o pedido de Salomão, após lhe conceder uma sabedoria extraordinária, como ninguém havia portado, prometeu-lhe acrescentar riquezas, bens, honras e vitórias sobre os inimigos, que ele não pediu (3.12,13). Nesta ocasião, Salomão fez uma das orações mas conhecidas na Bíblia. Em sua petição, expôs a Deus várias coisas:
a. Reconheceu a sabedoria de Deus e a forma como agiu no passado. Ainda que Davi, seu pai, estivesse longe da perfeição como ser humano, possuía retidão de coração. Lembrou-se da benevolência que Deus usou para com Davi, reconhecendo que ele mesmo, Salomão, é fruto dessa bondade divina ao ser um escolhido de Deus (1 Reis 3.6);
b. Reconheceu a sua fraqueza e mostrou-se uma pessoa humilde no pedido de sabedoria (1 Reis 3.7b).

c. Reconheceu que a nação que iria governar não era dele, nem a coroa que estava sobre sua cabeça, mas que Deus estava acima de tudo e havia elegido um povo numeroso e complexo do qual seria o rei, dessa forma pediu um coração compreensivo, capaz de ouvir e entender, apto a discernir entre o bem e o mal (1 Reis 3.8).
Em sua sabedoria, Salomão foi o mais sábio de todos os reis, ganhou fama por ser mais sábio do que todos os indivíduos famosos por causa da sabedoria que possuíram, sobressaiu a todos os homens do Oriente e todos os homens do Egito (1 Reis 4.30-31; Mateus 2.1-12). Fez observações cuidadosas do mundo natural e de como ele funciona, desde o mais alto cedro, árvore do Líbano, à pequena planta hissopo.

Além da sua sabedoria na condução do reino, Salomão escreveu provérbios e cânticos aos milhares (1 Reis 4.32). Boa parte deles integra os livros de Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Dois Salmos também são atribuídos a ele: os Salmos 72 e o 127.

3. A sabedoria na prática da vida.

Uma conceituação bíblica de sabedoria seria a correta compreensão da realidade e a base de uma vida ética e moral elevadas (Jó 11.6; Provérbios 2.6). Surge de atitudes de coração e mente e expressa-se através da reverência ao Senhor, em prudência, cuidados e acolhimento nas relações humanas e institucionais (Jó 28.28). Aplica-se na boa administração e liderança (1 Reis 10.4,24; Salmos 105.16-22; Atos 7.10) e em técnicas de perícia (Êxodo 25.3; 4.28).

Será que a sabedoria foi um dom concedido apenas a Salomão naquela época, e nunca mais nenhum ser humano teve a oportunidade de ser sábio? Nosso Deus é muito generoso e deseja que todos nós sejamos sábios. É preciso aceitar a sabedoria que o Senhor oferece, muitos a rejeitam considerando que a sabedoria desse mundo é melhor (Provérbios 1.7,15).  

O pedido de sabedoria feito por Salomão a Deus aponta para a maturidade espiritual que Deus deseja para seus filhos. Na sabedoria do alto há força motriz à pacificação, à gentileza, à misericórdia e aos bons frutos. Existe virtude, pureza, sinceridade, jamais se comporta com ambiguidade (duplo sentido). Portanto, quem se vê necessitado de sabedoria espiritual deve pedi-la ao Senhor o quanto antes, sem duvidar, depositando sua convicção no Todo-Poderoso (Tiago 1.5-8). 

É necessário considerar que Deus dá sabedoria liberalmente e não lança em rosto nenhuma solicitação. A pessoa que recebe a sabedoria divina conquista um relacionamento íntimo com Deus, demonstra bom senso em seus posicionamentos, é capaz de corresponder à ética de Deus, destacando-se em seu círculo social através do bom trato e da mansidão. ao rejeitar a inveja e o sentimento faccioso, permanecendo distante de conflitos físicos, perturbações e ações perversas.

II - A CONSOLIDAÇÃO DO PODER

1. A glória do reino de Salomão.

A paz e a prosperidade de Israel se basearam na influência dominante que Salomão exerceu sobre todos os reinos desde o Eufrates até a terra dos filisteus e até a fronteira do Egito. A extensão chegava à Tifsa, cidade importante no Eufrates, a 121 Km ao sul na rota comercial entre Síria e a Mesopotâmia, até Gaza, na costa ocidental da Palestina, no extremo sul da Filístia. O domínio de Israel de então, correspondia à extensão territorial que Deus prometeu a Abraão (Gênesis 15.18).

O governo realizado por pessoa justa, sob a bênção de Deus, quando seu líder prospera, o povo se alegra (Provérbios 29.2). Durante o início do reinado de Salomão, Judá e Israel comiam, bebiam, viviam satisfeitos, pois a sabedoria que o rei havia recebido produziu um sistema econômico que não oprimia a população, tão numerosa como a areia que está no mar (Gênesis 22.17; 1 Reis 4.20). Todos habitavam seguros, sob a bênção de Deus, possuindo um grau ideal de independência econômica, algo comparável com a profecia de Miquéias sobre "os últimos dias" quando as espadas se converterão em relhas de arado e todos os homens terão participação na terra (Miquéias 4.1-4).

2. O orgulho precede a ruína.

O início do reinado de Salomão é marcado pelo uso da virtude da sabedoria, mas o final de sua vida foi um fracasso. Por quê? Salomão desprezou a sabedoria dada por Deus e passou a se guiar pela sabedoria deste mundo. Ele não demonstrava arrependimento algum, talvez porque permitiu que a luxúria, as glórias e as muitas riquezas provocassem cegueira espiritual. O coração de Salomão era muito diferente do coração de Davi, que ao pecar se arrependia e consertava o erro cometido. 

O apóstolo Tiago escreveu que existe um tipo de sabedoria que se limita em buscar vantagem em tudo, que planeja habilidosamente o mal, que é maliciosamente calculista visando enganar os outros em benefício próprio. Essa sabedoria é terrena, animal e diabólica (Tiago 3.15,16). 

Enquanto ainda dependente de Deus, Salomão escreveu: "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as sua veredas" (Provérbios 3.5,6). Infelizmente, ele deixou de confiar em Deus, passou a atribuir seu sucesso às habilidades que possuía, e isso trouxe sérias consequências: perdeu boa parte daquilo que havia adquirido e organizado; a glória que construiu ao reino transformou-se em ruína  quando seus filhos assumiram o trono (1 Reis 11.9-13).

Moisés, na condição de profeta, previu que quando os israelitas entrassem na terra da promessa iriam desejar um rei para os governar, como as nações vizinhas (Deuteronômio 17.14-20; 1 Samuel 8.5, 19, 20; 10.19; 12.12). E estabeleceu parâmetros aos monarcas. 
a. "Não deve multiplicar para si cavalos" (Deuteronômio 17.16a).

