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domingo, 6 de março de 2016

A origem e o motivo da miséria não ir embora


A origem e o motivo da miséria não ir embora.
Entendo que o estado de miséria acontece por muitos fatores. É culpa de governos maus, que não cumprem o seu papel de zelar pelo bem-estar da população. É culpa do cidadão preguiçoso, que não gosta de pensar, estudar, trabalhar. É gerada por catástrofes na natureza.

Assim sendo, quando for possível ajudar alguém necessitado, que além do prato de comida, da roupa limpa e do calor humano, possamos antes analisar a situação que levou aquela pessoa à mendicância.

Certa vez, eu estava em um fila esperando a condução para voltar para minha casa após um dia de verão quente e trabalho difícil. Uma jovem, com aparência de uns 25 anos, usando trajes razoavelmente com bom aspecto de conservação, cabelos castanhos e pele clara, aproximou-se das pessoas perfiladas pedindo dinheiro. Alguns minutos antes, eu havia recebido autorização para indicar uma pessoa de sexo feminino e dentro da faixa etária daquela jovem para uma vaga de serviço.

“Um real, por favor!” Olhei fixamente nos olhos dela e disse-lhe: “Tenho para você uma porta aberta de trabalho honesto...”. Não consegui terminar a frase, ela virou-se e se afastou da fila rapidamente, inclusive deixando de pedir dinheiro para as pessoas que estavam atrás de mim.

Todos que ouviram eu dizer a proposta se manifestarem efusivamente, uns não esconderam a indignação e proferiram palavreados chulos contra aquela mendiga, outros gargalharam demais e criticaram a questão dos salários baixos, dizendo que esmolas rendem mais do que passar horas como funcionário dentro de uma empresa.

E.A.G.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Uma viralização a partir do blog Belverede


A história da viralização do desenho de um homem com terno e gravata, pregando atrás da bancada de um púlpito de igreja, com Bíblia aberta na mão esquerda, mão direita levantada e dedo indicador estendido para frente.
Olhem só como as coisas acontecem na Blogosfera.

Lá pelos idos de 2007, em uma ocasião inusitada a Pequena Enciclopédia Bíblica Orlando Boyer, chegou em minhas mãos, era  uma distribuição espantosamente farta desse exemplar no ministério do líder neopentecostal RR Soares. Ele vendia-a pelo valor de apenas R$ 1,00. O exemplar tinha o selo Editora Vida, mas hoje também encontramos nas prateleiras das lojas edições atualizadas com o selo Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Soares dizia: “preço simbólico, irmãos, porque todos devem ter um dicionário bíblico dessa qualidade”. Eu conhecia o conteúdo e a boa qualidade do material porque usei na minha juventude uma PEB emprestada, então aproveitei a pechincha oferecida e peguei mais de um exemplar, para acrescentar à biblioteca pessoal e outros para presentear.

Um dia, acho que já era o ano de 2008 ou 2009, abri a página desta enciclopédia para pesquisar detalhes de um assunto e montar texto a ser publicado no blog Belverede. E me vi admirando os traços firmes de um desenhista em uma de suas páginas. Era exatamente a ilustração acima, contida neste post em que estamos agora: homem trajando terno e gravata, pregando atrás da bancada de um púlpito de igreja, com Bíblia na mão esquerda, mão direita levantada e indicador estendido para frente. Havia apenas os traços do artista, a finalização da figura estava quase que em estado bruto de um esboço caprichado. Procurei a identidade do artista e não achei.

Resolvi escanear a figura e salvá-la em meu computador. O desenho tinha apenas duas cores: preto e branco. Depois que fiz a cópia, lancei sobre a arte a cor marrom usando um aplicativo, não me lembro mais qual era este aplicativo (talvez Photoshop, já usei tantos e deixei de usá-los...). Então passado espaço de tempo que não contei o tamanho, num outro belo dia, reencontrei a imagem digitalizada em minhas pastas do PC, misturada, desordenadamente, com tantas outras imagens armazenadas. E, outra vez, fiquei parado observando a destreza do desenhista desconhecido por alguns minutos.

Nesta ocasião, usei a figura em meu blog, para ilustração de um artigo que tinha como mote principal a mensagem "procura apresentar-te a Deus aprovado como obreiro". 

O tempo continuou a passar... E para minha surpresa, comecei a reencontrar essa mesma imagem, com os detalhes pormenorizados da digitalização que eu fiz. Agora, está espalhada na Internet, por sites de cunho evangélico que eu reputo como importantes, em blogs de pessoas que ainda não tive a oportunidade de conhecer, e em diversos perfis de redes sociais. E para minha satisfação pessoal, hoje reencontrei o desenho outra vez, nesta ocasião é compartilhado por um pastor assembleiano que admiro bastante.

O nome dado a este fenômeno seria “viralização”? Penso que se escreve assim... Considero legal tudo isso acontecer. Esta história faz parte das minhas atividades na Blogosfera Evangélica. E meu desejo e oração é que de muitas formas sirva para a glória de Deus e salvação de muitas almas.

Não posso deixar de dizer sobre o destino daquela edição adquirida ao preço de R$ 1,00. No final de 2015, tive que enfrentar enorme dificuldade de compatibilização entre o modem (para recepção da internet. TV por assinatura e telefone) e uma antena, recém instalada, para distribuição do sinal WIFI. Não sabia descrever o problema que fazia minha rede de internet cair. Chamei várias vezes os técnicos da empresa distribuidora da internet, televisão e telefone, que restabeleciam a comunicação, iam embora e o sistema caía dias depois. Apenas quando recebi a visita do terceiro técnico é que ele explicou e resolveu a situação de uma vez por todas.

Este técnico é um irmão em Cristo, alguém que nunca havia visto antes em minha vida e nem vi depois daquele encontro. Após resolver meu problema, ele observou sobre a mesa do meu computador um dicionário bíblico, que eu sei que não é mais publicado pela editora que o lançou, pegou-o, leu alguns verbetes, e com aquela intimidade de ser membro da Grande Família de Deus, saber que eu faço parte desta família, porque conversamos sobre isso minutos antes durante um cafezinho, olhou para mim sorrindo e disse-me: "Papai lá do céu me abençoará com este livro excelente, não é irmão?". Eu me surpreendi com a ousadia,  e enquanto impactado pela surpresa da solicitação, veio em minha mente que o Senhor realmente nos usa em situações que somos generosos.

Expliquei ao técnico a utilidade daquele livro para minhas atividades de blogueiro, que tratava-se de uma edição esgotada e que por ser esgotada não encontraria outra semelhante com facilidade e neguei-lhe o pedido. Porém, ofereci a PEB, que estava guardada em outro cômodo da minha residência, dizendo-lhe que se tratava de uma obra de grande valor aos iniciantes em Teologia. Assim eu me despedi daquela PEB, que levou com ela aquele desenho bonito do pregador pregando, ela foi embora com aquele rapaz intrépido, deixando para trás o coração partido de seu antigo dono. Não fiz a doação por pressão, foi com liberalidade, convicção que realizava vontade de Deus naquele instante.

