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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

EBD 4º Trimestre 2021: O Apóstolo Paulo - Lições de Vida e Ministério do Apóstolo dos Gentios para a Igreja de Cristo

A próxima revista da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), Lições Bíblicas para adultos, abordará no quarto trimestre de 2021 a vida e o ministério do apóstolo Paulo.

Tema: Lições da vida e ministério do apóstolo dos gentios para a Igreja de Cristo

Comentarista: Elienai Cabral

segunda-feira, 31 de maio de 2021

CPAD EBD 3º tri. 2021: O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação. Correções, Ensinamentos Divinos no Período dos reis de Israel

Lições Bíblicas para adultos - 3º trimestre de 2021.

Entre 4 de julho e 26 de setembro de 2021, os alunos da revista Lições Bíblicas estudarão os livros de 1 e Reis. As lições abordarão o reinado de Salomão, a ida do povo de Deus ao cativeiro babilônico, os reinos de Israel e Judá até o exílio babilônico. Reforço devocional e teológico indispensável aos que amam a Palavra de Deus. 

Tema: O Plano de Deus para Israel em meio à Infidelidade da Nação: As Correções e os Ensinamentos Divinos no Período dos Reis de Israel

Comentarista: Claiton Pommerening

Lição 2- O Reino Dividido: Jeroboão e Roboão
Lição 3- Acabe e o Profeta Elias
Lição 4- Elias e os Profetas de Aserá e Baal
Lição 5- O Reinado de Acazias
Lição 6- O Profeta Elias e Eliseu, seu Sucessor
Lição 7- O Ministério de Eliseu
Lição 8- Naamã É Curado da Lepra
Lição 9- O Reinado de Joás
Lição 10- O Cativeiro de Israel: Reino do Norte
Lição 11- O Reinado de Ezequias
Lição 12- O Reinado de Josias
Lição 13- O Cativeiro de Judá

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Cosméticos d'uma cristã

Conselhos para a irmãs da Assembleia de Deus, publicados no jornal Mensageiro da Paz, edição de outubro de 1935. Texto alemão de autoria desconhecida, traduzido exclusivamente para o jornal por Alberto Widmer.

"Uma velha irmã na Holanda foi, certa vez, inquirida por uma senhora moderna:

- Que qualidade de cosmético a senhora usa, pois, apesar da sua grande idade, está com uma compleição tão nova e linda?

- Eu - respondeu a idosa - uso:

1º. para os lábios, a verdade;
2º. para a minha, a oração;
3º. para os meus olhos, a compaixão;
4º. para as minhas mãos, a caridade;
5º. para a minha figura, a justiça;
6º. para os meus pés, a paz;
7º. para o meu coração, o amor."
 

Desde a publicação deste artigo, já se passaram 86 anos, mas as exortações sobre moral e bons costumes continuam válidas, pois as virtudes sempre serão necessárias para a vida em sociedade.

E.A.G. 

Extraído do grupo Memórias das Assembleias de Deus. Postagem de Mario Santana. 28 de maio de 2021.

domingo, 2 de maio de 2021

O Ministério de Apóstolo

Por Eliseu Antonio Gomes

Esta postagem tem o propósito de apresentar subsídio trazendo comentário aos textos bíblicos apresentados no box Leitura Diária, da lição número 6, incorporada na revista Lições Bíblicas: Dons Espirituais e Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário, cujo comentarista ao segundo trimestre de 2021 é o Pastor Elinaldo Renovato. 

Para obter outro subsídio, na forma que acostumamos entregar, sugerimos que acessem neste blog a abordagem que fizemos no passado,, com muito carinho, quando a CPAD fez uma abordagem anterior deste tema. Confiram: O ministério de apóstolo

_______   

Jesus, o apóstolo por excelência.

"Por isso, santos irmãos, vocês que são participantes da vocação celestial, considerem atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus" -  Hebreus 3.1.

Nesta passagem, Jesus é descrito como apóstolo e sumo-sacerdote da nossa confissão. No idioma grego, o termo especifica a função de embaixador, mensageiro, enviado extraordinário, pessoa que representa aquela que a enviou. Entretanto, a palavra que Jesus usou era aramaica (shaliah), alguém que recebeu a comissão e a autoridade explícitas daquele que o enviou, mas sem a capacidade de transferir seus atributos para outro.

Ao abrir o dicionário Michaellis da Língua Portuguesa e ler o verbete "vocação", Contida em Hebreus 3.1, encontramos três definições altamente significativas. São: tendência, inclinação e disposição natural do espírito. Com tal característica é preciso observar atentamente o ministério terreno do Filho de Deus. O Evangelho que Jesus anunciava era acompanhado do milagres, maravilhas e coisas extraordinárias. O cristão deve estar aberto ao mover milagroso que o Espírito concede através dos dons. A pregação do crente não deve estar estruturada somente em declarações teológicas bem embasadas biblicamente. É necessário ir além dos argumentos intelectuais e usar os dons à operação de milagres como experiência cristã habitual.

Sinais do apostolado

"Pois as minhas credenciais de apóstolo foram apresentadas no meio de vocês, com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas" - 2 Coríntios 12.12.

O contexto imediato de 2 Coríntios 12.12. são os versículos 1 ao 11, em que Paulo revela a experiência singular de ser "arrebatado até o terceiro Céu". Embora não tenha esclarecido o nome da pessoa mencionada no versículo 2, está óbvio com base no versículo 7 que falava de si próprio. É possível que tenha mencionado o fato porque os coríntios se vangloriavam de não haver falta de nenhum dom na igreja da qual faziam parte, seu objetivo foi demonstrar-lhes que possuía uma experiência espiritual muito superior a qualquer coisa que eles haviam conhecido. Paulo fez isso sem esquecer a modéstia,  ao usar a terceira pessoa demonstrou ser humilde. Seu comportamento é um exemplo a ser seguido por nós.

Deus confirmou o ministério de Paulo com sinais, maravilhas e milagres. A circunstância sobrenatural é parte essencial do ministério. Apesar disso a fé cristã não deve se apoiar somente nisso, mas em Cristo, pois a vida cristã é vivida por meio da fé em Jesus, nosso Senhor e Salvador. 

Em 1 Coríntios 12.28 a Bíblia declara: "E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. O ministério apostólico espiritualmente sadio possui esses dois aspectos em sincronia perfeita: ensino bíblico (Atos 2.42; 4.33) e operações dos dons espirituais (Mateus 10.1; Atos 5.12).

A doutrina dos apóstolos

"E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" - Atos 2.42,43.

Após receber os dons e autoridade do Espírito Santo, Pedro se levantou disposto a entregar a mensagem da parte de Deus à comunidade judaica e pessoas de outras nações que estavam presentes no dia do Pentecostes (Atos 2.9-11). No primeiro dia, três mil pessoas foram salvas e se juntaram à Igreja e muitos milagres eram realizados por meio do ministério dos apóstolos.

A Igreja do livro de Atos vivia em um ambiente sobrenatural, mas também pairava sobre os crentes o temor a Deus. Ele liam as Escrituras e viviam em comunhão. A doutrina (didachê) dos apóstolos se consistia em fielmente em transmitir os preceitos de Cristo, jamais conceitos próprios. O significado bíblico de perseverança tem a ver com ser constantemente diligente, dedicar-se, acompanhar de perto, servir continuamente e ser assíduo. O vocábulo "comunhão" é "koinonia" e significa muito mais do que a amizade, é o amor cristão expressado por ações fraternais como compartilhamento, participação, companheirismo. Trata-se de uma unidade criada e composta pelo Espírito Santo no círculo cristão.

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo

"Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança" - 2 Timóteo 1.1.

Quando Paulo escreveu a segunda carta a Timóteo, ele estava preso e consciente que a sua morte estava perto. Assim sendo, ele deu algumas palavras de encorajamento, instrução e exortação a Timóteo. Ele queria que Timóteo permanecesse fiel à pregação do Evangelho, apesar das perseguições, abandonos e privações que passaria. O conselho de Paulo desceu ao coração do jovem discípulo, pois a história relata que Timóteo continuou firme em seu ministério por cerca de trinta anos, até ser apedrejado por ser um pastor cristão.

Deus é o Criador do universo e a sua lei é absoluta e imutável. Paulo e Timóteo não quiseram interpretá-la fora de contexto para que se encaixasse no modelo de crenças e práticas da geração em que viveram. Em todos os tempos, a sociedade promoveu práticas que são contrárias às leis morais do Senhor. O cristão autêntico não se esquece que possui um ministério e que ministério significa serviço. O crente fiel é servo da Palavra de Deus. Como servo, divulga a Palavra corajosamente, exatamente como ela é, em todas as oportunidades que surgem.

Apóstolo, uma missão sacrificial

"Porque me parece que Deus pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte. Porque nos tornamos espetáculo para o mundo, tanto para os anjos como para os seres humanos" -  Coríntios 4.9.

De acordo com a Bíblia Sagrada, ninguém conhece tão bem a mente humana, seus anseios, suas angustias como o Senhor Jesus Cristo, que disse: "Eu sou aquele que sonda mentes e corações, e retribuirei a cada um de vocês segundo as suas obras". Nos dias atuais encontramos líderes que se intitulam apóstolos, porém, textos bíblicos, como Atos 15.4, 6, 22-23, mostram que presbíteros, ou pastores e bispos, não tiveram a ousadia de se autointitular como apóstolos e nem consagraram outros ao apostolado. Em suas cartas, Paulo se referiu a ele e aos doze escolhidos por Jesus como apóstolos, apenas fez menção a Andrônico e Junia nesta mesma qualificação (Romanos 16.7).

