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Arquivo | 14 anos de postagens

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Rainha de Sabá era amante de Salomão? Existe relato bíblico sobre isso?


Recebi a seguinte pergunta em meu perfil no Facebook:
"A paz do Senhor! Deixa eu te falar, é possível fazer um estudo em seu blog, ou no seu perfil, sobre a Rainha de Sabá? A partir de um estudo ontem lá no templo, me bateu a curiosidade de aprender. o pastor, ministrante da noite, disse que ela foi amante de Salomão, voltou grávida para a terra dela, e os judeus negros, todos são descendentes dela! Que ela é a Sunamita, descrita no livro Cantares, e que foi rejeitada por Salomão! Os argumentos deste pastor foram todos baseados na história da Etiópia! Obrigada,por elucidar as minhas dúvidas, claro, quando possível. Deus abençoe você."
Resposta:

Oi, tudo bem?

A Rainha de Sabá é uma personagem interessante que encontramos no Antigo Testamento. Mas, ainda não escrevi nada especificamente sobre ela. Agradeço por essa ideia.

Esta soberana foi contemporânea de Davi e de Salomão, viveu em meados do século 10 a.C.. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de "Nicaula", mas as Escrituras não a apresentam pelo seu nome, apenas pelo título de nobreza e lugar de origem. O termo "sabá" tem raiz hebraica, significa “alto”. 

Descobertas arqueológicas apontam que Sabá, a terra da rainha que visitou Salomão, estava localizada na ponta sul da península Arábica, no moderno Iêmen, a república ao sul da Arábia e ao sul do Egito, próximo do território atual da Etiópia. Essa localização permitia aos sabeus (moradores de Sabá) o comércio marítimo com a África e a Índia. Além disso, havia o comércio de ouro, joias, mirra, incenso e especiarias orientais realizados por terra, em caravanas usando os camelos como meio de transporte.

No livro de Gênesis, capítulo 10, encontramos a narrativa da história das nações, relatando os descendentes de Sem. No versículo 7, existe uma referência ao nome Sabá, com os dizeres "os filhos de Raamá: Sabá e Dedã". No mesmo capítulo, no versículo 28, encontramos outra menção para o nome Sabá entre os nomes Abimael e Ofir, com a informação que são descendentes de Joctã (versículo 26). Certamente, houveram duas pessoas com o mesmo nome nesta genealogia. Tal informação indica que a Rainha de Sabá representaria uma ancestral semita.

Há também a possibilidade de que os moradores de Sabá fossem descendentes de Abraão, por parte de sua esposa Quetura (Gênesis 25.1-3). Alguns elementos do dialeto sabeu os associam linguisticamente com semitas do noroeste. Mudaram-se no norte da Arábia antes do século X a.C. e constituíram uma capital em Marib, sustentada por uma grande represa, que coletava águas das chuvas sazonais. Inscrições assírias atestam que algumas rainhas governaram os sabeus durante esse período.

Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, em uma pesquisa comandada por Helmut Ziegert, descobriram os restos de um palácio que muito provavelmente teria sido habitado pela Rainha de Sabá, em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

Tendo em vista a economia de Sabá depender do comércio internacional terrestre de especiarias, as atividades, o poder e a localização  de Israel  deviam ser particularmente interessantes para  para a rainha e suas caravanas. Com a ajuda de Hirão, Rei de Tiro, Salomão havia iniciado expedições marítimas para Ofir a partir  do porto recém-inaugurado de Ezion-Geber (1 Reis 9.26-28). Segundo a especulação de muitos estudiosos, os empreendimentos marítimos de Salomão ameaçaram o monopólio comercial dos sabeus, e muitos estudiosos especulam que a rainha deles visitou Salomão com o propósito de firmar um acordo comercial. Arqueólogos encontraram um sinete do século IX a.C., com inscrições sul-arábicas, feito de argila marrom avermelhada proveniente do Iêmen, foi desterrado em Betel e corrobora esta teoria. 

Porém, a Rainha de Sabá não se destaca apenas por suas realizações econômicas e políticas. mas por sua atitude diante do rei de Israel. A narrativa bíblica relata que a fama sobre a sabedoria e afluência  de Salomão, suas riquezas e relacionamento com o Senhor, chegaram aos ouvidos dessa mulher  cheia de riquezas e propriedades. Evidentemente, ela ouviu muitas coisas maravilhosas a respeito de Salomão, porém, parece que, a princípio, não acreditou no que ouvia sobre ele. Então decidiu ir até Jerusalém, que distava cerca de 2.300 quilômetros de seu palácio, empreendeu viagem custosa e bem longa, para testar a veracidade de sua reputação quanto à sua sabedoria e devoção a Deus, formulando perguntas difíceis. E assim fez, acompanhada de um séquito muito grande. E ficou satisfeita com suas respostas.

A Bíblia relata que ao pôr Salomão à prova ela ficou “fora de si” - literalmente sem fôlego - com a magnificência da sabedoria exposta nas respostas que ouviu; maravilhou-se com sua fé em Deus e a organização de seu reino. E como resultado, alegrou-se na providência do Senhor em estabelecer um rei que mantivesse justiça e retidão. Demonstrou publicamente sua disposição para dar crédito ao Deus de Salomão pela sabedoria deste que resultava em decisões justas e corretas, elogiando-o (1 Reis 10.1, 10, 13; 2 Crônicas 9.1-9).

As perguntas difíceis que a Rainha de Sabá propôs a Salomão provavelmente eram enigmas (1 Reis 4.32; 10.1; 2 Crônicas 9.1). O uso de charadas para desafiar o ouvinte em festas e ocasiões especiais era muito popular no mundo antigo e o fato de uma pessoa conhecer palavras obscuras era visto como sinal de sabedoria (Provérbios 1.6). O exemplo clássico de charada é um episódio da vida de Sansão, registrado em Juízes, capítulo 14.12-13. O profeta Ezequiel recebeu instrução para comunicar-se com a nação de Israel apenas por enigmas (Ezequiel 17.2). A Bíblia diz que as respostas de Salomão às perguntas difíceis resultaram em admiração pelo Senhor por parte dela.

Em sua bagagem, a Rainha de Sabá trouxe para Salomão amostras de sua própria riqueza, que incluía uma grande quantidade de especiarias, muito ouro e pedras preciosas e ficou extremamente admirada com sua sabedoria e riquezas. Embora o reino da Rainha de Sabá fosse cheio de esplendor - sendo que Salomão jamais recebeu uma abundância de especiarias maior do que aquelas que ela o presenteou -  o reino dela não superava a grandiosidade do reinado do sucessor de Davi.

Não existem muitos registros bíblicos sobre a Rainha de Sabá. Encontramos citações sobre ela apenas em 1 Reis 10.1-13; 2 Crônicas 9.1-12; Mateus 12.42; e Lucas 11.31. Estes relatos não afirmam que tenha havido relação amorosa entre Salomão e ela, que tenha sido mãe de seu filho, tampouco fosse a Sulamita do Livro de Cantares.

Embora muitos reis gentios vieram a Salomão, nenhum desses monarcas foi mencionado em particular; exceto a Rainha de Sabá. É bem provável que o destaque tenha ocorrido por conta não apenas de que fosse uma mulher, mas devido ao seu coração ter louvado ao Senhor. Embora não exista nenhum registro bíblico com a afirmação desta mulher declarando que o Deus de Salomão também passava ser o seu Deus e não existir nenhum registro de que tenha oferecido sacrifícios no templo, temos o registro do tributo proferido pelos lábios de Cristo. Jesus disse assim: "A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

Assim, a Bíblia mostra que a busca da Rainha de Sabá não foi em vão. Ambos trocaram presentes reais, demonstraram respeito mútuo. Após o que ela voltou para sua terra.

