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quarta-feira, 9 de março de 2011

A barba de José e a barba de Jesus Cristo

Apesar de estar no meio evangélico há muito tempo, fico pasmo com líderes que pregam usos e costumes denominacionais. Eu fiquei sobressaltado com um deles, não apenas pelo que disse, mas por ser líder de renome nacional. Pela perspectiva teológica, a fala foi frívola demais!

Disse mais ou menos assim:

- José tomou banho e se barbeou para comparecer diante de Faraó, meus irmãos, temos que fazer o mesmo como servos do Senhor.

Sim, é verdade que as Escrituras Sagradas afirmam que José se barbeou para comparecer diante de Faraó, rei dos egípcios. É verdade também que em muitas vezes esses mesmos defensores de usos e costumes usam a figura de Faraó como representação de Satanás.

O caso de José raspando sua barba é sui generis aos judeus. Ele estava na condição de prisioneiro em terra estrangeira. O texto é apenas uma narração de um fato, sem haver juízo de ser certo ou errado.

Os defensores de usos e costumes vivem interpolando textos narrativos com os textos normativos. "Então, Faraó mandou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmorra; ele se barbeou, mudou de roupa, e foi apresentar-se a Faraó" - Gênesis 41.14.

Vejamos o contexto desse texto:
• os leprosos eram proibidos de deixar a barba crescer por questão de higiene da pele doente (Levíticos 14.9);
• o judeu não deveria cortar os cantos da barba em momentos de luto (Levítico 19.27; 2 Samuel 19.24; Esdras 9.3; Isaías 15.2; Jeremias 41.5; 48.37);
• injuriar a barba era interpretado como ação de insanidade (1 Samuel 21.13);
• raspar a barba de um judeu era sinal de ofensa (2 Samuel 10.4, 6, 7);
• os judeus usavam barba e se envergonhavam se não as mantivesse (2 Samuel 10.5);
• tocar e beijar a barba de um judeu era sinal de respeito (2 Samuel 20.9);
• os sacerdotes usavam barba (Salmo 133.2);
• puxar a barba de um judeu significa ato de zombaria, grave insulto (1 Crônicas 19.4; Isaías 50.6);
• ao judeu, barba raspada simbolizava momento de penitência e dor (Jeremias 41.5).
José cortou a barba, podemos afirmar que com tristeza, raspou-a mesmo ela representando sinal de virilidade e respeitabilidade aos judeus. Sim, José barbeou-se, apesar da barba ser uma diferença entre israelitas e egípcios, que os escravizaram.

Não somos seguidores de José, mas de Jesus Cristo. Quando o profeta Isaías mencionou o sofrimento do Salvador pouco antes de ser levado para a cruz, descreveu o seguinte sobre seu rosto: "As costas dou aos que me ferem e a face, aos que me arrancam os cabelos; não escondo a face dos que me afrontam e me cospem" (Isaías 50.6 - Almeida Revista e Corrigida, ARC). Na Bíblia cuja tradução é a Nova Versão Internacional, lemos assim: "arrancavam minha barba", porque no idioma hebraico o vocábulo encontrado é "lemoretim", cuja conotação é "tornar liso ou careca". E conforme os textos citados acima, puxar e raspar a barba de um judeu era sinal de desrespeito e grave ofensa.

Como judeu, Jesus Cristo foi coerente, seu discurso não destoava da sua prática. Tenha a certeza que Ele manteve sua barba crescida e bem cuidada. Por quê? A Lei proibia cortá-la à maneira dos egípcios. Ele foi cumpridor de toda a Lei sem exigir que os gentios praticassem o judaísmo. 

E.A.G.

Deus quis que João Batista. Estevão e Tiago morressem como mártires da Igreja Primitiva?

A Igreja Católica costuma beatificar personagens bíblicos. E temos esse costume como herança religiosa, somos obrigados a nos policiar, fugir dessa prática.

Apesar de João Batista e Estevão serem pessoas tementes a Deus, tal qualidade não os fez perfeitos. Eles falhavam, como todos nós falhamos.

