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sábado, 27 de março de 2021

Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário

Em face dos 110 anos das Assembleias de Deus no Brasil, a Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD), nos meses de abril, maio e junho de 2021, dá continuidade aos estudos bíblicos sobre a ação do Espírito Santo na vida do cristão. Pormenorizadamente, mostra que dons são dádivas do Espírito Santo para a Igreja do Senhor em nossa contemporaneidade, com o proposito de edificá-la.

O comentarista das lições, cujo tema é tão relevante, é o pastor Elinaldo Renovato, autor de diversos livros publicados pela CPAD, líder da Assembleia de Deus em Parnamirim, RN, e professor universitário.

Tema: Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário.

Não deixe de acessar o link direcionador para "box Leitura Diária". É um reforço. São artigos extras contendo comentários adicionais sobre seis versículos bíblicos, um para cada dia da semana, de segunda-feira ao sábado. 

domingo, 28 de fevereiro de 2021

Quando o tambor de 200 litros é o púlpito da igreja

Por Eliseu Antonio Gomes

A palavra púlpito contém dois significados entre os religiosos. É compreendida como o lugar mais elevado que o palestrante utiliza para se dirigir ao público-alvo de sua mensagem. A segunda definição é um pequeno móvel posto neste ponto mais alto da igreja. Neste artigo usaremos o segundo significado.

O sacerdote Esdras, quando leu o livro da Lei de Moisés para a congregação, composta por homens e mulheres que estavam reunidos em uma praça, fez uso de um púlpito (Neemias 8.4). Na atualidade da Igreja, esta estrutura é constantemente usada pelo orador ao discursar. O orador acomoda a Bíblia sobre o púlpito, usa-o para ter perto de si o copo d’água, que é ingerida para hidratar as cordas vocais. Sobre o púlpito, geralmente está instalado um microfone fixo.

Por muitos anos os púlpitos de madeira foram unanimidade nas igrejas. Tábuas levadas à arte de um bom marceneiro, torneadas, coladas ou parafusadas, e envernizadas, serviram de mobília central de cultos em diversas regiões do Brasil. O fator resistência ao desgaste fez com que a matéria-prima mais aproveitada fosse o mogno, o cedro, o pinho, o pau-ferro, a peroba e a jacarandá.

Ao passar dos anos, a escolha da madeira nobre passou por mudanças à confecção de púlpitos. Apareceram os púlpitos fabricados com placas MDF (fibras de madeira misturas com resinas sintéticas e aditivos) e os púlpitos montados com chapas de acrílico (plástico transparente). Mais baratos que a madeira nobre, porém, igualmente bonitos.

E, recentemente, nesta era da pós-modernidade, encontramos o púlpito feito com tonel de óleo, o tambor metálico de 200 litros. A peça é customizada, passa pelas mãos de serralheiros, ganha novas curvas anatômicas, tem gavetas ou pequenas plataformas como as estantes. Depois vem a cobertura em pintura clássica, e também a obra de um grafiteiro. Alguns olham a novidade em silêncio e com uma sensação de estranheza, outros criticam a opção e categorizam como modismo inaceitável.

Opiniões contra e favorável à parte quanto ao uso de tambor, que haja análise tendo como base nosso contexto atual. Os púlpitos tradicionais são confeccionados usando a madeira, o que significa estar na ponta final de um processo de desmatamento. O impacto causa dano incalculável ao ecossistema, gera conseqüências ruins que não precisamos citar aqui. Por outro lado, a customização do barril, além de diminuir o derrubamento de árvores também freia a escalada de poluição do solo, pois aumenta a vida útil do recipiente metálico. É dito que o ferro leva mais de 100 anos para se decompor no solo.

Oseias (6.3) profetizou que a vinda do Senhor é tão certa como o amanhecer de cada dia. Não esqueçamos que o apóstolo Pedro, no capítulo 3 e versículo 7, predisse que chegará o dia em que Deus destruirá este mundo que agora conhecemos. Ele escreveu: “os céus e a terra que agora existem têm sido guardados para o fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e da destruição dos ímpios”. Este juízo está por vir, não sabemos quando ocorrerá. Poderá acontecer em nossa geração ou em outra época em que já estaremos dormindo no Senhor.

O fato a ser considerado é que o Criador fará um novo Céu e uma nova Terra. Qual o motivo? Porque a humanidade, desde que Adão e Eva foram colocados para fora do Éden, tem estragado a natureza que Deus fez. A superfície do nosso planeta tem sido devastada de muitas formas. A destruição acontece por meio da subtração de árvores sem haver replantio. A degradação acontece no espaço através do envio de satélites fotográficos e de comunicação, tais maquinários orbitam por algum tempo na atividade proposta de sua missão e quando envelhecidos se transformam em lixo espacial.

Se é possível ser agente de bênção e contribuir para a preservação do meio-ambiente, por que não fazê-lo? Não penso em apresentar a sugestão do uso do latão como púlpito nas igrejas, apenas que você encontre algo positivo que faça com que no seu círculo social a natureza seja menos agredida.

sábado, 27 de fevereiro de 2021

A Igreja e a Política - o Brasil é laico ou laicista?

Por Eliseu Antonio Gomes

Este tema é bastante lembrado de tempos em tempos, é grande o número de gente no meio cristão que já abordou essa questão e muitos já pesquisaram e leram sobre o assunto. Mas, fica aqui o meu pitaco.

Existe uma frase tácita, usada por duas correntes ideológicas opostas, ao fazer abordagem sobre a questão do relacionamento do Estado com a religião. É: “o Brasil é laico!”. Sim, é, mas o que isto significa? 

O termo refere-se à questão do governo brasileiro não ser teocrático, não submeter-se ao controle de uma determinada religião para impor normas sobre a sociedade. Também, significa que o Estado não produz sistema antirreligioso e ao mesmo tempo concede liberdade para a prática religiosa de seus cidadãos. Há quem confunda o termo laico com laicismo e laicidade, que significam um enérgico posicionamento ateísta, com objetivo de banir práticas religiosas da nação.

Embora tenha sido o Filho de Deus e o próprio Deus encarnado, Jesus, quando esteve como ser humano na Terra, para exercer seu ministério entre os homens, voluntariamente desapegou-se de sua condição divina e esteve em dependência de pessoas sujeitas ao pecado, gente como eu e você. 

O Novo Testamento relata que, na questão financeira, para que fosse possível manter seu ministério em atividade, Ele recebeu ofertas em dinheiro (fazenda, na tradução Almeida Revista e Corrigida - ARC), e aceitou usar um jumento emprestado para ser aclamado como Rei, cumprindo assim uma profecia de Zacarias 9.9. Conferir em Lucas 8.8 e 19.29-31.

Quando Jesus entrou em óbito, precisou da intervenção influenciadora de um político, para que seu corpo fosse sepultado entre os ricos, conforme havia profetizado Isaías (53.9) a respeito de sua morte. Tal homem era o rico José de Arimateia, membro do sinédrio e senador (Marcos 15.43; Mateus 27.56). Usando seu prestígio como parlamentar, José de Arimateia foi até Pilatos, pediu o corpo de Jesus. E depois com suas próprias mãos e ajuda de Nicodemos, retirou o corpo da cruz e o sepultou em seu sepulcro. Confira sobre sua intervenção em Mateus 27.57,58; Marcos 15.43; Lucas 23.52; João 19.38. 

Expus tais fatos bíblicos apenas para dizer que o Senhor nos ensinou coisa importantíssima sobre o que é a santidade. Ser santo não tem a ver com reclusão e alienação social. Jesus disse que não somos desse mundo, mas vivemos nele (João 15.18-19); e por isto temos que agir como influenciadores aqui na Terra. Tal qual o efeito do sal como tempero culinário e a propagação da incidência de luz no ambiente escuro em que surge (Mateus 15.13-14). 

Somos a Igreja do Senhor, enquanto reunidos no templo, ou em outro lugar, com o propósito de prestação de culto a Deus. A conclusão disso vem do termo grego em que se traduz a palavra igreja (ekclesia): assembleia, congregação, chamados para fora.

Sabemos que Deus não mora em nenhuma construção feita por mãos humanas, o templo do Senhor é o coração do cristão reverente (Isaías 66.1; 1 Coríntios 3.16). Estamos cientes que o púlpito da igreja não é um altar espiritual, é um ponto construído em posição mais alta para facilitar a comunicação entre a liderança e os membros. De acordo com a doutrina bíblica apresentada no Novo Testamento, em sentido figurado, a nossa vida é o altar de Deus. A natureza carnal precisa ser sacrificada diuturnamente para que possamos viver em Cristo e para Cristo de modo pleno (Colossenses 3.5). 

Neste sentido, qual seria o motivo para não receber a figura política na igreja e oferecer a esta figura um assento no púlpito? E qual seria a razão de se cogitar que um cristão não possa se inscrever aos cargos eletivos?

