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quinta-feira, 15 de agosto de 2019

1 Reis 2.8 - Cuidado com Simei!

Por João Pereira de Andrade e Silva

"Eis que você também terá de lidar com Simei, filho de Gera, filho de Benjamim, de Baurim, que me lançou uma terrível maldição no dia em que eu ia a Maanaim. Porém ele veio ao meu encontro junto ao Jordão, e eu, pelo SENHOR, lhe jurei, dizendo que não o mataria à espada" - 1 Reis 2.8 a.

A Bíblia Sagrada comenta algumas características e fatos a respeitos de muitos personagens, fala de exemplos deixados por vultos do Antigo e do Novo Testamento, que formam o panorama de épocas de um passado bastante remoto para nós. Lemos: "Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito..." (Romanos 15.4 a). Abordaremos um personagem cujo procedimento não é aconselhável tê-lo como inspiração. Apesar disso, não deixa de apresentar lições para nossa vida espiritual, principalmente para aqueles que desejam servir ao Senhor "guardando o mistério da fé em pura consciência".

Vamos falar sobre alguns aspectos da vida de Simei, filho de Gera, de Baurim - o homem que amaldiçoou Davi, o grande rei de Israel. Simei era filho de Benjamim. Portanto, um israelita. Não possuímos informação se era, ou não, da família de Saul. Pelo modo de agir, temos a impressão de que era um saudosista, pois ao amaldiçoar Davi, disse-lhe: "O SENHOR Deus o está castigando por todo o sangue derramado na casa de Saul, cujo reino você usurpou. O SENHOR já entregou o reino nas mãos de seu filho Absalão. Agora você caiu em desgraça, porque é um assassino!" (2 Samuel 16.8).

Como muitas pessoas em nossos dias, Simei não tinha visão ou revelações espirituais. Não aceitava e nem se incomodava com a direção de Deus, pois se atentasse para essas coisas, saberia, como o general Abner, e outros, que o Senhor havia escolhido e ungido Davi para que reinasse sobre Israel. Davi não era um usurpador, mas um homem chamado e constituído por Deus. Apesar disso, para homens carnais, ambiciosos e politiqueiros, essa questão de direção, revelação de Deus, não significam nada. Os "Simeis" não atentam ao fato de que na Obra de Deus, devem prevalecer a direção e revelação do Senhor.

Muitos vivem a procura de "um lugar a direita, ou a esquerda". Não importa, desde que tenham posição. E para consegui-la "amaldiçoam" companheiros, negando-lhes as qualidades espirituais que os capacitam. São como Simei, não reconhecem a unção nem a direção de Deus.

Simei foi injusto, cometendo grande erro ao chamar Davi de "homem de sangue", porque Saul foi muito mais sanguinário do que Davi. Senão, vejamos os fato:

• quando Saul fora avisado pelo seu criado Doegue (edomeu) do que o sacerdote Aimeleque havia dado a Davi e aos seus homens, os pa~es da proposição e a espada que pertencera a Golias, o gigante, isto foi o suficiente para que Saul fosse interpelar o sacerdote e ordenasse a morte de oitenta e cinco homens, que ministravam perante o Senhor  (1 Samuel 22.17-19).

Sem motivo que justificasse vingança tão ignominiosa, Saul ordenou uma grande chacina, pois além dos oitenta e cinco homens ungidos, sacrificou todos os habitantes de uma cidade, incluindo as criancinhas que ainda era nutridas apenas com leite materno. Então o saudosista Simei não tinha razão para dar a Davi o qualificativo de "homem de sangue". Realmente, Davi havia derramado sangue. Mas não o sangue inocente. Porém, em "guerras do Senhor", para defesa e consolidação territorial do seu povo em lutas sérias e leais.

Há, todavia, outros ângulos a considerar. "Os criados de Saul", que eram israelitas, não quiseram estender suas mãos contra os sacerdotes. Respeitaram a unção que havia sobre eles. O Doegue, entretanto, que era edomeu, descendente de Esaú, alheio às promessas de Deus, arremeteu contra os sacerdotes e os matou.

Que Deus tenha misericórdia, que jamais haja em nós atitudes parecida com a de Doegue, homem que não possui temos de Deus, gente entranha à doutrina e princípios que norteiam a vida e "modus operandi" da Igreja e do ministério eclesiástico. Esses são sempre dispostos a usar a calúnia ou pressupostos discutíveis, contra "sacerdotes" ungidos do Senhor.

Doegues, não se esqueçam de que Deus cuida da sua Obra.

Enquanto o rei Davi estava firme no trono, e a Nação experimentava período de paz, o Simei não se manifestou. Quem sabe até visitava a corte, dando suas opiniões. Mas, bastou que Davi sofresse o impacto da revolução do filho Absalçao, que o obrigou a deixar o governo, para que Simei aparecesse, exteriorizando todo o fel do seu sentimento, do fingimento e da deslealdade. Não passou diretamente para o lado dos revoltosos, mas achava que os revoltosos tinham razão. Como muitos fazem em nossos dias, não entrou na linha de frente da batalha e nem se quer quis lutar, porém, deu apoio indireto para Absalão, como se Davi fosse um mal administrador, conivente com pecados, e outras coisas mais.

Simei cometeu muitos erros. Ele  se enganou quando disse que Deus havia dado o reino para Absalão naquele ocasião e nem posteriormente. Deus não dá posto de liderança para rebeldes. Estes sempre tentam tomar os "reinos" usando estratégias malignas e subterfúgios vergonhosos e terminam fracassados em suas tentativas desleais.

Sabemos que após a derrota de Absalão, Simei foi dos primeiros a ir ao encontro de Davi, quando este voltara ao trono em Jerusalém. Pediu perdão, confessou o pecado, prometeu lealdade e até conseguiu que Davi o perdoasse e lhe poupasse a vida. 

Passaram-se os anos, e antes de morrer Davi o "recomendou" a Salomão, seu filho sucessor. O novo monarca era homem sábio e prudente. Tratou dos casos de Adonias e Joabe, e quanto Abiatar, seguidor de Adomias, Salomão o mandou para Ananote, "para os seus campos". Chamou também a Simei, recomendando que viesse residir em Jerusalém e que não saísse da cidade. Simei, muito cordato e "humilde" aceitou e até considerou ser boa aquela palavra. Porém, se esqueceu da recomendação do rei, e saiu para buscar seus servos. Foi o último dos seus erros, pois este lhe custou a vida.

Assim acontece com todos que não andam em sinceridade; que usam de engano; que não "respeitam as dignidades alheias", que falam coisas perversas; que não temem a Deus e nem a sua Palavra. 

Que Deus nos guarde dos "Simeis" e do seu modo de agir.

E.A.G 

Fonte: Mensageiro da Paz, ano 46, número 3, ano 1976, Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus).
Texto usado com adaptação ao blog Belverede.

domingo, 4 de agosto de 2019

Lições Bíblicas - O Governo Divino em Mãos Humanas: Liderança do Povo de Deus em 1º e 2º Samuel

Revistas Lições Bíblicas Adultos
4º trimestre de 2019.
Tema: O Governo Divino em Mãos Humanas – Liderança do Povo de Deus em 1 e 2 Samuel.

Comentarista: Osiel Gomes.
Escritor, conferencista, bacharel em Teologia, Direito e graduado em Filosofia; líder da Assembleia de Deus em Tirirical, São Luís – MA.