1 Coríntios 4.9 pode ser melhor entendido quando examinado em seu contexto (versículos 4.7), quando Paulo usa a expressão "eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento", indicando que estava resolvendo as divisões da congregação com Apolo (1 Coríntios 1.10-13). Este relacionamento de líderes tinha o propósito de ser um exemplo para que os crentes coríntios seguissem na solução de suas divisões. Paulo usou a humildade como um exemplo, não permitiu que o colocassem em evidência maior do que a que Deus lhe deu, ciente que todos são servos do Senhor e não de si mesmos (Romanos 12.3, 16).

Os doze apóstolos de Jesus

"Naqueles dias, Jesus se retirou para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos: Simão, a quem acrescentou o nome de Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou traidor" - Lucas 6.12-16.

Duas prerrogativas são fundamentais para a qualificação do apóstolo:  possuir conhecimento íntimo da vida terrena de Jesus e ser testemunha ocular de sua ressurreição. Paulo conquistou sua nomenclatura de apóstolo ao ser chamado diretamente pelo Cristo ressurreto (1 Coríntios 15.9).

Os doze apóstolo escolhidos por Cristo terão uma posição de destaque e honra no Céu, por terem sido os primeiros desbravadores do Evangelho de Cristo. Em Mateus 19.28, Jesus prometeu que os doze apóstolos que o seguiram fielmente, se assentariam ao lado dele em doze tronos para julgarem as doze tribos de Israel. E em Apocalipse 21.14, está escrito: "E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro".

Conclusão

A maturidade cristã é resultado do conhecimento aprofundado da Bíblia Sagrada, contribui para o desenvolvimento espiritual, integridade e responsabilidade do crente. Leva-o a aceitar que a autoridade apostólica dos primeiros apóstolos trouxe aos cristãos do século 21 as Escrituras Sagradas, encerrada em 66 livros. 

Esta autoridade não é transferível aos apóstolos da atualidade. Os apóstolos da nossa geração são missionários e evangelizadores que fazem uso da doutrina apresentada nas Escrituras Sagradas,  para estabelecer igrejas em diversos lugares, não dão vazão ao medo, arriscam suas vidas em lugares anticristãos para que o nome do Senhor seja anunciado e almas se curvem aos pés de Cristo.

E.A.G.

Compilações:

Bíblia de Estudo Palavras Chave Hebraico e Grego. Rio de Janeiro - RJ, edição 2011.

Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil. Impressão 2018.

Bíblia do Pregador Pentecostal. Comentários: Erivaldo de Jesus Pinheiro. Barueri, SP. Sociedade Bíblica do Brasil. Impressão 2016.

Dons Espirituais. Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Elinaldo Renovato. Rio de Janeiro - RJ, edição 2011. 8ª impressão 2021. 

sábado, 3 de abril de 2021

Lição 1 - EBD: E deu dons aos homens


"Por isso diz: 'Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens' ”
Efésios 4.8 (NAA)

A palavra "dom" vem do grego: no singular é "charisma" e no plural é "charismata". Dom significa tanto "presente" como "oferta" (Efésios 2.8; Hebreus 5.1).

Artigo relacionado: O Propósito dos Dons Espirituais

Dons espirituais tem a ver com capacitações especiais que Deus outorga aos crentes em Cristo por meio do Espírito Santo para diversas aplicações e serviços relacionados à Igreja (Romanos 12.3-8; 1 Pedro 4.10). Há diversidade de dons, cada dom representa a graça de Deus em suas múltiplas formas (1 Coríntios12.4).

No Novo Testamento há duas listas de dons. São encontradas em Romanos 12.6-8 e 1 Coríntios 12.4-10. Todos os dons visam a edificar os membros da comunidade cristã. Conhecê-los é algo importante, o conhecimento dá suporte para estabelecer o comportamento ideal diante de Deus e dos homens. Os  crentes em Cristo são abençoados com dons espirituais para servirem melhor uns aos outros e para testemunharem ao mundo como vivem os cidadãos do Reino de Deus. Nenhum dom deve ser exercido para fins egoístas (1 Pedro 4.10-11). 

Em 1 Coríntios 12.4-6, Paulo cita a Trindade, revela-a em ação para abençoar crentes com capacitações espirituais a serviço da Igreja: "o Espírito é o mesmo"; "o Senhor é o mesmo"; "o mesmo Deus". Assim, o apóstolo mostra que a diversidade e a unidade dos dons espirituais estão estruturadas na Divindade composta entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.  

Em 2 Timóteo 1.6, Paulo escreveu o seguinte ao jovem líder Timóteo: "Por esta razão, venho lembrar-lhe que reavive o dom de Deus que está em você pela imposição das minhas mãos". Nesta solicitação do apóstolo, para que se mantenha a chama acesa do dom divino, passamos a compreender que os dons não são dados ao crente em seu estado final, os dons precisam ser cultivados mediante o uso. Quando o cristão usa-os, o poder do Espírito ajuda-o a superar dificuldades de forma que possa continuar a realizar a vontade de Deus. No caso de Timóteo, ajudou-o a combater falsas doutrinas que surgiram em Éfeso, entre os membros da igreja na qual ele era o pastor responsável.

E.A.G.

sábado, 27 de março de 2021

Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Em face dos 110 anos das Assembleias de Deus no Brasil, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), nos meses de abril, maio e junho de 2021, dá continuidade aos estudos bíblicos sobre a ação do Espírito Santo na vida do cristão. Pormenorizadamente, mostra que dons são dádivas do Espírito Santo para a Igreja do Senhor em nossa contemporaneidade, com o proposito de edificá-la.

O comentarista das lições, cujo tema é tão relevante, é o pastor Elinaldo Renovato, autor de diversos livros publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, e professor universitário.

Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.

Não deixe de acessar o link direcionador para "box Leitura Diária". É um reforço. São artigos extras contendo comentários adicionais sobre seis versículos bíblicos, um para cada dia da semana, de segunda-feira ao sábado. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

A Teologia de Eliú - o sofrimento é uma correção divina?

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

O nome Eliú é hebraico e significa "Ele é Deus" ou "Ele é o meu Deus". Era o mais jovem dos amigos de Jó (32.2-6;  32.2-6; 35; e 36). 

Eliú surge no livro de modo inesperado, quando parecia que o debate teria um desfecho (32.15). Ele não é mencionado além desta aparição, nem sequer quando Deus pronuncia seu veredito sobre Elifaz e seus amigos (42.7). Tal situação leva alguns a pensarem que o conteúdo seria um adendo inserido no livro pelo autor, com o propósito de acrescentar algumas coisas à série de discussões.

A longa intervenção de Eliú interrompe a continuidade do poema. O desafio lançado por Jó (31.35-37) aguardava a resposta de Deus, que só é vista no capítulo 38. Eliú argumenta dizendo que Jó tentava justificar-se aos olhos de Deus. Ao fazer isso, Eliú demonstrou pensar que estava acima de todos os demais naquele debate teológico.

I - O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS

1. Deus é soberano

Por que Deus é soberano? Porque Ele é um ser onipotente, onisciente e onipresente.

Em sua onipotência, Deus faz tudo o que lhe apraz sem que suas ações ocorram em contrário à sua natureza justa e bondosa. Tal característica está registrada nas Escrituras Sagradas. Encontramos as expressões do seu poder infinito nas seguintes referências: Gênesis 1.1; Jó 26.14; Salmos 62.11; 89.8-13; Jeremias 10.12-13; Mateus 19.26;  Romanos 4.27; 8.31.

A onisciência de Deus, admirável atributo exclusivo da sua divindade, abrange todas as coisas. Engloba o passado, o presente e o futuro. Ele tudo sabe, contudo não interfere sobre a liberdade de escolhas do ser humano. A onisciência divina é claramente afirmada pelas Escrituras: Jó 34.21-22; Salmos 139.1-4, 12; e 147.5; Atos 15.18; Hebreus 4.13.

Por meio de sua onisciência, Deus é capaz de manifestar sua presença em todos os locais ao mesmo tempo. Não há outro ser capaz de estar presente simultaneamente em todos os lugares. O centro de Deus está em todo o espaço e nele não há circunferência limitadora. Através da onisciência, Deus manifesta sua justiça, bondade e sabedoria. Salmos 139.7-10; Provérbios 15.3; Amós 9.2-3; Atos 17.28; Efésios 1.23.

Como soberano, Deus pode se revelar e falar por meio do sofrimento. Ainda que Deus seja soberano no que diz respeito a tudo, o ser humano é responsável pelos seus próprios atos. Em sua soberania, Deus pode manifestar-se em períodos de grande aflição de espírito, padecimento físico, dificuldades diversas. Junto com a prova o Senhor fornece a estrutura para suportar a adversidade e meios de escapes, pois ama os aflitos e não sente alegria alguma ao presenciar pessoas sofrendo. Ver 1 Corintios 10.13.

2. O orgulho do homem priva-o de ouvir Deus

O orgulho humano é um obstáculo que dificulta ouvir a Deus. Quando uma pessoa fica cheia de si mesma, está muito próximo de seu tombo. Não é em vão o alerta em Provérbios 16.18: "Antes da ruína vem a soberba, e o espírito orgulhoso precede a queda". A caída pode ser literal ou apenas figurativa. Perder ou diminuir prestígio, experimentar a decadência financeira e a cessação de influência em grupo podem ser tristezas pequenas se fizermos a comparação com a queda espiritual. "Aquele que pensa estar em pé veja que não caia" (1 Coríntios 10.12). 

Todo aquele que acredita que é possível viver muito bem sem ouvir a Deus está fadado ao fracasso. Exemplos não faltam. Tal atitude de arrogância provocou a Queda no Éden, fez Sara e Abraão tentarem contornar o problema da infertilidade com a presença de Agar. Etc. O orgulho nos torna cegos e surdos espirituais. Somos chamados a viver em humildade, a manter a confiança em Deus e a crer que Ele cumpri todas as promessas que empenha (Provérbios 3.5-6).