E.A.G.

Com informações de:
G1 - Globo.com, Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia, 8 de maio de 2008 - http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL462856-5603,00-ARQUEOLOGOS+ALEMAES+ENCONTRAM+PALACIO+DA+RAINHA+DE+SABA+NA+ETIOPIA.html
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 372, 499. Edição 2013, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia de Estudo do Expositor, página 605, Baton Rouge, Los Angeles (Ministério Jimmy Swaggart).

terça-feira, 10 de abril de 2018

Éber Cocareli está intrigado


Intrigado.

Acho que essa palavravinha, "Intrigado", descreve à perfeição o estado de espírito que rege o Brasil hoje. Como todos sabem, ela vem de "Intriga", coisa que conhecemos extremamente bem, sejamos ou não membros de igreja.

Darei aqui dois exemplos do que digo. O primeiro é a óbvia intriga que cercou a prisão do Lula. Ficou claríssimo que o ex-presidente foi vítima de uma intriga das elites, as quais morrem de medo dele voltar ao Planalto. O que me intriga é que o mesmíssimo Ministério Público que processou o Lula, também processou Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima, pra ficar só com esses dois, mas há vários outros elementos das elites nesse bolo. O mesmíssimo Poder Judiciário que prendeu o Lula, também prendeu o Cunha e o Geddel, além dos outros não nominados. Será que Cunha, Geddel e os demais trabalhavam em prol das nobres causas da santa esquerda brasileira e eu não sabia? Isso me intriga.

O outro exemplo vem do futebol. O árbitro que estava a poucos passos apitou o pênalti a favor do Palmeiras, mas o quarto árbitro, postado a mais de 50 metros de distância do lance corrigiu o primeiro. Teria havido intriga nisso, a fim de dar ao time do ex-presidente o título que ele não merecia? Bem, no caso do futebol, já estou acostumado, e a Bíblia traz a resposta de modo muito claro: Futebol é coisa do mundo, e o mundo jaz no maligno, não é?

Pensando melhor, política também é coisa do mundo, o mesmo que jaz no maligno. E se há uma coisa da qual o rabudo fedido entende é justamente de intriga.

Fonte: Parla Eber, 9 de abril de 2018, em https:// www. facebook. com/ profile. php?id=100009247331898

domingo, 8 de abril de 2018

Crente que não entrega o dízimo não é cristão?



Não sou pessoa que é contra a prática de coleta de dízimos nas igrejas cristãs. Considero uma entre outras maneiras importantes de contribuir com o crescimento da obra de Deus.

Porém, é de machucar os ouvidos e o coração ouvir quem queira nos fazer crer que esta prática é atividade obrigatória entre os cristãos. Em todo o Novo Testamento não encontramos texto que fale que a entrega de dízimos nas igrejas deve ser em caráter obrigatório. O Novo Testamento jamais ensina que o crente precisa ser um contribuinte com dez por cento de salário para ser aceito por Deus como um cristão. Então, quem ousa ensinar o contrário disso é promotor de heresia.

A ideia de que o sistema de coleta de dinheiro nas igrejas, colocando o dízimo como sistema obrigatório, é desvio de função de quem se propõe a ser pregador da Palavra de Deus. Nada pode ser acrescentado, extraído ou desvirtuado na interpretação do texto bíblico, mesmo que isso seja feito com boas intenções.

Aos que pregam que o crente rouba a Deus se não entrega dízimos, coloco algumas perguntas em caráter retórico:

- Para quem está endereçado o livro de Malaquias?

- O texto de Malaquias, capítulo 3, e versículos 8 ao 10, está dirigido aos levitas e à nação de Israel? Se Malaquias 3.8-10 é um texto com contexto abrangente, porque não encontramos os textos neotestamentários interpretando-os (como recomenda a boa hermenêutica)?

Observação: É sabido que para firmar uma doutrina cristã é necessário apresentações de pelo menos três textos bíblicos, cobertos de extrema clareza, corroborando uns com os outros. Peço a gentileza aos que afirmam que o cristão rouba a Deus, quando não entrega o dízimo, a apresentação de tais conteúdos hermenêuticos sempre que disser tamanha loucura. Entenda-se: apresentação de textos bíblicos com contextos diretos, claros como é o sol ao meio-dia, e não textos interpretados de maneira "mágica". Sempre que as "mágicas" aparecem, elas confundem mais do que esclarecem. Esclarecimentos, por favor.

- Sabemos que Cristo possuía, em seu grupo de 12 homens, um que exercia a função de tesoureiro, Porém, sabemos que não existe relato neotestamentário nos informando que Jesus recebia dízimos, para sustento de seu ministério terreno! Por quê?

- Nos quatro Evangelhos, existe algum sermão, dirigido por Cristo aos discípulos (repito: dis-cí-pu-los) no qual Jesus ensina aos seus seguidores que eles devem ser dizimistas? Qual o motivo de não existir esse registro? Jesus pretendia fazer segredo sobre isso? Será que Cristo agiu relaxadamente sobre este ensinamento? Houve falha de memória, Ele só se deu conta de que nada havia dito depois de ressuscitar e voltar ao céu?

Sabemos que Jesus não disse que é dever do cristão entregar dízimos. Sabemos que quando Jesus falou sobre o dízimo, dirigiu-se apenas aos judeus, porque estes estavam atados à Lei de Moisés.

- Paulo escreveu um terço do Novo Testamento. No entanto sequer escreveu a palavra “dízimo” em todo o seu conteúdo escrito. Por quê? Paulo foi omisso sobre a questão de o cristão ser obrigado a entregar dízimos? Ou também havia um manto sigiloso sobre a questão? E qual o motivo de Pedro, em suas cartas, não tocar na questão da obrigatoriedade em ser dizimista? E qual o motivo de João não escrever sobre isso em suas três epístolas ou livro do Apocalipse? Também foi uma falha de memória?

Quando Paulo ensinou os crentes de Corinto a contribuir, falou sobre voluntariedade (2 Coríntios 9.6-11) Este é o parâmetro de quem é autêntico pregador do Evangelho de Cristo.

Não me ponho contra ensinar cristãos a serem dizimistas, mas entendo ser incorreto ensinar que este ato é obrigatório aos cristãos. Ninguém que tenha Cristo no coração pode ficar sem realizar auxílio financeiro na instituição religiosa que serve a Deus.

Muitas pessoas se colocam contra o ato de entregar dízimos. Precisamos citar o Livro de Hebreus para estes. No capítulo 7, versículos 1 ao 10, o autor aborda o dízimo para apresentar as figuras do sacerdote Melquisedeque e de Cristo, de Abraão e da linhagem levítica. Afirma que Jesus é um sacerdote incomparavelmente superior a Melquisedeque (versículos 14 ao 17 e 21 ao 24 e 27). Analisando o texto sem pensamento preconcebido a respeito: se Melquisedeque era um sacerdote em importância inferior a Cristo, e recebeu dízimos de Abraão em caráter voluntário, porque Jesus, sendo maior que Melquisedeque não pode receber dízimos de cristãos, voluntariamente? 

