Pesquise sua procura

Arquivo | 14 anos de postagens

Mostrando postagens com marcador Mulher. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mulher. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Ester: rainha fiel a Deus e disposta a morrer por sua fé e por seu povo

Hadassa é o nome judeu da rainha Ester, e ela é mencionada por este nome em Ester 2.7, "Mordecai tinha um primo chamado Hadassa, que ele tinha criado porque ela não tinha pai nem mãe. Esta jovem, que também era conhecida como Ester, tinha uma figura encantadora e era bela. Mordecai tinha-a tomado como sua própria filha quando o pai e a mãe dela morreram." 

Hadassa é uma forma feminina da palavra hebraica "hadas", que significa "murta", um arbusto perene comum com folhas sempre verdes e flores brancas, em forma de estrela. As flores da murta são usadas para perfumar, e as bagas para as pimenta-da-jamaica. A murta é referida simbolicamente na Bíblia como sinal de paz e bênção de Deus em passagens como Zacarias 1.11, em que o anjo do Senhor está entre as árvores da murta e diz: "Fomos por toda a terra e encontramos o mundo inteiro em repouso e em paz."

O nome de nascimento Ester "Hadassa" talvez também fosse simbólico, não só devido à sua beleza mas também porque o seu destino era obter paz e bênção para o povo de Deus na Pérsia. Os judeus no tempo de Ester estavam sob ameaça de genocídio por Hamã, um confidente próximo do rei Ahasuerus (Assuero). Hadassa entrou no palácio de Assuero (cujo nome grego era Xerxes) como uma futura concubina, mas Deus tinha planos maiores para a jovem mulher judia. 
Artigos relacionados:
O rei Assuero era conhecido pela sua bebida, banquetes luxuosos, temperamento áspero e apetite sexual. Em 483 a.C., após uma exibição de 180 dias das suas riquezas, esplendor e pompa, ele organizou um banquete maciço. Durante o entorpecimento da embriaguez, Assuero pediu que a sua esposa, a rainha Vasti, aparecesse perante o rei "a fim de mostrar a sua beleza ao povo e aos nobres, pois ela era encantadora de se ver" (Ester 1.11). Quando Vasti recusou, ela foi banida do reino.

Assuero nomeou oficiais em todas as províncias do seu reino para reunir todas as belas jovens virgens ao seu harém (Ester 2.3-4). Hadassa, ou seja, Ester, foi levada sob custódia pelo eunuco encarregado das mulheres, mas o seu primo Mordecai manteve-se atento a ela (Ester 2.11). Após dez meses, Ester foi levada perante o rei, e ele amava-a mais do que qualquer outra pessoa. Hadassa ganhou o favor do rei e tomou o lugar de Vasti como rainha (Ester 2.17).

Embora as circunstâncias iniciais de Hadassa parecessem servir os maus propósitos de um rei luxurioso, Deus usou a sua situação, posição e carácter para proteger o povo de Israel. Ester, com mansidão e humildade, confiou na soberania de Deus em cada ação, confiante de que a vontade divina seria feita em relação ao seu povo - independentemente das consequências para si própria. Sem qualquer preocupação pela sua segurança pessoal, Ester agiu como intercessora junto do rei em nome do seu povo, os israelitas (Ester 4.16), acabando por expor a conspiração maligna de Hamã e salvando os judeus da destruição.

Fonte:
Got Questions - https://www.gotquestions.org/Hadassah-in-the-Bible.html
Cassey Jones - http://adamselindesign.deviantart.com/art/Hadassah-444568103

Atualização: 5 de dezembro de 2021, às 07h01

Débora: profetisa e juíza


Débora era dona de casa e foi escolhida para ser juíza. Ela foi a única mulher da Bíblia a ocupar um cargo político com excelência. Ela se definia como "mãe de Israel" e fazia de tudo para o bem da Nação (Juízes 4.4-16).

Mesmo sendo uma mulher importante para Israel, ela era submissa ao seu esposo Lapidote e nunca permitiu que sua posição de juíza e profetisa prejudicasse a posição de seu esposo como líder do lar. 

Débora era esposa, profeta, temente a Deus e líder militar. Traçou estratégias de batalha e conquistou muitas vitórias para Israel na época dos juízes. Foi a libertadora do povo hebreu em tempos de guerra contra os cananeus. 

Débora não era nenhum pouco prepotente. Ela se importava com o próximo e sempre dava conselhos e sugeria soluções para quem estava com problemas.

Ela é a prova de que uma mulher pode ser profissional, dona de casa, esposa e serva do Senhor ao mesmo tempo. 

Deus te abençoe.

_______
Créditos
Autoria e imagem Paulo Martins. Extraído de https://tinyurl.com/y4mzvnkv
O autor é pastor da Igreja Assembleia de Deus Madureira em Santo Antônio da Patrulha / RS. 

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Mulher cristã pergunta: eu pecaria se usasse roupas curtas?


"As mulheres de Sião andam dançando e cascavelando" – Isaías 3.16 (ARC).

Recentemente, eu me deparei com a seguinte pergunta de uma mulher evangélica: “Se eu me vestir com roupa curta estarei pecando?” O assunto é chato, mas é importante refletir sobre ele, porque quem pergunta é gente nova na fé e tem de fato o desejo de servir ao Senhor da melhor maneira possível. Então, meu comentário a respeito disso foi mais ou menos o que segue nos próximos parágrafos.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Eva e a serpente

Por Wanda de Assumpção

Uma história moderna.

Havia uma jovem linda e inteligente. Quase terminando o colegial, ela se preparava para prestar vestibular com o sonho de cursar a faculdade que lhe daria acesso a uma profissão empolgante. Seus pais não mediam sacrifício para dar á filha o privilégio de uma educação superior e uma vida melhor do que aquela que levavam. 

Entretanto, a influência de amigos desajustados pesou mais do que as palavras sábias e amorosas dos pais. Quando eles lhe chamaram a atenção com respeito a coisas prejudiciais que estava fazendo, aquela jovem arrebitou o nariz e retrucou: "Eu sei o que estou fazendo". Não foi o que pensou o policial quando ela foi apanhada dirigindo embriagada.

Uma história antiga.

Havia uma jovem linda e inteligente, que morava num lugar perfeitamente belo. Amada por uma marido lindo e inteligente, ela podia dizer que tinha tudo o que uma mulher desejava. Além de tudo, aquela jovem desfrutava de um privilégio especial: todas as tardes, recebia a visita da Pessoa mais importante do universo - o Criador. Em momentos de comunhão, de puro deleite. Como o salmista, ela podia dizer: "Meu cálice transborda."

Entretanto, certo dia a paz daquele lugar idílico foi invadida por um ser muito esperto, cuja intenção era jogar a sementinha da desconfiança e do descontentamento no coração da jovem. E ela, arrebitando o nariz, falou consigo mesma: "Não vou deixar ninguém me dizer como devo viver. Sei o que estou fazendo.

Será que sabia? As consequências daquela rebeldia foram muito além de um acidente de trãnsito: morte espiritual, morte física, moléstias, crimes, dores nos relacionamentos, tudo isso se abateu sobre o primeiro casal e sobre todos os seres humanos desde então.

Você conhece a história de Eva no Paraíso. Agora pare e pense comigo sobre o motivo que levou aquela jovem privilegiada a jogar a felicidade pela janela. Tinha de ser algo muito forte, irresistivelmente atraente. E era. Eva tinha tudo, tudo, mas não era "dona do seu nariz"! Ela fora criada por Deus, que lhe dera todas aquelas coisas maravilhosas, mas também dissera como devia viver; a mulher, contudo, resolveu que preferia determinar isso por si mesma. Não foi uma boa ideia, como logo descobriu.

O plano de Deus nos dá toda a liberdade para nos realizar como pessoas e, em particular, como mulheres. Deus, que nos fez como somos, só deseja o nosso bem. Quando O buscamos, Seu amor maravilhoso nos enche o coração. Então, a partir dessa riqueza, podemos ministrar às pessoas com o dom especial da nossa feminilidade, enriquecendo nossa vida e a delas de uma maneira que as mulheres foram capacitadas para fazer.

Fora do plano de Deus, essas características ficam distorcidas; a visão de como devemos viver para nos realizar fica deturpada, desfocada. Apegamo-nos às pessoas para satisfação da nossa necessidade de amor e propósito, e, quando elas não correspondem às nossas expectativas, sufocamo-nas, tentando dominá-las, controlá-las.

Minha amiga, temos de fazer a mesma escolha com que Eva se defrontou. Determinarmos como vamos viver, dependendo dos nosos próprios recursos, ou obedecendo aos preceitos do Deus que nos criou e que, através de todas as circunstâncias da vida, está nos levando cada vez mais para perto de Si.

Eu fiz a minha escolha. E você?