Sumário:

Lição 1 – Conhecendo os Dois Livros de Samuel
Lição 2 – O Nascimento de um Líder Profético em Israel
Lição 3 – A Chamada Profética de Samuel
Lição 4 – A Degeneração da Liderança Sacerdotal
Lição 5 – A Instituição da Monarquia em Israel
Lição 6 – A Rebeldia de Saul e a Rejeição de Deus
Lição 7 – Davi é Ungido Rei
Lição 8 – O Exílio de Davi
Lição 9 – O Reinado de Davi
Lição 10 – O Pecado do Homem Segundo o Coração de Deus
Lição 11 – As Consequências do Pecado de Davi
Lição 12 – A Rebelião de Absalão
Lição 13 – A Velhice de Davi

1º Trimestre de 2020: Sumário - Lições Bíblicas (Adulto). A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção (Edição Comemorativa)   

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A funda e as cinco pedrinhas de Davi


É muito comum encontrar crentes usando o embate de Golias e Davi para dizer que Deus está ao seu lado em situações aflitivas que os crentes experimentam nesta vida. Porém, poucos lembram que o pequeno pastor não chegou ao campo de batalha com a intenção de lutar, ele chegou ali levando marmitas aos seus irmãos e sentiu seu brio atacado quando o incircunciso zombava de seu Deus.

Faça um retrospecto da sua vida. Como vai a sua fé? As ações que realizamos em nosso cotidiano revelam a intensidade de nossos sentimentos e quais são eles. O apóstolo João ensina que o certificado do nosso amor a Deus é como nós provamos o nosso amor aos irmãos através do modo como nos comportamos em relação a eles. Estamos dispostos a visitar os órfãos e as viúvas em seus momentos de necessidade? Estamos dispostos a estar separados da corrupção desse mundo? Da corrupção política, corrupção moral ou ética?

Em seu alforge, Davi carregava apenas cinco pedrinhas, mas em seu coração havia o amor ao Criador manifestado em atitudes vistas no cotidiano de jovem religioso. Girou a funda e atingiu exatamente o ponto frágil do inimigo que metia medo em todos. O grandalhão foi ao chão e de pronto Davi lançou mão da espada e deu cabo da empáfia daquele ser ameaçador. E se aparecessem mais quatro gigantes – os especialistas em Bíblia Sagrada afirmam que existiam – as outras quatro pedrinhas de Davi seriam usadas com a mesma eficiência.

Precisamos observar o contexto dessa história e vivenciar esta verdade contextual!

E.A.G. 

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A canção como adoração a Deus

Por F. W. Krummacher

Conforme o costume judaico da Festa da Páscoa, Jesus entoou um hino, acompanhado de seus discípulos, a canção de louvor que consistia dos Salmos 115 a 118. Neste episódio, encontramos nosso Senhor cantando. No texto original em grego, não existe margem para dúvidas quanto a isso.

Por meio desse cântico, Cristo consagrou para sempre a música vocal na liturgia de cultos da Igreja.

A ação de cantar é um valioso dom do céu à terra: envolve a linguagem de sentimentos, exala o estado elevado da mente, é a expressão de uma alma extasiada.

A analogia entre as almas e um violão quebrado
O músico também é um crente

Executado no serviço da reuniões de culto nas igrejas, quão benéfica e abençoadora é a boa influência da mensagem cantada! Quem ainda não experimentou o seu poder maravilhoso de elevação espiritual, de pôr o ser humano acima do ambiente sombrio da rotina neste mundo? Quando o crente entoa hinos, a sua alma é dilatada, o seu coração é comovido, os correntes da inquietação são desbaratadas e o peso da tristeza são repelidos.

A melodia litúrgica é capaz de promover situações melhores que essas. Através do louvor sincero, o Espírito Santo combina a ação do crente ao usar a voz melodiosamente, em veneração ao Senhor, com seu sopro divino. E assim, inumeráveis vezes o Consolador tem trazido tranquilidade aos aflitos, expulso Satanás e seus projetos destruidores do meio do povo de Deus. 

À semelhança de uma perfumada brisa da primavera, o costume de cantar para adorar ao Senhor tem feito com que corações duros se derretam como ceras, tornando-os frutíferos, plenamente prontos para receber as sementes das Escrituras Sagradas e entrar à eternidade na companhia do Altíssimo.

O rei Davi recebeu uma honra indescritível ao ter suas composições sendo cantadas pelos lábios graciosos do Senhor Jesus Cristo - a inspiração suprema de suas obras de louvor. Se ao escrever os Salmos ele soubesse que isso ocorreria, talvez não conseguisse empunhar a pena e escrever uma só palavra. Não há registro bíblico que outro autor tenha recebido tamanha honraria do próprio Criador de todas as coisas.


Fonte: The Suffering Savior via revista  Fé para Hoje, ano 2004, número 24,  página 19, São José dos Campos/SP (Editora Fiel). Texto adaptado ao blog Belverede.

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Divorciados no grupo de obreiros - a interatividade do blogueiro com o leitor

Em 24 de abril de 2013 publiquei o artigo Divorciados no grupo de obreiros. Pode?. Trata-se de uma reflexão bíblica, sem a intenção de me posicionar como alguém capaz de fechar o assunto. Continuamos a refletir sobre este tema, polêmico e importante, no espaço de comentário do artigo

Veja a interatividade mais recente, recebida em 11 de novembro passado, enviada por Marcos Roberto Chagas. Importante frisar que o mesmo inseriu a questão de adultério à questão "união conjugal de obreiros divorciados", quando citou o trágico episódio de aproximação íntima entre Davi e Batseba.

A infidelidade conjugal
A família e a sexualidade
As bases do casamento cristão
Briga entre pessoas casadas
Divórcio e novo casamento pela ótica da Reforma Protestante
O Divórcio
Qual a permissão dada na Bíblia para o divórcio?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Sabedoria divina para a tomada de decisões

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas. Uma das definições da pessoa sábia: "O sábio não é aquele que sabe mais do que os outros; é aquele que descobre em Deus a fonte da sabedoria" - Pastor Elienai Cabral; - Pastor Elienai Cabral. Livro: O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises; página 148 (CPAD).
Por Eliseu Antonio Gomes 

Introdução

Deus é a fonte de todo conhecimento e sabedoria. Deus deseja nos dar sabedoria para vivermos de modo que seu nome seja glorificado em nossas vidas. 

I. Crise familiar no reino davídico.

1. A velhice de Davi (1 Reis 1.1-4).

Davi obteve grandes sucessos como guerreiro de grandes batalhas e de ter expandido as fronteiras da nação israelita, mas não soube administrar bem sua família. Ao chegar à velhice, o seu reinado estava sem o governo pessoal, motivando a luta pelo trono.

Já muito idoso, Davi recebe os cuidados de Abisague, jovem sulamita.

Davi reinou por 40 anos e realizou um reinado de grandes conquistas para Israel (1025-985 a.C.). Ao chegar aos 70 anos de idade ficou enfermo. A enfermidade criou algumas crises no seu reino, com familiares e com homens da corte. No declínio momentâneo da realeza, o rei foi alvo de traição, mentira e ambição. Em meio ao estado frágil, foi informado de acontecimentos desagradáveis que estavam produzindo insegurança no trono de Israel. Então ele entendeu que era chegado o momento da sucessão, e resolveu indicar o próximo rei de Israel. Perto do dia de morrer, consagrou Salomão como seu sucessor ao trono.

É importante ter em mente que há a hora de encerrar uma carreira, o final é tão importante quanto o começo dela.