3. Uma ponderação importante

A oração é a melhor opção para vencer as provações, pois é a maneira de o espírito humano conectar-se ao Espírito Santo de Deus. Ao orar, consentimos com Deus nas suas realizações, colocamos a nossa fé em ação e atacamos o maligno.

Na Bíblia Sagrada, a oração é descrita como:

Invocar o nome do Senhor (Gênesis 4.26);

Invocar a Deus (Salmo 17.6);

Levantar a alma ao Senhor (Salmo 25.1)

Buscar ao Senhor (Isaías 55.6);

Aproximar-se do trono da graça (Hebreus 4.16);

Chegar perto de Deus (10.22).

Em momentos de aflição, muitas vezes Davi orou pedindo livramento; em profunda agonia, Jesus orou intensamente no Monte das Oliveiras (Salmos  119.153; Lucas 22.44).

II - O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR  A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS

1. A justiça de Deus demonstrada

Em sua soberania, Deus não exerce justiça desprovida de amor. Ele é justo e também misericordioso. O amor do Senhor é a base do plano divino para salvar o homem do pecado.

O Pai Eterno não é um carregador de malas, dizem alguns teólogos. É verdade. Mas qual pai amoroso, ou mãe afetuosa, permite que seus filhos arrastem bagagens pesadas, os vê cansados pedindo socorro e tapa seus ouvidos? É verdade que o  Pai Eterno não é o gênio da lâmpada de Aladim. Mas também é verdade que Isaías o descreve como um Deus cujas mãos estão estendidas para nos socorrer, um Deus cujos ouvidos estão atentos para as nossas orações. O profeta nos alerta que a vida em iniquidade e pecado impede o agir bondoso de Deus em favor do ser humano (Isaías 59.1-2).

2. O caráter justo e Deus

Deus não tem prazer no sofrimento, usa-o como meio para salvar o pecador. Os momentos de dificuldades são ocasiões de desenvolvimento das capacidades intelectuais, morais e espirituais. Ao sofrer a pessoa que está no pecado desperta de sua letargia espiritual, em meio à tormenta consegue perceber o valor da adoração e vida em comunhão com o Criador.

"Vocês pensam que eu tenho prazer na morte do ímpio? - diz o Senhor Deus. Não desejo eu muito mais que ele se converta dos seus caminhos e viva? (...) Livrem-se de todas as transgressões que vocês cometeram e façam para vocês um coração novo e um espírito novo. Por que vocês haveriam de morrer, ó casa de Israel? Eu não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertam-se e vivam." (Ezequiel 18.23, 31-32).

"O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a julguem demorada. Pelo contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento" - 2 Pedro 3.9).

3. A defesa da soberania de Deus

A soberania de Deus faz parte dos seus atributos absolutos, ou seja, pertence somente a Ele. "Pois o Senhor, o Deus de vocês, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não trata as pessoas com parcialidade, nem aceita suborno" (Deuteronômio 10.17).

Eliú enfatiza em seu discurso que é a criatura que depende do Criador e não o contrário (Jó 34.13-15). É um fato incontestável que o Senhor é maior do que o homem e não precisa dar contas de seus atos, porém, em sua superioridade quer dar-se a conhecer pelo homem. O Soberano tem enorme satisfação em que seus servos o conheçam que rejeitar tal conhecimento é o mesmo que rejeitá-lo (Isaías 1.2-3). Ele revelou-se no Éden, através da encarnação de Jesus, se revela continuamente por meio da criação, por intermédio das Escrituras Sagradas, e, diariamente, está pronto para revelar-se a todos nós executando a sua bondade. 

Não é sem um bom propósito que está escrito: "Agrade-se do Senhor, e ele satisfará os desejos do seu coração" (Salmo 37.5). Deus não se cansa de manifestar sua providência aos que nEle confiam.

III - O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS

1. O caráter pedagógico do sofrimento

O sofrimento serve como meio de abater o orgulho. Dependendo da maneira como é visto, produz gente consagrada ao Senhor ou ateus. Entender que o sofrimento pode ser usado por Deus como efeito pedagógico para a vida muda completamente a nossa perspectiva de fé. Assim como Jó, as pessoas tementes a Deus procuram saber a razão pela qual sofrem, enquanto os incrédulos não aceitam que um Deus justo e soberano permita o padecimento humano. 

Em seu discurso, Eliú fala sobre o caráter pedagógico que há no sofrimento (Jó 36.15, 19). Afirma que a prova é um chamado que Deus dirige ao pecador com a finalidade de livrá-lo da morte (33.29-30). Tal abordagem também é feita por Elifaz (5.17-27) e Zofar (11.13-19).

2. Adorando a Deus na tormenta

Jó foi moído pela dor, o que não significa que a soberania de Deus sobre sua vida foi um ato de tirania. É importante ter em mente que o sofrimento não significa que Deus nos abandona. É possível experimentar grandes provações agradando a Deus. Tudo passa nesta vida abaixo do sol, inclusive o tempo de sofrimento (Eclesiastes 3.2).

Jesus Cristo incentiva os cristãos a pedirem a Deus o livramento do mal (Lucas 11.4). Contudo, em tempos difíceis é importante agir como o profeta Habacuque (3.17-19). O triunfo da fé é revelado quando manifestamos a confiança de que Deus nos ama apesar de todas as circunstâncias. Jó é o maior exemplo bíblico sobre isso no Antigo Testamento e Jesus Cristo na Nova Aliança (Mateus 26.39).

CONCLUSÃO

Toda pessoa que vive a fé cristã genuína compartilha a experiência de Jó, pois o sofrimento é uma consequência da atual condição humana. Através do sofrimento o cristão fiel amadurece. Ninguém sai a mesma pessoa depois que experimenta momentos difíceis e ao orar encontra as respostas do Senhor. Quem verdadeiramente conhece a Deus como Pai, sabe que não é uma atitude de desrespeito clamar por ajuda em tempo de crises (Jeremias 33.3). 

 E.A.G.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Lições Bíblicas para jovens - Ensina-nos a orar: exemplos de pessoas e orações que marcaram as Escrituras

Em 3 de janeiro de 2021, as igrejas e núcleos de estudos bíblicos que usam o material pedagógico disponibilizado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) contarão com uma publicação produzida, especificamente, à faixa-etária dos jovens. A partir dessa data, a cada início de trimestre, professores e alunos da escola dominical, obterão uma revista com abordagens de temas desenvolvidos de acordo com a realidade da juventude cristã brasileira e, como sempre foi, com o cuidado à apresentação das doutrinas bíblicas de modo excelente.

A revista conterá uma carta de apresentação do editor, seção com o currículo resumido do comentarista do trimestre, texto bíblico do dia, síntese do estudo da lição, agenda de leitura, texto bíblico, comentário da lição, abaixo de cada tópico uma breve reflexão auxiliando na assimilação do assunto estudado, e um bloco de conclusão seguido por uma dinâmica de perguntas sobre a temática da lição.

Ensina-nos a orar - Exemplos de Pessoas e Orações que Marcaram as Escrituras

Comentarista: Marcos Tedesco

Sumário:

Lição 1- O que Significa Orar

Lição 2- Abraão: A vida de oração de um homem de fé

Lição 3- Moisés: Um líder de oração

Lição 4- Ana: A oração de uma mulher angustiada

Lição 5- Neemias: A oração de um construtor

Lição 6- Jeremias: A oração e o lamento de um profetas

Lição 7- Daniel: Um estadista que orava

Lição 8- Habacuque: A intercessão de um homem cheio de esperanças

Lição 9- A oração do fariseu e do publicanos

Lição 10- Jesus e a oração do pai-nosso

Lição 11- A oração sacerdotal de Jesus


Lição 12- A oração de Paulo pelos Efésios

Lição 13- A oração de Paulo em favor do seu espinho

E.A.G.

domingo, 5 de janeiro de 2020

A Natureza do Ser Humano


Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

Jamais existiria vida na Terra se não fosse uma série de detalhes importantes, alguns dos quais desconhecidos até a metade do século passado. A localização da órbita da Terra na Via Láctea e no sistema solar, sua velocidade de rotação, ângulo de inclinação; os ciclos naturais da água e a purificação do ar; e a translação da Lua, satélite natural, exercendo sua pressão sobre a atmosfera terrestre. Estes dados reforçam a crença dos cristãos na existência do Criador.

A Bíblia Sagrada não tem a proposta de mostrar uma Antropologia elaborada sobre a origem do ser humano do ponto de vista científico, o foco principal é o religioso. Suas páginas apresentam o testemunho histórico das relações do homem com Deus, porém, faz isso mostrando diversos traços antropológicos.

No Antigo Testamento e na Nova Aliança, a Bíblia apresenta passagens que pressupõem a natureza do ser humano como a de uma pessoa tricotômica. O corpo, a alma e o espírito constituem esta natureza tríplice. Alma e corpo aparecem como dois elementos inseparáveis enquanto dura a vida, sendo o corpo comparado com vaso de barro, casa e tenda, que se desfazem com a morte (Jó 4.19-21; 2 Coríntios 4.4-11; 5.1-9; Filipenses 1.20-24). Vejamos os parágrafos abaixo a esse respeito.

1. O corpo humano veio da terra (Gênesis 2.7). 

Adão é a figura de quem se originou toda a raça humana. Além de ser um nome próprio ('adam), que significa "homem",  também tem o sentido de, "humanidade" (Gênesis 3.17,18; Romanos 5.12-21).  O Novo Testamento relaciona o início da prática do pecado à primeira transgressão de Adão e apresenta-o como  representante da humanidade de modo geral.