Todos precisamos ler a Bíblia Sagrada, especificamente sobre este tema. Pensar e orar a respeito deste assunto da obrigatoriedade em entregar dízimos. É coisa séria alguém usar o microfone de uma igreja sem respaldo das Escrituras Sagradas e defender tal situação de obrigatoriedade. Assim como é um equívoco quem se levante contra cristãos contribuírem entregando dízimos. 

E.A.G.

domingo, 25 de março de 2018

A indignação popular contra os ministros do Supremo Tribunal Federal e o Habeas Corpus de Lula


Prédio do Supremo Tribunal, localizado na Praça dos Três Poderes.
Desenho arquitetônico assinado por Oscar Niemeier.
Montagem com os dizeres "Instituto Lula" é compartilhada em redes sociais.

No mês de janeiro, o ex-presidente do Brasil, luis Inácio Lula da Silva foi condenado a 12 anos e 1 mês em regime inicialmente fechado pelo Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4), sediado em Porto Alegre. Os desembargadores, responsáveis por analisarem os processos da Lava Jato em segunda instância, decidiram que a pena deverá ser cumprida assim que não couber mais recurso naquele tribunal. O recurso possível já foi apresentado e será julgado amanhã, segunda-feira, dia 26. No julgamento do início do ano, ficou determinado pelos magistrados que logo após a sessão judicial, o ex-presidente deveria ser preso. 

Porém, em 22 de abril passado, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu evitar a prisão do ex-presidente, apresentando um salvo-conduto em seu favor até o dia 4 de abril, quando a Corte Suprema voltará a julgar o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do condenado famoso. Decidiram impedir a prisão de Lula antes do dia 4 os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Em favor de permitir, deliberaram os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso.

Apesar de a decisão do Supremo não impedir o julgamento do último recurso de Lula no TRF4, que é o último recurso contra a condenação a 12 anos e um mês de prisão na ação penal do triplex do Guarujá (SP), no âmbito da Operação Lava Jato, tal liminar, garantindo a liberdade, retirou a autoridade dos desembargadores do TRF-4, transformando o julgamento em Porto Alegre, no dia 26 próximo, que seria decisivo ao início da execução da pena do ex-presidente, em uma piada sem graça. Ora, o TRF-4, que condenou Lula, vai decidir sobre o único recurso, mas sem poder decretar a execução da sentença antes de o STF concluir o julgamento.

Causa arrepios só em pensar que em 4 de abril algum ministro da mais alta instância do judiciário brasileiro, peça vista e protele o resultado dessa questão ou o habeas corpus provisório seja transformado em definitivo - porque as decisões tomadas ali não cabe recurso a nenhum outro tribunal. Acho que o Brasil não suportará essas coisas. O povo brasileiro carrega seu coração represado de muita esperança pela justiça com jota maiúsculo e a falta dela tem consequência inimaginável.

Muita gente vive indignada com a atitude dos membros do STF, em relação a prisão de Lula. Primeiro, porque o habeas corpus furou a fila, recebeu atenção dos magistrados na frente de mais de 4 mil brasileiros que aguardam julgamento. Segundo, pelo fato de os membros do STF, não decidirem pela prisão do ex-presidente, um condenado que está passeando pelo Brasil como se nada devesse à Lei.

A pergunta recorrente, é: entre tantos a esperar um julgamento, qual é o motivo de Lula receber tratamento diferenciado? A aplicação da Lei deveria ser igual para todos, ou será que o Supremo gosta mais do brilho dos olhos do Lula do que dos demais brasileiros?

Esta situação aborrecedora faz lembrar Ayn Rand, escritora e filosofa norte americana, de origem judaica-russa. Ela escreveu o seguinte: "Sentir pena dos culpados é trair os inocentes".

E.A.G.

Rabus presus


Por Carmen Sílvia M. Lício

Rabus Presus é uma síndrome pouco conhecida, que acomete o ser humano desde a antiguidade, sendo que no Brasil remonta ao tempo da nossa colonização, nos idos de 1500, quando fomos colonizados por degredados vindos de Portugal. De lá para cá ganhou todo o território nacional, sendo que está mais concentrado no Planalto central, com ramificações por todo o País.

No Brasil acomete mais a classe política, por ser eleita às custas de pessoas não confiáveis, com interesses escusos, e acabam por terem que defender causas muitas vezes indefensáveis. Haja visto o Congresso Nacional, sem, no entanto, se instalar só ali, espalhando-se por todo o território nacional.

A sua insidiosidade remonta há séculos e até hoje não encontraram vacina que possa tornar a pessoa imune a tais artimanhas, que permeiam o ser humano. Só conseguiram detectar alguma imunidade em pessoas que foram criadas em lares com princípios, onde foram ensinados desde criança a terem honestidade e caráter. Acomete mais os homens, não por serem mais afeitos, mas por serem mais numerosos em nosso cenário político nacional.

Inicia-se com um pequeno deslize, e vai ganhando proporções assustadoras no decorrer do tempo, quando a pessoa acometida começa a se considerar imune às leis que regem o nosso País, crendo que ela está acima das leis que regem os pobres mortais, inclusive por elas mesmas fazerem ou votarem em leis que as possam favorecer.

O seu tratamento é difícil pois a pessoa não se sente doente, achando que tudo não passa de um factoide, de uma perseguição descabida, cheia de ilações.

O tratamento tem que ser coerente, com leis duras que possam fazer com que tais falcatruas não valham a pena, pois sabem que serão presos, julgados e condenados a muitos anos de prisão. Quando não há um tratamento efetivo, fica no ar a impressão de que qualquer um pode se beneficiar e não sofrerá as consequências que deveriam ser inevitáveis e determinantes para que as próximas gerações se afastem de tais descaminhos.

Enfim, este é o cenário desta doença, que pode acometer toda uma sociedade, com consequências destrutivas, imprevisíveis.
_______

Nota Belverede:

A definição de "rabo preso" no Dicionário informal, é: Expressão popular. Situação comprometedora. Ter compromissos com alguém sobre determinado assunto e não poder falar sobre este assunto porque tem medo de ser denunciado.

Fonte: https:// www. facebook com/ carmen. licio
A autora é uma brasileira, nascida na Grande São Paulo, residente na Capital paulista, enfermeira aposentada, exerceu sua profissão na Prefeitura Municipal de São Paulo.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Filipenses 4.4-7: Cultivando o amor a Deus e o bem-estar emocional

"Alegrem-se sempre no Senhor; outra vez digo: alegrem-se! Que a moderação de vocês seja conhecida por todos. Perto está o Senhor. Não fiquem preocupados com coisa alguma, mas, em tudo, sejam conhecidos diante de Deus os pedidos de vocês, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus" - Filipenses 4.4-5 (Nova Almeida Atualizada / SBB).

O ensino de Paulo sobre o bem-estar emocional em momentos de adversidades - seja um contratempo de ordem material, física ou espiritual – começa com a recomendação para que estejamos alegres. Não é alegria para tudo, não é ter boa disposição para viver embaraçado em problemas e aceitar a derrota. Não é tolerar o erro e deixar de buscar o conserto. A instrução do apóstolo é para que nos alegremos no Senhor apesar de todos os constrangimentos que possamos experimentar, porque o mal que vem de encontro a nós não é culpa de Deus.

