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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Breve comentário sobre Lilith no folclore judaico e em Isaías 34.14

No passado, Lilith foi uma figura considerada deusa e demônio feminino. Aparece em crenças tradicionais islâmicas como uma entidade demoníaca. Representações artísticas babilônicas mostram "lilith" como se fosse uma mulher alada e serpentina,  associada com ventos e tempestades. Durante os séculos 7 e 6 antes de Cristo, período em que os hebreus ficaram exilados na Babilônia, os babilônicos cultuavam lilith como deusa da fertilidade, responsável por enfermidades e morte. 

Na enciclopédia Larousse, o verbete a descreve assim: Hebraico, monstro noturno. Demônio feminino do folclore judaico cujo nome e

sábado, 23 de julho de 2022

A sutileza da normalização do divórcio

INTRODUÇÃO

É de vital importância ao cristão estudar sobre as sutilezas de Satanás, pois a Palavra de Deus diz que os últimos dias seriam tempos difíceis, marcados por uma intensa ação maligna contra a Igreja [2 Timóteo 3.1-5]. É necessário conhecer aquilo que as Escrituras revelam sobre o maligno e a forma como ele age, para sermos capazes de nos proteger. Quando o apóstolo Paulo escreve aos crentes em Corinto, faz um alerta para que eles não ignorem os "maus desígnios" de Satanás, pois o inimigo das nossas almas é habilidoso ao atuar dissimulando suas más intenções [2 Coríntios 2.11]. 

sábado, 17 de agosto de 2019

A Mordomia do Tempo


Por Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A palavra mordomia tem significação profunda para a vida cristã. Porém,  nem todo cristão tem consciência que ele é mordomo de Deus, nem todo crente sabe sobre os incontáveis privilégios e responsabilidades dessa função. Literalmente, ser mordomo é ser aquele que está incumbido da direção da casa, é o administrador, é a pessoa a quem está entregue tudo quanto o Senhor possui para ser cuidado e desenvolvido. Na linguagem bíblica, isso quer dizer não só terras, dinheiro, jóias e os bens materiais em geral, mas também o cuidado da esposa, dos filhos, a reputação do Senhor e até sua própria vida. Daí se depreende o que o Senhor exige de nós quando nos constitui mordomos.

I - CONCEITOS IMPORTANTES

1. A palavra tempo.

Como explicar o que é o tempo? Felizmente, não é necessário saber definir em detalhes o que é o tempo para poder viver, se precisasse tal detalhamento, talvez metade da humanidade deixaria de existir. Os filósofos não encontraram consenso sobre a ideia, se debatem na exposição de suas teorias em relação ao tempo, e suas opiniões para muitos nada mais é do que "perder tempo".

Costumamos dividir o tempo em períodos mais ou menos longos, que chamamos segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, séculos, milênios. Assim é que para descrever a parte da existência que alguém passa nesse mundo, dizemos que beltrano viveu tantos anos. Mas como a vida é mais do que respirar, comer, beber exercer as funções do corpo, a vida de alguém dificilmente pode ser expressa de modo justo apontando seus dias e anos. Jesus deixou essa verdade, ao formular a seguinte pergunta retórica: "Não é a vida mais do que o alimento, e não é o corpo mais do que as roupas?" (Mateus 6.25 b).

O termo "tempo" remete-nos a duração das coisas, época determinada e sucessão de períodos. A mordomia do tempo envolve o seu proveito diligente e a prestação de contas a Deus pelo seu uso. 

2. O tempo na Bíblia e na Teologia.

Não é por acidente que o termo Deus exerce a função de sujeito da primeira sentença da Bíblia: "No princípio, Deus criou os céus e a terra". A expressão "no princípio" (Gênesis 1.1) é mais do que simples indicação de tempo. As variações sobre este tema em Isaías 46.10 mostram que o princípio está impregnado do fim, e que o processo todo é presente para Deus, que é o Primeiro e o Último (ver Isaías 48.12).

Em Gênesis, capítulos 1 e 2, são usados três vocábulos para descrever os atos criativos de Deus, a saber: "bãrã", que significa criar do nada, formar algo sem dispor de matéria prima (como em Gênesis 1.1, 21, 27); o termo "asah", que significa fazer; e, "yatzar", que significa formar. Deus criou por sua palavra e vontade todas as coisas existentes (Gênesis 1.3, 6, 9,11, 14, 20, 24; Apocalipse 4.11); criou por sua mão, que significa poder, autoridade e domínio todas as galáxias (Isaías 66.2); e sustenta todas as coisas que criou (Isaías 40.26; Hebreus 1.3).

Em Gênesis 1.1, Deus é o sujeito do verbo criar (bãrã). Este verbo é usado para a ação criadora de: céu e terra (1.1); a humanidade (1.27); o exército celestial (Isaías 40.26); os confins da terra (40.28); norte e sul (Salmos 89+12); justiça, salvação (Isaías 45.8); Davi pediu a Deus que criasse um coração puro (Salmo 51.12); Isaías prometeu que Deus criará novos Céus e nova Terra (Isaías 65.17).

No primeiro dia da criação, o Criador fez a luz cósmica e o tempo: "Então Deus disse: Haja luz! E houve luz. E Deus viu que a luz era boa e fez separação entre a luz e as trevas. Deus chamou à luz “dia” e chamou às trevas “noite”. Houve tarde e manhã, o primeiro dia" - Gênesis 1.3-4. No segundo dia, criou o firmamento (Gênesis 1.6-8); no terceiro dia, trouxe à existência a terra firme e a vegetação (1.9-13); no quarto, organizou o sistema solar (1.14-19); no quinto, a fauna marinha (1.20-31); no sexto, a criação dos animais e do homem (1.24-21).

"De um só homem fez todas as nações para habitarem sobre a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem Deus se, porventura, tateando, o possam achar, ainda que não esteja longe de cada um de nós" - Atos 17.26,27).

Deus criou Adão como ancestral da humanidade, cada nação dos homens, vista cosmopolitamente como soma total dos habitantes da terra, e o ser humano individualmente. Ao longo do tempo o homem sempre foi alvo alvo da bondade de Deus, que providencia as necessidades de cada um. O propósito do Criador na criação de Adão e sua descendência, tem o propósito de que todos os seres humanos o busquem, tendo a esperança viva que o achará. Ele não está longe de cada um de nós (Salmos 14.2 e 145.18; Provérbios 8.17; Isaías 55.6; e 65.1; Jeremias 23.23; 29.13; Amós 9.12).

Isaías 57.15 revela algo sublime sobre o santo Deus: Ele habita na eternidade, mas "também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos". Muito embora Deus seja transcendente, Ele também é imanente. Sua habitação é no Céu e ao mesmo tempo no coração do “contrito” (hebraico. dakka‘, “esmagado” pelos fardos, dificuldades e tristezas da vida"). Ele vive com o “abatido de espírito” (hebraico: shfphal—ruach, “o humilde de espírito”). Sua visita não temporária.

II - A MORDOMIA DO TEMPO

1. Remindo o tempo.

Precisamos remir o tempo. Numa época em que muitos trabalham várias horas por dia, precisamos resgatar o conceito bíblico de tempo e procurar aproveitá-lo diligentemente, de modo que o Senhor nosso Deus seja glorificado.

Para o crente, o que convém lembrar é que sua vida é sumamente valiosa, e que ele deve ser um administrador cuidadoso no uso do seu tempo. Paulo fez a seguinte recomendação: Portanto, tenham cuidado com a maneira como vocês vivem, e vivam não como tolos, mas como sábios, aproveitando bem o tempo, porque os dias são maus" (Efésios 5.15-16).

A palavra hebraica que corresponde ao dia de 24 horas é yôm". A primeira ocorrência bíblica desse período de tempo vez em Gênesis 1.5). A mordomia do tempo insere-se no dia a dia de cada pessoa.

Chronos e kairós: tempo natural e sobrenatural 

Chronos, é o termo grego para tempo. É o tempo do homem, isto é, tempo cronológico.

Kairós é o tempo de Deus. O Criador não vive dentro da dimensão em que estamos. O apóstolo Pedro, citando o Salmo 90.4, escreveu que "para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos são como um dia". (2 Pedro 3.8). Aquilo que o ser humano considera um período longo de tempo é como um mero dia no modo de Deus calcular o tempo. O Criador vê o tempo com uma perspectiva que nos falta; até mesmo uma demora de mil anos muito bem pode parecer um só dia contra o pano de fundo da eternidade.

Cristo usou chronos e kairos quando disse aos seus discípulos: "Não cabe a vocês conhecer tempos (chronos) ou épocas (kairós) que o Pai fixou pela sua própria autoridade (Atos 1.7). Ele enfatizou conceito entre os períodos de tempo, distinguindo Eras da Igreja e o Milênio, e ocasiões pontuais, como seu retorno e o dia do juízo.

2. Contar o tempo

O tempo é diferente do dinheiro, enquanto o dinheiro se pode guardar, perder e recuperar, o tempo não aproveitado não voltará jamais ao nosso controle. Deus, em sua bondade, nos permite usar o tempo para ganharmos o nosso sustento, para o nosso descanso, para recreio e todas as demais atividades da vida. Tão acostumados estamos com a rotina estabelecida ou a quebra dela, que é comum nos esquecermos de que o tempo não é nosso e, sim, um depósito sagrado. Quem desperdiça o tempo faz mal a si mesmo.

O tempo vale pela intensidade que vivemos nossos dias e pela sabedoria com que os aproveitamos. Por isso alguém que existiu somente 25 anos pode ter vivido muito mais do que o outro que chegou 80 anos. 