2. Bate-seba: a atitude de uma mãe em meio à crise.

Bate-seba, uma linda mulher, era filha de Eliã, viúva de Urias, um heteu, que havia se convertido ao Deus de Israel. Tanto o seu pai como o seu falecido marido, eram destacados no exército de Davi (2 Samuel 23.34, 39); Aitofel, o seu avô, era o famoso conselheiro do rei (2 Samuel 15.12, 31). Mas, Bate-Seba é mais lembrada pelos leitores da Bíblia pelo seu início de relacionamento com Davi, num encontro adúltero com o monarca (2 Samuel 11 e 12.1-25).

Bate-Seba trabalhou junto com Natã nos momentos que cercaram a morte do rei, seu então esposo Davi e pai de seu filho Salomão, para assegurar que a vontade de Davi, em ter Salomão como seu sucessor, fosse bem sucedida. Ela e o profeta impediram que Adonias usurpasse o trono. Com essa atitude da esposa, o velho e adoecido Davi demonstrou ainda gozar de lucidez para decidir a sucessão real e declarou, publicamente, Salomão como o novo rei de Israel. Sabendo da posse de Salomão, Adonias fugiu.

O nome de Bate-Seba, apesar do pecado sexual que ela cometeu, aparece na árvore genealógica de Jesus, numa demonstração clara de que Deus perdoa e esquece nossos erros quando pedimos seu perdão e nos arrependemos (Mateus 1.16).

3. Adonias e os valentes de Davi (1 Reis 1.15).

A história de Salomão começa com uma crise de sucessão no trono de Israel.

Adonias, era o quarto filho de Davi com Hagite (2 Samuel 3.4). O relato em 1 Reis 1.6 nos revela que Davi, como seu pai, não impunha limites em seu tempo de criança, não o contrariava em nada. A falta de disciplina causa sérias crises no relacionamento familiar. Portanto, discipline seus filhos com contundência e amor, enquanto são novos, sempre que necessário, para que ao crescerem não se tornem pessoas intolerantes e intoleráveis.

A diferença entre Adonias e Salomão era o fato de que a mente de Adonias estava voltada para si mesmo, era vaidoso, ambicioso, egoísta e gostava de ostentar pompa, sempre acompanhado de uma escolta de soldados do exército israelita montados em cavalos pomposos. Não tinha sensibilidade espiritual, por isso, quis tirar proveito da situação crítica para promover-se com traição. resolveu aproveitar a enfermidade do seu pai para apoderar-se do trono, armando uma tentativa de golpe político contra o próprio pai. Por sua vez, Salomão tinha índole de homem pacífico, era conciliador, inteligente, fiel aos conselhos do pai, e sendo assim deu continuidade a um reinado de prosperidade sob a bênção de Deus. .

Davi prolongou seu reinado além do tempo ideal, não soube discernir o momento certo de passar a coroa ao herdeiro do trono. Já havia perdido alguns filhos, e entre os que restaram estava Adonias, que era o quarto mais velho dos filhos vivos (2. Samuel 3.2-3). Quando Davi estava às portas da morte, vendo que o pai já não possuía boas condições de saúde para governar, este desejou sucedê-lo no trono, pois naquele tempo ele era o filho mais velho.

Adonias sentia-se com direito ao trono e entendeu que o mesmo pertencia a ele por direito, ao saber de que Davi tinha preferência por Salomão para assumir o trono, não respeitou a vontade do pai, criando grandes problemas em família e no reino. Acreditando que podia se declarar como o novo rei de imediato, reuniu carruagens, cavaleiros e cinquenta homens; recrutou a ajuda de Joabe, comandante dos exército de Abiatar, o sumo sacerdote. Porém, outros generais, sacerdotes, o profeta Natã e os gurda-costas de Davi se negaram a apoiá-lo. Ele fracassou em seu intento de reinar.

Reincidente no erro de conspiração, mais tarde, depois da morte do pai, quando Salomão já governava, e depois de haver recebido o perdão de Salomão no episódio da primeira tentativa de golpe de Estado, tramou novamente para obter o trono, achando que apoiado pela lei, poderia aspirar ao reino se viesse a casar-se com Abisague, a jovem sunamita que cuidou de Davi quando doente em seu leito. Salomão, percebendo o ardil, mandou matá-lo. (1 Reis 1.49-53; 2.25).

O efeito mais positivo do discipulado na nossa vida é o nosso esforço para, sinceramente, sermos sempre fiéis ao nosso cônjuge e a nossos filhos e irmãos, e conduzi-los num viver conforme a vontade de Deus, mediante o ensino acompanhado de bons exemplos

II. Salomão busca sabedoria para reinar.

1. O novo rei dedica holocaustos a Deus (1 Reis 3.4).

Dos quatro filhos que Davi teve em Jerusalém, Salomão foi o quarto filho. Dentre os reis de Israel, veio a ser o terceiro a reinar.

Ao nascer, Davi o chamou Salomão, que significa "o pacífico", da mesma raiz de "shalom", que significa "paz". Diz o texto bíblico que ao nascer "o Senhor o amou" (2 Samuel 5.14; 12.24-25). Filho de Davi e Bate-seba, embora um dos mais novos, ainda jovem foi escolhido para ser rei, motivando grande disputa entre os irmãos, principalmente Adonias.

Após o sepultamento de Davi, Salomão,  pela perspectiva humana um jovem inteligente, buscou ao Senhor para reinar em Israel. O texto bíblico diz que Salomão amava Deus e por este motivo, consciente de sua inexperiência, foi a um dos montes altos chamado Gibeão, uns 16 km a noroeste de Jerusalém, onde ficava a Arca da Aliança para oferecer holocaustos a Deus e receber dEle a sabedoria divina de que precisava. Neste lugar, com seu coração aberto a Deus em oração, numa das noites de preocupação com o reino e como administrá-lo bem, ele adormeceu. Durante o sono, Deus falou com Salomão em sonho. Nesta revelação, Salomão ouviu tudo que precisava ouvir, pois o sonho foi uma maneira especial de Deus comunicar-se com ele.

Diante da responsabilidade de governar o povo de Israel, naquele sonho, orando, Salomão pediu a Deus sabedoria para ter capacidade de reinar sendo um bom rei. Salomão não solicitou bens materiais ou a morte de seus inimigos. Ele pediu bom senso para guiar o seu povo de modo justo. Essa atitude humilde de Salomão agradou a Deus, que se dispôs a fazer muito mais do que o rei estava pedindo.

No tempo da invasão israelita contra Canaã, Gibeão era uma grande cidade habitada por heveus. Depois da queda de Jericó e Ai, temendo pela vida, seus habitantes enganaram Josué levando-o a estabelecer um pacto no qual eles seriam subordinados aos israelitas. Gibeão é o palco da grande providência de Deus, no episódio em que Josué, em socorro aos gibeonitas, travou batalha contra os reis amorreus. Ali, Deus enviou uma tempestade de pedras e fez com que o dia não terminasse enquanto Josué não derrotasse completamente seus inimigos . Na distribuição das terras, coube por sorte a posse ser para Benjamim, e foi separada para os levitas (Josué 9.7-10; 11.19; 19.25; 21.17)

2. Salomão pede sabedoria a Deus (1 Reis 3.5).

A atitude de Salomão, nessa primeira fase de sua vida, agradava ao Senhor. Empossado rei em meio a crises, ele era a melhor pessoa para administrar a crise do reino de modo temente a Deus. Era uma instabilidade que atingia não só a corte, mas todo o povo estava afetado pela insegurança daquele momento. Em quem confiar? Como fazer para gerenciar aquela situação e proporcionar a paz no coração e na vida do povo?

