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segunda-feira, 7 de abril de 2014

O propósito dos dons espirituais

"Assim, também vós, como desejais dons espirituais, procurai sobejar neles, para a edificação da igreja" - 1 Coríntios 14.12.

A experiência da vida cristã indica que grande parte das pessoas, nas igrejas pentecostais e neopentecostais, não sabe lidar muito bem com os recursos espirituais que Deus coloca à disposição dos crentes. A  começar pelo batismo com o Espírito Santo, há uma confusão de ideias sobre sua natureza, a forma de receber, usar, e sua finalidade.

Presentes

Os dons são presentes e não podem ser comprados. Deus nos deu o seu Filho para que fôssemos salvos. Alguém é capaz de comprar a salvação? Pode-se vender a vida eterna? Não. De igual forma os dons espirituais são presentes indispensáveis, recursos que não podem ser vendidos e nem barganhados. É o Espírito Santo quem os distribui gratuitamente e quem os recebe não tem condições de comercializá-los.

Dons são habilidades, para recebê-las basta crer e pedir com fé. Ninguém recebe dons divinos por méritos próprios, mas pelo favor e misericórdia do Senhor.

A primeira relação dos dons com a ênfase do fato que cada um é dado pelo Espírito está em 1 Coríntios 12.8-11. Este texto tem paralelo com Hebreus 2.4, que fala dos apóstolos que primeiramente ouviram o Senhor e depois transmitiram o Evangelho com Deus testificando a ação evangelística através da manifestação de sinais, milagres, maravilhas - isto é, os dons do Espírito distribuídos segundo a sua vontade.

Finalidade

Os dons têm um lugar especial no cristianismo e são muito úteis. São sempre concedidos aos crentes visando um propósito específico. Qual será este objetivo?

Há quem acredite que o cristão é batizado apenas para falar línguas. Na verdade, em princípio, a capacitação para falar línguas é apenas uma das experiências do batismo com o Espírito Santo.

O Espírito concede os dons a cada um como Ele quer, mas sempre com propósitos e finalidades especiais. O alvo divino é a edificação de todos os membros do Corpo, uma contribuição eficaz do Senhor à unidade e ao fortalecimento e expansão de sua Igreja, tanto no sentido universal como no sentido da congregação local.

Edificar ("oikodomeo"em grego): fortalecer, promover a maturidade e o caráter santo dos crentes.

O dom de língua e o amor

Paulo escreveu: "O que fala em língua estranha edifica a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja" - 1 Corintios 14.4. Não se deve proibir que o crente fale em línguas para si próprio, há o dever de ensiná-lo a controlar-se para não elevar a voz numa mensagem ininteligível que atrapalhe o curso do culto.

O crente deve ser orientado a desenvolver sua adoração individual, plena da unção do Espírito, pois essas ocasiões do falar em línguas expressam o que a alma deseja dizer a Deus em intercessões, súplicas e glorificações ao Senhor. Não é possível haver igreja edificada se os membros batizados não estiverem se edificando espiritualmente.

O amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário, encontra lugar até mesmo entre os dons carismáticos, porém, os dons separados do amor são como um corpo sem alma. Escrevendo para os cristãos de Corinto, o apóstolo Paulo afirmou que a prática de dons sem amor não é mais do que um instrumento metálico barulhento.

Equívocos

• Os dons e a espiritualidade

Alguns crentes pensam que o batismo com o Espírito Santo é uma bênção que condiciona o crente a ser salvo. Na verdade o batismo serve para que o cristão tenha poder para testemunhar com eficácia a mensagem do Evangelho (Atos 1.8).

Se o batismo com o Espírito Santo e o uso dos dons espirituais não são bem compreendidos no seio da congregação, a ignorância relativa ao assunto tem como consequência comportamentos inadequados com relação à espiritualidade dos membros.

Por falta de conhecimento bíblico, muitos crentes acreditam piamente que os dons são sinais de grande espiritualidade e superioridade aos que o têm. Porém, não são. Os dons são dádivas divinas cuja finalidade não é tornar o seu portador uma pessoa mais espiritual. É o Espírito Santo quem santifica o crente quando este se subordina às suas orientações (João 3.5).

Corinto, cidade grega cosmopolita onde havia muita idolatria, paganismo e imoralidade, possuía uma igreja fundada por Paulo. Na Igreja de Corinto, uns falavam em línguas; outros profetizavam; outros interpretavam; outros tinham dons de curas e milagres; outros possuíam conhecimento espiritual. O apóstolo relatou que naquela congregação havia bastante manifestação de dons espirituais mas também afirma categoricamente que os crentes daquela comunidade eram carnais e meninos na fé (1 Corintios 1.7; 3.1). Um verdadeiro paradoxo à primeira vista, mas observando com atenção o texto bíblico é possível perceber que eles não compreendiam muito bem o propósito dos dons espirituais, é possível apontar que havia ali crentes invejosos, crentes promotores de contendas e dissenções lançando irmãos contra irmãos, crentes que consideravam-se superiores aos demais porque possuíam dons. Havia ali rivalidade entre grupinhos de simpatizantes de Paulo, Apolo, Pedro e Jesus.

• Os dons e a individualidade

Infelizmente, muitos crentes pentecostais não estão mais sendo usados pelo Espírito Santo, mas estão tentando usar o Espírito Santo. Vemos crentes fazendo uso errado dos dons, tentam usá-los para alcançar interesses pessoais, escalar posições eclesiásticas, como se a distribuição de dons fosse algo exclusivo de alguns crentes elitizados.

Os dons espirituais não são dados para uso interesseiro e egoísta. Devemos tomar cuidado contra as falsas manifestações espirituais.

Deus sonda os corações, conhece todas as intenções. Chegará o momento em que toda a Humanidade prestará contas com Ele sobre o uso de dons e talentos, quando repudiará para sempre aqueles que quiseram ter para si proveito pessoal de recursos divinos que devem servir de bênção coletiva. Neste dia de julgamento, muitos ouvirão do próprio Senhor a sentença de desaprovação (Mateus 7.24).

• Os dons e a coletividade

O apóstolo Pedro exortou a igreja sobre como o dom de Deus deve ser administrado. Usou a figura do despenseiro, que, antigamente, era o homem de confiança do patrão, a pessoa que cuidava da sua despensa, fazendo a compra dos mantimentos, zelando pelo estoque posto à chave, mantendo o fluxo de entradas e saídas para que não estragassem, era a pessoa escolhida para preservar a saúde do chefe e de toda sua família. Os portadores de dons, são despenseiros de Deus em serviço à favor da família de Deus (Efésios 2.19; 1 Pedro 4.10, 11).

Tudo deve ser feito para a edificação da igreja. Se este não for o propósito do portador do dom, não faz sentido demonstrações vazias de espiritualidade, por mais espontâneas e interessantes que elas sejam. O único propósito do Espírito Santo ao outorgar poderes aos cristãos é sempre o de glorificar a Cristo para o benefício e o bem de todos (1 Corintios 14.17; 12.7).

Paulo registra que há nove tipo de dons, repare que não afirmou nove dons. Na igreja bem edificada, os dons são abundantes. Há palavra da sabedoria, ciência de Deus, a fé em ação, variedades de dons de curar, operação de maravilhas, profecia verdadeira, discernimento de espíritos, dons de línguas associadas à interpretação (1 Corintios 12.7-10). Todos os dons são utilizados com base no amor ao próximo, o portador dos dons os usa para abençoar seus irmãos.

Conclusão

O presente artigo tem a finalidade de incentivar os cristãos à conscientização. Se não fossem os dons espirituais, a Igreja de Jesus Cristo, representante dos céus na terra nestes últimos dias antes da Segunda Vinda de Jesus, seria apenas uma instituição meramente humana, uma associação religiosa "sem fins econômicos", por exigência legal. Os dons, ministérios e operações são componentes do estoque de um arsenal espiritual que a equipam,  ante as forças hostis que se opõem a ela, para o cumprimento de sua missão, que é a proclamação do Evangelho e inibir a ação do malígno (Efésios 3.10).