Como aproveitar melhor o tempo? 
• Seja metódico. A pessoa que adota métodos para viver, aproveita o período de tempo duas vezes mais do que a pessoa que não se organiza. Não é possível fazer planos detalhados para os imprevistos, mas aprendamos a planejar com antecedência as atividades rotineiras. 
• Seja pontual. Ser pontual não é ser escravo do relógio, e sim respeitar o tempo que não temos capacidade de devolver aos outros que nos aguardam. Se o atraso não for por um motivo acima do nosso controle, somos responsáveis por todos os minutos perdidos daqueles que contavam com a nossa presença na hora pré-determinada.
• Seja equilibrado. É importante saber dar tempo as coisas na proporção de seu valor. Alguns dão tempo exagerado aos divertimentos, outros ao trabalho e outros ao descanso. É preciso usar a sabedoria.
• Seja prestativo. O tempo mais bem empregado é aquele que usamos em favor do próximo. Cada minuto usado para amar o outro como amamos a nós mesmos,é uma joia preciosa de valor inestimável, são momentos que ficam registrados no cronômetro divino.
O salmista orou a Deus: "Ensina-nos a contar os nossos dias" (Salmos 90.12). Fazemos isso quando observamos as Escrituras e valorizamos cada momento em que vivemos, comparando opiniões e intenções com a orientação bíblica. Este procedimento torna o nosso coração cheio de saber sobre a vontade de Deus, aptos para discernir sobre o que é certo e o que é errado, nos faz a entender a intensidade da ira do Senhor contra o pecado, de tal maneira que o reverenciamos e evitamos ofendê-lo com ações pecaminosas.

Não somos perfeitos, somos limitados, finitos, terrenos. Mas se dosamos bem o tempo medido com o tempo vivido, vivendo-o intensamente, fazendo aquilo que gostamos de fazer, tudo se encontra no seu devido lugar e não sentiremos insatisfação. Há um contraposto nisso. Primeiramente, por obrigação e responsabilidade, há coisas que precisamos fazer mesmo sem gostar; em segundo lugar, os trabalhos e outras atividades que gostamos e desempenhamos com prazer. Ao seguir essa posição de prioridades, a relação entre tempo medido e tempo vivido é satisfatória.

Basta ao seu dia o seu mal (Mateus 6.34). É uma infelicidade muito grande o ser humano não conhecer o seu tempo determinado. Há tempo para tudo, declara o Pregador de Eclesiastes no capítulo 3 e versículos 1 ao 8. Na liberdade de escolhas que o Criador nos mantém, reconheçamos o amor e a sabedoria de Deus e ajustemos todo o planejamento de nossas vidas às exigências divinas. Diante de nós estão as oportunidades para não desperdiçar tempo, empreender esforço naquilo que pode ser feito debaixo da vontade de Cristo. Faz parte da sabedoria evitar viver situações inadequadas.

3. A prestação de contas.

A consciência do conceito bíblico do tempo e do seu uso, capacita o crente a vivê-lo com diligência com vistas à glória de Deus. A conscientização é necessária: o tempo não pode ser desperdiçado, ao contrário, deve aproveitado com prudência. Sem usá-lo de maneira sábia e dinâmica, desperdiçamos oportunidades e, até mesmo, a própria vida. Não há possibilidade de recuperar o tempo que se foi. Por isso, usá-lo com sabedoria e cuidado é uma das coisas que Deus espera de nós.

O crente conscientizado, tem noção clara sobre a respeito da importância do tempo. Sabe e não esqueceu que o termo refere-se à duração das coisas, época determinada e sucessão de períodos. Sabe e não esqueceu que o termo hebraico "yôm" e os termos gregos "chronos" e "kairós" mostra a complexidade do assunto sobre o "tempo".

É preciso ter disciplina no uso do tempo e ordem na vida. A ordem na vida passa pela disciplina, no uso do tempo. Isso perpassa a vida individual, a vida com a família, a vida na igreja local, a vida de estudos, enfim, todas as esferas de nossa vida passam pela disciplina. O crente consciente nota que a mordomia do tempo significa o proveito eficaz e a prestação de contas a Deus pelo seu uso. Ora, Deus criou e nos deu o tempo, logo, temos que lhe prestar contas com o que fazemos com o tempo.

Deus nos deu o tempo. O tempo é nosso, da humanidade. Então, se está concedido a nós, cabe a cada indivíduo saber como administrá-lo da melhor maneira possível, usufruir dele o máximo que puder, sem erros.

III - COMO APROVEITAR BEM O TEMPO

1. Use o tempo para Deus.

Como cristãos, precisamos pensar em usar o tempo realizando as obras que o Senhor anunciou durante a última ceia. Na celebração da ceia, Jesus declarou para seus discípulos algo extraordinário e que muitos não compreenderam naquela ocasião e ainda hoje muitos não compreendem o sentido e o alcance das suas palavras: "Em verdade, em verdade lhes digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai" (João 14.12).

Dá para imaginar fazer maiores obras do que Jesus fez? O texto nos indica que o Pai nos garante respaldo para que sejamos usados com poder. Então, consideremos o que deve haver para que possamos fazer obras grandiosas diante de Deus: devemos crer em Jesus; devemos buscar a Cristo com fé e amor. Antes de retornar as céus, Jesus delegou autoridade divina a seus seguidores, para agirem em seu Nome, para operar maravilhas.

Dedique-se ao tempo de oração
Salmo 55.1-23. Esta porção das Escrituras traz a oração de Davi, amargurado pela dor causada pela traição de um amigo íntimo e ameaças contra sua integridade física. Ele relata sobre seus sentimentos de medo e a vontade de fugir  (1-8); a raiva e a percepção do erro (9-15); e a fé, que renova a sua coragem (16-23).
Daniel (6.1-24). Daniel, vivendo na Babilônia, bem longe de sua casa em Judá e do ambiente religioso judaico, foi forçado por circunstâncias acima do seu controle a viver na Babilônia. Lá, por toda a sua vida, manteve firme no hábito de ajoelhar-se e buscar a Deus em oração e ações de graça. Para ele, respeitar as instruções contidas nas Escrituras era mais importante do que seguir as decisões dos legisladores da Pérsia. Diferente dos cidadãos medo-persas, ele não orava a qualquer divindade, mas ao único  e verdadeiro Senhor dos Céus. Assim. quando lançado na cova dos leões, porque não quis ceder à lei que ordenada aos judeus interromper a sua oração por trinta dias o Altíssimo o livrou da boca dos leões, enviando-lhe anjos para conservá-lo vivo. Mas os seus perseguidores, quando lançados na mesma cova, foram esmigalhados pelas feras no mesmo instante que foram atirados.
Jesus escolheu o jardim chamado Getsêmani para orar (Mateus 26.41-44). O Getsêmani era situado no monte das Oliveiras  Ali, Cristo orou ao Pai e conservou forças para seguir ao madeiro e morrer como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, conforme era o plano de Deus para salvar todos os pecadores arrependidos de seus pecado.

2. Use o tempo para você mesmo.

Dedique-se por tempo considerável ao aprendizado, use-o para realizar leitura da Bíblia. com a finalidade de edificação própria e estar apto para manuseá-la como um bom evangelista (Salmo 119. 11, 97; 2 Timóteo 2.15). Jovem ou idoso, homem ou mulher, quem vive conforme a Palavra de Deus tem o seu caminho purificado, pois o conhecimento da Bíblia Sagrada evita que a pessoa seja levada ao erro por ignorância ou inadvertência. Ela é a verdade, traz consigo a instrução segundo a vontade do Senhor. Mesmo que o objetivo do ser humano seja bom, se não houver o conhecimento bíblico, a intenção será imperfeita e insignificante, faltará força para fazer o que é certo.

Ao escrever as duas cartas endereçadas a Timóteo, o apóstolo Paulo demonstrou claramente o seu interesse para que ele, um jovem pastor, fosse um bom ministro do Evangelho. Recomendou-lhe que se dedicasse à leitura da Palavra, ao ensino da boa doutrina e ao aconselhamento. Independente da idade, ele deveria ser  um exemplo dos fiéis. O apóstolo foi firme ao escrever-lhe que deveria pregar as Boas-Novas em todo tempo, de acordo com a doutrina de Cristo, suportar as perseguições e não desistir de evangelizar. Tais recomendações são válidas aos pastores de nossos dias e também devem ser consideradas por todos os cristãos, pois a pregação do Evangelho deve ser feita em tempo e fora de tempo (1 Timóteo 4.16; 2 Timóteo 4.2).

O apóstolo João, redigiu sua terceira carta endereçando-a a Gaio, líder de uma igreja. O autor o elogia, deseja-lhe que fosse bem em todas as coisas, tivesse sucesso em tudo que estivesse envolvido e desfrutasse de boa saúde (3 João 1, 2) Também, condena a oposição de Diótrefes e fala bem de Demétrio. Tais palavras mostram que sempre houve o joio misturado ao trigo, frequentadores da igreja bons e maus envolvidos com a liturgia de culto a Deus. Como cristãos, precisamos usar o tempo sendo exemplo dos bons, sem nos deixar contaminar pelos maus, pois destes o Senhor cuidará (Mateus 13.24-46; Hebreus 10.28-31).

3. Use o tempo para sua família.

O capítulo 6 de Deuteronômio, apresenta o Senhor como o único Deus verdadeiro. Moisés transmitiu essa verdade aos israelitas, apresentando-lhes mandamentos e juízos do Senhor, para que aprendessem e praticassem a vontade divina na Terra Prometida. Ensinou-lhes a adorar ao Todo-Poderoso, amá-lo com inteireza de coração, com toda a alma e força, a desprezarem os ídolos dos povos cananeus. Ele ainda incentivou os judeus a informar este ensinamento aos seus filhos na vida diária familiar.

Desde criança, o apóstolo Paulo foi ensinado acerca da Lei, e cresceu tendo o seu coração apegado ao judaísmo até se converter a Jesus (Atos 22.3; 6, 15). Assim como ele recebeu ensinamento das Escrituras na fase infantil, a mãe de Timóteo, que era uma judia e também  havia se convertido ao cristianismo (Atos 16.1), junto com sua mãe Loide fizeram o mesmo com Timóteo, ensinando-o desde a fase infantil as Escrituras a ele.

