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"Jesus, porém, disse: 'Deixem os pequeninos e não os impeçam de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus."
(Mateus 19.14) |
Por Eliseu Antonio Gomes
A Astronomia é o ramo da Ciência que estuda a estrutura e o deslocamento dos astros, seus posicionamentos relativos e seus padrões de movimentação. É a primeira área da Ciência a ser estudada de modo sistêmico. Está presente em nosso cotidiano: na definição do tempo, na localização geográfica, na queda de objetos e até nos desastres, já que em sua origem, a palavra desastre significa “fato que contraria os astros”.
Não é comum encontrar uma roda de conversa em que o assunto seja a Astronomia, mas também não é uma situação rara encontrar gente fascinada pelo estudo dos astros, principalmente quando acontece a passagem de um cometa dentro do raio de visão da órbita terrestre e períodos de eclipses entre o sol, a lua e a terra.
Todas as noites, nos quatro cantos do nosso planeta, crianças, jovens, adultos e idosos cheios de paixão como foram Aristóteles, Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, Isaac Newton, Johannes Kepler, põem-se a olhar para o firmamento, muito mais vezes do que se pensa que façam. Inumeráveis profissionais e leigos, incontáveis estudantes e autodidatas, não se cansam de olhar para a imensidão azul do céu.
I - O CÉU FÍSICO E O CÉU ESPIRITUAL
O céu, no sentido da natureza física, é definido como espaço limitado, no qual se locomovem os astros, descrito como a abóboda celeste, o firmamento. Deus fez o Universo inteiro e disse que era muito bom e prometeu aos salvos dar-lhes um novo céu e uma nova terra ao chegar o fim dos tempos (Gênesis 1.31; Apocalipse 21.1).
Na Bíblia Sagrada, a palavra "céu" refere-se à realidade física que está fora da terra (1 Reis 21.24; Salmos 19.1; Atos 1.11) e à dimensão espiritual onde Deus habita em glória (1 Reis 8.27; Amós 9.6; Atos 7.55). Neste artigo, abordaremos a dimensão espiritual digitando a consoante "c" em fonte maiúscula (Céu).
Nas Escrituras, diversos vocábulos são traduzidos por céu, porém, os considerados mais significativos são o hebraico "shãmayim" e o grego "ouranos". O primeiro é plural e o segundo ocorre com frequência como existindo mais do que um céu. O termo é usado ao referir-se ao céu físico, especialmente dentro da expressão "céu e terra" (Gênesis 1.1; Mateus 5.18).
"Vaidade de vaidades, diz o Pregador. Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. Que proveito alguém tem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?" - Eclesiastes 1.2-3.
Abaixo deste céu físico, o ser humano vive em um corpo com as seguintes características:
• Necessita de casamento e maternidade (Mateus 22.30; Marcos 12.25);
• Possui tendência ao pecado (Apocalipse 21.8, 27);
• Sente fome, sede, tristeza, dor e chora (Apocalipse 21.4);
• Adoece e morre (Apocalipse 20.14; 21.4).
A visita ilustre dos magos a Jesus em sua tenra infância (Mateus 2.1-12).
Não era apenas os judeus que esperavam um grande rei prometido por Deus. Homens orientais, sábios e cultos, vindo de reinos distantes esperavam que um ungido do Senhor nascesse e reinasse sobre o povo israelita. Na época que Jesus nasceu, alguns astrônomos descobriram no céu uma estrela que tinha um brilho muito especial. Eles acreditavam que esta estrela seria o sinal de que um grande rei havia nascido, conforme declaravam antigas profecias. Então, organizaram uma caravana e empreenderam uma longa jornada, que durou vários meses, levando presentes valiosos próprios de um rei.
Quando chegaram à fronteira de Israel, os astrônomos seguiram direto para o palácio da capital, Jerusalém, pensando que o bebê estaria lá. O rei Herodes, quando ficou sabendo que estrangeiros ricos haviam chegado, perguntando por um novo monarca, ficou imediatamente em alerta, suspeitando que havia trama para tentar tirá-lo de seu trono. Ele também sabia das profecias da Bíblia, e ordenou que buscassem os visitantes às pressas. Perguntou aos escribas e fariseus se havia informação bíblica sobre o local onde estaria o bebê, e ficou sabendo que o profeta Miqueias havia predito que seria em Belém. Dissimuladamente, tentou fazer com que os magos descobrissem e dissessem a ele o local exato em que Jesus estava, para matá-lo. Ao anoitecer, os magos seguiram até Belém, seguindo a estrela que reapareceu no céu. Cheios de alegria, encontraram a Jesus em uma casa, louvaram a Deus e adoraram o Messias, presenteando-lhe com ouro, incenso e mirra. Depois, em sonho, um deles foi avisado por Deus que o rei Herodes não deveria conhecer a localização de Jesus, e assim eles voltaram à terra natal satisfeitos por terem encontrado o Salvador.