O que seria da igreja se não houvessem esses recursos sobrenaturais, dádivas importantes e necessárias que contribuem para o avanço da Igreja? Teria sido destruída. É importantíssimo que líderes e liderados se envolvam mais e continuamente na promoção do ensino bíblico quanto a origem, a natureza e o propósito dos dons espirituais na Igreja de Cristo. Pois, para que ela continue a vencer as perseguições que sofre é necessário que tenha conhecimento das armas espirituais que possui e saiba usá-las perfeitamente, só assim "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Marcos 16.18).

E.A.G.

Compilações
Dons Espirituais & Ministeriais - Servindo a Deus e aos homens com poder sobrenatural; Elinaldo Renovato; páginas 22-31; janeiro de 2014; Rio de Janeiro (CPAD);
Ensinador Cristão, ano 15, nº 58, páginas 31 e 37, 2º trimestre de 2014, Rio de Janeiro (CPAD).
Lições Bíblicas - Jovens e Adultos; 2º trimestre de 2014; lição 2; Rio de Janeiro (CPAD

Artigo relacionado:

CPAD - EBD: 2º trimestre 2014 - Dons Espirituais e Ministeriais - servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário 

Os dons da Palavra e do Conhecimento

sábado, 5 de abril de 2014

E deu dons aos homens

Neste trimestre estudaremos sobre os dons ministeriais e espirituais. Depois da morte e ressurreição de Cristo, acreditamos que os dons são uns dos assuntos mais relevantes do Novo Testamento para a Igreja de Cristo. Os dons espirituais e ministeriais são dádivas divinas para a Igreja atual. Alguns erroneamente afirmam que os dons foram para a igreja do primeiro século. Esta afirmação contraria a Bíblia, que diz em Joel 2.28: "E há de ser, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, e os vossos jovens terão visões". Os dons são para a Igreja de Cristo até a sua Segunda Vinda. O apóstolo Paulo declarou aos coríntios que não devemos ser ignorantes a respeito dos dons (1 Coríntios 12.1).

Na Palavra de Deus, encontramos três listas principais que tratam a respeito dos dons. As três listas se completam. Podemos encontrar a primeira lista em Romanos 12.4-8. Aqui estão relacionados os dons de serviço. A segunda lista está em 1 Coríntios 12 e nela encontramos listados os dons espirituais. A terceira relação se encontra em Efésios 4.11, onde encontramos os dons ministeriais. Tanto os dons de serviço quanto os ministeriais e espirituais têm como propósito a edificação do Corpo de Cristo.

Usando os dons de maneira a agradar a Deus

Os dons devem ser utilizados com um propósito específico, a fim de que o nome de Cristo seja glorificado. Quem deseja os dons necessita compreender que toda a nossa capacidade e habilidade vem do Senhor. É uma capacidade sobrenatural, não é inata. Estas habilidades são resultado único da graça divina em nossas vidas.

No uso dos dons, o crente também precisa conscientizar-se de que o Corpo de Cristo é formado por vários membros, com funções diferentes, mas isso não significa que um é mais importante do que o outro. Todos têm o seu valor e devem funcionar em harmonia, visando o bem de todos. Não existe um dom que seja superior aos outros, eles se complementam para a glória do Senhor.

Não seja ignorante quanto aos dons espirituais

Os dons é um assunto tão importante para a igreja, que Paulo exorta aos Coríntios a que todos sejam instruídos no assunto (1 Coríntios 12.1). A falta de conhecimento leva ao fanatismo, gerando sérios problemas. A cidade de Corinto era marcada pela idolatria. O Brasil também tem uma diversidade religiosa grande, muitos irmãos em nossa igrejas vieram de religiões idólatras, onde o uso de "poderes místicos" é comum. Precismos estudar, à luz da Palavra, a respeito dos dons a fim de que venhamos discernir os verdadeiros dons do Espírito. A falta de ensino contribui para o surgimento de muitas heresias.

Fonte: Ensinador Cristão, página 36, ano 15, número 58, Rio de Janeiro, CPAD.

sábado, 15 de março de 2014

Inteligência + sabedoria = sucesso

"Apega-te à instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida" - Provérbios 4.13.

Infelizmente, não são todos os cristãos que entendem que Deus nos dá inteligência para buscar o saber, e o saber só é adquirido com estudo. O Espírito Santo auxilia o crente, orienta-o quando ele se aplica a conhecer a Palavra. Este auxílio divino não ocorre de maneira sobrenatural, vem através de mestres que Jesus deu para a Igreja (Efésios 4.11-12).

Os mestres utilizam diversos meios de comunicação para administrar o ensino: a mensagem ao microfone durante os cultos; livros e revistas, notas de rodapé em bíblias de estudos, etc. 

Era 1983 quando me converti. Tinha grande interesse em aprender sobre a Palavra de Deus, e não demorou muito para que comprasse a Bíblia Vida Nova (hoje vendida desmembrada em Bíblia de Referências Thompson (Editora Vida) e Bíblia Shedd (Editora Vida Nova) na porta da igreja, vendida em três parcelamentos de carnê, por um colportor aos finais de cultos. O exemplar era enorme, pesado, próprio para estante. 

Cinco anos depois, comprei a mesma bíblia de estudo em tamanho menor e mais leve, apropriada para levar para onde quisesse ir, e resolvi doar o modelo grande para um presbítero . Tive uma triste surpresa dias depois, na minha ausência este presbítero a rejeitou afirmando que possuía a sabedoria do Espírito. Outro obreiro, mais esperto, entendeu a situação e aproveitou a oportunidade e não deixou que a Bíblia Vida Nova fosse à lata de lixo e a levou para sua casa, fazendo bom uso dela. 

Graças a Deus que esta situação tem melhorado bastante, hoje raramente encontramos pastores despreparados teologicamente.

Postagem paralela: Chamadas ministeriais específicas

E.A.G.

domingo, 2 de março de 2014

Mais vale agradar a Deus do que aos homens

Todo cristão, em graus diferentes, recebe uma carga de pressão para não emitir a instrução de Cristo em diversos assuntos. 

Há muitos anos atrás, sentei à mesa com uma pessoa, mãe de duas crianças, que alguns meses antes havia feito duas malas do marido e o colocado para fora de casa. E ele foi embora. Ela me perguntou qual a minha posição sobre o divórcio.

Falar sobre crises de relacionamento conjugal rompido nunca é fácil, porque envolve sentimentos, não dói apenas no coração da ex-esposa e do ex-marido, filhos também sofrem porque são separados de pai ou mãe.  

Eu devia dar a resposta sendo fiel ao que está escrito, não foi fácil para mim, mas disse o conteúdo bíblico que conhecia e era fruto de estudo bíblico. Eu lhe disse que Deus permitiu emitir a carta de divórcio por causa da dureza de coração do ser humano em casos de imoralidade sexual, não havia permissão para divorciar-se além desse motivo. E, se um cristão casado crente é abandonado pelo cônjuge descrente, pode deixa-lo ir embora e assinar o divórcio se essa for a vontade do descrente e depois poderá casar-se outra vez com outro alguém que for crente.

Nunca mais a pessoa que fez a pergunta foi igual comigo. Parece que ela queria outra resposta. Eu só tinha essa:

Mateus 19.8.9: "Disse-lhes ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério".

1 Coríntios 7.12-17: "Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe. E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar com ela, não o deixe. Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam imundos; mas agora são santos. Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz. Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde sabes, ó marido, se salvarás tua mulher? E assim cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou. É o que ordeno em todas as igrejas".