Antes de assumir o reino, subiu ao Monte Gibeão, onde permanecia o tabernáculo, construído por Moisés, para oferecer holocaustos a Deus. Ali, recebeu o comunicado divino que lhe oferecia tudo: riqueza, poder etc. Contudo, apesar da generosa oferta, pediu somente sabedoria. Como resposta, recebeu de Deus três promessas incondicionais e uma condicional. Incondicionalmente, foi garantido a Salomão não somente sabedoria, mas também muitas riquezas honra e poder; e, condicionalmente, uma vida longa "se andar nos meus caminhos" (1 Reis 3.10-14).

Assim, Salomão pôde governar o povo com muita sabedoria. Ele fez um excelente governo e seu nome ficou famoso graças  não somente à consolidação de um poderoso Estado, mas à sua religiosidade, provada pela decisão de construir o templo, idealizado por seu pai.

O povo brasileiro atravessa uma das piores crises econômicas do país. Em tempos de crise econômica o que você pediria, caso estivesse na mesma situação de Salomão? De nada adianta ter bens materiais e faltar sabedoria para administrá-los.

O melhor bem que podemos receber de Deus é a sabedoria. Peça a Deus sabedoria para ser capaz de conduzir sua vida sendo uma bênção ao próximo. Deus responde este tipo de oração, irá orientá-lo, concedendo-lhe uma estratégia adequada para seguir adiante dando passos bem-sucedidos. O Senhor não deixará faltar a provisão para você e sua família. Confie no Deus que tudo provê.

3. O desejo de construir um templo para Deus (1 Crônicas 22.1-5).

Ao longo de seu reinado, Davi acumulou muitas riquezas, visando ao sonho maior de sua vida que era disponibilizar ao povo de Israel um templo a Deus em Jerusalém, para assim estabelecer um lugar fixo para adoração a Deus. Fez tudo quanto pôde para realizar tornar realidade o seu projeto, juntou muito material de construção. Então, foi impedido por Deus de realizar tal edificação, através de uma profecia proferida por Natã, em razão do adultério cometido com Bate-seba, mulher de Urias, por planejar a morte deste, e por toda sua vida ter sido homem de guerra (1 Crônicas 22.8). Entretanto, Deus lhe garantiu que Salomão haveria de erigir o grande templo em seu lugar.

Apesar de impedido de pôr mãos à obra, Davi negociou com Hirã, rei de Tiro, o envio de madeiramento (cedros do Líbano), operários e artífices, para possibilitar a realização de seu sonho, sonho concluído por seu filho Salomão.

III. Sabedoria para edificar o templo.

1. Salomão faz aliança com Hirão (1 Reis 5.1-6).

O grande edifício não era apenas um capricho de Davi como rei. Existia a necessidade de congregar o povo num só lugar e a dificuldade do povo e do próprio rei para subir os montes, com a finalidade de sacrificar ao Senhor, especialmente em Gibeão (1 Reis 3.3-4). Essa dificuldade vinha desde os tempos dos juízes. Por isso, construir uma grande casa para Deus em lugar fixo era uma necessidade de todo o povo, além de manter a união das famílias e fortalecer o reino de Israel.

Com a finalidade de realizar tão importante obra, Salomão fortalece as relações com Tiro e faz contratos para materiais com os quais construirá o templo que seu pai desejava erguer. Para esse fim, convocou milhares de funcionários israelitas e, no quarto ano de reinado, começou a construção.

2. A construção do templo (1 Reis 5.7-12).

A planta do Templo e seus utensílios são modelados a partir do modelo que Deus deu a Moisés para um centro de adoração móvel. Os utensílios do Templo ainda que numa escala muito maior, tinham o mesmo significado espiritual que cada item correspondente no Tabernáculo.

A estrutura do templo recebeu  o que havia de melhor, mármore, madeira de cedro, foi ricamente adornado com cobertura de ouro e mobiliado com utensílios de ouro. O projeto de construção se estendeu por sete anos.

3. A arca da aliança

No templo, foi depositada a Arca da Aliança, baú construído por Moisés seguindo à instrução de Deus, para servir de receptáculo das Tábuas da Lei (Êxodo 25.10). A Arca estava no monte Gibeão e deveria ser trazida para Jerusalém e ser colocada no Santuário, no interior do do lugar Santíssimo. Salomão sabia, por experiência, que o utensílio mais importante no templo seria a presença da Arca da Aliança, Sabia que a presença da Arca produziria grande alegria no coração do povo, pois era o grande símbolo da aliança entre Deus e os israelitas e representava a presença do próprio Deus em Israel. A ausência da Arca significaria derrota espiritual e a não presença de Deus no meio do povo.

A presença da arca foi e ainda é considerado pelos judeus como o lugar da Divina Presença de Deus (shekinah, em hebraico). Após a destruição do templo construído por Salomão, não se tem notícia de sua localização, a não ser por sua representação simbólica.

Atualmente, não precisamos de uma Arca, ou algo parecido, para sinalizar a presença de Deus. Jesus Cristo prometeu e se faz presente onde estirem reunidos em seu nome duas ou três pessoas, e em número maior também. Além disso, o Senhor se faz presente pelo seu Espírito Santo, que habita o seu povo ( Mateus 18.20; 1 Coríntios 3.16).

Conclusão

A crise familiar no reino de Davi, a busca de Sabedoria que Salomão desejou para reinar, e o uso desta sabedoria adquirida em favor do povo e para a construção do Templo, nos dá uma excelente lição à vida cristã em família e na igreja. Por meio desta história, sabemos que Deus nos concede sabedoria para vencermos as crises difíceis e inesperadas.

Com frequência surgem conflitos entre pais e seus filhos adolescentes. Em virtudes desses momentos, pode surgir uma barreira de comunicação. Os pais acham difícil conversar com seus filhos. Eles atrasam as explicações sobre transformações cruciais, tanto físicas como mentais, especialmente nas áreas do sexo e da reprodução. Os pais intensificam o controle, e o adolescente luta ainda mais para obter independência. A fissura se abre, eles se tornam antagonistas. Para superar o problema, é importante colocar no ambiente do lar a ordem espiritual, pois em todas as situações a paz real só pode ser alcançada quando existe paz com Deus. Esta paz só é obtida quando há um relacionamento pessoal com Cristo. É importante que se toma a mesma decisão de Josué (24.15): "...escolhei hoje a quem sirvais... porém eu e minha casa serviremos ao Senhor".

O cristão deve exercer a vida cristã confiante nos recursos de Deus, disponíveis pela oração. Se preciso for, que se faça um concerto com Deus, para que haja disponibilidade para sabedoria que Ele oferece (Tiago 1.5) e a reivindicação  de sua ajuda para o desenvolvimento espiritual  apropriado de seus filhos ((Filipenses 4.6).