Os animais eram usados pelos reinos da época para guerrear. Segundo o número indicado em 1 Reis 4.26, Salomão tinha quatro mil cavalos em estribaria, sendo que alguns manuscritos hebraicos assinala para quarenta mil estrebarias. O número é incerto por conta de equívoco de copistas. Seja um ou outro, ambos os números são exagerados e violam a proibição mosaica. 

Pesquisas arqueológicas encontraram edifícios tripartidos com colunas em sítios da Idade do Ferro, em Megido, Hazor, Bete-Semes e outras localidades, cada unidade tem um salão central ladeado por dois corredores paralelos, separados por fileiras de colunas. Esses edifícios foram identificados por numerosos estudiosos como estrebarias ou estábulos, sendo que muitos reconhecidos como do tempo do reinado de Salomão.

b. "Não deve tomar para si muitas mulheres, para que o seu coração não se desvie" (Deuteronômio 17.17a).

Salomão não prestou atenção a essa orientação, fez alianças políticas com vários reinos antigos em troca de casamentos com princesas desses reinos e outros benefícios econômicos. Com isso, trouxe sérios comprometimentos ao seu reino, construiu castelos imponentes para elas, como no caso da filha de Faraó (1 Reis 3.1; 7.8), e edificou lugares sagrados pagãos para agradar as suas mulheres.

c. "Nem deve acumular muita prata e muito ouro" (Deuteronômio 17.17c).

Os homens que possuem grande soma de dinheiro, inclusive nações, inclinam-se a confiar mais em seu dinheiro e menos em Deus. Infelizmente, Salomão também desprezou essa orientação, organizou os tributos e contribuições do reino de tal forma que, a cada mês, uma das doze tribos era encarregada de manter o palácio real. A prática se mostrou pesada para os súditos, que reclamaram a Reboão, futuro sucessor ao trono, um alívio dessa carga tributária  (1 Reis 4.7; 12.4). Além de tudo isso, Salomão recrutou 30 mil israelitas para serem seus escravos. Essas obrigações foram difíceis de aguentar e resultaram na divisão do reino do Sul e do Norte.
Até mesmo as pessoas mais sábias estão sujeitas à queda quando desprezam a Palavra do Senhor e seguem por caminhos tortuosos. É importante observar que os valores deteriorados não estavam presentes  no início do reinado de Salomão, tomaram espaço na medida que ele permitiu certos desvios fizessem parte de sua vida (1 Reis 11.1,2,4-10).

2.1 O poder e a ambição na vida de Salomão. Poder, prestígio, reputação nos foram dados graciosamente por Deus. O desenvolvimento do reinado de Salomão levou-o a ter muito prestígio e poder. Ele usou positivamente sua influência para estabelecer a paz no seu reino e ser bem sucedido em todos os seus empreendimentos. Mas ao passar o tempo, a arrogância e a ambição egoísta tomaram conta do seu coração de tal maneira que ele se deixou seduzir pelas vantagens do estado de eminência, pela abrangência e inumeráveis possibilidades originadas da monarquia e por todo o predomínio que lhe trouxe a capacidade de impor sua vontade.

O poder é um problema quando assume um lugar de controle excessivo e de anseio egoísta por sempre querer mais poder e autoridade. A situação que inspira preocupação aos líderes cristãos é estabelecer relações de autoridade sobre as pessoas sem criar dificuldades à liberdade individual de seus liderados. O poder e a liderança, quando exercidos sem amor, ferem e matam. 

Jesus usou sua autoridade durante seu ministério terreno para abençoar as pessoas e não para ser servido por elas (Mateus 20.28). Podemos perder qualquer coisa nesta vida, menos a comunhão com o Pai. Ao escolher ser servido, perdemos a comunhão de filhos de Deus. A opulência e a ganância por títulos, cargos e posições sociais causam opressão quando usadas para manipular as pessoas. Jesus nos deu o grande exemplo de sempre respeitar a dignidade e fragilidade de todos os indivíduos. 

2.2 Sobre sexo e luxúria na vida de Salomão: Salomão tinha mil mulheres à sua disposição. As muitas mulheres perverteram o seu coração e o fizeram desviar do propósito inicial do seu reinado (1 Reis 11.3). Ao querer satisfazer os desejos delas, construiu lugares de adoração pagãos. Uma das divindades as quais se inclinou era Astarote, a deusa da guerra e da fertilidade, e uma das formas de adoração era a prostituição sagrada.

Quando a sexualidade tem sua finalidade deformada pelo pecado da lascívia, os resultados geralmente são danosos. Causa destruições da autoestima, da dignidade e da reputação. Exclui a essência da afeição natural, reduz as pessoas envolvidas a um objeto sexual. Limita o relacionamento apenas aos encontros em busca do prazer físico momentâneo, que se segue de uma enorme tristeza da alma quando a conjunção carnal termina.

2.3 Sobre o poder e riqueza de Salomão. Extremamente rico, como o foram poucos de sua época, soube administrar os recursos que havia recebido de Deus, conseguiu negociar e aumentou muito a riqueza ano após ano. Ele fez negócios com várias nações vizinhas sempre com grande perspectiva de lucro. Além disso, sua fama atraía celebridades reais que sempre lhe traziam mais dinheiro e riqueza (1 Reis 4.27,34).  

O problema de Salomão não estava na riqueza acumulada, mas na maneira como ele passou a encará-la. A orientação bíblica não é que se deva ter aversão ao dinheiro ou às riquezas. O que se deve fazer é sempre lidar com o dinheiro de forma altruísta e benevolente (Lucas 8.1-3), fazendo com que ele seja nosso servo para trazer-nos conforto e, ainda, reparti-lo com aquele que não tem e, acima de tudo, fazendo com que sejamos gratos a Deus por tudo o que Ele nos tem dado. Talvez se Salomão tivesse lidado dessa forma com as riquezas, não teria entrado nos caminhos tortuosos que entrou.

III. A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

1. O nobre propósito de Salomão.

Havia pureza no coração de Salomão quando ele era ainda um jovem, foi neste período de sua vida que ele manifestou o nobre propósito de erguer o Templo. Quando havia estabilidade no reinado, ele fez com que se cumprisse a promessa que Deus havia proferido por meio de Natã a seu pai (1 Crônicas 17.23; 2 Crônicas 6.17). Ao construí-lo, esclareceu havia aprovação divina e que não havia idealizado um projeto extravagante, apenas cumpria a promessa que o Senhor havia feito a Davi (2 Crônicas 6.10; 2 Samuel 7.4-11).

Ele disse: "Mas agora o Senhor me deu paz em todas as fronteiras. Eu não tenho inimigos, e não há perigo de ataques. Deus prometeu o seguinte a Davi, o meu pai: 'O seu filho, que eu vou pôr como rei depois de você, construirá um templo para mim.' Portanto, eu resolvi construir um templo para a adoração do meu Deus, o Senhor" (1 Reis 5.4-5 - NTLH). 