Doei o exemplar usado sabendo que adquiriria outro novo na próxima ida às lojas, o que eu não sabia é que as novas edições da PEB trocaram as suas ilustrações antigas por outras recentes, muitos desenhos saíram e no lugar deles encontram-se outros desenhos produzidos com técnicas modernas ou foram trocados por fotografias.

E.A.G.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Desonestidades e virtudes


Com ar de dono da situação, o atendente fez sinal com a mão direita para que esperasse e abriu uma gaveta na parte inferior do balcão. Mostrou-me produtos piratas, dizendo ser o melhor preço que eu poderia encontrar! Eu recusei, me esforcei para esconder a indignação.Por Eliseu Antonio Gomes

Eu não me esqueço da primeira vez que fui à loja comprar o meu primeiro computador. O lugar não era um desses estabelecimentos tradicionais de eletrodomésticos, era um comércio especializado em informática.

Cheguei ali por recomendação de um técnico em computação que inspirava confiança. Pedi a novidade do momento, o sistema operacional Windows XP, acompanhado do pacote Microsoft Office, um HD potente, memória grande...

Com ar de dono da situação, o atendente fez sinal com a mão direita para que esperasse e abriu uma gaveta na parte inferior do balcão. Mostrou-me produtos piratas, dizendo ser o melhor preço que eu poderia encontrar! Eu recusei, me esforcei para esconder a indignação.

- Obrigado, quero instalar software’s originais – disse-lhe.

Ele sorriu para mim, com sarcasmo nos olhos, demonstrando não acreditar no que ouviu.

- Mas, o Bill Gates é tão rico! Você não precisa enriquecê-lo mais ainda! Os preços que ele cobra pelos produtos são caros!

Insisti pedindo os originais. O atendente chamou o técnico que trabalhava ali, para que desse o parecer “profissional”, e ele também tentou fazer com que eu mudasse de ideia. Não mudei.

A máquina foi montada conforme os padrões exigidos. Alguns dias depois, saí dali com o que havia de mais eficiente em matéria de software e hardware, sem que me dobrassem. Mas também com a certeza que zombaram de mim pelas costas.

E, alguns anos depois, em outro estabelecimento, comprei outro sistema operacional, original da Microsoft, o Windows 7, lançado na praça por aqueles dias; o técnico que instalou o produto tentou me enganar, colocou produto falso, apesar de eu deixar bem claro que não era a minha vontade.

Resumo da ópera: hoje em dia, para muitos discípulos de Maquiavel, ser honesto é sinônimo de ser idiota.

E.A.G.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Facebook destruiu meu casamento

Por Eliseu Antonio Gomes

Estive ontem num hipermercado com minha esposa, fui pesquisar preços de tablet da Samsung, com o objetivo de presenteá-lo a mim mesmo. Tenho dificuldades de digitar em aparelhos celulares devido ao tamanho das teclas virtuais. Aperto pensando pressionar uma letra e estou acionando outra. Desse jeito, não consigo fazer parte de redes sociais como o WattsApp.

As bases do casamento cristão
Casamento e perdão
Eu e minha casa serviremos ao Senhor
Família, criação de Deus
Joquebede, a mãe exemplar
O sexo na Bíblia Sagrada
Qual a permissão dada na Bíblia para o divórcio?

No departamento de eletrônicos, encontrei um amigo de longa data, que casou-se há vinte e cinco anos e tem um adolescente com dezessete, que o acompanhava naquela ocasião.

 - Meu casamento acabou por causa do Facebook - disse-me o amigo em tom gutural, bem diferente do seu jeito largo de falar.

 - Depois que minha esposa aprendeu usar o Facebook, ficou esquisita comigo, e meu filho flagrou uma página com conversas de namorados entre ela e um estranho. Brigamos, nos separamos. Ela viajou para a cidade do estranho num final de semana e voltou para a nossa cidade com ele, estão morando juntos agora. Então, divorciamos.

Quis lhe dizer que a rede social não estraga pessoas, que apenas revela quem são as estragadas, assim como os automóveis não guiam os motoristas, mas quem está ao volante é que decide qual rumo tomará e conduz o carro até o destino desejado. Mas o amigo não dava brecha para eu falar isso.

Eu me dirigi ao garotão, aconselhei-o para não tomar partido da situação, pois as duas partes da questão são o seu pai e sua mãe, e que ele deve amá-los e respeitá-los, apesar de todo este fato lamentável ter acontecido. O garoto então disse que não quer mais viver com a mãe, que o chamou para morar com ela. 

Por gozar alguma liberdade, apertei sem medo o braço do meu amigo cuja atenção era para a minha esposa, para que me ouvisse, e consegui ter seu olhar. Ele silenciou olhando em meus olhos. 

- O melhor a ser feito agora – falei para ele - é fechar a boca e orar. Não deixe a raiva dominar seu coração. Ore e deixe que Deus ilumine o seu caminho, para que possa encontrar a solução desse conflito. Essa situação poderá até ser resolvida de uma maneira que você menos espera, mas com certeza será o melhor de Deus para você dentro desse assunto. Conheço caso de pessoas divorciadas que reataram o matrimônio.

Não sei se concordou com minhas palavras, mas por uns breves segundos parecia pensar no que disse. Mas logo virou-se para minha esposa, com quem estava falando antes de apertar-lhe o braço, e voltou a dizer como era grande sua revolta. 

Voltei a conversar com o filho dele:

 - O Facebook pode ser bom ou ruim, depende do usuário. Eu e minha esposa tivemos a oportunidade de unir um casal que estava em crise e quase se separando, nossa comunicação era justamente pelo Facebook em conversas reservadas. Eles moram do outro lado do mundo, lá no Japão. Na semana passada, após quase dois anos que se reconciliaram, a mulher ainda nos agradece pelo que pudemos realizar com a graça e misericórdia de Deus no matrimônio dela.

O rapaz concordou comigo sobre a realidade que o Facebook não estraga pessoas, apenas revela quem são as estragadas. 

Nos despedimos ali após combinar em nos encontrar em um local mais apropriado para continuar a conversa. 

Voltei para casa sem o aparelho Samsung, a compra ficará para outra ocasião quando o bolso resolver sorrir para ele saudando-o com um “olá”.

E.A.G. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A serpente e o vaga-lume

Uma serpente começou a perseguir um vaga-lume. Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir. Fugiu um dia, mas a serpente não desistia, dois dias e nada... No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:

- Posso lhe fazer três perguntas?

- Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, pode perguntar...

- Pertenço a sua cadeia alimentar?

- Não.

- Eu te fiz algum mal?

- Não.

- Então, por que você quer acabar comigo?

- Não suporto ver você brilhar...

Dizem que a inveja é um certificado de incompetência. Deve ser verdade.