No sexto dia da criação, Deus criou o primeiro 'adam (Gênesis 1.27). Como o oleiro dá forma ao vaso, Deus formou-o do pó da terra ('adamah) à sua própria imagem. Ao soprar-lhe nas narinas o sopro da vida, o homem passou a viver e morar no jardim do Éden, local que o Criador o colocou em companha de Eva.

A falta de evidências arqueológicas do jardim do Éden não significa que o lugar tenha existido somente em mito. Apesar nos avanços na arqueologia, o que sabemos sobre o antigo Oriente Médio é apenas uma pequena porcentagem do que um dia será descoberto. Os dois rios, Tigre e Eufrates, existem hoje no Iraque da atualidade. As identidades de Giom e Pison são incertas, é provável que houvessem correntezas ou canais locais. Variações climáticas e inundações podem ter provocado alterações na topografia da região (Gênesis 2.10-14).

É evidente que o substantivo " 'adamah" (terra) e "adam" (homem) é intencional. As duas palavras hebraicas, quase idênticas, relacionam o ser humano e o solo e reforçam a sentença que o homem é pó e ao pó retornará (3.19).

2. A alma humana veio de Deus (Jó 27.3).

Alma é “nephesh” no idioma do Antigo Testamento. Em muitas passagens, o termo tem equivalência de sentido com “vida”, “ego” e “coração”. Nas passagens narrativas ou históricas do Antigo Testamento, nephesh é traduzido por “alma” ou “vida”, como em Levítico 17.11 Estudiosos alegam que há mais de 780 ocorrências veterotestamentárias, sendo que o maior número encontra-se nas passagens poéticas. O sistema hebraico de pensamento não inclui a combinação ou oposição dos termos “corpo” e “alma”, que na verdade são de origem grega e latina.

O hebraico contrasta dois conceitos: “o eu interior” e “a aparência exterior” em contextos diferentes: “o que a pessoa é para si mesma” em oposição a “o que a pessoa parece ser aos que a observam”. A pessoa interior é nephesh, ao passo que a pessoa exterior, ou reputação, é mais comumente traduzido pelo “nome”.

Deus ama justiça e a retidão (Salmos 33.5) e reina em justiça (Salmo 97.2). Portanto, nossos sentimentos precisam estar voltados ao Criador, é preciso viver em conformidade com a posição das Escrituras quanto ao caráter justo e reto do Senhor (Deuteronômio 32.4; Isaías 30.18; Sofonias 3.5). Ele espera que todos nós amemos a justiça a fim de que Ele possa derramar sobre nós as suas bênçãos (Miqueias 6.8).

3. O espírito humano veio de Deus (Provérbios 20.27 - ARA). 

Temos um espírito, que veio de Deus e é o “espírito” do homem que volta para Deus (Eclesiastes 12.7). Em sua natureza divina Deus é espírito (João 4.24).

O termo “espírito” (hebraico: rüah) possui a conotação “respiração, ar, força, vento, brisa, espírito, ânimo, humor, Espírito”. A Bíblia fala sobre o espírito do homem como estando “nele” (1 Coríntios 2.11). O ser humano abriga um espírito dado por Deus, é o aspecto de nossa pessoa que se relaciona com o mundo espiritual, seja este mau ou bom. Paulo descreveu o estado dos não-regenerados como estando mortos em “delitos e pecados” (Efésios 2.1-10). Os não-regenerados têm corpo, tal qual os crentes, desfrutam da capacidade psicológica de raciocinar, demonstrar vontade, manifestar sentimentos, porém estão espiritualmente “mortos”. Somente quando a pessoa não regenerada abre seu coração ao Senhor, recebe a Cristo como Salvador, o Espírito Santo produz neles uma vida nova, capacita-os a relacionar-se com Deus.

A Bíblia fala sobre o espírito do homem como estando “nele” (1 Coríntios 2.11). O ser humano abriga um espírito dado por Deus, é o aspecto de nossa pessoa que se relaciona com o mundo espiritual, seja este mau ou bom. Paulo descreveu o estado dos não-regenerados como estando mortos em “delitos e pecados” (Efésios 2.1-10). Os não-regenerados têm corpo, tal qual os crentes, desfrutam da capacidade psicológica de raciocinar, demonstrar vontade, manifestar sentimentos, porém estão espiritualmente “mortos”. Somente quando a pessoa não regenerada abre seu coração ao Senhor, recebe a Cristo como Salvador, o Espírito Santo produz neles uma vida nova, capacita-os a relacionar-se com Deus.

Estudiosos da Bíblia dizem que esta palavra aparece em tomo de 378 vezes no Antigo Testamento. Em muitas citações significa a respiração ou o ar que é respirado, como podemos verificar em Juízes 15.9 e Jeremias 14.6. O vocábulo é usado para falar sobre o que é intangível e passageiro (Jó 7.7) e o nada (Provérbios 11.29; Eclesiastes 5.15,16).

No Livro de Gênesis, capítulo 7.21,22, “rüah” é usado para descrever a vida no homem, o seu espirito natural. Porém, em Provérbios 16.2, seu significado é mais que apenas o elemento de vida, refere-se à “alma”, referindo-se aos desejos e motivações: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos”. O profeta Isaías põe nephesh (alma) e rüah como termos sinônimos: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Is 26.9).

4. Espírito e alma são inseparáveis (Hebreus 4.12). 

No Livro de Gênesis, capítulo 7.21,22, “rüah” é usado para descrever a vida no homem, o seu espirito natural. Porém, em Provérbios 16.2, seu significado é mais que apenas o elemento de vida, refere-se à “alma”, referindo-se aos desejos e motivações: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos”. O profeta Isaías põe nephesh (alma) e rüah como termos sinônimos: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Isaías 26.9).

Hebreus 4.12-13 informa que a Palavra de Deus é capaz de chegar ao ponto de dividir a alma do espírito, as juntas das medulas e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração humano. Este texto, no idioma grego, tem  o vocábulo "krikiros" (discernir), mostrando que a voz do Altíssimo  alcança o mais profundo do ser humano, percorre todas  as nossas maiores necessidades,  é penetrante, nada impede o raio de ação do Criador na criatura quando Ele deseja comunicar-se e exercer sua justiça sobre cada um de nós. 

Por todas as Escrituras a expressão "espírito" é escrita com letra maiúscula. para referir-se ao Espírito de Deus, ou com letra minúscula, para indicar o espírito humano. Devido ao fato de que os manuscritos antigos não usavam letras maiúsculas, os tradutores e editores da Bíblia às vezes têm dificuldade para determinar se o escritor tinha a intenção de referir-se ao Espírito de Deus ou o humano. Um exemplo dessa dificuldade está em Atos 19.21.   

5. A morte é a separação entre corpo e alma (Gênesis 35.18).

A primeira menção bíblica à morte no Antigo Testamento está em Gênesis 2.17. Nesta passagem, ela é punição para o pecado. Quando Adão e Eva pecaram, perderam a comunhão com Deus e também o acesso à Arvore da Vida que poderia impedir suas mortes (3.22,23). Foram expulsos do Éden, condenados, terminaram seus dias em dissolução física (3.16 19).

Na maior parte da narrativa do Antigo Testamento a morte é apresentada como inevitável para o homem, no seu estado decaído e pecador, mas nenhum dos escritores da Bíblia a registraram como se fosse "natural", pois ela não faz parte do plano perfeito de Deus para a Humanidade. Haja vista a maravilhosa exceção, Enoque andava com Deus e Deus o levou para si (Gênesis 5.24).

Alguns relatos no Antigo Testamento mostram que a morte prematura era temida (Salmos 6.1-5; 88.1-14; Isaías 38). Porém, também, encontramos a narrativa de Gênesis 25.8, que relata a morte em velhice como situação aceitável, um consenso afirmando que aquele que partia em idade avançada parecia ter cumprido completamente o seu papel neste mundo. Mesmo assim, percebemos que a morte é situação alheia ao plano do Criador, pois se a vida longa é prometida em troca de obediência (Êxodo 20.12) e é sinal do favor de Deus (Jó 5.26), então sua interrupção, por mais longa que seja, indica que a morte não é natural.

A teologia distingue entre morte física, morte espiritual e morte eterna:
• Morte física. Consequência da entrada do pecado no mundo por intermédio de Adão. É o destino de todos os homens (Hebreus 9.27).
• Morte espiritual. Todos os homens são, por natureza, espiritualmente mortos. Em consequência do pecado, os homens se tornaram alienados às coisas divinas, indiferentes às leis de Deus (Mateus 8.22; Lucas 15.32; Efésios 2.1-3; 4.17-19; Colossenses 2.13; Judas 12).
• Morte eterna. Aqueles que não creem no Filho de Deus, morrem em seus pecados (João 8.21,24), permanecem sob a ira de Deus e no Dia do Julgamento Final, serão sentenciados a um estado de eterna separação de Deus, condição que as Escrituras descrevem como segunda morte (João 3.36; 8.21,24; Apocalipse 21.8).
A experiência da morte é algo inevitável, atinge a todos, sua chegada retira do nosso lado pessoas queridas. Sabemos que estamos dentro de um espaço de tempo limitado, porém, o momento da separação de alguém que amamos sempre é um impacto psicologicamente violento. A morte está sujeita ao controle soberanos de Deus:
• O Senhor tem poder para conceder livramento (Salmo 68.20; Isaías 38.5; Jeremias 15.20);
• O Senhor restaura o falecido à vida (1 Reis 17.22; 2 Reis 4.34; 13.21);
• Mata, vivifica, faz descer e retornar do Seol (Deuteronômio 32.39; 1 Samuel 2.6).
• Não permitiu que Enoque e Elias conhecesse a morte (Gênesis 5.24; 2 Reis 2.11).
• Reduz a morte a nada, triunfa sobre ela, ressuscita mortos (Isaías 25.8; 26.19; Ezequiel 37.11,12; Daniel 12.2; Oseias 6.2; 13.14).
6. A glorificação da natureza humana (1 Coríntios 15.49-57).