Penso que a atitude de negar assento é por falta de reflexão sobre a significância dos termos santidade, igreja, altar, púlpito, segundo o viés das Escrituras Sagradas. Quando o pastor oferece ao político uma cadeira no púlpito, faz isso considerando que não existe autoridade que “não proceda de Deus” e que “toda autoridade é ministro de Deus” (Romanos 13.1 e 4). Penso que o pastor reflete sobre o fator da eminência existente na pessoa que venceu eleições civis e neste caso é preciso prestar honra a quem a tem (Romanos 13.7). Tal honraria é dada ao político e seus eleitores, pois pressupõe-se que os representa.

O cristão, e qualquer outro cidadão praticante de outra religião, tem o direito constitucional para candidatar-se e exercer o seu trabalho em nível federal, estadual e municipal, nas esferas do executivo e legislativo, desde que vença o pleito eleitoral. No Brasil, que é laico e democrático, o que não cabe ao religioso é usar o seu mandado para impor as doutrinas de sua crença ao povo brasileiro. 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Myer Pearlman - O poder do Espírito Santo (parte 2)


Por Myer Pearlman

PODER REGULADOR

Caso visite uma usina elétrica de grande porte, notará que existe ali um número de medidores, registros, interruptores - tudo isso, é para regular, distribuir o poder, sem estes aparelhos, haveria gasto desnecessário e, talvez, destruição. A Igreja é (se não é, devia ser) a usina elétrica do poder de Deus.

► Myer Pearlman - O poder do Espírito Santo (parte 1)

Igual a qualquer usina, exige regulamentação necessária, e, como qualquer usina, deve, também, estar provida da mesma. O capítulo quatorze da primeira carta aos Corintios é aquele regulador. Mas, não esqueça que, para uma igreja morta, Assembleia de Deus ou outra, esse capitulo não tem mensagem. Um carro preso na lama não precisa de freio. Uma navio que está parado não precisa ser governado. Esse capítulo foi escrito, porque a igreja de Corinto estava dispersando o poder que tinha; não escrito para suprimir o poder e suas manifestações, mas, para regulá-lo.

Notemos as regras principais que Paulo traçou para esse fim.

1. "Irmãos, não sejais meninos mo entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento". 1 Coríntios 14.20.

Parece que certos religiosos, supõem ser a entrada do Espírito, seguida da saída do senso comum. Nada poderia ser mais contrário às Escrituras, que ensinam ser o Espírito de poder, o mesmo de sabedoria.

Paulo ensina, no verso citado, que os crentes, quando se trata do mal, devem manifestar a simplicidade de menino; entretanto, em relação aos negócios da igreja de Deus, mostrarem a sabedoria de adultos. Qual foi um dos segredos de Moody? Não foi ele ter coordenado a espiritualidade profunda, com bom senso comum? Que tranquilidade teríamos, se soubéssemos que a usina elétrica está a cargo de crianças, ou que o governo do nosso país está nas mãos de um menino incapaz? Entretanto, quantos de nós, não tem mostrado uma meninice lamentável, no uso do poder e dons, a nós confiados!

2. "Faça-se tudo para a edificação" (versículo 23). Cada manifestação do poder de Deus, deveria ser, não uma massa mal trabalhada, que deformará o edifício e repelirá inquiridores sinceros da verdade, mas sim, uma parte de material  espiritual bem trabalhado, para edificação e embelezamento da casa espiritual - a igreja.

3. "Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz" A ordem é a primeira lei do céu. Os céus que manifestam a glória de Deus, e o firmamento que declara a obra das suas mãos, foram obras de Cristo, pelo Espírito. Ambos trazem o cunho da ordem. O mesmo Espírito que, mo princípio, estabeleceu a ordem no meio da confusão e do caos, trará, porventura, confusão às nossas assembleias? Não, jamais!

Para ilustrar o seu regulamento, Paulo dá-nos um quadro de duas reuniões: uma de desordem (versículo 23) e outra de ordem (versículo 24). Ele descreve um reunião de desordem, onde há, certamente, pdoer, mas não regulado. Note, então, o que diz o apóstolo sobre o efeito que tal reunião traz aos incrédulos. "Eles não dirão, que vós estais loucos?"

Depois de ter mostrado uma reunião com ordem, ele apresenta o resultado da mesma,  sobre um incrédulo: "ele adorará a Deus, publicando que Deus está, verdadeiramente, entre vós." Não há coisa mais abençoada, do que uma reunião, onde a atmosfera está carregada e sobrecarregada do poder do Espírito, onde o pregador é ungido, onde os corações se derretem, onde os olhos se enchem de lágrimas, e onde os incrédulos são compungidos, no coração.

Que qualidade de reunião vamos escolher? Aquela que é mencionada no versículo vinte e três ou a do versículo 24?

PODER REALIZADO

Vamos voltar novamente ao assunto da eletricidade, para nossa ilustração. 

Quando os homens chegaram a conhecer o poder da eletricidade, fizeram três coisas: primeiramente, empenharam-se em descobrir as suas leis; quando a descobriram, obedecera-nas. Obedecendo a essas leis, chegaram a conhecer as grandes despesas que precisavam fazer, para edificar e preparar usinas e transformadores, etc.

Apliquemos isto, agora, à experiência cristã. Notemos que os homens procuraram descobrir as leis da eletricidade. Estamos estudando as nossas Bíblias, para descobrir as leis do Espírito? Estamos usando todo o esforço, para aproveitar tudo que nos pode fazer um obreiro, que não precisa ser envergonhado? Evangelista, pastor, está preparado "tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes? Está persistindo em ler, exortar e ensinar? Prezado crente, está sempre pronto para dar uma resposta a cada um que pede que explique a razão da esperança que há em você? Estudemos nossas Bíblias, regularmente, sistematicamente, e com oração.

Note, também, que, quando os homens descobriram a lei da eletricidade, obedeceram-nas e, então, descobriram novas leis. Não é suficiente descobrir as leis do Espírito; é preciso haver obediência absoluta. Conforme obedecermos as leis do Espírito, novas revelações nos serão dadas e elas nos guiarão para "poder acrescentado". "Para cada um que tem, será dado". Lembrem-se do que Daniel disse: "Ele dá sabedoria aos sábios", isto é, para aqueles que buscam a sabedoria, e que a praticam quando a acham.

Finalmente, notem que, obedecendo às leis da eletricidade e realizando o seu poder, despesas consideráveis são necessárias. Não se exige pequeno sacrifício próprio para a obediência às leis do poder espiritual. Vejamos um exemplo: será sempre fácil amar aqueles de quem não gostamos? Ser humilde e dizer "eu estava errado"? Não podemos deixar de frisar: o fruto do Espírito nos dá um guia, a respeito de suas leis.

Uma ilustração para lembrar uma lei, cuja violação trará perda de poder: um homem se acha sobre uma cadeira, cujos pés estão isolados por vidro. por meio de uma bateria, ele fica carregado de eletricidade. Cada vez que alguém tocá-lo, do seu corpo sairá uma faísca. É que tal homem, por meio da bateria, recebeu poder elétrico, o qual retém por estar separado da terra, e porque o vidro colocado sob os pés da cadeira, impede que o poder escoe pelo solo. A explicação é evidente. O apóstolo João, disse: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há."

Temos visto como o poder pode ser realizado no indivíduo. vamos, agora, descobrir como ser realizado na igreja, como entidade. Busquemos, nos Atos, descobrir as leis que trarão poder para a igreja.

Notemos, em primeiro lugar, a lei da união. Esta é a lei básica. A união da igreja apostólica não foi uma união morta, semelhante a que existe em um cemitério, ou igual a união exterior e eclesiástica, como se vê na Igreja Católica Romana; foi, pelo contrário a união vital de um organismo, uma união ilustrada pelos membros do corpo. 1 Coríntios 12.12; 12.14-27.

Veja aquele vagão cheio de ferro velho. Olhe bem, para aquele eletromagnético (assim chamado por causa do seu magnetismo quando a corrente passa nele). Liga-lhe a corrente elétrica, e uma porção de ferro e aço sobe para seus pólos. Os pedaços de ferro são de todos os tamanhos e formas; entretanto, estão unidos por um mesmo poder, que lhes dá energia. "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um só corpo." 1 Coríntios 12.13.

Em seguida, ha a lei de consagração unida. Atos 4.32-37. Tão real foi a unidade da igreja primitiva, que seus crentes agiram e moveram-se, como se fossem um homem animado por uma só alma. Tão real era essa consagração que nenhum deles dizia: "Isto é minha propriedade", mas, consideravam "nossa propriedade". Nenhum mandamento lhes foi dado para entregarem as suas propriedades. O ato foi espontâneo, gerado pelo Espírito, foi uma evidência da unidade fraternal. Ainda que em nossos dias, talvez não fosse prático seguir, rigorosamente, tal exemplo, contudo, devemos possuir o mesmo espírito de consagração.

Note a lei de oração unida: quando Pedro estava preso, a igreja orava, e ele foi solto. Quando Pedro e João foram proibidos de pregar, a igreja inteira orou, então o lugar se moveu, e eles ficaram cheios do Espírito Santo, e falaram a palavra com ousadia.