O invejoso cobiça o espaço e a luz alheia, sem reconhecer o valor que possui. Não percebe que é dono de valioso espaço e pode brilhar intensamente com luz própria nele.

Deus deu a cada um de nós espaço e luz. Nosso espaço é essa geração, em que devemos nos esforçar para ser úteis ao próximo. A luz são os talentos natos, únicos, intrínsicos em nossa personalidade, que brilham quando fazemos uso deles propagando a Palavra de Deus.

Não aceite o certificado, caso ele tenha sido posto em suas mãos, rasgue-o e faça bom uso dos talentos que Deus lhe deu.

E.A.G.

Conteúdo postado originalmente em 17 de abril de 2012 no blog Vivendo com Fé no Japão com o título "A Lição da Fábula O Vaga-lume e a Serpente" - http://cintiakaneshigue.blogspot.com.br/2012/04/licao-da-fabula-o-vagalume-e-serpente.html 

domingo, 25 de janeiro de 2015

Julgando mal

Animal híbrido: cão e lobo.
O leitor talvez conheça a história do caçador nas florestas geladas do extremo norte das Américas, o qual perdera a esposa e era obrigado, enquanto saía para vistoriar suas armadilhas, a deixar a criancinha aos cuidados de seu cão, um animal mestiço com lobo.

Certo dia de tempestade, ao chegar, encontrou aberta a porta da choça e o berço vazio. Havia manchas de sangue. De debaixo da cama saiu o cão todo ensanguentado. Em sua angústia, o caçador concluiu imediatamente que a natureza de lobo do cachorro havia predominado: a criança fora morta e devorada pelo seu próprio guarda.

Agarrando o machado, partiu a cabeça do animal. Após desferir o golpe fatal, virou-se e encontrou no canto da cabana, enorme lobo, morto. E instantes depois, debaixo da cama a criança viva e ilesa. Era fácil então reconstruir os verdadeiros fatos, porém era tarde: o amigo guardião fora mal julgado e, com demasiada precipitação, assassinado sem nenhuma piedade.

Talvez seja este apenas um caso lendário daquelas terras inóspitas. O que é certo, porém, é que fatos igualmente trágicos têm ocorrido muitas vezes na vida. Muitas pessoas têm sido julgadas antes de bem verificados todos os detalhes do caso e, ainda que não tenham sido mortas a machadadas, têm sido feridas por línguas descontroladas. E o sofrimento resultante pode ser tão grande quanto a morte.

Que direito tem os crentes de julgar uns aos outros?

Eu, juiz? Uma reflexão bíblica sobre a Apologia Bíblica hoje
Julgar ou não julgar? Eis a questão

Oremos, pedindo ao Senhor para nos ajudar a ser um cristão fiel ao julgar a nós mesmos, pois no autojulgamento estamos de posse dos fatos, e assim não teremos tanta pressa para julgar o semelhante, pois nesta situação não estamos a par de toda a informação. E ainda que soubéssemos toda a verdade, a justiça sempre deverá ser acompanhada do amor.

Autor desconhecido

Extraído de maneira adaptada da revista Mensagem da Cruz, nº 117, página 21, março/abril de 1998

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A Caçada

Certa vez, um homem rico saiu para caçar acompanhado de um dos seus empregados, que era cristão evangélico.

No caminho, reclamou com ele:

- Você vive falando que o diabo o persegue. Por que ele faz isso com você e não comigo? Não tenho essa preocupação.

Ao chegar no lugar da caçada, aquele senhor atirou em um bando de patos selvagens. Ordenando que seu empregado recolhesse primeiro os feridos, disse:

- Não se preocupe com os mortos, eles podem esperar. Deixe-os por último.

O empregado executou a tarefa, e no momento oportuno, voltou-se ao seu patrão:

- O senhor mesmo deu a resposta para a pergunta sobre o diabo. Acontece que, embora pecador, e apesar das minhas feridas, o diabo sabe que estou vivo e posso lhe dar muito trabalho com a minha fé e testemunho. Quanto ao senhor, ele provavelmente o considera morto, pois não precisa de nenhum esforço para pegá-lo, uma vez que já o tem em suas mãos.

"Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar" - 1 Pedro 5.8.

E.A.G.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Crônica de Natal do garotinho desconfiado

Conta-se que há muitos anos atrás, bem antes do Google existir, numa determinada residência ao sudoeste do Brasil, um garoto com aproximados 9 anos de idade estava com a pulga atrás da orelha sobre o velhinho vestido de vermelho, capaz de voar sentado numa carroça impulsionada pela força de renas voadoras para entregar presentes para a criançada em todo o planeta terra em apenas uma só noite. 

Então, atiçado pela curiosidade, sabe-se lá como esse menino conseguiu encontrar um cartão com os dizeres "casa do Papai Noel, número telefônico tal", e passou a mão no telefone e discou para lá:

- Alô! O Papai Noel está?

- Aqui é do zoológico - respondeu a pessoa do outro lado, percebendo que era uma voz infantil.

- O Papai Noel mora aí, no zoológico?

O funcionário do zoológico cogitou se aquele telefonema se tratava de um trote ou se era mesmo uma pergunta sincera de uma criança enganada pelos adultos. Silêncio por alguns segundos. Inspirado pela presença de espírito, o espírito da mentira, respondeu-lhe:

- Não, amiguinho! O Papai Noel não mora aqui. Nós do zoológico apenas cuidamos das renas dele quando não é o período de Natal. 

No canto da sala, à espreita, encostados na parede, estavam os pais daquele garotinho desconfiado, eles observavam apreensivos o que acontecia. Viram quando o menino colocou o fone na base e sorria aliviado debruçando-se no aconchego do sofá. Então, se aproximaram dele, como  se nada soubessem do que havia acabado de acontecer. O pai pegou o cartão, leu e perguntou-lhe:

- Ligou ao Papai Noel? Ele estava em casa? Conversou com ele?

Pai e mãe entreolharam-se esperando a resposta.

- Não, eu só deixei um recado.

Com relação ao Natal, acredita-se que a maioria dos seres humanos de sexo masculino passa por três fases em sua vida. Primeiro, ainda criança, ele acredita na existência do Papai Noel. Na segunda fase, descobre que seus pais mentiram para ele e que o Papai Noel nunca existiu. E na última fase, já adulto, resolve se vestir de Papai Noel e bancar o mentiroso para seus filhos.

Artigo relacionado: Papai Noel, o usurpador

E.A.G.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Crônica do nigeriano que na rua Conde de Sarzedas disse ser missionário evangélico

Por Eliseu Antonio Gomes

Gosto muito de texto bíblico de Mateus 10,16, que nos recomenda a agir com a prudência das serpentes e a simplicidade das pombas.

