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domingo, 15 de abril de 2012

EBD 2012 - Esmirna: A igreja confessante e mártir

"Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" - Apocalipse 2.10.

Esmirna era a mais bela cidade da província romana da Ásia menor, na praia do mar Egeu, ladeada por uma montanha circular chamada Pagos, dentro da atual Turquia Asiática. Foi  fundada na extremidade oriental do Golfo de Esmirna por Alexandre Magno, que determinou fazer dela a cidade-modelo da Grécia. A moeda apresentava com orgulho a opulência local.

Presume-se que o Evangelho chegou vindo de Éfeso (Atos 19.10). O anjo da igreja de Esmirna foi quem recebeu a segunda das sete cartas às igrejas localizadas na Ásia.

Esmirna já era aliada fiel de Roma muito antes que o poder romano se tornasse supremo no Mediterrâneo oriental.  Na época em que a carta foi escrita à comunidade em Esmirna, vários deuses eram adorados, ser chamado de cristão era algo totalmente perigoso.

A descrição de Cristo, como alguém que esteve morto e reviveu, provavelmente faz alusão ao ressurgimento da cidade, com nova prosperidade - suas ruas bem pavimentadas e arvoredos, vida cultural florescente - , depois de longo período  de obscuridade. Bem antes do cristianismo alcançá-la, mais ou menos no século VII a.C., foi capturada e destruída pelos líbios. Porém, desenvolveu-se novamente, no começo do terceiro século a.C. por Lisíaco, até se tornar uma das mais prósperas cidades da Ásia Menor, sob o império romano, admirada por sua sociedade esplendorosa e seus prédios públicos cheios de magnificência.

A "coroa da vida" (verso 10) pode ter sido frase usada aludindo a colina do monte Pagos, chamada de Coroa de Esmirna. A montanha Pagos era contornada pela Rua de Ouro, e nela havia templos pagãos e edifícios que lhe davam aparência de coroa. Outra tese, alega que "coroa da vida", é alusão aos jogos atléticos, onde o vencedor ganhava uma coroa.

No declive do monte Pago, encontram-se as ruínas do maior teatro da Ásia e do estádio, perto do qual o primeiro bispo, Policarpo, sofreu martírio por volta de 155/156 d.C..  Ele padeceu sem negar sua fé em Jesus Cristo.

Grandes contrastes existem na igreja de Esmirna, entre riqueza e pobreza. A cidade era opulenta e gozava de paz, entretanto, os cidadãos cristãos eram pobres e perseguidos pelos que se consideravam judeus.

É importante ter em mente o seguinte:

1. Sobre abundância de bens:

• Nem sempre possuir magnificiência e poder econômico significa estar distante da vontade de Deus. "A bênção do SENHOR é que enriquece; e não traz consigo dores." -  Provérbios 10.22.

• O sentimento de autosuficiencia, a confiança nas riquezas e no poder político é o mesmo que estar pobre, cego e nu diante do Senhor. Este estado mental é a repugnante mornidão espiritual, insuportável ao olhos de Cristo (3.16-18).

2. Acusações

Notemos que na carta aos crentes de Esmirna, encontramos a identificação Satanás e Diabo, apontando ao inimigo de nossas almas. A primeira palavra é hebraica e a segunda grega, porém, ambas possuem a mesma conotação, significa acusador. É notável que Jesus Cristo desfaz todas as mentiras construídas pelo ser malígno quando descreve os cristãos. Veja: Zacarias 3.1; Jó 1.6-12; e 2.1-7.

Claudionor de Andrade, comentarista da Lições Bíblicas - As Sete Cartas do Apocalipse - A Mensagem Final de Cristo à Igreja, no tópico Introdução, lembra que "a igreja de Cristo está sendo impiedosamente perseguida. Embora localmente pareça tranquila, universalmente está sob fogo cerrado. A perseguição não é apenas física. Os santos são pressionados tanto pela cultura, quanto pelas instituições de um século que, por jazer no maligno, repudia e odeia os que são luz do mundo e sal da terra".