Observações referente aos magos no relato de Mateus:
• Astrônomos afirmam que por ano mais de 10 mil estrelas explodem na Via Láctea e sua queima causa um brilho fulgurante.
• Os magos orientais encontraram Jesus em sua casa e não deitado em uma manjedoura, dentro de uma estribaria, conforme algumas gravuras retratam o acontecimento (Mateus 2.11).
• Diferente do que muitos dizem, a Bíblia não afirma qual era o número de magos, mas tradições falam que eram apenas três pessoas.
• Diferente do que muitos dizem, a Bíblia não diz que os magos eram astrólogos.
Novos céus e nova terra.
É importante observar a narrativa escatológica sobre o termo céu, no sentido físico. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, é reconhecido que o Universo como existe hoje não é eterno, mas que desaparecerá no modo em que é observado, com a finalidade de dar lugar a novos céus e nova terra (Isaías 65.17; 66.22; 2 Pedro 3.10-13; Apocalipse 21.1).
A língua grega tem duas palavras diferentes para referir-se à ideia de novo. "Neos" é uma novidade de tempo; "kainos" é uma novidade de qualidade. Um objeto "neos", significa que ele não existia, mas agora existe. Um objeto "kainos" significa que ele existia, mas sua qualidade mudou para melhor, foi refeito de modo aperfeiçoado. Neste sentido, o novo céu e a nova terra de Apocalipse 21.1 não são "neos", mas "kainos".
O que será alterado no céu?
Deus acabará com todo o lixo espacial na atmosfera terrestre. Lixo espacial é a sujeira que o homem coloca na atmosfera. A quantidade de lixo espacial é assustadora. Segundo a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), existem aproximadamente 500 mil pedaços de lixo e equipamentos espaciais orbitando nosso planeta. Todos eles viajam a velocidades de quase 27 mil quilômetros por hora.
São estágios completos de foguetes desgastados, ônibus espaciais, satélites antigos desativados, tanques de combustível, efluentes de motores de foguetes sólidos, fragmentos de aparelhos defeituosos ou desintegrados.
A Agência Espacial Europeia declarou que em janeiro de 2018, existiam cerca de 30 mil objetos maiores que 10 centímetros, cerca de 750 mil objetos que variam entre 1 a 10 centímetros e cerca de 166 milhões de objetos entre 1 milímetro e 1 centímetros de tamanho.
O maior pedaço de lixo espacial na órbita baixa da Terra mede cerca de 30 metros de comprimento por 16 metros de largura. Seu painel solar, de 46 metros de comprimento, dá ao satélite um perfil ainda maior. Esta espaçonave pesa 8 toneladas.
Como será o futuro determinado pelo Criador para a terra?
Após o Arrebatamento da Igreja, o crente fiel passará a conhecer todas as coisas boas que Deus fez em seu estado de planejamento inicial (Romanos 8.19-22; Colossenses 1.20). A condição final de toda a criação expressará de maneira perfeita e pormenorizadamente a vontade de Deus sobre a terra. As palavras de Jesus garantem que nenhuma coisa boa será perdida, será renovada.
• Não mais haverá destruição e os efeitos da destruição do solo ocorrida no passado serão desfeitos;
• Não mais haverá destruição e os efeitos da destruição da biodiversidade ocorridos no passado serão desfeitos;
• Não haverá poluição da água, do ar, radioativa e sonora.
O que continuará ocorrendo com o cristão quando estiver na eternidade com Deus?
• Os relacionamentos dele com outros seres humanos salvos (Lucas 24.39; João 20.27);
• Continuará em seu corpo físico, porém transformado (1 Coríntios 15.42-44);
• Vivenciará o mundo natural (Apocalipse 22.2);
• Terá o prazer de experimentar relacionamento próximo com Deus (Apocalipse 21.3);
• As origens étnicas da humanidade (Apocalipse 21.24).
II - CÉU COMO DESIGNAÇÃO DA CASA DE DEUS
O Céu como dimensão espiritual é uma cidade extraordinária.