O nosso tempo deve ser direcionado a Deus, a nós mesmos e nossa família (1 Timóteo 5.8). Todo cristão precisa investir tempo para aprender a Palavra, também deve usar seu tempo para transmiti-la, compartilhando-a dentro do seu contexto diário, apresentando-a aos seus parentes de casa e aos distantes.

CONCLUSÃO

É tempo de buscar ao Senhor (Oseias 10.11-15). Oseias exortou o povo israelita que semeasse para si mesmo justiça, pois fazendo assim colheriam a misericórdia de Deus. À medida que a geração do profeta prosperava, tornava-se arrogante e se afastava do Senhor, multiplicando altares e estátuas para cultos idólatras. O coração daquele povo estava equivocado, depositava confiança em ídolos pagãos. Então, o Altíssimo os fez ver o bezerro de ouro despedaçado, o rei de Israel ser derrubado (11.2.14-15). Em consequência da ingratidão e desprezo ao amor de Deus, aquela nação foi levada cativa para a Assíria. Essa passagem bíblica, assim como muitas outras, mostra que o Senhor insiste com as almas, para abandonem o erro, alerta-as para a necessidade do arrependimento, porque quer que abandonem as obras da carne, pois quem é praticante dessas obras não herdará o reino de Deus (Lucas 3.8; Gálatas 5.16-25).

"Bendito seja o Senhor que, dia a dia, leva o nosso fardo! Deus é a nossa salvação" - Salmos 68.19.

Raciocine comigo: há duas verdade interessantes, entre muitas, em relação ao tempo, que nos inspira a seguir adiante servindo ao Senhor com alegria. A primeira, está no Salmo 23.6: "Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do SENHOR para todo o sempre". A segunda é que há uma promessa de Jesus, registrada em Mateus 28.20, afirmando que vivemos acompanhados de Jesus, dia após dia: "Eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos."

E.A.G.
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Subsídio
Comentário Bíblico Beacon - Jó a Cantares de Salomão. Volume 3. Primeira edição, 2005. Páginas 254, 293, 297. Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Ensinador Cristão, ano 20, número 79, página 26. Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Lições Bíblicas. Tempo, Bens e Talentos - Sendo Mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado. Elinaldo Renovato. Lição 8: A Mordomia do Tempo. Terceiro trimestre de 2019.
Maturidade Cristã número 7. Gênesis: o livro dos começos. Terceiro trimestre de 1986. Geziel Gomes. Lições Bíblicas Lição 1 - O princípio da criação. Páginas 4 e 5. Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Mordomia Cristã. Lição 6: A Mordomia do Tempo, Laurindo Rabelo da Silva. Páginas 21 e 34 a 36 (Igreja Batista Manancial). PDF - https://pt.scribd.com/document/191195401/Mordomia-crista-EBD - 17/08/19.
Série Comentário Bíblico: Isaías, o Profeta Messiânico. Stanley M. Norton, 2ª edição 2003. Página 480. Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Série Cultura Bíblica. Introdução e Comentário. Atos. I. Hward Marshall. Reimpressão 2011. São Paulo - SP. Páginas 270 e 271. Vida Nova).


domingo, 5 de janeiro de 2020

A Natureza do Ser Humano


Por Eliseu Antonio Gomes

Introdução

Jamais existiria vida na Terra se não fosse uma série de detalhes importantes, alguns dos quais desconhecidos até a metade do século passado. A localização da órbita da Terra na Via Láctea e no sistema solar, sua velocidade de rotação, ângulo de inclinação; os ciclos naturais da água e a purificação do ar; e a translação da Lua, satélite natural, exercendo sua pressão sobre a atmosfera terrestre. Estes dados reforçam a crença dos cristãos na existência do Criador.

A Bíblia Sagrada não tem a proposta de mostrar uma Antropologia elaborada sobre a origem do ser humano do ponto de vista científico, o foco principal é o religioso. Suas páginas apresentam o testemunho histórico das relações do homem com Deus, porém, faz isso mostrando diversos traços antropológicos.

No Antigo Testamento e na Nova Aliança, a Bíblia apresenta passagens que pressupõem a natureza do ser humano como a de uma pessoa tricotômica. O corpo, a alma e o espírito constituem esta natureza tríplice. Alma e corpo aparecem como dois elementos inseparáveis enquanto dura a vida, sendo o corpo comparado com vaso de barro, casa e tenda, que se desfazem com a morte (Jó 4.19-21; 2 Coríntios 4.4-11; 5.1-9; Filipenses 1.20-24). Vejamos os parágrafos abaixo a esse respeito.

1. O corpo humano veio da terra (Gênesis 2.7). 

Adão é a figura de quem se originou toda a raça humana. Além de ser um nome próprio ('adam), que significa "homem",  também tem o sentido de, "humanidade" (Gênesis 3.17,18; Romanos 5.12-21).  O Novo Testamento relaciona o início da prática do pecado à primeira transgressão de Adão e apresenta-o como  representante da humanidade de modo geral.

No sexto dia da criação, Deus criou o primeiro 'adam (Gênesis 1.27). Como o oleiro dá forma ao vaso, Deus formou-o do pó da terra ('adamah) à sua própria imagem. Ao soprar-lhe nas narinas o sopro da vida, o homem passou a viver e morar no jardim do Éden, local que o Criador o colocou em companha de Eva.

A falta de evidências arqueológicas do jardim do Éden não significa que o lugar tenha existido somente em mito. Apesar nos avanços na arqueologia, o que sabemos sobre o antigo Oriente Médio é apenas uma pequena porcentagem do que um dia será descoberto. Os dois rios, Tigre e Eufrates, existem hoje no Iraque da atualidade. As identidades de Giom e Pison são incertas, é provável que houvessem correntezas ou canais locais. Variações climáticas e inundações podem ter provocado alterações na topografia da região (Gênesis 2.10-14).

É evidente que o substantivo " 'adamah" (terra) e "adam" (homem) é intencional. As duas palavras hebraicas, quase idênticas, relacionam o ser humano e o solo e reforçam a sentença que o homem é pó e ao pó retornará (3.19).

2. A alma humana veio de Deus (Jó 27.3).

Alma é “nephesh” no idioma do Antigo Testamento. Em muitas passagens, o termo tem equivalência de sentido com “vida”, “ego” e “coração”. Nas passagens narrativas ou históricas do Antigo Testamento, nephesh é traduzido por “alma” ou “vida”, como em Levítico 17.11 Estudiosos alegam que há mais de 780 ocorrências veterotestamentárias, sendo que o maior número encontra-se nas passagens poéticas. O sistema hebraico de pensamento não inclui a combinação ou oposição dos termos “corpo” e “alma”, que na verdade são de origem grega e latina.

O hebraico contrasta dois conceitos: “o eu interior” e “a aparência exterior” em contextos diferentes: “o que a pessoa é para si mesma” em oposição a “o que a pessoa parece ser aos que a observam”. A pessoa interior é nephesh, ao passo que a pessoa exterior, ou reputação, é mais comumente traduzido pelo “nome”.

Deus ama justiça e a retidão (Salmos 33.5) e reina em justiça (Salmo 97.2). Portanto, nossos sentimentos precisam estar voltados ao Criador, é preciso viver em conformidade com a posição das Escrituras quanto ao caráter justo e reto do Senhor (Deuteronômio 32.4; Isaías 30.18; Sofonias 3.5). Ele espera que todos nós amemos a justiça a fim de que Ele possa derramar sobre nós as suas bênçãos (Miqueias 6.8).

3. O espírito humano veio de Deus (Provérbios 20.27 - ARA). 

Temos um espírito, que veio de Deus e é o “espírito” do homem que volta para Deus (Eclesiastes 12.7). Em sua natureza divina Deus é espírito (João 4.24).

O termo “espírito” (hebraico: rüah) possui a conotação “respiração, ar, força, vento, brisa, espírito, ânimo, humor, Espírito”. A Bíblia fala sobre o espírito do homem como estando “nele” (1 Coríntios 2.11). O ser humano abriga um espírito dado por Deus, é o aspecto de nossa pessoa que se relaciona com o mundo espiritual, seja este mau ou bom. Paulo descreveu o estado dos não-regenerados como estando mortos em “delitos e pecados” (Efésios 2.1-10). Os não-regenerados têm corpo, tal qual os crentes, desfrutam da capacidade psicológica de raciocinar, demonstrar vontade, manifestar sentimentos, porém estão espiritualmente “mortos”. Somente quando a pessoa não regenerada abre seu coração ao Senhor, recebe a Cristo como Salvador, o Espírito Santo produz neles uma vida nova, capacita-os a relacionar-se com Deus.

A Bíblia fala sobre o espírito do homem como estando “nele” (1 Coríntios 2.11). O ser humano abriga um espírito dado por Deus, é o aspecto de nossa pessoa que se relaciona com o mundo espiritual, seja este mau ou bom. Paulo descreveu o estado dos não-regenerados como estando mortos em “delitos e pecados” (Efésios 2.1-10). Os não-regenerados têm corpo, tal qual os crentes, desfrutam da capacidade psicológica de raciocinar, demonstrar vontade, manifestar sentimentos, porém estão espiritualmente “mortos”. Somente quando a pessoa não regenerada abre seu coração ao Senhor, recebe a Cristo como Salvador, o Espírito Santo produz neles uma vida nova, capacita-os a relacionar-se com Deus.

Estudiosos da Bíblia dizem que esta palavra aparece em tomo de 378 vezes no Antigo Testamento. Em muitas citações significa a respiração ou o ar que é respirado, como podemos verificar em Juízes 15.9 e Jeremias 14.6. O vocábulo é usado para falar sobre o que é intangível e passageiro (Jó 7.7) e o nada (Provérbios 11.29; Eclesiastes 5.15,16).