Aos crentes de Esmirna, blasfemados por perseguidores, em pobreza material mas cheios de fervor espiritual, conscientes que eram dependentes de Deus, Jesus disse: "nada temas" (versos 8-10). Aos cristãos do século 21, que em muitos lugares vive em contexto social e econômico distinto do dela, brasileiros e de outros países, a mensagem é a mesma: não tenham medo de nada na esfera física. Neste mundo, os inimigos da cristandade têm força letal apenas para tirar a vida do corpo, o temor que devemos manter é daquele que pode lançar as almas no inferno (Mateus 10.28).

A comunidade cristã que morava em Esmira era duramente perseguida por causa de sua fé. Por um lado recebiam ostilidade da população gentia, que era fiel aos preceitos de adoração ao imperador, por outro lado tinham que enfrentar as oposições da população judaica, que esquecida da sua vocação messiânica, blasfemava contra o Senhor.

Não nos esqueçamos: existe coisa pior do que a morte física. Qual? O dano da segunda morte, que é a separação final e definitiva da misericórdia de Deus,  a existência em estadia definitiva no lago de fogo e enxofre (Apocalipse 20.11-15; 21.8; Mateus 25.41). Portanto, sejamos perseverantes até o fim, para ganhar a coroa da vida eterna, direito a viver na Nova Jerusalém, conhecer o novo céu e a nova terra.

Está previsto que neste mundo estamos todos sujeitos a passar por aflições. As tribulações não são sinais de fraqueza espiritual. Os crentes de Esmirna foram avisados disso, tendo inclusive o detalhe de que alguns deles seriam aprisionados por dez dias (Mateus 24.9; Apocalipse 2.10).

Não existe repreensão para os membros da igreja de Esmirna, nenhum deles é censurado por Cristo, pois apesar dos recursos parcos e das tribulações, mantinham-se fiéis. Assim como o exemplo dos crentes de Esmirna, os crentes da atualidade precisam manter a fé viva e ativa, de maneira inegociável, nesta sociedade corrompida

Atualmente Esmirna chama-se Izmir, sendo considerada a maior cidade da Turquia asiática.

E.A.G.

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1. Conciso Dicionário Bíblico Ilustrado - D. Ana e Dr. S.L. Watson, 10ª edição, 1979 (Juerp -IPB).
2. O Novo Dicionário da Bíblia, volume 1 - 4ª edição, 1981 (Edições Vida Nova).
3. Ensinador Cristão, ano 13, nº 50, abril-maio-junho de 2012 (CPAD).
4. Bíblia de Estudo NVI, edição 2003 (Editora Vida).

sexta-feira, 13 de abril de 2012

EBD 2012 - Éfeso: a igreja do amor esquecido

Pastor: cabeça da igreja? 

Amados, a questão que eu levanto é pelo fato de ver como o pastorado nos dias atuais é considerado nas igrejas brasileiras. O posto de pastor é visto como uma questão de prestígio e de mando. Não generalizo, existe exceções.

Muitos olham para a função do pastor e o considera como sinônimo de chefia, refere ao posto de pastor como “cabeça”. É um equívoco, pois a única cabeça da Igreja é Cristo, não é o ser humano (Efésios 5.23). 

O que as cartas às igrejas da Ásia ensinam sobre os pastorados masculino e feminino?

Com todo respeito e equilíbrio, vamos refletir mais sobre o posto de pastor, principalmente quem usa a pedagogia das lições bíblicas da CPAD, e agora estudam o tema As Sete Cartas do Apocalipse.

Lembremos: é escrito um recado de Cristo a cada uma das sete comunidades eclesiásticas, e o conteúdo é dirigido à pessoa responsável pela comunidade cristã, que é chamada de anjo da igreja. Não há dúvida, neste caso “anjo” não se trata de um ser angelical, mas de ser um humano. Então, com o uso deste simbolismo, cabe considerar que anjos não têm sexo, portanto, em nenhuma das sete cartas existe indicação que a posição do líder da igreja deve ser alguém do gênero masculino. Digo isso colocando nesta reflexão a perspectiva do conteúdo em nível geral, e não local às congregações asiáticas contemporâneas do apóstolo João.

Um depoimento

Bem, levando em consideração que o oposto de amor é a indiferença, não apenas o ódio, segue um relato sobre o meio cristão.

Sou paulista, paulistano. Porém, a minha origem também está em Pernambuco. O pai é de Jaboatão dos Guararapes e a mãe de Recife.