Note a lei do arbítrio unido. É inevitável que dificuldades se levantem nas assembleias, pois a igreja primitiva não foi nenhuma exceção. Pode ser estranho para aqueles que resistem a qualquer modo de organização ter sido a primeira dificuldade da igreja, causada pela falta de organização, mas, aplainada, depois, pela eleição de diáconos. Atos 6.1-6. por causa da falta de oficiais suficientes, as viúvas que falavam grego foram negligenciadas.

Havia duas classes de judeus na igreja: uns nascidos na Palestina,l falando aramaico, e outros, criados nos países onde se falava grego. Por isso, havia o perigo de uma divisão. Entretanto, os apóstolos e a multidão dos discípulos se reuniram, e aplainaram a dificuldade no espírito de cooperação, amor e generosidade.

A sua generosidade foi manifesta em escolher diáconos, que tinham nomes gregos, homens de nacionalidade igual a das que se queixavam.

Por fim, note a lei do testemunho unido. Começando a perseguição, os discípulos foram dispersos e, por toda a parte, iam anunciando a Palavra (Atos 8.1-4). Alguns deles chegaram até a Antioquia, onde fundaram a igreja, que foi o centro geral da atividade missionária (Atos 11.19-26). Ouço alguém suspirar: "a igreja nunca alcançará a condição experimentada pela igreja apostólica?" Vamos repetir juntos o credo apostólico? "Creio em Deus Pai, Todo Poderoso, Criador do céu e da terra, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos; foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; no terceiro dia, ressurgiu dos mortos; subiu ao céu, e está sentado à mão direita de Deus Pai, Todo Poderoso, donde há de vir, para julgar vivos e mortos. Creio no Espírito Santo". Você crê?

Tenham certeza, de que o mesmo Espírito que, vez após outra, vivificou a igreja, é poderoso para estimular os membros desse corpo, que, como um guerreiro forte, se levantará do leito de fraqueza, para avançar, fazendo conquistas espirituais, até à Vinda de Jesus.

E.A.G.

Fonte: Matéria publicada no Mensageiro da Paz, ano 2, nº 14/15, quinzenas de julho e de agosto de 1932, páginas 6 a 9. Rio de Janeiro.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Myer Pearlman: O poder do Espírito Santo


Por Myer Pearlman

"Mas vocês receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo, e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até os confins da terra" - Atos 1.8.

O versículo da Escritura, que acabamos de ler, juntamente com o seu contexto, marcam o ponto de transição entre os Evangelhos (os Atos de Jesus) e os Atos dos Apóstolos. Nos Evangelhos, está descrito como a segunda pessoa da Trindade veio; neste texto, se acha declarada a vinda da terceira pessoa da Trindade. Os Evangelhos mostram como Jesus veio morrer pelo seu povo; os Atos, como o Espírito estava por vir, afim de morar com o seu povo. Jesus dera testemunho do Espírito; agora o Espírito daria testemunho de Jesus.

Nos Evangelhos, lemos acerca do princípio do ministério de Jesus; nos Atos, iniciamos a leitura sobre a continuação do seu ministério, nas pessoas dos seus discípulos e apóstolos. Como o Pai enviou Jesus, assim Jesus enviou os seus servos - no poder do Espírito.

No primeiro concílio cristão, que se realizou sobre a presidência pessoal do Senhor Jesus, foram discutidos os planos de evangelização do mundo. Foi então, que o Mestre expos aos discípulos, algo concernente o reino de Deus - um reino, não de poder natural, mas espiritual - caracterizado, não por glória militar, mas por "justiça, paz e gozo no Espírito Santo", um reino difundido, não pelas forças das armas, mas, pelo testemunho da voz humana, pelo poder do Espírito Santo.

O intento de levantar a questão do tempo da restauração de Israel, desvaneceu com a resposta de Jesus: A vós não compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai fixou pela sua própria autoridade."

O concílio foi prorrogado, depois de receberem a última comissão do Senhor: "Ide por todo mundo, pregai o Evangelho a toda criatura" - prorrogado até que se unam de novo; em concílio pela chamada do grande Moderador, cuja voz forte ajuntará, tanto os fiéis vivos, como os mortos em Cristo (Atos 1.11).

Depois, Jesus subiu ao Pai. Se estivéssemos ensinando estas verdades a meninos, diríamos: "meninos, Jesus disse aos seus discípulos que esperassem, em baixo, enquanto Ele subia ao telhado para fazer a ligação de poder."

A MANIFESTAÇÃO DO PODER

Jesus se declarou a fonte de poder, quando disse: Todo o poder me é dado".

Certo cientista conta-nos que todo o poder que é distribuído no mundo, tem a sua origem numa só fonte - o sol, que irradia ondas de energia para serem transformadas em luz, calor e eletricidade. Do mesmo modo é o nosso Senhor, a fonte de todo o poder espiritual.

Malaquias se referiu a Ele como sendo o Sol da Justiça, que traria saúde debaixo de suas asas. Ainda, a seu respeito, é dito que Ele é o resplendor da glória de Deus (Hebreus 1.3); Jesus tem relação com o Pai, igualmente como os raios para com o sol. Ele disse: "Eu sou a luz - o sol - do mundo". É uma bem-aventurança ser unido a Jesus, o poder salutar de Deus, que irradia luz celestial.

Note a natureza do poder. Algumas substâncias podem conter mais eletricidade que outras. É o que se chama diferença em potência. A tendência da eletricidade é correr de um corpo de alta potência para outro com potência inferior, afim de uniformizar-se. Quando há contato entre dois corpos, o corpo que contém mais eletricidade, passa a sua força para o outro. 

Existe uma imensa diferença de potência entre Deus e nós! Mas que boa vontade de Sua parte, para se dar a Si mesmo por nós, até ficarmos "cheios de toda a plenitude de Deus"!

Tanto o poder divino quanto o poder natural, precisam de um condutor. A energia do sol é irradiada pelo espaço, por meio de vibrações, em mais de centenas de trilhões por segundo. Mas, enquanto essa energia não entra em contato com o ar e a matéria, não pode ser transformada em luz, calor e eletricidade. Assim, também, só quando o Espírito entra em contato com os vasos submisso, - condutores espirituais - é que o seu poder pode ser manifesto ao mundo.

A eletricidade pode ser manifesta em calor, luz, movimento e som. 

1. A eletricidade é manisfesta em calor.

Apliquemos esta verdade à experiência espiritual. O Espírito pode ser manifesto na vida dos crentes, em forma de zelo ardente, sem o qual não pode haver verdadeira conquista. Os vencedores espirituais, de todas as idades, foram homens de oração, atividade, serviço e amor intenso. 

Diz um escritor: "Nada é possível nesta vida, sem aquele calor intenso de entusiasmo, que faz o mundo pensar que os santos estão loucos." Um outro diz: "Nenhum coração é puro, que não esteja apaixonado; nenhuma virtude é sã, que não seja entusiástica." Henry Martin, o missionário devoto, disse uma vez: "Agora, deixe-me arder até me consumir para Deus." Em outros termos: zelo cristão.

2. A eletricidade pode ser manifesta em forma de luz.

No Novo Testamento, a manifestação de poder espiritual e moral, é considerada como luz: Vós sois a luz do mundo." "Brilhe a vossa luz diante dos homens". A necessidade suprema desta hora é haver cristãos que brilhem. Tais crentes não precisam usar de pesados argumentos abstratos, para dar provas da verdade do Cristianismo. Quanta lógica é necessária para  provar que uma lâmpada pode luzir? Nenhuma. Basta ligar o contato.

Estas palavras - "Brilhe a vossa luz" - podem, também, ter uma significação literal. A face de Moisés não brilhou, voltando ele da presença de Deus? O rosto de Estevão não teve a aparência de um anjo? Faremos isto: todos nós separaremos um dia, para visitar o lugar de Deus, onde o nosso rosto ficará brilhante; e depois brilhemos, brilhemos, brilhemos!

3. A eletricidade pode ser manifesta em forma de movimento.

Os pés que levam as Boas Novas, não só devem ser belos, como também ativos. João Wesley, durante quarenta anos, viajou 4 a 5 milhas por ano, e pregou cerca de quinze vezes por semana. Whitefeld pregou, regularmente, cerca de quarenta vezes, por semana. O efeito natural do recebimento de poder espiritual é o movimento para a evangelização do mundo.

O livro do Atos pode ser resumido em três palavras: ascensão, descensão e extensão. 

A ascensão de Cristo, a descensão do Espírito Santo e a extensão do Evangelho. Cristo subiu, o Espírito desceu, e o nosso dever é propagar o Evangelho.

A eletricidade pode ser manifestada em som: rádio, telefone etc. Que mais doce experiência pode haver, tanto para o pregador, como para qualquer crente, do que a elocução, pela unção do Espírito - o tinido suave das campainhas do Espírito! Tal união é a marca distinta da verdadeira pregação do Evangelho, do qual Pedro disse: foi pregado pelo Espírito Santo, enviado do céu."