No penúltimo capítulo da primeira carta de Paulo aos crentes de Corinto, o apóstolo aborda a questão da ressurreição da Igreja e fecha o assunto escrevendo advertência sobre a necessidade de vigiar. A vigilância se consiste em cuidar para agir sempre de acordo com as determinações da Palavra de Deus (1 Coríntios 15.35-58).

O remédio para o pecado é a prática da Palavra de Deus, que propõe a conversão. A conversão sincera ocorre no mais profundo do coração. Converter-se é trocar o que é transitório para ter Jesus Cristo como meta e fim. O ponto culminante dessa mudança implica sempre na vivência com Deus, que ama seu povo, oferece sua misericórdia e quer a reconciliação (Lamentações 5.21-22; Ezequiel 34.11-15; Jeremias 31.31). Então Ele transforma o coração humano que se reconhece pecador e arranca as algemas do pecado (Deuteronômio 30.3-6; Salmos 51.3).

O cristão que persevera em sua vigilância, caso não experimente o Arrebatamento da Igreja em vida, o experimentará após passar pelo estado da morte física. Este corpo que agora estamos, foi projetado para a vida nesse mundo, mas ele encontra-se perecível e inclinado à decadência, por causa da Queda de Adão e a inclinação individual à atividade das obras da carne. Se buscarmos a misericórdia divina, confessarmos nossos pecados e nos esforçamos constantemente para andar segundo o Espírito, este corpo será transformado para estar para sempre com Deus na eternidade.

Podemos considerar que o corpo físico um protótipo da versão final do seu corpo que viverá lá no Céu. Após ressuscitar, ou ser arrebatado, o estado do nosso corpo atual será transformado em corpo espiritual. Então, estará imune às doenças e quaisquer espécie de fraquezas e experimentará a plenitude da bênção do Criador.


A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção. Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de 2020 – Sumário dos subsídios
Adão, o Primeiro Homem
A Criação de Eva, a Primeira Mulher

Compilações:
A Enciclopédia da Bíblia. Organizador Merril C. Tenney. Volume 1. Edição 2008. Página 90 . Cambuci - São Paulo. Editora Cultura Cristã
Bíblia de Estudo Defesa da Fé. Edição 2010. Páginas 11, 851. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deis - CPAD).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Volume 2. 2ª impressão 210. Página 178. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deis - CPAD).
Doutrinas Bíblicas – uma perspectiva pentecostal. William W. Menzies e Stanley M. Norton. 3ª edição 1999. Página 87. Rio de Janeiro – RJ. Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD.
Quem é Quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia. Editado por Paul Gardner. 19ª reimpressão 2015.  Páginas 187 e 188. Liberdade. São Paulo- SP (Editora Vida). 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

A Criação de Eva, a Primeira Mulher

Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

O homem sempre foi e continua a ser objeto de estudo em todos os períodos da história da humanidade. Foi tema de pesquisa no campo da filosofia grega e moderna; é foco da filosofia contemporânea. Também foi e é estudado pela filosofia cristã. O ramo cristão sobressai entre os demais pelo fato de incorporar a informação bíblica de que o ser humano foi criado por Deus e corroborar com a revelação das Escrituras Sagradas que desde o ato criativo a humanidade é foco dos cuidados do Criador.

E Deus criou a mulher (Gênesis 2.21,22). 

O primeiro ser humano da terra foi Adão. Ele não nasceu como os outros homens, pois foi criado por Deus do pó da terra. Depois de ter criado Adão. o Criador soprou em suas narinas e ele se tornou alma vivente. Em seguida, Deus deu a Adão domínio sobre todos os animais que vivem sobre a terra. Deus não quis que ele vivesse sozinho, fez cair um torpor sobre Adão, e ele dormiu. Tomou uma de suas costelas, depois da costela extraída modelou o primeiro gênero feminino da espécie humana, sua companheira adequada.


Ao criar Adão, Deus decidiu que em sua anatomia, na parte acima da cintura existiriam 12 pares de ossos alongados e curvos, formando um conjunto que conhecemos como caixa torácica. Este espaço existe com a finalidade de proporcionar proteção aos órgãos vitais pulmões e coração. Até antes de ser modelada como uma pessoa feminina, Eva cumpria importante tarefa protetiva em favor do homem, que viria a ser seu marido. Para os hebreus, a caixa torácica é a parte do corpo onde estão os afetos.

A palavra hebraica usada para descrever a criação da mulher é "yiben", cujo sentido é "construir". Para a construção ser bem sucedida, antes da estrutura ser erguida é necessário haver o planejamento de todos os detalhes funcionais, a ordenação estética, o estabelecimento de princípios harmônicos etc. Portanto, ao decidir criar Adão, não resta nenhuma dúvida que Deus também havia decidido que retiraria de sua caixa torácica um osso e desse osso formaria outro ser humano, com a finalidade de continuar a abençoá-lo.

Ao acordar do sono pesado, assim que Adão viu a mulher, a parte íntima dele, de imediato percebeu a conveniência de viver em companhia de um ser vivo da sua espécie. Em expressão de aprovação para sua nova situação, descreveu-a como "osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gênesis 2.23).

A estrutura da personalidade humana foi criada em semelhança ao seu Criador com o objetivo de governar a Terra. A interpretação de Gênesis 1.27,28, afirmando que Adão e Eva foram feitos à imagem e semelhança de Deus, e por haver em sua essência inteligência, vontades e emoções, isto lhes confere dignidade e valor acima da existência do restante da criação é plenamente correta e aceitável. Porém, esta interpretação, se permanece apenas no aspecto da aparência e importância comparativa não é completa. A aparência da imagem de Deus no homem e na mulher tem também o conceito de governo representativo (Salmos 8.6-8).

“E Deus os abençoou e lhes disse: Sejam fecundos, multipliquem-se, encham a terra e sujeitem-na. Tenham domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gênesis 1.28).

A tentação de Eva (Gênesis 3.1-7).

Na tentativa de convencer Eva a pecar, a serpente diz: "É verdade que Deus disse: “Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim?" (Gênesis 3.1 - NAA). A primeira tentação para a mulher foi fazê-la sondar seu conhecimento da Palavra e em seguida deixá-la confusa e em dúvida sobre o que realmente sabia. Quando Eva responde, cita a Palavra de Deus, porém, suas palavras causam a impressão que seu conhecimento a respeito da determinação em relação ao vegetal era muito vago. Parece desconhecer que a árvore se chamava "árvore do conhecimento do bem e do mal", pois faz referência à planta dizendo "Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: 'Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer'” (Gênesis 3.2-3, NAA).

Então, para criar o desejo da rebelião em Eva, a serpente distorceu a Palavra de Deus, enganando-a, mentiu a ela dizendo que se comesse o fruto proibido passaria a ser igual a Deus: "É certo que vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal" (versículos 4 e 5, NAA). Eva demonstra mais do que desconhecimento da Palavra de Deus, afirmando mais do que Deus disse. ela fala que o Senhor havia proibido tocar na árvore sob pena de morte, sendo que o Criador não havia proibido o toque e nem sentenciado à morte por este motivo (conferir em 2.15-17). Talvez, acreditasse nesta "adição" à Palavra, e esta crença sem base na orientação do Criador tenha lhe prejudicado. Ao tocar na árvore ela considerou-se desobediente sem de fato estar desobedecendo, e em seguida realmente pecou ao ingerir seu fruto e oferecê-lo ao seu marido.

A Queda de Adão trouxe inversão dos papéis designados pelo Criador ao homem e a mulher. Em vez de o casal respeitar a posição de Deus em orientá-los, e o homem com o auxílio da mulher governar a Criação, acontece uma mudança total: a serpente aborda Eva que, ao se rebelar contra o Criador, arrasta consigo seu marido.

Embora Eva tenha dado atenção para a serpente, Adão teve sua dose maior de responsabilidade, pois mesmo antes da mulher ser criada, o Criador deu-lhe a ordem para não comer o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 2.17,18). Não há registro bíblico que o Criador tenha feito recomendação diretamente para a mulher. No plano de Deus para a convivência de homem e mulher, é ele, não é ela que deve assumir a responsabilidade final.

Eva pecou ao desrespeitar o padrão estabelecido por Deus para o casamento, não consultar seu companheiro antes de retirar o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e oferecê-lo a ele. Adão pecou quando negligenciou sua responsabilidade, não se esforçar para transmitir com clareza a ordem divina para sua esposa, ele errou ao não considerar a relevância da determinação de Deus que proibia comer o fruto proibido, consentir no andamento do plano de rebeldia da serpente e não impedir que a sugestão da serpente tivesse êxito (Gênesis 3.6,17).

Por negligenciar sua responsabilidade de liderança, o Senhor pergunta apenas para Adão "comeste do fruto que ordenei que não comeste?" e para a mulher formula questão diferente, dizendo "o que fizeste?". Eva havia dado sua confiança à serpente, o Criador desfez este laço de influência colocando entre ambas a inimizade (Gênesis 3.11.15). Adão é considerado o principal responsável pelo ato de rebeldia, apesar de as consequências da Queda atingir, igualmente, ao homem e à mulher e suas respectivas esferas de atuação (Gênesis 3.9,17; Romanos 5.12-14).