Infelizmente, muitas pessoas obtêm sua concepção do Céu da literatura, cinema e televisão em vez de pesquisar na Bíblia Sagrada. A cultura popular retrata o Céu como um lugar muito chato, etéreo e sobrenatural. A mídia evoca o Céu como um ambiente misterioso para seres desencarnados ou para seres angelicais flutuantes entre nuvens, local ao qual todos vão depois de morrer e vivem como anjos. Essa imagem separa erroneamente os mundos físico e espiritual.
Pensar no Céu como um “lugar” é mais certo do que errado, mesmo que a palavra (lugar) possa confundir. As Escrituras Sagradas descrevem o Céu como uma realidade espacial que toca e interpenetra o espaço criado. Enquanto estamos em carne e ossos, as realidades celestiais são invisíveis para nós. Entretanto, a esperança estabelecida sobre o que a fé vê dá ânimo e coragem para continuar e chegar lá. Romanos 8.24,25; 1 Coríntios 13.12.
Quatro personagens da Bíblia que viram o Céu aberto antes da morte:
• Ezequiel (1.1)
• Estevão (Atos 7.56);
• Pedro (Atos 19.9-11);
• João (Apocalipse 1.10-11).
Grandes metrópoles como Tóquio, São Paulo, Buenos Aires, Rio de Janeiro, Washington, etc, são insignificantes diante da imensidão que é o Céu, a Cidade Santa preparada por Deus aos que nesta vida têm o Filho Unigênito do Pai no coração e o reverencia e se submete aos Seus mandamentos.
Deus é confiável. O plano de Deus para o seu povo é muito maior e melhor do que qualquer coisa que nós podemos imaginar. Desta maneira, o crente que agora vive na terra pode viver confiante que as promessas relacionadas ao Céu se cumprirão. O destino final do cristão perseverante é a morada celeste, estará lá com Deus e com Cristo para sempre, com todas as pessoas conhecidas, que permaneceram fiéis ao Senhor, e com os anjos (Salmo 33.13, 14; 1 Pedro 1.1-4; Apocalipse 21.3,4).
Há lugar para todos lá no Céu. Existe espaço para todo ser humano, de todos os tempos e nações, que invocaram, invocam e invocarão ao Senhor Jesus como Senhor com reverência. Cristo prometeu: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. Pois vou preparar um lugar para vocês. E, quando eu for e preparar um lugar, voltarei e os receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, vocês estejam também" - João 14.2-3).
Atribuições bíblicas sobre o Céu:
• Trono de Deus (Isaías 66.1; Mateus 6.9);
• Casa de Deus (João 14.6);
• Cidade cujo arquiteto e construtor é Deus (Hebreus 11.10);
• Cidade reservada aos que permitiram ser santificados pelo Senhor (Apocalipse 21.27).
É preciso entender bem que, nos dias que estamos vivendo agora neste mundo, é como se fosse um degrau abaixo à existência no porvir. Sendo o céu a morada de Deus, podemos aceitar a ideia da vida perfeita que existe lá, baseados naquilo que conhecemos aqui na terra. Lá, à direita de Deus está o trono de Cristo; lá não existem lágrimas, tristezas e nem mortes. Isaías 66.1; Efésios 1.20; Apocalipse 21.3,4.
O Céu é onde o julgamento final ocorrerá (Apocalipse 20.7-15). Após o julgamento final, a nova Jerusalém descerá do Céu para a terra (Apocalipse 21.2-10). É importante entender que a presente vivência é apenas a primeira fase das seguintes que virão: a vida eterna com Deus e a morte eterna sem Deus. Dependendo da postura que adotamos quanto à autoridade de Cristo, teremos a paz eterna ou seremos encaminhados ao castigo eterno no inferno. Confira: João 3.17,18. O Céu é reservado apenas para aqueles cujos nomes tenham sido inscritos no livro da vida (Apocalipse 20.15).
CONCLUSÃO
Cristo pede licença para entrar e permanecer em todos os corações. Quando Ele entra na vida de uma pessoa e essa pessoa não quer que Ele se vá, então, tal pessoa de livre e espontânea vontade passa a controlar mais seus pensamentos e atitudes objetivando viver em acordo com a vontade divina, reconhece a Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal. Analise as palavras de Jesus sobre isso em João 14.6 e Apocalipse 3.20.
Jesus é a única fonte de vida eterna (João 11.25; Colossenses 3.4). Então, é importante investir na vida espiritual. A vida espiritual é mais importante que esta vida presente. Quem não investe no lado espiritual do seu ser, corre o grande risco de não conhecer e nem experimentar as delícias celestiais que o espera no futuro com Deus, na eternidade.