_______
Wanda de Assumpção é escritora e membro da Igreja Presbiteriana de Vila Mariana (São Paulo/SP). Artigo extraído da revista Graça, ano 1, número 4, página 54 (Graça Artes Gráficas Ltda).

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Patrícia Abravanel cita a Bíblia e fala que esposas precisam fazer sexo com maridos para evitar adultérios

A apresentadora Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, despertou uma discussão nas redes sociais ao afirmar, durante o programa do pai no último domingo, 01 de setembro, que a mulher deve fazer sexo com o marido para evitar ser traída.

Durante a atração dominical do SBT, surgiu a pergunta: “É normal a mulher dizer que está com dor de cabeça para não fazer amor?”. Espontânea, Patrícia, casada, mãe de três filhos, foi bastante sincera, dizendo que isso não é normal, pois as esposas deveriam evitar esse tipo de bloqueio “para que eles não procurem fora”.

Evangélica, Patrícia argumentou que, segundo a Bíblia, as mulheres precisam manter a vida sexual com seus maridos em atividade como forma de prevenir uma traição. Em resposta, a colega de bancada, Lívia Andrade, disse que não é normal que a mulher finja dor de cabeça, pois o correto deveria ser usar a sinceridade: “Se uma hora a gente não quiser, não precisa mentir, tem que falar a verdade: ‘Não estou a fim e pronto’”.

De acordo com informações do Jornal de Brasília, a declaração de Patrícia Abravanel movimentou as redes sociais, com parte do público criticando a forma de pensar da apresentadora.

_______

Nota Belverede: O que está escrito nas Escrituras Sagradas sobre o assunto?

"Digo que, por causa da imoralidade, cada homem tenha a sua esposa, e cada mulher tenha o seu próprio marido. Que o marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, de igual modo, a esposa, ao seu marido. A esposa não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, de igual modo, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a esposa. Não se privem um ao outro, a não ser talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para se dedicarem à oração. Depois, retomem a vida conjugal, para que Satanás não tente vocês por não terem domínio próprio" - 1 Coríntios 7.2-5 (NAA).

E.A.G.

Informação extraída da matéria escrita por Tiago Chagas, publicada nesta manhã no portal Notícias Gospel - https://bit.ly/2ltUfz2

terça-feira, 26 de março de 2019

A expectativa da chegada do filho e a depressão pós-parto

Alterações hormonais na mulher podem provocar reações negativas em relação ao recém-nascido.

A chegada do bebê é extremamente comemorada pela família, afinal foram nove meses de espera. A vontade de conhecer o pequenino rosto do neném, trazê-lo ao colo, a primeira mamada, o primeiro sorriso, tudo é motivo de alegria. Mas, inesperadamente alguma coisa pode acontecer e estragar toda essa felicidade.

sábado, 16 de março de 2019

Eu não celebro o Dia da Mulher

Por Suely Ceruci

Eu não vou desejar Feliz Dia da Mulher!

Primeiro porque eu acho que devemos ser amadas e respeitadas todos os dias.

E segundo porque precisamos menos flores e mais segurança.

Menos palavras e mais ações. Menos repórteres notificando feminicídios (porque dá audiência) ao invés

sexta-feira, 8 de março de 2019

Dia Internacional da Mulher 2019


Confira a seguinte postagem: Reflexão sobre o papel de mãe, cristã evangélica e trabalhadora fora do lar .

O Criador fez a mulher a partir do homem e apresentou-a a ele (Gênesis 2.21-23). Então o homem passou a conviver com sua companheira idônea. A união de marido e mulher prefigura a união de Cristo e sua Igreja, a mulher tornando-se uma figura da Igreja, como a bela noiva de Cristo (Efésios 5.28-32; Mateus 19.5; 1 Corintios 6.16).

Apesar de a Bíblia Sagrada ser formada de sessenta e seis livros, trinta e nove no Antigo Testamento, e vinte e sete no Novo, podemos dizer que é um livro - o Livro dos livros. Em suas páginas, o universo feminino tem papel destacado.

O tema central das Escrituras Sagradas é Jesus Cristo. O AT faz a preparação para o Salvador e o prediz, por tipos e profecias. Os Evangelhos o apresentam como o Redentor, em manifestação divina e humana. Atos retrata-o sendo proclamado e o seu Evangelho sendo propagado ao mundo. As Cartas expõem sua obra redentora. Apocalipse o revela como a consumação de todos os planos e propósitos de Deus.

Da descendência da mulher, prometido no paraíso perdido, ao Alfa e o Ômega, concretizado na reconquista do paraíso, Ele é o princípio e o fim, nos planos revelados de Deus para a humanidade (Gênesis 3.15; Apocalipse 22.13).

Sobrenaturalmente, Deus se fez ser humano com a participação da mulher.

E.A.G.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

O empoderamento da mulher cristã



Empoderamento. O termo significa investir-se de poder, vem do inglês “empowerment”. O empowerment designa as relações de poder dentro de uma sociedade. Os ramos da psicologia e da filosofia abordam este termo na indústria da auto-ajuda e ciências da motivação. É cada vez mais usado como uma metodologia pelo movimento feminista.

Erra quem pensa que o movimento de empoderamento da mulher tem o objetivo de realçar a feminilidade. Ele não é organizado com fins de ressalvar a feminilidade dada por Deus, é impulsionado pelo feminismo, que por sua vez denigre a imagem da mulher, despreza totalmente a sua imagem em relação ao que a Palavra de Deus ensina.

A Bíblia Sagrada não pressiona a mulher ao nível das humilhações quanto ao seu relacionamento com os homens, como é propalado por gente que não conhece as Escrituras Sagradas em profundidade. Sendo a mulher um poço de sentimentos, precisa agir com olhos e ouvidos vigilantes, estar atenta para não ser atacada pela influência maligna desta cultura que não prioriza a vontade de Deus como regra de fé e conduta.

A vida humana não dura para sempre nesta esfera física. Tudo tem prazo de validade no campo físico. De nada vale conquistar o empoderamento social, massagear o ego, se o que permanece para a vida eterna não são as coisas conquistas materiais. A beleza, a casa, o carro, tudo ficará para trás. Além-túmulo só irá a alma, que deverá prestar contas a Deus (Hebreus 9.27).

Se a mulher bebe da fonte da Palavra de Deus, encontrará a água viva que Jesus Cristo oferece, e todas as insatisfações de sua alma terão fim (João 4.4). O verdadeiro empoderamento que a mulher pode alcançar é mais do que vivenciar emoções ao conquistar sucesso profissional e estado social proeminente, em disputa de carreiras exercidas por homens. Empoderar-se de verdade é aceitar a oportunidade para que a alma não se perca na eternidade. É abrir o coração ao Espírito Santo e caminhar nesta vida apresentando ao mundo o fruto do Espírito Santo (Gálatas 5.19-23). Somente assim os questionamentos do seu íntimo terão respostas.

Abordando a questão profissional, a Bíblia Sagrada não apresenta obstáculos para que a mulher construa sua carreira profissional. Em Provérbios, capítulo 31 e versículos 10 ao 31, encontramos a apologia da virtude feminina, neste texto está descrito o bom exemplo da esposa que sabe cumprir as tarefas cotidianas da sua casa e também sabe buscar rendimentos econômicos realizando trabalho de artesã, e desta maneira é capaz de junto com o marido fazer com que as finanças do lar sejam satisfatórias. Os deveres quanto a qualidade do relacionamento em casa devem ser observados. Assim como é estipulado aos maridos, os deveres em casa imposto às esposas é que elas cumpram o seu papel de companheira e mãe dentro do lar cristão. Tanto o homem como a mulher não pode colocar em segundo plano as responsabilidades conjugais e de progenitores (Hebreus 13.4; Efésios 5.21-33; Colossenses 3.18-25).

Abordando a questão conjugal, a Bíblia informa que o homem é a cabeça da mulher. Esta informação tem gerado ao longo dos anos a interpretação errada que alimenta a filosofia machista, opressora das esposas. Não deveria ser assim. Eles lembram a questão de Eva ter ouvido a orientação da serpente, comido o fruto proibido e oferecido ao marido, que também o experimentou. Sendo assim, não foi apenas a mulher quem pecou, Adão também transgrediu a ordem divina. Desta passagem, fica uma pergunta aos homens: vocês querem viver como um Adão antes ou depois da queda? Se o desejo é viver como antes da degustação da fruta proibida, amem as suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela (Efésios 5.25).

O que queremos dizer? O marido não tem o direito de agir como machista contra sua esposa. O homem, enquanto ser social, não tem o direito de promover nenhuma espécie de atividade machista contra quaisquer mulheres, seja ela a companheira do matrimônio, uma pessoa que esteja no círculo de amizades do casal, colega de trabalho ou ainda gente desconhecida.