No livro de Atos, encontramos os apóstolos entre a vontade de Deus e dos líderes judaicos. Os judeus pressionavam a liderança da Igreja, até com encarceramento, para que parassem de pregar. O Senhor queria que eles anunciassem a doutrina de Cristo e dava-lhes liberdade e encorajamento através da presença de um anjo com o recado para não pararem de falar os ensinamentos de Jesus. E numa determinada ocasião, Pedro é levado até a presença do sumo-sacerdote, quando disse-lhe:  

"Mais importa obedecer a Deus do que aos homens. O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-o no madeiro. Deus com a sua destra o elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem" – Atos 5.29-32.

E.A.G.

domingo, 29 de setembro de 2013

Pentecostal no século 21



"Portanto, procurai com zelo os melhores dons" - 1 Coríntios 12.31a.

Uso o  adjetivo "pentecostal" para enfatizar aquelas pessoas que dizem que o crente é obrigado a falar em línguas porque ela é sinal que a pessoa está batizada no Espírito. A adjetivação aponta à triste realidade da existência de tanta gente dentro das igrejas, antigas frequentadoras de reuniões em templos evangélicos, mas que não abriram seu coração à comunhão e ao conhecimento pleno da vontade do Senhor, e assim não buscam os dons do Espírito por pensarem que o dom de línguas é a mais importante manifestação de Espírito Santo para a vida cristã.

Hoje em dia muita gente parece pensar que o batismo no Espírito ocorre apenas para que se fale em línguas estranhas. Parece que há desconsideração ao catálogo de dons, são nove dons espirituais citados em 1 Corintios 12. Entre eles o dom que capacita a falar em línguas para edificação própria.  

"Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" - 1 Coríntios 12.7-11.

O Espírito Santo faz o fracassado conhecer a vitória. Isto é, levanta  o ser humano fraco, aquele que está mergulhado em Cristo torna-se nova criatura, tudo se faz novo na vida dela. O batismo no Espírito torna o crente pentecostal eficazmente preparado para vencer o pecado, triunfar com maior facilidade sobre os vícios, físico e da alma, para não viver mais apenas para si, mas objetivando o bem estar do seu próximo (1 Coríntios 14.4; 2 Coríntios 5.15-17).

Sem exercitar o amor de nada vale falar línguas estranhas e ser agente de dons espirituais. Praticar amor é o sinal da conversão, enquanto que manifestar dons é sinal da misericórdia de Deus em nossas vidas, realizados durante o relacionamento interpessoal na comunidade cristã.

Note bem, o falar em línguas tem o propósito específico de EDIFICAR quem fala. E o portador dos demais dons é canal para abençoar o próximo sobrenaturalmente, para glória de Deus (1 Coríntios 14.4, 12).

Observando 1 Corintios, capítulos 12, 13 e 14, percebemos que não são apenas os dons de línguas com interpretação que edificam. Os outros sete dons também são edificantes para a igreja. Nos versículos 12 e 26, capítulo 14 da primeira carta aos crentes de Corinto, lemos que a manifestação de todos os dons existem para a edificação espiritual coletiva: "Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja (...) Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação." 

Assim sendo, aonde estão nos dias atuais os nove dons? Porque tantos falam em línguas e há escassez dos outros oito dons no meio pentecostal? 

E.A.G.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O nome de Jesus - Kenneth Haggin: Meu comentário sobre o livro

Costumo me policiar seguindo a diretriz de Jesus quando disse para não emitir julgamentos pelas aparências, apenas pela reta justiça. Então, se algo parece mal, me retraio, se parece bom, me retraio também. Gosto de analisar tudo pausadamente e por todos os ângulos. Sou o tipo de pessoa que escuta mais do que fala.

Não me fio por livros evangélicos de autor X ou Y para viver minha vida cristã. Sempre li bastante, tenho uma biblioteca de porte médio, mas sempre coloquei em primeiro lugar a Palavra de Deus, que clareia meus passos e iluminam meu caminho. Faço uso das Escrituras Sagradas para analisar o entendimento de escritores e pregadores.

O milagre está em sua casa
RR Soares e o suicida de Manaus
Quem não é batizado com o Espírito Santo não é salvo?


terça-feira, 9 de abril de 2013

Você tem valor



"Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos." - 1 Coríntios 12.13-14.

O sentimento do complexo de inferioridade não condiz com a realidade de quem olha para os outros e os considera sempre mais importante que ele mesmo. Deus, em sua sabedoria infinita, faz de cada ser humano uma pessoa importantíssima, dotada de talentos únicos e necessários para agir de maneira útil no ambiente em que nasce e vive.

E, como cristãos jamais devemos esquecer de que fazemos parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja. A unidade espiritual entre os crentes está em Cristo, todos os crentes estão unidos uns com os outros como um corpo espiritual e, portanto, têm profunda comunhão (Romanos 12.5; 15.5, 1 Coríntios 12.27; Gálatas 3.28; 6.15; Efésios 2.13, 21,22).

Na condição de membros do corpo de Cristo, temos comunhão íntima com o Senhor, somos alvo de cuidados especiais, somos alimentados por Ele (Efésios 5.29-30).

A analogia da Igreja com a anatomia do corpo humano nos remete ao fato que não há quem seja mais importante que o outro, que não convém ser individualista pois todos dependemos uns dos outros, temos uma finalidade especifica a ser desempenhada para que as coisas funcionem bem para todos, inclusos nós mesmos. Então, se um membro sofre, devemos sofrer junto com ele, e se um membro é honrado, devemos nos alegrar com ele (1 Coríntios 12.26-27).

Fisicamente, em paz uns com os outros e com o Senhor, a igreja local está unida com Cristo e com Deus e na esfera espiritual cresce como templo do Espírito Santo, que é o vínculo da unidade, o espírito humano unido ao divino (1 Coríntios 6.15, 17; 1 Tessalonicenses 1.1; Romanos 8.9; Efésios 2.22).

Ser habitação do Criador do universo é sinal que temos valor.

E.A.G. 

sábado, 6 de abril de 2013

O companheiro Espírito Santo



"Nos muitos cuidados que dentro de mim se multiplicam, as tuas consolações me alegram a alma" - Salmo 94.16,

Para o ser humano, a coisa mais fácil é errar. Então, porque o amor de Deus por nós é imenso, ele não se limitou a nos conceder a vida eterna através da vinda de seu Filho ao mundo. Após a ascensão de Jesus ao céu, o Senhor enviou o Espírito Santo para nos convencer dos nossos pecados. Também para nos ensinar, ajudar, apoiar, sustentar, consolar, encorajar, com a finalidade de nos fornecer condições para vivermos uma vida vitoriosa, de uma maneira que o agrade. A derrota só será concreta em sua vida se você desanimar de lutar.

Independente de tudo o que tenha acontecido, acredite: o dia mais belo da sua vida é hoje. Por quê? Antes de Jesus despedir-se deste mundo, prometeu aos seus discípulos que enviaria alguém para tomar o seu lugar. Ele anunciou que enviaria o Espírito Santo para ser o nosso Consolador.

Tenha a certeza que o seu maior obstáculo é o medo. Se você tem sentido medo ou está vivendo uma fase difícil, coragem! Se você confia em Jesus Cristo, já o aceitou como seu Salvador, lembre-se que o Espírito Santo veio para dar-lhe força, dar-lhe coragem, e ajudá-lo.
O Espírito Santo é o nosso Auxiliador nos momentos de decisão, o nosso Consolador em momentos difíceis e o nosso Encorajador nos momentos que sentimos medo. Não estamos sós! Um dos erros mais feios do ser humano é o abandono. Mas Deus não é um homem e jamais nos abandonará- principalmente se for tempos de crise. Ele sempre estará ao nossos lado e atento ao que acontece conosco a cada segundo de nossa vida.

E.A.G.

Reflexão de autoria de Jaime Kemp, adaptada ao blog Belverede. Bíblia da Família, página 949, edição 2008, Barueri - SP (SBB).