A elocução em outras línguas - a voz audível do Espírito que edifica o crente, agindo sobre ele, como um estimulante - é comparável à elocução ungida. Assim, convence o inquiridor sincero e livre de prevenções, do poder sobrenatural do Evangelho. Lembrem-se que estou falando das línguas genuínas, porque, neste mundo imperfeito, as verdadeiras e preciosas línguas são, muitas vezes, imitadas por outras sem valor.

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A matéria tem seguimento: Myer Pearlman - O poder do Espírito Santo (parte 2).
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E.A.G.

Fonte: Matéria publicada no Mensageiro da Paz, ano 2, nº 14/15, quinzenas de julho e de agosto de 1932, páginas 6 a 9. Rio de Janeiro.

domingo, 4 de agosto de 2019

A Mordomia da Adoração


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Mordomia, na Bíblia, quer dizer todo o serviço que realizamos para Deus; todo o comportamento que apresentamos como cristãos, diante de Deus e dos homens; é a administração dos bens espirituais e materiais, tanto em termos individuais, como através da ação administrativa dos bens espirituais e materiais à disposição da igreja local. A mordomia cristã está ligada à ética cristã.

O que são louvor e adoração? Existe alguma diferença entre louvar e adorar? A Bíblia declara que a pessoa que passou pela experiência do novo nascimento é o templo do Espírito Santo. Esta assimilação influencia como devemos proceder para adorar a Deus. Como tem sido a nossa mordomia da adoração? Esse é um assunto extremamente importante para a igreja local e para os dias atuais em que atravessamos, pois ninguém pode confundir a mera apresentação em palco com a atividade dos verdadeiros adoradores do Senhor.

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Em tempo oportuno. aprecie também: ► A Mordomia dos Dízimos e Ofertas
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I - O QUE É ADORAÇÃO

1. No Antigo Testamento.

No Antigo Testamento, existe a palavra "shaha" no hebraico, que ocorre mais de cem vezes com o sentido de curvar-se ou prostrar-se diante de Deus.

O culto a Deus teve início nos primórdios do relacionamento do homem com o seu Criador. De início, vemos que, ao desobedecer a voz de Deus, o primeiro casal perdeu uma excelente oportunidade de exaltar a Deus, preferindo ouvir a voz estranha da serpente. Tempos depois, quando Adão e Eva já eram pais, Caim, o primogênito, foi tentado a oferecer a Deus um culto que não lhe agradou, enquanto Abel, seu irmão, foi aceito por Deus ao oferecer um sacrifício apropriado ao Senhor. Àquela altura, os irmãos, com certeza, já tinham alcançado idade suficiente para entender o que faziam, pois um era agricultor e o outro era voltado para ao trabalho pastoril (Gênesis 4.1-8).

Alguns exemplos em que o termo "shaha" é usado: O Senhor mandou Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e os 70 anciãos subirem ao monte e inclinarem-se de longe em sinal de reverência e adoração (Êxodo 24.1). Gideão adorou a Deus depois que teve a confirmação de que seria vitorioso (Juízes 7.15). O  Salmo 22, no versículo 27, numa antevisão profética, prevê que todas as nações adorarão a Deus, se inclinarão perante a face do Senhor.

Há ainda, no Antigo Testamento a palavra "abad", que significa "adorar", "trabalhar" ou "servir" a Deus (2 Reis 10.19-23), e também a palavra aramaica "sagad", que tem o significado de "prostrar-se em adoração" diante de Deus (Isaías 44.15, 17, 19; Deuteronômio 2.46).

2. No Novo Testamento.

Quando os magos foram encontrar Jesus, perguntaram: "Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo" (Mateus 2.2). Em outras palavras, queriam dizer "viemos aqui nos prostrar diante dele". E logo, então, "entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra" (versículo 11).

Adorar ao Senhor de modo eficaz tem a ver com fazer escolhas certas. "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês" - Filipenses 4.8.

Escrito em grego, o Novo Testamento registra 59 vezes a palavra "proskynio", com o significado de "prostrar-se". "ser reverente", "adorar", "venerar", "prestar homenagem a alguém", "beijar a mão".

Há a palavra "prokunein", que está intimamente ligada a "gonu" e "gonupetéo";. Em muitos sentidos, é a expressão que corresponde à palavra "adorar" Estudiosos afirmam que "prokunein" tem vinculação com a palavra "beijo". Na Grécia antiga, o ato de beijar o chão era praticado como meio de honrar as divindades terrestre, isso envolvia o gesto de inclinação.

3. Outras palavras relativas a adoração.

Latreia. Esse substantivo e a sua forma verbal "latreúo" nos levam a uma esfera inteiramente diferente daquela visada por "gonupetéo" e "proskunein".  O substantivo "latreia" é menos usado do que o verbo. O sentido básico desse novo vocábulo grego é o de salário ou o de serviço mais geral prestado a alguém, embora sem a ideia consequente de recompensa, mas, abarcando um conceito muito amplo de escravidão. A palavra também pode ser usada para indicar os cuidados com o corpo físico. Não se tratava de um termo religioso por exclusividade, apesar de podermos encontrar instâncias de uso dessa palavra em conexão com o ritual prestado aos ídolos. Parece então, que há a questão da preparação do corpo, associado ao culto.

O uso da palavra para indicar o ministério da oração ocorre nos escritos de Lucas. Primeiro, no caso de Ana (Lucas 2.37) e depois no episódio em que o apóstolo Paulo apresenta sua defesa ao rei Agripa (Atos 26.7).

Leitourgia (liturgia). Esse substantivo e o verbo "leitorgéo" estão etimologicamente relacionados ao serviço prestado em favor de um povo ou nação, isto é, o corpo político. Desde seus mais antigos exemplos, essas palavras têm certo sentido técnico no mundo grego. Elas aludem aos serviços específicos que os ricos, de modo compulsório ou voluntário, prestavam à comunidade ou cidade, usando recurso próprio.

O uso cúltico predomina na Septuaginta (LXX), apenas em alguns casos são não religiosos, em que o sentido clássico desaparece. Nas páginas das Escrituras, o termo liturgia está ligado ao Senhor, o seu Tabernáculo, assim como às funções sacerdotais no sentido literal da palavra. Com certeza, "leitourgia" não é a palavra usada para indicar as funções oficiais dos apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres da Igreja Primitiva.

"Leitourgós" é o termo usado para indicar o próprio Cristo em Hebreus 8.2: "como ministro' (leitourgós) 'do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem".

Os trechos de Hebreus 1.7, 14, indicam os anjos como "leitourgós", instrumentos da vontade de Deus. Epafrodito aparece como "leitourgós" em Filipenses 2.25, pois ele era o agente executor de uma benfeitoria pública, ou serviço cúltico (versículo 30).

II - COMO ADORAR A DEUS

1. Em "espírito e em verdade".

A mordomia do louvor e da adoração envolve o homem em sua condição tricotômica, seu espírito, sua alma e o seu corpo. A dimensão interna e externa foram criadas para adorar ao Criador. A incorpórea e a corpórea nos reportam à adoração em espírito e em verdade, pois o corpo é o templo do Espírito Santo.

Os nossos sentimentos, emoções e pensamentos, que são as saídas da vida, devem estar alinhados com o princípio vital do Evangelho. Adorar em espírito e em verdade significa ter o corpo, a alma e o espírito preservados e consagrados na expectativa da vinda do Senhor. O conceito da atitude de adoração significa ter plena predisposição para viver em santidade, bloquear as ações prejudiciais possíveis, provenientes de sentimentos, emoções e pensamentos desvinculados das virtudes expostas na doutrina de Cristo.

1.2 A conversa de Jesus com a mulher junto ao poço de Jacó (João 4.1-29).

A mulher samaritana, ao ouvir Jesus, percebeu que Ele era um profeta, não negou suas colocações com respeito à sua vida imoral e admitiu sua culpa. O resumo de sua conduta a deixou completamente chocada. Apesar de não ver Jesus como o Messias, o  conhecimento penetrante a fez pensar no Messias, cujo conhecimento ela sabia ser impressionante, capaz de discernir e declarar todas as coisas.

Através de Jesus, o Espírito Santo agiu no coração daquela samaritana. Ela pareceu demonstrar arrepender-se de sua condição. Então, fez a pergunta sobre o local de adoração. Devia adorar a Deus em Gerizim ou em Jerusalém? Abraão e Jacó tinham construído altares em Siquém, nas encostas do Monte Gerizim ou em suas cercanias (Gênesis 12.7 e 33.20), mas os judeus, por outro lado, enfatizavam Jerusalém como o local único e central de adoração. "Quem estava certo?", era a pergunta implícita daquela mulher a Jesus. Então, Cristo responde que o que importa não é o local de adoração, mas sim a atitude do coração e da mente, e a obediência à verdade de Deus, no que diz respeito ao objeto e ao método da adoração. O que é realmente importante não é onde, mas sim como e o quê revelamos em nossa adoração.

A mulher samaritana perguntou a Jesus onde era o lugar em que se devia adorar a Deus. Muitos estão presos a lugares, a marcas, a tradições. Mas a grandeza de Deus é incalculável. Não tem fronteiras.