Tive a oportunidade de conhecer uma senhora, que no começo de 2012 partiu para a glória perto dos 90 anos. Chamava-se Percides. Era amiga dos meus pais, me viu crescer. Era pernambucana. Gostava de visitar minha casa. Moro perto do templo, então, por diversas vezes aos domingos ela chegava quase três horas antes do culto iniciar para conversar, tomar refrigerante ou cafezinho. Eu, acompanhado da minha esposa, ficava na sala ouvindo-a falar muito sobre a Assembleia de Deus das décadas de 1940/50, época em que ela era jovem e morava no nordeste. Segundo ela, uma época de milagres e conversões impactantes.

A irmã Percides dizia que evangelizava muito, abria pontos de pregações em locais que não haviam chegado nenhuma missão assembleiana. Seu ministério começava ao ar livre, até alguém se converter e ceder a casa para cultos, e ali o número de membros crescia. Ela pregava, cantava, visitava enfermos e orava por eles e eram curados. Praticamente, tudo funcionava por ministério feminino, sendo ela a líder. Quando o ponto de pregação prosperava, chegavam os pastores e o local era oficializado como uma congregação da Assembleia de Deus, e eles tomavam a frente. Então, ela começava tudo outra vez, do zero... E foi assim até que viesse com o marido para São Paulo.

Aqui na capital paulista, por muitos anos a irmã Percides ocupou o posto de dirigente de Círculo de Oração e de professora de escola dominical. Gostava de evangelizar as pessoas mais duras de coração, como os ateus. Os convertidos tinham sua atenção, ela fazia discipulado dos neófitos com paciência e longanimidade. Por intermédio da dedicação dela em consagrar-se ao Senhor, os sinais do poder de Deus a seguiram. Sou testemunha ocular de pessoas abençoadas através do ministério cristão exercido por ela. Ela era alguém que amava as almas com bastante intensidade, era extrovertida, falante, de riso largo. Era casada com um homem de pouca conversa, porém cristão exemplar. Ele a apoiava em seus trabalhos da igreja. Ela nunca reivindicou o título eclesiástico, mas tenho a convicção que era uma pastora, pois sentia enorme satisfação em cuidar bem das ovelhas de Cristo.

Quem é contra mulheres no pastorado, não cogita que Deus nos dá o livre arbítrio. Note outras questões, como a escravatura. Existiam escravos na época da Igreja Primitiva e não há nenhum texto neotestamentário condenando essa questão. Pelo contrário, Paulo recomenda ao escravo Onésimo, aparentemente foragido, que retorne ao seu “dono”, Filemon. Por conta dessa passagem, por muitos anos muitos cristãos defenderam atividades escravagistas, como se elas tivessem o aval de Deus. Tanto Paulo como Pedro, nunca pediram alforria de escravos, apenas que os seus “senhores” os tratassem bem. O cerne da questão é que não há apoio bíblico para escravizar o ser humano, apenas o relato da situação aviltante existente nos tempos dos apóstolos.

Voltando para o assunto do pastorado feminino e da indiferença à honra que as mulheres merecem: não existe um só texto bíblico condenando o pastorado da mulher. Se o Espírito não quisesse mulheres pastoreando, não existiria gente crente como a irmã Percides. O vento sopra forte por meio de mulheres!

Penso que a mentalidade de quem proíbe mulheres pastoreando se equivoca com a função ministerial. Ser ministro significa ser aquele que serve, não é posto para ser servido. As mulheres são servidoras natas, é natural a elas serem assim.

Termino dizendo que sou partidário daqueles que pensam que uma mulher deve receber o título de pastora. Pessoas, como a irmã Percides, não deveriam ser vítimas do machismo por homens que se consideram servos do Deus que não discrimina ninguém.

E.A.G.

sexta-feira, 30 de março de 2012

EBD 2012 Jesus Cristo glorificado


Por Eliseu Antonio Gomes

Este artigo objetiva servir de subsídio aos cristãos que fazem uso do material pedagógico da CPAD, Lições Bíblicas da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, criada para o 2º trimestre de 2012, cujo título é “As Sete Cartas do Apocalipse: A Mensagem Final de Cristo à Igreja”, que tem como comentárista o Pr. Claudionor de Andrade.