As Escrituras Sagradas não sustentam a filosofia feminista, porém, também, não dá lugar para a doutrina machista. Portanto, o homem deve conviver com a mulher sem quaisquer orientações machistas. Por sua vez, a mulher tem o dever de apresentar-se como ser feminino sem nenhuma afetação feminista em todas as espécies de relacionamentos.

E.A.G.

domingo, 13 de maio de 2018

Ética Cristã e Sexualidade

INTRODUÇÃO

A sexualidade não deveria jamais ser tratada como tabu, pois é parte natural e integrante de cada indivíduo. O relacionamento sexual é uma dádiva que o Criador concedeu ao primeiro casal, bem como às gerações futuras (Gênesis 2.24).

Se precisássemos de uma razão para explicar porque Deus uniu as primeiras pessoas no Éden, poderíamos declarar que o motivo foi a preservação da família e que a união conjugal pautada nas Escrituras Sagradas legitima a procriação (Gênesis 1.27,28; Salmos 139.13-16).


I - SEXUALIDADE: CONCEITOS E PERSPECTIVAS BÍBLICAS

Se por um lado a atividade sexual tem seu conceito deturpado na sociedade pós-moderna, por outro lado alguns cristãos insistem em tratá-la como temática proibida. Embora possa trazer incômodo para alguns, a sexualidade humana não pode ser desconsiderada por ninguém.

1. Conceito de Sexo e Sexualidade.

Sexo e sexualidade possuem conceitos próprios, ambos constituem-se atos da criação divina. A união estável de homem e mulher conduz a complementação sexual, e a Igreja abençoa no sacramento do matrimônio.

Relativamente, em biologia, o termo "sexo" se refere a uma condição de espécie orgânica que apresenta de maneira clara e inequívoca a diferenciação entre macho e fêmea, o homem da mulher, seja em seres humanos, plantas e animais.

O termo "sexualidade" tem aspectos gerais, como sua relevância, sua legitimidade, sua instituição divina, indissolubilidade, e importância, etc. Representa o conjunto de comportamentos de pessoas que estão relacionadas com a busca da satisfação do apetite sexual;  retrata ações e práticas, seja pela necessidade do prazer ou da procriação do gênero humano.

Segundo as Escrituras, o homem surgiu como alvo de toda a atividade criadora no que diz respeito à terra como habitação especial. Desde o princípio a sexualidade não é símbolo de impureza. Deus não faria nada ruim. Ele planejou e formou o homem, a “coroa da criação”, numa totalidade, incluindo o sexo.  

2. O sexo foi criado por Deus.

As mãos que elaboraram o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais masculino e feminino. Aquele que fez a mente, fez também o instinto sexual. A íntima junção de corpos é uma criação divina. O contato íntimo não pode ser considerado sujo e indecente; não deve ser tratado como atitude obscena e desprezível. Ao contrário, se dentro do casamento, que é a união legítima entre um homem e uma mulher, o sexo é algo sublime, digno e bonito.

O enlace matrimonial faz parte do plano de Deus, é a condição que torna o sexo em causa de satisfação pessoal ao casal. O que transforma o sexo uma relação abominável por grande número de pessoas é o seu uso antibíblico (Oseias 4.12; 5.4, Romanos 1.26-27). Com a Queda no Éden, no lugar de aceitação veio vergonha; alegria e amor foram marcados pela dor, pela luxúria e repressão (Gênesis. 3.7, 16). O uso da sexualidade desordenada é uma das razões porque o Pentateuco refere-se às expressões sexuais como uma fonte de impureza cerimonial (Levítico 15.1-18).

No que se refere a viver segundo a vontade de Deus, em relação a sexualidade, é necessário a cada um de nós orientar-se pelos princípios morais e éticos das Escrituras Sagradas. O escritor de Provérbios (5.18-23). recomenda aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem neste caso referir-se ao ato procriativo. 

3. A sexualidade é criação divina.

Ninguém ensina ao bebê mamar o leite maternal, porque ele nasce dotado do instinto de sobrevivência. Ele cresce e passa a fazer amizades, assim demonstra ter instinto gregário. Caso a criança se sinta ameaçada, reage defensivamente pois há o instinto de preservação da vida. E neste grupo de estímulos, está contido o impulso sexual que define a tendência de preservação da espécie.

A sexualidade, em conformidade aos sentidos vitais da constituição e amadurecimento da personalidade, envolve objetivo e componentes mais amplos que a fraternidade. O amor conjugal compõe o instinto sexual, feito de partes psicológicas nutridas nas qualidades físicas dos cônjuges.

A sexualidade ideal do Éden mudou com a queda. O pecador desvirtua o impulso, gera as muitas degradações que desestruturam a sociedade: a depravação física; a baixeza ética e a vileza moral. Contudo, tal situação lamentável não anula o plano do Criador de manter a existência da espécie humana por meio da sexualidade saudável.

Quando se aceita que o desejo humano prevaleça sobre a vontade de Deus, surge a semente da teimosia, esta provoca o endurecimento do coração e morte espiritual.


II – O PROPÓSITO DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS

Os nossos corpos são membros de Cristo e templo do Espírito Santo e não podem servir a promiscuidade (1 Coríntios 3.16 e 6.13, 15, 16). São consideradas práticas sexuais ilícitas: adultério (Êxodo 20.14); incesto (Levíticos 18.6-18); zoofilia  (Levítico 18.23); e homossexualidade (Romanos 1.26-27).

O propósito do casamento é "um homem para cada mulher e uma mulher para cada homem". Esta doutrina também foi apresentada por Jesus: "deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher" (Gênesis 2.24). Mateus 19.5).

As referências bíblicas de Eclesiastes (9.9) e Cantares (4.1-12; 7.1-9) advertem quanto ao adultério. Nos levam a estar conscientes que pessoas casadas têm o direito legítimo de desfrutar a sexualidade de maneira exclusiva com quem se casou. A legitimidade cristã para a satisfação dos apetites sexuais restringe-se ao casamento monogâmico heterossexual (1 Coríntios 7.9).

1. Multiplicação da espécie humana.

Em Gênesis, capítulo 1 e versículos 18 ao 23, lemos sobre a afirmação do Senhor dizendo que uma raça assexuada ou unissexuada não seria boa. Há o anúncio do propósito divino em criar a companhia feminina para Adão, a companheira idônea capaz de estar no mesmo plano físico, mental, moral e espiritual com ele. Deus fez Eva a partir de Adão e a apresentou a ele para ser sua esposa. Assim está definida a pureza do casamento: um homem, uma mulher, uma só carne (Gênesis 2.18-25).

Deus, ao criar Adão e Eva, quis que os primeiros seres humanos dessem continuidade à espécie. Com propósitos específicos, puros e elevados, dotou-os de sexualidade plena, deu a ambos a constituição físico-emocional atrelada ao instinto e à aptidão ao ato sexual que os capacitou para a reprodução e preservação da espécie humana. Inclusive, diante disso, está registrado na Bíblia: “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom e foi a tarde e a manhã: o dia sexto” (Gênesis 1.27, 31).

O homem participa da criação ao reproduzir-se. A procriação é o ato criador do Eterno através do homem. Deus criou o ser humano com a capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, visando a legitimação desse maravilhoso e sublime processo que a mente da humanidade jamais poderá explicar. “Frutificai e multiplicai-vos”, foi a ordem do Criador (Gênesis 1.27,28).

2. Satisfação e prazer conjugal.

Pesquisadores descobriram um hormônio chamado 'ocitocina'. Essa substância química, conhecida como 'hormônio do amor" é liberada no cérebro durante o prelúdio e ao longo do sexo em si. Ela produz efeitos de empatia, confiança e profunda afeição.

De acordo com as Escrituras Sagradas, o objetivo primordial do sexo é fazer o casal procriar. Mas está claro que entre outros motivos para Deus dar origem ao sexo é o homem encontrar satisfação plena no corpo da mulher e vice-versa (Eclesiastes 9.9).

O texto de Provérbios 5.18,19 fala claramente da recreação física e do benefício humano em um nível biológico proveniente do sexo: "Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como a cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente". Claramente, os versículos 19 ao 23 recomendam aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem referir-se, neste caso, ao ato procriativo; de maneira evidente incentivam a valorizar a união conjugal honesta e santa, visivelmente exaltam a monogamia e a fidelidade.

No Antigo Testamento, por determinação do Senhor, a “lua de mel” durava um ano (Deuteronômio 24.5).

3. O correto uso do corpo.

Os deleites físicos e emocionais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são propostos por Deus e por Ele honrados. Apenas o ato sexual monogâmico, entre homem e mulher casados entre si, é abençoado por Deus. O desvio do padrão santo implicará punição aos que praticam a imoralidade.