Deus se faz presente entre os verdadeiros adoradores, onde eles estiverem. O culto de adoração a Deus pode ser prestado no fundo dos mares, nas mais altas montanhas, nas maiores alturas, nos aviões, nos foguetes ou na lua. Ele “habita no meio dos louvores” (Salmos 22.3).

2. Com o "culto racional".

Etimologicamente a palavra culto quer dizer "a mais elevada homenagem que se presta a uma divindade, isto é, adoração na mais restrita acepção do termo". O culto cristão é uma série de ações, atos conjugados, praticados pelo adorador; trata-se de um conjunto de formas externas em que a própria pessoa, a família reunida ou mesmo a comunidade estabelece a sua vida religiosa. Na atualidade, o culto instituído por uma igreja, na manifestação do seu ritual, é conhecido como "liturgia".

Através do culto, a fé é transmitida em tradição viva (Salmos 78.3). O conjunto da manifestação de atos de adoração forma o culto. Por meio de Jesus Cristo, como casa espiritual, o cristão tem a possibilidade de oferecer sacrifício espiritual a Deus (1 Pedro 2.5).

Os fiéis da comunidade em Jerusalém participavam do culto do templo (Atos 2.46). A mordomia do louvor e da adoração envolve o corpo, é o culto racional ou espiritual, tem o mesmo sentido de "vida agradável a Deus"; o ponto inicial da adoração é o coração.

Precisamos ter a consciência bíblica sobre as consequências das nossas ações em nossa vida espiritual. Seja no corpo físico, na família, na igreja, no trabalho ou no lazer. A adoração proveitosa tem como base aquilo que fazemos, sabendo a razão de estarmos fazendo.

De modo consciente, o crente deve apresentar-se como oferta proativa ao Senhor, em contraste com as ofertas de animais sem vida no culto judaico. O apóstolo aborda a mordomia da adoração, assim: "Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês. E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" - Romanos 12.1-2.

Deus não deseja que os crentes "vivam como" (syschematizo", em grego) as pessoas desse mundo. Esta palavra grega se refere a conformar-se com o estilo ou aparência externos, acomodando-se a um modelo ou padrão. O termo "esquema" tem raiz etimológica em "syschematizo". Para ser um adorador aprovado por Deus, não devemos seguir o esquema de valores deste mundo, mas o sistema que encontramos na Palavra de Deus.

É preciso analisar e reconhecer os nossos pecados e pedir perdão a Deus e ao próximo ofendido, quando houver situação de conflito. "Portanto, se você estiver trazendo a sua oferta ao altar e lá se lembrar que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe diante do altar a sua oferta e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão; e então volte e faça a sua oferta" - Mateus 5.23-24.

Para que o adorador encontre a aprovação de Deus, tem que ter o seu coração puro e santo (Mateus 5.17-28). Os fariseus baseavam uma vida correta na sustentação de uma aparência externa, mas Jesus ordenou que seus seguidores dessem vez ao Espírito Santo para produzir a verdadeira santidade interior. A aparência religiosa dissimulada pode funcionar diante das pessoas da igreja e de outros ambientes, mas Deus conhece o que acontece no interior de nossas vidas. Portanto, a falta de perdão, a alimentação da ira e as ações sexuais ilícitas, mesmo que escondidas dos homens, estão patentes aos olhos do Senhor, não é a adoração condizente com o culto racional.

O Senhor dá mais valor ao que está no coração do homem diante do altar do que para aquilo que ele oferece. Ele não aceitou o sacrifício ou o culto de Caim porque viu o seu interior e as intenções com que se apresentava. Diz o texto da primeira carta de João, relativo ao episódio do primeiro homicídio: "Não sejamos como Caim, que era do Maligno e matou o seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão eram justas (1 João 3.12).

Nos tempos atuais, que prenunciam a Segunda Vinda de Jesus, uma das características marcantes é a falta de amor. Jesus disse, no Sermão Profético, como um dos indicativos da sua vinda, que nos últimos dias a multiplicação da iniquidade e o esfriamento do amor aconteceriam (Mateus 24.12). A falta de amor é pecado grave, considerado pecado para a morte. Quem não ama aborrece seu irmão. E João diz que "aquele que odeia o seu irmão é assassino, e vocês sabem que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si" (1 João 3.15).

III - GESTOS E ATITUDES NA ADORAÇÃO A DEUS

1. Ajoelhar-se e prostrar-se.

1.1 - A oração de Salomão (1 Reis 8.22-53;  2 Crônicas 6.12-42)

Salomão simbolizou o início de uma nova fase no ato de dedicação ao Senhor no Antigo Testamento. Em seu reinado, construiu o templo de adoração a Deus. No dia da inauguração, ajoelhado e com as mãos estendidas, orou ao Senhor, reconhecendo que em sua grandeza o Criador o imenso Universo não pode contê-lo (1 Reis 8.27-30), observou que no templo a misericórdia divina e a necessidade humana se encontram (conforme o conceito contido em Deuteronômio 12.5) e abençoou os israelitas, pedindo ao Senhor que ouvisse as orações dos seus servos naquele lugar (1 Reis 8.54-61).

1.2 - A adoração de Jesus no Getsêmani (Mateus 26.36-56).

Próximo da crucificação, em grande agonia, Jesus prostrou-se e adorou ao Pai. Em sua oração, pediu "se possível, passe de mim esse cálice". A possibilidade de não provar o cálice existia, pois a vida do Filho só podia ser entregue voluntariamente, aquela bebida vinha do Pai, não de Satanás (João 10.17,18; e 18.11).

Nos Salmos, a figura do cálice aparece em referência à bênção de Deus (23.5) e à sua ira (75.8). Assim quando Jesus prostrou-se no Getsemani sobre o seu rosto, a explicação mais satisfatória do cálice é que se relaciona com a ira divina em que Cristo incorreria na cruz ao aceitar ter sobre si o pecado do homem. Experiência na qual Deus ficaria por algum tempo separado do seu Filho, separação que fez o Filho emitir o horrível grito "Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?" (Mateus. 27.46).

Quão incomparável deve ter sido a angústia de Jesus, ali no Getsemani, pois sabia o que significava assumir a culpa de todos os homens, tinha ciência que o pecado separa o homem de Deus, e que os pecados que o separariam do Pai não haviam sidos cometidos por Ele! Desde o começo até o fim, a oração de Cristo foi perfeitamente submissa ao Pai. Aquela oração foi atendida, mas não removendo o cálice, e, sim, dando-lhe forças para bebê-lo e depois de morrer ter a vida novamente em suas mãos (Lucas 22.43; Hebreus. 5.7). Jesus venceu a morte e o pecado!

2. Louvar e Cantar.

"Que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês. Instruam e aconselhem-se mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão no coração. E tudo o que fizerem, seja em palavra, seja em ação, façam em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" - Colossenses 3.16-17.

O objetivo da revelação divina procede de Cristo e diz respeito a Cristo. O cristão autêntico é aquele que guarda “a palavra de Cristo” em seu coração. A Palavra do Senhor governa cada pensamento, palavra e ação, sim, até mesmo os desejos e motivos mais íntimos. E assim produz na atividade do adorador muitos frutos espirituais” (João 15.5); capacita-o a manejar as Escrituras corretamente (2 Timóteo 2.15), e compartilha-la com o próximo apresentando-a como a verdade e a mensagem para a vida eterna (Filipenses 2.16).

Não é crença baseada em fantasia acreditar que Cristo inspira uma nova canção no coração de quem é adorador. A inspiração é dada no estrito sentido desta palavra. Na igreja do primeiro século, às vezes aconteciam pronunciamentos orais e às vezes na forma cantada (1 Coríntios. 14.15), e algumas passagens do Novo Testamento refletem que houve mensagem em formato de hino (Filipenses 2.5-11; Efésios. 5.14).

3. Glorificar a Deus.

O Novo Testamento registra a atitude de alguns crentes, que deixando de valorizar o ensino apostólico, passaram a fazer da religião um meio de inclinarem-se aos desejos desenfreados da velha natureza carnal. Paulo relata que o culto foi-se degenerando entre os colossenses, a tal ponto de haver homens que prestavam “cultos aos anjos” (Colossenses 2.18) e adverte os cristãos de Corinto sobre o cuidado para não prestarem “cultos aos demônios” (1 Corintios 10.14-33).

Tudo o que o crente precisa saber a respeito da vontade de Deus está na Bíblia Sagrada. Quando o cristão possui familiaridade com as Escrituras, conhece-a, descobre o que o Senhor espera dele (Salmos 119.6-7, 9, 105). E, a leitura devocional acompanhada de oração faz fluir a comunhão. Então, consequentemente, a paz com o Senhor cria nele a condição de discernir quais são as atitudes que o farão um adorador agradável (Colossenses 3.15).