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

CPAD - EDB 2012 - 4º trimestre - Joel e o derramamento do Espírito Santo

Joel, segundo dos chamados profetas menores, profetizou em Judá, seu pai se chamava Petuel (1.1). Seu nome significa "Jeová é Deus", o que pode indicar ter nascido em uma família de fervorosos adoradores de Jeová, apesar deste nome hebraico ser bastante comum nos tempos do Antigo Testamento.

Há quem afirme que Joel tenha sido contemporâneo do profeta Amós, pois ambos apresentam os mesmos julgamentos - tendo Amós exercido seu ministério em Israel.

Características do livro

A autenticidade do livro sempre foi aceita pelos judeus e tem a confirmação no Novo Testamento (Joel 2.32; Atos 2.16-20; Romanos 10.13).

Não há no livro nenhuma indicação da época em que o profeta entregou a mensagem. O mais provável, e aceito por biblistas, é que tenha sido nos primeiros anos do reinado do jovem Joás, que subiu ao trono aos 7 anos (1 Reis 11.21). As evidências apontam para 835 a.C. a 830 a.C.. A mensagem  do livro não está na dependência de sua data, e continua altamente relevante para os dias atuais.

O livro de Joel pode ser dividido em suas partes. A primeira descreve a terrível devastação nas terras de Judá ocasionada por uma grande praga de gafanhotos e um período de seca. E a segunda, a promessa de Deus que enviará o seu Espírito, a resposta de Deus para Israel e às nações.

A profecia de Joel fala da aparição de sinais em cima no céu e embaixo da terra, sangue, fogo, colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas e da lua convertendo-se em sangue (2.30-31). Interpreta-se esse texto como teofanias (formas de aparições do Senhor), objetivando executar juízo sobre os pecadores (Êxodo 19.18; Apocalipse 8.7). Pedro ratificou isso, no dia em que o Espírito Santo desceu sobre os seguidores de Jesus reunidos em Jerusalém (Atos 2.17-21). 

Observamos que os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de fumaça, entre outros, não ocorreram no dia de Pentecostes, porque estão reservados para os "últimos dias", dizem respeito ao período da Grande Tribulação, "antes que venha o grande e terrível dia do Senhor" (Joel .31; Atos 2.20).

O apóstolo Pedro conclui sua citação do profeta com as palavras "Todo aquele que invocar o nome do SENHOR será salvo.  Na Bíblia Hebraica SENHOR em consoantes maiúsculas indica o tetragrama YHWH (remete à Jeová, Yahweh, Javé). Por sua vez, o apóstolo Paulo menciona o mesmo texto de Joel, e explica que o SENHOR é Jesus Cristo (Romanos 10.13).

Notamos que o Espírito Santo reveste o crente em Jesus com poder e convence o pecador de que ele precisa arrepender-se de seus pecados (João 16.7-11; Atos 1.8). Arrependimento significa abandonar o pecado, derramar lágrimas pelas faltas cometidas, voltar para Deus e permitir que Ele assuma o comando de nossa vida.

A escatologia do profeta Joel

O livro de Joel é escatológico, onde encontramos advertências e promessas divinas. Ele aborda questões sobre o fim dos tempos a partir do derramamento do Espírito Santo no últimos dias.

Encontramos no livro o juízo imediato (Joel 1); o juízo iminente (Joel 2.1-27); e o juízo futuro (Joel 2.28 - 3.21). O profeta predisse o futuro à luz do tempo presente, considerando um acontecimento presente e iminente como símbolo de um acontecimento futuro.

Ao citar o profeta Joel, aludindo à escatologia do livro, o apóstolo Pedro empregou apropriadamente o termo "nos últimos dias" (Atos 2.17) no lugar de "depois" (Joel 2.28 a).

Apesar de Joel ser conhecido como o "profeta pentecostal", o livro não fala apenas do batismo com o Espírito Santo, contém ameaças e promessas. Anuncia mais do que o derramamento do Espírito Santo, aborta as pragas de gafanhotos (1.1 - 2.27) e o julgamento das nações no fim dos tempos (2.38 - 3.21).

A mensagem principal de Joel é que Deus julga

Joel descreveu a destruição causada pelos gafanhotos: primeiro o cortador; em seguida o migrador; depois, o devorador; e, por fim, o destruidor. O profeta compara o ataque de insetos ao grande e terrível Dia do Senhor, pedindo que tal fato não caia em esquecimento (Joel 1.3).

Os gafanhotos são apresentados na Bíblia como insetos usados como instrumentos do juízo divino, conforme visto no Egito (Êxodo 10.12-20) e mencionado por Moisés e  Salomão (Deuteronômio 28.38, 39; 1 Reis 8.37).

Através dos gafanhotos, Deus convidou o povo a uma transformação. A calamidade ocorreu porque o povo deu as costas ao Todo Poderoso, dormiram na fé, entregaram-se ao vinho e a todo tipo de pecado. Deus deixou de protegê-los, permitiu que os gafanhotos atacassem a agricultura e assim os despertassem espiritualmente, para que arrependessem de suas faltas. O arrependimento permite que o Senhor mude a condenação em bênçãos amorosas.

Sobre os gafanhotos

Acerca da manifestação da praga sobre Judá, descritos em Joel 1.4, alguns expositores bíblicos acreditam que não eram quatro tipos diferentes de insetos, apenas quatro estágios do crescimento do mesmo. Já outros, acreditam que sejam insetos de espécie diferentes. Sabe-se que a locusta é um gafanhoto de antenas curtas, o pulgão um inseto menor e parecido com o gafanhoto, e a lagarta o estágio larval do gafanhoto.

Veja mais sobre a ação do gafanhoto.

O Espírito Santo

O Espírito Santo é um ser divino, chamado de Deus de Israel (2 Samuel 23.2, 3), objeto da nossa fé e adoração. Ele é o que Deus é (1 Corintios 2.10, 11). Sua personalidade está presente em toda a Bíblia, que o apresenta como uma pessoa e não como uma mera influência. Possui inteligência (Romanos 8.27), emociona-se (Efésios 4.30), tem vontade própria (Atos 16.6; 1 Corintios 12.11).

Por duas vezes Joel profetizou "derramarei o meu Espírito" (2.28, 29), cujo texto é usado pelo apóstolo Pedro (Atos 2.17, 18). O verbo derramar remete ao revestimento do poder divino, expressão de uma metáfora que simboliza as múltiplas funções do Espírito, que nos lava e refrigera (Isaías 44.3; João 7.37-39; Tito 3.5).

O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião ímpar.

O batismo no Espírito

Em que pese o fato de Joel ter profetizado sobre o derramamento do Espírito de Deus no futuro, com manifestações específicas, a tônica de sua profecia aborda a destruição de plantações através de um enorme enxame de gafanhotos e a falta de água.

Deus advertiu, condenou e castigou o povo de Israel. Mas assim que o povo se arrependeu e retornou para o Senhor, Ele voltou a abençoá-lo grandiosamente. Não apenas restituiu o que havia perdido com  o ataque de gafanhotos e falta de chuva, como concedeu a eles comida em abundância. Além disso, apontou para uma bênção futura; o derramamento do Espírito.

A promessa de Deus de que enviaria o seu Espírito sobre todo o seu povo é citada pelo apóstolo Pedro no dia de Pentecostes, quando a profecia de Joel começou a ser cumprida. A efusão do Espírito começou com os apóstolos, está presente nos dias atuais e continuará até a volta de Jesus (Atos 2.16). 

Pedro evocou a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito Santo: "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" - Atos 2.15-21.

Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias, independente da idade, sexo e posição social (Joel 2.28 a, 29). Sonhos, visões, profecias, são concedidos para a edificação individual, não podem ser usados para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada é a regra de fé e conduta do cristão.

Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, tem-se como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C.. Trata-se da época em que Judá estava sob a regência de Joiada, durante a infância de Joás (2 Crônicas 23.16-21). Isso explica a presença significativa dos sacerdotes no governo de Judá (Joel 1.9, 13; 2.17). O templo estava em pleno funcionamento (Joel 1.9, 13, 14).

Conclusão

Diante dos desastres naturais que ocorrem no mundo, Deus nos adverte a estarmos sempre atentos, mantermos o coração arrependido e submetermos nossas vontades à vontade dEle.

A descrição do cenário do julgamento divino por meio dos gafanhotos é literal. O profeta usa o acontecimento como gancho e símbolo para um castigo divino que acontecerá ainda mais à frente sobre Judá, e por extensão, também como símbolo do Dia do Juízo de Deus no fim dos tempos. O profeta nos apresenta o Vale da Decisão, local em que Deus há de apresentar suas decisões contra a humanidade rebelde (não é um local onde as pessoas decidirão o que farão).

É muito provável que os cristãos não experimentarão as pragas literais de gafanhotos, mas com certeza as congregações de crentes desobedientes são devastadas por aflições, pecados, doenças desgastantes. A orientação bíblica para resolver tais situações terrificantes é reconhecer com a máxima urgência a necessidade de voltar-se ao Senhor com sinceridade, arrependimento, querer e pedir ajuda e a bênção de Deus (Joel 1.13, 14; 2.12-17).

Joel profetizou abordando o ataque de insetos contra as lavouras e a grande seca, contudo, apesar da terrível calamidade, escreveu nos lembrando que isso tudo não é nada quando comparado com o que Deus permite acontecer com aqueles que estão em desobediência. Ele alerta ao povo para que se voltem para Deus antes que seja tarde demais.

O amor de Deus não se limita ao presente. Ele sempre cumpre suas promessas, une o presente e o futuro. Cumpriu a promessa feita através do ministério profético de Joel, e continuará cumprindo o que nos promete, pois sua justiça, fidelidade e seu amor não têm fim.

E.A.G.

Compilações:

Bíblia de Estudo de Avivamento e Renovação Espiritual, edição 2009 (SBB);
A Bíblia Sheed, reimpessão 2011 (Edições Vida Nova);
Lições Bíblicas, 4º trimestre 2012, Os Doze Profetas Menores - Mestre, Esequias Soares (CPAD);
Os Doze Profetas Menores, 1ª edição, 2012, Alexandre Coelho e Silas Daniel (CPAD).

Atualização: 14h47

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Quem não é batizado no Espírito não é salvo?


Recentemente, publiquei o artigo O Batismo no Espírito Santo Hoje. No texto, eu lembro o fato de muitos cristãos viverem no meio pentecostal por muitos anos sem serem batizados no Espírito Santo. E no espaço de comentários deste artigo surgiu uma argumentação afirmando que pessoas não batizadas com o Espírito não são salvas, alegando que o fato de não serem batizadas é porque não tiveram um verdadeiro encontro com Jesus Cristo.

Para iniciar, é preciso esclarecer que minha intenção é refletir expondo o conteúdo das Escrituras Sagradas, minha pretensão não é me indispor com ninguém. 

Adianto que encontramos textos neotestamentários apontando claramente o batismo nas águas e o batismo no Espírito Santo. Também, preciso dizer que existem.muitas passagens de Atos dos Apóstolos que narram batismos, mas elas não são claras se se tratam de batismos nas águas ou batismo no Espírito Santo. E nesta falta de esclarecimento, não é possível declarar uma ou outra coisa, quem tenta elucidar algo nestas condições jamais passará do terreno das suposições. E eu acredito que se não houve da parte de Deus o interesse em dar luz plena, é porque não é necessário que saibamos sobre os fatos ocorridos detalhamente (Deuteronômio 29.29).

No momento da crucificação, Jesus Cristo disse para o ladrão que o reconheceu como o Messias "hoje mesmo estarás comigo no paraíso" (Lucas 23. 43). Existem duas interpretações com relação ao batismo nessa passagem. De um lado, há quem afirme que o ladrão foi batizado no Espirito naquele instante e por isto foi salvo. A outra corrente de cristãos alegam que o ladrão foi salvo porque reconheceu a Jesus como Salvador e Senhor, baseados em Atos 16.31, e que a fé em Cristo é suficiente para uma alma ser salva, não é preciso nenhuma espécie de batismo.

O assunto é muito profundo, demanda estudo apurado. Minha intenção é abordá-lo, mas sabendo que não é possível concluí-lo em apenas um artigo - provavelmente em breve escreverei mais a respeito..

Somente pode ser salvo quem for batizado com o Espírito Santo?

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão" -  Marcos 16:15-18.

Conheço pessoas, que respeito muito, ensinando que os salvos são apenas os batizados no Espírito. Elas acreditam que Marcos 16.16, ao citar o termo batismo, não se refere ao batismo nas águas, mas ao batismo no Espírito Santo. Lamento muito por quem ensine assim! Meu lamento existe porque a Bíblia Sagrada aborda o assunto de maneira claríssima e diferente dessa ideia.

Condicionar a salvação ao batismo é o mesmo que dizer que o sacrifício de Jesus Cristo na cruz não foi suficiente, que o brado de Jesus "está consumado", o mesmo que gritar "missão completa", foi uma mentira (João 19.30). Então, só posso repudiar essa doutrina que condiciona a salvação ao batismo com Espírito Santo, não posso concordar com esse modo de interpretar as Escrituras Sagradas.

Os sinais do poder e a salvação

Em Marcos 16.16 há o registro da fala de Jesus Cristo “e estes sinais seguirão aos que crerem”. O contexto bíblico traz à luz de maneira bem clara a questão do batismo no Espírito e a salvação das almas, basta lê-lo sem pensamentos preconcebidos para receber a estrutura teológica sobre o assunto.

É fato que no texto de Marcos 16.16 há uma relação dos sinais com o ato de crer. Mas os sinais que seguem o crente, portadores de dons espirituais de poder, não apontam para a salvação deles. O contexto bíblico esclarece. Contextualizando: 

1- Os demônios creem em Deus, mas não o obedecem (Tiago 2.14-23); 
2- Muitas pessoas apresentam os sinais de dons de poder, pelo fato de crerem em Deus e não por estarem dispostas a obedecê-lo (Mateus 7.21-23). 
3- Com e sem o batismo no Espírito Santo, muitas almas irão sofrer no inferno, sofrerão eternamente como os demônios, porque são servos do pecado e não servos de Cristo, são imitadores do diabo, não atendem ao mandamento do amor, não são imitadores de Deus (Efésios 5.1; 2 Pedro 2.19-22).

Jesus Cristo quer pessoas que tomaram a verdadeira decisão se seguir seus exemplos. Quem não o imita ainda não o aceitou como Senhor.

Nos dias atuais encontramos no meio pentecostal, pessoas carnais que aparentam estar batizadas com o Espírito Santo. Elas falam em línguas dos anjos, são usadas em dons espirituais, mas não praticam os ensinamentos de Cristo, não se consagram a Deus. Elas sempre colocam algo na frente da necessidade de imitar a Cristo. O motivo para não imitar ao Senhor é a preferência em atender as vontades do ego, não querem abrir mão de extravasar a inveja, o rancor, a mágoa, o ressentimento, a vingança, etc. Gente que nutre coisas assim ainda não teve um real encontro com Jesus Cristo e estão fadados ao sofrimento eterno.

A relação do crente com o Espírito Santo

"Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente." -  1 Coríntios 2:14.

Em minhas leituras, cheguei à conclusão que uma alma convertida pode chegar a dois níveis de relacionamento com o Espírito Santo.