No entanto, o conteúdo também se encaixa aos crentes  que não estão vinculados ao estudo  bíblico sistemático desta revista.

Lição nº 2: A visão do Cristo glorificado.

Jesus Cristo é o Verbo de Deus, que é Deus e estava com Deus no ato da criação (João 1.1-3). Por amor, voluntariamente, Ele deixou a realidade da glória e se fez ser humano como eu e você. E, segundo as informações do profeta Isaías, no capítulo 53, entre tantos seres humanos da geração em que nasceu, foi alguém que não tinha a melhor das aparências estéticas.

Como ser humano, Jesus viveu sem a glória divina.

"E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado." -  João 7.39.

O Filho de Deus, em forma humana, orou pedindo para receber a glorificação.

 "Jesus falou assim e, levantando seus olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti (...) E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse." - João 17. 1, 5.

O Filho de Deus sofreu muito antes de ser glorificado.

"Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir." - 1 Pedro 1.11.

Jesus compreendia que seria glorificado após padecer.

"E ele lhes disse: O néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?" -  Lucas 24.25-26.

Jesus tomou posse da glória divina ao ressuscitar.

"E por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus." - 1 Pedro 1.21.

Ressuscitado, demonstrou poder de aparecer e desaparecer dos lugares instantâneamente.

"Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados à mesa, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado." -  Marcos 16.14.

"E oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos dentro, e com eles Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco." - João 20.26.

O Filho de Deus, ao ser elevado ao céu, recebeu a glorificação solicitada.

"E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória." - 1 Timóteo 3.16.

Deus deu ao Filho coroa de glória e de honra. 


"Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos." -  Hebreus 2.9. 

Dentre os nascidos de mulher, Jesus Cristo é o primeiro a ser glorificado.

"Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem."- 1 Corintios 15.20.

Na volta de Cristo nos ares, os que morreram fiéis ressuscitarão e receberão corpo sobrenatural.

"Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela. Assim também a ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual." - 1 Coríntios 15.41-44.

"Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória." -  Colossenses 3.4.

Todos os fiéis, que estiveram em vida no corpo mortal, passarão por uma metamorfose.

"Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." - 1 Coríntios 15.51-52.

E.A.G.

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Observações:

O artigo está liberado para cópias, desde que citando o link do Belverede e o nome da autoria.

Clicando sobre a imagem que ilustra esta posgtagem você terá acesso para outros materiais que envolve este assunto.

terça-feira, 27 de março de 2012

EBD 2012 2º trimestre - Apocalípse revelação do Senhor Jesus Cristo

Por Eliseu Antonio Gomes

A revista Lições Bíblicas da Casa Publicadora das Assembleias de Deus, destinadas para Jovens e Adultos, do 2º trimestre de 2012, é “As Sete Cartas do Apocalipse: A Mensagem Final de Cristo à Igreja”. O comentárista é Claudionor de Andrade.

O presente artigo é agora publicado com o objetivo de servir como subsídio em salas de aulas, que fazem uso do material pedagógico da CPAD. No entanto, o estudo é abrangente, sendo aproveitável também para quem não esteja vinculado ao estudo  bíblico sistemático da revista.

Assim como todo o Novo Testamento, o livro Apocalípse, palavra que significa "revelação", foi escrito em grego.

Apocalípse é uma revelação divina, transmitida aos homens comunicando coisas até então ocultas. O conteúdo do livro é esplendoroso. João usa metáforas, símbolos, imagens e alusões. O livro contém visões, louvores, mensagens impactantes e juízos.

Na introdução do livro, tomamos ciência que a revelação de Deus é passada para Cristo, de Cristo ao anjo e do anjo a João.  A revelação veio para João em forma de visão, quando ele estava em um domingo cultuando ao Senhor além da costa da Turquia,  numa colônia penal romana na ilha mediterrânea chamada Patmos, em condição de prisioneiro de Roma  fazendo trabalhos forçados  de escavações.

Acima de tudo, Apocalípse é um livro escrito a partir da realidade de sua geração, para sua geração e não para as futuras gerações. Entretanto, as informações contidas nele valem para todos os tempos.