O plano divino sempre foi um único homem para uma única mulher, a união sexual monogâmica, entre o marido e a sua esposa, os consortes formando uma só carne. Deus condena de maneira enérgica a poligamia (Provérbios 5.17, 18).

A sonhada felicidade a dois exerce papel importante ao relacionamento entre os cônjuges. A relação feliz é resultado da harmonia espiritual, cordial, física e emocional. Não é conquistada por meio de abstrações ou estratagema intelectual de um ou de outro. É resultado da observância de regras bíblicas voltadas ao relacionamento interpessoal.  

A convivência amorosa, recíproca e sincera, é um preceito primário da preservação do casamento e de toda família. A aliança matrimonial produz filhos que serão, ou deveriam ser, criados para servirem a Deus. Após os filhos deixarem o lar, pai e mãe preenchem a ausência, desde que exista entre ambos o companheirismo sob as bênçãos de Deus.



Ill - O CASAMENTO COMO LIMITE ÉTICO PARA O SEXO

O matrimônio foi instituído por Deus em caráter indissolúvel e como limite ético dos impulsos sexuais. A união conjugal é a relação legítima onde a cópula pode ser realizada sem que se incorra em atos pecaminosos. (Gênesis 2.18; Mateus 19.4, 5, 8).

1. Prevenção contra a fornicação.

A fornicação é o contato sexual entre pessoas solteiras, ou entre uma pessoa casada com uma pessoa solteira. A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados (Gênesis 1.27,28). Deus não quis que o homem vivesse só e lhe deu uma mulher para ser sua esposa, cujo biotipo já era de alguém em fase adulta, fisicamente preparada para a união conjugal.

Durante a passagem de Paulo por Corinto, havia naquela cidade o templo pagão dedicado a deusa Vênus. Ali, mil sacerdotisas, prostitutas, mantidas às expensas do povo, permaneciam prontas para se entregar aos prazeres imorais, como culto a falsa deusa. Alguns cristãos coríntios, que se davam a essa religião, consideravam difícil acostumar-se com a doutrina apregoada pelo cristianismo, que proibia a prática devassa. Enfaticamente, Paulo orienta os cristãos a se casarem, para evitar a fornicação, e proíbe o desregramento sexual (1 Corintios 7.2, 12).

A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. O ensino bíblico sobre sexo é que o homem deve desfrutar o relacionamento íntimo com a esposa de modo natural, racional, sadio e amoroso; mas jamais com a namorada ou noiva ou alguém sem nenhum compromisso ou vínculo afetivo.

A sexualidade descontrolada, é descrita nas Escrituras como concupiscência da carne, é a responsável pelos desvios de comportamento que arrastam o ser humano à transgressão carnal da lascívia. Os fornicadores não entrarão no céu: 1 Coríntios 6.18; Gálatas 5.19; Apocalipse 21.8.

2. O casamento e o leito sem mácula.

"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará" - Hebreus 13.4. Neste texto, "desonra" diz respeito ao uso do corpo para práticas sexuais ilícitas com ênfase nos casos de relações extraconjugais, com pessoas solteiras ou compromissadas em outro casamento (Mateus 19.9; 1 Coríntios 6.10).

Segundo a vontade de Deus, o casamento deve ser respeitado por todos, não pode ser maculado por ninguém. Alguns desonraram a união conjugal. Embora, muitas vezes, escapem da reprovação humana, porém não escaparão do juízo divino (Mateus 19.6; Naum 1.3).

A mídia consente, promove e exalta o erotismo, a lascívia, a prostituição, e o sexo fora do casamento. De modo irresponsável e pecaminoso, incentiva a prática sexual como instrumento de prazeres egocêntricos. Cabe ao cristão ignorar essas sugestões antibíblicas e cumprir o propósito estabelecido por Deus para a sexualidade.  

A relação sexual entre pessoas casadas deve ser exclusiva. 1 Coríntios 7.2, 3, 5 nos diz: "Por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.' (...) 'Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência".

CONCLUSÃO

O propósito original de Deus para a sexualidade é que tanto o homem quanto a mulher vivam uma vida feliz como esposo e esposa. E para atingir esta meta no casamento, é necessário cumprir o compromisso diário de fidelidade e respeito ao parceiro, ou parceira de núpcias. Tal aliança implica direitos e deveres recíprocos entre as partes envolvidas.

Em sua vida de casado ou casada, é preciso que mantenha postura equilibrada e responsável, firmada nas promessas contidas na Palavra de Deus. Se você percebe que não cumpre corretamente seu papel no casamento, ainda é tempo de se corrigir. Em primeiro lugar, reconheça o seu equívoco, busque o perdão do Senhor e do seu cônjuge. Depois, recomece com oração e fé em Deus,. Com essas atitudes, o Senhor lhe dará graça para viver de acordo com os preceitos bíblicos. O apóstolo Paulo afirma que o Senhor nos abençoou com todas as bênçãos, isto inclusive significa a habilidade para fazer do casamento um sucesso (Efésios 1.3). A presença de Cristo no casamento é garantia de alegria duradoura (João 2.1-11).


E.A.G.

Compilação

Dictionary of the Old Testament: Pentateuch. T. D., Baker, D. W. Alexander, página. 742. edição 2003. Downers Grove, IL: (InterVarsity Press).
Lições Bíblicas Adulto. Valores Cristãos - Enfrentando as Questões Morais de Nosso Tempo-O-Cristao-e-a-Sexualidade, Douglas Baptista, lição 7 - Ética Cristã, e Doação de órgãos, 2º trimestre de 2018, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas Adulto. Ética Cristã - Confrontando as questões morais. Lição 10: O cristão e a doação de órgãos, Elinaldo Renovato de Lima, 3º trimestre de 2002, Rio de Janeiro (CPAD).
Manual Bíblico Unger, Merril Frederick Unger, reimpressão 2008, páginas 39 e 80, São Paulo -SP (Edições Vida Nova).

sábado, 21 de abril de 2018

A ética cristã e o aborto

Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Na maior parte dos grandes questionamentos éticos, a Bíblia Sagrada possui posicionamento definido e cristalino.

A ética embasada na Lei de Deus e no ensinamento de Cristo é obviamente uma escolha melhor, revela lógica e bom senso, do que uma ética que ambiciona basear-se no iluminismo ou em filosofias mais novas. A partir de um ponto de vista bíblico, é possível declarar por qual motivo o cristão deve ser ético, e também qual é a verdadeira origem da sua vontade de ser ético.

I – ABORTO:  CONCEITO GERAL E BÍBLICO.

1.1 Conceito geral de aborto.

O aborto é o fim da gravidez, a interrupção do nascimento, é a remoção de um embrião ou feto antes que ele possa sobreviver fora do útero, ou seja, é a causa a morte do embrião ou feto. Ao ocorrer espontaneamente, é descrito como aborto espontâneo. Se o aborto é causado de propósito, é então chamado de aborto induzido ou "aborto espontâneo induzido". A palavra aborto é freqüentemente usada para significar apenas abortos induzidos.

Hipócrates (460 a.C. - 370 a.C.), foi médico grego, considerado o pai da medicina na cultura ocidental, autor do juramento que leva seu nome. O Juramento de Hipócrates, escrito entre o terceiro e quinto século a.C. é um dos mais conhecidos textos médicos gregos e considerado mais que um rito de passagem para graduados em medicina. O juramento feito solenemente pelos médicos, por ocasião de sua formatura, é a expressão mais antiga da ética médica no mundo ocidental. Apresenta as bases de vários princípios aos profissionais na área da saúde que continuam sendo de suma importância na atualidade. A síntese deste documento aborda os deveres que o médico deve ter para com o seu professor e para com a profissão; inclui os princípios de sigilo e não maleficência; abrange a integridade de vida, a assistência aos doentes e o desprezo pela sua própria pessoa.

Por conta do Juramento de Hipócrates, é amplamente visto como questionável a execução da interrupção da gravidez na área legal da medicina.

A militância pró-aborto costuma salientar os seguintes argumentos a favor da sua posição, partindo da base de que o feto não seria uma vida humana:
• O direito da mulher sobre o seu corpo;
• O fato de não se autorizar o aborto faz com que haja muitos abortos clandestinos que envolvem riscos graves para a saúde;
• As mães pobres, que são forçadas a dar à luz aos seus filhos, têm muitos problemas financeiros;
• As mulheres não devem ser forçadas a trazer filhos indesejados ao mundo;
• As mulheres não devem ser obrigadas a trazer filhos gravemente deficientes ao mundo;
• As vítimas de violação ou de incesto não devem ser forçadas a seguir com a gravidez;
• A dissuação, se for usada, deve ser verbal e pessoal, e não legal;
• O apoio oficial a mães que tiveram filhos sem terem condições materiais para isso é muito dispendioso.
1.2 O aborto no contexto legal.