Em tempos complicados, Paulo ensina aos cristãos a fazer petições a Deus; estar satisfeito com aquilo que possuímos e a apresentar nossas preocupações ao Senhor. Pede que em momentos maus sejamos prudentes, moderados, porque deixar de confiar no Todo Poderoso em tempos de crise nos induz às tristezas e fracassos ainda maiores. A solução para a preocupação é a oração com fé e ações de graça. E ações de graça é estar grato com o que Deus já fez por nós, reconhecer o que faz no presente momento e tudo o que fará no futuro.

Ao lembrar que o Senhor está perto, Paulo não se refere apenas ao atributo da onipresença do Todo Poderoso, mas ao Arrebatamento da Igreja, quando todos os crentes serão tirados desse mundo de aflições e levados ao céu, ao Paraíso, local onde haverá muitos motivos para ser feliz, pois é onde Jesus preparou lugar para todos nós vivermos a eternidade. Lá não haverá sofrimento, choro, dores crônicas, sores eventuais, aflições, nenhuma espécie de situação ruim.

Enquanto o Arrebatamento não acontece, o conselho do apóstolo indica que precisamos estar alegres em Deus. Tal sugestão tem o propósito de, em período adverso, evitar que a intranquilidade produza mais sofrimentos e desestabilize nossas emoções. Então, exercitemos o coração para que em tudo e todos os momentos nos regozijemos e sejamos confiantes nas promessas do Senhor. Ele promete estar conosco, em prontidão para nos socorrer se permanecermos fiéis.

O resultado de proceder conforme a admoestação de Paulo, amando a Deus e cultivando o bem-estar emocional, é ter o coração e os sentimentos envolvidos e protegido pela paz de Deus, em Cristo Jesus. A paz de Deus é maravilhosa e indescritível, supera toda a compreensão humana. Quem a experimenta é mais do que privilegiado!

E.A.G. 

quarta-feira, 21 de março de 2018

Ex-presidente Lula: do Palácio do Planalto ao xadrez dos bandidos de colarinho branco


Nos últimos dias, o ex-presidente Lula tem passado por grande sufoco. Em sua caravana pelo sul do Brasil tem enfrentado hostilidade por parte de brasileiros. Em Bagé, Santa Maria e Rio Grande do Sul, opositores chegaram a usar paus, pedras e a fazerem bloqueios de rua com tratores e caminhões, demonstrando aversão à presença do petista em suas cidades. O Partido dos Trabalhadores (PT) e o Movimento Sem Terra (MST) desconversam sobre o motivo das manifestações hostis contra o líder petista. Querem nos fazer crer que a hostilidade é gerada por outros presidenciáveis, oponentes na corrida do pleito eleitoral de 2018 à presidência da República.

Pode até haver a organização de partidos e presidenciáveis concorrentes, com a finalidade de arranhar ainda mais a imagem de Lula perante o seu eleitorado. Porém, além disso, também existe por parte da população uma indignação forte contra a corrupção e as ideologias esquerdistas e marxistas que agem contra a instituição familiar aos moldes bíblicos. Sim, há uma enorme insatisfação represada no coração do povo quanto às defesas petistas do aborto, liberação de drogas, em favor do desarmamento da população, defesas de bandidos em nome dos Direitos Humanos (que dificilmente trata o cidadão de bem como um humano direito) e a tentativa de enfraquecer o Exército e as polícias.

O povo brasileiro não quer a implantação do anarquismo.


É grande a expectativa do povo brasileiro, que já faz a contagem regressiva para a chegada do dia 26 de março, quando o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) provavelmente ordenará o início da execução de pena, período de 12 anos, em que Lula terá que passar a viver em regime fechado, sentença esta por ter sido julgado e considerado culpado nas práticas delituosas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro relacionada ao apartamento tríplex no Guarujá (SP), reformado pela empreiteira OAS, vinculado a três contratos com a Petrobras.

É um zombaria contra todos os cidadãos brasileiros honestos saber que Lula está passeando pelo Brasil pedindo votos eleitorais. Lugar de corruptos é atrás das grades. 

E.A.G.

A resposta de Malafaia ao jornalista de O Globo, que deseja denegri-lo


Estamos em ano eleitoral, e gente da imprensa brasileira, cujas cabeças são feitas pela ideologia de esquerda, estão atônitas com o pensamento de que o próximo presidente do Brasil possa ser Jair Bolsonaro. Então, o simples fato de o Pastor Silas Malafaia prestar apoio a ele já é motivo de sofrer ataques burros - que só servirão para fortalecer Bolsonaro em sua campanha presidencial. Conhecemos essa novela e o final feliz é sempre de quem preza pela ética e o bom senso.

Mesmo que você, cristão evangélico ou católico, não tenha afinidades com as doutrinas religiosas que Malafaia encampa e ensina, se está cansado da política de esquerda que afundou o nosso Brasil, compartilhe o vídeo abaixo. Se por acaso possui assinatura do Jornal O Globo, interrompa-a como gesto de repúdio ao jornalismo irresponsável.

Assista ao vídeo e tome ciência do que está ocorrendo.


E.A.G.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Valores Cristãos - Enfrentando as Questões Morais de Nosso Tempo

Valores Cristãos - Enfrentando as Questões Morais de Nosso Tempo. Este é o título da mais recente revista produzida pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) ao 2º semestre de 2018, escrita ao público-alvo adulto. Comentarista: Pastor Douglas Baptista.

Lição 1 - O Que é Ética Cristã
Lição 2 - Ética Cristã e Ideologia de Gênero
Lição 3 - Ética Cristã e Direitos Humanos
Lição 4 - Ética Cristã e Aborto
Lição 5 - Ética Cristã, Pena de Morte e Eutanásia
Lição 6 - Ética Cristã e Suicídio
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 8 - Ética Cristã e Sexualidade
Lição 9 - Ética Cristã e Planejamento Familiar
Lição 10 - Ética Cristã e Vida Financeira
Lição 11 - Ética Cristã, Vícios e Jogos
Lição 12 - Ética Cristã e Política
Lição 13 - Ética Cristã e Redes Sociais.

sábado, 10 de março de 2018

Quem era Maria Madalena, segundo os relatos bíblicos?

O Arrependimento.
 Tela de Domenico Fetti
(Roma, 1589 † Veneza, 1623)

Eliseu Antonio Gomes

Maria Madalena, discípula de Jesus, era uma mulher extraordinária, amável e dedicada ao Senhor em sua vida, morte e ressurreição. Os autores dos quatro Evangelhos identificam-na como uma das mais fervorosas seguidores de Jesus, pessoa intrépida e testemunha ocular essencial dos momentos mais marcantes da vida de Cristo. 

Não se sabe se "Madalena" era seu sobrenome ou se representa Magdala, uma vila no litoral oeste da Galileia, três a cinco quilômetros de Tiberíades, local que provavelmente teria nascido.

Ela é mencionada em nove listas de mulheres que seguiam Jesus e encabeça oito delas, o que sugere que talvez exercesse a posição de liderança do grupo feminino das seguidoras de Cristo (Mateus 27.55, 56, 61; e 28.1; Marcos 15.40, 41, 47; e 16.1; Lucas 8.1-3; e 24.10; João 19.25).

Alguns acreditam que ela é a mulher, que ungiu os pés de Cristo e os enxugou com seus cabelos, citada em Lucas 7.37-50. É improvável, pois Lucas não a apresentaria nominalmente no capítulo 8, se realmente relatasse sobre ela no capítulo anterior. De igual modo, não há razão para pensar que tivesse vivido como prostituta em seu passado baseando-se no fato de ser liberta de sete possessões malignas. Em 591, o Papa Gregório afirmou que Maria Madalena era uma prostituta, e este erro sobre o estilo de vida dela, antes de conhecer Jesus, permanece na mente de muitos até os dias de hoje.