No primeiro século, d.C., era período de grande crise (6.9-11) e de violenta perseguição (7.9-14), no qual muitos cristãos perderam a vida. As perseguições de Nero (64-68) e de Domiciano (81-96) provocaram sérias dúvidas nos cristãos a respeito da realidade do reino de Deus, sobre a relevância da morte e triunfo de Jesus sobre ela.

João, envolvido em tarefas duras e forçadas, tinha sua mente ligada em Cristo e nos irmãos que eram membros das igrejas situadas no continente, das quais ele era o líder. Para essas comunidades concretas, contemporâneas do escritor, o livro foi redigido. Em primeiro plano, Apocalípse foi escrito para cristãos que viviam na Turquia ocidental, pessoas que se tornaram  crentes em Jesus por intermédio do ministério do apóstolo Paulo. Já eram passados cinquenta anos e Paulo havia sido executado, haviam crentes em praticamente todas as cidades, muitos não se lembravam bem dos primeiros dias de fé e estavam assustados com a perseguição religiosa. Alguns deles eram presos dentro dos templos quando se recusavam a se juntar aos poetas seculares que tratavam o imperador Domiciliano como deus. Eles sofriam socialmente, muitos tinham relações comerciais difíceis, pois comerciantes não cristãos se recusavam a comprar ou vender para quem não oferecia sacrifícios pagãos. Com essa pressão, alguns crentes deturparam os cultos a Deus, com o objetivo de se verem livres do caos social e da tirania da religião estatal, que obrigava divinizar o imperador.

A mensagem de Apocalípse, denominada como profecia (1.3; 22.7, 10, 18-19) é um recado de vitória. Quando a Igreja estava mergulhada em tempo angustiante - que era o paganismo de Roma, a religião do governo - quando os cristãos fieis que se recusavam a fazer parte dos cerimoniais eram considerados inimigos do Estado e perseguidos até a morte, Jesus usa João como profeta (10.11; 22.9) para proclamar o Cristo ressuscitado (1.8), lembrar que Cristo é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (19.16), o Verbo de Deus que vive para sempre (19.13; 1.17-18). E dizer que o Rei dos reis voltará brevemente e criará novos céus e nova terra, um novo período em que não haverá luto, choro e nem dor (22.6-7; 21.1; 20.11; 22.1-3; 21.4).

E.A.G.

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O material para subsídio da lição nº 2 já está disponível para você: Jesus Cristo glorificado

Clique sobre a imagem que ilustra o presente artigo e veja outros artigos que o blog Belverede disponibiliza como subsídio aos treze temas apresentado pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus para o ensino bíblico dominical.

Permitimos cópias deste conteúdo. Ao ser copiado e publicado em blogs, esperamos que informem fonte de coleta e autoria.

terça-feira, 13 de março de 2012

CPAD - EBD 2012, segundo semestre: As Sete Cartas do Apocalipse

Atualizado: 15 de Maio de 2012, às 08h04

Por Eliseu Antonio Gomes


A revista Lições Bíblicas, publicada trimestralmente pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), destinadas para Jovens e Adultos, no 2º trimestre de 2012, tem como tema “As Sete Cartas do Apocalipse: A Mensagem Final de Cristo à Igreja”. O comentárista é Claudionor de Andrade.

Segue os títulos das lições acompanhados de artigos deste blog. A finalidade do blog Belverede é entregar subsídios em classe, alunos e mestres. Esperamos que sejam de bom proveito.

Cliquem nas letras em azul seguidas do ponto, desta forma serão direcionados aos artigos.

Os temas a serem lecionados, serão:

Lição 1 – Apocalipse, a Revelação de Jesus Cristo.

Apocalípse: revelação do Senhor Jesus Cristo

A luz no fim do túnel

Lição 2 – A Visão de Cristo Glorificado.

Jesus Cristo glorificado

Lição 3 – Éfeso, a Igreja do Amor Esquecido.

EBD - Eféso: A Igreja do Amor Esquecido

O que é o primeiro amor?

Lição 4 – Esmirna, a Igreja Confessante e Mártir.


EBD 2012 - Esmirna: a Igreja Confessante e Mártir

Lição 5 – Pérgamo, a Igreja Casada com o Mundo.