No Livro de Gênesis, capítulo 7.21,22, “rüah” é usado para descrever a vida no homem, o seu espirito natural. Porém, em Provérbios 16.2, seu significado é mais que apenas o elemento de vida, refere-se à “alma”, referindo-se aos desejos e motivações: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos”. O profeta Isaías põe nephesh (alma) e rüah como termos sinônimos: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Is 26.9).

4. Espírito e alma são inseparáveis (Hebreus 4.12). 

No Livro de Gênesis, capítulo 7.21,22, “rüah” é usado para descrever a vida no homem, o seu espirito natural. Porém, em Provérbios 16.2, seu significado é mais que apenas o elemento de vida, refere-se à “alma”, referindo-se aos desejos e motivações: “Todos os caminhos do homem são limpos aos seus olhos, mas o SENHOR pesa os espíritos”. O profeta Isaías põe nephesh (alma) e rüah como termos sinônimos: “Com minha alma te desejei de noite e, com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te” (Isaías 26.9).

Hebreus 4.12-13 informa que a Palavra de Deus é capaz de chegar ao ponto de dividir a alma do espírito, as juntas das medulas e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração humano. Este texto, no idioma grego, tem  o vocábulo "krikiros" (discernir), mostrando que a voz do Altíssimo  alcança o mais profundo do ser humano, percorre todas  as nossas maiores necessidades,  é penetrante, nada impede o raio de ação do Criador na criatura quando Ele deseja comunicar-se e exercer sua justiça sobre cada um de nós. 

Por todas as Escrituras a expressão "espírito" é escrita com letra maiúscula. para referir-se ao Espírito de Deus, ou com letra minúscula, para indicar o espírito humano. Devido ao fato de que os manuscritos antigos não usavam letras maiúsculas, os tradutores e editores da Bíblia às vezes têm dificuldade para determinar se o escritor tinha a intenção de referir-se ao Espírito de Deus ou o humano. Um exemplo dessa dificuldade está em Atos 19.21.   

5. A morte é a separação entre corpo e alma (Gênesis 35.18).

A primeira menção bíblica à morte no Antigo Testamento está em Gênesis 2.17. Nesta passagem, ela é punição para o pecado. Quando Adão e Eva pecaram, perderam a comunhão com Deus e também o acesso à Arvore da Vida que poderia impedir suas mortes (3.22,23). Foram expulsos do Éden, condenados, terminaram seus dias em dissolução física (3.16 19).

Na maior parte da narrativa do Antigo Testamento a morte é apresentada como inevitável para o homem, no seu estado decaído e pecador, mas nenhum dos escritores da Bíblia a registraram como se fosse "natural", pois ela não faz parte do plano perfeito de Deus para a Humanidade. Haja vista a maravilhosa exceção, Enoque andava com Deus e Deus o levou para si (Gênesis 5.24).

Alguns relatos no Antigo Testamento mostram que a morte prematura era temida (Salmos 6.1-5; 88.1-14; Isaías 38). Porém, também, encontramos a narrativa de Gênesis 25.8, que relata a morte em velhice como situação aceitável, um consenso afirmando que aquele que partia em idade avançada parecia ter cumprido completamente o seu papel neste mundo. Mesmo assim, percebemos que a morte é situação alheia ao plano do Criador, pois se a vida longa é prometida em troca de obediência (Êxodo 20.12) e é sinal do favor de Deus (Jó 5.26), então sua interrupção, por mais longa que seja, indica que a morte não é natural.

A teologia distingue entre morte física, morte espiritual e morte eterna:
• Morte física. Consequência da entrada do pecado no mundo por intermédio de Adão. É o destino de todos os homens (Hebreus 9.27).
• Morte espiritual. Todos os homens são, por natureza, espiritualmente mortos. Em consequência do pecado, os homens se tornaram alienados às coisas divinas, indiferentes às leis de Deus (Mateus 8.22; Lucas 15.32; Efésios 2.1-3; 4.17-19; Colossenses 2.13; Judas 12).
• Morte eterna. Aqueles que não creem no Filho de Deus, morrem em seus pecados (João 8.21,24), permanecem sob a ira de Deus e no Dia do Julgamento Final, serão sentenciados a um estado de eterna separação de Deus, condição que as Escrituras descrevem como segunda morte (João 3.36; 8.21,24; Apocalipse 21.8).
A experiência da morte é algo inevitável, atinge a todos, sua chegada retira do nosso lado pessoas queridas. Sabemos que estamos dentro de um espaço de tempo limitado, porém, o momento da separação de alguém que amamos sempre é um impacto psicologicamente violento. A morte está sujeita ao controle soberanos de Deus:
• O Senhor tem poder para conceder livramento (Salmo 68.20; Isaías 38.5; Jeremias 15.20);
• O Senhor restaura o falecido à vida (1 Reis 17.22; 2 Reis 4.34; 13.21);
• Mata, vivifica, faz descer e retornar do Seol (Deuteronômio 32.39; 1 Samuel 2.6).
• Não permitiu que Enoque e Elias conhecesse a morte (Gênesis 5.24; 2 Reis 2.11).
• Reduz a morte a nada, triunfa sobre ela, ressuscita mortos (Isaías 25.8; 26.19; Ezequiel 37.11,12; Daniel 12.2; Oseias 6.2; 13.14).
6. A glorificação da natureza humana (1 Coríntios 15.49-57).

No penúltimo capítulo da primeira carta de Paulo aos crentes de Corinto, o apóstolo aborda a questão da ressurreição da Igreja e fecha o assunto escrevendo advertência sobre a necessidade de vigiar. A vigilância se consiste em cuidar para agir sempre de acordo com as determinações da Palavra de Deus (1 Coríntios 15.35-58).

O remédio para o pecado é a prática da Palavra de Deus, que propõe a conversão. A conversão sincera ocorre no mais profundo do coração. Converter-se é trocar o que é transitório para ter Jesus Cristo como meta e fim. O ponto culminante dessa mudança implica sempre na vivência com Deus, que ama seu povo, oferece sua misericórdia e quer a reconciliação (Lamentações 5.21-22; Ezequiel 34.11-15; Jeremias 31.31). Então Ele transforma o coração humano que se reconhece pecador e arranca as algemas do pecado (Deuteronômio 30.3-6; Salmos 51.3).

O cristão que persevera em sua vigilância, caso não experimente o Arrebatamento da Igreja em vida, o experimentará após passar pelo estado da morte física. Este corpo que agora estamos, foi projetado para a vida nesse mundo, mas ele encontra-se perecível e inclinado à decadência, por causa da Queda de Adão e a inclinação individual à atividade das obras da carne. Se buscarmos a misericórdia divina, confessarmos nossos pecados e nos esforçamos constantemente para andar segundo o Espírito, este corpo será transformado para estar para sempre com Deus na eternidade.

Podemos considerar que o corpo físico um protótipo da versão final do seu corpo que viverá lá no Céu. Após ressuscitar, ou ser arrebatado, o estado do nosso corpo atual será transformado em corpo espiritual. Então, estará imune às doenças e quaisquer espécie de fraquezas e experimentará a plenitude da bênção do Criador.


A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção. Lições Bíblicas CPAD 1º Trimestre de 2020 – Sumário dos subsídios
Adão, o Primeiro Homem
A Criação de Eva, a Primeira Mulher

Compilações:
A Enciclopédia da Bíblia. Organizador Merril C. Tenney. Volume 1. Edição 2008. Página 90 . Cambuci - São Paulo. Editora Cultura Cristã
Bíblia de Estudo Defesa da Fé. Edição 2010. Páginas 11, 851. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deis - CPAD).
Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Volume 2. 2ª impressão 210. Página 178. Bangu. Rio de Janeiro - RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deis - CPAD).
Doutrinas Bíblicas – uma perspectiva pentecostal. William W. Menzies e Stanley M. Norton. 3ª edição 1999. Página 87. Rio de Janeiro – RJ. Casa Publicadora das Assembleias de Deus – CPAD.
Quem é Quem na Bíblia Sagrada - A história de todas as personagens da Bíblia. Editado por Paul Gardner. 19ª reimpressão 2015.  Páginas 187 e 188. Liberdade. São Paulo- SP (Editora Vida). 

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Isaías 46.10 dá base aos calvinistas para refutar o livre-arbítrio?


“Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade" – Isaías 46.10.

Esta epígrafe não vai contra a soberania de Deus, como alguns demonstram entender. Aliás, o versículo endossa exatamente o contrário. É o que procuraremos mostrar mais abaixo, pontuando dentro do capítulo 46 do livro de Isaías.

Antes, é preciso deixar claro que levamos em alta consideração o fato de o Criador ser soberano, que a todos nós como criaturas Ele dispensa aos seres humanos duas situações. Estamos debaixo da vontade e da permissão dEle. Dentro da soberania divina, Deus.

Sob a vontade divina, não temos condições de deixar de responder pelas consequências de nossas escolhas. Ao fazer uso do livre-arbítrio são geradas consequências espirituais. É a lei da semeadura, colhemos o que plantamos! O resultado final de tudo é o céu ou o inferno. Estes dois destinos é a estipulação da vontade absoluta de Deus para toda a humanidade, não há como ir para outro lugar diferente destes, ou é um ou é outro.

Sob a permissão divina, nós vivemos fazendo escolhas dentro da condição de liberdade concedida por Ele. Somos livres para escolher fazer o bem ou o mal, e Deus sabe o que escolheremos amanhã, daqui um ano... Ele nos deixa seguir a direção que queremos ir. Essa situação não significa que Ele determinou que assim acontecesse conosco (não é a vontade absoluta dEle, é a nossa vontade em ação).