2. O templo do Espírito Santo.

O apóstolo Paulo,  emite importante alerta ao escrever aos crentes da Igreja em Corinto. Exorta-os esclarecendo que o cristão, tanto coletivamente, como Igreja (1 Coríntios 3.16; Efésios 2.21-22), quanto individualmente (6.19) é um santuário do Espírito Santo. Nestas duas situações, o cristão não pertence a ele mesmo, pois o Espírito vive dentro de cada pessoa convertida a Cristo, fazendo com que o corpo de cada crente seja o seu templo.

A Igreja toma o lugar do Templo de Jerusalém, pois o Espírito Santo vive nela, Paulo acentua, em 1 Coríntios 3.17 (considerar o contexto de 3.1-23), que a Igreja como um todo tem o compromisso de continuar a ser o que é, ou seja, Templo do Senhor. Nesta condição, nenhum cristão deve se considerar mais importante que o outro, ninguém deve se comportar como se pertencesse a esse mundo, mas viver como pessoas guiadas pelo Espírito Santo.

Ao ler 1 Coríntios 6.12-20, descobrimos que havia cristãos em Corinto afirmando que nada que a pessoa faz com o corpo afeta o espírito. Portanto, o cristão teria liberdade de fazer o que quisesse com o seu corpo, até mesmo ter relações sexuais ilícitas, pois isso nada teria a ver com seu espírito. Porém, existe uma união espiritual entre o cristão e Cristo.

É preciso zelar por nosso corpo, pois Paulo declara  que o corpo do cristão será ressuscitado (versículo 14), faz parte do corpo de Cristo (versículo 15), é templo do Espírito Santo, foi dado por Deus, não pertencemos a nós mesmos, pertencemos a Deus (19). Nós fomos comprados por Cristo durante o sacrifício na cruz por bom preço, e assim sendo, o corpo do crente deve ser usado para a glória de Deus (20). Então, não cabe aos crentes a prática da imoralidade sexual, pois se consiste em pecado contra o corpo e ataca diretamente a união sagrada do crente com Cristo.

3. A glória do Senhor.

A glória do Senhor se manifestou no Templo construído por Salomão duas vezes, depois de pronto. A primeira vez foi quando os sacerdotes levaram a Arca para o lugar Santíssimo (1 Reis 8.11; 2 Crônicas 5.17). A segunda ocasião foi quando Deus respondeu a Salomão na inauguração do Templo (2 Crônicas 7.1-3).

Durante a inauguração do templo, uma nuvem encheu o local, os sacerdote não conseguiram ficar para ministrar por causa da nuvem, caíram de joelhos, algo semelhante ao que aconteceu quando a Tenda da Presença de Deus foi consagrada (2 Crônicas 5.13; Êxodo 40.34-35). A nuvem representava a manifestação visível da glória de Deus e da sua santidade (Números 14.10; Ezequiel 1.28), sendo que a suprema revelação da glória do Senhor  foi feita em Jesus Cristo (Lucas 9.32; João 1.14).

É importante conhecer tudo a respeito da glória de Deus. A presença de Deus é o segredo do poder da Igreja, sem a glória do Senhor na Igreja ela não passa de uma instituição humana, com a glória presente ela é um organismo vivo, espiritual, diferente de qualquer outra coisa na face da Terra.

CONCLUSÃO

Não houve na época de Salomão um homem com tanta sabedoria quanto ele, e que tivesse condições de empregá-la com justiça e correção. Seu reinado é descrito como a era de ouro de Israel. A sabedoria que Deus lhe deu serviu de bênção a ele e aos israelitas de seu tempo. Ajudou-o construir o grande templo para o Senhor, a proteger Israel, estabelecer alianças comerciais lucrativas, construir um grande palácio e edifícios suntuosos, levantar fortalezas, estruturar um reino forte e seguro e descansar em prosperidade. Mas esse quadro maravilhoso tornou-se obscuro quando ele deixou de honrar o nome do Senhor. Foi quando o povo passou a ser oprimido e sobrecarregado com sua política de impostos onerosos e trabalhos forçados, enquanto em sua corte havia tempo para o lazer cultural e para o gozo da beleza feminina. Tudo isso, mais a introdução de culto idólatra para agradar suas esposas estrangeiras, levaram à divisão do reino após sua morte (1 Reis 11.1-13).

Tudo o que fizermos, que seja feito com pureza de coração.


Compilações
Bíblia da Família - coletânea de textos de Jaime e Judith Kemp. Edição 2008.  Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.
Bíblia de Estudo do Expositor. Edição 2017. Baton Rouge, LA, Estados Unidos. Ministério de Jimmy Swaggart.  
Bíblia de Estudo Holman. Edição 2018. Bangu. Rio de Janeiro - RJ - Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD.
Bíblia de Estudo NAA. Edição 2020. Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil. Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.,
Bíblia de Estudo NTLH. Edição 2015. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil - SBB.
Enciclopédia da Bíblia - John Drane. Edição 2009. Edições Loyola / Paulinas. São Paulo -SP.
O Plano de Deus para Israel em meio à infidelidade da Nação. As correções e Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel. Claiton Ivan Pommering. 1ª Edição 2021. Bangu. Rio de Janeiro - RJ. Casa Publicadora das Assembleias de Deus..

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Uma breve reflexão sobre a sabedoria e pecados do rei Salomão e do apologista Ravi Zacharias

Por Eliseu Antonio Gomes

Ravi Zacharias, considerado um grande teólogo apologético em nível internacional, faleceu vítima de câncer em 19 maio de 2020. Após sua morte, a organizão Ravi Zacharias International Ministries (RZIM), tornou público uma investigação interna que o apontava como um homem de vida dupla. Afirma que ele escondia da sua família, amigos, colegas de ministério e do público um comportamento reprovável ao padrão cristão. Além de escândalos sexuais, surgiram ao longo de sua vida acusações de que mentiu sobre suas credenciais acadêmicas. Teria alegado que estudou na Universidade de Cambridge e era professor na Universidade de Oxford. As duas instituições o desmentiram.

Em um trecho da nota emitida pela RZIM, lemos o seguinte:
“Ravi usou uma ampla gama de medidas para esconder seu comportamento de sua família, colegas e amigos. No entanto, também reconhecemos que em situações de abuso prolongado, muitas vezes existem questões significativas de estrutura, política e cultura interna ... Nossa equipe, doadores e o público confiaram em nós para orientar e monitorar Ravi Zacharias e garantir seu desempenho. Contas, e falhamos nisso”.
Obviamente, tal situação provocou vergonha aos evangélicos em todo o mundo.

O que dizer sobre este fato? A Bíblia informa que Deus deu a Salomão sabedoria, e então ele se tornou o rei mais sábio em seu tempo (1 Reis 3.16 a 28 – 5.5; 2 Crônicas 2 a 4). Mas a Bíblia diz também que Salomão teve seu coração corrompido ao reunir um grande número de mulheres como suas esposas e concubinas, sendo que a Lei de Moisés determinava que nenhum monarca poderia constituir um harém para si (Deuteronômio 17.17).