1 - O primeiro nível da relação da alma convertida é ter o Espírito em seu viver, quando recebe a Jesus Cristo. Nesta fase cristã, que não é o batismo no Espírito, o convertido anda de acordo com a Palavra de Deus, em obediência, reverentemente. É quando batiza-se nas águas. É perceptível na vida dessas pessoas o fruto do Espírito em suas nove características: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. As Escrituras Sagradas declaram que quem dá fruto é salvo (Gálatas 5.16-23).

2 – O segundo nível é o batismo no Espírito Santo e as atividades de manifestação de dons espirituais.

O que não significa o batismo com o Espírito Santo?

O batismo com o Espírito Santo não é um certificado de qualidade espiritual. É preciso ser claro aqui: não generalizo. Tive o desprazer de conviver com pastor carnal, prepotente, arrogante, dissimulado, e apesar dessas falhas era alguém que falava em línguas estranhas, expulsava demônios e era usado em curas divinas. De tanto errar, a Igreja fez uma assembleia geral, membros e lideranças usaram o estatuto e o destituíram do posto pastoral.

Para ser salvo é necessário produzir o fruto do Espírito, que em outras palavras significa reconhecer na prática o senhorio de Cristo; significa fazer a obra de Deus, ter fé viva e não a fé morta, ou seja, significa ultrapassar a barreira do discurso religioso e partir para a prática obedecendo o mandamento do amor a Deus e ao próximo (Tiago 2.14-23).

Em nenhum trecho das Escrituras Sagradas é declarado que é preciso ser batizado no Espírito para ser salvo. Para ser salvo é necessário crer na pregação do Evangelho, que anuncia a Jesus como único Salvador a quem é preciso reverenciar como Senhor. O Evangelho recomenda crer e obedecer a Jesus como Senhor (Atos 4.10-12; 1 Timóteo 3.16; Efésios 5.1-17).

Sobre os dons sobrenaturais

Após cumprir o plano da salvação perfeitamente, Jesus Cristo designou o exercício de funções ministeriais na Igreja com o propósito de que os cristãos amadureçam na fé e não sejam induzidos ao erro (Efésios 4.9-15).

Deus estabeleceu na Igreja ministérios, funções de lideranças e capacitou servos para abençoar o próximo (1 Coríntios 12.27-28).

É o Senhor quem efetua tudo em todos, distribui os nove dons aos cristãos através da manifestação do Espírito Santo, distribui esses dons de diferentes formas, faz essas distribuições de dons individualmente e como quer, sempre dá os dons visando o bem da coletividade cristã (1 Coríntios 12.4-11).

A finalidade do batismo e dons espirituais

É preciso entender que os dons de poder estão na vida de pessoas batizadas no Espírito Santo, e mesmo assim algumas serão condenadas pelo juízo de Cristo no Dia do Julgamento Final, porque querem lutar contra a carnalidade, mas satisfazer seus desejos. 

Muitas pessoas batizadas no Espírito Santo recebem dons (de maravilhas, curas) e fazem proezas apesar de algumas delas não mostrarem em suas vidas o fruto do Espírito.

Existem pessoas batizadas com o Espírito e que ao mesmo tempo são carnais, Deus permite que isso ocorra porque o Senhor quer usá-las em dons espirituais com o objetivo de abençoar a Igreja através dos dons do Espírito que está na vida delas. Exemplo: dons de curar, o Senhor quer libertar de doenças cristãos reverentes que clamam por saúde.

A importância do batismo nas águas e no Espírito

Quem se propõe a seguir a Jesus deve desejar o batismo nas águas e também o batismo no Espírito Santo.

Jesus Cristo em seu início de ministério recebeu o batismo nas águas, ministrado por João Batista e em seguida ouviu a voz de Deus, que lhe disse: "este é o meu filho amado em quem tenho muito prazer" (Lucas 9.35).

Sobre os batismos, é preciso entender que nem o primeiro nem o segundo salvam o ser humano. Para ser salvo é necessário reconhecer a Jesus Cristo como Salvador e Senhor e haver comprometimento da alma em abandonar o pecado e viver a fé praticando todos as orientações do Senhor (Tiago 2.20, 26; Hebreus 11.6).

Conclusão

São muitas almas que são tementes a Deus mas ainda não receberam o batismo com o Espírito Santo. Quem conhece de fato os corações é o Senhor. Só Ele sabe quem são os salvos e quem não são – independente se serem ou não batizadas no Espírito.

Não é prudente afirmar que pessoas não batizadas com o Espírito Santo, que não falam em línguas estranhas, são carnais e não são salvas. Muita gente assim são bons cristãos, ativos e úteis na Igreja de Cristo. 

Jesus Cristo orienta a que todos se convertam de seus maus caminhos, neguem a vontade da carne para ser seu seguidor (Mateus 10.37-38; 16.24; Lucas 14.33). É só Ele quem conhece os corações, sabe perfeitamente quem tomou uma verdadeira decisão de recebe-lo como Senhor. 

A fé do cristão deve ser enfática, ele não deve ter ânimo dobre. Só quem procurar a Deus com todo o coração o encontrará (Jeremias 29.13).

Para terminar, ratifico: Quem afirma que o batismo no Espírito credencia a alma para a salvação não possui bases bíblicas contextualizadas. As Escrituras afirmam que para ser salvo é preciso crer em Jesus como Salvador e curvar-se à Ele aceitando-o como Senhor. Tal postura de servo é descrita pelo apóstolo Paulo como caminhar produzindo o fruto do Espírito.

E.A.G.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo (parte 3 de 3)


A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo - parte1

A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo - parte 2

Tenho escrito há algum tempo na Blogosfera que a pratica da autêntica apologética é mostrar o erro, sem enfatizar os errados, e apontar para a solução. Por quê? A luz que recebemos, por intermédio do conhecimento da Palavra de Deus, nos dá discernimento para entender que nosso inimigo não é o nosso semelhante, mas um ser espiritual, o diabo Miremos o alvo certo e deflagremos chumbo grosso apenas nele!

"Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais" - Efésios 6.12.

Me converti nos idos de 1980. Naquela época, editoras de renome em nível nacional lançavam diversos livros com temática escatológica, com vista na virada do século e no fim dos tempos. Eu li alguns livros sobre o Apocalipse, com interpretações que hoje fazem as pessoas rirem, pois os anos mostraram que as interpretações estavam erradas... Escritor com reputação caiu em ridículo, porque quis interpretar textos que não possuem contextualização bíblica que dê suporte para chegar em uma elucidação das simbologias. Existem editoras de renome nacional nessa história, hoje os lançamentos estão fora de catálogo e com certeza jamais voltarão a ser publicados.

A escatologia é terreno perigoso. É o ramo da teologia que menos possui respostas e o que mais coloca teólogos em posições ridículas. Mentes aguçadas perguntam sobre trechos bíblicos que nos levam apenas à superfície das hipóteses.

Entendo que para tudo o que é mais importante a Palavra de Deus é clara e responde sem deixar sombras de dúvidas. O que não importa muito, o que não muda o destino da nossa salvação, não precisa de clareza.

Se a Palavra não explica determinado tema, então nos contentemos com o que estiver revelado. Deuteronômio 29.29 é a resposta para essas situações: "As coisas encobertas são para o Senhor e as reveladas são para nós e nossos filhos."

A regra da hermenêutica diz que Bíblia explica a Bíblia, quando não há contexto que responda um texto então é preferível calar. Exercer humilde e dizer "não sei" em muitas ocasiões é a postura correta.

Certa vez, Spurgeon afirmou que quando alguém procura uma resposta bíblica e não encontra, o erro está em quem procurou, pois não se aprofundou o suficiente na pesquisa. Entendo que para as coisas práticas do viver cristão há respostas, mas para o futuro remoto nem sempre há elucidação.

Os cristãos do primeiro século acreditaram que Jesus voltaria na geração deles. Interpretaram errado as profecias. Não era importante para eles, então Deus não revelou-lhes que haveria vida na Terra por tantos séculos.

