Uma das características na personalidade de muitos indivíduos dos tempos atuais é a ansiedade. A inquietude está presente em todas as esferas do ser humano que acredita encontrar seu bem-estar nas riquezas. Não podemos colocar a nossa confiança nos bens materiais.
I - RIQUEZA DO CÉU E RIQUEZA DA TERRA
1. Uma conciliação impossível.
As pessoas que não recebem a Palavra de Deus em seu coração, como regra de fé e comportamento, vivem a maior parte do tempo estressadas ou inquietas, pois o apego às coisas da terra produz desassossego para suas almas. Para as tais, o convite de Jesus diz: "Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" [Mateus 11.28-30].
Tiago, em sua carta, no capítulo 5.1-6, repete o que Jesus havia dito em Lucas 6.24, aos que possuem abundância de riquezas desse mundo e que, em vez de servir a Deus com suas posses, servem à luxúria. Ele denuncia os ricos por causa de sua ganância e da opressão arrogante a que submetem os pobres. As pessoas com poucos recursos entre os judeus ouviram o Evangelho e muitos deles creram; e, em geral, os ricos rejeitaram o cristianismo e perseguiam os que haviam crido em Cristo. Dirigindo-se aos perseguidores de cristãos e amantes do dinheiro, ele prediz os juízos de Deus que viriam sobre eles: "chorai e pranteai" Tiago 5.1], Não está escrito "chorai e arrependei", pois o amor ao dinheiro tornou-os irreconciliáveis perante o Senhor, e eles enfrentarão todas as desgraças que os espera no dia do juízo.
2. Tesouros da terra e tesouros do céu.
O cristão deve fugir dos sentimentos vis que aprisionam as almas que estão perdidas neste mundo e apoiar-se em princípios de vida que o levem às práticas da justiça e da piedade, seguir a fé e andar conforme o amor com que Cristo nos amou, pois somos participantes do amor e conforto do Pai, e portanto devemos amar uns aos outros como o Pai nos ama e impelido por tal amor entregou seu Filho unigênito para nos salvar [Efésios 5.2].
Por causa da avareza, os homens são atraídos para muitos pecados. As pessoas podem ter dinheiro e, contudo, não amá-lo. Mas se elas desejarem o dinheiro desordenadamente, tal desejo as empurrará para todo tipo de males [1 Timóteo 6.10].
A promessa de vida eterna abranda o anseio por riquezas. A vida eterna é o prêmio a ser alcançado, é a coroa proposta a nós para o nosso encorajamento de guerrear e lutar o bom combate da fé. Aqueles que querem chegar ao Céu devem lutar contra as tentações e fazer oposição aos poderes das trevas, tendo em vista que chegará seu momento de ser coroado [1 Timóteo 6.12].
3. O que o cristão precisa saber sobre os bens materiais?
Jesus adverte: Não acumulem tesouros sobre a terra, onde as traças e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntem tesouros no céu, onde as traças e a ferrugem não corroem, e onde ladrões não escavam, nem roubam" [Mateus 6.19-2].
O cristão precisa ter cautela para não considerar as coisas visíveis e temporais em suas melhores coisas e depender delas para se sentir feliz. Não podemos confiar nos tesouros dessa terra como nossa segurança e reserva para o futuro. A ferrugem destrói o metal e a traça estraga a roupa. As riquezas terrenas trazem em si mesmas um princípio de corrupção e deterioração. Existem ladrões capazes de ceifar a vida de pessoas para se apossar de seus patrimônios Portanto, é uma grande tolice considerar as riquezas acumuladas na terra como tesouros capazes de nos dar uma vida plena.
Nos dias do ministério terreno de Jesus, acumular tesouros no céu era uma expressão que equivalente a cumprir os mandamentos de Deus. Deus sabe que precisamos das coisas básicas para a nossa subsistência e Cristo ensina a não valorizar exageradamente as coisas materiais em detrimento daquilo que é o mais importante, que é cumprir os mandamentos. O discurso de Cristo lança a todos o desafio de continuar a viver neste mundo, mas desapegado dele, a prova do nosso desapego está na maneira como nos relacionamos com as coisas materiais e como nos comportamos quando as perdemos.