Entendemos que o livre-arbítrio não toca na autoridade do Criador, pois a liberdade de escolha que todo ser humano tem foi criada liberalmente por Ele. Deus quis nos dar o direito de escolhas. A liberdade de iniciativas que temos é a vontade dEle para nós!

Se o ser humano opta por não fazer o bem, a não adorar a Deus, e rouba, assalta, mata, estupra, mente, dissimula, trai, e comete outros pecados, faz tudo isso debaixo da permissão divina. A soberania dEle continua intacta, porque Ele concedeu liberdade de escolhas para todos. Mas, que fique claro que a vontade dEle não é que pequemos, quer que O amemos acima de tudo e todos e ao semelhante como a nós mesmos.

Nos treze versículos do capítulo 46, do livro de Isaías, duas vezes há um pedido de Deus ao homem: ouve-me! (versos 3 e 12) Isto denota que o ser humano tem liberdade para não ouvi-lo. O capítulo 46 trata do caso de judeus que ESCOLHERAM fazer ídolos ao invés de adorar ao Senhor, e Ele apela para que se convertam desse grande erro. Caso passem a ouvir, serão abençoados.

E.A.G.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Carvalho - uma árvore muito citada na Bíblia Sagrada



Carvalho, árvore que faz parte da vegetação do Monte Hermon

“Atravessou Abrão a terra até Siquém, até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra” - Gênesis 12.6.

O carvalho é um gênero de árvore classificada de dicotiledôneas cupulíveras. Há cerca de trezentas espécies de carvalho. Ela ocupa o primeiro lugar entre as árvores por causa da sua longevidade, suas grandes dimensões e qualidade da madeira.

Segundo os tradutores da Bíblia, diversos termos hebraicos são traduzidos por carvalho, no entanto, alguns deles trata-se do terebinto.

Na Bíblia o pé de carvalho é o símbolo da força: ‘(o amorreu) era forte como os carvalhos’ (Amós 2.9).

Existe na Síria cerca de nove espécies de carvalho, e quase outras tantas variedades (Isaías 6.13; 44.14; Oseias 4.13; Amós 2.9).

Há na Palestina carvalhos solitários, não cortados para fazer uso da lenha, que atingem grandes alturas. Quando a terra foi colonizada pelos cananeus, era, provavelmente, a Palestina ocidental tão rica de montados, como o é hoje a Palestina oriental.

A relação do Carvalho com a cor vermelha 

Em Israel, encontra-se a espécie que a Botânica classifica como Quercus Calliprinus (quercus: carvalho em latim). Dela, os israelitas extraíam o tanino, usado para curtir o couro (Atos 10.6).

E também, há outro variante da árvore, identificada como Quermes (as palavras vermelho e vermelhão tem origem etimológica neste nome). O Carvalho Quermes serve de fonte de alimento para um inseto também conhecido como Quermes, que por meio de seu bico longo extrai a sua seiva da árvore e chega a morrer no processo de alimentação. Dos corpos secos deles se produz o corante vermelho. Referências bíblicas sobre o corante: Ezequiel 23.14; Jeremias 22.14.

Esta cor, em hebraico "shani" e "shani tolaat", é traduzida ao português como escarlate , vermelho. Em 2 Crônicas 2.7 ela é vertida ao nosso idioma como carmesim.

A tintura é bem conhecida desde os tempos mais remotos: usada nas peças de roupa dos sacerdote e sumo sacerdote (Êxodo 28.6, 8, 15). Como também é mencionada em outras situações: o fio pendurado na janela da prostituta de Jericó (Josué 2.18); Saul usava roupas na cor escarlate (2 Samuel 1.24); o carmesim era cor conceituada (Lamentações 4.5); um manto escarlate foi posto sobre Jesus para fazer zombaria (Mateus 27.28; Lucas 23.11).

"Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" - Isaías 1.18.

Na Palestina, o carvalho acha-se representado principalmente pelo carvalho de Quermes, do qual há exemplares de uma circunferência entre 6,5 à 8 metros. Outra abundante espécie é a Valônia do Levante, isto é o carvalho decíduo de cúpula espinhosa: empregam-se as suas bolotas no curtimento de peles, mas os árabes servem-se delas como alimento.

Alguns carvalhos são sempre viçosos, mas outros são precoces, deixando cair as suas folhas no outono. É esta uma clara distinção que seria feita mesmo numa idade não científica. Que era esse o caso entre os antigos hebreus, depreende-se de duas passagens de Isaías: ‘sereis como o carvalho, cujas folhas murcham’ (1.30); e, ‘Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derrubados, ainda fica o toco’ (6.13).

Abraão habitava nos carvalhaes de Manre; em Siquém, Jacó usou um pé de carvalho como esconderijo; Rebeca foi sepultada debaixo de uma dessas árvores (Gênesis 13.18; 35.4; 35.8).

Josué erigiu uma grande pedra aproveitando-se da sombra do carvalho; o Anjo do Senhor assentou-se debaixo desta árvore que estava em Ofra; Absalão ficou preso pela cabeça em seus galhos; a madeira do carvalho foi usada para praticar idolatria; os remos dos barcos da Síria eram feitos da madeira do carvalho (Josué 24.26; Juízes 6.11,19; 2 Samuel 18.9; Isaías 44.14; Ezequiel 6.13; 27.6).

O Carvalho dos Adivinhos

Em algumas traduções bíblicas, em Juízes 9.37, encontramos a expressão “Carvalho dos Adivinhos” , ou “Planície de Meonenim”, ou “Carvalho de Meonenim”. Sempre usada como nome próprio.

Meonenim é o particípio intensivo do verbo “anan”, que significa “praticar agouros”, uma prática proibida que era desenvolvida como negócio debaixo dos carvalhos, provavelmente por cananeus e israelitas apóstatas (2 Reis 2.16; 2 Crônicas 33.6; Levíticos 19.26).


E.A.G.

Fontes:
Conciso Dicionário Bíblico - Ilustrado, por diversos autores americanos e ingleses. Traduzido por D. Ana e Dr. S.L. Watson, página 230.Edição da Junta de Educação Religiosa Batista Brasileira (JUERP). Anexo na Bíblia Sagrada - Edição com letras vermelhas, com dicionário e concordância, 2ª edição 2013, Santo André-SP  (Geográfica Editora)
Dicionário Bíblico Universal, A. R. Buckland e Lukyn Williams, Edição revista e atualizada, maio de 2007, página 120, São Paulo-SP  (Editora Vida).
O Novo Dicionário da Bíblia, volume 1, 4ª edição 1981, página 271, São Paulo-SP (Edições Vida Nova).
Pequena Enciclopédia Bíblica - Dicionário, Concordância, Chave Bíblica, Atlas Bíblico, Orlando Boyer, 30ª impressão 2012, Rio de Janeiro-RJ (CPAD).

quarta-feira, 9 de março de 2011

A barba de José e a barba de Jesus Cristo

Apesar de estar no meio evangélico há muito tempo, fico pasmo com líderes que pregam usos e costumes denominacionais. Eu fiquei sobressaltado com um deles, não apenas pelo que disse, mas por ser líder de renome nacional. Pela perspectiva teológica, a fala foi frívola demais!

Disse mais ou menos assim:

- José tomou banho e se barbeou para comparecer diante de Faraó, meus irmãos, temos que fazer o mesmo como servos do Senhor.

Sim, é verdade que as Escrituras Sagradas afirmam que José se barbeou para comparecer diante de Faraó, rei dos egípcios. É verdade também que em muitas vezes esses mesmos defensores de usos e costumes usam a figura de Faraó como representação de Satanás.

O caso de José raspando sua barba é sui generis aos judeus. Ele estava na condição de prisioneiro em terra estrangeira. O texto é apenas uma narração de um fato, sem haver juízo de ser certo ou errado.

Os defensores de usos e costumes vivem interpolando textos narrativos com os textos normativos. "Então, Faraó mandou chamar a José, e o fizeram sair à pressa da masmorra; ele se barbeou, mudou de roupa, e foi apresentar-se a Faraó" - Gênesis 41.14.

Vejamos o contexto desse texto:
• os leprosos eram proibidos de deixar a barba crescer por questão de higiene da pele doente (Levíticos 14.9);
• o judeu não deveria cortar os cantos da barba em momentos de luto (Levítico 19.27; 2 Samuel 19.24; Esdras 9.3; Isaías 15.2; Jeremias 41.5; 48.37);
• injuriar a barba era interpretado como ação de insanidade (1 Samuel 21.13);
• raspar a barba de um judeu era sinal de ofensa (2 Samuel 10.4, 6, 7);
• os judeus usavam barba e se envergonhavam se não as mantivesse (2 Samuel 10.5);
• tocar e beijar a barba de um judeu era sinal de respeito (2 Samuel 20.9);
• os sacerdotes usavam barba (Salmo 133.2);
• puxar a barba de um judeu significa ato de zombaria, grave insulto (1 Crônicas 19.4; Isaías 50.6);
• ao judeu, barba raspada simbolizava momento de penitência e dor (Jeremias 41.5).
José cortou a barba, podemos afirmar que com tristeza, raspou-a mesmo ela representando sinal de virilidade e respeitabilidade aos judeus. Sim, José barbeou-se, apesar da barba ser uma diferença entre israelitas e egípcios, que os escravizaram.

Não somos seguidores de José, mas de Jesus Cristo. Quando o profeta Isaías mencionou o sofrimento do Salvador pouco antes de ser levado para a cruz, descreveu o seguinte sobre seu rosto: "As costas dou aos que me ferem e a face, aos que me arrancam os cabelos; não escondo a face dos que me afrontam e me cospem" (Isaías 50.6 - Almeida Revista e Corrigida, ARC). Na Bíblia cuja tradução é a Nova Versão Internacional, lemos assim: "arrancavam minha barba", porque no idioma hebraico o vocábulo encontrado é "lemoretim", cuja conotação é "tornar liso ou careca". E conforme os textos citados acima, puxar e raspar a barba de um judeu era sinal de desrespeito e grave ofensa.