João Batista foi degolado. Eu creio que não deveria ter sido. Ele tinha temperamento colérico, apesar de conhecer Provérbios 15.1, saber que responder com brandura desviava a fúria de todos seus interlocutores e promovia a paz, e ser duro em palavras e truculento provocava reações raivosas, cheias de sede de vingança contra ele. Mesmo assim ele saiu do deserto com pouca delicadeza.

Lembremos do que Paulo escreveu: "os espíritos dos profetas são sujeitos aos profetas" (1ª Coríntios 14.32). 

João Batista exerceu sua função profética. Qual era a missão de João Batista? Anunciar a chegada do Messias. Mas quis ir além, quis denunciar publicamente o pecado de adultério do rei e de Herodias e, com sua dureza, provocou a ira sobre si mesmo. Resultado: muito jovem teve a cabeça decapitada e colocada em uma bandeja. Veja: Mateus 14.1-12.

E quanto a Estevão? Quando Jesus subiu ao céu, deu uma ordem expressa e clara aos seus discípulos (incluso Estevão). Disse: "ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marcos 16.15). Os cristãos deveriam sair de Israel, anunciar o Evangelho aos gentios, mas se esqueceram muito rapidamente o mandamento, ficaram no mesmo local em que residiam. Então se tornaram alvos de judeus enfurecidos.

Se Estevão tivesse obedecido a ordem de Jesus, não teria se tornado apedrejado, nem Tiago teria sido morto à espada, nem Pedro teria sido preso e passado pelo risco de morte (Atos 6.10-15; 7.1-60; 12.1-18).

Em suma, o Salmo 36.9 nos diz que em Deus está o manancial de vida, na luz dEle vemos a luz, mas João Batista não levou em conta a luz de Provérbios 15.1 e Estevão não considerou corretamente a importância das palavras iluminadas e registradas em Marcos 16.15. E pagaram com suas vidas!

E.A.G.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher - Reflexão sobre o papel de mãe, cristã evangélica e trabalhadora fora do lar

8 de março: Dia Internacional da Mulher. Neste data, a minha proposta não é descrever Deus, o que é o ser humano, suas qualidades e limitações e nem como o homem e a mulher foram feitos segundo à imagem e semelhança do Criador. Nestas linhas breves, reflito sobre a mítica história de Adão e Eva, e a etimologia de seus nomes. Por quê? Porque na Bíblia Sagrada os nomes representam muito mais do que a distinção de uma pessoa da outra, traduz sua missão, o seu papel existencial neste mundo.

A definição da vida

Nas escolas, estudando Biologia, nos é informado que vida é uma palavra originada do latim (vita), pode ser entendida como o conjunto de características que mantém os seres em constante atividade. O ser humano nasce, cresce, reproduz-se, envelhece e morre. Nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e morte constituem o ciclo vital, que é uma característica geral dos seres vivos.

Na Bíblia Sagrada, vemos que o Criador formou o ser humano, gênero masculino, a partir do pó da terra e soprou em seu nariz e desse sopro o ser inanimado se transformou em ser vivente. E após isso, de sua costela criou o gênero feminino. A mulher é introduzida na cultura hebraica como auxiliadora do homem, como sua companheira (Gênesis 2.20). Mulher: no hebraico, é “ 'ishshã”, termo em paralelo com 'ïsh (varão).O termo correlato em grego é "gin", "gyn", "gyne": fêmea, mulher, feminino.

Eruditos explicam que o nome Adão (hebraico: 'ãdhãm) significa humanidade, e Eva é derivado de hawwã, que significa “ser que vive”, termo traduzido como “ zoe” (vida) na Septuaginta em Gênesis 3.20.

A religião e a feminilidade

Existe relação entre a saúde da mulher com a amamentação.

Os médicos recomendam que a amamentação seja feita até os seis meses de idade do bebê.