Salomão envolveu-se com mil mulheres, havia moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e heteias. Então elas perverteram seu coração, induzindo-o a adorar os falsos deuses. Salomão caiu nos pecados de idolatria e relações sexuais ilícitas e mandou edificar no Monte das Oliveiras templos para Astarote, Moloque e Camos (1 Reis 11.1 e 2 – Neemias 13.26).

O que houve com Salomão? Infelizmente, ele decidiu deixar de usar a sabedoria que havia recebido do Senhor e imitar os reis pagãos, trocou a santidade pela promiscuidade! 

Segundo está escrito na Carta de Tiago (1.5), Deus continua a dar sabedoria aos que lhe pedem. E, segundo Paulo, muitos se enganam ao pensar que é sábio segundo os padrões da geração em que vive (1 Coríntios 3.18). Nesta situação, muitos homens e mulheres de Deus se afastam da sabedoria do Senhor, deixam de usá-la e se transformam em pedra de tropeço para muitos neófitos da fé. 

 Ai desses sábios e sábias, porque apostatam da fé em Cristo, trocam a sabedoria do alto pela sabedoria humana ou sabedoria diabólica (Tiago 3.15).


Consultas:
https://en.wikipedia.org/wiki/Ravi_Zacharias
https://www.coalicionporelevangelio.org/articulo/recuerda-el-evangelio-una-reflexion-sobre-el-pecado-de-ravi-zacharias/

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Rainha de Sabá era amante de Salomão? Existe relato bíblico sobre isso?


Recebi a seguinte pergunta em meu perfil no Facebook:
"A paz do Senhor! Deixa eu te falar, é possível fazer um estudo em seu blog, ou no seu perfil, sobre a Rainha de Sabá? A partir de um estudo ontem lá no templo, me bateu a curiosidade de aprender. o pastor, ministrante da noite, disse que ela foi amante de Salomão, voltou grávida para a terra dela, e os judeus negros, todos são descendentes dela! Que ela é a Sunamita, descrita no livro Cantares, e que foi rejeitada por Salomão! Os argumentos deste pastor foram todos baseados na história da Etiópia! Obrigada,por elucidar as minhas dúvidas, claro, quando possível. Deus abençoe você."
Resposta:

Oi, tudo bem?

A Rainha de Sabá é uma personagem interessante que encontramos no Antigo Testamento. Mas, ainda não escrevi nada especificamente sobre ela. Agradeço por essa ideia.

Esta soberana foi contemporânea de Davi e de Salomão, viveu em meados do século 10 a.C.. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de "Nicaula", mas as Escrituras não a apresentam pelo seu nome, apenas pelo título de nobreza e lugar de origem. O termo "sabá" tem raiz hebraica, significa “alto”. 

Descobertas arqueológicas apontam que Sabá, a terra da rainha que visitou Salomão, estava localizada na ponta sul da península Arábica, no moderno Iêmen, a república ao sul da Arábia e ao sul do Egito, próximo do território atual da Etiópia. Essa localização permitia aos sabeus (moradores de Sabá) o comércio marítimo com a África e a Índia. Além disso, havia o comércio de ouro, joias, mirra, incenso e especiarias orientais realizados por terra, em caravanas usando os camelos como meio de transporte.

No livro de Gênesis, capítulo 10, encontramos a narrativa da história das nações, relatando os descendentes de Sem. No versículo 7, existe uma referência ao nome Sabá, com os dizeres "os filhos de Raamá: Sabá e Dedã". No mesmo capítulo, no versículo 28, encontramos outra menção para o nome Sabá entre os nomes Abimael e Ofir, com a informação que são descendentes de Joctã (versículo 26). Certamente, houveram duas pessoas com o mesmo nome nesta genealogia. Tal informação indica que a Rainha de Sabá representaria uma ancestral semita.

Há também a possibilidade de que os moradores de Sabá fossem descendentes de Abraão, por parte de sua esposa Quetura (Gênesis 25.1-3). Alguns elementos do dialeto sabeu os associam linguisticamente com semitas do noroeste. Mudaram-se no norte da Arábia antes do século X a.C. e constituíram uma capital em Marib, sustentada por uma grande represa, que coletava águas das chuvas sazonais. Inscrições assírias atestam que algumas rainhas governaram os sabeus durante esse período.

Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, em uma pesquisa comandada por Helmut Ziegert, descobriram os restos de um palácio que muito provavelmente teria sido habitado pela Rainha de Sabá, em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

Tendo em vista a economia de Sabá depender do comércio internacional terrestre de especiarias, as atividades, o poder e a localização  de Israel  deviam ser particularmente interessantes para  para a rainha e suas caravanas. Com a ajuda de Hirão, Rei de Tiro, Salomão havia iniciado expedições marítimas para Ofir a partir  do porto recém-inaugurado de Ezion-Geber (1 Reis 9.26-28). Segundo a especulação de muitos estudiosos, os empreendimentos marítimos de Salomão ameaçaram o monopólio comercial dos sabeus, e muitos estudiosos especulam que a rainha deles visitou Salomão com o propósito de firmar um acordo comercial. Arqueólogos encontraram um sinete do século IX a.C., com inscrições sul-arábicas, feito de argila marrom avermelhada proveniente do Iêmen, foi desterrado em Betel e corrobora esta teoria. 

Porém, a Rainha de Sabá não se destaca apenas por suas realizações econômicas e políticas. mas por sua atitude diante do rei de Israel. A narrativa bíblica relata que a fama sobre a sabedoria e afluência  de Salomão, suas riquezas e relacionamento com o Senhor, chegaram aos ouvidos dessa mulher  cheia de riquezas e propriedades. Evidentemente, ela ouviu muitas coisas maravilhosas a respeito de Salomão, porém, parece que, a princípio, não acreditou no que ouvia sobre ele. Então decidiu ir até Jerusalém, que distava cerca de 2.300 quilômetros de seu palácio, empreendeu viagem custosa e bem longa, para testar a veracidade de sua reputação quanto à sua sabedoria e devoção a Deus, formulando perguntas difíceis. E assim fez, acompanhada de um séquito muito grande. E ficou satisfeita com suas respostas.

A Bíblia relata que ao pôr Salomão à prova ela ficou “fora de si” - literalmente sem fôlego - com a magnificência da sabedoria exposta nas respostas que ouviu; maravilhou-se com sua fé em Deus e a organização de seu reino. E como resultado, alegrou-se na providência do Senhor em estabelecer um rei que mantivesse justiça e retidão. Demonstrou publicamente sua disposição para dar crédito ao Deus de Salomão pela sabedoria deste que resultava em decisões justas e corretas, elogiando-o (1 Reis 10.1, 10, 13; 2 Crônicas 9.1-9).