Eva talvez tenha percebido logo que foi iludida, havia sido criada sem nenhum pecado e ao pecar, ao invés de passar a ser igual ao Criador, que é santo, tornou-se parecida com o diabo, o primeiro ser apontado pelas Escrituras como pecador. Adão e Eva transformaram-se em pecadores e foram lançados para fora do jardim para envelhecer e morrer. Antes do pecado, Adão lavrava  apenas o jardim do Éden, com facilidade produzia seu sustento e vivia feliz com Eva. Depois do pecado, o Criador amaldiçoou a terra, que passou a produzir espinhos e cardos, e Adão não mais pôde trabalhar com facilidade. O trabalho passou a ser árduo para ele. Adão viveu 930 anos, teve muitos filhos e filhas. O dia se sua morte chegou, morreu conforme o Criador disse que aconteceria (Gênesis 5.4-5). 

Sobre a Queda de Adão, podemos extrair a lição de que jamais devemos dar margem para dúvidas. Para evitar cair em tentação, é preciso buscar o conhecimento completo do que o Senhor fala. Sempre será necessário ensinar o conteúdo bíblico usando textos e contextos, pois o pregador é cobrado por suas negligências no que tange ao ensino. Distorcer, adicionar e subtrair informações referente ao que há nas Escrituras Sagradas, não edifica o crente, favorece apenas os interesses do diabo.

Depois deste fato triste, Adão deu para sua esposa o nome Eva. No idioma hebraico, este nome significa "vida". A Ciência define vida como o conjunto de características que mantém os seres humanos em atividade. Adão nomeou-a assim tendo em vista a capacidade de reprodução da espécie humana que havia nela, sua mulher logo passaria a ser a "mãe de todos os seres humanos" (Gênesis 3.20 (NAA).

Eva torna-se mãe (Gênesis 4.1,2).

Eva foi criada para ser a “companheira adequada”, a parceira de Adão na tarefa de encher a Terra e sujeitá-la. Como complemento oferecido por Deus, era digna de merecer todo respeito do seu marido, devia ser devidamente bem tratada por ele. A narrativa bíblica sobre o primeiro casamento estipula que o homem deve deixar pai e mãe e formar uma nova unidade familiar ao unir à sua mulher. E desta união conjugal precisa haver a geração de descendentes (Gênesis 1.28; 2.24).

Alguns interpretam o significado sobre a Queda de Adão de maneira totalmente equivocada, dizem que o pecado do casal foi o ato sexual. Deus disse “frutificai e multiplicai-vos”, portanto, está claro dentro do ambiente do casamento que a expressão sexual é uma dádiva, o celibato nunca foi plano do Criador, a sexualidade humana é uma bênção que existe para que marido e mulher tenham filhos e expressem afetividade reciproca intimamente. O apóstolo Paulo, ao abordar a questão da apostasia nos últimos dias (1 Timóteo 4.3-5), desenvolve uma interpretação positiva a respeito do relacionamento sexual no matrimônio. Através de sua redação, entendemos que Deus criou homem e mulher com a capacidade de terem prazer na atividade sexual, que a constância da relação íntima no casamento gera a desejável felicidade, a união conjugal é onde homem e mulher podem e devem compartilhar juntos os prazeres físicos da vida terrena.

Não há base bíblica para a doutrina do rigor acético na vida de casal, a proibição da expressão sexual desvirtua o propósito divino para este assunto, e de igual maneira não existe base bíblica ao indivíduo promíscuo que pratica o sexo fora laços matrimoniais.

Na antiga cultura hebraica, considerava-se que a principal responsabilidade das mulheres para com os maridos era gerar filhos, especialmente filhos do sexo masculino. A geração de um filho era a contribuição mais nobre que a mulher podia dar ao marido e à família. Não fazê-lo, em contrapartida, via-se como uma desgraça. É por este motivo que vemos o desespero de Raquel por não ter gerado nenhum menino para Jacó. Quando, posteriormente, Deus permitiu que concebesse um garoto, Raquel interpretou esse acontecimento como a remoção de sua humilhação (Gênesis 30.1,23).

Em Gênesis 3, temos o relato do primeiro pecado consumado. Observamos que a Queda implicou uma inversão completa do padrão de relacionamento definido por Deus, com consequências desastrosas e permanentes revertidas apenas pela vinda e morte salvífica do Messias.

No capítulo 4 de Gênesis, vemos o começo das consequências desta ação da desobediência de Adão e Eva. A mulher dá à luz a dois filhos: Caim e Abel. O coração de Caim não possui afeto natural em relação a seu irmão, seu sentimento é retratado como um fera em prontidão para atacar, a malignidade contamina a sensatez de seu raciocínio e o induz ao terrível ataque fatal contra Abel. Então ocorre o primeiro assassinato registrado na Bíblia Sagrada, é o início do desdobramento da prática do pecado na história da humanidade  (Gênesis 4.6-9; 13-14; 1 Pedro 5.8).

A mulher no plano de Deus (1 Pedro 3.1-7).

A linha cronológica da apresentação dos fatos relativos ao casamento no Antigo Testamento. começa em Gênesis, capítulos 1 a 3. Tal cronologia pode ser atrelada ao Plano da Salvação. Em Gênesis 3.9 a 20, há o relato de como Deus agiu em relação ao pecado de Adão e Eva e à indução ao erro cometido pela serpente. O Criador sabia de toda a ocorrência e fez perguntas visando extrair confissões e proferir a condenação. A serpente foi condenada a rastejar e estar em guerra constante com a humanidade e ter a sua cabeça esmagada pela descendência de Eva - o juízo contra a serpente é ao mesmo tempo o anúncio divino de bênção ao ser humano, a Boa Nova da intervenção de Jesus Cristo em favor de todos os pecadores (Gênesis 3.15; João 3.16; Romanos 16.20; Hebreus 2.14; Apocalipse 22.18).

O apóstolo Pedro, no terceiro capítulo de sua primeira carta, descreve os deveres de maridos e esposas no seu relacionamento, começando com os deveres das esposas. Abordar problemas conjugais e familiares, refere-se as mulheres convertidas a Cristo no mundo antigo em que vivia, considera a consequência desse ato quando o marido continuava descrente (3.1-2). Seu aconselhamento às esposas é mais extenso do que a orientação dirigida aos maridos crentes, pois quando o homem se convertia enquanto que a mulher seguia sem aceitar a Cristo, o marido levava a sua mulher à Igreja e não havia maiores dificuldades, mas se apenas a esposa era convertida, seu passo de fé poderia causar complicações sem precedentes dentro do seu lar.

A situação de uma mulher mudar de religião sem ser acompanhada do seu marido era algo praticamente inaceitável pela sociedade grega daquela época, naquela civilização a mulher não tinha direito ao pensamento próprio, era obrigada a permanecer no ambiente doméstico, pedir o menos possível e acatar todas as ordens do marido. Seu marido podia divorciar-se dela à vontade contanto que lhe devolvesse seu dote. A vida da mulher em Roma não era muito diferente, as leis romanas favoreciam apenas os homens. Legalmente, em fase adulta a pessoa de sexo feminino era tratada como se fosse ainda criança. Quando vivia no lar paterno estava sob a autoridade do pai, que possuía o direito de decidir sua vida ou morte; ao casar-se passava a estar sob a autoridade absoluta do marido.

O ensinamento de Pedro sobre o modo das esposas cristãs casadas com homens descrentes se consiste em que elas vivam  em sujeição, uma submissão carinhosa à vontade do seu cônjuge, para que através da conduta amorosa, o homem que não tinha contato algum com o Evangelho de Cristo encontrasse oportunidade de observar a evidência da Palavra através do procedimento prestativo, prudente e exemplar da sua mulher. Através deste aconselhamento, aprendemos a sujeição espontânea, primeiramente ao Todo Poderoso, são deveres cristãos que o Criador estabeleceu antes do pecado cometido por Adão e Eva (Gênesis 3.16; 1 Timóteo 2.11).

Pedro incentiva os cristãos à viverem unidos, ao amor, à compaixão, à paz e à paciência nos sofrimentos; a perdoarem os caluniadores e não caluniarem; não retribuírem o mal com o mal, nem insulto com insulto, mas com bênção; estarem sempre prontos para explicar a razão da sua fé e esperança, e conservarem a boa consciência (3.8-17). Para encorajá-los a isso, o apóstolo aponta ao exemplo de Jesus, que sendo justo sofreu pelos injustos (3.18-22).

A mulher no Reino de Deus 

As Escrituras ensinam que Deus fez tanto o homem quanto a mulher parecidos com Ele (Gênesis 1.27; 5.1; 9.6; 1 Coríntios 11.7; Tiago 3.9). Sendo o Criador pessoal, criativo, dotado de inteligência e desejo, capaz de governar o mundo, fez dois seres humanos dotados de atributos físicos e psicológicos que configuram os caráteres das criaturas varonil e feminil portando qualidades específicas, e estas refletindo a inteireza do seu Criador, possuem capacidade de cumprir plenamente a vontade divina.

Algumas mulheres destacadas positivamente nas páginas das Escrituras:
• Abgail, a mulher de sabedoria (2 Samuel 25.18-35);
• Ana, a mulher de oração (2 Samuel 1.9,10);
• A mulher anônima que Jesus observou contribuindo no templo (Marcos 12.41-44);
• Débora, a mulher que profetizava (Juízes 4.5);
• Rute, a mulher de decisões acertadas (Rute 1.16);
• Sara, a mulher de fé (Hebreus 11.11);
• Lídia, a primeira convertida a Cristo na Europa (Atos 16.14);
• Lóide e Eunice, respectivamente, avó e mãe do jovem pastor Timóteo, a quem transmitiram a fé no Salvador (2 Timóteo 1.5);
• Maria Madalena, a primeira mulher que testemunhou a ressurreição do Salvador (João 20.11-18);
• Priscila, esposa fiel de Áquila, que junto a ele cooperou no ministério de Paulo (Atos 18.21-3,26; Romanos 16.3,4. 
Em todo o ministério terreno de Jesus e, principalmente em sua ressurreição (Lucas 24.1-10), percebemos a fé e o respeito que as mulheres demonstraram pelo Salvador. Depois de sepultado, assim que o período do dia de sábado terminou, Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago e outras mulheres (João 12.10,24,32), aproveitaram a primeira oportunidade e foram ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus, talvez quisessem ungir sua cabeça, o rosto, espalhar especiarias em suas mãos e pés feridos, em uma expressão de carinho, o mesmo carinho que dispensamos em nossa cultura ocidental quando derramamos lágrimas e colocamos flores ao redor das pessoas falecidas que amamos.