II - A IDOLATRIA AO DINHEIRO
1. O coração no lugar certo.
Não importa qual seja o estágio de maturidade espiritual no qual você está neste momento. O inimigo de todas as almas não se cansa e não dorme. Como um leão feroz, ele ataca os corações distraídos que estão no mundo. Não importa há quanto tempo seja cristão ou o que já tenha feito em sua vida de cristão. Permanecer parado, pensando acerca de tudo que Deus lhe tem reservado pode fazer com que desanime, é necessário estar em ação e usar a Palavra de Deus como espada e seguir adiante de acordo com os planos e objetividades que o Senhor preparou para os salvos em Cristo.
O cristão prestará contas, como um mordomo, de tudo o que fez com os bens e talentos que Deus lhe deu. Na parábola do mordomo infiel [Lucas 16.1-13], Jesus analisa com profundidade os atos do crente com relação às riquezas terrenas e aos recursos que recebemos do Criador. Deus nos fez mordomos. Tudo o que possuímos pertence a Ele. Um dia, assim como o homem rico da parábola, Ele perguntará a cada crente o que fez com os recursos que foi confiado a administrar. Os valores em dinheiro de que dispomos não são nossos, estão ao nosso alcance para que os usemos para cumprir a sua vontade nestes últimos dias. Tudo o que temos aqui neste mundo, precisa ser usado para fazer amigos, não no sentido de comprar meras amizades mundanas, mas para tornar os amigos desse mundo em pessoas convertidas em verdadeiros amigos de Deus.
Em 1 Coríntios 3.10-17, Paulo usa o simbolismo de um imóvel para exortar os cristãos sobre acerca da seriedade da obra de Deus. O apóstolo ensina que quem deseja viver para o Senhor não pode lançar outro alicerce além do Salvador, o Unigênito Filho de Deus. Precisamos tomar atitudes que estejam sempre em concordância com a doutrina de Cristo, sintetizadas nos capítulos 5 a 7 do Evangelho de Mateus. Futuramente, num dia que só o Senhor sabe, as decisões e atitudes de cada um de nós será provada pelo fogo. Então, os que edificaram com madeira, feno e palha perderão a recompensa divina, pois suas obras serão consumidas pelas chamas. Do mesmo modo, quem busca e alcança as fortunas desse mundo, impulsionado por uma cobiça egoísta, verá que tudo o que fez foi inútil, mas aqueles que lutam para adquirir as verdadeiras riquezas, e sabem compartilhar de modo justo o conjunto de recursos que está em sua administração pessoal com os menos favorecidos, serão recompensados por toda a eternidade.
2. Idolatrando a Mamom.
Jesus nos adverte do perigo de idolatrar Mamom. Um dos relatos mais tristes da Bíblia a esse respeito é o do jovem rico que apesar de demonstrar respeito para com Jesus ao ajoelhar-se e chamar-lhe de Bom Mestre. Cristo mostrou-lhe que tinha poder de salva-lo, e mesmo assim o jovem se recusou a ser seu seguidor, por amar as suas posses terrenas, porque Mamom era o seu deus. [Marcos 10.17-27].
"Mamom" é uma palavra advinda do idioma aramaico, mantendo o significado de "riquezas". A palavra é usada em uma admoestação de Jesus [Mateus 6.24; Lucas 16.9,13] que expressa o demasiado apego ao dinheiro, à riqueza e ao próprio poder, sempre se esquecendo da sua fragilidade. Aplicada no sentido de que o cristão deve servir a Deus e não às riquezas, pois é impossível agradar a dois senhores ao mesmo tempo.
Vivemos em uma sociedade assustadoramente materialista, em que o principal objetivo daqueles que ainda não conhecem verdadeiramente a Deus é adquirir o máximo de riquezas, conquistar posses terrenas em número cada vez maior, com o objetivo de desfrutar os prazeres desse mundo. Muitas pessoas passam a vida toda trabalhando, esforçando-se ao máximo para adquirir coisas valiosas e ter o melhor que esta vida fugaz tem a dar. Entretanto, no Sermão do Monte, a orientação de Jesus é para acumularmos tesouros no Céu, onde os benefícios são ilimitados [Mateus 6.19-21]. Ao suprir as necessidades das pessoas ao nosso redor, estamos dando aos pobres e cumprindo a vontade do Pai neste terra e ao mesmo tempo acumulando tesouros no Céu.