As perguntas difíceis que a Rainha de Sabá propôs a Salomão provavelmente eram enigmas (1 Reis 4.32; 10.1; 2 Crônicas 9.1). O uso de charadas para desafiar o ouvinte em festas e ocasiões especiais era muito popular no mundo antigo e o fato de uma pessoa conhecer palavras obscuras era visto como sinal de sabedoria (Provérbios 1.6). O exemplo clássico de charada é um episódio da vida de Sansão, registrado em Juízes, capítulo 14.12-13. O profeta Ezequiel recebeu instrução para comunicar-se com a nação de Israel apenas por enigmas (Ezequiel 17.2). A Bíblia diz que as respostas de Salomão às perguntas difíceis resultaram em admiração pelo Senhor por parte dela.

Em sua bagagem, a Rainha de Sabá trouxe para Salomão amostras de sua própria riqueza, que incluía uma grande quantidade de especiarias, muito ouro e pedras preciosas e ficou extremamente admirada com sua sabedoria e riquezas. Embora o reino da Rainha de Sabá fosse cheio de esplendor - sendo que Salomão jamais recebeu uma abundância de especiarias maior do que aquelas que ela o presenteou -  o reino dela não superava a grandiosidade do reinado do sucessor de Davi.

Não existem muitos registros bíblicos sobre a Rainha de Sabá. Encontramos citações sobre ela apenas em 1 Reis 10.1-13; 2 Crônicas 9.1-12; Mateus 12.42; e Lucas 11.31. Estes relatos não afirmam que tenha havido relação amorosa entre Salomão e ela, que tenha sido mãe de seu filho, tampouco fosse a Sulamita do Livro de Cantares.

Embora muitos reis gentios vieram a Salomão, nenhum desses monarcas foi mencionado em particular; exceto a Rainha de Sabá. É bem provável que o destaque tenha ocorrido por conta não apenas de que fosse uma mulher, mas devido ao seu coração ter louvado ao Senhor. Embora não exista nenhum registro bíblico com a afirmação desta mulher declarando que o Deus de Salomão também passava ser o seu Deus e não existir nenhum registro de que tenha oferecido sacrifícios no templo, temos o registro do tributo proferido pelos lábios de Cristo. Jesus disse assim: "A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

Assim, a Bíblia mostra que a busca da Rainha de Sabá não foi em vão. Ambos trocaram presentes reais, demonstraram respeito mútuo. Após o que ela voltou para sua terra.

E.A.G.

Com informações de:
G1 - Globo.com, Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia, 8 de maio de 2008 - http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL462856-5603,00-ARQUEOLOGOS+ALEMAES+ENCONTRAM+PALACIO+DA+RAINHA+DE+SABA+NA+ETIOPIA.html
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 372, 499. Edição 2013, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia de Estudo do Expositor, página 605, Baton Rouge, Los Angeles (Ministério Jimmy Swaggart).

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Os navios do rei Salomão


O rei Salomão herdou um reino grande e rico de seu pai, o rei Davi, estendendo-se desde o rio Eufrates, no norte da Baía de Eilat no sul. As boas relações comerciais que o rei Salomão criou com os governantes dos reinos próximos, bem como a grande riqueza que ele acumulou graças a essas políticas de boa vizinhança e graças aos impostos que ele coletou são descritos na Bíblia nos livros 1 Reis e 2 Crônicas.

O desenvolvimento de sua frota no mar vermelho foi descrito, detalhadamente, em 1 Reis (9.27-28): "Mandou Hirão, com aquelas naus, os seus servos, marinheiros, conhecedores do mar, com os servos de Salomão. Chegaram a Ofir e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao rei Salomão". Hirão era o rei de Tiro, sabia como construir navios e possuía homens que eram marinheiros hábeis, em parceria com o rei Salomão, que governava a região litorânea de Eilat, construíram uma grande quantidade de navios comerciais no Mar Vermelho. Essas embarcações velejaram para Ophir, que ao que parece estava localizado ao longo da costa leste ou oeste do Mar Vermelho, e trouxeram muitas cargas de tesouros e produtos exóticas.

Deslocamento semelhante é relatado em fontes egípcias que datam de 500 anos antes, durante o reinado da rainha Hatshepsut (esposa do faraó Tutmés II). Navios egípcios rumaram para o sul, até a Terra de Punt, que, aparentemente, localizava-se no lado leste da África. Os restos de murais nas paredes do templo mortuário de Hatsheput em Deir el-Bahari apresentam bens exóticos que foram trazidos para o Egito naquele tempo da mesma terra distante e contribuem para a interpretação das descrições bíblicas.

Além de ouro e prata, também foram trazidos ao rei Salomão "marfim, macacos e pavões" (1 Reis 10.22). Os murais egípcios mostram que os primatas eram da espécie babuíno.

A Bíblia também chama a atenção do leitor ao fato de que foram trazidas de Ofir uma enorme quantidade de madeira de sândalo e pedras preciosas (1 Reis 10.11). Estudiosos e pesquisadores modernos expressam opiniões distintas sobre a natureza da "madeira de sândalo" ("almug", na tradução ARC). Alguns afirmam que eram feixes de madeira especiais usados ​​para construção; outros pensam que eram mudas de árvores aromáticas exóticas, e uma terceira opinião é que eles eram um tipo de coral excepcional.

Com base nas várias interpretações, uma equipe de designer de selos elaborou desenhos retratando uma pilha de tesouros que foram descarregados no cais de Ezion-Geber, que atualmente é conhecida como Cidade de Eilat. Estes tesouros foram enviados ao palácio do rei Salomão em Jerusalém e utilizado na construção do Templo e do palácio. Graças às viagens a Ophir, realizadas a cada três anos, "o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria" (1 Reis 10.23, 24, 27).
______

Nota Belverede: 

Ofir é listado em Gênesis 10.29 e em 1 Crônicas 1.23 como descendente de Sem, que por sua vez é da linhagem de Noé; seu pai  foi Joctã. Possivelmente foi o primeiro habitante da tribo ou cidade de Ofir, a região que ficou famosa por suas reservas de ouro (2 Crônicas 8.18; Jó 28.16; Salmos 45.9), madeira de junípero e pedras preciosas (1 Reis 10.11), além de prata, marfim, macacos e babuínos (10.22).

Ofir é local de onde, não apenas Salomão, mas também o rei Davi, obteve ouro e outras mercadorias de valor (1 Reis 9.28; 10.11; 22.49; 1 Crônicas 29.4; 2 Crônicas 8.18; 9.10; Isaías 13.12).

Sobre a localização desta região geográfica, há especulações de que essa região era encontrada no sudeste ou sudoeste da Arábia, ou na parte nordeste da África. Se Ofir estava localizada na Arábia, deve ter sido um centro comercial, que recebia mercadorias do distante Oriente e do leste da África. Todavia, o tempo de viagem dos navios mercantes de Salomão, que era de três anos, sugere uma localização mais distante que a costa árabe. Além disso, os conteúdos das cargas trazidas de Ofir (marfim, macacos, pavões - particularmente as aves), faz com que alguns acreditem que a origem delas era a Índia.