A consciência da pós-modernidade alega que quando permitido por lei, o aborto no mundo desenvolvido pode ser um dos procedimentos mais seguros na medicina. É discutível a afirmação da Organização Mundial de Saúde quando diz que os abortos induzidos não aumentam o risco de problemas mentais ou físicos a longo prazo, segundo matéria do Journal of Obstetrics and Gynaecology Canada, abortos realizados em instalações insalubres causam 47 mil mortes e 5 milhões de internações hospitalares a cada ano, com cerca de 45% de fracassos. 

As leis do aborto e as visões culturais ou religiosas dos abortos são diferentes em todo o mundo. Em algumas áreas, o aborto só é legal em casos específicos, como estupro, problemas com o feto,  pobreza, risco à saúde da mulher ou incesto. Em muitos lugares, há muito debate sobre as questões morais, éticas e legais do aborto.

Aqueles que se opõem ao aborto freqüentemente sustentam que um embrião ou feto é um humano com direito à vida, e assim eles podem comparar o aborto ao assassinato. Aqueles que defendem a legalidade do aborto freqüentemente sustentam que uma mulher tem o direito de tomar decisões sobre seu próprio corpo. Outros favorecem o aborto legal e acessível como uma medida de saúde pública.

1.3 Conceito bíblico de aborto.

A vida é sagrada e devemos procurar proteger toda a vida humana: o não-nascido, a criança, o adulto e o idoso. A criancinha no ventre materno não é uma massa de tecido, ele ou ela é um ser humano aos olhos de Deus. A má condição espiritual do homem é a raiz da questão que o leva a aceitar o aborto. Em quase todos os casos de gravidez indesejada, e outros perturbações, as pessoas envolvidas estão escravizadas pelo pecado. Somente quando há a conversão a Jesus Cristo é que diversos males são evitados e resolvidos.

Tal como a eutanásia, o aborto não é objeto de nenhum estudo específico nos livros da Bíblia Sagrada. Contudo, mais ainda do que em relação à eutanásia o texto de Êxodo 23.7, que aborda a defesa do Senhor ao inocente e ao justo, deve ser entendido como pondo de lado qualquer possibilidade de concretizar esse ato, pois Deus não justificará o ímpio. Na lei mosaica, provocar o encerramento da gravidez de uma mulher era tratado como ato criminoso, causar a morte do feto era cabível do pedido de retaliação (Êxodo 21.22,23).

1.4 O aborto na história da igreja.

Em 1973, nos Estados Unidos, Jane Wade foi à Justiça americana afirmando que sua gravidez tinha origem em um ato de violação e reclamava a exigência do Estado em que mantivesse a sua gravidez. Ela alegou seu direito a privacidade, com base na Constituição, e afirmou que essa privacidade se estendia ao útero. Seu caso ficou conhecido como Processo Roe-Wade. A sentença dada pelo Tribunal defendeu seu direito à privacidade e consequentemente arrastou vários outros casos de desejo ao aborto a uma situação de extrema permissividade. Vários anos depois que Jane Wade ganhou seu processo e abortou, admitiu que havia mentido, declarou que não havia sido violada e a gravidez fora consequência de falha nos métodos contraceptivos que usara. Em 1995 ela se converteu a Cristo, deixou seu trabalho em uma clínica de aborto e integrou-se a uma igreja cujo pastor é um dos líderes do Movimento Militante Pró-Vida.

O Criador não deixa de amar as mulheres que se dispuseram a abortar. Todas devem voltar o coração para Deus, não apenas para colocar esse problema em Suas mãos, mas para dedicar toda a sua vida a Ele, que deseja perdoar os equívocos do passado e guiar ao futuro com Jesus. Basta fazer um compromisso com Cristo e depois pedir a Ele ajuda para seguir realizando o que é certo.

II – O EMBRIÃO E O FETO SÃO UM SER HUMANO.

2.1 Quando começa a vida?

Se nos dermos ao trabalho de examinar a etimologia do vocábulo 'feto', constataremos que o aborto é um crime não somente hediondo, mas tremendamente covarde. No latim, a palavra fetus significa pequenino. O Dicionário Latino-Português de F. R. dos Santos Saraiva define a palavra simplesmente como filho no ventre.

Tenta-se definir em que momento, no período da gestação, o feto se transforma em pessoa. Todas as posições são subjetivas e não podem ser provadas cientificamente. Há quem defenda que só é "pessoa" ao nascer. Essa posição é a mais absurda, já que um bebê é praticamente idêntico em tudo ao bebê que nasceu no dia anterior, sendo que a única diferença é o espaço de tempo de aproximadamente 24 horas.

Apesar da situação inaceitável, só é compreensível haver quem faça defesa do aborto quando não há a percepção sobre a dimensão sacra da vida, quando não existe a compreensão de dignidade humana inerente à sua natureza. Quando se remove o transcendente, e foca-se somente numa ética materialista, o embrião é visto apenas como um amontoado de células que pode ser desprezado por qualquer motivo.

Defender o direito à vida do nascituro é a comprovação do compromisso com a dignidade do ser humano e a sacralidade da vida. A vida é santa, É uma dádiva de Deus. Por isso, é necessário aprofundarmos a visão bíblica e sacra da vida afim de que a cultura da morte, instaurada em nossa sociedade, seja finalmente sufocada.

2.2 O que diz a Bíblia.

A Bíblia nos relata sobre a origem da vida: "E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente' (Gênesis 2.7). Após o homem ser formado através do processo sobrenatural da combinação das substâncias que há na terra, o Criador lhe soprou o fôlego da vida, dando início, assim, à vida humana. Baseado neste fato bíblico, entendemos que, cada ser que é formado, a partir da fecundação, o sopro de vida lhe é assegurado pela lei biológica estabelecida por Deus.

A Bíblia mostra claramente que, no entender de Deus, o feto é uma pessoa.
• Jó 3.3 pressupõe a continuidade entre o ser que é concebido e o ser que nasce.
• Jeremias 1.5 e Isaías 49.1 descrevem a forma como Deus se relaciona com a pessoa quando esta ainda está no ventre de sua mãe.
• O Livro de Salmos, em 139.13-16, revela de maneira comovente que Deus é quem cria o ser humano desde o útero, desenvolve o ser humano no ventre de sua mãe.
• Salmo 51.5 diz que a pessoa tem a tendência de pecar desde o ventre
• Em Lucas 1.41, João Batista é descrito como "criancinha" (brephos, em grego). O texto  narra o episódio em que ele saltou de alegria quando ainda estava no ventre de sua mãe Isabel, quando esta recebeu a saudação de Maria, que viria a ser a mãe do Salvador. E em Lucas 2.16, o mesmo termo grego é usado para descrever Jesus, já nascido.
Em Isaías 49.1, encontramos o inicio do segundo dos quatro Cânticos do Servo, que retrata a missão do Messias e há a exortação para que a nação de Israel despreze os conselhos de sabedoria humana. A passagem bíblica refere-se a Jesus Cristo, que se tornaria um ser humano desde o ventre de Maria, que teria que se encarnar e seria conhecido como o Emanuel, que significa Deus conosco (Isaías 7.14).

Sobre a chamada ao ministério profético de Jeremias temos, no capítulo 1 e versículo 5, a informação que Deus o chamou antes que ele fosse formado no útero de sua mãe. Não se trata de reencarnação, trata-se do conhecimento absoluto que Deus tinha de Jeremias e do seu plano soberano para a vida dele antes que ele fosse concebido. Entendemos, assim, que a vida inicia na fecundação.

Em Gálatas 1.15, Paulo escreve que Deus o separou ao ministério apostólico antes que ele nascesse. Com isso, não queria dizer que ao nascer foi separado fisicamente de sua mãe, e sim sobre o momento que foi colocado à parte por Deus para o serviço apostólico, momento este que ainda não havia nascido.

2.3 Qual a posição da igreja?

No mundo greco-romano era comum a prática do aborto. Foi preciso que os pais da igreja entrassem em cena condenando essa prática. No Didaquê 2.2 existe a seguinte recomendação: "Não matarás o embrião por meio do aborto, nem farás que morra o recém nascido".

Essa questão contribuiu para estabelecer o debate acirrado, primeiro entre os gregos e depois entre os cristãos, sobre o momento em que o bebê, ainda em formação, recebia a alma, tornando-se um ser humano. Por influência de Aristóteles, o pensamento cristão aderiu à ideia de que o feto era animado pela alma humana apenas em uma fase tardia de sua gestação. Tomás de Aquino afirmou depois que na primeira fase o feto tinha uma alma vegetal, na segunda tinha uma alma animal e só na terceira recebia uma alma que podia ser considerada humana. Em 1588, o Papa Xisto V eliminou esse princípio aristotélico.

III – TIPOS DE ABORTO E SUAS IMPLICAÇÕES ÉTICAS.