Considerando a expressão de amor dessas mulheres, Deus ordenou que dois anjos avisassem-lhes que o Senhor havia ressuscitado, e ajudassem a lembrar que o próprio Cristo havia dito que ressuscitaria ao terceiro dia da sua morte, pois elas encontraram o túmulo aberto e vazio. E coube a elas a missão de avisar aos homens que Ele estava vivo (Lucas 24.6,8).

Após o pecado no Éden, Deus ainda se comunica com as pessoas, agora através da Bíblia Sagrada, que inspirada pelo Espírito Santo tem o poder de transformar vidas. O mundo necessita conhecer a essência do seu Criador, tendo em mente quem realmente Ele é. Através da pregação da Palavra, realizada por pessoas renascidas em Cristo, deseja abençoar pessoas de modo individual e coletivamente, sendo reconhecido e aceito como Soberano no ambiente das famílias. Homens e mulheres, alcançados pela graça da salvação, têm em si o reflexo de seu Criador, estão incumbidos com a missão de entregar a mensagem das Boas Novas aos que ainda não encontraram o Salvador.

Conclusão

As Escrituras dão testemunho de um número considerável de relacionamentos entre homens e mulheres caracterizados pelo amor e pela honra a Deus. Apesar disso, por causa do pecado, o ideal divino da união matrimonial e família foi corrompido pela poligamia, divórcio, adultério, homossexualidade, esterilidade e falta de diferenciação dos papéis de marido e esposa. Por existir na cultura contemporânea, considerável confusão sobre o plano de Deus a respeito do casamento, com a finalidade de saber lidar com essa crise cultural, e fortalecer as convicções cristãs sobre o assunto, o cristão autêntico precisa ter a Bíblia Sagrada como base para empenhar-se à edificação e solidificação do fundamento mais íntimo que o Criador trouxe à existência.

E.A.G.

Compilação:
Comentário Bíblico Beacon, Gênesis a Deuteronômio. Volume 1; página 38.
Comentário Bíblico Mattew Henry - Atos a Apocalipse, 1ª edição 2018, pagina 872. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD)
Comentário Bíblico Mattew Henry - Mateus a João, 1ª edição 208, páginas 729, 730. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Deus Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. Andreas J. Köstenberger e David W. Jones. 2ª edição. Páginas 281 29 e 35. São Paulo (Vida Nova).
Guia do Leitor da Bíblia – Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Lawrence O. Richards. 5ª edição 2006. Páginas 26, 836. Bauru. Rio de Janeiro – RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD).
Pastor Christian Molk. consulta realizada no website em 03 de janeiro de 2019, https://www.christianmolk.se/2014/03/nar-eva-foll/ 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

A Velhice de Davi


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Certa vez, alguém escreveu o seguinte: No período da infância, quem observa alguém entre 20 e 30 anos pensa que tal pessoa é velha; quem tem entre 20 e 30 tende a cogitar que o indivíduo na faixa de 60 está vivendo em velhice; e o sexagenário pondera que ser velho é ter passado de 70 anos de idade. O que dizer sobre isso? Cada um de nós deve olhar para si mesmo entendendo e aceitando que o envelhecimento é um desenvolvimento gradativo natural que provoca alterações no organismo, mudanças vistas como normais da vida.

A lei número 10.741, de outubro de 2003, dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Em seu artigo número 1, declara que pessoas  com idade de 60 anos ou mais são consideradas legalmente idosas.

I - UMA VISÃO GERAL SOBRE A VELHICE

1. Concepções antigas e modernas.

Os seres humanos têm demonstrado atitudes muito diferentes diante da velhice. Na antiguidade clássica, a velhice era vista como sinônimo de sabedoria, os postos de governo e ensino eram reservados primeiramente aos anciãos. Em época mais remota, povos bárbaros que praticaram o canibalismo contra as pessoas velhas, fracas, improdutivas.

Ainda existe em países orientais a preservação da dignidade do idoso; e, infelizmente, salvo as valiosas exceções, em muitas nações ocidentais, de forma não literal, a antropofagia volta a se repetir, pois a pessoa envelhecida é esquecida, abandonada, maltratada por familiares e pelos governos.

2. Concepção bíblica.

Deus criou a vida humana como um processo evolutivo, a ser iniciado na infância e terminar na velhice. O começo e o final são caracterizados pela fragilidade de uma vida que está começando ou terminando. Mas, enquanto a sociedade considera a velhice como a etapa de impotência e mal-estar, quando os sentidos vão morrendo aos poucos, quando se apaga a capacidade de desfrutar os prazeres da vida, quando a pessoa começa a ser um estorvo para os familiares e quando sua única esperança é o túmulo, as Escrituras Sagradas mostram a longevidade humana de modo bastante positivo. Ao Senhor, quanto mais a entrada dos anos, mais plenitude de vida tem a pessoa.

A morte de Abraão é assim descrita: "Os dias da vida de Abraão foram cento e setenta e cinco anos. Abraão expirou e morreu após uma longa velhice, e foi reunido ao seu povo. Os filhos dele, Isaque e Ismael, o sepultaram na caverna de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, em frente de Manre, o campo que Abraão havia comprado dos filhos de Hete. Ali foram sepultados Abraão e Sara, sua mulher. (Gênesis 25.7-10). Moisés também viveu cento e vinte anos, "seus olhos não se haviam enfraquecido, e ele não havia perdido o vigor" (Deuteronômio 34.7). 

A bênção do Senhor se expressa nesta porção bíblica: "Em toda aquela terra não havia mulheres tão bonitas como as filhas de Jó; e seu pai lhes deu herança entre seus irmãos. Depois disto, Jó viveu mais cento e quarenta anos; e viu os seus filhos e os filhos de seus filhos, até a quarta geração. E assim Jó morreu, após uma longa velhice" (Jó 42.15-17).

Toda a narrativa que encontramos de Mateus ao Apocalipse não faz referência ao período da velhice de maneira negativa. No tempo do ministério terrenos de Jesus Cristo, os anciãos era usado para se referir aos chefes de comunidades, tomavam parte do Sinédrio, juntamente com os sumos sacerdotes e os escribas. Quando a igreja começou a se organizar, durante o tempo da perseguição do Império Romano, as comunidades cristãs encarregavam um colegiado de anciãos, conhecido como "presbitério" com vista a estabelecer o governo das comunidades cristãs.

Diversas passagens bíblicas mostram a vida longa como prêmio à fidelidade e à vida justa (Êxodo 20.12; Deuteronômio 4.40; Provérbios 3.1-2; 4.10). Em não poucos casos a morte prematura transmite a ideia de castigo divino (Salmos 9.18; Provérbios 10.27). Jesus Cristo, entregou a sua vida em favor do pecadores quando estava no auge da maturidade de um homem, pois aceitou receber em si o castigo que era nosso  (Lucas 3.23). 

II - PROBLEMAS NA VELHICE DE DAVI

1. A velhice de Davi.

É um grande consenso que Davi (em hebraico, "amado"), o segundo e maior rei de Israel, é uma das figuras mais importantes da história israelita e de toda a Bíblia Sagrada. Filho mais moço de Jessé, nasceu em Belém, cidade onde passou a maior parte da sua juventude como pastor.

A grande mácula de seu caráter foram os males que perpetrou contra Urias, e que resultou na morte deste - pecados dos quais ele se arrependeu amargamente e foi perdoado. Seu último cântico, exprime o espírito de sua vida e de seu governo (2 Samuel 23.1-7).

O relato de  1 Reis 1.1-4 mostra que ele, pela misericórdia de Deus havia escapado de muitos perigos e doenças, mas nada disso evitou que aos setenta anos seu vigor  físico decaísse e fosse arrastado pelo peso da idade aos portões da sepultura. O calor natural do corpo deixava seu organismo e nada era capaz de aquecê-lo e assim esteve confinado ao leito até seu último suspiro. Entre virtudes e falhas, para Davi a velhice e a morte também chegaram.

2. Enfrentando mais um filho rebelde.

Após as mortes de Saul e Jônatas, Davi reinou em Hebrom por sete anos e meio; quando Isbosete, filho de Saul, faleceu, Davi tornou-se rei sobre todo o Israel. Tomou dos jebuseus a terra de Jebus (Jerusalém), no monte Sião e fez dela a sua capital, e edificou ali um palácio, havendo ao lado uma tenda em que a arca do Senhor foi guardada (2 Samuel 6), até que o templo fosse edificado por seu sucessor Salomão, para abrigá-la. Ergueu a fortificação do monte Sião, que ficou conhecida como cidade de Davi.

Na última parte de seu reinado de trinta e dois anos em Jerusalém, seu filho  Absalão, rebelou-se contra Davi e foi morto, causando assim grande desgosto ao seu pai. Pouco antes da morte de Davi (a data é discutida como tendo ocorrida em 1015, 980 ou 977 a.C.), outro filho mostrou-se rebelde, Adonias, que por meio de uma revolta, tentou frustrar a escolha dele a favor de Salomão como seu sucessor.

