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domingo, 4 de março de 2018

Eva, o primeiro ser humano feminino na face da Terra


Por Eliseu Antonio Gomes

Criação versus Evolucionismo

A Ciência tenta provar que Deus não existe e que o relato da Criação não é verídico, porém, não é capaz de explicar como a Humanidade e todo o Universo passou a existir. Argumenta: "Ninguém pode fazer uma imagem de barro se não possuir barro, como matéria-prima. Se hoje sabemos que todos os seres humanos são formados substancialmente de matéria orgânica, como teria surgido o primeiro ser vivo, num planeta que originalmente não possuía matéria orgânica?"

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E destas questões surgiram muitas teorias, que jamais tiveram provas incontestáveis de suas veracidades. De Aristóteles até meados de 1850, existiram grandes pensadores que acreditavam na Hipótese da Geração Espontânea ou Abiogênese, hipótese pela qual admitia-se que os seres vivos pudessem surgir da matéria bruta do meio. Essa foi desmascarada no ano 1864 por Louis Pasteur, na França. Depois, tentou-se explicar o aparecimento  dos primeiros seres vivos a partir dos cosmozoários, que seriam microrganismos flutuantes no espaço cósmico. Porém, existem provas concretas de que isso jamais poderia ter acontecido. Tais seres seriam destruídos por raios estelares e ultravioleta que varrem continuamente o espaço sideral.

Em 1936, A. I. Oparin, biólogo e bioquímico russo, propôs uma nova explicação para a origem da vida. Sua hipótese se resume que, na atmosfera primitiva do nosso planeta existiriam metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Estas substâncias, em contato com centelhas elétricas e raios ultravioletas, teriam se combinado e originado o aminoácido, que flutuaria na atmosfera. E vindo a chuva, estes teriam sido arrastados para o solo. E, na superfície da crosta terrestre, estes teriam sido submetidos às altas temperaturas demoradas e misturados uns com os outros, sidos transformados em proteínas. Chuvas teriam levado as proteínas aos mares, cujas águas seriam mornas. Então, as proteínas teriam se dissolvido e se transformado em colóides e estes teriam se interpenetrado e originado os coacervados. Por sua vez, os coacervados englobariam moléculas de nucleoproteínas. E organizariam-se em gotículas delimitadas por membranas lipoproteícas. E assim, surgiriam as primeiras células. Muito tempo depois, essas células heterótrofas evoluiriam para autrófas, capazes de realizar a fotossíntese.

E, por falta de espaço e tempo de leitura, não é possível continuar esta fábula, que conta como o "meio científico" quer nos fazer crer que a partir de um minúsculo organismo vivo, que só é possível visualizar através de potentes lentes de microscópio, houve desdobramentos da evolução da vida, que a partir de uma célula o ser humano veio a existir na face da terra.

Quem é que acredita nisso? Eu não, prefiro acreditar no relato contido Livro de Gênesis.

A criação da mulher (Gênesis 2.18-25)

Segundo o relato da Bíblia Sagrada, no Livro de Gênesis, Adão e a esposa Eva são as primeiras pessoas na Terra, eles são os antepassados da raça humana. Gênesis fornece uma descrição da vida do primeiro casal humano. Os principais elementos do enredo incluem a criação de Adão e Eva, a tentação, a queda; e a expulsão de ambos do Éden.

O relato bíblico do início de todas as coisas existentes revela a sabedoria do Criador, inclusive por deixar para criar a mulher por último. Piadistas, afirmam que o fato de deixá-la para o final seria para evitar que ela desse palpite em todo o processo da criação. Piada à parte, prossigamos.

Eva é o nome dado por Adão à primeira mulher na Bíblia. Seu nome significa "vida" ou "vivente". Ela é a figura feminina  central, apresentada no Antigo Testamento, na história da redenção do homem. A Bíblia a descreve como "mãe de todos os seres humanos".

Quando Deus Criou Adão do pó da terra, soprando nele o fôlego de vida, resolveu prover-lhe uma esposa. Colocou-lhe em profundo sono cirúrgico e usou uma de suas costelas para construir uma pessoa feminina. Assim, o Criador fez a mulher.

Adão, reconhecendo a íntima relação entre si e Eva, declarou que ela seria chamada mulher (que em hebraico é "ishshâ"; Gênesis 2.22, 23) porquanto do homem (" 'ish", ) foi tomada (1 Coríntios 11.8).

Adjutora

Quando Eva foi apresentada ao homem, este sentiu foi tomado por um sentimento sociável e cantou o primeiro hino encontrado nas Escrituras, a fim de exaltá-la e chamá-la de mulher. Podemos ponderar que Adão viu em Eva um reflexo de espelho idêntico, embora oposto. E desde então este sentimento afetuoso para com o sexo oposto marca a vida humanidade.

Inspirado no princípio contido na exclamação de Adão, ao ver sua companheira ("esta é osso do meu osso e carne da minha") o apóstolo Paulo afirmou que os maridos devem amar as suas próprias mulheres, como aos próprios corpos, porque quem ama a sua mulher ama a si mesmo e ninguém aborrece a própria carne, mas a alimenta e a sustenta (Efésios 5.28, 29).

