A revista Lições Bíblicas, publicação da CPAD, Vencendo as Aflições da Vida, matéria número 14, aborda a prisão de Paulo, quando ele escreveu a carta aos crentes da cidade grega de Filipos. O comentarista Eliezer de Lira e Silva usa a situação de provação e sofrimento do apóstolo para construir um paralelo com o sofrimento de todos os cristãos de todos os tempos.
Onde Paulo estava preso?
Temos informação sobre o encarceramento e quais eram os destinatários da epístola que Paulo escreveu, mas não possuímos a informação do local, pois ele não disse onde era. Apenas deixou pistas ao referir à "guarda do palácio do governador" e comentou sobre pessoas do palácio do imperador (Filipenses 1.1, 7, 13-14; 4.22). Atos do Apóstolos revela que Paulo esteve preso duas vezes em Cesaréia (23.31-26.32) e em Roma (28.16-31). Como as expressões que o apóstolo usou podem se aplicar aos trabalhadores que estavam em atividades em Roma e também nas provincias, então, não podemos deduzir em qual localidade Paulo escreveu a carta.
Onde Paulo estava preso?
Temos informação sobre o encarceramento e quais eram os destinatários da epístola que Paulo escreveu, mas não possuímos a informação do local, pois ele não disse onde era. Apenas deixou pistas ao referir à "guarda do palácio do governador" e comentou sobre pessoas do palácio do imperador (Filipenses 1.1, 7, 13-14; 4.22). Atos do Apóstolos revela que Paulo esteve preso duas vezes em Cesaréia (23.31-26.32) e em Roma (28.16-31). Como as expressões que o apóstolo usou podem se aplicar aos trabalhadores que estavam em atividades em Roma e também nas provincias, então, não podemos deduzir em qual localidade Paulo escreveu a carta.
Uma das faces das tribulações do apóstolo
Jesus Cristo revelou a Ananias o futuro de Paulo: "Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome" - Atos 9.15-16.
É fato: Jesus Cristo avisou que no mundo teríamos aflições (João 16.33). Então nenhum cristão deve viver em ilusão, acreditar na falácia de que não terá problemas porque está convertido a Cristo, como se a vida cristã fosse um "mar de rosas". Mas, é preciso entender a razão de precisar passar algumas fases da vida com o coração aflito.
A experiência paulina contém uma lição preciosa a todos nós. Os episódios das prisões de Paulo são partes da colheita de muita coisa ruim que ele plantou antes da sua conversão. Antes de se converter, ele foi responsável pela orfandade de muitas crianças, viuvez de esposas, por pais e mães enterrarem seus filhos (Atos 9.5). O apóstolo sabia disso, e escreveu o seguinte: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido" - Gálatas 6.7-9.
Quem plantar em sua vida abrolhos - planta que dá frutos espinhosos -, não ore a Deus pedindo para Ele trocar sua colheita ruim por uvas deliciosas ou outra espécie de fruta palatável. Ele é justo e não responderá este tipo de oração.
O próprio Filho do Altíssimo alertou a Pedro sobre o resultado da semeadura, quando o discípulo fez uso da violência contra o soldado Malco: "Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão" - Mateus 26.52. Ou seja, quem causar sofrimentos, também sofrerá.
No livro de Provérbios está escrito que "os justos se libertam pelo conhecimento" (11.9). Faça uma boa plantação e terá resultados prazeirosos. O cristão deve ser justo e praticar o bem para colher coisas boas, nenhum injusto receberá bênção por cometer injustiças. O injusto deve esperar apenas o galardão das suas injustiças (2 Pedro 2.12-14).
Ninguém deve acreditar que a excelente colheita que o próximo recebe poderá ser transferida para si e que a sua colheita, de péssima qualidade, é transferível aos outros, que dela não são responsáveis pelo plantio. Cada um recebe a porção que plantou. Deus é justo, não permite que o plantador da oliveira perca o direito de receber o produto de sua colheita, e em troca das olivas receba espinhos, plantadas por decisão de seu vizinho inconsequente.
As colheitas de aflições e a inveja
"E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros" - Gálatas 5.24-26.