A legislação brasileira autoriza a interrupção da gravidez em três casos somente. Neste tópico apresentamos as principais implicações éticas para estes tipos de aborto.

3.1 Aborto de Anencéfalo

Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) legalizou a interrupção da gravidez de feto anencéfalo (má-formação rara do tubo neural). A principal implicação ética desta decisão está no descarte de um ser humano por apresentar uma má formação cerebral. Trata-se de uma ideologia racista chamada "eugenia" que defende a sobrevivência apenas dos seres saudáveis e fortes. Uma nítida incoerência de quem defende os direitos humanos e ao mesmo tempo age de modo discriminatório. Neste quesito enfatizam as Escrituras: para com Deus, não há acepção de pessoas (Romanos 2.11). Como aceitar a ideia de que Deus permitiria a concepção de um ser humano e logo após o rejeitaria em seus primeiros dias de existência?

Estar neste mundo ou deixá-lo é uma decisão que cabe ao Criador e jamais algo que satisfaça aos desejos pessoais de alguma criatura humana. Cada ser gerado tem um propósito nobre a cumprir, maior que a vontade pessoal, portanto, interromper uma gestação é notadamente um enorme equívoco. Portanto,  ajamos com sabedoria, prudência e critério, nunca nos esquecendo da sacralidade da vida humana. As Escrituras Sagradas afirmam que a vida e a morte são, unicamente, da alçada divina (1Samuel 2.6; Filipenses 1.21-24).

3.2 Aborto em caso de estupro. 

Como não é necessária a comprovação do crime de estupro e nem autorização judicial para o aborto, a lei é permissiva e complacente com a interrupção da gravidez sob a alegação de estupro sem que ele tenha ocorrido. Assim, discute-se a inviolabilidade do direito à vida do nascituro (Art. 5°, CF e Art. 2° do CC). Outra questão ética relaciona-se ao fato de que um crime não pode justificar outro crime.

A implicação ética em relação ao aborto no caso de estupro relaciona-se ao fato de que um crime não pode justificar outro crime. Não convém reagir ao mal cometendo maldade. A reação do crente convertido a Cristo é mudar a situação da maldade para atitudes de bondade, benevolência, benignidade, magnanimidade. Aos cristãos. o ensino bíblico é claro: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Romanos 12.21).

3.3 Aborto terapêutico.

O caso do aborto terapêutico é um caso que não deve haver penalização. Há a opção, muitas vezes angustiante, entre a tentativa de salvar a vida de uma pessoa, a mãe, e o risco de perder a vida da mãe e do filho.

É Deus quem dá a vida e nos permite viver em nosso corpo físico. Podemos decidir quem deve viver ou morrer? Procura-se justificar clinicamente a ação do aborto, no caso do risco da mãe perder sua vida no parto, sob a alegação de que a vida de um adulto tem maior valor que a de um ser em gestação. Daí surge questões éticas quanto à valoração da vida humana. Uma pessoa merece viver e outra não? Tertuliano, em sua obra Apologeticum (197), ensinava que não existe diferença entre uma pessoa que já tenha nascido e um ser em gestação. Outra questão é acerca do poder sobre a existência.

Uma mãe cristã, confiante no Senhor e na sua obra redentora, pode se recusar a abortar, mesmo quando o médico aconselhar o aborto terapêutico. Sabe-se de casos em que Deus interveio salvando a vida da mãe e do filho. É claro que não podemos esperar que a legislação, criada para crentes e descrentes, tente forçar esta opção.

CONCLUSÃO

Hoje em dia é comum pensar no aborto como uma resposta simples a uma situação inconveniente, mas na verdade a decisão de uma mulher em acabar com a vida de uma criancinha que está se desenvolvendo dentro dela, é um problema muito sério. Algumas das consequências invisíveis sobre a decisão de realizar o aborto é o profundo pesar e o sentimento da culpa pelo que aconteceu, assim esta mulher que poderia escolher dar à luz e ao bebê, mas opta em negar a ele a luz, entra em profunda crise depressiva. Ao lidar com o tema do aborto, o evangelista Billy Graham costumava dizer que "dois erros não criam um acerto". Aconselhava gestantes que não desejavam criar uma criança a optar por enviá-la para a adoção.

Todos os cristãos comparecerão diante do tribunal de Cristo, no segundo advento, portanto deve estar empenhado em pregar a revelação da Palavra de Deus exatamente como ela é. estar sempre preparado para proclamar a Verdade, deve abordar a questão do pecado na vida daqueles que servem ao Senhor e na vida de quem é pecador não arrependido. A doutrina de Cristo deve ser exposta com mansidão, mesmo que rejeitada (1Timóteo 4.1,2).

Valorizar a dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo. Na sociedade secular, o cristão autentico deve tomar cuidado com o relativismo e estar alerta quanto às ações de manipulação de sua consciência e o desrespeito à vida humana.

É apenas da alçada de Deus levar o homem à beira da tumba e quando toda a esperança parece ter tido o fim, levantá-lo outra vez.

E.A.G.

Compilações:
Billy Graham Evangelistic Association, Billy Graham’s Answers on Abortion, January 25, 2017, https:// billygraham. org/ story/ billy-grahams-answers-on-abortion/ 
Ética Cristã Hoje - vivendo um Cristianismo coerente em uma sociedade em mudança rápida, Alan Pallister, páginas 147 a 154, edição 2005, São Paulo (Shedd Publicações).
Lições Bíblicas Adultos, Ética Cristã: Confrontando as Questões Morais de Nosso Tempo, 2° trimestre de 2018, página 44 (CPAD).
Wikipedia / EUA - https://en. wikipedia . org/ wiki/ Hippocratic_Oath 
Wikipedia / EUA - https://en. wikipedia . org/ wiki/Abortion 

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Todas as garotas em condição de menoridade penal, envolvidas em relações sexuais com homens em maioridade penal, são vítimas de estupro?

Como o Código Penal Brasileiro determina e regulamenta como infração penal o ato de estupro? Esta página não tem a pretensão de apresentar uma explicação aprofundada, mas apesar de pormenores rasos, não dribla a aversão contundente que este ato delituoso merece.

O crime de estupro está tipificado no Código Penal (CP) no artigo 213, com redação dada pela Lei 12.015/2009. Prevê o estupro como crime contra a dignidade sexual.

A Lei 12.015/2009 caracteriza como crime comum a transgressão legal de estupro. Segundo esta legislação, a pessoa ativa tanto pode ser a figura masculina ou feminina, pela razão que o tipo penal não estabelece nenhuma qualidade especial do executor. Então, é possível que exista estupro investido por mulher contra mulher, mulher contra homem, homem contra mulher e homem contra homem. Estão fundidos os crimes de estupro e atentado violento ao pudor (artigos 213 e 214), pois não há dúvida alguma de que esses crimes podem ser praticados em concurso material, desde que os atos libidinosos praticados não sejam prelúdio da conjunção carnal.

É considerado ato de estupro, cuja conjunção carnal foi concluída ou tentada, em qualquer de suas figuras simples ou qualificadas. Ações consumadas ou frustradas, são consideradas crime hediondo (Lei 8.072/90, art. 1º, V). A característica deste crime é ir de encontro à liberdade sexual. Todos os indivíduos possuem o direito de dispor do próprio corpo e tem a plena liberdade para escolher o parceiro sexual, para com ele, de forma consensual, praticar a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. É considerado infração penal quando uma pessoa é forçada, sobre a qual recai a conduta criminosa do constrangedor.

Além de a Justiça reconhecer como estupro o emprego da violência ou grave ameaça, isto é, o uso da força para obter o relacionamento sexual, falo e vulva, também tipifica como estupro atos libidinosos obtidos por coerção. Igualmente, é considerado estupro quando, sob pressão, a vítima tem participação ativa no ato libidinoso, ou permanece em atitude passiva, permite que se pratique a ação devassa sem demonstrar reação alguma. Assim como não é necessário que ocorra contato físico entre o autor da violência e quem padece deste mal, para que a Justiça considere estupro. Obrigar alguém a se masturbar diante dele, sem tocá-la em momento algum é conduta aceita como a mesma violação. Contudo, o beijo forçado não é identificado como ato libidinoso, mas crime de constrangimento ilegal (CP, artigo 146) e contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor (LCP, artigo 61).

Quem destaca que no Código Civil existe legislação sobre estupro de marido contra esposa? No casamento, o homem não tem o direito de exigir a prática da relação sexual, pelo fato da vivência conjugal; não há ao esposo nenhuma base para valer-se da violência ou grave ameaça, sob o pretexto de ser excluído de ilegitimidade do exercício regular de direito. Embora o ambiente matrimonial dê a entender que entre o casal é livre o exercício de relações conjugais, difusamente, é visto que esta liberdade tem limites, não é permitido um com o outro o uso de constrangimento com o emprego de violência ou grave ameaça. Entende-se que o fato de haver o direito ao relacionamento sexual entre os cônjuges, garante a pessoa desprezada por seu par o direito a postular requerer legalmente o término da união, nos termos da legislação civil (artigo 1.572).