Como judeu, Jesus Cristo foi coerente, seu discurso não destoava da sua prática. Tenha a certeza que Ele manteve sua barba crescida e bem cuidada. Por quê? A Lei proibia cortá-la à maneira dos egípcios. Ele foi cumpridor de toda a Lei sem exigir que os gentios praticassem o judaísmo. 

E.A.G.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Os personagens Amós e Amoz na Bíblia



Recebi a seguinte solicitação no dia 18 passado, na postagem No ano em que morreu o rei Uzias. Qual o parentesco de Usias e Isaías?:
"Algumas pessoas dizem que Amós e Amoz não eram a mesma pessoa. Mas o que eu vejo é que, se foram pessoas diferentes, eles viveram em Judá no mesmo época,sendo que quando lemos no livro de Isaías encontramos Amós com letra "Z" e no livro do profeta Amós com "S" no final. (...) Algumas pessoas dizem que Amoz tinha parentesco com Uzias. O que está me parecendo que Amoz e Amós são as mesmas pessoas, não tenho certeza. Alguém pode me ajudar?
Paulo Sergio Gonçalves, 18 de agosto de 2017, 23h21.
A resposta:

"Realmente, existem duas pessoas que, na grafia da Língua Portuguesa seus nomes são parecidos, os tradutores da Bíblia convencionam fazer a diferenciação entre eles pelas consoantes S e Z: Amós e Amoz. Porém, em hebraico existe uma diferença mais acentuada. 

1. Amós (significa Condutor de Carga; Carga Pesada; Fardo Levantado).

Profeta da tribo de Judá, sua missão dirigia-se às dez tribos do reino do norte; era pastor e lavrador (Amós 7.10-17). Autor do livro que se intitula pelo seu nome e se encontra na coleção Os Doze Profetas Menores. Ele profetizou nos reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, rei de Israel, que reinaram paralelamente por 36 anos. 

É interessante o relato encontrado em seu livro no capítulo 7.10-13, quando o Senhor ordena que deixe Samaria e retorne à Judá, neste trecho parece que Deus põe fim ao seu ministério profético para aquela geração e ele passa a escrever o livro, com vista às gerações futuras. Seu livro é citado duas vezes no Novo Testamento, por Estevão (Atos 7.42-43) e por Tiago (Atos 15.16-18). 

2. Amoz (significa Forte ou Firme), o pai do profeta Isaías (Isaías 1.1; 2 Reis 19.2). Existe pouca informação sobre ele na Bíblia, apenas o detalhe sobre a paternidade. 

Abraço."

E.A.G.

terça-feira, 1 de março de 2011

REFLEXÃO EM ISAÍAS 3.6-24: A VAIDADE DAS MULHERES EM SIÃO

A passagem é  uma sentença de juízo do Senhor contra mulheres orgulhosas. Trata da condição pecaminosa que existia no interior do coração de sete mulheres ricas, egoístas, que praticavam cultos ao Senhor e ao mesmo tempo a deuses estranhos.

Os capítulos 1 à 4 do livro de Isaías são complementares, possuem um raciocínio crescente, trazem a mensagem sobre o castigo divino e a glória futura sobre os israelitas..

Quando o profeta escreveu essas passagens, Sião era uma sociedade afundada em devassidão. O desprezo pelas coisas santas gerou a ira só Senhor contra a nação de Israel e então Isaías é levado a anunciar o juízo que viria em consequência da filosofia devassa que o povo vivia.

No capítulo 4.1, lemos: “E sete mulheres naquele dia lançarão mão de um homem, dizendo: Nós comeremos do nosso pão, e nos vestiremos do que é nosso; tão-somente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o nosso opróbrio”

“Sete mulheres para um homem”: O contexto do versículo em foco, põe em vista a situação das mesmas mulheres, do capítulo 3, versos 6 ao 24. As tais mulheres possuíam recursos financeiros. A vergonha delas não tinha origem em escassez e pobreza.

Importante: o termo “cascavelando” (encontrado em 3.16 da versão Almeida Corrigida) é fruto de uma tradução falha de João Ferreira de Almeida. Não existe nos originais das Escrituras tal expressão.

Na cultura hebraica, não havia maior humilhação para as mulheres do que não gerar filhos. Não ter marido e filhos era humilhante e vergonhoso para a mulher judia nos tempos do profeta, elas eram tratadas vergonhosamente, ficavam sujeitas à opressão (Gênesis 30.23; 1º Samuel 1.6). Então, aparentemente, essas sete mulheres desejavam que os filhos desfizessem a imagem de opróbrio que se encontravam.

A guerra suscitou a revolta social, com o quadro dessas sete mulheres agarrando um homem só, Essa situação aconteceu porque o conflito com nações estrangeiras fez sobrevir e dizimar a população masculina de Israel subitamente (3.25; 13.12), deixando as mulheres com a dupla desonra de serem viúvas rejeitadas e destituítas filhos (54.4).

A nota de rodapé da Bíblia de Charles C. Ryrie, diz que as guerras eliminaram tantos homens que, em última análise, as mulheres se dispuseram a sustentar a si mesmas e com isso se casar e escapar da vergonha de não ser mães.

Em 4.2, é anunciando que depois do juízo viria a salvação. Após a caótica luta dessas mulheres, surge no livro de Isaías a primeira menção sobre Jesus Cristo. Ele é mencionado como o Renovo, aquele que é capaz de libertar o ser humano de suas vergonhas e pecados.
 
E.A.G. 

quinta-feira, 3 de março de 2011

Bíblia - Deus dá e tira jóias de mulheres - o costume da igreja considerar o uso delas como pecado

Alguns cristãos radicais proibem mulheres de usar brincos, pulseiras, anéis, etc. Afirmam que isso é costume pecaminoso, coisa de gente do mundo.

Jóias não são do diabo porque, inclusive, Deus as aceitou como ofertas voluntárias para o Tabernáculo: "Então toda a comunidade de Israel saiu da presença de Moisés, e todos os que estavam dispostos, cujo coração os impeliu a isso, trouxeram uma oferta ao Senhor para a obra na Tenda do Encontro, para todos os seus serviços e para as vestes sagradas. Todos os que se dispuseram, tanto homens como mulheres, trouxeram jóias de ouro de todos os tipos: broches, brincos, anéis e ornamentos; e apresentaram seus objetos de ouro como oferta ritualmente movida perante o Senhor" - Êxodo 35.20-22 (NVI). 
  
O santuário provisório do Senhor, em parte, foi construído com as jóias do povo israelita. Imagine, então, o que ocorreu quando houve a construção do Templo, obra confiada à administração do rei Salomão, pois era maior e sabidamente mais luxuosa.

Os pregadores radicais, que proíbem uso de ornamentos, para basear suas proibições, utilizam o texto bíblico do livro de Isaías, capítulo 3, versículos 16 ao 24. Mas o caso das mulheres de Sião não tem paralelo com o nosso tempo.

Não é possível fazer nenhuma comparação. Àquelas mulheres eram de outra cultura, eram israelitas, não eram brasileiras. Os costumes dos cidadãos israelitas judeus, contemporâneos do profeta Isaías, não são iguais aos da igreja evangélica brasileira, situada abaixo da linha do equador, existente entre os séculos 20 e 21. Quem quiser usar tal passagem bíblica para defender a cartilha de podes-não-podes comete a famosa eisegese (erro de interpretação bíblica).

E mais:

• Em nenhuma parte do texto onde encontramos a citação das mulheres de Sião, é mencionado a questão delas promoverem sedução para sexo ilícito, como alguns pregadores equivocados dizem que elas faziam, com o pretexto de associar o uso de enfeites com mulheres de péssimo caráter. O texto bíblico diz que sete mulheres pedem um homem em casamento. Lemos em Isaías 4.1 elas pedirem para “ser chamada pelo seu nome”, isso significa pedido de casamento.

• Em nenhuma parte das Escrituras existe censura quanto às vestimentas dessas mulheres. Deus tira delas as roupas de luxo e os enfeites de valores porque a posse deles eram resultado de bênçãos recebidas quando elas eram fiéis ao Senhor. Foi tirado porque elas se tornarem altivas, orgulhosas (Isaías 3.16). Inclusive Deus tirou delas a facilidade de casar e ter filhos (4.1).

Na passagem bíblica do livro de Ezequiel, 16.8-14, vemos Deus fazendo o contrário, Ele abençoa uma mulher dando a ela vestes luxuosas, braceletes, colar, brincos, enfeites de ouro e prata, coroa de rainha!

Logicamente, nunca presenciei um pregador defensor de usos e costumes fazer uso desse texto em pregação (mas o texto é Palavra de Deus!).

Enfim, qualquer exagero, seja de uso enfeites ou outras coisas, nos torna extremistas, assim como o inverso. . O pecado não está em usar enfeites propriamente, mas sim na prática do radicalismo. Qualquer exagero resulta em problemas, seja para mais ou para menos, e é isso que nos impede de conviver com o bom tesouro no interior de nossos corações - a Jóia das jóias, Jesus Cristo.

E.A.G.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O USO CORRETO DO DIA DO SENHOR

Por Stuart Olyott

As pessoas não-convertidas não têm grande interesse no uso correto do Dia do Senhor, e inúmeros crentes se mostram confusos a respeito deste assunto. Esta confusão permanecerá enquanto não levarmos em conta os seguintes fatos importantes.

QUAIS SÃO ESTES FATOS?

1. Quando a Bíblia usa o termo “sabbath”, ele não significa “sábado”.

“Sabbath” não é o nome de um dia da semana. A palavra é usada para descrever um tipo de dia, um dia de descanso do trabalho. Em todo o Antigo Testamento, os anos tinham 365 dias, e todo ano começava em um dia de “sabbath” (Levíticos 23.4-16). Outras datas fixas nunca podiam ser “sabbath” (Êxodo 12.1-28; Levítico 23.15).