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, página 366, edição 2016, Várzea Paulista/SP (Casa Publicadora Paulista).
Billy Graham responde - um guia com respostas bíblicas para preocupações de nossos dias, Billy Graham, páginas 191 e 192, 3ª reimpressão 2014, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - O Deus de toda Provisão, Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2016, páginas 83-88,  Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Minidicionário Bíblico, David Conrado Sabbag, páginas 19, 40, 113, 376. 1ª reimpressão (Difusão Cultural do Livro - DLC). 
O Deus de Toda Provisão - Esperança e sabedoria divina para a Igreja em meio às crises, Elienai Cabral, páginas 136-143, 146, 1ª edição 2016, Bangu, Rio de Janeiro (CPAD). 
Quem é quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia, Paul Gardner, página 92, 19ª reimpressão2015, São Paulo/SP (Editora Vida). 

Sabedoria-divina-para-tomadas-de-decisoes-a-historia-de-Salomao-construcao-do-templo-licao-12-Elinaldo-Renovato-Licoes-Biblicas-EBD-CPAD-professor-O-Deus-de-toda-provisao-esperanca-e-sabedoria-divina-para-a-Igreja-em-meio-as-crises-4-trimestre-2016

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Davi desejou a mulher de Uzias ou de Urias?

O reinado de Davi



Davi, além de estabelecer-se como rei das doze tribos, foi guerreiro, músico e poeta. E foi um dos antepassados de Jesus. Seu nome significa “amado”. Ele foi o segundo rei de Israel. Governou durante os anos de 1010 a 970 a.C., período em que o país estava unido. Em sua monarquia, conquistou Jerusalém e a transformou na capital religiosa do reino, levou a arca para lá e organizou os serviços de adoração. Aumentou a extensão do território do reino vencendo todas as batalhas em que se empenhou e ajuntou material para a construção do templo (Mateus 1.1; 2º Samuel 6; 1º Crônicas 15-16; 2º Samuel 8;10;12 ;1º Crônicas 22).



Na geração de Davi, o território de Israel era composto de doze tribos, que representavam cada um dos doze grupos de descendentes dos doze patriarcas, os filhos de Jacó, em que se dividia o povo de Israel. Judá era uma dessas doze tribos israelenses, formada pelos descendentes de Judá. Na divisão da terra, essa tribo recebeu a maior parte, localizada no sul da Palestina (Josué 15.1-12, 20-63).



A união entre as tribos do sul e do norte era apenas artificial, e foi mantida apenas enquanto governantes com personalidade forte como Davi e Salomão estiveram no trono. Quando um rei mais fraco ocupou o trono após a morte de Salomão, as tribos do norte separaram-se definitivamente de Judá. Com a exceção da tribo sacerdotal de Levi, que aparentemente na sua maioria se mudou para o território de Judá (2º Crônicas 11.5-14), apenas a tribo de Benjamim ficou no reino do sul. A partir daí durante cerca de 345 anos (931 a 586 a.C.), a história da tribo de Judá é, na sua maior parte, a história do reino de Judá. Durante esse período dezenove reis, todos descendentes de Davi, e uma rainha, a cruel Atália (filha de Acabe), reinaram sobre o reino do sul, que consistia nos territórios de Judá e Benjamim,e, por algum tempo, o de Edom.


O reinado de Uzias


O território de Judá emancipou-se quando as dez tribos do norte se revoltaram contra Roboão e formaram o Reino de Israel, sob o governo de Jeroboão em 931 a.C. E, Uzias foi o décimo rei de Judá, ele reinou de 781 a 740 a.C., depois de Amazias, seu pai. Uzias (O Senhor é a minha força) também ficou conhecido como Azarias, que significa “Javé ajuda”. É um nome comum entre os israelitas, dado a 28 personagens bíblicos, o principal a receber esse nome foi Uzias. (1º Reis 12; 2º Reis 14.21; 15.1-7; 2º Crônicas 26.1).

Uzias não foi um contemoorâneo do rei Davi, eles viveram em gerações distintas, como podemos observar claramente na exposição das datas.


A tragédia na vida de Urias


Além de Urias, o soldado que teve a união matrimonial e a vida terminadas tragicamente, a Bíblia também informa que existiram um sacerdote e um profeta, assassinado por ordem de Jeoaquim, chamados Urias (2º Reis 16.10-16; Jeremias 26.20-24).

Sobre Urias, o soldado: Enquanto guerreiros lutavam contra os amonitas, da sacada de seu palácio Davi avistou e ficou impressionado com a beleza de Bate-Seba ao vê-la banhar-se e a seduziu. Esta sedução era considerada uma transgressão perante a lei mosaica e pecado segundo os olhos do Senhor, o Deus de Israel. Bate-Seba era esposa do soldado Urias. Para tentar encobrir o adultério, Davi chegou a cometer outro pecado, expondo Urias à morte na guerra, reduzindo suas chances de sobrevivência na batalha (2º Samuel 11).

Sobre Bate-Seba

De acordo com a Bíblia, Bate-Seba (em hebraico, filha do juramento), esposa de Urias, era filha de Eliã ou Amiel.

Bate-Seba engravidou em sua relação extra-conjugal. Após a morte de seu marido Urias, ela tornou-se uma das esposas de Davi.

Devido ao fato, Davi foi repreendido por Deus através do profeta Natã e veio a se arrepender. A criança que nasceu da gravidez transgressora morreu por juízo divino (2º Samuel 12.15-18), o que deixou Davi profundamente abatido. No entanto, Davi teve com Bate-Seba mais quatro filhos, incluindo Salomão, que sucedeu ao trono de Israel (1º Crônicas 3.5) e cumpriu a promessa de construir um templo para Deus.

Quando Davi estava quase morrendo, Adonias reivindicou para si a sucessão ao trono de Israel, mas Bate-Seba e o profeta Natã convenceram Davi a instalar Salomão, o filho dela, como rei (1º Reis 1.5-40). Ela é mencionada na genealogia de Jesus Cristo, em Mateus 1.6.


Conclusão:

Davi, apesar desses erros graves cometidos durante o seu reinado, tomou sempre o caminho do arrependimento e o registro dos seus salmos demonstram a devoção que faziam dele um servo de Deus.

Esta breve e superficial informação, sobre a história, geografia e política, da nação de Israel, apenas serve para mostrar que quem viveu na mesma época de Davi foi Urias, o militar heteu, marido da bela mulher Bete-Seba, com quem Davi adulterou (2º Samuel 11-12).

Pode parecer estranho chamar a atenção para este detalhe, mas eu já encontrei quem confunda os nomes Uzias e Urias, talvez o motivo seja a semelhança fonética. Eu creio que não custa nada lançar luz sobre este detalhe.

E.A.G.

O artigo está liberado para cópias, desde que citados o nome do autor e o link (HTML) do blog Belverede.
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Veja mais neste blog: Sobre a heterossexualidade do rei Davi.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

SOBRE A HETEROSSEXUALIDADE DO REI DAVI

Davi, o homem descrito na Bíblia Sagrada como segundo o coração de Deus (Atos 13.22b) é protagonista de um caso passional, extra-conjugal, de ordem heterossexual.

Alguns homossexuais, procurando bases para afirmar que as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo eram aceitáveis diante de Deus no Antigo Testamento, e por conseguinte nos dias de hoje, interpretam uma declaração de amizade como se fosse uma declaração romântica. Eles desprezam todos os contextos bíblicos da vida de Davi e fazem vista grossa ao tema casamento na Bíblia. Querem incutir na mente de todos que Davi e Jônatas tinham relação gay. Recitam: "Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; muito querido me eras! Maravilhoso me era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres" (2º Samuel 1.26).

Os homossexuais omitem uma informação importantíssima existente no mesmo livro, apenas dez capítulos adiante. Em 2º Samuel, capítulo 11, encontramos a narrativa que evidencia a heterossexualidade de Davi. O episódio mostra o quanto ele tinha atração por mulheres, pois chega a "perder a cabeça" por uma delas.