A prosperidade de Salomão e a sabedoria do cristão
A verdadeira sabedoria se manifesta na prática
Inspiração divina e a autoridade da Bíblia
Inteligência + sabedoria = sucesso
Sabedoria divina para a tomada de decisões
Sábios, tolos e os absurdamente tolos, diante de precipícios
O discurso inteligente de Magno Malta em defesa do juiz Sérgio Moro

E.A.G.

Fonte:
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, página 498, 3ª reimpressão 2014, Liberdade, São Paulo-SP (Editora Vida).
Israel Philaletic Federation - israelphilately.org . il/en/catalog/ articles/ 2139/Kings%20Solomon's%20Ships%2013112016 
Quem é quem na Bíblia - A história de Todas as Personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, 19ª reimpressão, 2015, páginas 495, 496, São Paulo - SP (Editora Vida). 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sabedoria divina para a tomada de decisões

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas. Uma das definições da pessoa sábia: "O sábio não é aquele que sabe mais do que os outros; é aquele que descobre em Deus a fonte da sabedoria" - Pastor Elienai Cabral; - Pastor Elienai Cabral. Livro: O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises; página 148 (CPAD).
Por Eliseu Antonio Gomes 

Introdução

Deus é a fonte de todo conhecimento e sabedoria. Deus deseja nos dar sabedoria para vivermos de modo que seu nome seja glorificado em nossas vidas. 

I. Crise familiar no reino davídico.

1. A velhice de Davi (1 Reis 1.1-4).

Davi obteve grandes sucessos como guerreiro de grandes batalhas e de ter expandido as fronteiras da nação israelita, mas não soube administrar bem sua família. Ao chegar à velhice, o seu reinado estava sem o governo pessoal, motivando a luta pelo trono.

Já muito idoso, Davi recebe os cuidados de Abisague, jovem sulamita.

Davi reinou por 40 anos e realizou um reinado de grandes conquistas para Israel (1025-985 a.C.). Ao chegar aos 70 anos de idade ficou enfermo. A enfermidade criou algumas crises no seu reino, com familiares e com homens da corte. No declínio momentâneo da realeza, o rei foi alvo de traição, mentira e ambição. Em meio ao estado frágil, foi informado de acontecimentos desagradáveis que estavam produzindo insegurança no trono de Israel. Então ele entendeu que era chegado o momento da sucessão, e resolveu indicar o próximo rei de Israel. Perto do dia de morrer, consagrou Salomão como seu sucessor ao trono.

É importante ter em mente que há a hora de encerrar uma carreira, o final é tão importante quanto o começo dela.

2. Bate-seba: a atitude de uma mãe em meio à crise.

Bate-seba, uma linda mulher, era filha de Eliã, viúva de Urias, um heteu, que havia se convertido ao Deus de Israel. Tanto o seu pai como o seu falecido marido, eram destacados no exército de Davi (2 Samuel 23.34, 39); Aitofel, o seu avô, era o famoso conselheiro do rei (2 Samuel 15.12, 31). Mas, Bate-Seba é mais lembrada pelos leitores da Bíblia pelo seu início de relacionamento com Davi, num encontro adúltero com o monarca (2 Samuel 11 e 12.1-25).

Bate-Seba trabalhou junto com Natã nos momentos que cercaram a morte do rei, seu então esposo Davi e pai de seu filho Salomão, para assegurar que a vontade de Davi, em ter Salomão como seu sucessor, fosse bem sucedida. Ela e o profeta impediram que Adonias usurpasse o trono. Com essa atitude da esposa, o velho e adoecido Davi demonstrou ainda gozar de lucidez para decidir a sucessão real e declarou, publicamente, Salomão como o novo rei de Israel. Sabendo da posse de Salomão, Adonias fugiu.

O nome de Bate-Seba, apesar do pecado sexual que ela cometeu, aparece na árvore genealógica de Jesus, numa demonstração clara de que Deus perdoa e esquece nossos erros quando pedimos seu perdão e nos arrependemos (Mateus 1.16).

3. Adonias e os valentes de Davi (1 Reis 1.15).

A história de Salomão começa com uma crise de sucessão no trono de Israel.

Adonias, era o quarto filho de Davi com Hagite (2 Samuel 3.4). O relato em 1 Reis 1.6 nos revela que Davi, como seu pai, não impunha limites em seu tempo de criança, não o contrariava em nada. A falta de disciplina causa sérias crises no relacionamento familiar. Portanto, discipline seus filhos com contundência e amor, enquanto são novos, sempre que necessário, para que ao crescerem não se tornem pessoas intolerantes e intoleráveis.

A diferença entre Adonias e Salomão era o fato de que a mente de Adonias estava voltada para si mesmo, era vaidoso, ambicioso, egoísta e gostava de ostentar pompa, sempre acompanhado de uma escolta de soldados do exército israelita montados em cavalos pomposos. Não tinha sensibilidade espiritual, por isso, quis tirar proveito da situação crítica para promover-se com traição. resolveu aproveitar a enfermidade do seu pai para apoderar-se do trono, armando uma tentativa de golpe político contra o próprio pai. Por sua vez, Salomão tinha índole de homem pacífico, era conciliador, inteligente, fiel aos conselhos do pai, e sendo assim deu continuidade a um reinado de prosperidade sob a bênção de Deus. .

Davi prolongou seu reinado além do tempo ideal, não soube discernir o momento certo de passar a coroa ao herdeiro do trono. Já havia perdido alguns filhos, e entre os que restaram estava Adonias, que era o quarto mais velho dos filhos vivos (2. Samuel 3.2-3). Quando Davi estava às portas da morte, vendo que o pai já não possuía boas condições de saúde para governar, este desejou sucedê-lo no trono, pois naquele tempo ele era o filho mais velho.

Adonias sentia-se com direito ao trono e entendeu que o mesmo pertencia a ele por direito, ao saber de que Davi tinha preferência por Salomão para assumir o trono, não respeitou a vontade do pai, criando grandes problemas em família e no reino. Acreditando que podia se declarar como o novo rei de imediato, reuniu carruagens, cavaleiros e cinquenta homens; recrutou a ajuda de Joabe, comandante dos exército de Abiatar, o sumo sacerdote. Porém, outros generais, sacerdotes, o profeta Natã e os gurda-costas de Davi se negaram a apoiá-lo. Ele fracassou em seu intento de reinar.

Reincidente no erro de conspiração, mais tarde, depois da morte do pai, quando Salomão já governava, e depois de haver recebido o perdão de Salomão no episódio da primeira tentativa de golpe de Estado, tramou novamente para obter o trono, achando que apoiado pela lei, poderia aspirar ao reino se viesse a casar-se com Abisague, a jovem sunamita que cuidou de Davi quando doente em seu leito. Salomão, percebendo o ardil, mandou matá-lo. (1 Reis 1.49-53; 2.25).