O vício de irritar o irmão é uma obra carnal, e como temos visto aborrecedores de irmãos! Ser promotor de irritação é uma das modalidades de escárnio, ser escarnecedor é proceder em direção contrária ao desejo do Espírito. Assim sendo, nenhum pirracento espere colher o amor de Deus aqui nesta vida e na eternidade, se não se converter do seu mau caminho.
Ah... Produza o bem, para não correr o risco de experimentar as colheitas de aflições e possuir olhar de inveja sobre os benefícios que seu irmão usuflui.
Encontramos a situação deste tipo de inveja na passagem O Rico e Lázaro. Lázaro desfrutava de bem-estar no seio de Abraão, ele colhia bênçãos como uma recompensa por crer em Deus e não haver praticado males durante as experiências de muitas privações enquanto em vida terrena. Ganhou o direito das benesses divinas porque não praticou males. O rico, que não o socorreu enquanto o via sofrer na Terra, ao passar a colher frutos do egoísmo e indiferença que plantou, sofrendo no inferno, ordenou a Abraão que orientasse Lázaro a serví-lo com um pouco de água. O rico desejava receber a colheita que não merecia e nem lhe pertencia! (Lucas 16.24)
Os participantes das aflições de Cristo e os cristãos inconsequentes
O apóstolo Paulo e outros apóstolos sofreram perseguição religiosa. Mas, eles não foram pessoas perfeitas e sem pecados, cometeram erros e colheram o fruto de seus equívocos também.
Alguns cristãos enaltecem o sofrimento dos apóstolos, como se as aflições deles fossem da vontade de Deus, um espetáculo que o Criador gosta de assistir de camarote. Para estes, eu costumo dizer que é necessário observar como era a vida e como foi o fim que os apóstolos tiveram, é preciso fazer a contextualização histórica. Eles viveram em outro cenário político, outros costumes, outra sociedade. Não é possível fazer uma comparação sem levar em consideração todas as diferenças existentes entre o passado e o presente. Além disso, nem tudo o que Deus permite é de Sua vontade, muitos acontecimentos ocorrem por causa do uso equivocado do livre-árbritrio que o ser humano tem, por não saber usar a liberdade de maneira correta (1 Corintios 8.9; Gálatas 5.13, 1 Pedro 2.6).
"Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte" - 1 Pedro 4.13-16.
Talvez, lembrando-se do episódio em que foi repreendido por Jesus quando usou a espada e cortou a orelha de Malco, Pedro escreveu abordando o cuidado que devemos ter em nossas ações. Ele fez uma distinção quanto ao tipo de aflições que o cristão está sujeito a passar.
Conclusão
Nem todos os reveses acontecem na vida do cristão por causa da fé em Cristo. Muitos aflitos sofrem por plantar abrolhos, cardos, espinhos - e se machucam com eles. Em momentos de aconselhamentos espirituais, é comum encontrar quem reclame de momentos maus que atravessam sem enxergar sua parcela de culpa. Ao analisar o problema, percebemos que elas também provocaram o mau que as aflige.
"Abstende-vos de toda a aparência do mal" - 1 Tessalonicenses 5.22.
Conheço uma pessoa que possui problema na vista, ela enxerga muito mal. Apesar disso, desloca-se pela cidade como motorista. Por diversas vezes já passou pela iminência de acidentes no trânsito. Nega-se a fazer a cirurgia que expele a catarata, apesar de muitas pessoas próximas lhe recomendarem que faça isso. Caso ocorra o pior, será uma colheita previsível e não a mera fatalidade.
Existem muitas circunstâncias na vida parecidas com essa, porém menos drásticas. A pessoa que não se aplica aos estudos terá um futuro pouco promissor; o profissional que não se qualifica poderá perder sua vaga para o colega que faz reciclagem de seus conhecimentos; o sujeito que não se alimenta de maneira balanceada, poderá desenvolver doenças no estômago, ou diabetes. Etc.
É comum encontrar muita gente usando o exemplo das aflições dos apóstolos como um espelho do que significa ser cristão autêntico. Enaltecem as aflições que os cristãos hebreus passaram, como que se a vida feliz e em tranquilidade aqui na Terra fosse estar totalmente fora da vontade de Deus.