Hoje em dia existem muitas suposições sobre As Duas Testemunhas do Apocalipse, perguntam quem seriam elas. Na concepção de uns seriam Moisés e Elias e na de outros a simbologia da Antiga e da Nova Aliança. Não há condição de ter certeza de quem sejam elas. Não existe base para afirmar nada. Toda resposta é apenas conjectura. Eu não respondo este assunto indicando uma ou outra vertente, prefiro ficar em silêncio nas passagens que a Bíblia não apresenta conclusões.

Deus é soberano, e não diz nada além do que seja útil e proveitoso para nós. Precisamos nos contentar apenas com o que estiver revelado. Em momentos de ausência de explicação bíblica, o que importa é exercer nossa humildade.

O silêncio bíblico ocorre porque não é edificante saber tudo no presente momento, algumas informações só poderão edificar vidas na ocasião dos fatos e não antes.

E.A.G.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo (parte 2 de 3)

Posso estar engando neste pensamento, que passo a externar. 

Tenho a impressão que alguns líderes cristãos perdem o fio da meada de suas chamadas ministeriais porque desejam estar no centro das atenções. Com esse sentimento tornam-se reféns de seus corações (Jeremias 17.5-9). 

A maneira que eles encontram para chamar a atenção de todos é se posicionando como profundos conhecedores e exegetas das Escrituras Sagradas, acreditando que são capazes de mergulhar mais profundamente nas interpretações bíblicas, mais do que todas as pessoas existentes no mundo, então, pegam textos e os pregam distorcidamente.

Queira ser conhecedor das Escrituras e aplique-se na leitura dela; compartilhe seu conhecimento bíblico. Mas sempre faça essas coisas praticando o amor a Deus, amando a si mesmo mesmo na mesma intensidade que ama ao próximo.

Todo cuidado é pouco, vigie. É necessário buscar o conhecimento bíblico sabendo que o conhecimento ensoberbece e o amor edifica (1 Coríntios 8.1).

 A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo

A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo (parte 3)

E.A.G.

A Bíblia Sagrada e a revelação do Espirito Santo (parte 1 de 3)



A Palavra de Deus está revela na forma escrita: a Bíblia Sagrada. Deus colocou sua Palavra na forma escrita e nos fez inteligentes, nos capacitou a ser pessoas alfabetizadas. Então é preciso ler, é preciso se esforçar para estudar os textos sagrados.

Convém lê-la de maneira devocional. Orando, jejuando.

E também convém lê-la de maneira sistemática, usando o raciocínio aos pés de Jesus Cristo. Muitas passagens bíblicas estão relacionados com o contexto social dos israelitas, de muitos anos atrás. Os textos que temos em mãos são traduções dos idiomas aramaico, hebraico e grego. Usar a mentalidade saudável que Deus preserva em nós fará com que aumentemos a visão espiritual.  Quanto maior a dedicação à leitura maior será o entendimento do propósito do Senhor para nossas vidas.

Algumas pessoas desprezam a leitura e o estudo das Escrituras. Eles citam o texto de 2 Corintios 3.6, "a letra mata", com o intuíto de defender a ideia que basta abrir a página da Bíblia, aleatoriamente, para que o Espírito Santo revele o que o texto comunica. Mas, o apóstolo Paulo escreveu isso fazendo referência à Lei de Moisés - sem autoridade normativa aos cristãos - não às Escrituras Sagradas, não dizia que o conteúdo de Gênesis ao Apocalípse matam.

O Senhor se revela por meio das Escrituras, que você deve se esforçar para ler, conhecer, compreender plenamente. Persista em ler e compartilhar o que leu (2 Timóteo 4.13), tendo em vista que a revelação do Espírito sempre será de acordo com as Escrituras, porque Deus nunca se contradiz (2 Pedro 1.20).

A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo (parte 2).


A Bíblia Sagrada e a revelação do Espírito Santo (parte 3).

E.A.G.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Unção espiritual nas dispensações da Lei e da Graça

"Enchei-vos do Espírito" - Efésios 5.18.

Breve reflexão sobre a chamada ministerial do profeta Eliseu e de todos os cristãos.

Visitando o blog do Pastor Altair Germano, encontrei o excelente post Eliseu, um líder com propósito. Escrevi meu comentário lá e o adaptei para cá.

Vale relembrar: na passagem bíblica referenciada em 2 Reis 2.9, o profeta Eliseu pediu que houvesse sobre a vida dele porção dobrada do espírito de Elias, assim que este fosse arrebatado. Aconteceu. Ao longo de sua jornada, sem perder a personalidade, sem copiar o jeito de ser da ministração de Elias, Eliseu fez exatamente o dobro de milagres de seu antecessor.

Refletindo mais sobre o episódio da sucessão profética de Elias para Eliseu através da perspectiva da Dispensação da Graça:

Por que solicitar porção dobrada do espírito de Elias parece pedir muito e não é?

Porque até então Jesus não havia se manifestado, se sacrificado, ressuscitado, subido ao céu e o Espírito Santo não houvera descido para ser o Guia do ser humano e fazer morada em nossos corações. Durante a Dispensação da Lei não havia, plenamente, a atuação do Espírito de Deus entre os homens como é possível haver na Dispensação da Graça. Vide: João 14.25-26; 16.13.

Após o evento da cruz, o relacionamento do Espírito com a humanidade não é apenas parcial, não é mais limitado aos fatos circunstanciais no parâmetro da nação israelita. Após o sacrifício perfeito do Filho de Deus no calvário, o sangue de Cristo nos lava de todo pecado e então o Espirito Santo encontra liberdade para estar presente com inteireza na vida de todas as pessoas que se submetem ao Senhor de corpo, alma e espírito. Agora a relação do Espírito é mais ampla, visa nos conduzir à vida eterna, trabalha em favor de todas as almas de todas as nações da Terra.

Eliseu fez o dobro de milagres de Elias. Quanto aos cristãos, Jesus revelou que poderiam fazer obras maiores do que Ele fez, referindo-se ao seu ministério terreno. "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai" - João 14.12.

No passado a unção era dada sob medida, hoje ela é dada plenamente. Graças ao nosso misericordioso Deus!

"E vós tendes a unção do Santo (...) E a unção que vós recebestes dele, fica em vós (...), a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis" - 1 João 2.20 a, 27 a.

sábado, 14 de janeiro de 2012

A profecia é uma confirmação

"A profecia não guia, a profecia é um carta de Deus com aquilo que você já sabe. É uma confirmação avisando sobre a bênção que você sabe que pode receber. É um recado de alerta dizendo "não vá por ali para não perder sua bênção", porque a profecia também exorta.

Altomir Cunha, no programa Transfome o Seu Mundo, levado ao ar pela Rede TV! no sábado de 14 de Janeiro de 2012.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O cristão pentecostal e o dom de profecia

Não é pecado duvidar das mensagens emitidas por irmãos e irmãs que demonstram ter o dom de profecia. O apóstolo Paulo recomenda não desprezar mas também julgar as profecias (1ª Tessalonicenses 5.20; 1ª Coríntios 14.29). E neste caso estão as revelações de pessoas que afirmam ter experiências sobrenaturais de arrebatamentos.

Quando as pessoas passam a querer fazer de dons e experiências espirituais como uma escada para ganhar notoriedade, então, convém nos afastar delas. Por quê: Porque as mesmas passam a querer manipular as pessoas em benefício próprio.

Quando eu era noivo, havia uma "profetiza" assim na congregação. Ela se aproximou da minha esposa, de olhos fechados, disse "o vaso que estás contigo  não é o que tenho para ti" e "blá-blá-blá". Me aproximei da turma que a ouvia, peguei minha noiva pela mão e saímos de perto dela. Todos ficaram assistindo ela profetizar para a parede vazia. O deus dela era cego, não avisou que ela estava em situação ridícula. Estou casado há duas décadas com aquela que era minha noiva... Rimos bastante disso até hoje! A "profetiza", abandonou a congregação e fundou uma igreja para ela, que fechou as portas em pouquíssimo tempo, hoje ela é uma obesa mórbida, raramente sai de casa.