Como é o culto que glorifica a Deus?
• Inclui adoração (Atos 10.46; 1 Coríntios 14.15; Efésios 5.19);
• Inclui oração (Atos 2.32; 4.24, 31; 1 Timóteo 2.1+8);
• Inclui ensino (Atos 2.42; 5.21, 25; 1 Timóteo 4.11, 13).
Busquemos ao Senhor em oração e leitura bíblica. A síntese de Romanos 6.15-23, nos leva ao entendimento de que a escravidão ou obediência forçada ao pecado, se contrapõe à liberdade que Cristo dá. A oração, aliada ao conhecimento bíblico, permite ao adorador viver da obediência para a justiça.

No Antigo Testamento, os adoradores ofereciam diversos tipos de sacrifício, incluindo animais, incenso, cereais, porém, são nos almos que vemos uma exortação sobre a natureza do verdadeiro louvor a Deus. Na visão do salmista, não podemos ter qualquer atitude, gesto ou ação que seja banalizada ou que desvalorize a adoração.

Entender a atualidade, a prática, a importância do louvor e da adoração trata-se de uma necessidade para que o crente experimente sempre mais as bênçãos de Deus. Portanto, sejamos zelosos com a vida espiritual. Precisamos realizar o verdadeiro culto em que o nosso corpo, alma e espírito são apresentados plenamente irrepreensíveis perante o Criador de todas as coisas. Sempre será necessário fazer periodicamente um exame de consciência. Ao seguir o conselho bíblico, desfrutarmos da boa, perfeita e agradável vontade do Senhor.

CONCLUSÃO

Enfim, é preciso entender bem a mordomia cristã da adoração, todos os crentes devem ter a consciência de que Deus é o Senhor dos senhores, o Rei dos reis e o Supremo Juiz do Universo. Ele é a autoridade suprema nos céus, na terra e na Igreja. Ao prestar-lhe culto, devemos assumir uma postura de temor e reverência.


E.A.G.

Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens. Edição 2018. Página 1452. Tamboré, Barueri, SP (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
Comentário Bíblico Moody. Volume 2.  Mateus a Apocalipse. Charles F. Pfeiffer. Páginas 136, 429 (Editora Batista Regular).
Comentário do Novo Testamento: Exposição do Evangelho de João. William Hendriksen. 1ª edição 2004. Páginas 222 e 223. Cambucí; São Paulo - SP (Editora Cultura Cristã).
Ensinador Cristão, ano 20, número 29. Páginas  25, 29, 32,  37. Bangu, Rio de Janeiro -RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
O Culto e suas formas. Nemuel Kesler. 6ª impressão 2013. Páginas 15 e 16. Bangu, Rio de Janeiro -RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempos, Bens e Talentos. Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Elinaldo Renovato. Páginas 73 e 75; 82, 83. 1ª edição 2019. Bangu, Rio de Janeiro -RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

sábado, 3 de agosto de 2019

A Mordomia dos Dízimos e Ofertas

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No idioma do Novo Testamento, o termo mordomia é "oikonomos". Significa "o maior de uma casa", isto é, a supervisão dos negócios de uma casa. Em outras palavras, o mordomo é a pessoa que administra os bens do seu senhor. Ele é o responsável geral pelos serviços, empregados, compras, manutenção, alimentação e finanças. No sentido bíblico, a mordomia é usada figurativamente para ilustrar o papel do crente como administrador dos negócios de Deus aqui na terra (Lucas 6.42). Deus coloca sobre o homem a responsabilidade pelo manejo correto de todos os recursos que permite estar em suas mãos (Mateus 15.25; Lucas 19.13).

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Artigo relacionado:
EBD - A Mordomia do Tempo
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A mordomia cristã eleva o crente para um nível dimensional mais excelente, onde a confiança e a fidelidade são a base do relacionamento entre ele, a igreja e Cristo. Quando o crente é uma pessoa que colabora financeiramente, fazendo isso de modo voluntário, desempenha o seu papel de mordomo. Esta atitude é uma oportunidade especial, além de exercitar sua fé, agradece a Deus ao se engajar em projetos que a comunidade cristã da qual faz parte está desenvolvendo.

I - AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA LOCAL

1. Dízimos e ofertas.

O assunto mordomia na questão das finanças é um assunto que não deve ser evitado. É de extrema relevância não se omitir sobre o assunto dízimos e ofertas, pois observamos muitas interpretações errôneas a respeito. É preciso ensinar que a entrega dos dízimos e ofertas não é uma obrigação, precisa ser feito com alegria, gratidão e reverência. O descuido com este tema tem como consequência transformar novos convertidos em crentes não amadurecidos na fé cristã. A falta de ensino faz com que a pessoa recém-convertida não descubra o seu compromisso como servo de Deus e o prejudica, pois ao não contribuir perde as bênçãos que o Senhor promete conceder aos contribuintes.

O cristão precisa ser uma pessoa consciente e produtiva. É um erro não entender que a obra de Deus depende do seu envolvimento, que precisa de recursos financeiros. A fonte desses recursos da igreja local são os dízimos e as ofertas. Sem eles, a obra missionária, os trabalhos sociais não acontecem e os obreiros de tempo integral, junto com sua família, sofrem.

Sobre o salário de obreiros envolvidos na obra de Deus em tempo integral, Paulo escreveu o seguinte:
• 1 Coríntios 9.11.  "Se nós semeamos entre vocês as coisas espirituais, será muito recolhermos de vocês bens materiais?"
• Gálatas 6.6. "Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui."
• 1 Timóteo 5.18. "Pois a Escritura declara: “Não amordace o boi quando ele pisa o trigo.' E, ainda: 'O trabalhador é digno do seu salário."
É triste saber que há quem pense que desde que já está salvo, importa apenas satisfazer seus interesses pessoais, prejudicando assim o crescimento do reino. Não é aceitável haver no coração do cristão avareza e ganância. A mordomia dos dízimos e ofertas está fundamentada nos valores de liberalidade e coração grato. Não pode haver dúvida que, embora Deus prometa abençoar, a disciplina dos dízimos e das ofertas nada tem a ver com barganha ou coisa parecida.

1.2. A respeito dos dízimos

A palavra hebraica traduzida ao idioma português como dízimo é "ma´aser" e a grega é "deka", significam "a décima parte". Na lei de Deus os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte da sua renda como sinal de gratulação pelas bençãos que Senhor dava a eles (Levíticos 27.30-32; Números 18.21-26; Deuteronômio 14.22-29).

Levítico 27.30-33 apresenta a regra sobre a obrigatoriedade existente aos israelitas; Deus ordenou que entregassem dízimos aos sacerdotes da religião judaica. Eles eram obrigados a entregar dízimos sobre toda a sua produção, seus grãos, fruto das árvores e gado. Se fosse possível obter a décima parte desta produção, qualquer que fosse, deveriam ficar com noventa por cento da colheita. Agindo assim, os judeus reconheciam que Deus era o dono das suas terras, aquele que lhes dava os frutos e que eles mesmos eram seus arrendatários e dependentes dele. Desta maneira, os judeus lhe davam graças pela abundância que tinham e suplicavam a sua dádiva na continuação da abastança.

O animal que já havia sido entregue ao sistema religioso como dízimo, depois que tivesse passado por baixo da vara, ou bordão, do pastor, não havia incentivo algum para ser devolvido ao dizimista, ainda que fosse oferecido pelo proprietário algo melhor em troca. Mas, quando o dono do bicho desse um quinto à mais do valor do seu dízimo, a troca de animais era permitida, e os dois animais passavam a ser considerados consagrados e o que serviu de troca não poderia mais ser resgatado.

1.3. Ai dos líderes escandalizadores (Lucas 17.1-2).

Ao ler e estudar a Bíblia, o crente aprende a honrar ao Senhor" (Provérbios 3.9). Ao suster e abastecer os ministros - que trabalham em tempo integral na igreja - ele age com disposição gerada na pessoa do Espírito Santo que fez o convencimento ao partilhamento através do conhecimento adquirido pelo contato com as Escrituras Sagradas (1 Coríntios 9.14).

A liderança evangélica não pode esquecer que o objetivo da entrega das contribuições é a promoção do Reino de Deus, estritamente para a disseminação do Evangelho no mundo (1 Coríntios 9.4-14; Filipenses 4.15-18; 1 Timóteo 5.17, 18) e socorrer os necessitados (Gálatas 2.10).

O enriquecimento desordenado de pastores evangélicos é observado por Deus e por crentes e descrentes. Eles não têm o temor do Senhor e nem sentem vergonha de se apoderar do dinheiro que não lhes pertence. Sobre essa situação reprovável e vergonhosa, como mordomo de Deus o cristão, prudente como a serpente, deve se perguntar: "Para onde vão os dízimos e ofertas?" Permanecendo simples como as pombas, se recusar a ser financiador desse tipo de escândalo (Mateus 10.16). Como mordomo do Senhor, o cristão precisa zelar pelo que Deus lhe confiou, para evitar que os lobos se estabeleçam no meio do rebanho de Jesus. É preciso se afastar dos homens réprobos e servir ao Senhor em uma igreja cujo dirigente é alguém fiel ao Bom Pastor, fazer parte de igrejas onde aquele que pastoreia usa o recurso entregue pela membresia para zelar pela estrutura de templos e construir novos templos, sustentar missionários e socorrer os necessitados.