O efeito mais positivo do discipulado na nossa vida é o nosso esforço para, sinceramente, sermos sempre fiéis ao nosso cônjuge e a nossos filhos e irmãos, e conduzi-los num viver conforme a vontade de Deus, mediante o ensino acompanhado de bons exemplos

II. Salomão busca sabedoria para reinar.

1. O novo rei dedica holocaustos a Deus (1 Reis 3.4).

Dos quatro filhos que Davi teve em Jerusalém, Salomão foi o quarto filho. Dentre os reis de Israel, veio a ser o terceiro a reinar.

Ao nascer, Davi o chamou Salomão, que significa "o pacífico", da mesma raiz de "shalom", que significa "paz". Diz o texto bíblico que ao nascer "o Senhor o amou" (2 Samuel 5.14; 12.24-25). Filho de Davi e Bate-seba, embora um dos mais novos, ainda jovem foi escolhido para ser rei, motivando grande disputa entre os irmãos, principalmente Adonias.

Após o sepultamento de Davi, Salomão,  pela perspectiva humana um jovem inteligente, buscou ao Senhor para reinar em Israel. O texto bíblico diz que Salomão amava Deus e por este motivo, consciente de sua inexperiência, foi a um dos montes altos chamado Gibeão, uns 16 km a noroeste de Jerusalém, onde ficava a Arca da Aliança para oferecer holocaustos a Deus e receber dEle a sabedoria divina de que precisava. Neste lugar, com seu coração aberto a Deus em oração, numa das noites de preocupação com o reino e como administrá-lo bem, ele adormeceu. Durante o sono, Deus falou com Salomão em sonho. Nesta revelação, Salomão ouviu tudo que precisava ouvir, pois o sonho foi uma maneira especial de Deus comunicar-se com ele.

Diante da responsabilidade de governar o povo de Israel, naquele sonho, orando, Salomão pediu a Deus sabedoria para ter capacidade de reinar sendo um bom rei. Salomão não solicitou bens materiais ou a morte de seus inimigos. Ele pediu bom senso para guiar o seu povo de modo justo. Essa atitude humilde de Salomão agradou a Deus, que se dispôs a fazer muito mais do que o rei estava pedindo.

No tempo da invasão israelita contra Canaã, Gibeão era uma grande cidade habitada por heveus. Depois da queda de Jericó e Ai, temendo pela vida, seus habitantes enganaram Josué levando-o a estabelecer um pacto no qual eles seriam subordinados aos israelitas. Gibeão é o palco da grande providência de Deus, no episódio em que Josué, em socorro aos gibeonitas, travou batalha contra os reis amorreus. Ali, Deus enviou uma tempestade de pedras e fez com que o dia não terminasse enquanto Josué não derrotasse completamente seus inimigos . Na distribuição das terras, coube por sorte a posse ser para Benjamim, e foi separada para os levitas (Josué 9.7-10; 11.19; 19.25; 21.17)

2. Salomão pede sabedoria a Deus (1 Reis 3.5).

A atitude de Salomão, nessa primeira fase de sua vida, agradava ao Senhor. Empossado rei em meio a crises, ele era a melhor pessoa para administrar a crise do reino de modo temente a Deus. Era uma instabilidade que atingia não só a corte, mas todo o povo estava afetado pela insegurança daquele momento. Em quem confiar? Como fazer para gerenciar aquela situação e proporcionar a paz no coração e na vida do povo?

Antes de assumir o reino, subiu ao Monte Gibeão, onde permanecia o tabernáculo, construído por Moisés, para oferecer holocaustos a Deus. Ali, recebeu o comunicado divino que lhe oferecia tudo: riqueza, poder etc. Contudo, apesar da generosa oferta, pediu somente sabedoria. Como resposta, recebeu de Deus três promessas incondicionais e uma condicional. Incondicionalmente, foi garantido a Salomão não somente sabedoria, mas também muitas riquezas honra e poder; e, condicionalmente, uma vida longa "se andar nos meus caminhos" (1 Reis 3.10-14).

Assim, Salomão pôde governar o povo com muita sabedoria. Ele fez um excelente governo e seu nome ficou famoso graças  não somente à consolidação de um poderoso Estado, mas à sua religiosidade, provada pela decisão de construir o templo, idealizado por seu pai.

O povo brasileiro atravessa uma das piores crises econômicas do país. Em tempos de crise econômica o que você pediria, caso estivesse na mesma situação de Salomão? De nada adianta ter bens materiais e faltar sabedoria para administrá-los.

O melhor bem que podemos receber de Deus é a sabedoria. Peça a Deus sabedoria para ser capaz de conduzir sua vida sendo uma bênção ao próximo. Deus responde este tipo de oração, irá orientá-lo, concedendo-lhe uma estratégia adequada para seguir adiante dando passos bem-sucedidos. O Senhor não deixará faltar a provisão para você e sua família. Confie no Deus que tudo provê.

3. O desejo de construir um templo para Deus (1 Crônicas 22.1-5).

Ao longo de seu reinado, Davi acumulou muitas riquezas, visando ao sonho maior de sua vida que era disponibilizar ao povo de Israel um templo a Deus em Jerusalém, para assim estabelecer um lugar fixo para adoração a Deus. Fez tudo quanto pôde para realizar tornar realidade o seu projeto, juntou muito material de construção. Então, foi impedido por Deus de realizar tal edificação, através de uma profecia proferida por Natã, em razão do adultério cometido com Bate-seba, mulher de Urias, por planejar a morte deste, e por toda sua vida ter sido homem de guerra (1 Crônicas 22.8). Entretanto, Deus lhe garantiu que Salomão haveria de erigir o grande templo em seu lugar.

Apesar de impedido de pôr mãos à obra, Davi negociou com Hirã, rei de Tiro, o envio de madeiramento (cedros do Líbano), operários e artífices, para possibilitar a realização de seu sonho, sonho concluído por seu filho Salomão.

III. Sabedoria para edificar o templo.

1. Salomão faz aliança com Hirão (1 Reis 5.1-6).

O grande edifício não era apenas um capricho de Davi como rei. Existia a necessidade de congregar o povo num só lugar e a dificuldade do povo e do próprio rei para subir os montes, com a finalidade de sacrificar ao Senhor, especialmente em Gibeão (1 Reis 3.3-4). Essa dificuldade vinha desde os tempos dos juízes. Por isso, construir uma grande casa para Deus em lugar fixo era uma necessidade de todo o povo, além de manter a união das famílias e fortalecer o reino de Israel.

Com a finalidade de realizar tão importante obra, Salomão fortalece as relações com Tiro e faz contratos para materiais com os quais construirá o templo que seu pai desejava erguer. Para esse fim, convocou milhares de funcionários israelitas e, no quarto ano de reinado, começou a construção.

2. A construção do templo (1 Reis 5.7-12).

A planta do Templo e seus utensílios são modelados a partir do modelo que Deus deu a Moisés para um centro de adoração móvel. Os utensílios do Templo ainda que numa escala muito maior, tinham o mesmo significado espiritual que cada item correspondente no Tabernáculo.

A estrutura do templo recebeu  o que havia de melhor, mármore, madeira de cedro, foi ricamente adornado com cobertura de ouro e mobiliado com utensílios de ouro. O projeto de construção se estendeu por sete anos.