A partir de 1940, a amamentação entrou em declínio e as mães passaram a usar mais mamadeiras e chupetas. Entre as causas desse declíno está o fato de que cada vez mais mulheres passaram a trabalhar, não havendo tempo para ou condições para amamentar. Além disso, a indústria alimentícia passou a produzir leites especiais para bebês, o que parecia mais prático para a mãe e mais saudável para a criança.

Entretanto, não há alimento mais completo para um bebê do que o leite materno. A queda no índice de amamentação coincidiu com o aumento na taxa de mortalidade infantil desde aquela data.

Os especialistas recomendam que o leite seja o alimento exclusivo do bebê até os seis meses de vida e só depois desse período é que deve oferecer água, chás e alimentos.

O leite materno mata a sede, pois é constituído por cerca de 80% de água, e nutre pois apresenta todos os nutrientes que o bebê precisa (carboidratos, lipídios e proteínas). E, ainda, contém anticorpos, fato importante se considerarmos que até os seis meses o sistema imunitáqrio da criança é pouco desenvolvido. Além disso, está comprovado que a amamentação evita infecções e benefia a disposição correta dos dentes.

Em relação às mães, a amamentação está relacionada com menores chances de desenvolver osteoporose, anemia, câncer de mama e ovário, além de ser alimentação econômica e prática. Também, a amamentação é o método natural da contracepção, impede uma nova gravidez com quase 100% de segurança por cerca de seis meses. Os picos de prolactina e de estrogeno estão envolvidos com esses benefícios.

A religião e o feminismo

Os principais pontos no movimento feminista são: o aumento da consciência pelos quais pequenos grupos avaliam seus papéis e posições na sociedade, campanhas públicas sobre assuntos como o aborto, igualdade de pagamento e oportunidades no mercado de trabalho, cuidado com crianças, pornografia e violência doméstica contra mulheres; e a disciplina acadêmica de estudo da mulher e da cultura.

Os grupos de mulheres integrados ao movimento feminista nos países em desenvolvimento provêm em geral das classes com mais acesso à educação.

No século 21, as mulheres ainda sofrem maior grau de desigualdades. Sua participação no mercado de trabalho e sua taxa de instrução tendem a ser menores, e taxas de fertilidade e de mortalidade durante a gravidez ou parto são maiores. Menor oportunidade de acesso à educação somada à influência de tradições sociais e religiosas que colocam em posição inferior a mulher e seu trabalho são responsáveis pelo limitado papel da mulher na vida política, econômica e pública do país. As que estão no mercado de trabalho tendem a ocupar posições de menor remuneração e que exigem menos especialização, enquanto a carga de trabalho, em muitos casos, inclui o cuidado com a família. Nas sociedades árabes islâmicas, as mulheres vêm tantando melhorar suas condições opondo-se aos códigos de afastamento, e à mutilação genital. Na áfrica, grupos apóiam as mulheres agricultoras, que produzem cerca de 71% dos alimentos do continente, dando-lhes maior acesso aos conhecimentos tecnológicos.

Concluindo

Nas últimas décadas, a mulher brasileira tem alcançado muitas conquistas importantes. Desde a Constituição de 1988, ela está livre da exigência legal, absurda, de precisar pedir autorização ao marido para trabalhar fora de casa. E hoje, sendo parte da maioria da população, maioria do eleitorado, maioria com curso superior completo, e apesar de haver uma representante na presidência da república, durante o período de Carnaval milhares de mulheres desfilam semi-nuas pelas principais avenidas dos mais importantes estados do Brasil, como parte de um grande espetáculo, um negócio que gera milhões de reais. O que nos faz constatar que na sociedade brasileira a filosofia machista ainda manda, está impregnada até às estranhas do Brasil. A figura feminina ainda está esteriotipada entre nós neste país.

Tanto homens quanto mulheres precisam entender que a missão que o Criador deu a Eva, lá no jardim do Éden, não é missão de subserviência, porque ao casar, o homem deve tratá-la com amor sacrificial, amá-la como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela na cruz. O homem cristão, na condição de marido, deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja ao ponto de morrer por ela (Efésios 5.25).