Algum tempo atrás, na rua Conde de Sarzerdas - uma rua de muitas lojas evangélicas na Capital de São Paulo -, encontrei um moçambicano que se apresentava como um missionário evangélico no Brasil. Era um negro bem falante e sorridente. Ele vestia-se com traje típico do seu país, uma espécie de camisa com estampa muito colorida e falava com sotaque muito forte. Estrategicamente, estava parado bem na frente da porta de um estabelecimento comercial, aproveitava o fluxo de gente que entrava e saía da loja para oferecer os CDs dele.

Eu não sou um alguém que acredita de imediato nas coisas que ouço, sempre busco comprovar tudo. Perguntei a ele o nome de seu pastor e qual era a igreja que o havia enviado ao Brasil. Não sei se de maneira proposital ou distraída, ele não me respondeu. Ao invés de esclarecer, ofereceu o CD, cujo conteúdo era todo de pregações realizadas por ele. De pronto, pude perceber que era um produto feito de modo nada profissional. Apesar de a qualidade deixar a desejar, comprei, porque afirmava que o dinheiro seria revertido para o seu ministério. Por quê não dar um voto de confiança?

Bom de prosa, ele conseguiu mexer com o emocional da minha esposa em poucas palavras. Disse para ela que os brasileiros estão no céu e não sabem, porque no país de onde veio poucos conseguem comer na mesma refeição arroz e feijão juntos. Quase levamos dois exemplares do CD!

Hoje, conversei com uma pessoa que trazia uma dúvida e pedia auxílio, queria saber como deveria proceder. Nesta conversa, me lembrei do tal moçambicano bom de papo. A pessoa me disse que um homem de Moçambique prega em igrejas do Brasil e arrecada dinheiro para uma obra religiosa em seu país, mas as fotos que apresenta não são de seu ministério, mas de outra pessoa, brasileira, que não tem elo algum com ele, faz missões lá no continente africano e não deu autorização para copiar e usar suas imagens Tudo indica que o pedido de ofertas é uma situação fraudulenta. Estelionato. Falsidade ideológica. A ação de lobo travestido de ovelha, pois a brasileira afirma não receber um tostão.

Note a palavra MISSIONÁRIO: significa ENVIADO. A indução ao erro só acontece quando existe falta de conhecimento. O missionário precisa ter a referência de quem o envia. Então, se um pastor não enviou a pessoa, essa pessoa não deve dizer que é uma missionária, mesmo que ela seja sincera, trabalhe duro e dedique todo seu coração para Cristo. E se a pessoa não puder comprovar que foi de fato enviada por um pastor, a prudência recomenda a quem a recebe não considerá-la em missão. É seu irmão ou irmã de fé, mas missionário ou missionária não é.

O que respondi para a pessoa que pediu ajuda nesta situação? Eu acredito que a missionária brasileira deveria:
1º. falar ao seu pastor sobre o fato,
2º.  fazer seus mantenedores ficarem cientes para que não sejam enganados,
3º. fazer denúncia no próprio site, ou página dela em rede social. Deixar um comunicado bem claro que não passou procuração para que se peça ofertas em nome dela. Mas sem citar nome.

Há necessidade de tomar cuidado para não ser judicialmente processada pelo nigeriano, pois o Código Penal Brasileiro, no artigo 140, também dá oportunidade para que se puna quem diz a verdade, é a tal queixa de injúria, que bem poderia ser chamada "lei de incentivo ao crime", pois essa lei é interpretada de maneira muito esquisita, considera-se ofensa contra a dignidade ou o decoro acusar atos falhos de quem age dolosamente. A pena pode ser  detenção de seis meses a um ano ou multa.  

E.A.G

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Saudades da Igreja Deus é Amor que não existe mais

Em casa: Bíblia de Estudo em Cores, Shedd, Plenitude, Thompsom, NVI, além do livro Jesus Biografia Completa
Levi Muniz

Fui criado na Igreja Pentecostal Deus é Amor, a Sede Mundial em São Paulo. 

Saudades! Eu me lembro que quando criança todo ano ia ao campo São Cristovão no Rio de Janeiro, dia do aniversario da cidade. O Missionário David Miranda em cima de um caminhão, muitos paralíticos andavam

Eu sinto muitas saudades dos cultos às segundas-feiras, durante a noite, com o Pastor Jose Borges, aonde o fogo caia e ele gritava: "Isto é vida, senhores, eu prefiro ficar com Jesus".

Que saudades das vigílias na Sede Mundial com direção do Joel Miranda. Comparecia grande multidão. Quando ele dava o "sopro divino" os demônios não resistiam e caiam. 

Quantas saudades dos cultos aos domingos à noite na rua Conde de Sarzedas, centro da Capital de São Paulo, com a participação de muitos grupos de jovens, vocais louvando a Deus. 

Com nostalgia me recordo de viagens com o grupo Unforgetable Praise. Lembro dos cultos na Brasilio Itibere, em Curitiba, Paraná. Uma vez a Leia Miranda viajou conosco e foi muito bom, ela era bem animada e divertida.

Tenho saudades do Programa Jovem, que eu ajudava a apresentar, inclusive fiz a narração de um congresso em 1991. Ia ao ar pela Radio Universo de Curitiba em ondas curtas. Eu era ouvinte da Sessão da Criança, adorava o vovô Pedrão e os demais personagens que hoje não existem mais. Gravávamos no meio da semana, ia ao ar aos sábados às 11 horas. Ficávamos na expectativa querendo ouvir tudo. Certa vez, eu e os meninos do Unforgetable dormimos na casa do Pastor Luiz Gomes, ele morava no prédio da rádio, rua Senador Alencar Guimarães, 97, edifício Marisa.

Quem se lembra do Raul Nazário, que apresentava com a Débora Miranda o programa Mensagens Cantadas? Sim, era gravado em Curitiba, também. Só depois começaram a ser produzidos em São Paulo. Ah... Saudades de cultos realizados por Lourival de Almeida em vários estados e cidades com a participação do Unforgetable.. 

Lembro-me das concentrações com o Sergio Sora nos Arcos da Lapa. Quantas curas e milagres e muito louvor!

Tempos bons! Final da década de 1970 e começo dos anos 90.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Meu encontro com um pitbull


Por Eliseu Antonio Gomes 

Acho que era 2003, levei a esposa ao ponto de ônibus por volta das 5 horas. Ao deixá-la dentro do transporte voltei para casa. Na caminhada de volta ouvi um barulho atrás de mim, me virei e vi um cão pit bull se aproximando rapidamente. Estremeci... Raciocinei que era má ideia correr porque viraria alvo de caça. Bicho enorme! Quando aos meus pés, vi que aquele anima era um  filhote, apesar do porte grande e aparentemente forte.. Fiquei alerta, logo perdi o medo pois percebi os sinais corporais dele, rabo abanando, o grunhindo calmo, manifestando alegria. Alívio. Passei a mão na cabeça para corresponder o abanar da calda. 

