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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CPAD – EBD 2012 – 4º trimestre: Naum e o limite tolerância divina

Quem era Naum?

O nome Naum significa “consolo”, cujo ministério profético apresentaria a consolação do Senhor aos judeus de Judá.

Pouco se sabe acerca de Naum, exceto que talvez esteja na lista genealógica apresentada pelo evangelista Lucas, e que sua cidade natal era Elcos – de localização incerta, provavelmente seria Cafarnaum, pois em árabe “Kefr-Nahum” significa “cidade de Naum”.

De acordo com dados históricos apresentados no livro, cogita-se que o profeta tenha vivido durante o reinado de Josias e tenha sido contemporâneo de Sofonias e Jeremias, então um jovem.

O livro

O livro contém a visão de Naum. Apresenta a natureza de Deus. Revela de maneira magnífica uma extraordinária descrição do caráter de Deus, em especial no capítulo 1, versículos 2 ao 8.

O estilo literário do livro é poético e profético, uma mescla de expressiva descrição simbólica com a contundente e clara sinceridade da declaração profética. A data do livro é calculada de acordo com as evidências internas e fatos históricos conhecidos. Existem duas datas fixas entre as quais o livro deve ser situado. A primeira referência é a captura de Nõ Tebas, capital do alto Egito (3.8), que caiu perante os assírios entre os anos de 663 e 661 a.C. A segunda é quando Naum prediz a condenação iminente de Nínive (2.1; 3.14, 19). Portanto a obra tem de se situar em algum momento entre essa data e a subsequente queda de Nínive, em 612 a.C.

Naum escreveu anunciando a futura queda de Nínive, que no século VII a.C dominava Israel e quase todo o Oriente.

O ministério de Naum

Em data anterior à ministração profética de Naum, o profeta Jonas proclamou a destruição de Nínive (Jonas 3.4), quando os ninivitas se arrependeram e a condenação divina foi suspensa. Mas, após receberem a misericórdia divina, Nínive voltou a praticar iniquidade, desumanidade e soberba.

A Assíria já havia destruído Samaria, por volta de 722-721 a.C., o que resultou no cativeiro do Reino do Norte, Israel, e ameaçava Judá.

Por volta de 700 a.C, Senaqueribe, rei da Assíria, fez de Nínive a capital do império assírio e a cidade permaneceu assim até ser destruída, por este motivo Naum refere-se à Nínive representando-a como toda a nação Assíria.


O comandante do rei da Assíria, Senaqueribe, desafiara o poder do Deus de Ezequias. Este é um dos motivos de Naum ser levantado por Deus profetizando contra Nínive. A profecia em 1.11-14 tem seu cumprimento registrado detalhadamente em 2 Reis 18.35; 19.37.


O ministério de Naum tinha duplo propósito: predizer a destruição de Nínive, por causa de seus pecados, e diminuir a lastimável falta de esperança de Judá, demonstrando-lhes que as promessas de Deus são verdadeiras.

O erro de Judá

A primeira derrota dos judeus para os assírios foi a queda de Samaria (722-721 a.C), e do Reino do Norte em 701, a invasão de Senaqueribe (2 Reis 18.13 – 19.37; Isaías 36, 37 - que não foi uma investida totalmente bem sucedida). Deus nunca permitiu uma vitória bem consolidada dos assírios contra os judeus. Mas, Judá sentia falta de uma resposta segura a suas perguntas, e um desconsolo muito grande predominava na terra. De súbito a voz de Naum trovejou: “Nínive cairá. Deus preservará o seu povo”.

A mensagem de juízo que Naum entregou para Nínive foi profética para Judá. Judá mostrara-se infiel ao desconfiar de Deus e entrar em aliança com nações estrangeiras com a intenção que essas alianças aumentassem seu poderio. A condenação de Nínive lhe serviu de aviso divino.

O erro dos ninivitas

A Assíria era uma nação perversa que oprimia o povo de Deus. Era conhecida por viver à custa da pilhagem de outras nações. Seus reis eram retratados alegrando-se com os castigos sanguinários aplicados aos povos conquistados. O rei assírio Samaneser III orgulhava-se de ter levantado uma montanha de cadáveres com cabeças decapitadas em frente de uma cidade inimiga. Outros reis assírios empilhavam cadáveres, como se fossem lenhas, nas proximidades dos povos derrotados.

A Assíria cometia inúmeras atrocidades contra as nações que invadia: amputações, empalações, decapitações, incêndios. Cobrava tributos opressivos e infligia com pesada escravidão os povos conquistados.