Embora ao longo dos séculos as religiões trataram as mulheres com injustiça, vemos que o Criador incumbiu a elas uma missão sem-igual. Da mulher ('ishshã), surgiu a vida. De uma mulher, Maria, nasceu  Jesus Cristo, que se definiu como o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6), o único ser vivente capaz de proporcionar à humanidade o futuro ao lado de Deus, lá no céu.

Jesus Cristo nasceu como gênero masculino, mas veio a este mundo apenas com a participação direta do gênero feminino.

E.A.G.

domingo, 6 de março de 2011

A SUA FÉ E ORAÇÃO EM SEU RELACIONAMENTO COM DEUS

"Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido. Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês" - 1ª Pedro 5.6-7 (NVI).

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos” - Hebreus 11.1 (NVI).

Em Hebreus 11.1 temos a melhor descrição do que seja fé. Nos escritos originais, em grego-koiné, a palavra traduzida por fé é "pistis". E pistis denota o sentido de um documento de posse - como uma escritura de imóvel devidamente registrada em cartório. Ou seja, a sua atitude demonstra sua crença, a sua fé é igual ao documento que comprova que você é a única pessoa que por direito é dona daquilo que crê, que a Bíblia Sagrada promete que é seu.

O dono de um imóvel comprova ser proprietário dele com o registro no cartório. Quem tem um documento de imóvel em cartório, sente-se seguro quanto ao que possui. Então, ao orar com fé, nunca se esqueça que está apresentando diante de Deus, em nome de Jesus, esse documento de posse (a sua fé).

Experimente trocar o termo fé por escritura em suas leituras bíblicas, em suas orações e vida devocional com Deus.

Na caminhada cristã, existem laços com o objetivo de nos induzir a examinar se a fé que usamos é eficaz ou se temos condições de receber o que pedimos, ou, ainda, se Deus quer atender nosso pedido.

Jamais dê espaço às dúvidas sobre os seus direitos. Peça sempre perdão a Deus se duvidar.

Jesus Cristo prometeu que tudo o que pedimos com fé, não duvidando no coração, crendo, receberemos (Mateus 21.21-22).
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A Bíblia Sagrada afirma que Deus é fiel e vela pela suas promessas para as cumprir. Velar e esforçar-se, não dormir com o propósito vigiar, é manter a guarda constantemente (Jeremias 1.12).
 
 Ao orar, organize sua mente:

1º - concentre-se em sua solicitaçãos;

2º - seja objetivo ao pedir; pense em Deus e em suas promessas, lembre-se que Ele é fiel, esqueça tudo o mais.

Seguindo esses passos de fé, tome posse do que já é seu (2ª Cotíntios 1.18; Hebreus 4.16).

Assim você colocará a dúvida para fora do seu coração. Todos os crentes chegam a duvidar em algum momento, mas só perde bênçãos quem permite que a dúvida ocupe o espaço da fé.

O que deve fazer: coloque a dúvida para fora do coração, dê o devido valor para a Palavra de Deus, creia que o Senhor é misericordioso e quer abençoá-lo. Resultado: receberá suas bênçãos em nome de Jesus.
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E.A.G.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O MAU HUMOR E A NOSSA RELAÇÃO COM JESUS CRISTO

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n'Ele e o mais Ele fará” - Salmo 37.5.

Existem dias em que alguns acordam se sentindo como se estivesse com a alma em má sintonia consigo mesmo, e com tudo e todos. Nestes momentos, até parece que a pessoa carrega um enorme peso invisível nas costas.

Diante dessa fase humana, descrita como mau-humor, quem já reconhece a Jesus Cristo como Salvador e Senhor, lembra-se que Ele troca a bagagem d'Ele, que é leve, pela nossa, que é tão difícil de ser suportada (Mateus 11.28-30).

Diante dos conflitos internos e externos da vida, de posse do fardo leve do Senhor, temos condições de viver dias melhores. Que assim cada um de nós possamos ser uma grande bênção para quem convive conosco.

A nossa alegria contagia.

E.A.G.