Para fazer com que isso acontecesse, o calendário tinha de ser ajustado regularmente. A História nos ensina que isso era feito por acrescentar ao ano “sabbaths” extras que ocorriam consecutivamente. Identificar “sabbath” com o dia de sábado é um erro.

Foi apenas depois do ajuste definitivo do calendário judaico, em 359 D.C, que os “sabbaths” dos judeus passaram a cair sempre no dia que agora chamamos de “sábado”.

2. O “sabbath” [descanso] não é uma instituição judaica.

Deus o instituiu na criação (Gênesis 2.1-3). É um dom de Deus para a humanidade (Marcos 2.27).

3. Em certo aspecto, os Dez Mandamentos são diferentes de todas as outras leis encontradas nas Escrituras.

Deus os escreveu com o seu próprio dedo. O Quarto Mandamento dEle é positivo, o mais comprido e o mais detalhado dentre os dez, fazendo uma ligação entre os aspectos divino e humano, moral e cerimonial da Lei (Êxodo 20.8-11; 31.18).

4. O “sabbath” era importante para nosso Senhor Jesus Cristo.

A Bíblia não nos fala muito sobre os hábitos de Jesus, mas diz que Ele tinha o costume de ir à sinagoga no “sabbath” (Lucas 4.16). Jesus anunciou que era Senhor do dia de “sabbath” (Marcos 2.28). Dizer que o “sabbath” não existe mais é uma negação do senhorio de Cristo.

5. O Senhor do “sabbath” transferiu este dia para o primeiro dia da semana.

Este foi o dia em que Ele ressuscitou dos mortos (João 20.1-18), apareceu aos discípulos (João 20.19, 26) e derramou o seu Espírito (Atos2.1).

6. Os apóstolos e a igreja primitiva guardavam com distinção o primeiro dia da semana (Atos 20.7; 1ª Coríntios 16.2).

Para evitar confusão, o Novo Testamento Grego chama o sábado judaico de “sabbath” e o primeiro dia da semana de “o primeiro dos sabbaths” (na tradução em português “o primeiro dia da semana” - Mateus 28.1; Marcos 16 2, 9; Lucas 24.1; João 20.1,19; Atos 20.7; 1 Coríntios 16.2). Algumas pessoas crêem que isto é apenas uma expressão idiomática grega significando apenas “o primeiro dia do ciclo da semana”. Contudo, não existe quase nenhuma evidência para isto.

Temos de encarar os fatos: o primeiro dia da semana é um “sabbath”. Também conhecido como “o dia do Senhor” (Apocalípse 1.10).

7. Durante toda a história da igreja, o domingo tem sido observado como o “sabbath” dos cristãos.

A evidência documental é unânime e retrocede a 74 D. C. Durante as piores perseguições, perguntava-se aos suspeitos de serem cristãos:

“Dominicum Servasti?” (Você guarda o dia do Senhor?) Os verdadeiros crentes respondiam: “Eu sou um cristão, não posso deixar de fazer isso?” O que os crentes responderiam hoje?

8. É realmente imoral não guardar o Dia do Senhor.

O Quarto Mandamento, que nos recorda isso, está em um código que proíbe a idolatria, o assassinato, o furtar, o mentir e o cobiçar. O Quarto Mandamento nunca foi anulado, e nunca o será (Mateus 5.18). Quebrar um mandamento da Lei significa tornar-se culpado de todos os demais (Tiago 2.10). A violação do dia de descanso traz o juízo de Deus (Neemias 13.15-22).

9. O domingo, o dia do Senhor, é um dia de regozijo e satisfação (Sl 118.24; 112.1).

A Palavra de Deus chama-o de deleite (Isaías 58.13). Deus nos deu esse dia como uma bênção para todos nós (Marcos 2.27-28). Falando sobre a época evangélica, Isaías diz: “Bem-aventurado o homem que... se guarda de profanar o sábado” (Isaías 56.2).

10. As bênçãos do Dia do Senhor são visíveis a todos:

Ela recorda aos homens e mulheres caídos que existe um Deus a quem eles devem adorar; dá aos crentes a oportunidade de se reunirem ao redor da Palavra e, assim, mantém a vida espiritual deles; fornece oportunidades para a pregação do evangelho; fortalece os laços familiares; permite que toda a nação descanse; promove a saúde... e a lista poderia continuar.

11. No Antigo Testamento, homens piedosos, como Moisés, Amós, Oséias, Isaías, Jeremias, Ezequiel e Neemias, contenderam com as pessoas por causa do dia de descanso. A história da igreja está repleta de outros que fizeram o mesmo. O que nos impede de seguir o exemplo deles?

COMO DEVEMOS USAR O DOMINGO?

Com estes fatos em mente, podemos ver que, para nós, o domingo é o dia de descanso ordenado por Deus. É o dia que incorpora tudo o que é permanente e universal no Quarto Mandamento. Então, como devemos usá-lo? Para responder esta pergunta, temos de falar tanto negativa como positivamente.

O QUE NÃO DEVEMOS FAZER

Não devemos imitar os fariseus.

O dia de descanso tem sua origem na Criação. Por um tempo, usou as vestes do Antigo Testamento. No entanto, agora está com uma roupagem do Novo Testamento. Isto significa que não podemos impor ao dia de descanso as regras mosaicas que já passaram, tais como as que encontramos em Êxodo 35.2-3 ou Números 15.32-36. Não devemos ter em mente uma lista de faça e não faça, tal como se lê em Mateus 12.1-2. À legislação de Moisés, os fariseus acrescentaram todo tipo de regras deles mesmos. Para os fariseus, esfregar o grão na mão era o mesmo que debulhá-lo. Eles também tinham regras a respeito de quanto peso se devia carregar e quão distante se podia caminhar no dia de descanso. Por trás de todas as regras dos fariseus, havia uma mentalidade que não tem qualquer lugar na vida de um crente do Novo Testamento.

Não devemos trabalhar.

Na Bíblia, a palavra “trabalhar” significa muito mais do que ganhar a vida. Também se refere aos deveres de nosso dia-a-dia, à nossa recreação e ao pensamento que motiva estas coisas. Quanto for possível, todas estas coisas têm de ser colocadas de lado, tanto por nós como por aqueles pelos quais somos responsáveis.

Devem ser colocadas de lado não porque somos pecadores ou impuros, e sim porque Deus nos ordenou que as fizéssemos nos outros seis dias da semana (Êxodo 20.8-11).

Não devemos ficar ociosos.

O descanso de Deus, após a Criação, não foi inatividade, e sim o cessar um tipo de atividade (João 5.17).

O domingo deve ser um descanso santo que nos faz cessar um conjunto de objetivos, para que sigamos outro conjunto de objetivos bastante diferentes. Não é um dia para vadiarmos por aí.

O QUE DEVEMOS FAZER

Devemos nos reunir com outros crentes.

Devemos nos reunir, tanto formal como informalmente (Atos 2.1; 20.7; João 20.26). A Bíblia não delineia algum tipo de lista de atividades para o domingo, mas o princípio é claro. O domingo não é um dia para gastarmos sozinhos ou somente com a família. Devemos nos reunir especificamente para a edificação, ou seja, para edificarmos uns aos outros nas coisas de Deus. De tudo o que fizermos com este objetivo, o ensino da Palavra e a Ceia do Senhor são o mais importante (Atos 20.7).

Devemos evangelizar.

O Dia de Pentecostes começou com uma assembléia que visava à ajuda e ao encorajamento mútuos, mas a vinda do Espírito também consagrou aquele dia à evangelização. A vinda do Espírito Santo pode ser vista como um penhor de sua bênção nesta conexão (Atos 2).

Devemos nos envolver em obras de misericórdia.

É lícito fazer o bem no domingo, especialmente salvar vidas, curar e trabalhar pelo bem-estar espiritual dos outros (Lucas 6.9; Mateus 12.5; Lucas 13.10-17; 14.1-6; João 5.6-9, 16-17).

O domingo comemora o maior ato de misericórdia de todos os tempos. Todos podemos pensar em incontáveis maneiras de fazer o bem às pessoas, mas este aspecto da observação do domingo é amplamente esquecido.

Aqueles que acham o domingo “monótono” quase sempre são pessoas que se tornaram egoístas.

Devemos nos envolver em obras necessárias.

Não podemos limitar isso apenas àquelas coisas necessárias à nossa sobrevivência, visto que, se assim fosse, passaríamos o dia somente respirando. O dia de descanso foi criado para o homem — em outras palavras, foi criado para o bem-estar do homem. Não há qualquer conflito entre guardar o domingo e seguir os nossos melhores interesses (Mateus 12.1- 8, 11-12). Continue, desfrute do domingo!

Além das atividades já mencionadas, reúna-se com os amigos, prepare boa refeição para eles, converse, caminhe, sorria, ore, admire a criação de Deus e vá para a cama tendo um coração grato e contente.


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Fonte: Revista Fé Para Hoje nº 28, ano 2006 (Editora Fiel)

A revista está disponível online, em PDF, para visualização e download gratuítos.

sábado, 27 de dezembro de 2014

O tempo da profecia de Daniel

Por Eliseu Antonio Gomes

Aos leitores de Belverede, professores e alunos de Lições Bíblicas, a todos aqueles que amam a Deus, é necessário declarar que chegamos até aqui com a mente aberta ao fato de que em relação às questões proféticas existem "opiniões diferentes" e tudo que conhecemos é "em parte".

Por este motivo,  a Bíblia nos orienta:

"Cada um tenha a sua opinião muito bem definida em sua mente..." - Romanos 14.5.

"... nada julgueis antes do tempo" - 1 Coríntios 4.5.