A Igreja de Pérgamo e o Mundo


O estrito sentido bíblico do termo mundo 

Lição 6 – Tiatira, a Igreja Tolerante.


Tiatira: Igreja Tolerante

Os seguidores do erro do profeta Elias e a reação de Deus

Lição 7 – “Sardes, a Igreja Morta”.

EBD 2012: Sardes. A Igreja Morta


Lição 8 – Filadélfia, a Igreja do Amor Perfeito.


EBD 2012 - Filadelfia: A Igreja do Amor Perfeito

A Bíblia explica o amor 

Lição 9 – Laodiceia, uma Igreja Morna.

Laodiceia - A  igreja morna

Fonte de águas

Lição 10 – O Governo do Anticristo.

Lição 11 – O Evangelho do Reino no Império do Mal.

O Evangelho de Cristo é poder de Deus entre os homens

O Reino de Deus é justiça, paz e alegria

Lição 12 – O Juízo Final.

Bondade e justiça de Deus no juízo final

Lição 13 – A Formosa Jerusalém.

Definições escatológcas sobre a volta de Cristo

E.A.G.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A BÍBLIA SAGRADA – COMPARAÇÕES DOS LIVROS GÊNESIS E APOCALIPSE



Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração - Hebreus 4.12.
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A Bíblia é toda ela uma história só. A última parte do último livro da Bíblia soa como o final da história começada na primeira parte do primeiro livro.
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A primeira palavra do livro de Gênesis: “No princípio criou Deus os céus e a terra” Gênesis 1.1.
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Uma última palavra do Apocalipse é: “Vi novo céu e nova terra.” Apocalipse 21.1.
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Veja mais:
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Gênesis: “Ao ajuntamento das águas chamou mar” - 1.10;
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Apocalipse: “E o mar já não existe” - 21.1;
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Gênesis: “As trevas chamou a noite.” - 1.5;
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Apocalipse: “Lá não haverá noite.” - 21.25;
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Gênesis: “Deus fez os dois grandes luzeiros” - 1.16;
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Apocalipse: “A cidade não precisa nem do sol nem da lua, pois a glória de Deus a iluminou.” - 21.23;
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Gênesis: “No dia em que dela comeres morrerás” - 2.17;
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Apocalipse: “Não haverá mais mortes” - 21.4;
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Gênesis: “Multiplicarei sobremodo as tuas dores” - 3.16;
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Apocalipse: “Não mais haverá sofrimentos.” - 21.4;
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Gênesis: “Maldita é a terra por tua causa.” - 3.17;
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Apocalipse: “Não mais haverá maldições” - 22.3;

Gênesis: “Satanás aparece como o enganador da humanidade” - 3.1-4;
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Apocalipse: “Satanás desaparece para sempre” - 20.10;
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Gênesis: “Foram afastados da árvore da vida” - 3.22-24;
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Apocalipse: “Reaparece a árvore da vida.” - 22.2;
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Gênesis: “O homem afastou-se da presença de Deus” - 3.24;
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Apocalipse: “Verão a sua face” - 22.4;
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Gênesis: “A primeira habitação do homem foi um jardim à beira de um rio” - 3.23;
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Apocalipse: “A eterna habitação do homem redimido será ao lado de um rio que corre para sempre do trono de Deus” - 22.1.
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Fonte: Orkut. Jerusalém Celestial - Eu vou! / Lidiomar

domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Apocalipse: definições escatológicas sobre a Volta de Cristo, a Grande Tribulação e o Milênio

Os quatro cavaleiros do Apocalipse.
Tudo o que a Bíblia apresenta a respeito dos últimos acontecimentos da vida e da história não são simplesmente ocorrência de sorte ou azar para que façamos uma reflexão. O Livro de Gênesis mostra ao leitor da Bíblia que o Criador fez tudo compatível com um plano equilibrado e voltado para um ápice maravilhoso. Nada foi criado ao acaso. Quando Adão e Eva cederam à tentação do pecado, Deus pronunciou a promessa de que o descendente da mulher esmagaria a cabeça do Tentador (Gênesis 3.15; Apocalipse 12.9). E a partir deste episódio, gradualmente um plano de redenção é revelado com promessas aos servos do Senhor: a Abraão (Gênesis 12.3), a Davi (2 Samuel 7.11,16) e aos profetas do Antigo Testamento.