Jesus expeliu sete demônios de Maria Madalena

Referências textuais: Marcos 16.9; Lucas 8.2-3.

Antes de conhecer Jesus, o coração de Maria Madalena era reduto das forças malignas. As Escrituras não informam como foi possuída por demônios, quanto tempo viveu nesta circunstância desesperadora e como teve um encontrou com Cristo. Sabemos que sua vida era socialmente perturbada. Pode ter havido momentos estranhos, gritado muito e brigado com sua família por motivos banais, afastado todas as pessoas que tentassem ajudá-la, se atirado pelo chão, espumado pela boca, sofrido convulsões, exibido publicamente o corpo como fez o endemoninhado gadareno.

Sabemos que nenhum endemoninhado recorreu a Jesus em busca de ajuda, apenas os enfermos o procuravam. Normalmente, outro indivíduo recorria a Jesus para libertar parentes ou amigos vítimas de possessão. Às vezes, Jesus intervinha sem ser solicitado.

Não está escrito na Bíblia, mas de acordo com o contexto sobre possessões malignas, a história de Maria Madalena é a de o Pastor que foi atrás da ovelha e não o contrário. Sua existência inútil e autodestrutiva se transformou em uma vida cheia de graça a partir do momento em que Jesus a socorreu, restituiu sua capacidade de raciocinar com clareza e libertou-a do cativeiro demoníaco. Após liberta, em vez de despedir, Jesus a levou para junto de seus discípulos e ela passou a integrar o privilegiado grupo de mulheres da Galileia, que juntamente com os doze discípulos, caminhavam ao lado do Senhor de cidade em cidade.
  
Magdala, às margens do Mar da Galileia.
Foto de Daniel B. Sheep em 1894.
Wikipedia

Maria Madalena, a servidora

Referências textuais: Mateus 27.55; Lucas 8.1-3; Marcos 15.40-41.

Jesus, acompanhado por seus discípulos por diversas cidades, por um período breve de três anos de evangelismo, anunciava a salvação, curava os enfermos, libertava as almas cativas das trevas. Eles não tinham grandes recursos para a própria sustentação financeira durante toda aquela extensa missão, que demandava constantes viagens, pois se concentravam todo o tempo em benefício da obra espiritual. Os gastos com a alimentação, com a lavagem e a manutenção das suas roupas, e com a pousada, implicava em custos consideráveis. Então, Deus preparou corações voluntários; havia a ajuda e a hospitalidade de pessoas solidárias, e assim o ministério terreno de Jesus alcançou êxito pleno.

Entre as pessoas que comprovaram ter engajamento com a causa de Jesus, estão algumas mulheres, como Maria Madalena e Joana, apesar de que muitas outras também tenham colaborado nessa assistência e trabalho significativo para a subsistência de Jesus e seus discípulos. Elas se empenharam em servi-lo porque estavam extraordinariamente gratas pelas bênçãos que lhes foram concedidas por Jesus, transformaram gratidão em ação, como deveriam fazer todos aqueles que Ele abençoa com a sua salvação. 

Maria Madalena, nos episódios de tortura, julgamento, crucificação e morte

Nos episódios da crucificação, Maria Madalena deve ter se sentido totalmente confusa. Deve ter ouvido os diálogos tensos entre seu Mestre e os líderes religiosos. Jesus estava calado, não oferecia resistência aos que o maltratavam verbal e fisicamente. Os acontecimentos trágicos se desenrolavam sem que pudesse interrompê-los. Devota, ela e as mulheres da Galileia se arriscaram ao  acompanharem o julgamento e os sofrimentos de Cristo, pois o ambiente era hostil e violento, principalmente aos que se identificavam com o Mestre (Mateus 27.45-56; João 19.25; Lucas 23.55). Apesar de tudo, elas permaneceram próximas ao Senhor até o terrível momento da crucificação e testemunharam sua morte (João 20.15-16).  

Enquanto os discípulos fugiam e se escondiam, Maria Madalena ficou para trás para observar onde José de Arimateia o sepultaria (Marcos 15.44-45), pois planejava ungir o corpo de Jesus com especiarias e perfumes (Lucas 23.56).

A bem da verdade, mesmo que os discípulos tenham entrado em pânico quando Jesus se recusou a revidar os ataques, não entendessem que aquele momento era o clímax da Obra da Redenção, é preciso considerar que depois de tudo acontecido eles não omitiram a extraordinária coragem feminina neste episódio e não tentaram justificar a conduta vacilante. Eles registraram suas ações covardes e a valentia das seguidoras de Cristo nos Evangelhos.

A crucificação de Jesus Cristo.
Maria Madalena é uma das testemunhas oculares da morte do Salvador.
Fonte: FreeBibleImages.org

O relato bíblico sobre Maria Madalena no episódio da ressurreição

Referências textuais: Mateus 28.1-10; Marcos 16.1-10; Lucas 24.1-10; João 20.1-18.

Maria Madalena é figura proeminente no episódio da ressurreição.

Ainda era madrugada de domingo, o sol nem havia nascido quando as mulheres chegaram ao túmulo de Jesus, que julgavam ainda estivesse morto. Elas tinham o propósito de ungir o seu corpo, realizarem o ritual de preparação de cadáver, como era costume entre os judeus, pois isso não havia sido feito antes do sepultamento por causa da chegada do sábado. Ali, foram surpreendidas ao verem que a pedra usada para fechar o túmulo havia sido removida e encontrarem um anjo, anunciado-lhes a ressurreição de Jesus.

Pequenas diferenças ocorrem nos relatos sobre a chegada das mulheres no sepulcro. Maria Madalena acompanhou as outras mulheres, porém, conforme o relato de João nos versículos 1 e 2, em determinada altura do caminho deve ter seguido em passos mais rápidos que suas companheiras e chegou em primeiro lugar ao túmulo. Marcos (16.9) diz que Cristo apareceu primeiramente para Maria Madalena. Quando ela tomou ciência dos fatos, procurou a Pedro e ao discípulo amado e contou o que havia acontecido e depois foi alcançada pelas outras mulheres.

Depois disso, Maria Madalena retornou em companhia de Pedro e do discípulo amado e permaneceu ali chorando quando todos se foram. Não estava em condições de entender como aquEle que podia curar e ressuscitar pessoas, não salvou a si mesmo. Então, em meio ao desespero por ter encontrado o túmulo dEle vazio, pensando não restar nada mais a fazer, um dos dois anjos que apareceram ali perguntou-lhe qual era a razão das lágrimas, Maria Madalena quis saber sobre o paradeiro do corpo do Senhor (João 21.11-15). De súbito, no momento de sua intensa emoção, Cristo se fez presente, exclusivamente para ela, mas ela pensou que fosse o jardineiro. Só após Cristo gentilmente chamá-la pronunciando seu nome é que ela o reconheceu. Assim, estando pessoalmente com o Salvador, Maria Madalena é confortada pelo próprio Cristo ressurreto e depois da conversa conta aos discípulos que havia visto Jesus vivo (João 20.18).