A nossa salvação foi idealizada por Deus, tendo como único agente o Senhor Jesus Cristo, sendo a fé o meio de alcançá-la, está ampliada a todo aquele que crê, sendo uma verdade incontestável que haveremos de tomar posse da vida eterna se não trocarmos o Salvador pelas riquezas desse mundo.
3. A riqueza condenada por Cristo.
O cristão que vive sua vida em fidelidade a Deus, em simplicidade, humildade e com hábitos simples, cultivando serenamente a busca do que é realmente preciso, com certeza não lhe faltará uma casa para abrigar-se, a roupa para apresentar-se socialmente e a comida diária.
Porém, Jesus não condena adquirir abundância de bens. O pecado reside em amar o dinheiro e o que ele é capaz de comprar. Muitos servos de Deus possuíram muitas posses terrenas. Cristo ensina que ninguém consegue escapar da vulnerabilidade dos seus haveres, assim sendo, quem for exageradamente apegado ao estilo de vida de rico, sofrerá bastante caso a riqueza lhe for arrancada por circunstancias adversas.
Veja relatos de personagens bíblicos que desfrutaram de riquezas terrenas:
• Abraão [Gênesis 13.2]• Isaque [Gênesis 26.12,13];• Jacó [Gênesis 30.43];• Esaú [Gênesis 33.9];• Davi [2 Samuel 5.10];• Salomão [1 Reis 10.14-29];• Jó [Jó 1.3; 42.10];• O rico da parábola [Lucas 12.13-21].
Jesus jamais condenou a riqueza em si, em seu ensino buscou esclarecer o cristão que é preciso ter o cuidado para não se transformar em escravo do materialismo. Toda riqueza e bens provém de Deus. Ao ser bem sucedido financeiramente, o crente deve preceder conforme as seguintes palavras de Moisés: "Portanto, não pensem: A minha força e o poder do meu braço me conseguiram estas riquezas. Pelo contrário, lembrem-se do Senhor, seu Deus, porque é ele quem lhes dá força para conseguir riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu aos pais de vocês, como hoje se vê". [Deuteronômio 8.17,18].
III - VIVENDO A QUIETUDE ESPIRITUAL DE DEUS
1. Os males advindos da preocupação.
O crente não está imunizado contra as aflições geradas por este mundo sem Deus. Ainda hoje, a inquietude é um dos elementos que faz a semente da fé não florescer. Situações reais e imaginárias golpeiam os pensamentos de quem está invadido pela preocupação, enquanto a pressão e o estresse sobrevêm roubando a alegria de prosseguir na caminhada cristã.
Jesus nos ensina a não viver angustiado por causa das coisas básicas à nossa sobrevivência, uma vez que a preocupação é uma desconfiança que Deus cumprirá suas promessas de provisão. Ele oferece a alternativa positiva à ansiedade, o compromisso total com Deus por meio de Cristo devem ser os principais pensamentos que devem ocupar a mente dos discípulos de Jesus [Mateus 6.33]. Para que o crente possa encontrar a tranquilidade durante as adversidades, há na vida do cristão os meios para desapegar-se de tudo o que é material e viver livre da preocupação gerada por este mundo:
• O crente tem o novo nascimento [João 3.3-5];• Novo pensamento [Filipenses 4.1-8];• Nova conduta [Romanos 6.1-18; Colossenses 3.1-3];• Está informado que tem novo destino [Salmos 23.6].
2. Vivendo sem inquietação.
Jesus ensinou uma vida de livre de ansiedade e confiante na provisão divina. Seus discípulos atenderam seu convite e abandonaram tudo [Mateus 4.18-22; 9.9; 10.5-15]; Ele deu aos seus seguidores a garantia de que Deus supriria suas necessidades. Cristo usou exemplos da natureza, como os lírios do campo e as aves do céu, para dizer que o Criador, o qual provê alimento e vestimenta para essas criaturas, estará sempre atento às nossas necessidades.
É preciso combater o antigo hábito da velha criatura, que é olhar apenas para as circunstâncias e não olhar para Jesus Cristo [Hebreus 12.2]. Jesus garante que Deus sabe de todas as nossas necessidades, muitos antes que em oração peçamos qualquer coisa, portanto, não a razão para dar vazão à preocupação [Mateus 6.32]. As Escrituras recomendam ao crente lançar os todos os cuidados ao Senhor e diz que Deus promete suster o justo, não permitindo que seja abalado [Salmos 55.22].