Voltei a andar e ele me seguia, um pouco atrás, ao lado, fazendo círculos em mim e cheirando quase tudo pelo caminho. Desisti de ir para casa, preferi antes uma volta pelo quarteirão com a esperança de que o dono o encontrasse. Não tive sucesso, as ruas estavam totalmente desertas, ainda era fim da madrugada. Então fui para casa levando o animal porque havia deixado uma criança dormindo e não deveria ficar ausente. 

Entrei, deixando-o no corredor. Em determinado momento, a bicharada dos vizinhos latiram para ele, que apenas levantou-se e ergueu a cabeça olhando para o céu e emitiu um único “au” e todos pararam de latir. Todos se calaram com a voz grossa daquele bebê grandalhão! Acho que ele disse:" agora sou o rei desse pedaço, calai-vos". 

 Liguei para o celular da mulher e contei sobre o visitante:

- Você enlouqueceu?! 

Quando a minha esposa retornou, o grandalhão havia comido muito e dormido bastante. Ao abrir o portão, o cachorro levantou-se e fitou seus olhos nela, olhar calmo e curioso. Manteve-se em silêncio e imóvel, enquanto ela se aproximava apavorada. Passou pelo pit bull e fechou a porta atrás de si... Depois descobriu que era manso, tal qual cavalo forte domado e quis acariciá-lo, fez amizade com ele também.

De comum acordo, a família não quis o bichão. Não havia espaço, nem tempo ou dinheiro para encher a pança dele. Também não quisemos soltá-lo ao léu, para não criar confusão, para ele não ser vítima de preconceito devido ao estigma de animal assassino.  

Passamos algum tempo pedindo informações sobre a origem dele para a nossa vizinhança, mas sem sucesso. E foi com alegria que no outro dia recebemos a notícia de uma vizinha dizendo ter encontrado o dono dele. Nunca tivemos confirmação se de fato pertencia a tal pessoa informada, mas sabíamos que cuidaria dele, pois tinha outros da mesma raça. 

Parece mentira, mas é verdade! 

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Diário de blogueiro: banco, padaria, cinema e igreja



Durante a noite, uma das bênçãos que Deus me deu, com doze anos de idade, aproximou-se de mim e da minha esposa e disse que há uma semana os cinemas exibem Detona Ralph – longa metragem de animação produzido pela Disney em 3D - um filme que eu nem sabia que existia. É período de férias para a criançada brasileira, então após rápido diálogo com a esposa tratei de informar a criança que levaríamos ela para assistir na tarde do dia seguinte o filme que desejava ver. Efusiva manifestação de alegria infantil na sala de estar! Pedimos que telefonasse para uma companhia da sua faixa etária e convidasse para ir junto. Ela ligou e convidou-a, em seguida minha esposa conversou com a mãe da garotinha convidada. Tudo combinado entre os adultos. Outra festa, agora em casa e na casa do outro lado da linha telefônica! 

No dia seguinte, após publicar um artigo aqui no Belverede pela manhã, desliguei o computador, beijei a esposa com um “até logo” e fui buscar pães na padaria próxima de casa. Uma pequena caminhada de uns 150 metros. Antes do estabelecimento comercial precisava passar no banco e sacar dinheiro para o passeio e para cumprir obrigações mais importantes. A agência bancária está no mesmo quarteirão em que resido.

Os dias atuais tem sido maus, como o apóstolo Paulo descreveu muito bem em 2 Timóteo 3.1-5. É preciso vigiar e orar para livrar-se dos males, conforme ensinou Jesus em Mateus 6.13.  

Pisei na calçada do banco por volta das 9h30. Meus olhos correram 360 graus sem ostentação de exame em derredor:

1 - Não havia polícia e nem segurança presentes;
2- No lado externo, bem perto da porta do banco haviam algumas senhoras, com aproximadamente 65 anos, conversando, acompanhadas de uma garotinha;
3 - Dentro do banco, no salão dos caixas eletrônicos, dois clientes operavam as máquinas, um senhor com cerca de 40 anos e uma jovem aparentando uns 25; e diversas máquinas livres para uso;
4- Suspeição! Uma pessoa usando roupa de motoqueiro (macacão preto para tempos de chuva - mas o tempo não era chuvoso), capacete na cabeça levantado até a testa (era possível ver o rosto de pele branca), estava parado com seu corpo encostado na mesa posta aos clientes segurando alguns papéis no tamanho sulfite A4. Fiquei alerta quanto a ele.
Em movimentos rápidos, saquei meu cartão e o introduzi na máquina, digitei operação de saque, pus a mão para exame biométrico, digitei o valor pretendido e a senha. Fiquei entre o monitor e aquela pessoa suspeita, impedindo que visualizasse minha transação. Ao retirar o dinheiro, contei-o rapidamente e o coloquei na carteira. Ao me virar percebi ela estava bem próxima de mim. Com ar sereno olhei  nos olhos dela por cinco segundos, ela desviou seu olhar e voltou para a mesa central com a vista nos papéis.

Não senti medo algum. Sabia que era preciso fazer algo que surpreendesse aquela pessoa incógnita. Pensei rapidamente sobre o melhor modo de agir naquele instante, pois sei de casos de gentes que foram assaltadas saindo daquele mesmo lugar e me sentia como a próxima vítima. Saí do banco em passos largos e sem dar a entender que queria estar o mais longe dali o mais depressa possível. Atravessei a rua com o sinal aberto aos automóveis e fora da faixa de pedestres – havia grande movimentação de carros naquela hora.

Minha deslocação fora do convencional fez com que em poucos segundos estivesse caminhando no sentido contrário ao fluxo dos veículos. Assim do outro lado da rua, eu me mantinha em situação que dificultava a aproximação de quem estivesse sobre um motor.  

Andando rápido, olhei na direção da agência bancária e o sujeito suspeito estava no lado externo do banco, estático, com o capacete na mão direita. Continuei com passos rápidos e voltei a olhar, ele subia numa Yamaha XT 250. Entrei na padaria e olhei outra vez para trás e não mais o vi. Aquele estabelecimento não era o endereço que pensava em ir, mas me senti bem ao rodar a roleta de clientes, pegar a comanda de compras e estar dentro do recinto. 

Me dirigi ao balcão, a jovem funcionária saudou com um frio “bom dia”. Pedi oito pãezinhos franceses, ela os ensacou e eu peguei o pacote. “O que mais?” - , perguntou ela. Um croissante e dois sonhos. Assim que ela viu o embrulho na minha mão foi ríspida dizendo que ainda não havia feito a pesagem.  

Gosto do estabelecimento, gosto mesmo! Mas, me senti muito mal atendido pela funcionária que servia os pães. Puxa vida... Se ela acordou de uma noite mal dormida ou nem dormiu, o problema não deve ser "regurgitado" nos clientes! Pensei em reclamar com o gerente naquela hora, mas não fiz. Entreguei a comanda, ela digitou o código das minhas compras, fui ao caixa, paguei e voltei para casa. Ainda estava alerta quanto ao motoqueiro, que não avistei mais.