Nas linhas da narração, constatamos que o testosterona de Davi era pulgente, e que num dia em que o hormônio estava à flor da pele, seu coração esqueceu-se de Deus: Davi vê uma mulher formosa banhar-se, cobiça-a, pesquisa quem seria ela, descobre que se chama Betseba e que é casada com Hurias, um de seus soldados que estava fora de casa em batalha. Mesmo assim, ele faz com que haja um encontro e realiza o louco desejo da conjunção carnal. Depois disso, ele descobre que a esposa adúltera engravidou. E diante dessa situação, querendo cuidar para que a reputação da parceira não corresse risco, produz a situação para que haja intimidades entre o marido e ela, para que assim dissipasse a certeza absoluta do adultério. O marido volta ao seu lar, mas o plano fracassa. Como alternativa, Davi induz o esposo traído a morrer na guerra.

Quando aparecem pessoas dizendo que Davi não era hétero, sempre relembro em primeiro lugar do caso triste no casamento de Hurias e Betseba. Mas, há outros contextos na vida do rei a serem citados:

• Davi tornou-se cunhado de Jônatas, ao casar-se com a irmã dele, Mical (1º Samuel 17.25; 18.19-20).

• Davi teve outras mulheres (1º Samuel 30.5-6; 1º Crônicas 14.3-7.

• Davi casou-se com a viúva de Hurias e teve outros filhos com ela.

Davi gerou muitos filhos (1º Crônicas 3.1-9; 14.3-7). É importante relembrar também que Davi se arrependeu dos seus pecados de adultério e assassinato. O Salmo 51 é um registro do arrependimento.

E.A.G.

Artigo liberado para cópias, desde que citados nome do autor e link (HTML) do blog Belverede.

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Veja maiores detalhes sobre a vida de Davi:

Os altos e baixos do rei Davi

O cristianismo e a poligamia

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Davi, Asafe e Agur – Reflexões sobre a prosperidade bíblica



Versos de Davi: "Deleita-te também no SENHOR, e te concederá os desejos do teu coração" - Salmo 37.4.
Versos da Asafe: “Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas. Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração; e lavei as minhas mãos na inocência. Pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã. Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; até que entrei no santuário de Deus; então entendi eu o fim deles”- Salmo 73. 3, 12-14, 16,17.

Davi fez uma constatação no Salmo 37. É um fato. O fato é que quem está disposto a agradar a Deus completamente, e faz isso, tem o coração satisfeito pelo Senhor. Na verdade, Davi não se refere só às finanças. É satisfação em todos os sentidos da vida. Não é possível desprezar esta declaração espiritual.
A promessa não é específica aos cristãos pentecostais, não pertence aos cristãos neopentecostais e nem aos cristãos tradicionais.
Agur, outro servo de Deus, fez uma oração importante: "Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume" - Provérbios 30.8.

Qual era o desejo do coração de Agur? Ele lembrou-se da santidade e da estabilidade financeira.
Ele pediu a quantidade diária de alimento que lhe deixasse satisfeito! Ele rejeitou a pobreza.
São poucos cristãos, da ala que combate à Teologia da Prosperidade, dispostos a fazer menção do pedido de Agur. A oração denota equilíbrio. O escritor do capítulo 30 de Provérbios, aparentemente, parace fazer um imposição a Deus, mas na verdade ele apenas expressa a vontade divina para com ele e todos nós.

O que temos declarado na Bíblia, é:


• Agradar a Deus e seguir a Cristo não são opções que nos levam a padecer sofrendo, na esfera física ou financeira, como também não nos levam a ser ricos;

• Ser espiritual é conquentemente ter o coração satisfeito por Deus.

• Ser espiritual é afastar do coração a inveja, a vaidade e a palavra mentirosa;

• Ser espiritual é querer e esforçar-se por santificar-se.
Enfim, Deus prometeu satisfazer o coração de todos os crentes fiéis, portanto, coloquemos sempre em primeiro plano a caminhada de fidelidade ao Senhor, e não a linha teológica em que professamos a fé. Você é crente tradicional? Seja sempre fiel. Você é neopentecostal? Seja fiel a Deus! Você é pentecostal? Fidelização ao Senhor!
E.A.G.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Os altos e baixos do rei Davi


Eu sou o bom pastor (João 10.11)
Davi – o pastor de ovelhas
Encontramos os relatos da vida de Davi no primeiro e segundo livros de Samuel. Nestes registros bíblicos, nos confrontamos com os pontos fortes e fracos que ele viveu. Mas, encontramos também a graça de Deus de maneira constante e firme, a despeito da oscilação alta e baixa no decorrer da trajetória deste ser humano.
O nome Davi em hebraico significa “amado”. Ele foi descendente de Jesus Cristo, era filho de Jessé, bisneto de Rute, nasceu em Belém sendo o caçula de uma família de oito irmãos (1 Samuel 16.1, 10-11,13).
Em seu currículo, além de pastor e rei, Davi acrescentou a função de músico, poeta e soldado.

Durante a primeira parte de sua mocidade foi pastor de ovelhas em sua cidade natal. Esta ocupação, nos países orientais era geralmente exercida pelos escravos, pelas mulheres, ou pelos íntimos da família. Pastoreando, Davi era valente; protegia o rebanho das grandes feras predadoras (1 Samuel 17.34-37).
Apesar dele ser o caçula da família, o que não lhe dava o direito de receber os privilégios da primogenitura, a mando de Deus, foi ungido pelo profeta Samuel rei sobre Israel. Na ocasião da unção, enquanto o pai e os irmãos participavam de um banquete, ele estava distante da mesa pastoreando as ovelhas. Da casa de seu pai Jessé, até sentar-se no trono de Israel, se passou um longo tempo, período em que atravessou muitas circunstâncias adversas (1 Samuel 16.11,13).

Davi e Golias

Davi matou Golias em Gate, após vencer o gigante filisteu, de um anônimo pastor de ovelhas tornou-se um grande guerreiro com fama nacional (1 Samuel 14.49).

O lugar do combate de Davi contra Golias foi Efes-Damim (1 Sm 17), que fica entre os montes da parte ocidental de Judá. O ribeiro, que corria entre os exércitos de Israel e dos filisteus, era o Elá, ou ‘o Terebinto’, que hoje tem o nome de Wady Es-Sunt.

Davi não se sentiu bem quando por sugestão de Saul vestiu a armadura dele - Saul - para ir lutar contra Golias. Ele preferiu usar suas próprias vestes e uma funda e cinco pedras para atacar seu oponente; a funda aparentava ser uma arma inofensiva, porém, Davi provou que um brinquedo se torna fatal quando nas mãos de um servo temente e dentro da vontade de Deus (1 Samuel 17.38,39).

Davi, Jônatas e Mical

Davi teve bom relacionamento com os filhos de Saul. Foi amado por Jônatas e Mical, com quem fez um pacto de sincera amizade. A vitória de Davi contra o gigante filisteu levou-o a casar com Mical, pois Saul havia prometido a mão da filha ao israelita vencedor do combate (1 Samuel 18.1, 28; 19.2; 20.42)

Davi – o tocador de harpa (1 Samuel 16.14-23)

O ato heróico, matar o gigante filisteu, lhe deu acesso à corte de Saul. Ele tornou-se o escudeiro do rei. E como era hábil tocador de harpa, era solicitado pelo infeliz monarca para que tocasse o instrumento com a finalidade de suavizar sua melancolia, descrita como tormento de um espírito mau.