Nem todos sabem que o Código Penal (artigo 13, § 2º) aponta como estupradores pessoas que não participam da violência sexual, se for comprovado que estas poderiam evitar a violência mas permaneceram omissas diante do ato de estupro. A legislação dá como exemplo a figura do carcereiro que, ao saber que um presidiário será abusado por companheiros de cela, decide não impedir o abuso.

Nem todos diferenciam o estupro pela idade da vítima: é crime de estupro qualificado (§ 1º, última parte) se a vítima é menor de 18 e maior de 14 anos. Se a vítima for menor de 14 anos, o crime é de estupro de vulnerável (CP, artigo 217-A), mesmo que não haja o emprego da violência ou grave ameaça.

Resumo posto do Código Penal Brasileiro, passo ao âmbito do blog Belverede. Em minha postagem de 29 de novembro de 2007, publiquei o artigo Vejam Só! - o Pastor Éber Cocareli e o seu programa na Rit Tv. Nesta publicação, surgiu na data de hoje o comentário de um internauta, falando sobre a edição mais recente do programa. Resolvi dar destaque ao pronunciamento do (a) leitor (a) e também para minha resposta, pois o tema é deveras importante e está na pauta da nossa sociedade brasileira.

 Eis os conteúdos:
"Esse programa que discuti a adolescente grávida... Eu estou pasmada (pelo fato) dessa pastora dizer que a adolescente não é vítima. Sim ela é vítima, sim... ele cometeu um crime, de abuso sexual, de violência sexual, de pedofilia.".
Anônimo disse... | 14 de setembro de 2017 00h23.

Caro Anônimo ou Anônima.

Não assisti ao programa Vejam Só! que trouxe o assunto que você comenta, portanto eu não posso manifestar minha posição especificamente sobre ele.

Nestas questões de violência sexual envolvendo menores de idade, segundo o Código Penal Brasileiro, sinto que é necessário observar o contexto geral da nossa sociedade.

Nos idos de 1960 / 1970 ocorreu o apogeu da era feminista, quando parte das mulheres daquela época reivindicaram a liberdade sexual, e fizeram sexo fora do casamento como se fosse algo bom e admirável. Logicamente, a consequência ruim disso começou a acontecer nos anos seguintes, quando essa criançada cresceu dentro de lares desestruturados - sem a figura de um pai presente - chegaram à adolescência, mais ou menos em 1975 e 85.

 A geração 75/85, desestruturada quanto ao lar tradicional, imitou suas mães e também geraram filhos fora do conceito da família aos moldes bíblicos; a maioria das garotas engravidaram sem qualquer noção do que representa ser uma mãe, colocaram seus bebês no colo das mães delas para os criarem, e essas criancinhas também não puderam desfrutar da presença e amor de seus pais biológicos. Estes, por volta de 1990 e 95, em sua maior parcela também se transformaram em pais e mães fora do casamento, e nos dias de hoje temos o resultado de suas conjunções carnais. Vemos meninas engravidando crianças e garotos não honrando a responsabilidade de criar os filhos.

Ao longo desses processos nefastos, abrangendo até agora três gerações, muitas garotas abortaram; muitas morreram em plena execução do aborto, ou pós aborto, e por conta de intervenção médica errada ou até em circunstâncias de suicídio. Também, não podemos negar que houve as raras exceções: há aquelas adolescentes que encontraram o prumo para seus costumes tortos, optaram por estar com seus filhos e até passaram a viver com o pai de sua criança. E, muitas crianças cresceram longe de suas famílias, entraram no processo de adoção, encontraram quem os amasse e lhes dessem o suporte psicológico necessário para ter uma cabeça boa que os fizessem ser cidadãos de bem, gente útil em nossa sociedade.

Em razão desse contexto, eu acredito que existe. sim, a possibilidade de uma adolescente ter a sua parcela de culpa em um ato que o Código Penal afirma ser estupro. Sim, porque o Código Penal aceita como crime uma garota entrar em conjunção carnal de maneira consensual. Mesmo ela querendo se envolver, a lei considera ser um ato de violência sexual. A lei desconsidera os detalhes da história, que eu expus acima, superficialmente, e declara que toda menor de idade é vítima de estupro.

Não defendo estupradores. Não defendo pedófilos. E, como um cristão evangélico, também não apoio a atividade sexual entre pessoas maiores de idade, se não estiverem casadas entre si.

Também, não defenderei adolescentes, envolvidas em escândalos sexuais, sem antes saber como ela é no que tange ao tema sexo. Ela é do tipo "descolada"? É expansiva? Ou retraída? Era virgem antes do fato acontecer? É preciso analisar as duas pessoas envolvidas antes de dizer qualquer coisa a respeito. 

Além disso, existe a questão do uso das roupas. Sei que essa gente do "politicamente correto" não admite que se fale que um corpo feminino bonito, ao usar uma roupa provocante, é capaz de despertar a libido de homens. Mas, isso acontece, basta reparar nas vestes de vítimas do estupro, quando o estuprador não é uma pessoa com grau de parentesco com a garota estuprada.

Homens sem autocontrole se permitem ir além da admiração da beleza de mulheres, vestidas com peças que estimulam a libido masculina, e cometem barbaridades! Cabe concluir esse raciocínio dizendo que ninguém em sã consciência quer se aproximar de feras indômitas; gente sábia procura o distanciamento seguro. Quem insiste em se aproximar de um urso, mesmo que acredite não haver perigo sua aproximação e visibilidade, e é vítima da bestialidade do animal, tem sua parcela de culpa. Por que não aceitar essa realidade?

Abraço.

E.A.G.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Turbante e véu em documentos no Rio de Janeiro

Havia no Departamento Estadual de Trânsito do Rio de Janeiro (Detran-RJ) o veto ao uso de turbantes e véus em fotografias para a Carteira Nacional de Habilitação do motorista, devido ao entendimento interno sobre questões de segurança pública. Com isso, a existência de manter totalmente facilitada a preservação de aspectos físicos de cada cidadão em bancos de dados do órgão público carioca, que compartilha este armazenamento de imagens com outros órgãos de segurança estaduais e nacionais.

A Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) exprimiu no dia 3 de março o aval que permite a emissão de documento de identificação com fotos de indivíduos vestindo véus e turbantes, se a razão do adorno for por motivos religiosos. O governo do Rio de Janeiro determinou que o  Detran-RJ autorize o uso de tecido que encubra a cabeça sem necessitar a comprovação da exigência religiosa.

Os representantes da PGE-RJ informaram ao site de notícias UOL, que o atual limite teve como motivo uma consulta do Detran-RJ, cuja exigência incluía que apenas religiosos ligados a alguma ordem ou igreja tinham a permissão de exibir fotos com esse aspecto nos documentos, bastava apresentar comprovante oficial sobre a exigência eclesiástica para usufruir o direito de utilizar a indumentária.

A PGE esclarece que a imposição não tinha sustentação da Constituição e "afrontava a igualdade entre homens e mulheres". Entretanto está proibido às circunstâncias em que os acessórios cubram o rosto da pessoa ou dificultem "o reconhecimento da fisionomia", como é o caso da utilização da costumeira burca, demasiadamente usada em nações de regra islamita.

As situações que não caracterizam exigência religiosa continuam proibidas: estão vetados a exibição de chapéu, boné e capuz. Cortes de cabelo e penteado não são proibidos, desde que a verificação da identificação pessoal não fique prejudicada.

A consulta do Detran à PGE ocorreu após o fato que envolveu uma estudante impedida de usar seu turbante em sua foto para identidade, em 2016, e que levantou questionamento judicial a respeito do assunto.

Com informações de: Mensageiro da Paz, ano 87, maio de 2017, nº 1584, página 24 (CPAD).

sexta-feira, 5 de maio de 2017

TPM - a dor da tensão pré-menstrual e outras dores físicas e da alma



Por Eliseu Antonio Gomes

Penso que os homens jamais saberão exatamente o que provoca o estado emocional exacerbado das mulheres quando está para chegar o período mensal que assinala a não gravidez. Em nossa cabeça masculina, raciocinamos que a dor abdominal continuada causa irritação e a irritação prejudica a qualidade dos bons relacionamentos.

Estamos certos em pensar assim?

Por outros motivos, alguns homens também padecem com a dor da cólica abdominal, ou outras sensações penosas e acentuadas de impulsos dolorosos. Eles também sabem o que é uma dor persistente, a agudez do sofrimento físico. E ainda existem aqueles homens que se esforçam para não extravasar a irritação, causada pelo padecimento da longa jornada dolorosa, tratando mal as pessoas que ama.