O capítulo 12 de Daniel apresenta dois mundos: o material, ao abordar a libertação de Israel, e o espiritual, ao mostrar a atuação dos anjos.

Em Daniel 12.1, lemos "naquele tempo", anunciando a ajuda de Miguel (já citado em 10.13,21). A expressão se refere ao período da Grande Tribulação, se aplica ao começo e o término do conflito mencionado no capítulo anterior. Embora a função do anjo seja proteger, a profecia anuncia que ele não livraria o povo de Deus de ter que suportar o sofrimento, apenas que ele os livraria em meio ao sofrimento (Marcos 13.9; Apocalipse 12.7).

O esclarecimento de Daniel 12.2. O texto refere-se em primeiro plano à guerra entre Antioco Epifânio e os judeus macabeus, mas também estende-se ao fim dos tempos, quando o Anticristo travará guerra com os judeus no período da Grande Tribulação. Nestes dois momentos da História, a perseguição é de maior desconforto aos indecisos, faz com que eles se posicionem, é momento quando são obrigados a entrarem claramente em acordo com o regime pagão/anticristão ou provem que são realmente fiéis à aliança com Deus.

A ressurreição dos mortos. Uma das maiores dificuldades dos discípulos de Jesus foi a de entender que o Reino de Deus não era deste mundo. Não por acaso, quando Jesus partiu para ser crucificado seus discípulos o abandonaram. Eles não suportaram a decepção de ver o representante "do reino de Israel" morrer sem estabelecê-lo na Terra. Os discípulos só compreenderam a mensagem de Jesus depois de caminhar três anos com Ele e após sua ressurreição.

O segundo versículo do capítulo 12 de Daniel é a revelação mais clara da doutrina da ressurreição dos mortos no Antigo Testamento: "E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno". O texto descreve o resultado final da luta tanto de piedosos quanto de ímpios, que serão mortos, ficando entre os que dormem no pó da terra (Gênesis 3.19; Salmo 22.29). A razão do profeta usar o verbo "dormir" em lugar de "morrer" é para nos aproximar da ideia da ressurreição daqueles que deixaram de existir na esfera física. A palavra "muitos" no hebraico (habbîm) não é um paralelo com o sentido no idioma português, tende a significar "todos", como em Deuteronômio 7.1; Isaías 2.2. Esta citação nos lembra que é Cristo que trouxe à luz a vida e a incorrupção (2 Timóteo 1.10). 

As Escrituras Sagradas afirmam que os justos e os injustos que foram mortos serão ressuscitados para estar diante do Senhor.  Muitos crentes têm dificuldade de entender a ideia da ressurreição do corpo no Antigo Testamento (Confira em: Jó 19.25-27; Daniel 12.1-3). Apesar disso, a Bíblia confirma a realidade da ressurreição tanto no Antigo quanto no Novo Testamento (ver: Mateus 22.23-32; João 6.39, 40, 44, 54; Atos 17.18; 24.15; 1 Coríntios 15.17, 22; 2 Timóteo 2.18).

A doutrina da ressurreição de Jesus e do corpo é o fundamento da fé cristã e da esperança da Igreja. A ressurreição de Cristo dentre os mortos confirma e renova a nossa esperança que Ele voltará.

Daniel 12.3: "os sábios resplandecerão como o fulgor do firmamento". Não há razão para restringir o termo "sábio" aos heróis martirizados na guerra macabéia (11.35). O termo sábio (maskilîm) tem a mesma raiz do verbo "entender". O entendimento é dado por Deus e deve ser passado adiante a outros, os cristãos devem dar cuidadosa atenção às Escrituras Sagradas, no discurso e na prática, pois Bíblia contém a sabedoria de Deus (Daniel 9.22; 11.33).

Daniel 12.4: "fecha essas palavras e sela este livro". Encerrar implica em guardar a salvo até o tempo em que o conteúdo for necessário. Selar tem os sentidos de autenticar e preservar intacto. No caso de uma tabuinha, deveria ser colocada dentro de uma espécie de "envelope" de barro selado no qual era sumariado o seu conteúdo, na hipótese de falsificação a cobertura de barro poderia ser quebrada para uma verificação (Jeremias 32.11, 14). No caso de rolos de papiro. selar então implicava em fazer cópias, deixando apenas uma aberta e as outras guardadas do conhecimento geral, tal qual fez Isaías ao guardar o seu ensino dentro do círculo de seus discípulos (Isaías 8.16).

Não se pretende dizer que a selagem do livro de Daniel fosse literal, pois não há informação que a profecia de Isaías tenha sido guardada em segredo no sentido dela ter sido escondida, em proibição de lê-la, e nem que os últimos quatro capítulos de Daniel fossem tratados de modo diferente do restante do livro.

A multiplicação da ciência refere-se ao aumento sobre o conteúdo expresso da profecia de Daniel, não tendo relação alguma com o avanço da ciência formal. Deus revelou seu propósito aos profetas, porém, estes não deveriam colocar a revelação pendurada em cartazes para que todos pudessem ver. Aqueles que procurarem ao Senhor na Palavra o procurarão no lugar certo, e se se mantiverem firmes na fé o encontrarão  (Jeremias 29.13; Amós 8.12).

Verso 7: a figura celeste levanta as duas mãos e emite promessa de que todos os detalhes da profecia seriam cumpridos. Era usual ao prestar um juramento solene que se levantasse apenas uma das mãos (Gênesis 14.22; Êxodo 6.8; Ezequiel 20.5). Levantando as duas mãos, o mensageiro deu a Daniel a plena garantia da verdade de tudo que havia afirmado.

Os anjos são espíritos ministradores, eles agem em favor de Israel e da Igreja de Cristo, desde os tempos bíblicos aos dias de hoje, agirão com este mesmo objetivo também no futuro.

Em 12.8-9, Daniel deixa transparecer sua humildade. Ao relatar estar confuso o profeta demonstra ser humilde. Inúmeras vezes o orgulho impede pessoas de aprender porque não permite-lhes que perguntem, para que transpareça saber mais do que sabem.

Daniel viu e não entendeu, queria entender o significado pleno da revelação e então sentiu a necessidade de perguntar e perguntou: "Senhor meu, qual será o fim dessas coisas?" Ao passo que não obteve resposta clara: "Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim." A profecia deveria ser fechada e selada, então o significado não é explicado ao profeta. Diante do exemplo, nos resta reconhecer a nossa finitude quanto àquilo que não sabemos.

É importante considerar que uma palavra profética pode não significar nada ao ouvinte, até que seu conteúdo se cumpra. A palavra profética não supre informações antecipadas a partir das quais seja possível elaborar projetos a partir dela.

Versículos 10 a 13: o fim dos dias é a  ocasião em que Deus fará com que o seu Reino triunfe sobre todos os poderes do mal. O simbolismo numérico, típico do livro, cria uma informação enigmática para os diversos intérpretes da obra de Daniel.

O profeta termina descrevendo um tempo de angústia, sofrimento, genocídios e atrocidades perpetradas por ímpios que não conhecem a Deus e não respeitam a dignidade humana. Porém, em meio ao caos descrito há promessa de intervenção divina na História. "Muitos serão purificados, e embranquecidos, e provados; mas os ímpios procederão impiamente, e nenhum dos ímpios entenderá, mas os sábios entenderão" - Daniel 12.10.

Jesus Cristo voltará. O castigo dos ímpios, o estado eterno de justiça, você crê nessas promessas? Diante dessas perguntas temos que manter a consciência de que vivemos em um período materialista e consumista cujo objetivo é nos afastar da vontade de Deus.

O regime vigente é um sistema dirigido pelo príncipe deste mundo, antecede ao ambiente do governo do Anticristo. Nos  dias atuais, em muitas situações parece que o povo que serve a Deus vive em condições de derrota. Porém, o crente que em meio aos falsos profetas, iniquidades e falta de amor, perseverar em fé e fidelidade ao Senhor até o fim será salvo, porque o nosso Deus é o dono da História ((Jeremias 29.13; Mateus 11.28; 24.13).

São bem aventurados todos os que esperam no Senhor e atendem ao chamado de Jesus. Todas as pessoas que ainda não confessaram seus pecados não tiveram seus pecados perdoados e portanto ainda não são filhos do Pai Celestial, portanto precisam aproximarem-se da graça de Deus e seguirem a Jesus para serem salvas da perdição eterna. E todas as pessoas que já aceitaram a Jesus como Senhor, são propriedades de Jesus e precisam segurarem-se firmes na graça do Senhor até o fim de sua existência neste mundo, ou até o advento do Arrebatamento da Igreja.

Conclusão

As profecias escatológicas não foram escritas com o objetivo de causar pânico aos leitores, mas trazer esperança. Elas mostram que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, é amor, jamais abandonará os crentes fiéis,  e nunca será pego de surpresa por qualquer fato histórico.

"Tu, porém, vai até ao fim; porque descansarás, e te levantarás na tua herança, no fim dos dias" -Daniel 12:13. O profeta estava idoso, era natural que estivesse cansado e apreensivo quanto ao futuro diante das revelações que recebera. O último versículo do livro são palavras de conselho e encorajamento: ir até o fim de sua existência neste mundo vivendo em confiança em Deus.

E.A.G.

Postagem paralela: Bondade e justiça de Deus no juízo final

Compilações em:
As profecias de Daniel - Perspectivas de futuro, Norbert Lieth, página 236,  edição 2014, porto Alegre (Actual Edições) 
Ensinador Cristão, ano 15, página 42, outubro-dezembro de 2014, Rio de Janeiro (CPAD). 
Lições Bíblicas - Mestre, Elienai Cabral, 4º trimestre de 2014, páginas 90 e 91, 93, 95, 96  Rio de Janeiro (CPAD). 
Daniel - Introdução e Comentário, Joyce G. Baldwin, páginas 215, 216, 218, 220; 1ª edição 1983, reimpressão 2008, São Paulo (Vida Nova) .