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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

O pecado do homem segundo o coração de Deus


Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

 "Eis que os caminhos do homem estão perante os olhos do Senhor, e ele pesa todas as suas veredas" (Provérbios 5.21.

Jesus nos chamou e o seguimos, consequentemente recebemos a graça, que está em nós "para a obediência por fé", escreveu o apóstolo Paulo em Romanos 1.5). Lemos, em Hebreus 5.9, que o nosso Senhor tornou-se o autor da salvação eterna para todos que lhe obedecem, portanto, a graça está anexada com as obras de submissão a Deus, é manifesta numa vida de subordinação ao Senhor. Depois que a pessoa aceita seguir a Cristo, todos os seus planos precisam estar alinhados com Cristo (1 Coríntios 10.5). Precisamos nos manter na vida de plenitude em Cristo, e isso pela porta da identificação com o Salvador em sua morte e ressurreição. Para que seja assim, é preciso viver em obediência.

I - SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS

1. O homem segundo o coração de Deus.

É uma virtude especial saber desenvolver relacionamentos saudáveis, que não criam problemas de suspeitas e muito menos do pecado sexual consumado. Ter este atributo entranhado na personalidade tem como consequência a preservação da reputação de maneira diligente por toda a vida e um rastro de boa fama em todos os lugares que passar ou ter o nome conhecido.

2. Davi era o escolhido de Deus mas deu lugar ao diabo.

Davi era uma pessoa segundo o coração de Deus, mas descuidou-se e sofreu amargamente por causa disso (Salmos 51). É preciso ser vigilante. Davi criou um ambiente propício ao pecado e deu vazão aos meios que contribuem para sua prática. Seu ato adúltero teve como consequência um segundo pecado, após adulterar ele planejou a morte de um inocente.

Em determinados momentos, obedecer não custa nada; em outro, é muito difícil negar os desejos da carne, a soberba da vida e as tentativas de sedução do maligno. As Escrituras Sagradas não escondem o pecado do ser humano. Então, a melhor maneira de tratar o pecado é vê-lo exatamente como ele é: um ato de rebelião contra a vontade do Senhor. E considerando de maneira realista, expor a situação diante de Deus e ter o firme propósito de nunca mais descuidar-se.

Embora salvos pela graça de Deus, seguimos lutando contra a tentação que induz ao pecado. A Palavra de Deus mostra que mesmo uma pessoa que esteja fazendo a vontade de Deus, a partir de um descuido, pode ser enredado pelo laço pecaminoso.

II - O AMBIENTE EM QUE DAVI PECOU

1. Criando um ambiente propício ao pecado

Nunca será demais destacar o fato de que é pela graça que somos salvos. A salvação é dom de Deus. Podemos afirmar, com absoluta certeza, que a obra completa foi realizada no Calvário, pelo Filho de Deus, quando Ele derramou seu sangue para a remissão da humanidade.

Também não podemos ignorar que o pecado é uma realidade. Não nos esqueçamos que uma coisa é ser salvo, e outra, bem diferente, é manter uma experiência de vitória sobre o mundo, a carne e o diabo. Uma coisa é ser justificado, no sentido de Romanos 5, e outra é ter a vitória descrita em Romanos 6.22: "Libertados do pecado... tendes o vosso fruto para a santificação" (Romanos 8.37).

2. Os meios que contribuem para a prática do pecado.

O pecado de adultério ainda é uma pedra de tropeço para muitos crentes, inclusive em posições de liderança cristã. Todos precisam se proteger das armadilhas do adultério. Existem precauções que tanto o homem como a mulher devem ter.

Para evitar a ação pecaminosa, é necessário apresentar uma permanente atitude de prudência com a nossa condição espiritual. Convém esquivar de qualquer relacionamento profundo que não seja com a própria esposa ou esposo. É preciso tomar cuidado com ambientes e  amizades. Tais como, evitar expressiva intimidade com o sexo oposto, não permanecer frequentemente a sós com pessoa compromissada em matrimônio alheio, manter portas sempre abertas, não fazer frequentes refeições a dois em companhia sistemática com apenas um colega de trabalho.

Quem está casado, precisa ser dinâmico na vida conjugal, não permanecer afastado por tempo extremamente exagerado do seu marido ou sua esposa. Além dos momentos íntimos, é de suma importância o homem combinar com sua mulher atividades em comum, como fazer caminhadas, praticar esportes, regar plantas, dividir um pastel na feira e um saquinho de pipoca em casa.