Se o sofrimento que experimentamos ocorre por causa da fé, então, somos felizardos espiritualmente. Mas, se é motivado por atitudes inconsequentes, resta-nos lamentar e nos esforçarmos para mudar a espécie de plantação que estamos fazendo hoje, para recebermos no futuro momentos bons como colheita. É preciso abandonar erros, passar a agir corretamente para alcançar dias melhores.
Quem cuida de sua semeadura, fazendo o plantio de acordo com a Palavra de Deus, estará sujeito a ser afligido com algum grau de perseguição religiosa, por causa do seu amor a Cristo, porém, com toda certeza, sofrerá bem menos do que a pessoa que lança em sua vida sementes de irresponsabilidades, maldades, indiferenças e ódio.
E.A.G.
Jesus Cristo revelou a Ananias o futuro de Paulo: "Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome" - Atos 9.15-16.
É fato: Jesus Cristo avisou que no mundo teríamos aflições (João 16.33). Então nenhum cristão deve viver em ilusão, acreditar na falácia de que não terá problemas porque está convertido a Cristo, como se a vida cristã fosse um "mar de rosas". Mas, é preciso entender a razão de precisar passar algumas fases da vida com o coração aflito.
A experiência paulina contém uma lição preciosa a todos nós. Os episódios das prisões de Paulo são partes da colheita de muita coisa ruim que ele plantou antes da sua conversão. Antes de se converter, ele foi responsável pela orfandade de muitas crianças, viuvez de esposas, por pais e mães enterrarem seus filhos (Atos 9.5). O apóstolo sabia disso, e escreveu o seguinte: "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido" - Gálatas 6.7-9.
Quem plantar em sua vida abrolhos - planta que dá frutos espinhosos -, não ore a Deus pedindo para Ele trocar sua colheita ruim por uvas deliciosas ou outra espécie de fruta palatável. Ele é justo e não responderá este tipo de oração.
O próprio Filho do Altíssimo alertou a Pedro sobre o resultado da semeadura, quando o discípulo fez uso da violência contra o soldado Malco: "Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão" - Mateus 26.52. Ou seja, quem causar sofrimentos, também sofrerá.
No livro de Provérbios está escrito que "os justos se libertam pelo conhecimento" (11.9). Faça uma boa plantação e terá resultados prazeirosos. O cristão deve ser justo e praticar o bem para colher coisas boas, nenhum injusto receberá bênção por cometer injustiças. O injusto deve esperar apenas o galardão das suas injustiças (2 Pedro 2.12-14).
Ninguém deve acreditar que a excelente colheita que o próximo recebe poderá ser transferida para si e que a sua colheita, de péssima qualidade, é transferível aos outros, que dela não são responsáveis pelo plantio. Cada um recebe a porção que plantou. Deus é justo, não permite que o plantador da oliveira perca o direito de receber o produto de sua colheita, e em troca das olivas receba espinhos, plantadas por decisão de seu vizinho inconsequente.
As colheitas de aflições e a inveja
"E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros" - Gálatas 5.24-26.
O vício de irritar o irmão é uma obra carnal, e como temos visto aborrecedores de irmãos! Ser promotor de irritação é uma das modalidades de escárnio, ser escarnecedor é proceder em direção contrária ao desejo do Espírito. Assim sendo, nenhum pirracento espere colher o amor de Deus aqui nesta vida e na eternidade, se não se converter do seu mau caminho.
Ah... Produza o bem, para não correr o risco de experimentar as colheitas de aflições e possuir olhar de inveja sobre os benefícios que seu irmão usuflui.