A redação do apóstolo Paulo enfatiza a inclusão da Igreja nesta promessa de salvação, dizendo o seguinte: "aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Filipenses 1.6). Ou seja: a Bíblia toda coloca em evidência o futuro assegurado pela própria organização de Deus com relação aos judeus e não judeus no Plano da Salvação em Cristo Jesus.

As testemunhas oculares que viram Jesus subir ao céu receberam a promessa da sua volta (Atos 1.11). Quando o Evangelho de Cristo alcançou os gentios através da pregação dos seguidores do Salvador, a mensagem compartilhada tinha como característica estar "em poder e no Espírito Santo, e em muita certeza", assim muitas pessoas abandonavam os ídolos e passavam a viver servindo ao Deus vivo e verdadeiro, e a aguardar a Volta de Jesus Cristo, a quem um dia morreu e ressuscitou, e torna o crente livre a ira futura (1 Tessalonicenses 1.5, 9-10).

As visões de João, relatadas no Livro do Apocalipse, quando este estava feito prisioneiro na ilha de Patmos, mostram um cenário escatológico apontando para a vitória posterior de Cristo, acrescentam a garantia do reino milenar antes do derradeiro juízo e dos novos céus e nova terra profetizados por Isaías (65.17; 66.22). Então, a partir da Ásia Menor, portanto, os conceitos premilenistas se espalharam com rapidez.

Ao ler o livro Apocalipse, é importante compreender alguns termos usados nas doutrinas escatológicas:

A segunda vinda de Cristo: Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia aborda sobre a Segunda Vinda de Jesus, este evento é o mais esperado pela Igreja ao passar dos séculos. A volta corporal de Cristo à Terra, será primeiro nos ares, fora da visão da população mundial que não o reverencia e nem nEle crê, para levar consigo a Igreja ao céu, depois o retorno do Messias acontecerá na metade da Grande Tribulação, em glória, quando todo olho o verá, como juiz e Rei de todas as nações da Terra.

O arrebatamento: Reunião instantânea de toda a Igreja existente na terra para encontrar-se com Jesus nos ares e estar com Ele para sempre. é descrito nas narrativas bíblicas como o assalto e rapto repentino da Igreja. As pessoas lavadas e redimidas pelo sangue do Cordeiro serão retiradas desse mundo sem que as pessoas que não obedecem ao Senhor percebam de imediato o que ocorreu (1 Tessalonicenses 5.2, 4; 1 Corintios 15.52).

A Grande Tribulação: Geralmente, o termo "tribulação" é usado referindo-se às dificuldades e sofrimentos que o povo de Deus está sujeito a ser acometido. Está escrito em Atos 14.22 tem um aconselhamento de ânimo, falando aos cristão a não desanimarem na fé, pois os justos experimentam muitas aflições para entrar no Reino de Deus. Porém, Jesus é específico ao comentar sobre o final dos tempos, quando chegarão dias de Grande Tribulação sem igual na História da humanidade, quando o sol escurecerá e a lua não refletirá nenhuma luminosidade, as estrelas desabarão do céu, os poderes do céu serão abalados, momento em que o sinal do Filho do Homem surgirá (Mateus 24.21; e 24.29).

A informação que a Grande Tribulação durará sete anos não consta no Novo Testamento. O profeta Daniel apresentou esta previsão no capítulo 9 e versículos 24 ao 27, de maneira bastante detalhada. O Livro do Apocalipse retoma a questão de tempo, porém, especificando três anos e meio (ver as porções bíblicas 11.3; 12.6; e 13.5).

O pré-tribulacionismo: A perspectiva afirmando que o Arrebatamento acontecerá na História, sem aviso prévio, após o qual a Grande Tribulação será desencadeada é conhecida como Arrebatamento Pré-Tribulacional.A afirmação de que antes de Cristo retornar em glória, retornará em ser percebido pelo mundo para buscar a Igreja e conduzi-la ao céu, implica na defesa do argumento de que a Igreja não experimentará o terrível momento da Grande Tribulação.