III. O ADULTÉRIO E O HOMICÍDIO DE DAVI

1. Pecado gera pecado.

"O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" - Romanos 6.23.

A história do episódio em que Davi pecou é muito conhecida, descreve a ocasião em que ele estava em Jerusalém, quando devia estar liderando seu exército no campo de batalha (2 Samuel 11 e 12). Ao cobiçar uma mulher bonita, buscou informações de quem ela era e soube que era casada com um heteu chamado Urias, um de seus soldados que estava longe de casa, em campo de batalha (1 Samuel 23.29).

Ao relacionar-se com ela, Davi estava consciente que cometia adultério. Depois de adulterar, soube que ela teria um filho em consequência do adultério. Assim, além de ser o  monarca que havia deixado de agradar a Deus quando adulterou, passou também a desagradá-lo sendo uma pessoa hipócrita  (2 Samuel 11.27).

Deus dá o "dom da graça" (charisma) aos que o servem. O dom gratuito está reservado aos que não se rebelam contra Deus. A graça é manifesta na plenitude da salvação por meio do Senhor Jesus Cristo. Na cruz, sem merecimento algum, conquistamos através do sacrifício vicário do Filho Unigênito, a justificação e absolvição final, pelo seu sangue temos a santificação. Rogamos ao Pai, confessamos nossos pecados e somos purificamos de toda as injustiças cometidas (1 João 1.9). E assim ganhamos a vida eterna, pois Jesus morreu sem pecado e ressuscitou como o Redentor que vive para sempre.

2. O homicídio de Davi; seu comandante; a tentativa para evitar as suspeitas do seu pecado.

Em seu fingimento, Davi criou um plano para que ninguém descobrisse o adultério. Mandou chamar Urias, marido da adúltera, com a intenção que houvesse a oportunidade de encontro entre o casal e a gravidez pudesse ser considerada uma gestação dentro da normalidade estabelecida por Deus. Mas, ao voltar da guerra Urias não esteve com a esposa, e então a gestação seria um problema. Sabendo disso, Davi ficou desesperado, ordenou que Urias voltasse à guerra e fosse posto nas primeiras fileiras da tropa durante os ataques campais, para que se tornasse alvo fácil e morresse. A morte aconteceu. E Davi casou-se com a viúva, que ainda não tinha seu útero expandido.

Todos morrem. Da mesma maneira crentes e ateus partem deste mundo ao além-túmulo. A consequência da prática obstinada em pecar não tem como consequência apenas a morte física. A declaração de Paulo (Romanos 6.23) faz referência à separação eterna de Deus, e ao castigo sem-fim que os ímpios sofrerão (Hebreus 9.27). Os ímpios não encontrarão nenhuma espécie de prazer e conforto no inferno.

O que Davi fez desagradou ao Senhor. E o Senhor enviou Natã, para anunciar a consequência de seu pecado. O profeta fez ele saber que ao violar a santidade de um lar, a consequência seria muitas ocorrências de aflição dentro do ambiente de sua família. Esse julgamento precisa ser visto como conseqüência natural do ato de Davi, pois o desrespeito ao padrão divino com relação à família produz frutos amargos.

Ao contrário de outros reis que em situação de receberem mensagens de repreensão e juízo da parte de Deus, entregues por profetas, reagiram com ira e violência contra os mensageiros, Davi se mostrou estar arrependido, confessou seu pecado, e não protestou contra o julgamento divino. Disse: "‘Pequei contra o Senhor" (2 Samuel 12.13). No Salmo 51, ele registrou seu lamento sincero pelos males cometidos.

CONCLUSÃO

A fé é um poderoso escudo a proteger o crente em Cristo.  É um agente inabalável que nos leva a respeitar o relacionamento matrimonial, e consideramos as alianças de nupcia uma união sagrada entre duas pessoas e perante Deus. A crença na santidade do casamento ajuda o cristão a estabelecer limites apropriados dentro do comportamento de fidelidade ao Senhor e ao cônjuge.

E.A.G.

Bíblia de Estudo da Mulher. Edição 2002. Página 588. Belo Horizonte - MG (Editora Atos).
Comentário do Novo Testamento - Aplicação Pessoal. Volume 2. Edição 2010. Página 48. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus).
Ensinador Cristão. Ano 20, número 80, outubro a dezembro, página 41. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus).
Comentário Bíblico do Professor - Um guia prático para ajudar no ensino das Escrituras Sagradas do Gênesis ao Apocalipse. Lawrence Richards. Edição 2004. Página 275. São Paulo /SP. (Editora Vida).

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