Gli amici di Gesù. 
Coprodução: Alemanha e Itália (2000).
 Atriz Maria Grazia Cucinotta vive Maria Madalena.
 Roteiro sem fidelidade às Escrituras Sagradas.
O perfil falso de Maria Madalena (Bíblia não descreve)

Gente sem nenhum compromisso com o conteúdo da Palavra de Deus, faz interpretações sem respaldo bíblico sobre a biografia de Maria Madalena.

Feministas, com o suposto pretexto de elucidar quem realmente era a discípula de Jesus Cristo, descontentes com a identidade que a Bíblia apresenta, extraindo e distorcendo textos do Novo Testamento e também usando antigos textos extra-bíblicos - como o Evangelho de Filipe e o Evangelho de Maria Madalena - afirmam que Maria Madalena  era a líder escolhida para a Igreja. Além disso, afirmam que ela seria esposa de Jesus e mãe de um filho dEle.

O Código da Vinci, livro de autoria de Dan Brown, veiculou essas ideias equivocadas e alcançou enorme sucesso, inclusive através de uma adaptação ao cinema, filme produzido em Hollywood com atores consagrados na indústria cinematográfica. O enredo de Brown afirma, entre outras heresias, que o apóstolo amado não era João, o evangelista, mas Maria Madalena.

Roney Mara no papel de Maria Madalena

No próximo dia 15 de março, estreia nas telas de cinema do Brasil, o filme Maria Madalena, do diretor australiano Garth Davis e das roteiristas Helen Edmundson e Philippa Goslett. O longa conta com Rooney Mara, duas vezes indicada ao Oscar, como a atriz protagonista do filme; Joaquin Phoenix na pele de Jesus e Chiwetel Ejiofor como apóstolo Pedro. É produzido pela  empresa 360 WayUp, conhecida por apresentar grandes projetos no mercado cristão cinematográfico, e distribuído pelos estúdios Universal Pictures France.

Segundo o marketing dessa produção, a personagem central é a figura de uma mulher corajosa, temente a Deus, que se transforma em alguém melhor ao caminhar com o Senhor, a personagem desafia a sociedade retrógrada da época a se juntar a Jesus em sua jornada para espalhar a Palavra de Deus. E as mulheres da sociedade atual, acostumadas a tomarem decisões, situadas em posições nunca antes conquistadas nos âmbitos políticos e econômicos, se sentirão representadas por ela.

Só nos resta saber se o roteiro é ou não fiel aos relatos da Bíblia Sagrada.

Conclusão

Apesar do equívoco de interpretação dos textos bíblicos que muitos fazem sobre a identidade de Maria Madalena, sem dúvida alguma ela é uma das mulheres mais importantes do Novo Testamento. Entre todas que conheceram Jesus Cristo pessoalmente, apenas Maria de Nazaré é citada mais vezes que ela. Na galeria bíblica de exemplos femininos, seria uma perda irreparável não haver seu nome na lista. Aos estudiosos e propagadores do conteúdo da Bíblia, é um grande erro desprezar o estudo sobre esta mulher.

Maria Madalena, depois de ser libertada por Cristo da condição de escrava de sete demônios, servir ao Senhor por livre e espontânea vontade, sentir a dor de vê-lo preso, acusado injustamente, torturado, crucificado e morrer na cruz, foi a primeira testemunha ocular do surgimento do cristianismo no mundo.

E.A.G.

Compilações:
A Bíblia de Estudo da Mulher Sábia, páginas 1043, 1062 e 1063, edição 2016, Várzea Paulista - SP (Casa Publicadora Paulista).
Histórias de Mulheres da Bíblia, Eva Mündlen, páginas 119 e 120, edição 2010, Barueri - SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Mulheres Esquecidas da Bíblia - Encontre força e sentido em suas histórias, Carolyn James, páginas 195, 196, 197, 199, 204, edição 207, São Paulo- SP (Editora Vida)
O Novo Dicionário da Bíblia, volume 2, páginas 1006 e 1007, 4ª edição 1981, São Paulo- SP (Edições Vida Nova).
Quem é Quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia, editado por Paul Gardner, páginas 437 e 438, 19ª impressão 2015, São Paulo - SP (Editora Vida).

sexta-feira, 9 de março de 2018

Os crentes de Bereia, e todos os hereges e suas heresias sob a ótica da oração da concordância (Mateus 18.18-19)

Arte: Pawel Kuczynski 
Quero solicitar a gentileza de que meditem sobre o uso do versículo "o que concordares na terra...".

Conversava há pouco com uma pessoa que defendia a cartilha de usos e costumes da instituição religiosa da qual faz parte. O ensino de seus líderes - embora seja uma imposição criada com boas intenções - não faz parte da doutrina de Cristo, não há respaldo bíblico para o ensinamento. Querendo justificar o procedimento de seus pastores, meu interlocutor disse "devemos respeitar as normas estabelecidas pelas igrejas, porque são seladas por Deus e desrespeitando cometemos pecado!" E usou o texto de Mateus 18.18-19 para respaldar seu argumento.

Imagine dois ou três líderes religiosos heréticos, concordando sobre heresias medonhas? Deus não concordará com os desvios doutrinários deles jamais, e ainda os chamará para um acerto de contas no Dia do Julgamento Final, se não se arrependem do pecado que cometem.

Cabe aos liderados, membros das denominações cristãs, tomarem cuidado com as doutrinas que recebem. É muito importante agirem como agiram os crentes de Bereia. Os bereianos ouviram os apóstolos pregando com muito interesse e educação, mas também analisaram se o que ouviam estava de acordo com as Escrituras Sagradas. Então, por esta atitude, Lucas fez o seguinte relato sobre eles:

"E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Bereia. Ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. Ora, estes de Bereia eram mais nobres do que os de Tessalônica, pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim" - Atos 17.10-11 (Nova Almeida Atualizada - SBB).

Quem vai à igreja precisa se acostumar a checar todos os conteúdos que ouve. 

É necessário contextualizar o texto de Mateus 18.18-19. Jesus falava acerca da concordância na oração, entre pessoas reunidas em seu nome. Este versículo não valida criar doutrina extra bíblica, pois quem se ajunta desprezando a Palavra não se reúne em nome de Jesus. A reunião dessas pessoas é motivada por interesses próprios e, possivelmente, até diabólicos.

Proibir o que a Bíblia não proíbe ou liberar o que a Bíblia não nos dá liberdade para a liberação é algo sério demais. E tais atitudes se chocam com as advertências contidas em Provérbios 30.5-6 e Apocalipse 22.18-19.

“Quem despreza a palavra terá de pagar por isso, mas o que teme o mandamento será recompensado” – Provérbios 13.13 (NAA).

“Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! — diz o SENHOR” – Jeremias 23.1 (NAA).

Enfim, se em Hebreus 4.1 a Bíblia se apresenta como Palavra de Deus, viva, eficaz, mais penetrante do que qualquer espada de dois cortes, penetrante até a divisão da alma e do espírito, e juntas e medulas do corpo humano, tem a capacidade de discernir pensamentos e intenções do coração do homem, qual é a intenção de dar “retoques” em suas recomendações. É um erro grave desprezá-la, alterá-la. Quem pastoreia deve entregá-la ás ovelhas exatamente como ela é; quem ensina não pode misturar suas idéias com as idéias de Deus.

E.A.G.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Jesus é a porta


"Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, sairá e achará pastagem" - João 10.9.

Você já reparou o quanto a porta está presente no nosso dia-a-dia? Temos portas em casa, nos elevadores, nos prédios, nas salas das empresas, enfim, a porta é usada como privacidade, segurança, divisão de espaços e ambientes.