Como mulher, Eva foi formada com o propósito de ser "uma adjutora defronte dele", Adão. O que isto quer dizer? "Uma companheira que corresponda a ele", feita a partir da costela dele (Gênesis 2.18-21).

As palavras sinônimas para "adjutora", são: ajudante, auxiliar, coadjuvante, conselheira, assistente, colaboradora, secretaria. Porém, na Bíblia, termo traduzido como "adjutora" não tem em si mesmo o sentido de subordinação. O vocábulo é usado até mesmo com relação a Deus em Gênesis 49.25: "O Deus do seu pai ajudará José, o Todo-Poderoso lhe dará bênçãos - bênçãos do alto céu, bênçãos de águas que ficam debaixo da terra, bênçãos de muitos animais e muitos filhos" (NTLH).

Para o nome Eva, a Septuaginta traz a tradução "zõe" (vida). O substantivo "hawwã" ocorre apenas duas vezes no Antigo Testamento (Gênesis 3.20 e 4.1), sendo que em seu lugar é mais comumente usado a palavra "mulher". Em alguns manuscritos da Septuaginta e no Novo Testamento, o nome aparece como "Heua", na Vulgata passa para "Heva", e daí para Eva em português.

A tentação

Eva foi o instrumento da serpente para levar Adão a comer do fruto proibido. Primeiramente, ela cai na tentação ao comer o fruto proibido, em seguida encoraja o marido a também ceder à tentação. Ver: Gênesis 2.20-25; 3.1-21; 4.1-2, 25; 2 Coríntios 11.3; 1 Timóteo 2.13-14.

Por terem desobedecido à ordem de não comerem do fruto da árvore do bem e do mal, Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, o lugar da primeira habitação do casal. Também, em consequência da desobediência, o Criador condenou Eva  a ter filhos entre dores, e a ser dominada por Adão (Gênesis 3.16). Foi então que Adão a chamou de Eva (hawwã, Gênesis 3.20), porque ela seria mãe de todos os vivos. Quanto ao castigo de Adão, ele, que antes tinha um trabalho prazeroso, foi condenado a trabalhar arduamente.

A descendência

Mãe de Caim, Abel, Sete, entre outros filhos e filhas (Gênesis 3.20; 5.4).

Seu significado pode ser visto nos diversos desígnios que lhes foram destinados e as circunstâncias que os cercaram. Ela é mencionada primeiro como parte da noção corporativa de homem ("adam", Gênesis 1.16, 28; 5.2). Isso significa que também compartilhava a imagem de Deus, a fonte de toda a dignidade humana que nos diferencia de todo o restante do reino animal.

O caráter da natureza derivativa de Eva - imagem de Deus tirada do homem - proporciona a base para que todas as mulheres possam entender a si mesmas, desde que Eva foi a progenitora do seu gênero. A ausência da mulher na criação causou a declaração de Deus de que algo não estava bom (2.28). A intenção de Deus na criação da mulher era que completasse Adão, o que significa que havia algo de incompleto no primeiro homem sem ela. Em vez de um ser inferior, compartilharia com ele uma reciprocidade baseada tanto nas similaridades como nas desigualdades. Eva era feita à imagem de Deus; portanto, co-recebedora do mandato cultural, para encher a terra e dominá-la, por meio da multiplicação dessa imagem (Gênesis 1.28).

O lapso de responsabilidade de Adão

É digno de nota que Adão é visto como praticante de uma falta primária no ato de desobediência. Ele não só foi colocado como cabeça sobre toda a criação, mas também era sua tarefa guardar o Jardim do Éden. O verbo hebraico usado aqui, além do sentido de conservar, também traz consigo a conotação de "ficar em vigilância". A presença satânica no Éden, personificada na serpente que induziu Eva ao pecado, foi uma indicação direta do fracasso do homem nesse aspecto. Tal entendimento corrige a noção equivocada de que Eva era mais fraca moralmente e de que ela própria era uma tentadora. 

O pecado e a promessa divina

Após pecarem, Eva compartilhou com seu marido a vergonha da rebelião contra o Criador. O Senhor colocou sobre ela a maldição relacionada com a gravidez e o parto, os quais eram talhados para sua identidade e função (Gênesis 3.16). Certamente, as dores do parto serviriam para lembrar a mulher e seus descendentes do sexo feminino sobre a rebelião daquele dia. Também a lembraria do perigo que seria associado ao nascimento dos filhos. Na maldição, porém, podemos ver a bênção de Deus, pois a habilidade da mulher conceber foi preservada. Eva continuaria a ser uma geradora de vida, a despeito da morte ser o castigo para a rebelião dela e do homem.

A essência de todo pecado é exibida na desobediência de Adão e Eva. O pecado é a rebelião  do homem contra a autoridade de Deus, como também o orgulho de sua suposta auto-suficiência, capacidade, integridade.