3. A arca da aliança

No templo, foi depositada a Arca da Aliança, baú construído por Moisés seguindo à instrução de Deus, para servir de receptáculo das Tábuas da Lei (Êxodo 25.10). A Arca estava no monte Gibeão e deveria ser trazida para Jerusalém e ser colocada no Santuário, no interior do do lugar Santíssimo. Salomão sabia, por experiência, que o utensílio mais importante no templo seria a presença da Arca da Aliança, Sabia que a presença da Arca produziria grande alegria no coração do povo, pois era o grande símbolo da aliança entre Deus e os israelitas e representava a presença do próprio Deus em Israel. A ausência da Arca significaria derrota espiritual e a não presença de Deus no meio do povo.

A presença da arca foi e ainda é considerado pelos judeus como o lugar da Divina Presença de Deus (shekinah, em hebraico). Após a destruição do templo construído por Salomão, não se tem notícia de sua localização, a não ser por sua representação simbólica.

Atualmente, não precisamos de uma Arca, ou algo parecido, para sinalizar a presença de Deus. Jesus Cristo prometeu e se faz presente onde estirem reunidos em seu nome duas ou três pessoas, e em número maior também. Além disso, o Senhor se faz presente pelo seu Espírito Santo, que habita o seu povo ( Mateus 18.20; 1 Coríntios 3.16).

Conclusão

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas.

Com frequência surgem conflitos entre pais e seus filhos adolescentes. Em virtudes desses momentos, pode surgir uma barreira de comunicação. Os pais acham difícil conversar com seus filhos. Eles atrasam as explicações sobre transformações cruciais, tanto físicas como mentais, especialmente nas áreas do sexo e da reprodução. Os pais intensificam o controle, e o adolescente luta ainda mais para obter independência. A fissura se abre, eles se tornam antagonistas. Para superar o problema, é importante colocar no ambiente do lar a ordem espiritual, pois em todas as situações a paz real só pode ser alcançada quando existe paz com Deus. Esta paz só é obtida quando há um relacionamento pessoal com Cristo. É importante que se toma a mesma decisão de Josué (24.15): "...escolhei hoje a quem sirvais... porém eu e minha casa serviremos ao Senhor".

O cristão deve exercer a vida cristã confiante nos recursos de Deus, disponíveis pela oração. Se preciso for, que se faça um concerto com Deus, para que haja disponibilidade para sabedoria que Ele oferece (Tiago 1.5) e a reivindicação  de sua ajuda para o desenvolvimento espiritual  apropriado de seus filhos ((Filipenses 4.6).

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, página 366, edição 2016, Várzea Paulista/SP (Casa Publicadora Paulista).
Billy Graham responde - um guia com respostas bíblicas para preocupações de nossos dias, Billy Graham, páginas 191 e 192, 3ª reimpressão 2014, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 83-88,  Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Minidicionário Bíblico, David Conrado Sabbag, páginas 19, 40, 113, 376. 1ª reimpressão (Difusão Cultural do Livro - DLC). 
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, páginas 136-143, 146, 1ª edição 2016, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Quem é quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia, Paul Gardner, página 92, 19ª reimpressão2015, São Paulo/SP (Editora Vida). 

Sabedoria-divina-para-tomadas-de-decisoes-a-historia-de-Salomao-construcao-do-templo-licao-12-Elinaldo-Renovato-Licoes-Biblicas-EBD-CPAD-professor-O-Deus-de-toda-provisao-esperanca-e-sabedoria-divina-para-a-Igreja-em-meio-as-crises-4-trimestre-2016

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

A SABEDORIA DOS CÉUS

No passado existiu um rei em Jerusalém, que se tornou muito conhecido, chamado Salomão. O seu reinado foi marcado por bastante paz.

Ao nascer Deus demonstrou interesse carinhoso por ele, enviando o profeta Natã com o seguinte recado:

- Para mim você é Jedidias.
(1)

No idioma hebraico o nome Jedidias significa “amado do Senhor Deus”, então, podemos entender a declaração divina em outras palavras. O Senhor disse: eu te amo Salomão

Já adolescente Salomão teve um importante encontro com Deus por intermédio de um sonho. Neste sonho Deus lhe perguntava qual presente gostaria de ganhar. Com muita segurança do que queria Salomão respondeu que desejava receber sabedoria para governar melhor o povo do qual era rei.

Deus se alegrou com a resposta. Não era um pedido egoísta e nem avarento. Salomão não pediu vida longa e regalada acompanhada de uma montanha de dinheiro, o que seria um pedido comum, mas pediu algo que favorecesse a todos aqueles sob quem tinha responsabilidade monárquica.

Então, diante disso Deus falou:

- Por não me pedir uma coisa comum, darei a você mais do que pede. Além da sabedoria terá o respeito profundo de todos em sua volta e também o farei a pessoa mais rica entre os homens. (2)

A promessa se cumpriu. Salomão, com muita inteligência escreveu três livros que fazem parte da Bíblia Sagrada (Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão), dois Salmos (72 e 127) e teve a oportunidade regalada de assentar-se em trono de outro puríssimo. Além disso, foi honrado por ter seu nome proferido pelos lábios de Jesus Cristo, confirmando o alto nível de prosperidade financeira que ele recebeu
. (3)

Deus não faz acepção de pessoas. O que nos garante que se cada um de nós seguir o exemplo de Salomão, amando o próximo como a nós mesmos seremos abençoados recebendo a sabedoria do alto.
(4)

Em Tiago 3.17 podemos ver a descrição do que significa a sabedoria que Deus deu para Salomão: “a sabedoria que vem do céu primeiro que tudo é pura e cheia de calma brandura. Depois é amante da paz e cortês. Tolera o debate e está pronta a submeter-se aos outros; é repleta de misericórdia e de boas obras. É cordial, correta e sincera” – A Bíblia Viva.

Por conseguinte João 3.16 está escrito: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito (único) para que todo que nele crê não pereça (morra), mas tenha a vida eterna” – parênteses meus.

O pronome “tal” significa igual, em semelhante valor, o que nos faz compreender que o amor de Deus por Jesus é igual ao que tem por mim, por você e todo o restante da Humanidade.

E por causa desse amor Deus deseja presentear a Humanidade com essa sabedoria divina, até mais do que nós mesmos desejamos recebê-la. Com alegria e muito prazer Ele aguarda cada ser humano pedir e então abre Suas mãos e concede generosamente farta provisão.
.
.
E.A.G. .
.
1 - 1º Samuel 12.24;
2 – 1º Reis 3.1-15; 2º Crônicas 1.2-13;
3 – 1º Reis 10.14-26; 2º Crônicas 9.13-28; Provérbios 1.1; Eclesiastes 1.1; Cantares 1.1; Mateus 6.29;
4 – Atos 10.34; Efésios 6.9; 1ª Pedro 1.17;
5 – Tiago 1.4,5.