A boca é a porta de nossos lábios (Salmos 141.3).

O próprio Jesus Cristo usa a porta como símbolo de salvação quando diz que Ele próprio é a porta (Mateus 6.6). Jesus afirmou que existe uma porta estreita (Mateus 7.13), que é o caminho de Deus, e, também, a porta larga, que conduz a muitos à perdição.

Haverá um tempo em que a porta será fechada e muitos ficarão do lado de fora, como na época de Noé (Lucas 13.25).

Jesus disse: "Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo" - Apocalipse 3.20.

A porta aqui, representa o nosso coração. Jesus está constantemente batendo, esperando que abramos o nosso coração para que Ele entre e faça morada. Esta é a grande mensagem da porta. Jesus, hoje, está batendo em centenas e centenas de corações, que são portas, pois deseja ser ouvido, aceito, para depois entrar e cear com esses corações.

Se você ainda não abriu a porta para Jesus entrar, este é o momento de uma atitude. Abra o seu coração e deixe Jesus entrar, deixe-o reinar em sua vida. Se você já abriu a porta para Jesus e já tem uma íntima comunhão com Ele, ore agora e invista tempo em oração pelos seus familiares e amigos que ainda estão com as portas fechadas. Creia: ainda haverá salvação e portas serão abertas.

E.A.G.

Fonte: boletim informativo 2016 da Igreja Batista Renovada, Joel Cardoso Junior

quarta-feira, 7 de março de 2018

Deus e a bebida alcoólica



Aqui no blog Belverede, ontem, 06/03/18, um leitor entrou no espaço de comentários e citou Deuteronômio 14.26, insinuando a tese de que Deus é favorável ao uso de bebida forte. Não pude deixar de responder a ele. Respondi assim:

Considere que não devemos tomar um texto de menor clareza, como Deuteronômio 14.26, para confrontar outras passagens bíblicas, extremamente claras. Então releia e relembre, que:

• Levítico 10.8-9 proíbe o sacerdote de beber vinho ou bebida forte quando estava prestes a ministrar na tenda da congregação;
• Provérbios 20.1 adverte quanto ao efeito negativo do seu uso;
• Provérbios 31, versículos 4 e 5, proíbe os reis, governantes, beberem bebida forte, para que não pervertam a justiça;
• Provérbios 31.6, traz a única referência a beber bebida forte; diz para oferecê-la, com o objetivo de suavizar a dor, aos que estão em amargura e morrendo;
• A Bíblia lamenta quem está acostumado a ingerir bebida forte exageradamente (Isaías 5.11; Amós 6.1, 6; Miqueias 2.11);
• Todas as pessoas são claramente advertidas que Deus abomina a ingestão de muito álcool (Amós 6.1-8);
• Lucas 10.34 apresenta o Samaritano usando o vinho para reanimar a vítima de roubo e violência, que está desfalecida à beira do caminho;
• Paulo afirma que é muito bom não comer carne e nem beber vinho, e nem fazer qualquer coisa que induza o nosso irmão a tropeçar na fé (Romanos 14.21);
• Ao escrever o texto de Efésios 5.18, Paulo nos diz para nos enchermos do Espírito, e não de vinho, pois o mesmo nos leva à contenda; • A liderança cristã é ensinada a viver sobriamente (1 Timóteo 3.3, 8);
• Paulo instrui seu discípulo a tomar uma pequena dose de vinho como finalidade medicinal (1 Timóteo 5.23).

Enfim, Normam Geisler, apologista cristão, abordando este tema, esclarece sobre a cultura judaica quanto à ingestão de bebida embriagante. Informa que os israelitas eram acostumados a diluir o vinho em três partes de água para cada uma de vinho.

E.A.G

segunda-feira, 5 de março de 2018

Onde estás?

Onde você está?

Esta é a primeira pergunta do Antigo Antigo Testamento (Gênesis 3.9) e também é a primeira pergunta que encontramos no Novo Testamento. (Mateus 2.2).

Em Gênesis, Deus pergunta ao casal, que se escondia do Criador após pecar. A pergunta é retórica, com objetivo de causar uma reflexão sobre o ato de desobediência de Adão e Eva. Entre os atributos do Todo Poderoso, existe a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo e saber sobre todas as coisas e situações o tempo todo. São as qualidades da onipresença e da onisciência.

Em Mateus, a pergunta é formulada pelos magos. Sendo conhecedores das profecias sobre o nascimento do Salvador (Números 24.17 e Miqueias 5.2), ao observarem a estrela de Belém brilhar no céu, logo discerniram que o cumprimento da Palavra de Deus estava ocorrendo. Então eles viajaram do oriente até o palácio de Herodes, querendo saber onde estava o recém-nascido, descrito pelos profetas como o Rei dos Judeus.

Em qual posição você está? Vivemos no mesmo erro de Adão e Eva; e Deus, que é cheio de misericórdia, nos procura com vista à reaproximação? Ou, estamos tal qual os magos, dispostos a estar na presença de Jesus, com objetivo de prestar-lhe nossa adoração?

Vale a pena o auto-exame: espiritualmente, onde você está?

domingo, 4 de março de 2018

Eva, o primeiro ser humano feminino na face da Terra


Por Eliseu Antonio Gomes

Criação versus Evolucionismo

A Ciência tenta provar que Deus não existe e que o relato da Criação não é verídico, porém, não é capaz de explicar como a Humanidade e todo o Universo passou a existir. Argumenta: "Ninguém pode fazer uma imagem de barro se não possuir barro, como matéria-prima. Se hoje sabemos que todos os seres humanos são formados substancialmente de matéria orgânica, como teria surgido o primeiro ser vivo, num planeta que originalmente não possuía matéria orgânica?"

► A formação do caráter cristão
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte 1
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte 2
► A glória, o orgulho e a queda do rei Uzias - parte final
Crer em Deus está nos genes, afirma prêmio Nobel de medicina
► Crônica sobre a oração desesperada de um ateu
► Nota arqueológica sobre o Jardim do Éden

E destas questões surgiram muitas teorias, que jamais tiveram provas incontestáveis de suas veracidades. De Aristóteles até meados de 1850, existiram grandes pensadores que acreditavam na Hipótese da Geração Espontânea ou Abiogênese, hipótese pela qual admitia-se que os seres vivos pudessem surgir da matéria bruta do meio. Essa foi desmascarada no ano 1864 por Louis Pasteur, na França. Depois, tentou-se explicar o aparecimento  dos primeiros seres vivos a partir dos cosmozoários, que seriam microrganismos flutuantes no espaço cósmico. Porém, existem provas concretas de que isso jamais poderia ter acontecido. Tais seres seriam destruídos por raios estelares e ultravioleta que varrem continuamente o espaço sideral.

quinta-feira, 1 de março de 2018

Confusão

Por Silmar Coelho

O modo de vida da maioria revela que existe muita frustração e ira dentro das pessoas. Portanto, você viverá melhor se não espalhar as suas. Já há pessoas demais que estão confusas e sofrendo. A vida é como uma prova de múltipla escolha; às vezes, são as escolhas que o confundem, não a pergunta em si. É difícil escolher; porém, na maioria das vezes, as escolhas mais difíceis e as certas são as mesmas.

O teste não visa reprovar ninguém; a finalidade é avaliar o seu conhecimento para passar de ano, subir um nível, capacitar a crescer.