Jesus Cristo disse: Não se perturbe o coração de vocês, vosso coração. Creiam em Deus, creiam também em mim" [...] "Deixo a paz a vocês; a minha paz dou a vocês. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu coração, nem tenham medo" [João 14.1,6]. Por sua vez, Paulo escreveu "não fiquem ansiosos por coisa alguma" [Filipenses 4.6]. É possível que um crente que esteja em seus primeiros passos de fé se depare com estes textos bíblico e não entenda o que Jesus e Paulo dizerem aos cristãos para permanecerem tranquilos em situações críticas.
A pessoa que está no mundo não é capaz de colocar sob controle a ansiedade ou preocupação, mas o cristão sincero tem este extraordinário poder, que está disponível sempre que necessário. Por este motivo, Jesus e Paulo orientaram o crente a não permanecer preocupado e ansioso. O crente em Cristo ao oferecer o seu corpo em sacrifício vivo a Deus, não vive conformado com os padrões desse mundo, permite que Senhor o transforme pela renovação da sua mente, e dessa maneira ele experimenta a boa e perfeita vontade de Deus. Não poderia ser diferente, porque o crente conhece a Deus como a essência do amor e a Cristo como a essência da paz [1 João 4.8; Efésios 2.13-14].
Jesus e os autores do Novo Testamento pareciam pensar que podemos ter algum controle sobre nossas emoções (Jo 14:1). Aqui, Paulo lida com o problema da ansiedade ou preocupação com algum resultado possível e incontrolável. Mas essas situações podem ser tratadas pela oração. Os sentimentos, como a ansiedade, podem ser controlados por uma reorientação dos pensamentos. Orar a Deus, falar a verdade sobre a situação e sobre a capacidade de Deus de gerenciá-la, pode convencer as partes do cérebro onde a ansiedade e o medo são gerados. A paz vem quando Deus envia seu Espírito para nos confortar e quando realmente cremos que podemos lançar nossos fardos sobre o Senhor (Sl 55:22).
3. Vivendo sossegados com Deus.
Certa vez, um grupo de turistas foram à uma mina aberta para visitação. Após um passeio pelo local e informações sobre as técnicas antigas de mineração, os visitantes tiveram a oportunidade de garimpar. Eles receberam um recipiente e um saco de pedras e terras. Após colocar o conteúdo no recipiente, , adicionaram água de uma vasilha, remexeram a mistura para permitir que o ouro, material pesado, afundasse. Mesmo observando os profissionais trabalhando, não obtiveram o mesmo sucesso que eles. Por qual motivo? Desnecessariamente, os turistas permaneceram preocupados em perder uma pedra preciosa, e tinham dificuldade em descartar pedras sem valor.
Pedro escreveu que a nossa fé é muito mais preciosa que o ouro perecível [1 Pedro 1.7] Então, nos lembramos que, se não houver o devido cuidado, os bens materiais nos impedem de encontrar o que é mais valioso. As riquezas terrenas podem ofuscar os nossos olhos e impedir que avistemos os bens espirituais.
Temos que cuidar dos interesses do Reino de Deus mais do que os desse mundo em que estamos, pois as coisas aqui da terra estão dispostas em oposição às coisas lá de cima. Quanto mais a cabeça do crente estiver em contato com as promessas de Deus, melhor ele lidará com as falsas ilusões desse mundo. É necessário ter o Céu como o nosso objetivo, pensar nas coisas que são de cima, implica em colocar o coração nelas [Colossenses 3-1-3].
CONCLUSÃO
Sabemos que o mal do século é a ansiedade. E muitas pessoas ansiosas, seguindo o curso da natureza humana, querem servir a Deus e ao mesmo tempo às riquezas. As demandas desses dois senhores sempre competirão. As almas que realmente se entregam a Jesus tornam-se libertas do pecado e servas da justiça de Deus [Romanos 6.17-18]. E isto não quer dizer que ser cristão sincero e ser rico são situações incompatíveis, fala em não organizar as prioridades da vida em torno da aquisição desenfreada das riquezas, porque para uma pessoa justificada pelo sangue de Cristo, o dinheiro passa a ser mais uma ferramenta dada por Deus para ser usada segundo os Seus propósitos.
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