O mid-tribulalacionismo: A perspectiva que afirma que o arrebatamento ocorrerá no meio do período da tribulação, mas a 2ª vinda de Cristo acontecerá ao final da mesma (portanto, a Igreja não passará pela segunda metade da tribulação).

O pós-tribulacionismo: A perspectiva dizendo que o arrebatamento coincidirá com a Segunda Vinda
de Cristo ao final da tribulação, portanto, segundo esta interpretação a Igreja passará pela tribulação A maioria dos pós-tribulacionistas interpretam que a Igreja será livrada, que Deus os protegerá de modo especial, como protegeu os israelitas das pragas do Egito (1 Tessalonicenses 5.9), mas há entre eles aqueles que acreditam que alguns crentes que estiverem vivos nesta época, serão martirizados.

O amilenismo: A perspectiva que diz que não haverá milênio terrestre, que os mil anos em Apocalipse 20 são simbólicos da era da Igreja em que vivemos. Nesta visão interpretativa, a Segunda Vinda dará início ao estado final dos novos céus e nova terra, o retorno do Senhor se dará ao final da História.

O pré-milenismo clássico ou histórico: O prefixo "pré" significa "antes". Teólogos dessa corrente  dizem  que a Segunda Vinda de Cristo precederá seu reinado milenar. Para eles o tempo de mil anos será literal, interpretam as profecias do Antigo Testamento, bem como as de Jesus de maneira estrita, para eles acontecerá literalmente como os textos bíblicos esclarecem. Jesus governará física e pessoalmente a Terra por exatos mil anos.

O pré-milenismo pré-tribulacionista / pré-tribulacionista dispensacionalista: É uma posição semelhante ao pré-milenista clássico, é o retorno invisível de Cristo nos ares.

O milênio: O período de mil anos revelado em Apocalipse; terá início no final da Grande Tribulação (20.1-6). Época maravilhosa, tempo no qual Cristo reinará em todo planeta Terra em comprimento às alianças abraâmica, davídica e da Nova Aliança. A cifra mil corresponde a mil anos, literalmente. Será uma temporada de paz, prosperidade e justiça. Nesta ocasião, Jesus Cristo, que outrora foi humilhado, sofreu e morreu pelos nossos pecados, se apresentará a todos como o Rei dos reos e Senhor dos senhores, e regerá as nações com vara de ferro (Gálatas 3;13; Apocalipse 19.15; Salmos 2.7-12; Isaías 11.1-10).

Esta época é aguardada com ansiedade pelo povo judeu. Jesus mantém esta esperança para Israel, apenas não revelou o tempo; Muitas profecias falam deste tempo glorioso aos descendentes da linhagem de Abraão (Zacarias 14.9-21; Miqueias 4.8-13; Daniel 2.44-45; Isaías 11.1-13; e 60.1 e 66.20; Lucas 2.25-38; Atos 15.16; Apocalipse 20.1-6).

O pós-milenismo: A perspectiva de que o mundo será "cristianizado" gradativamente, que o mundo será gradualmente convertido até que a Igreja tenha a capacidade de instalar na Terra um estado de retidão e paz entre todos os povos e nações. A ideia de que a Igreja reinará durante um milênio após a Segunda Vinda de Cristo, até haver um surto do mal e Cristo aparecera na Terra garantindo a era de ouro da Igreja.

Definições apocalípticas sobre a volta de Cristo a Grande Tribulação e o Milênio.

E.A.G.

Atualizado em 16 de abril de 2019, às 00h55.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Fontes de águas

A orientação bíblica que temos é que uma fonte não pode jorrar água doce e salgada ao mesmo tempo (Tiago 3.11,12).

Por isso em nenhum momento é aceitável que um servo de Deus ofenda ao outro. A pessoa que adora ao Senhor e também é ofensora contra o próximo é vista como morna por Deus. E Deus está pronto para vomitá-la, tamanha a abominação que sente por crente assim. Ver: Apocalipse 3.15,16.

Na medida que o cristão erra e não assume seus erros, atesta-se a insensibilidade que o conformismo traz. O fato de não assumir o erro também sugere insensibilidade à voz do Espírito (Romanos 12.2). E o Espírito confirma indiretamente que a mudança de vida tão sugerida por Jesus não foi concluída no coração.

E.A.G.