Em casa, tomei meu café com a esposa. Não falei das desventuras daquela manhã, pois queria que o dia fosse só de alegria para minha família. Depois do café assistimos três episódios de um seriado na televisão, enquanto minha esposa ia e vinha para perto do televisor, pois se aprontava para sair e malhar na academia. Antes dela sair, acordou a nossa criança para que fosse comigo buscar a criança que lhe faria companhia na sessão de cinema. 

Enquanto a mulher estava malhando, buscamos a outra criança e passamos na academia e os quatro retornamos juntos para casa.  

Escolhemos a sala de cinema do Shopping Center Lapa, região oeste de São Paulo. Detona Ralph é um filme engraçadinho. Acho que não terá bom êxito de bilheteria, mas preencheu o dia de férias das crianças. Dali, um giro pelo shopping, na lanchonete alguns hambúrgueres com refrigerantes e milk shake, uma atração de cinco minutos numa saleta que prometia algo em 5D (tela 3D interagindo com movimentos de poltronas afixadas em piso móvel e jatos pulverizadores de gotículas de água de cheiros). Uma loja, três peças de roupas novas. Volta ao lar doce lar, sãos e salvos, por volta de 17 horas. 

Fui descansar em minha sesta da tarde. A esposa levou as crianças à igreja e depois a nossa pequena e ilustre convidada de passeio foi pega na porta da igreja por seus pais.

“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos”. – Filipenses 4.4.

 Obrigado, Senhor, por viver dias bons!  

E.A.G.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Crônica da dieta do réveillon

Por Eliseu Antonio Gomes

31/12/2012. 6h30. Alarme de celular tocou. 

Ela acordou serena, tranquila, disposta para o raiar de um novo dia e novo ano. 

Ainda de olhos fechados pôs-se sentada na beirada da cama com os pés descalços no chão. Tateou com as pontas dos dedos a procura do par de chinelos. Levantou-se, ziguezagueando seguiu em direção ao banheiro. Passou a mão direita no interruptor de luz e iluminou o ambiente. 

Subiu na balança de pesagem e viu os benditos 75 quilos outra vez! Sussurrou em voz chorosa: “Preciso parar de mentir para mim mesma. Em 31 de Dezembro de 2011 eu fiz um propósito de emagrecer dez quilos durante o ano de 2012 e não tratei esse assunto com seriedade!”.

Seguiu para a cozinha desejando um robusto lanche com peito de frango e maionese e também pensando em refazer a promessa descumprida em cinco anos anteriores.

E.A.G.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

As fábulas de Esopo: Lobo em pele de cordeiro

"Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores" - Mateus 7.15.

Diz-se que a frase "lobo em pele de cordeiro" tem origen em uma das fábulas de Esopo. É bastante antiga.

Esopo viveu na Grécia Antiga entre 620 e 560 a.C., segundo Plutarco era gago e corcunda, foi condenado à morte pelos délficos. Existe uma coleção de fábulas creditadas a ele, reunidas por Demétrio de Falero no século IV, mas as que se têm contado nos dias atuais foram compiladas em prosa pelo grego bizantino Planúdio no século XIV. As estórias são todas de cunho moral, e em sua maioria contêm personagens animais personificando a bondade e a vilania. A coleção é aproveitada até nos dias atuais para educar a criançada. São: A Raposa e as Uvas; A Cigarra e a Formiga; A Tartaruga e a Lebre; O Lobo e o Cordeiro, etc. .

Se Esopo foi realmente o autor das fábulas ou não, não sabemos. Ao longo dos séculos as fábulas ganharam diversas versões, uma das mais conhecidas mundo afora entre nós é O Lobo e o Cordeiro. Os contos foram traduzidos para o idioma inglês a partir de 1.484.

A frase "lobo em pele de cordeiro" tem origem em período pré-cristão, refere-se ao comportamento dissimulado, a alguém que esconde a intenção maliciosa, sob o pretexto de bondade. O conselho adverte que não podemos ter pressa para confiar em alguém desconhecido que entra em nossos círculos mais íntimos demonstrando de maneira falsa ser amigável.

Durante os anos em que Jesus Cristo pisou aqui na Terra, a coleção de fábulas de Esopo era popular no Oriente Médio, seus contos tinham grande circulação entre as massas.  

O lobo e o cordeiro
Um Lobo, ao encontrar um Cordeiro desgarrado do rebanho, decidiu, ao invés de deitar mãos violentas sobre ele, encontrar alguma razão para justificar ao Cordeiro seu direito de comê-lo. Então ele lhe disse:
- Seu tratante, você me insultou rudemente no ano passado.
- Como? - redarguiu o Cordeiro num tom choroso de voz - eu não havia nascido ainda.
O Lobo então disse:
- Você pastou em meus campos.
- Não, bom senhor, - respondeu o Cordeiro - ainda não senti o gosto de grama.
Novamente o Lobo disse:
- Você bebeu água de meu poço.
- Não, - exclamou o Cordeiro - eu nunca bebi água, pois o leite de minha mãe é para mim tanto comida quanto bebida.
Após isso, Lobo agarrou e comeu o Cordeiro, dizendo:
- Bem! Não vou ficar sem minha ceia, embora você refute cada uma de minhas acusações.
Moral: O tirano sempre encontrará pretexto para sua tirania. 

E.A.G.

Consulta: Larousse Cultural.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Crônica do papagaio infeliz no Dia da Independência do Brasil

Meus vizinhos saíram em viagem nesse feriadão de 7 de Setembro. No quintal deles: um papagaio, um cão e um gato.

Acho que a ave escapou da gaiola. Resultado, foi parar na boca canina. A ave era atirada para cima e caía esparramada no chão, voltava para a bocarra e atirada outra vez ao alto... Coitado! O barulho do bichinho de penas "chorando" chamou nossa atenção... Subimos no muro e ao ver a cena assustamos o cachorro com biribinhas (aquelas bombinhas à base de pólvora seca, estampido fraco). Ao estalo o cão correu para o portão frontal da residência e deixou a ave no chão, deitada. Tentamos contato com a família pelo telefone e pela internet. Nada!  Depois, na penumbra, o gato rondava o papagaio. Outra birinha providencial. Agora,  por causa da escuridão, não é mais possível observar a situação do bichinho.

Que coisa!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

A mãe, o pai e a alma das crianças

Uma jovem mamãe, uma pessoa próxima da minha família, cheia de ternura, escreveu o seguinte em sua rede de relacionamentos:
"Baby mimindo... no meu colo! Linda, linda, linda. E muito pesada! Haja braço rsrsrs".
Lembrei do meu passado de pai, vendo a minha esposa cuidado da criancinha que Deus quis nos dar. É bênção, que pude ver e participar! Cada centímetro e cada quilograma à mais é sentido dia após dia. Comemoramos quando a coluna da criancinha ficou firme, sentadinha. E vibramos mais ainda quando se firmou sobre os pés e as perninhas deram os primeiros passos. As primeiras palavras faladas... As primeiras palavras escritas... E, a primeira aula na faculdade... A vida não pára!