Encontramos a situação deste tipo de inveja na passagem O Rico e Lázaro. Lázaro desfrutava de bem-estar no seio de Abraão, ele colhia bênçãos como uma recompensa por crer em Deus e não haver praticado males durante as experiências de muitas privações enquanto em vida terrena. Ganhou o direito das benesses divinas porque não praticou males. O rico, que não o socorreu enquanto o via sofrer na Terra, ao passar a colher frutos do egoísmo e indiferença que plantou, sofrendo no inferno, ordenou a Abraão que orientasse Lázaro a serví-lo com um pouco de água. O rico desejava receber a colheita que não merecia e nem lhe pertencia! (Lucas 16.24)
Os participantes das aflições de Cristo e os cristãos inconsequentes
O apóstolo Paulo e outros apóstolos sofreram perseguição religiosa. Mas, eles não foram pessoas perfeitas e sem pecados, cometeram erros e colheram o fruto de seus equívocos também.
Alguns cristãos enaltecem o sofrimento dos apóstolos, como se as aflições deles fossem da vontade de Deus, um espetáculo que o Criador gosta de assistir de camarote. Para estes, eu costumo dizer que é necessário observar como era a vida e como foi o fim que os apóstolos tiveram, é preciso fazer a contextualização histórica. Eles viveram em outro cenário político, outros costumes, outra sociedade. Não é possível fazer uma comparação sem levar em consideração todas as diferenças existentes entre o passado e o presente. Além disso, nem tudo o que Deus permite é de Sua vontade, muitos acontecimentos ocorrem por causa do uso equivocado do livre-árbritrio que o ser humano tem, por não saber usar a liberdade de maneira correta (1 Corintios 8.9; Gálatas 5.13, 1 Pedro 2.6).
"Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é glorificado. Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios alheios; mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus nesta parte" - 1 Pedro 4.13-16.
Talvez, lembrando-se do episódio em que foi repreendido por Jesus quando usou a espada e cortou a orelha de Malco, Pedro escreveu abordando o cuidado que devemos ter em nossas ações. Ele fez uma distinção quanto ao tipo de aflições que o cristão está sujeito a passar.
Conclusão
Nem todos os reveses acontecem na vida do cristão por causa da fé em Cristo. Muitos aflitos sofrem por plantar abrolhos, cardos, espinhos - e se machucam com eles. Em momentos de aconselhamentos espirituais, é comum encontrar quem reclame de momentos maus que atravessam sem enxergar sua parcela de culpa. Ao analisar o problema, percebemos que elas também provocaram o mau que as aflige.
"Abstende-vos de toda a aparência do mal" - 1 Tessalonicenses 5.22.
Conheço uma pessoa que possui problema na vista, ela enxerga muito mal. Apesar disso, desloca-se pela cidade como motorista. Por diversas vezes já passou pela iminência de acidentes no trânsito. Nega-se a fazer a cirurgia que expele a catarata, apesar de muitas pessoas próximas lhe recomendarem que faça isso. Caso ocorra o pior, será uma colheita previsível e não a mera fatalidade.
Existem muitas circunstâncias na vida parecidas com essa, porém menos drásticas. A pessoa que não se aplica aos estudos terá um futuro pouco promissor; o profissional que não se qualifica poderá perder sua vaga para o colega que faz reciclagem de seus conhecimentos; o sujeito que não se alimenta de maneira balanceada, poderá desenvolver doenças no estômago, ou diabetes. Etc.
É comum encontrar muita gente usando o exemplo das aflições dos apóstolos como um espelho do que significa ser cristão autêntico. Enaltecem as aflições que os cristãos hebreus passaram, como que se a vida feliz e em tranquilidade aqui na Terra fosse estar totalmente fora da vontade de Deus.
Se o sofrimento que experimentamos ocorre por causa da fé, então, somos felizardos espiritualmente. Mas, se é motivado por atitudes inconsequentes, resta-nos lamentar e nos esforçarmos para mudar a espécie de plantação que estamos fazendo hoje, para recebermos no futuro momentos bons como colheita. É preciso abandonar erros, passar a agir corretamente para alcançar dias melhores.
Quem cuida de sua semeadura, fazendo o plantio de acordo com a Palavra de Deus, estará sujeito a ser afligido com algum grau de perseguição religiosa, por causa do seu amor a Cristo, porém, com toda certeza, sofrerá bem menos do que a pessoa que lança em sua vida sementes de irresponsabilidades, maldades, indiferenças e ódio.
E.A.G.