Tente achar graça da sua confusão; tente sorrir em meio às lágrimas; viva lembrando a si mesmo que tudo o que lhe acontece ocorre por uma razão e trabalha para o seu bem, para torná-lo melhor.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Legalização generalizada do uso da maconha no Brasil?


A atriz Sissy Spacek, interpretando uma de suas personagens, sai de dentro de sua enorme casa e encontra um de seus filhos, um quarentão solteiro, assentado no canto do primeiro degrau da sacada preparando-se para fumar um cigarro de maconha. O encontro é um flagra. Mas para surpresa do rapaz, a mãe não o repreende e pede-lhe para que ele reparta aquele cigarro com ela. E entre tragadas, ambos passam a conversar sobre como ela conheceu o marido e pai dele. Esta é uma das diversas cenas em que as produções das artes cênicas produzidas nos Estados Unidos glamorizam o vício da Canabis Sativa como se fosse uma substância benéfica e aceitável socialmente. Aos que tragam este fumo, realidade é bem diferente da cena de Hollywood.

Em caso de legalização 

Caso a erva se transforme em mais uma das drogas legalizadas no Brasil, deixará de ser produto de baixo preço, pois sobre ela será colocada diversos impostos e o custo será repassado ao consumidor final.

Se a maconha for legalizada, continuará a existir as consequências de seu uso na sociedade, algo parecido com o que vemos com os viciados ingerem álcool. O dependente faz os familiares sofrerem muito, não é apenas ele quem sofre. Colisões e mortes no trânsito, desinteligência nas relações interpessoais. Etc...

O viciado que compra droga ilegal continuará a ser um infeliz se comprar o produto legalizado. Drogas destroem saúde e famílias com legalização ou não.

Competência estatal

Independente da idiotice do ato de usar drogas, até onde deveria ir o poder do Estado de determinar o que uma pessoa pode ou não fazer em sua vida privada? Será que é em todas as situações que a liberdade de uma pessoa deve acabar onde começa a do próximo?

Sociólogos dizem e eu concordo. Em quê? O vício é uma questão de Saúde Pública, porque afeta a todos, em todos os casos e vai além do âmbito familiar. Todos os consumidores de drogas ilegais são patrocinadores do crime organizado, que gera a violência na coletividade.

Então, nesses casos eu penso que o viciado não deveria ter lei branda em seu favor, como os políticos liberais aplicaram no Brasil a essa gente. Creio que é preciso haver energia contra o comércio de drogas e firmeza (sem desumanidade) sobre os viciados.

Alguns perguntam: Se Deus, que é Todo Poderoso, não nos força a quase nada, porque deveríamos dar ao Estado esta premissa?

 Sobre "premissa ao Estado", ficamos com o texto bíblico contido no Novo Testamento:
"Que todos estejam sujeitos às autoridades superiores. Porque não há autoridade que não proceda de Deus, e as autoridades que existem foram por ele instituídas. Assim, aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus, e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Você quer viver sem medo da autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela, pois a autoridade é ministro de Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então tenha medo, porque não é sem motivo que a autoridade traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar quem pratica o mal". 
Romanos 13.1-4 (NAA).
Retrucando a passagem de Romanos 13.1-4, para dizer que o Estado não pode interferir na decisão do usuário das drogas

O Estado batendo a porta do cidadão. Pode? Na semana passada,  eu assisti na televisão um oficial do DENARC dizer que está cada vez mais comum o plantio de maconha nas residências dos usuários.

Alguns dizem: Vivemos em uma democracia, o que por si só presume que a maior autoridade do Estado é o próprio povo. Nos tempos bíblicos democracia não existia. Não temos rei, nem imperador, ou qualquer outro tipo de poder humano absoluto sobre nós.

Como replicar isso?

1. Constituição e Código Penal

Não questiono o fato da Constituição brasileira abraçar o regime democrático. O que considero relevante, para dizer contra o argumento que refuta o ensino de Paulo na passagem bíblica (Romanos 13.1-4) é que a Constituição estabelece o Código Penal como a regra que todo cidadão brasileiro deve obedecer e estabelece a pena aos infratores. Inclusive, o CP dá direito ao policial (figura do Estado) portar armas e usá-las contra aqueles que resistirem à detenção com violência.

Nesse cenário, penso que cabe a advertência paulina:
“Você quer viver sem medo da autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela, pois a autoridade é ministro de Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então tenha medo, porque não é sem motivo que a autoridade traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar quem pratica o mal". 
2. Interpretação do texto bíblico

Não quero me estender sobre questões referentes à prática da hermenêutica e exegese bíblicas. Mas, coloco um ponto da hermenêutica para incentivar a reflexão, no que tange ao contexto do assunto que tratamos.

Quero falar sobre o uso do contexto aproximado, que é a própria Carta aos Romanos em sua íntegra. No primeiro capítulo, entre os versículos 18 ao trigésimo, Paulo relata a conduta de algumas pessoas, que eram idólatras, homossexuais, injustas, perversas, avarentas, maldosas, briguentas, maliciosas, difamadoras, caluniadoras, arrogantes, insolentes, homicidas, desrespeitosas com os pais, inimigas de Deus, e donas de outros adjetivos péssimos. Paulo classifica esse grupo de pessoas como gente abominável para o Criador.

Onde quero chegar com esse paralelismo? Ora, quero lançar uma pergunta retórica. A censura de Paulo, no primeiro capítulo da epístola, está restrita apenas aos destinatários da Carta, lá em Roma na geração do apóstolo ou seu conteúdo é de abrangência universal, valendo também como instrução aos crentes de 2018, aos brasileiros e estrangeiros de todos os países dos dias atuais? Alguns leitores dizem que é uma reprimenda apenas para aquelas pessoas que frequentaram a igreja para a qual Paulo redigiu a carta. Este argumento é usado, principalmente,  por aqueles que alegam que relacionar-se, física e romanticamente, com pessoas do mesmo sexo não é pecado.

A espada da lei

Enfim, tanto o conteúdo bíblico contido no capítulo 1 quanto o que lemos no capítulo 13, possuem textos bíblicos correlatos em outras partes da Bíblia. Isto é, existem bases bíblicas que sustentam essas duas passagens. Não precisamos apenas de Romanos 13 para dizer que o brasileiro deve ser um cidadão obediente aos códigos civil e criminal, e que o rigor do Estado, fazendo uso da lei (a espada, que Paulo apresenta) é uma situação biblicamente aceitável contra aqueles que agem criminosamente, e afrontam violentamente policiais.Também é situação que não fere a nossa Democracia. E neste caso, estamos falando dos crimes de comércio da maconha e do seu plantio, mas cabe para todos os autores de outras ilicitudes.

A liberação do uso de maconha enfraquecerá o contrabando de armas?

Há quem alegue que se o comércio deixar de ser ilegal, não haverá mais violência nem patrocínio a organizações criminosas; os maiores beneficiários da proibição ao comércio de drogas são justamente os traficantes, que têm coragem para comercializa-las a margem da lei.

O argumento de que legalizar as drogas resolverá o problema da violência, acabará com o tráfico de armas, não é suficiente para a legalização da erva. Jamais será correto criar uma indústria nociva à saúde da população brasileira. O contrabando de armas precisa ser combatido, sim, porém nunca abrindo portas para que alguns se enriqueçam vendendo maconha num asqueroso comércio legalizado.

E.A.G.