2. O cuidado com recursos externos.

Os recursos financeiros de que a igreja local necessita não devem ser provenientes de governos, de órgãos públicos ou de organismos financeiros. Toda vez que algum obreiro resolveu conseguir dinheiro para a igreja em fontes estranhas ao que a Bíblia recomenda, acarretou problemas para seu ministério e para os irmãos.

3. Outras fontes de recursos.

Não é errado a igreja local, através de uma instituição social, como uma associação beneficente, um centro social, uma creche, ou um hospital, instituídos legalmente, receber recursos que lhe sejam oferecidos pelo Poder Público para obras sociais, por exemplo, desde que isso não implique em compromisso político ou de outra ordem. Centros espíritas, terreiros de macumba, creches, hospitais e outras instituições, recebem subvenções, por que não haver para as igrejas evangélicas? O que não deve aceitar é a concessão de recursos públicos para atividades como evangelismo, ensino, adoração, louvor etc. O financiamento das atividades da igreja local deve ser proveniente das fontes legítimas indicadas na Palavra de Deus, que são os dízimos e as ofertas dos crentes.


II - A BASE BÍBLICA PARA OS DÍZIMOS E AS OFERTAS

1. Os dízimos no Antigo Testamento.

1.1. O gesto de agradecimento do patriarca (Gênesis 14.14-20).

Melquisedeque, considerado um tipo de Cristo, era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo. Salém foi o primitivo nome de Jerusalém, cuja primeira menção bíblica está nesta narrativa. O significado do nome Melquisedeque é rei da justiça, e a palavra Salém se assemelha ao termo hebraico que quer dizer paz (Hebreus 7.1-6). O rei e sacerdote trouxe pão e vinho, para revigorar Abrão e seus soldados cansados devido a batalha que haviam participado, parabenizando-os pela sua vitória. Sendo sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou Abrão, o que podemos imaginar que tenha sido, para Abrão, um alívio maior do que tinham sido o seu pão e o seu vinho. Em resposta, Abrão deu-lhe o dízimo de tudo, isto é, dos despojos como uma retribuição pelas suas atitudes de respeito e gentileza (Hebreus 7.4).

Abrão deu o dízimo de tudo para Melquisedeque; mais tarde Deus o abençoou em tudo (Gênesis 14.18-20; 24.1). O patriarca foi assinalado entre todas as pessoas de todos os tempos com o título amigo de Deus (2 Crônicas 20.7; Isaías 41.8; Tiago 2.23). Tal amizade foi honrada por ambos os lados e ainda hoje é uma inspiração para a cristandade.

A expressão "casa de Deus" aparece duas vezes no capítulo 28 de Gênesis, nos versículos 17 e 22. Esta passagem bíblica é atinente ao episódio em que Jacó fez seu voto de que entregaria o dízimo a Deus.

1.2. O dízimo para assistência social: Deuteronômio 26.12-15; Jeremias 22.3; Malaquias 3.5).

De três em três anos, havia entre os judeus a recomendação do Senhor para que os dízimos recolhidos fossem destinados aos levitas, estrangeiros, órfãos e viúvas. Após isso, a recomendação do Senhor era para que eles agradecessem por terem entregado a parte da colheita, que pertence a Deus, aos levitas, órfãos e viúvas, por não terem retido para uso pessoal o dízimo. Depois disso; então, deveriam pedir que lá da morada celeste o Senhor olhasse para eles e abençoasse o território israelita, mantendo-o como nação que mana leite e mel (expressão da tradução bíblica Almeida Revista e Corrigida no versículo 15). Ao pé da letra, no texto hebraico, "terra que mana leite e mel" é uma maneira de dizer que se trata de uma terra muito rica, cheia de fartura. Veja a descrição deste termo em detalhes lendo Deuteronômio 8.7-10.

1.3. Levítico 26.12-16.

Os versículos 11 ao 13 apresentam os termos da aliança que Deus fez com o seu povo, aborda a questão da desobediência, que tem como consequência castigos. Em 2 Coríntios 6.16, ao abordar a questão do crente ser o templo do Deus vivo e estar contaminado por influência dos pagãos, Paulo cita o texto contido no versículo 12, para explicar ao povo da nova aliança que a pessoa que se dedica por completo ao Senhor é abençoada: “Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.”

1.4. Deus chamou a nação israelita ao arrependimento (Malaquias 3.10-11).

O profeta, na condição de porta-voz de Deus lembrou os israelitas que, além das outras transgressões daquele povo, eles retinham os dízimos e as ofertas, que deveriam ser entregues no templo judaico. Os conterrâneos de Malaquias estavam sendo desobedientes à Lei dada a Moisés (Levíticos 27.30-31; Deuteronômio 12.18; 14.28-29), e com essa atitude de desobediência consciente atraíam maldição sobre si mesmos. Contudo, se voltassem a contribuir para a manutenção da obra divina, poderiam comprovar as bênçãos sem medida da parte do Senhor. Nesta profecia, o Todo Poderoso disse que repreenderia o devorador nas plantações agrícolas, acabaria com a esterilidade na vida financeira e faria de seus servos pessoas prósperas e abençoadas.

2. O dízimo no Novo Testamento.

Não é possível afirmar que o crente que não traz o dízimo para o templo está com a salvação comprometida. Podemos pensar que o crente que não traz o dízimo para a manutenção do templo certamente não tem senso de responsabilidade com as coisas que envolvem a obra de Deus, no sentido das necessidades materiais, tais como manutenção de obreiros em tempo integral, ajuda aos necessitados, viúvas, órfãos etc.

Em entrevista para a revista Ensinador Cristão, o pastor e teólogo Elinaldo Renovato lembra que a salvação é resultado da fé em Jesus. Só Cristo pode salvar o homem (João 14.6). A salvação tem origem na graça e não em obras (Efésios 2.8-10). Renovato conclui seu raciocínio dizendo que o crente que não é fiel nos dízimos pode não perder a salvação, mas certamente perde as bênçãos prometidas por Deus para os dizimistas fieis; perde galardões nos céus pela falta de gratidão e amor pela manutenção do ministério cristão (Malaquias 3.8-10).

Cheio de razão, um poeta brasileiro da nossa contemporaneidade, escreveu: "Quem ama, cuida". Se o crente ama ao Senhor e ao próximo, põe-se a pensar sobre a questão de manter o templo no qual congrega, aberto, em boas condições para recebe bem as almas que ainda não conhecem o Salvador. Procura os melhores meios para colaborar, pois ali é o local em que se reúne com irmãos para ser edificado espiritualmente e conviver fraternalmente com a comunidade que possui a mesma fé que ele.

O apóstolo Paulo não coagia as pessoas a contribuírem, não as obrigada a dar por senso de obrigação mas por ato voluntário, sincero, como manifestação do amor sincero que havia em seus corações. Para isso, usou como exemplo incentivador a diligência dos macedônios para conscientizar os coríntios sobre a necessidade de ajudarem o ministério cristão financeiramente (2 Coríntios 8.8-15). Porém, o exemplo perfeito para ser alguém que se dispõe a dar é Jesus Cristo, que aceitou deixar "as riquezas" do céu e "se fez pobre" (Mateus 8.20). Paulo lembrou aos filipenses: "Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que [...] assumindo a forma de servo, [...] ele se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz" (Filipenses 2.5-8). Ele fez isto para que possamos receber as riquezas espirituais, para que pudéssemos ter a paz com Deus (2 Coríntios 5.19) e experimentar nesta vida terrestre a paz de Deus e posteriormente continuar gozando dessa paz no céu (João 14.27. Filipenses 4.7).

O dízimo é do Senhor. O dizimista reconhece que o Senhor é dono de tudo, do Universo, do planeta Terra, dos seres humanos e seres irracionais, enfim, de tudo que está criado (Salmos 24.1; Levíticos 27.30-32; Salmo 24.1) e que tudo provém dEle (1 Crônica 29.14). Por entender que inclusive ele pertence a Deus, o cristão não realiza sua entrega em caráter obrigatório, como se a atividade fosse uma determinação legal ou religiosa. Sua prática como contribuinte é baseada na firme convicção de que Deus merece os primeiros e melhores produtos do seu trabalho.

2.1 Uma polêmica sobre cristãos dizimistas (Mateus 23.23).

Aplicar a disciplina de ofertas e dízimos é tão importante hoje quanto era no Antigo Testamento. Atualmente, com a expansão das igrejas, incumbidas de irem ao mundo pregando e ensinando o Evangelho, elas carecem das contribuições generosas dos crentes. É importante contribuir, pois o crente que não possui o dom de evangelista, é participante da missão evangelística tanto quanto aquele que está em atuação no campo missionário. Todos têm oportunidade de se manter engajados, pois a obra não é de homens, é de Deus (1 Coríntios 3.6).

Uma das polêmicas sobre o dízimo é a ausência de uma ordem específica sobre sua entrega no Novo Testamento. O Senhor não dirigiu palavra sobre dízimo aos seus seguidores. Jesus mandou entregar o dízimo, mas ao fazer isso, recomendou que se entregasse a contribuição no templo judaico; a recomendação foi uma orientação para judeus que se apresentavam como pessoas religiosas ultra zelosas pela prática do judaísmo; elas não eram seguidoras de Jesus.