Então, digitei o seguinte para a jovem mamãe:
"Maior que o peso provocado pela gravidade é o peso da responsabilidade paterna e materna. Principalmente a responsabilidade espiritual. O coraçãozinho, minúsculo, bate dentro do tórax e talvez caiba na palma de sua mão, fechada. A alma, que não é matéria, está neste corpinho delicado e frágil, que crescerá e um dia quererá decidir tudo por conta própria. E ao passar de bebê para adulto, gente independente, a posição de pai e mãe deverá ser de espectadores. A qualidade das decisões dos filhos, são o resultado daquilo que seus progenitores conseguiram transmitir às suas almas. Veja bem, o peso gravitacional é mais fácil de suportar! Mas, permaneça tranquila. Você está com Jesus! O pai da criança está com Jesus! E o Senhor nos conduz em todas as causas, principalmente na missão familiar. Boa semana a você ao seu marido, o paizão!"

Que cada mãe e que cada pai possam gerar filhos que tenham  a consciência igual  a alma de Davi, que orou ao Senhor assim:

"Meu Deus, livre-me do homem perverso, das maldades do homem mau e cruel. O Soberano SENHOR é a minha esperança. Eu confio no Senhor desde a minha juventude! Sim, desde o ventre materno dependo do Senhor, que me sustenta desde o meu nascimento. Eu o louvarei para sempre. A minha vida tem sido um exemplo para muitos, mas tudo aconteceu porque o Senhor é o meu refúgio seguro. Por isso, eu o louvo com as minhas palavras, de dia e de noite, e anuncio a sua glória. E agora que estou velho e fraco, por favor, , não me rejeite e nem me abandone!"  - Salmos 71:4-9 (Nova Bíblia Viva).

E.A.G.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O rato da cidade e o rato do mato

Em certa feita, chegou ao centro urbano de uma grande metrópole uma ratinho magro. Passava fome, estava desnutrido e procurava lugar melhor para continuar a viver. Ele veio do meio de um grande matagal seco, lugar de comida escassa e onde a existência era pela hora da morte.

Com firme decisão de encontrar dias melhores, se aventurou na cidade grande. E um dia encontrou por obra do acaso um rato gordo.

- Amigo, tudo bem?

- Sim, mas me parece que você não vai assim tão bem - foi a resposta, com uma passadela de olhos de soslaio sobre a silhueta quase cadavérica do rato do mato.

- Como faz para ter suas refeições fartas? - perguntou o ratinho faminto.

- Eu moro em uma casa onde não há impecilho para comer.

- Teriia a bondade de indicar este local?

Então, os dois foram para a residência; Mas, chegando lá o rato do mato levou um tremendo susto. Eis que bem perto de uma tigela de comida suculenta estava um gato gordo a dormir.

- Amigo, o que é isso? Disse-me que não havia problemas para se alimentar!

- E não existe. Olhe o gato. Ele está sempre de estômago cheio. Ele só come do bom e do melhor. Gosta de peixes e carne de primeira.

- É loucura fazer a aproximação - disse o rato do mato, acostumado a evitar predadores.

- Vou provar o que disse. Este bichano é dorminhoco, preguiçoso, ele não oferece nenhum risco.

Rapidamente, o rato gordo partiu das palavras à ação. E passou bem pertinho do gato gordo, quase entre seus fios do bigode, e sumiu para dentro da cozinha daquela casa. Ao retornar, trouxe um pedaço enorme de queijo, fez o mesmo trajeto, passando bem pertinho do focinho do bichano, que dessa vez abriu os olhos e acompanhou o caminhar do ratinho, mas sem se mexer um milímetro da sua posição confortável.

- Viu isso, caipira?! - disse o rato gordo.

- É inacreditável!

- Agora é sua vez, vá trazer o seu prato predileto.

- Não, não tenho coragem. Ele não deverá reagir bem se me ver. Vá você outra vez!

- Pois bem, covarde, lá vou eu!

Em desabalada carreira, o rato gordo foi pelo mesmo caminho. O gato abriu os olhos outra vez, e num lance muito rápido cravou suas unhas pontiagudas da pata esquerda sobre o rato confiante e o levou para dentro da boca.

 Trêmulo, e bem longe da cena trágica, o rato do mato pensou:

- Mais vale ser um rato magro do que um rato gordo na boca do gato! - e saiu daquele lugar.

Moral da estória: não vale a pena abusar da sorte.

E.A.G

sábado, 2 de julho de 2011

Crônica do dizimista assaltado


Alguém me disse certa vez que se um dizimista é assaltado ele continua a ser abençoado, porque ladrão que deixa a vítima viva não é homicida. Afirmou isso como a querer explicar a proteção divina aos que contribuem no templo evangélico e apesar disso sofrem prejuízos iguais aos que não são colaboradores.

Então pensei comigo: Não existe nada que esteja acima da permissão de Deus, não existe nada que saia fora do controle de Deus. E dei um depoimento verídico para a pessoa do comentário.

É o seguinte: Conheço um pessoa dizimista que foi assaltada na volta para casa, dentro do trem. Levaram o salário do mês todo, sendo que parte do dinheiro seria usado para a festa do casamento da filha no sábado daquela semana. O pastor e o grupo de obrreiros agiram rápido e restituíram o dinheiro levado. Mas, dois dias depois, indo ao trabalho, ele encontrou no piso do vagão do trem uma carteira sem documentos e cheia de dinheiro. Sua surpresa foi ao contar o valor. Havia exatamente a mesma quantia que o ladrão levou. Resultado: aquele mês ele ficou com o dobro do salário que ganhava. Sim, o dobro, porque entregou dízimo em dobro também.

Bem, hoje o dizimista assaltado está com quase 80 anos. A filha que iria se casar teve sua bela festa. Hoje é mãe de três e tem dois filhos casados.

Quem é o dizimista vítima de assalto? Eu o tenho como bom exemplo de cristão. Essa possoa assaltada é bem próxima de mim. Lembro-me dele contando o ocorrido no microfone da igreja, e pedindo que os presentes orassem para que o assaltante se tornasse um cidadão de bem, e dizendo que não tinha raiva dele, que o havia perdoado. Este dizimista assaltado é o meu pai.

Eu concluo a prosa dizendo que acredito que praticar o dízimo é questão de fé e de voluntariedade do cristão. Respeito quem queira ser dizimista, e também respeito aqueles que não são.

E.A.G.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Visita à Igreja Pentecostal Deus é Amor

Por Eloi Oliveira

Relatarei minha experiência, quero que os leitores levem em conta que sou de uma igreja - Congregação Cristã no Brasil - onde qualquer liturgia soa estranho no começo, por sermos muito diferentes e talvez por isso eu tenha estranhado um pouco.

O relato contém opiniões minhas, apenas.