Ser o herói que matou o gigante filisteu lhe rendeu a notoriedade e isto causou em Saul sentimentos maliciosos, grande ciúmes e inveja. Todavia, o rei nomeou Davi capitão da sua real guarda, posição somente inferior à de Abner, o general do exército, e à de Jônatas, o provável herdeiro do trono.

Davi, da perseguição de Saul ao trono de Israel

A louca inveja e os maus intentos do rei Saul arrastaram Davi do ambiente confortável do palácio real ao exílio. Ele foi ter primeiramente com o sacerdote Aimeleque, mas depois refugiou-se na corte de Aquis, o filisteu monarca de Gate, e dali pôde livrar-se, fingindo-se louco (1 Samuel 19 a 21). Retirando-se de Gate, refugiou-se Davi na caverna de Adulão. Formar um exército com 400 homens, e depois 600, e andando de um canto a outro com seus dedicados companheiros conseguiu escapar da ira de Saul.

Em contraste com a furiosa perseguição, movida contra Davi, manifesta-se a cavalheiresca atenção do fugitivo para com 'o ungido do Senhor', como se mostrou quando ele poupou a vida de Saul no deserto de En-Gedi, e no deserto de Zife (1 Samuel 24, 1 Samuel 26).

Saul e Jônatas morreram em batalha, e Davi lamentou-se muito. Após essas duas mortes, tornou-se rei de Judá, em Hebrom, e depois de sete anos e meio, quando o outro filho de Saul, Is Bosete, veio a ser assassinado – ato que reprovou e fez justiça - , passou a reinar sobre todo o Israel (2 Samuel 1.17; 2 Samuel 2; 2 Samuel 4; 2 Samuel 5). Davi honrou sua amizade com Jônatas e estendeu sua bondade ao filho dele (2 Samuel 9).

Depois da desastrosa batalha de Gilboa (1 Sm 31), proferiu Davi aquela tocante lamentação a respeito de Saul e Jônatas (2 Sm 1).

Davi na caverna de Adulão, pintura de Claude Gellé - 1628.

Como rei de Israel, Davi conquistou a fortaleza dos jebuseus, a única que no centro daquela terra que resistia às forças do povo escolhido. Por meio de um repentino assalto foi tomada a cidade de Jebus, sendo daí para o futuro conhecida pelo seu antigo nome Jerusalém, e também pelo nome de Sião (2 Sm 5). Esta cidade foi grandemente fortificada, tornando-se a capital do reino. A arca foi transportada com grande solenidade de Quiriate-Jearim sendo construída uma nova tenda ou tabernáculo para recebê-la (2 Sm 6).

Davi e Bate Sabá (2 Samuel 9)

A prosperidade continuou a bafejar as armas de Davi - mas no meio de tantos triunfos, quando o seu exército estava cercando Rabá, caiu ele nas profundezas do pecado, planejando a morte de Urias, depois de ter cometido adultério com Bate-Seba (2 Sm 11). Convencido da sua grave falta, arrependeu-se, implorando a misericórdia do Senhor, e foi perdoado - mas a parte restante da sua vida foi amargurada com questões de família.

Absalão, seu filho muito amado, revoltou-se contra ele, e por algum tempo Davi teve de exilar-se - mas por fim morreu o ingrato e revoltado israelita, que tanto martirizou seu pai (2 Sm 15 a 18). o insensato procedimento do rei, na numeração do povo, enevoou ainda mais a vida de Davi (2 Sm 24). Finalmente, depois de ter Adonias pretendido o trono, abdicou Davi em favor de Salomão, confiando-lhe, além disso, a tarefa de edificar o templo, para o qual ele tinha reunido muitos materiais. E, depois das recomendações finais ao seu sucessor, descansou com seus pais, “e foi sepultado na cidade de Davi” (1 Rs 1 e 2).

A vida de Davi acha-se cheia de incidentes românticos e de contrastes surpreendentes. É, realmente, uma história humana, que manifesta tanto a fraqueza como a força de uma alma de extraordinária capacidade. O fato de ter sido qualificado como homem ‘segundo o coração de Deus’ (1 Sm 13.14 e At 13.22) não significa, de forma alguma, que Davi fosse homem perfeito, mas somente que ele era um agente escolhido do Senhor para os Seus profundos desígnios.


Davi e o adultério com Batesabá - xilogravura de Juluis Schinoor von Carolsfeld - 1908.

Sobre o caráter geral de Davi diz o deão Stanley o seguinte: ‘Tendo em vista a complexidade dos elementos que constituem o caráter de Davi, a paixão, a ternura, a generosidade, a altivez, as suas qualidades de soldado, pastor, poeta, estadista, sacerdote, profeta, rei - considerando ainda nesse homem extraordinário o amigo romântico, o guia cavalheiresco, o pai dedicado, não se encontra em todo o A.T. outra pessoa com a qual ele se possa comparar... É ele o tipo e a profecia de Jesus Cristo. Não se chama a Jesus o filho de Abraão, ou o filho de Jacó, ou o filho de Moisés, mas sim o ‘filho de Davi’.

Os pecados de Davi - a mentira, a traição, o adultério e o assassinato - foram causa de graves acontecimentos na sua vida, mas nele se via um homem que se humilhou a si mesmo em grande arrependimento na convicção de haver pecado (2 Sm 12).

Ele se tornou o mais ilustre dos reis de Israel, descrito como o homem que seguia e era segundo o coração de Deus. Nunca buscou glória para si mesmo, honrou a Deus durante todos os dias da sua vida (1 Samuel 13.14; 16.7; Atos 13.22; 2 Samuel 7.18-29).

E.A.G.

Artigo deste blog baseado em compilações e consultas: Onde Encontrar na Bíblia? - Geziel Gomes (Editora Central Gospel), Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD), Conciso Dicionário Bíblico - Dr. S.L. Watson (IBB), Dicionário Bíblico Universal - Bucklan (Editora Vida), Bíblia de Estudo Vida (Editora Vida), Pequeno Dicionário Bíblico (Editora Vida), Bíblia Devocional de Estudo (Fecomex).

Veja mais sobre Davi neste blog: A aplicação da hermenêutica no Salmo 8.1-5

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Davi e Golias no Vale de Elá

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1 Samuel 17. 48-51
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"Então Golias começou novamente a caminhar na direção de Davi, e Davi correu rápido na direção da linha da batalha dos filisteus, para lutar contra ele. Enfiou a mão na sua sacola, pegou uma pedra e com uma funda a atirou em Golias. A pedra entrou na testa de Golias, e ele caiu de cara no chão. Então Davi correu, ficou de pé sobre Golias, tirou a espada dele da bainha e o matou, cortando com ela a cabeça dele. E assim Davi venceu a Golias e o matou apenas com uma pedra".
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Nova Tradução na Linguagem de Hoje / Artista: Gustave Doré.

domingo, 20 de janeiro de 2008

O SALMISTA DAVI E O RAPPER GABRIEL O PENSADOR - CRENTE QUE TEM PROMESSA NÃO MORRE

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Introdução
Aos leitores desse blog faço um pedido inusitado. Antes de passar ao segundo parágrafo leia o último, e só depois prestigie-nos aqui.

“Atenta para mim e ouve-me, ó SENHOR meu Deus; ilumina os meus olhos para que eu não durma o sono da morte” – Salmo 13.3.