Os assírios eram brutos e cruéis. Conduziam suas guerras com ferocidade aterrorizante, arraigavam populações inteiras como política nacional e as deportavam para outras partes de seu império. Os líderes derrotados eram torturados e horrivelmente mutilados antes de ser executados (3.3).

Por ter pecado desconsiderando a Deus, quanto à mensagem entregue por Jonas, a Assíria seria completamente destruída.

Semeadura e colheita

 O auge da brutalidade dos ninivitas ocorreu durante o reinado de Assurbanipal, o último grande governante do império assírio (669-627), que subjugou o Egito e a quem o rei Manassés foi obrigado submeter-se como vassalo ( 2 Crônicas 33.11-13). O julgamento de Deus se cumpriu de maneira terrível, depois da morte deste rei, influência e o poder da Assíria entraram em declínio até ser destruída em 612 a.C.. O capítulo 2, versículos 1, 6, 9, trata de Ciaxares, comandante dos medos, e de Nabopolassar, o babilônio, que conquistaram Nínive. Os babilônios, citas e medos invadiram, saquearam e destruíram a cidade até não sobrar coisa alguma. A Assíria havia feito o mesmo com todos os países que capturara.

Nínive era uma cidade construída junto a três rios, o Tigre e rios menores, e se abastecia das águas deles por meio de canalizações que se estendiam ao redor e dentro de seu território. As entradas dos canais fluviais foram tomadas, as comportas foram estrategicamente fechadas e abertas pelos inimigos e as águas inundaram toda a cidade a ponto de ruir até o palácio real e outras construções mais baixas da cidade.

A invasão da Assíria contra Judá, durante o reinado de Manassés, foi o último ataque que esta nação pagã realizou.

Arqueologia

As muralhas de Assíria tinham aproximadamente 13 km de comprimento e 15 portões. Certo historiador da antiguidade, autor de Crônicas da Babilônia, narra um episódio em que uma grande inundação derrubou parte dessa muralha, por onde podemos aceitar a hipótese de que tenha sido o caminho de entrada dos medos, babilônios e citas. Este livro confirma o cumprimento da profecia de Naum, dizendo que os corações dos outrora insolentes e poderosos ninivitas se paralisaram ao haver grande quantidade de bens despojados.

Uma das peças arqueológicas da Assíria contém uma frase do rei Assurbanipal, na qual ele narra o tratamento dispensado a um líder vencido: “Coloquei nele uma corrente de cachorro e o obriguei a ocupar um canil no portão leste d Nínive” (Bíblia de Estudo NVI, página 1.553).

A história confirma que o então rei da Assíria morreu queimado dentro de seu palácio durante a invasão ocorrida em 612 a.C. Também, que o exército assírio dispersou-se sobre as montanhas da Arménia em 609 a.C., e que os soldados foram aniquilados por completo em 605 a.C..

No capítulo 3 e verso 11, Naum aponta para o fim e sumiço de Nínive. “se esconderás". Durante muitos séculos a localização de Nínive permaneceu desconhecida e a sua história considerada apenas uma lenda até que fosse redescoberta no século XIX d.C., mais exatamente por Layard e Botta em 1.842. Tal achado arqueológico revelou, confirmando a profecia de Naum, que o fogo contribuiu para a destruição da cidade. 

Conclusão

A mensagem de Naum é pertinente para todas as épocas. Avisa que a justiça divina não suporta a vigência do poder humano que se assenta no orgulho. Fala aos que resistem a Deus, aos que são arrogantes, para aqueles que desprezam Sua Palavra e deixam de confiar que Ele proverá e cuidará dele. Estes, inevitavelmente, experimentarão o juízo divino.

Quem confia em Deus será resgatado da vergonha e salvo da perdição eterna.

E.A.G.

Texto paralelo: Gênesis 10.9 -  Ninrode: poderoso caçador
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Compilações:

A Bíblia Anotada Expandida - Charles C. Ryrie; edição 2007; São Paulo; Editora Mundo Cristão.
Bíblia Almeida Século 21; edição 2008; São Paulo; Editora Vida Nova / Hagnos.
Bíblia de Estudo NVI; edição 2003; São Paulo; Editora Vida.
Os Doze Profetas Menores; Alexandre Coelho e Silas Daniel; 2012; Rio de Janeiro; CPAD.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As profecias de Jonas e Naum - Opressores, oprimidos e os carros da cidade de Nínive

Portões de Nínive
 Ruínas da cidade mencionada no livro de Jonas e Naum, destruída entre 612 a 606 a.C. 
"Os carros de guerra passam furiosamente pelas ruas e se cruzam velozes pelas praças; parecem tochas, correm como relâmpago" - Naum 2.4.