Neste domingo senti vontade de me consagrar,  visitar a Igreja Pentecostal Deus é Amor, o templo-sede em minha cidade, Ribeirão Preto. Deus colocou em meu coração o intento de ir visitá-la pela primeira vez. Eu já havia prometido isso a mim mesmo faz um certo tempo, mas estava esperando em Deus fazer o movimento, que aconteceu neste final de semana.

Cheguei pouco antes das 14 horas, pois às 14 horas é o horário de início do culto, conforme marcado na placa afixada na parte externa da igreja. Quando eu cheguei lá não havia praticamente ninguém. A primeira irmã chegou junto comigo, pedi informação e ela me conduziu para um acesso de entrada ao templo pelo estacionamento da igreja. Havia um irmão com idade avançada na porta de entrada. Os dois foram muitos simpáticos comigo. Mas disseram que o culto só começava às 15 horas. Achei estranho, o horário oficial anunciava uma hora de diferença à menos.

Pois bem, entrei e a irmã dedicadamente mostrou o lugar onde se sentariam os homens, na IPDA separam assentos só para homens e só para mulheres. Me sentei e tirei discretamente uma foto do púlpito, para mostrar a você, leitor dessas linhas, e fiquei aguardando o início do culto.

Lá dentro do recinto da igreja estava apenas um obreiro. A  rádio Voz da Libertação estava ligada, os  autofalantes transmitiam a programação da demominação.

Chegaram mais algumas irmãs, um irmão também, e este recém-chegado me parece ser obreiro ou tem algum cargo na igreja, ele me saldou muito educadamente com a Paz do Senhor e sentou-se umas duas fileiras a frente. Depois chegou mais um homem e sentou-se bem la atrás.

Ficamos ouvindo a rádio.

Eu como sou muito curioso e observador, observei cada detalhe da igreja, queria conhecer, e vi que a igreja é bem simples, humilde, sem exageros. o salão (que é ate grande e com uma boa estrutura) foi adaptado, ali  foi uma fábrica antes da IPDA comprá-lo.

Haviam faixas de campanhas penduradas nas paredes laterais. Lá  na frente tinham várias caixas - parecidas com urnas - e cada uma estava escrito assim: unção da prosperidade, unção da quitação das contas, unção da saúde, unção da família, e por aí vai. Acho que tinham umas oito caixas. Saí de lá sem entender para que elas servem.

E por falar em urna, vi que algumas irmãs escreviam algo em um papel impresso, e depositavam em uma outra urna que ficava no púlpito. Também não sei o significado.

Na rádio algumas coisas ditas me intrigaram como as falas do Davi Miranda: ''só comprem CDs da Voz da Libertação, as outras músicas evangélicas conduzem ao erro, cuidado". Também houveram vários testemunhos de pessoas que devem ser membros da IPDA. Fiquei intrigado pelo fato de praticamente todas as pessoas que testemunharam atribuírem a bênção ao ''missionário'', e sempre o pastor que responsável pelas entrevistas, testemunhos, fazer questão de enfatizar: ''isso aconteceu na Igreja Pentecostal Deus é Amor''. Nos momentos que os membros esqueciam de falar, ele indagava, ''aonde foi que aconteceu o milagre mesmo?''. Existia uma certa ênfase no missionário e no nome da igreja, mas o nome de Jesus quase não era direcionado à ocorrência dos milagres.

Quase chegando às três horas, eu me ajoelhei para orar, como faço na Congregação Cristã no Brasil, para entrar em em comunhão. O pastor chegou, desligou a transmissão da rádio e deu início ao culto, com a presença de umas oito mulheres e três homens apenas. Fiquei espantado em ver que a igreja estava vazia, sendo o templo-sede.

O pastor disse que iríamos orar e depois íamos ouvir a radio outra vez, às 16 horas, porque o missionário iria fazer pronunciamento de nível mundial a todas as igrejas.

Pois bem, começou a oração feita pelo pastor. Me pareceu que é sempre ele quem faz as orações na igreja. Eu ajoelhei como sempre faço nas CCB (na Assembleia de Deus eu nao ajoelho, porque lá ninguém ajoelha nas orações em grupo). Alguns poucos dos presentes ajoelharam e então  me senti à vontade ajoelhado. Eu gostei muito da oração, muito bem centrada, uma oração que realmente me fez muito bem. Ao término, percebi que tinham chegado mais uma mulher e três homens.

Vi tambem que não havia jovens ali, somente pessoas maduras, somente eu e mais um éramos jovens, o restante todos mais velhos.

O pastor deu início à liberdade de louvores. Essa foi a parte do culto que eu mais me emocionei, que eu achei mais linda. Algumas senhorinhas, bem de idade mesmo, foram lá na frente cantar os hinos da harpa. A humildade delas era evidente, havia na entoação do canto um poder que só quem tem o Espírito Santo no coração sabe definir. 

Chegado às 16 horas foi ligada a radio para ouvir a pregação do Davi Miranda. Ele falava algo de ''trazer mais almas para a igreja'', que a igreja tinha 22 milhoes de membros no mundo e se cada membro trouxesse pelo menos mais um, o número de membros dobraria para 44 milhões. Advertiu-nos também sobre a necessidade de trabalhar na obra, dando como exemplo a parábola dos talentos, e que os talentos são almas que devemos trazer para Deus. Ressaltou a necessidade de chamar nossos vizinhos para a igreja, de pregar o evangelho para as pessoas, para não receber a condenado de Deus por enterrar o talento. Teve hora também que o Missionario disse que os dizimos tambem são talentos, e que deveríamos devolver os dizimos para a igreja, como foi feito na parábola.

Já na igreja não teve quem pedisse dinheiro, nem nada relacionado a isso, como na Assembleia de Deus, que existe o momento das ofertas.
 
Às 16h30 algumas pessoas, das pouquíssimas que estavam lá foram embora. Chegaram mais dois homens de idade, voltando a ter quatro homens. E as mulheres se foram.

Não entendi em qual momento acabaria a reunião, ou se já havia acabado. Como eu não havia almoçado ainda, e já eram quase 17 horas, eu me senti na liberdade de ir embora, pois só havia a rádio ligada.

Gostei muito da igreja, apesar de estranhar a liturgia do culto, e também pela igreja ser vazia daquela maneira. Saí sem ouvir a mensagem do pastor, mas acho que a palavra era via radio naquele dia.

Sai de lá  bem. O  ápice foi a oração e os louvores. O ponto negativo foi a liturgia confusa, a falta de instrumentos e banda, não haver qualquer instrumento que acompanhe os louvores. Lá não tem nada disso. E nessa falta os presentes ouvem a rádio a maior parte do tempo. Essa ideia não me agrada.

Se eu pretendo voltar? Sim, assim que Deus me tocar para voltar!

Paz e graças.
__________

Eloi Oliveira tem 26 anos, pertence à Congregação Cristã no Brasil em Ribeirão Preto, São Paulo. Postou o texto na rede social Orkut, na comunidade Igrejas Pentecostais.

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