Muitos anos depois, estando no deserto espiritual, o Espírito usou um pastor, reconhecido nacionalmente, para falar comigo. Eu voltei para casa e pedi a Deus que confirmasse a mensagem se fosse dEle realmente. Três dias depois eu estava numa reunião promovida por uma denominação que não pertenço, quando Deus falou outra vez comigo, dessa vez através de uma irmã idosa. Fui lá sem fazer planos, fui à convite feito com bastante insistência e carro na porta para me levar. E nem preciso dizer que as promessas se cumpriram à risca. Entre elas, havia a humilhação de pessoas que me humilharam no período que mais necessitei de mãos estendidas. Em tempo: não desejei vingança mas me sinto vingado.

Deus tem um relacionamento particular conosco. E fala conosco particularmente. Os cristãos recebem revelações específicas  para  ser edificado e pode receber revelações para transmitir a outros.

O cristão não deve viver atrás de visões, revelações, mensagens de alguém que aparenta possuir o dom de profecia para viver o cristianismo. A Igreja não está à mercê de experiências sobrenaturais para conhecer a vontade de Deus. Ainda que tais experiências não estejam proibidas, devemos levar em conta sempre a completa revelação da Palavra de Deus, que estã o registradas nas Escrituras Sagradas, na Bíblia.

"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho" - Salmo 119.105.

E.A.G.

quinta-feira, 31 de março de 2011

A DANÇA DO ESPÍRITO SANTO


“O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem; assim é todo o que é nascido do Espírito”. João 3.8

O sopro do Espírito é um sopro constante, mas nunca visível a olhos nus. Para se saber onde e como ele está soprando é preciso ter a capacidade de enxergar além. Além das aparências, das estruturas, das inibições de ânimo, das manifestações exóticas, de meras palavras. O Espírito pode estar em tudo isso, mas também pode permanecer “fora”. Ele não se limita ou se reduz às paredes do escravismo institucional humano, seja ele secular ou religioso. O Espírito é livre e age em liberdade: “onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade”.

Mas, convém perguntar, onde está o Espírito? [continue a ler...]

domingo, 19 de dezembro de 2010

O ESPÍRITO SANTO NO ENSINO - REFLEXÕES AOS PROFESSORES DE ESCOLA DOMINICAL


"Desperte o dom de Deus, que há em ti", instou Paulo a Timóteo (2ª Timóteo 1.6). Depois o apóstolo lembrou ao seu filho na fé que ele fora chamado "com uma santa vocação" (versículo 9).
A presença do Espírito Santo em nosso coração permite-nos entender as verdades da Palavra de Deus e libera a operação do dom que nos foi concedido. Quanto mais buscamos a presença do Espírito Santo em nossa vida, mais forte é o nosso desejo de ensinar. Quanto mais buscamos sua direção, mais eficientes somos em proclamar as verdades do Evangelho. O Espírito Santo atua para nos motivar poderosamente em nosso serviço e conceder-nos um conhecimento da verdade que está muito mais além de nossos talentos naturais para compreendermos (João 16.13; Atos 1.8).

O estudo bíblico (esquadrinhar as Escrituras) é um dos requisitos para se exercer eficientemente o dom do ensino. Você já deve ter ganho algum presente, como, por exemplo, um eletrodoméstico, que vem com as instruções que ensinam como deve ser usado. Você o usou sem antes ler as devidas orientações?

Em Romonos 12.6-8, Paulo inclui o dom de ensino entre os da graça que são dados à igreja "para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos... a medida da estatura de Cristo" (Efésios 4.12,13).

Que responsabilidade recai sobre o professor chamado pelo Espírito Santo! Se você descuidou-se do ministério do ensino, para o qual Cristo o chamou, é tempo de "despertar" este dom maravilhoso.

O doutor Stanley M. Norton, em seu livro El Espiritu Santo Revelado en la Biblia (O Espírito Santo Revelado na Bíblia), escreve: "O professor precisa entregar-se ao dom do ensino. Isso implica preparação, estudo e oração. Mas ele também precisa do dom do Espírito, se realmente deseja apresentar conhecimento".

Você já se deu conta de que quanto mais tempo passa em oração e estudo da Bíblia, e em busca da direção do Espírito Santo, ao preparar a sua aula, tanto mais ansioso dica para ensinar? O ensino ungido comela com uma preparação ungida. O Espírito Santo quer ensinar primeiramente o professor, antes de começar a ensinar aos outros.

Autoria indefinida

Fonte: revista semestral O Mestre - Vida Radiante; volume 11; .ano 1999 (Editora Vida).

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

SBT - Manifestação de possessão demoníaca no Programa do Ratinho

Passando pelo blog Mulheres Sábias, da Rô Moreira, encontrei a seguinte postagem:

"Uma mulher da platéia surpreendeu o apresentador Carlos Massa ao manifestar um suposto demônio em seu programa. O “imprevisto” aconteceu ao vivo no Programa do Ratinho do dia 07/12.

Durante uma reportagem sobre possessão maligna uma mulher da platéia começou a debater-se como se estivesse endemoniada. Um pastor que participava do debate tentou expulsar impondo a mão na cabeça da mulher e orando. Vendo que ela não melhorava o pastor revelou a todos “Isso não é demônio, quando é demônio obedece”.

Após o intervalo comercial o apresentador se justificou revelando que a produção havia armado a cena. Segundo Ratinho nem ele e nem o pastor sabiam da armação. A produção do programa revelou que a situação foi criada para testar veracidade do pastor.

Fonte: Notícias Cristãs com informações do Tudo no Globo".



Meu comentário ali foi o seguinte:

É comum a gente estranhar, desprezar, ridicularizar essas pessoas que encenam a possessão demoníaca. Uns dizem: sem-vergonhice. Outros: quer chamar a atenção. Porém, mesmo sendo estes os motivos, para a farsa acontecer, as tais pessoas fazem isso movidas, também, por espíritos malígnos. Não é pela posse em 100% da mente delas, mas por influências das mais variadas, com o objetivo de tumultuar o local de culto.

No caso da  postagem, o local era um programa de TV, uma espécie de teatralização em um show, mas a maioria das encenações acontecem em reuniões de culto a Deus, interrompendo a decência e a ordem na reunião.

Você sabe, existem as manifestações de Deus, da carne, e de demônios. Por este motivo, é importante que os crentes em Cristo possuam o dom de discernimento de espíritos (1ª Corintios 12.10; 1ª João 4.1). Tal capacidade espiritual diagnostica as ocorrências e dá referências de origem. Embora não seja um dom que chama a atenção ao seu portador, é de extrema importância aos líderes e liderados cristãos. Quem o possui não é envergonhado!

E.A.G.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pentecoste - uma realidade brasileira

Independente da fé, ser um cristão que professe a crença no batismo com o Espírito Santo, ou ser um cristão que se apresente como crente tradicional, ou ainda diga ser católico apostólico romano, ou mesmo um alguém sem religião, agnóstico ou ateu, é possível viver experiências de Pentecoste no Brasil atual.

Neste caso, não se trata da descida do Espírito Santo aos apóstolos, cinquenta dias depois da Páscoa, e nada tem a ver com o Consolador. Tratamos da cidade cearense, cuja população gira em torno de 27.780 habitantes, possui clima tropical e é dona de diversas paisagens com beleza natural, que servem de grande atrativo aos turísticas.

Entretanto, com toda certeza, em nosso Brasil afora, do leste ao oeste, do norte ao sul, existem muitas outras cidades cujos nomes são diferentes mas seus munícipes conhecem a experiência espiritual chamada Pentecoste, porque ser pentecostal é uma realidade em muitas igrejas protestantes.

E.A.G.