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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O poder do dinheiro


Por Roger Fleming

O assunto finanças é focalizado por Jesus em Lucas 16. Sua mensagem foi clara: o crescimento espiritual está, em grande parte, relacionado à nossa forma de lidar com o dinheiro.

Riqueza é mais do que dinheiro

Dinheiro é somente um aspecto da riqueza. Os bens de uma pessoa podem incluir imóveis, carros e até o prestígio de uma posição. Tudo o que possuímos pode ser usado positivamente para influenciar outros ao Evangelho. David Livingstone afirmou: "Não darei valor a qualquer coisa que possua, a não ser à luz do relacionamento com o Reino de Deus. Usarei tudo que venha possuir para promover a glória dAquele a quem devo toda minha esperança no tempo e na eternidade".



Sejam quais forem as nossas posses, devem ser avaliadas à luz da eternidade e da influência exercida em levar pessoas a se tornarem discípulos de Jesus Cristo. Não é empolgante saber que todos os nossos bens podem ser utilizados para esse propósito?

Por que contribuir financeiramente?

Em seu livro "Clínica Espiritual", J. Oswald Sanders refere-se à afirmação de Jesus em Atos 20.35 ("Mais bem-aventurado é dar do que receber") como uma desconhecida nova bem-aventurança. Ele afirma ter que o ensinamento ali contido encerra bênçãos abundantes de liberalidade.

O que é melhor, dar ou receber? Será que nessa área somos como crianças egoístas que desconhecem a alegria de ofertar? A bem-aventurança citada por Jesus refere-se à alegria e paz marcantes na vida de quem oferta. Jesus quer que experimentemos a alegria proveniente do dar.

Neste ensinamento, como em todos os outros, Deus requer certas atitudes que reverterão em nosso benefício. O Deus Criador certamente não necessita das nossas doações. Caso tenhamos dúvida a esse respeito, é só ler o que Ele disse: "Pois são meus todos os animais do bosque e o gado aos milhares sobre as montanhas. Conheço todas as aves dos montes, e são meus todos os animais que vivem no campo. Se eu tivesse fome, não teria necessidade de dizê-lo a você, pois meu é o mundo e a sua plenitude" - Salmos 50.10-12.

Por que, então, Deus  afirma que devemos dar? Por ao dar estamos agindo como Ele. Deus nos redimiu e salvou ofertando-nos o presente mais caro do Universo: seu único Filho. Ele é um Deus generoso doador!


Dar, mas a quem?

Qual é o nosso objetivo aos fazermos doações? Em uma das passagens em que trata sobre materialismo, Jesus conclama seus discípulos a buscarem em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. As Escrituras indicam duas categorias abrangentes para as quais devemos reverter nossas contribuições: aos ministros e aos pobres.

Doações aos ministros de Deus

Quando Deus disse a Moisés que separasse a tribo de Levi para o serviço do tabernáculo, estabeleceu um grupo profissional religioso que seria sustentado pelos pelos dízimos de Israel (Números 3.5-9 e 3.44-45). Todos os levitas substituíram os representantes das várias tribos.

Hoje o método é diferente, mas o princípio é o mesmo. O trabalho a ser realizado para o Reino de Deus requer esforço em tempo integral de alguns. Esse trabalho deve ser sustentado pelo restante do povo de Deus com outras fontes de renda.

Paulo discorreu sobre esse princípio do Novo Testamento em 1 Coríntios 9.13-14.

Quando Jesus enviou seus discípulos para uma viagem missionária, recomendou-lhes que aceitasse, a alimentação e a hospedagem que lhes fossem oferecidas, porque "digno é obreiro do seu salário" (Lucas 10.7). Deus considera honroso o ministério cristão é um meio legítimo de sobrevivência do obreiro.

Paulo escreveu o seguinte: "Mas aquele que está sendo instruído na palavra compartilhe todas as coisas boas com aquele que o instrui" Gálatas 6.6 (NAA). Temos a obrigação de ajudar os que nos ministram. Aqueles através dos quais Deus trabalha em nossa vida constituem-se nas pessoas com as quais devemos cooperar.

Este princípio é simples, mas, como em muitos outros casos, a prática torna-se confusa. Há a igrea local, mas ela não é o único ministério cristão que deve ser sustentado pelas contribuições do povo de Deus. Existem muitos outros grupos, em diferentes níveis, mas todos relacionados com a Igreja, clamando por atenção e ajuda. Como determinar com quem contribuir? A orientação mais correta é contribuir, prioritariamente, com a comunidade local à qual pertencemos. Devemos, porém, verificar: há integridade por parte dos líderes? Eles prestam conta do que entra e do que sai?Há uma auditoria frequente e transparente quanto ao uso do dinheiro?

Consideremos também duas outras categorias: primeiramente, é provável que haja um grupo ou pessoa que tenha realizado algum trabalho específico em sua vida. Existe base bíblica para que você coopere com tal ministério. Em segundo lugar, Deus pode ter colocado em seu coração interesses especiais que encontram eco em outras igrejas ou grupos cristãos. Faça a mesma pesquisa: eles são íntegros? Há transparência do que etra e do que sai? Veja a seguir uma relação de perguntas essenciais que devem ser feita antes de um compromisso econômico com outras entidades.

• Esse grupo está servindo ao interesse do Reino de Deus?
• A declaração de fé que eles têm é bíblica?
• São confiáveis no que diz respeito a aplicar os fundos financeiros?
• Estão aplicando o dinheiro de forma coerente com os alvos propostos?
• Como é o caráter das pessoas que pertencem a essa organização?
• O que se sabe a respeito dessas pessoas?

Doações aos pobres e necessitados

Somos também convocados a contribuir com os pobres:

"Quem oprime o pobre insulta aquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado honra a Deus" - Provérbios 14.31.

"Quem tapa os ouvidos ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido" - Provérbios 21.13.

"Pelo contrário, ao dar um banquete, convide os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos, 14 e você será bem-aventurado, pelo fato de não terem eles com que recompensá-lo. A sua recompensa você receberá na ressurreição dos justos" - Lucas 14.13-14.

Nas leis de Israel Deus fez provisões especiais aos pobres. Eram concedidas, periodicamente, absolvição aos endividados, numa tentativa de propiciar  oportunidades de quebra do círculo vicioso que mantém o pobre em escassez constante.

Deus também deixou instruções para que se fizessem, liberalmente, empréstimos aos necessitados (Deuteronômio 15.7-8). Posteriormente, os profetas disseram que Israel falhou em seguir tais preceitos.

Com quanto devemos contribuir?

Devemos dar o que for proposto em nosso coração. Esse conceito encontra-se tanto no Antigo como no Novo Testamento (Êxodo 25.2 e 2 Coríntios 9.7).

Dinheiro é um assunto que constrange a muitos, além de ser fonte de desentendimentos, de tentação, de ganância. Por isso a Bíblia nos diz: "Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e atormentaram a si mesmos com muitas dores" - 1 Timóteo 6.10..

Que haja seriedade, responsabilidade e temos em quem contribui quanto em quem recebe, para que  o nome de Jesus seja louvado e não vilipendiado!

Fonte: Conselho, ano 2, edição 11 setembro-outubro de 2012, páginas 10-12 São Paulo/SP (Conselho de Pastores e Ministros do Estado de São Paulo / Editora Fôlego).

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