2.2. Quem eram os escribas e quem eram os fariseus?
• Escribas. No Antigo Testamento, o escriba (sopher, em hebraico) era um inspetor (2 Crônicas 26.11; 2 Reis 25.19; ver também Gênesis 41.49 e 2 Samuel 24.10). Uma espécie de oficial real ou um secretário com o nível de ministro (2 Samuel 8.17; 1 Reis 4.3; 2 Reis 18.18). Poderia servir como tesoureiro do estado (2 Reis 12.10). No idioma original do Novo Testamento, encontramos o termo "grammateus" como o equivalente à escriba. Gramatheus está associado com a palavra alfabeto. Era posto de secretário ou assistente, função de prestígio, como o oficial que trabalhava como escrivão da cidade de Éfeso (Atos 19.35). A importância da Lei de Moisés estimulava-os a estudar e transmitir o conteúdo das Escrituras aos israelitas. A princípio, esta atividade era encargo dos sacerdotes. Esdras era um sacerdote, mas também um antigo escriba, versado nas palavras e mandamentos do Senhor, que estudou e ensinou a Lei aos israelitas (Esdras 7.6, 11). Às vezes, o escriba agia como um secretário que escrevia uma carta (Esdras 4.8); enquanto em outras ocasiões era alguém que transcrevia as Escrituras, de maneira desleixada (Jeremias 8.8,9), ou temente a Deus como Baruque (Jeremias 36.26,32). 
Através dos escribas, as leis religiosas e civis foram aplicadas à vida do povo, e, simultaneamente, as interpretações e decisões dos escribas tornaram-se leis orais e tradições enraizadas na cultura israelita.
• Fariseus. A palavra fariseu é "parash", que significa separar ou dividir. A origem deste grupo religioso é obscura. O grupo de fariseus era um grupo separado, acredita-se que vivia em uma espécie de clausura, apartados fisicamente da sociedade. A separação da qual o nome se refere poderia ser a separação geral das impurezas do mundo ou ligada a alguma situação histórica. Poderia ser por causa de uma vida de rígida abstenção dos costumes pagãos na época de Esdras e de Neemias; ou a recusa de adotar costumes gregos mesmo sob a ameaça de morte na época e Antíoco Epifânio; e, ainda, devido a ruptura que aconteceu em 165 a.C., após a reconquista do Templo, entre os macabeus. Podem ter sido o grupo de “piedosos”, também conhecido como Chasidim, que estavam dispostos a lutar pela liberdade religiosa, mas não pela independência política. Estas possibilidades são apenas teorias, não há comprovação para sustentar como fato comprovado.
Jesus criticou um escriba e um fariseu porque eles eram hipócritas e contraditórios. A recomendação do judaísmo era entregar o dízimo de rebanhos, vinho, grão e óleo (Levíticos 27.30-33; Números 18.21-32; Deuteronômio 14.22-29; 26.12-15; Malaquias 3.8-12), com o objetivo de manter o sustento dos levitas, manutenção do templo judaico e ajuda ao pobres. Mas ambos acrescentavam ao mandamento o dízimo de ervas, com motivação de fazer transparecer comportamento de religiosidade acima da média daquela sociedade, contudo, desprezavam o mais importante da Lei, a justiça ou juízo, o socorro ao necessitado e a fé.

A contra-argumentação para isso é que quase nenhum texto do Novo Testamento poderia ser considerado doutrina se não houvesse indicação expressa de que Jesus ministrava apenas para judeus. Por exemplo, no Sermão do Monte, Ele falou para os judeus, mas o seu texto encerra o cerne da doutrina cristã.

3. As ofertas nas Escrituras.

Após perceberem o quanto tinham se afastado dos mandamentos de Deus, os judeus decidiram estabelecer um firme concerto com Ele. Então, todo o povo voltou-se para o Senhor e fez um acordo, por escrito, assumindo o compromisso de viver em conformidade com a Lei de Deus (Neemias 9.38-10.39). Os princípios morais e éticos da sociedade, sempre contrastam como os ensinos da Bíblia. Mas, os cristãos que forem sinceros e aprenderem a se deixar guiar somente pelo que está escrito na Palavra de Deus jamais tropeçarão nem se deixarão influenciar pela filosofia desse mundo perdido.

III. A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E DAS OFERTAS NA IGREJA LOCAL

1. Como deve ser a entrega dos dízimos e das ofertas na igreja local.

A mordomia do cristão quanto ao dízimo deve ser praticada considerando o texto de Provérbios 3.9-10. O cálculo de dez cento deve ser feito sobre o valor bruto, porque entende-se que o princípio bíblico que norteia a entrega do dízimo no Antigo Testamento é o das "primícias" (Provérbios 3.9-10).

Quando o crente recebe algum sinal de misericórdia da parte de Deus, é adequado que expresse seu reconhecimento por meio de algum ato especial de amor reverente. Deus sempre deve receber o que lhe é devido, daquilo que temos. Um bom mordomo de Deus, antes de tudo, é um bom servo de Deus. Um bom servo é fiel ao Senhor em todos os sentidos. Como mordomo, o crente dedica tempo ao serviço dEle, vive em amor e santidade. Faz tudo em nome do Senhor; como para o Senhor e não para homens e sempre visa a glória de Deus em tudo que faz (Colossenses 3.17, 23; 1 Coríntios 10.31).

O crente em Cristo deve aprender a honrar ao Senhor com sua fazenda, de maneira voluntária e reservada. A prestação de honra a Deus só é possível se a contribuição financeira ocorre por livre vontade, sem nenhuma pressão humana. Quando há constrangimento para contribuir, o contribuinte não presta honra ao Criador, atende a um individuo procurando ser agradável a ele. Assim, é muito provável que nesta ação não exista a fé genuína, não há gratidão e amor ao Senhor. 

2. O dízimo dos empresários cristãos.

O dízimo do empresário deve ser com base na renda. Faturamento não é renda, pois inclui os custos e o lucro; o faturamento é da empresa. O lucro é o excedente sobre o custo, que permite o reinvestimento nos negócios através do Capital de Giro. O empresário deve entregar o dízimo de "sua renda", que pode ser do Pró-Labore ou do que é mais comum, da "retirada" que ele usa para sua manutenção e de sua família.

O que ele retira é a sua renda. É desse montante que deve extrair o valor do dízimo. Assim como o assalariado, o dízimo do empresário deve ser do "bruto", do total de sua renda ou retirada, e não do líquido (Provérbios 3.9-10).

CONCLUSÃO

"O que a pessoa semear, isso também colherá. Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui" - Gálatas 6.6. 

Exercer a generosidade constitui-se um privilégio mais que especial. Há uma promessa muito grande de prosperidade para o que abre a mão para a obra de Deus e para ajudar as pessoas. Acerca do indivíduo generoso, a Bíblia diz: "Uns dão com generosidade e têm cada vez mais; outros retêm mais do que é justo e acabam na pobreza" (Provérbios 11.24). 

O que você faria se Deus pedisse a você para ofertar "tudo" o que tem, assim como fez a viúva pobre observada por Jesus? Dar tudo o que tem é difícil, mas é possível. Mas Deus não pede tudo, Ele pede uma pequena parte dos rendimentos. Ofertar quase tudo quando o orçamento é pouco, às vezes, também não é fácil de se fazer. Porém, se Deus pedir tal atitude, Ele providencia tudo. Não contribuir nada é sempre mais fácil, mas não é a decisão correta para quem ama a Deus. Precisamos sempre oferecer a Deus o nosso melhor e isso exige determinação.

E.A.G
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Compilação

Bíblia de Estudo do Expositor. Edição 2017. Páginas 254 e 255, Baton Rouge, LA, EUA (Ministério de Jimmy Swaggart).
Bíblia de Estudo NTLH. Edição 2015. Páginas 149, 1412. Tamboré; Barueri/SP (Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
Cobiça e Orgulho: Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida. Natalino das Neves. 1ª edição 2019. Páginas 59 e 60. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Comentário Bíblico Mattew Henry - Volume 1. Antigo Testamento: Gênesis a Deuteronômio. 1ª Edição 2010. Página 442. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão. Ano 20, número 79. Páginas 25, 26, 33, 87. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Lições Bíblicas: Discipulado e Integração, o segredo para o crescimento da Igreja. Geremias do Couto. 1º trimestre de 1996. Lição 7: O Novo Crente e a Mordomia Cristã. Páginas 32 e 33. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Série Comentário Bíblico. 1 e 2 Coríntios: Os Problemas da Igreja e Suas Soluções. Stanley M. Norton. 3ª Edição 2016. Página 226. Rio de Janeiro (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Tempo, Bens e Talentos: Sendo Mordomo Fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Elivaldo Renovato. 1ª Edição 2019. Capítulo 7: A Mordomia dos Dízimos e Ofertas. Páginas 87 a 90 e 94. Bangu. Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).