Existe um rapper carioca chamado Gabriel O Pensador, ele gravou uma canção com a mesma indagação que inicia o Salmo 13. Tanto a poesia bíblica quanto a secular são compostas com versos que nasceram de uma angústia profunda, então, a pergunta: Até quando?

Antes que alguém diga que faço comparação de igualdade de valores entre letras sacras e seculares, refuto totalmente essa acusação. Não faço sacrilégio, apenas traço o paralelo sobre duas poesias, a bíblica e a extra-bíblica, porém ambas com expressões vindas da alma. Sei reconhecer os graus de espiritualidades distintos. Descreverei minha distinção algumas linhas abaixo.

Para não dar nenhuma margem à ambigüidade, antecipadamente, declaro que acho importante aos líderes evangélicos possuirem formação acadêmica. A teologia é excelente suporte aos ministros do Evangelho.
Crente que tem promessa não morre
A oração do salmista, trecho entre àspas supracitado em negrito, descortina um momento do estado de ânimo depressivo dele. Chega a fazer uma solicitação, aparentemente insana, ao pedir a Deus para não morrer. Mas, sendo ele íntimo do Criador, olhando para trás, com certeza fez o pedido porque tinha em mente os profetas transladados. Deve ter se lembrado de Enoque, Elias e a interrogação sobre a não-localização do corpo de Moisés.

Ou seja, na cabeça de Davi não existia loucura alguma ao abraçar esse desejo de não querer conhecer o sono da morte. Talvez, olhando o caos em redor, tenha se indignado amargamente e almejou o que soube ter acontecido com Enoque.

Existe diferença em quem sofre angústia com Deus e quem sofre sem Deus.
No caso do rapper, a sua poesia não vislumbra a esperança do escape para o alto. Gabriel o Pensador começa e termina seus versos se perguntando “até quando”.

Nós, se de fato conhecemos a Deus intimamente, podemos ensejar o mesmo que Davi.

Primeiro porque Enoque e Elias simbolizam os cristãos que serão arrebatados. Há nas Escrituras Sagradas uma promessa de arrebatamento à Igreja do Senhor Jesus. Na caminhada terrena é salutar ao crente conservar viva essa esperança.

Uma das consequências da fé na promessa do arrebatamento é o chavão “crente que tem promessa não morre”. Estou na fase de querer entender porque, asperamente, alguns pentecostais deploram esse chavão. Acho que deveria haver criticas e interpretações bíblicas, contrárias e à favor, com menos pressa sobre esse assunto.

Leitura bíblica e devoção
Em segundo lugar, quem ama a Palavra de Deus absorve-a diariamente, assim como o organismo recebe o oxigênio. Existe uma simbiose entre o ar e o organismo humano que só é notado o tamanho da sua real importância quando se acaba.
Quem, não sendo vítima de um afogamento, procura desesperadamente por oxigênio se estiver respirando sem problemas? Ninguém! No entanto a Palavra de Deus é mais importante do que a mecânica dos pulmões. Mais do que o desespero do pulmão de quem procura e não encontra o ar deveria ser o desespero da pessoa que deixa de praticar a Palavra de Deus.
O crente que se entrega sinceramente a Deus recebe de Deus a força do hábito para amar ao Criador e ao próximo. Está registrado nas Escrituras o mandamento do amor e quem entrega seu coração a Cristo passa, voluntária e prazerosamente, a amar com muita naturalidade, tal qual o exercício pulmonar de respirar e expirar - não é necessário nenhum esforço mental.
Toda pessoa que procura se aproximar de Deus mesmo sem jamais ter cursado uma faculdade, nunca ter se assentado nas cadeiras de heresiologia, hermenêutica – exegese, passa a amar a Deus e ao próximo como a si mesmo e se habitua a pôr tais matérias acadêmicas em práticas. Ele medita dia e noite nas Escrituras Sagradas e diuturnamente pratica-a.
O processo de crescimento espiritual
A pedagogia de Deus é super interessante: tudo é delineado pela linha mestra chamada amor.
Quem ama ao Senhor respeita o semelhante como a si mesmo e antes de criticar alguém se coloca no lugar desse alguém tentando entender o porquê ele errou ou supostamente errou. Faz isso inconscientemente, meditando na Palavra de Deus.
E por meditar na Palavra, troca os sentimentos que o impelem a retrucar aborrecimentos, abandona argumentos que o induzem a lustrar seu ego e passa a agir apenas segundo às argumentações bíblicas. Por causa disso tem imparcialidade, mesmo que esteja envolvido na situação conflitante.
Em descrição simplificada: quem lê e se entrega ao que o Senhor pede é uma pessoa que nega-se a si mesmo, diminui-se e permite que à vontade de Deus cresça e apareça ativamente em todo o seu agir.
Como a teologia define a morte
Voltando a definição do termo morte, na Bíblia Sagrada existem mais de um sentido para ela. É usada para o sentido da morte terrena e também da espiritual. O jargão “quem tem a promessa não morre" não está se referindo à morte terrena, está tratando da morte espiritual.
Morte física
O bom amante da Palavra de Deus faz uso da exegese em Hebreus 11.
Os heróis da fé, como Abraão e Moisés receberam a promessa com um objetivo meramente circunstancial, que era tomar posse de um espaço físico, a terra santa. O Criador não revelou a eles característica do porvir além túmulo.
Ora, se se tratava de uma localização geográfica, a morte física deles é narrado pelo escritor do livro aos Hebreus, capítulo 11, como algo natural à esfera física. A morte ali não é no sentido espiritual, portanto, fazer menção daquele texto para criticar o jargão da imortalidade da matéria humana dos crentes é uma argumentação equivocada e de causar espanto quando proferidas por alguns protestantes portadores de admirável currículo acadêmico.
Morte espiritual
Existe o consenso entre todos os evangélicos que a terra santa simboliza o céu. A Igreja tem a promessa de entrar na Jerusalém Celestial. Lá não haverá morte.
É unânime a crença de que Jesus é a Vida. Sem Cristo, dizemos, não herdaremos a vida eterna.
Jesus em uma só frase fez menção das duas mortes. Lemos o que Ele disse em Mateus 8.22: deixa os mortos (espirituais) enterrarem os seus mortos (físicos).
Cristo ao morrer fisicamente destruiu a morte espiritual (2ª Timóteo 1.10).
Mortos vivos e vivos mortos: discernindo
Como saber quem está vivo ou morto espiritualmente? Meditando na Palavra de Deus que nos capacita responder.
Alguns têm nome de vivos, mas estão mortos (Apocalipse 3.1). Quem são esses cadáveres espirituais? São os que se proclamam seguidores de Jesus, porém, não amam seus irmãos (1ª João 3.14).
Concluindo
Não importa o quê e nem porquê agimos se deixamos de agir através do amor. O amor é mais importante do que qualquer objetivo. Deus é amor. Quem age sem amor age sem Ele.
Que o Senhor abençoa a todos com essa reflexão.
Youtube: Francine: vídeo com louvor contendo a frase em debate.
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E.A.G.

P S: a menção de um cantor lá no título desse post, além da intenção de refletir sobre o que Deus nos diz, também é objetivando levar essa postagem para horizontes além dos habituais blogueiros e leitores evangélicos. Vários internautas entram no buscador Google e nos similares dele pesquisando o nome artístico Gabriel O Pensador.
(Artigo postado originalmente no blog UBE em 29 de outubro de 2007)