Mesmo o ser humano rebelando-se contra Deus, que o criou segundo sua imagem, o homem não é capaz de destruir essa imagem, visto que faz parte de sua própria constituição humana. Isto é evidente em sua busca pelo conhecimento científico, em seu domínio e uso das forças da natureza, e em seu desenvolvimento da cultura, da arte e da civilização. Porém, ao mesmo tempo, os esforços do homem caído são amaldiçoados com frustrações. Esses desapontamentos em si mesmos é a prova da perversão do coração humano.

Somente a disposição de aceitar, pela fé, a obra expiatória de Cristo, aquilo que o homem perdeu pode ser recuperado: sua dignidade, que era a intenção de Deus, é restaurada, o propósito da vida é recapturado, a imagem de Deus é recuperada e o caminho para o paraíso da comunhão com Deus é reaberto.

A doutrina bíblica da queda contradiz a noção popular que afirma que o ser humano é um ser que, mediante lento desenvolvimento evolutivo, conseguiu erguer-se da condição primitiva e da ignorância de uma origem humilde até às orgulhosas alturas de sensibilidade e introspecção religiosa. A Bíblia não retrata o homem como uma criatura que está subindo, mas ao contrário, mostra-o como caído e rebaixado, devido ao pecado no Éden. 

As duas referências explícitas à Eva no Novo Testamento

O último relato direto sobre Eva no Antigo Testamento ocorre em sua declaração no episódio do nascimento de Caim: "Alcancei do Senhor um homem" (Gênesis 4.1). Essas palavras revelam a consciência que tinha de Deus, para gerar a vida. A partir dessa declaração, Eva não é mais mencionada na narrativa do Antigo Testamento. Apesar disso, serve como modelo em episódios subsequentes: é a mãe das dores de parto, o protótipo de mulher que busca sua libertação por meio da geração de filhos. Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Isabel seguem o padrão de Eva, embora ela própria não tenha experimentado a esterilidade.

A preservação de Eva como fonte de vida, entretanto, não é limitada apenas à esfera biológica. Na maldição sobre a serpente Deus incluiu a promessa da redenção humana (Gênesis 3.15). Esta passagem bíblica é chamada de "o primeiro evangelho", porque antecipou a derrota final de Satanás, a qual Cristo, como a semente da mulher, conquistaria.

Após a narração no capítulo 4 de Gênesis, Eva é citada no Novo Testamento por seu nome apenas em 2 Coríntios 11.3 e 1 Timóteo 2.13.

Em 2 Coríntios 11.3, Paulo citou a maneira como Eva foi enganada pela serpente, como uma advertência  do que um falso mestre poderia fazer  na igreja de Corinto. O ponto da analogia é a astúcia da serpente, comparada com a falsa sabedoria dos que pregavam um evangelho diferente daquele que Paulo anunciava.

A outra referência explícita à Eva é encontrada em 1 Timóteo 2.13. Nos conselhos que o apóstolo deu ao seu discípulo sobre o cuidado com a igreja em Éfeso, instruções particulares para cada gênero de pessoas. O apóstolo exortou a mulher a manter uma postura de companheirismo e honra diante do marido, em duas bases - a ordem da criação e a da tentação. Lembrando que Adão foi criado primeiro; e Eva enganada primeiro.

Conclusão

Resumindo, a narrativa bíblica dedica atenção cuidadosa dos meios de caracterização do perfil de Eva, revelando detalhes importantes sobre a fonte e a natureza de sua identidade. Sua pessoa pode proporcionar o pano de fundo para o entendimento de outros personagens bíblicos, bem como de alguns aspectos da obra redentora de Cristo.

Apesar de Eva não ser mencionada diretamente como a mãe da semente que destruiria a serpente, provavelmente ela pode ser considerada o modelo em outros contextos do Novo Testamento. Maria, a mãe de Jesus, é o vaso da revelação divina de que conceberia um filho, o qual seria o foco central da redenção e lutaria contra as forças do mal (Lucas 1.33; 2.34-35). Lucas traçou a analogia de Jesus até Adão (Lucas 3.38). Outra possível alusão a Eva no Novo Testamento é a mulher que dá à luz em Apocalipse 12. Ali, o descendente dela está associado com a batalha cósmica entre as forças de Satanás e as de Deus.

Toda mulher a quem o Senhor dá o seu favor, experimenta a alegria de Eva na condição de mãe (Isaías 54.1).

E.A.G.

Compilações:
Dicionário Bíblico Universal A. R. Buckland e Luckin Williams, página 214, edição 2007, São Paulo-SP (Editora Vida).
O Novo Dicionário da Bíblia, volume 1, páginas 565 e 566, 4ª edição 1981, São Paulo/SP (Edições Vida Nova). 
O Novo Dicionário da Bíblia, volume 3, páginas 1352, 1353, 4ª edição 1981, São Paulo/SP (Edições Vida Nova). 
Quem é Quem na Bíblia, Mateus H. Manser e Debra K. Reid, página 10, edição 2013, Barueri/SP (Sociedade Bíblica do Brasil).  
Quem é Quem na Bíblia Sagrada - A História de Todas as Personagens da Bíblia. Editado por Paul Gardner. Páginas 202 a 205; 19ª reimpressão agosto 2015; São Paulo/SP (Editora Vida). 

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