Nínive foi a maior cidade do mundo por cerca de 150 anos, até um amargo período de guerra civil na Assíria, cujo desfecho foi ser saqueada em 612 antes de Cristo, por uma coalizão incomum de antigos povos subjugados, os medos, persas, babilônios e caldeus. Suas ruínas estão do outro lado do rio da moderna cidade de Mosul, no Iraque.

Nos tempos bíblicos do Antigo Testamento, a desprezível Nínive era uma antiga cidade assíria na margem oriental do rio Tigre. Era a capital do império assírio. Chegou a atacar Israel e fazer 200 mil israelitas prisioneiros. Obrigava Judá a pagar tributos altos, como um seguro contra invasões e desolações. Os ninivitas eram inimigos terríveis, sempre estiveram debaixo dos olhos do Criador, tinham fama de praticar atrocidades. E Deus enviou a eles dois dos seus profetas.

Jonas foi enviado á Nínive em torno de 785 a.C., para conclamar a mudança de coração aos ninivitas ou seriam destruídos. Depois de ouvirem o profeta, os ninivitas se arrependeram dos males que faziam contra Israel. Porém, cerca de 65 anos depois, Nínive e toda a Assíria se esqueceram da pregação de Jonas. Em 720. a Assíria invadiu Israel, os ninivitas voltaram a praticar maldades, oprimir, saquear, matar. Assim, neste período de turbulências surgiu Naum profetizando a eles que Deus estava disposto a castigá-los. Naum profetizou por volta de 612 a.C. 

Provavelmente, o profeta Jonas tenha vivido entre 783 a 743 a.C. Além da menção do seu nome em seu próprio livro, ele é mencionado em 2 Reis 14.25 e Mateus 12.39; 16.4 e Lucas 11.29. Seu livro mostra como Deus age com amor quando o pecador se arrepende de seus atos.

Naum profetizou, aproximadamente, entre os anos 663 a 612 a.C. Pouco se sabe sua vida. Sabemos que Naum começou a profetizar quando a Assíria já havia conquistado Israel, o reino do norte, e estava causando muitos problemas para Judá, o reino do sul. Todas profecias do livro que Naum escreveu se cumpriram à risca. Nínive foi conquistada pelos babilônios. De nada adiantou a proteção da grande muralha em volta da cidade, com 12 quilômetros de extensão e 15 metros de altura, onde podiam correr quatro carros de guerra lado a lado. Sem a presença de Deus em nossa vida, toda sensação de segurança é falsa!

O Livro de Naum, em forma de poesia hebraica, mostra-nos a queda de Nínive através de diversas figuras; anuncia as boas novas do Senhor aos seus servos, declarando-lhes que Deus faria justiça aos oprimidos, mandaria castigo sobre seus cruéis perseguidores.

No mundo, existem leis e regras impostas por Deus a serem cumpridas. Há quem pense que possa ostentar os erros de quem quebre estas leis e regras e ao mesmo tempo esconder suas transgressões ao infringir as mesmas leis e regras. Há quem se engane e acredite que ter poder é o mesmo que possuir liberdade para impingir opressão sobre os mais fracos. E há quem considere que os olhos do Senhor estão fechados e seus braços cruzados e que Ele jamais agirá em favor dos oprimidos.

O Todo Poderoso é misericordioso e fala ao homem para mudar de atitudes. A melhor coisa a fazer quando Deus nos dá uma segunda oportunidade, é aceitá-la com gratidão. A rebelião e a injustiça jamais prevalecerão sobre a terra por todo tempo. Quando o ser humano opressor ouve a repreensão do Senhor, deve mudar de atitudes e esforçar-se para não voltar aos erros do passado porque nem sempre existe mais que uma chance para receber a misericórdia divina.

Deus faz justiça em nosso favor quando não podemos fazê-la. Ao passar por opressões e depois pela oportunidade de ver quem nos oprimiu sofrer o castigo merecido, é difícil controlar a sensação de prazer. Mas, será que é certo sentir alegria quando quem agiu como nosso inimigo padece? A notícia da destruição dos assírios foi motivo de festa para Judá. A sabedoria divina nos ensina que não devemos agir desta maneira: "Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem quando tropeçar regozije o teu coração" - Provérbios 24.17.


Atualizado em 10 de agosto de 2019; às 15h30.