Não obstante fosse ele o herói do povo, Davi, contentando-se com um apelo à Justiça divina, recusou mesmo em sua própria defesa, levantar sua mão contra o ungido do Senhor - Saul. Fugindo da inveja implacável de Saul, escapou primeiro para a terra dos filisteus; então reunindo na caverna de Adulão 400 homens (mais tarde 600) e rumando para cá e para lá na região meridional, conseguiu esquivar-se de seu perseguidor, sem tocá-lo. 

Davi teve muitas aflições com seus filhos, Amnom e Absalão foram responsáveis pela maior parte da sua tristeza. Sua vida foi um Contraste ao comportamento de seus dois filhos, Absalão (o filho que havia tratado com frieza), e Adonias (que havia recebeu muito mimos); ambos não reverenciaram ao Senhor e atentaram contra sua vida.

Deus escolheu a Salomão para reinar em Israel e Davi o constituiu como seu sucessor (1 Crônicas 22.9 e 23.1).  Encontramos em 1 Reis 1.5-10 o relato sobre a aspiração de Adonias ao trono de Davi, quando Davi já está em seu leito de morte. Adonias, homem de boa aparência, agiu insolentemente, não pensou em receber instruções de Davi quanto ao seu futuro, não mostrou nenhum sentimento de pesar ao vê-lo sofrendo, ao perceber que o trono ficaria vago, proclamou-se rei à revelia da vontade paterna e sem consultar ao Senhor.

3. Constituindo Salomão como rei.

A transmissão da coroa tinha a direção divina, portanto, sendo Natã um autêntico profeta do Senhor, empenhou-se ao máximo na situação da sucessão real. Davi e Bate-Seba não sabiam sobre a atitude de Adonias proclamar-se o novo rei de Israel até o profeta Natã avisá-los. 

Estando Davi acamado, e Salomão sendo ainda muito jovem para tomar as medidas necessárias para assumir o poder, Natã e Bate-Seba  asseguraram a sucessão real para Salomão, conforme podemos conferir em 1 Reis 1.11-31. Buscaram de Davi a ratificação da sucessão para Salomão e impediram a usurpação de Adonias, a ênfase da ordem do rei confirmava o título de real a Salomão e estava de acordo com o plano divino sobre quem seria o próximo soberano de Israel.

Atos referentes ao início do reinado de Salomão:
• 1 Reis 1.32-34. A reação de Davi, ao transmitir orientações a Zadoque, Benaia e Natã foram importantes para assegurar a posse de Salomão.
• 1 Reis 1.36. Benaia, comandante do exercito de Davi, apoiou a coroação de Salomão dizendo "amém".
• 1 Reis 1.45. Natã, no exercício do ministério de profeta, e Zadoque, o de sacerdote, ungiram Salomão com óleo do Tabernáculo em evento público.
• 1 Reis 1.46. A cidade se alvoroçou com grande brado de alegria quando Salomão recebeu a unção.
É preciso manter o sentimento de autopreservação sempre em alerta, pois o adversário de nossas almas não descansa, está sempre em atividade para retirar de nossas cabeças a coroa da salvação. É importante estar vigilante em nosso benefício espiritual e do próximo. Assim como fez Natã, temos o compromisso de alertar aqueles que esqueceram de vigiar e correm o risco de perder a sua coroa; os ministros do Evangelho devem, em nome de Jesus Cristo, empenhar-se com todo esforço possível para que o diabo não roube a coroa da salvação daqueles que estão distraídos com efemeridades dessa vida passageira (Apocalipse 3.11).

III - AS PALAVRAS FINAIS DE DAVI EM SUA VELHICE

1. O reconhecimento da ação do Deus de Jacó.

Jacó (em hebraico, ya‘aqob) significa '‘apanhador de calcanhar", “malandro” ou “suplantador”. Foi o filho gêmeo de Isaque e Rebeca, teve uma história longa e cheia lutas amargas. Esaú, foi o primeiro a nascer e Jacó veio à luz agarrado no calcanhar de seu irmão (Gênesis 25.21-28)

As promessas de Deus aos patriarcas tinha a consideração de abençoar o primogênito, isto é, o primeiro filho homem a nascer.  Na ausência do pai, o filho primogênito tinha autoridade sobre a família (Gênesis 37.21-30; 42.37), a porção dobrada da herança (Deuteronômio 21.17), e o direito ao sacerdócio. A história de Esaú e Jacó (Gênesis 25.30-34; 27.36), mostra que o primogênito poderia perder sua bênção. Devido ao fato de estar faminto e não valorizar seu relacionamento com Deus, Esaú aceitou a oferta de Jacó e trocou sua bênção por um prato de sopa que o irmão lhe preparou e depois se arrependeu amargamente. Jacó, valendo-se da cegueira do pai, fingiu ser Esaú e foi encontrar-se com seu pai, pedindo-lhe que o abençoasse com a bênção de primogenitura, enganado, pensando que se tratava de Esaú, abençoou a Jacó. Assim, o significado de seu nome fez todo o sentido: suplantador.

Quando Jacó voltava para sua terra natal, depois de muitos anos vivendo distante de seu lar, porque seu irmão Esaú, descobrindo-se prejudicado queria matá-lo, um grupo de anjos veio ao seu encontro (Gênesis 32.1,2), recepcionando-o com a proteção de Deus. Ao passar com sua família e comitiva de empregados pela parte rasa do ribeiro de Jaboque, ganhou uma experiência excepcional com “um varão” desconhecido. Lutou com ele para que não fosse embora até o romper do dia (v. 24). Embora estivesse com seu quadril ferido, foi bem-sucedido e ganhou a disputa, do varão com quem lutou, uma bênção que mudou o seu nome de Jacó (“enganador”) para Israel (“o que luta com Deus"). Aquele homem revelou sua verdadeira identidade, abençoando Jacó e também mudando o seu nome. Esta pessoa era o próprio Deus Eterno (Gênesis 17.5; 35.9­,15; Isaías 65.15; Oseias 2.23; 12.3,4).

Quando Davi citou o patriarca Jacó, é provável que reconhecesse o quanto foi uma pessoa pecadora e o quanto Deus foi misericordioso com ele. Todos nós somos pecadores, carentes da misericórdia divina. Se reconhecemos nossos erros e buscamos ao Senhor, pedindo a bênção de seu perdão, alcançaremos sua misericórdia. E, relembrando a promessa que Jesus fez aos que perseveraram até o fim da vida em fidelidade ao Senhor (Apocalipse 2.17) seremos uma alma entre as almas de uma grande multidão de salvos, lá no céu, que um dia receberá uma pedrinha branca em que estará escrito o nosso novo nome.

2. O Davi inspirado.

Ainda muito jovem, matou o filisteu, gigante Golias, o que lhe deu acesso à corte do rei Saul, cuja melancolia Davi acalmava, tocando magistralmente sua harpa.  O Antigo Testamento o apresenta como guerreiro valente, cantor, músico, a ele é atribuído um grande número de poemas, publicados no livro de Salmos.

Além das inspiradoras obras escritas, Davi inspirava através de suas atitudes com vista a reinar glorificando o Deus de Israel.  Sua guarda de 600 heróis, composta, na maior parte, por estrangeiros, especialmente quereteus e peleteus (provavelmente cretenses e filisteus), Davi possuía, segundo registro em Crônicas 288 mil guerreiros dos quais 24 mil pegavam em armas cada mês do ano.  As suas campanhas militares, bem sucedidas e de poucos anos, fizeram com que Davi se tornasse o soberano de todo o território, desde o Eufrates até as fronteiras do Egito (2 Samuel 8). Dessa maneira, sua heroica confiança em Deus sempre o susteve em todas as dificuldades de sua própria vida e de seu reinado.

Nos dias mais difíceis da história, os homens sentiam que só com outro Davi se cumpririam as promessas de Deus. A lembrança das "firmes promessas de Davi" (2 Samuel 7.12-16) e do "concerto eterno" que Deus fizera com ele (2 Samuel 23.5), revivificou a esperança messiânica do povo naquele que se daria "como testemunha aos povos, como príncipe e governador dos povos" (Isaías 55.3,4; Atos 13.34).

A única pessoa que as Escrituras declaram ter sido o "homem segundo o coração de Deus" é Davi (1 Samuel 13.14 e Atos 13.22). O Novo Testamento nos diz que Jesus Cristo pertence à linhagem de Davi, descreve o Salvador de muitas maneiras sendo que uma delas é que o Filho de Deus é o Leão de Judá e a raiz de Davi.

CONCLUSÃO

Nos textos de Eclesiastes (8.7-8 e 12.1-10) temos as impressionantes e poéticas abordagens sobre velhice, os versos falam de enfraquecimentos e doenças e concomitantemente ao apego à vida. E aprendemos que a pessoa idosa merece consideração e respeito, deve ser tratada com carinho, até pelo fato de que o curso natural da vida leva a todos para esta fase.

Embora haja na Bíblia muita ênfase reconhecendo ao ancião a prerrogativa de possuir a inteligência e a sabedoria (Deuteronômio 32.7; Salmo 78.3; Joel 1.2), não existe uma exaltação incondicional à velhice."Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e tolo, que já não se deixa admoestar" (Eclesiastes 4.13).

E.A.G.

Compilações:
Comentário Bíblico de Mattew Henry. Volume 2. Antigo Testamento - Josué a Ester. Edição 2010. Páginas 448 e 449. Rio de Janeiro (RJ). Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
Dicionário Bíblico Wycliffe. Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea. 2ª Edição 2007. Páginas 1006, 1007 e 1596. Rio de Janeiro (RJ). Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).
Vocabulário Teológico Para a América Latina. J.L Idígoras. Edição 1983. Páginas 529, 530. São Paulo / SP (Edições Paulisnas).