Na dor crônica, cuja origem é a cólica abdominal, ou a lesão de tecido, ou de nervos, ou da fratura de ossos, os médicos costumam indicar o tratamento com remédios e repouso. Em se tratando de quem possua fé e busca, além do socorro do especialista em medicina, a ajuda de Deus, as soluções do problema podem surgir na esfera natural e até na sobrenatural.

É importante manter o controle emocional em todas as circunstâncias. Quando não há o autocontrole, a pessoa descontrolada emocionalmente tende a ferir outras - de maneira verbal e/ou fisicamente -, e aquela sensação desagradável que ataca o corpo se junta com o sofrimento moral, o pesar com relação a si mesmo e a outros, a mágoa, as lágrimas de arrependimento.

 “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo” - Efésios 4.26,27.

E.A.G.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Elegância versus vulgaridade - A importância da escolha da veste feminina ao ir ao templo adorar a Deus


Ninguém deveria se superior porque possui beleza física. O bonitinho e a bonitinha não são responsáveis pela beleza que têm, o crédito é todo do Criador.
Igreja mística e igreja local.

A verdadeira igreja é a concentração de crentes reunidos com o propósito de adorar ao Senhor. Porém, ninguém pode deixar de considerar o aspecto espiritual e ao mesmo tempo físico desta questão "templo" e "igreja". O Criador nos fez seres com um espírito e uma alma dentro de uma matéria composta de massa física. Nas linhas abaixo, passamos a tratar os termos templo e igreja no aspecto físico, o prédio erigido com tijolos ou outra espécie de material.

Comentando sobre as vestes femininas na igreja.

O assunto é polêmico e recorreente, bastante abordado em redes sociais. Rende muitos comentários de reclamações, em defesa e contra as mulheres indiscretas em seu estilo de vestir-se.

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Você já ouviu falar em caminhabilidade?


É, esse “palavrão” existe!

É uma das principais matérias incluída em projetos voltados ao progresso dos centros urbanos e periferias das grandes cidades. É o conceito que promove estudos com vista a criar meios que melhorem a locomoção segura entre automóveis, motos, bicicletas e pedestres. Implementa, com base técnica. na infraestrutura das metrópoles elementos úteis voltados ao cidadão, para que este encontre calçadas bem conservadas, trajetos em condições para passeios agradáveis. Propõe o uso de lâmpadas em espaços escuros de praças, escadas, calçadas, para que a mobilidade de todos possua iluminação à contento no horário noturno. Faz planejamento para que todos os indivíduos tenham acesso a meios de transportes públicos confortáveis e eficazes. Defende a ideia de que os espaços públicos não sirvam apenas como lugares de passagem, mas também que estes locais sirvam para se estar, conversar, promover o lazer coletivo.

Transportando esta concepção à vida cristã, podemos considerar que, essencialmente, a boa caminhabilidade do crente é a opção e atitude, voluntárias, de deslocar-se no Espírito. Dia após dia, apropriar-se do amor, ocupando o ambiente da paz, atrelando-se voluntariamente às ações de bondade e benignidade, de longanimidade e paciência; é transitar a pé em situações conflituosas portanto a fé, a mansidão, a alegria e o domínio próprio (Gálatas 5.16-23).

E.A.G.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Será que o estilo de vida de Sodoma pode existir no coração de um cristão?


A esposa de Ló olha para trás e é transformada em estátua de sal.

Kent Hughes
Tradução livre: Eliseu Antonio Gomes


Se tivéssemos acesso apenas a história da vida de Ló, conforme narrada no livro de Gênesis, jamais teríamos a possibilidade de saber que Ló era uma pessoa crente. Entretanto, de acordo com três descrições em 2 Pedro, ele era um homem justo, comprometido e perturbado. Além disso, era "afligido" pela vida em Sodoma. A explicação que encontramos, no capítulo 2 e versículos 7 e 8, escrita de maneira minuciosa por Pedro, é a seguinte:
"... o justo Ló, afligido pelo procedimento libertino daqueles insubordinados (porque este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles) ..." - (RA)
Ironicamente, apesar de Ló revoltar-se por causa do estilo de vida das pessoas em Sodoma, a cidade de Sodoma estava em sua alma. Então, podemos concluir que, apesar de um crente sentir aflição por causa das coisas que presencia neste mundo, inconscientemente, ao mesmo tempo ele corre o risco de sentir-se atraído e aceitar o sentimento de afeição pelo mundo.

Não existe nenhum indício de que Ló tenha sido um agente influenciador para os habitantes de Sodoma. Conquanto tenha morado por muitos anos naquela sociedade, fosse um morador de destaque ali, agiu de modo decepcionante, pois não foi uma pessoa influente entre seus amigos. Ló foi uma decepção total. Quando o julgamento divino sobreveio sobre Sodoma, nenhuma pessoa justa foi achada fora de sua família. Não havia conhecidos, vizinhos, ninguém entre os seus servos sabia quem era o Senhor. Seu apelo aos sodomitas diante de sua porta não foi respeitado por eles. Suas palavras não eram ouvidas como sérias, não eram recebidas como algo que merecesse atenção.

A tragédia maior; o exemplo de Ló não colaborou para levar sua família e parentes ao céu. Nenhum indivíduo dos seus círculos familiar e de amizades temia a Deus. Ao avisar aos genros que deveriam escapar da iminente destruição das cidades, pensaram que ele agia como "zombador". As palavras de Ló não possuíam conteúdo porque ele era vazio. Além disso, os hábitos de Ló não inspiraram sua esposa a desapegar-se da cultura de Sodoma. Ao afastar-se daquela localidade, seu coração permaneceu lá, portanto, não conseguiu resistir a olhar para trás e por este motivo foi destruída junto com Sodoma e Gomorra. A mulher que gerou suas filhas, a pessoa mais íntima de Ló, que conhecia muitos detalhes de sua alma, não enxergou nada nele ou em sua fé que indicasse a ela a direção da terra ao céu.

Inclusive, não há dúvida que o modo que Ló escolheu para viver causou à anexação do espírito de Sodoma no coração de suas duas filhas. A maneira dissimulada de agir que ambas demonstraram ter, era conduta comum em Sodoma. Ló tinha sua parcela de culpa nisso. Este comportamento disfarçado era movido por natureza espiritual negativa, portanto, concentrava em seu âmago efeito mortal.

Segundo descreve Pedro, particularmente Ló estava "afligido" por causa das ações depravadas dos ímpios e sua alma estava angustiada, mas guardava para si este estado interior, porque era uma personalidade de destaque na cidade. Usar a sinceridade prejudicaria a sua imagem perante aquela comunidade. Assim, Ló acostumou-se a fazer-se de cego, surdo e mudo quanto ao que via, não manifestava opinião quando via atos de abusos sociais e transgressões sexuais em Sodoma. Apesar de abominar, não praticar e abominar, nunca marcou posicionamento algum contra os pecados que eram cometidos. As blasfêmias e as conversas obscenas tiveram com reação de Ló um sorriso falso, a estratégica mudanças de assunto e de ambientes, com todo o cuidado de manter a aparência "politicamente correta".

As filhas do sobrevivente Ló conviveram com a figura de um pai que possuía grande habilidade de esconder suas opiniões, elas não esqueceram de sua negligência em seu dever paternal de educá-las, tinham na memória sua deslealdade torpe ao lhes oferecer como objetos sexuais para uma turba de homens inflamados de Sodoma, torpeza esta com a finalidade de apaziguar seus ânimos exaltados. Então, quando aconteceram as sucessivas seduções incestuosas, as filhas apenas usaram o método do engano, que receberam de herança. Nas profundezas de uma caverna,foi servido a Ló um copo escuro que continha vinho misturado com fraude e deslealdade. A desonra que Ló foi vítima por parte de suas filhas é uma situação incomum, numa circunstância de ironia cruel, pois ele realizou o ato vergonhoso que havia sugerido que os homens de Sodoma fizessem. Realmente, ele havia plantado no coração de suas duas filhas as sementes de Sodoma.

A postura insensata de Ló foi esta: embora o mundanismo de Sodoma afligisse sua alma justa, preferiu continuar vivendo o mais próximo possível de tudo que lhe causava aflição, até o último momento de seu final amargo. E a sequela foi que, apesar de Deus ter julgado os moradores de Sodoma, com exceção de Lós e as filhas, Sodoma renasceu em suas vidas.

Constata-se, assim, que é provável acontecer na vida de crentes como nós, gente realmente incomodada com o curso deste mundo, a adoção de atitudes pertencentes a cultura de Sodoma, é possível renascer tais atitudes na vida de crentes porque no coração do crente pode haver alguma espécie de relação com o sistema de vida mundano.

E.A.G.

Fonte: Westminster Theological Seminary | Título original: Does Sodom Live in our Souls?