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domingo, 17 de abril de 2022

A Páscoa, a fé e o alienamento

A fé cristã é História, pode ser comparada com a Matemática. Celebra-se a Páscoa porque Jesus Cristo está vivo!


A diferença entre Jesus e quaisquer outros líderes religiosos é que Ele é o único que venceu o pior inimigo do ser humano: a morte. Maomé foi sepultado em Meca, Buda, na China e Alan Kardec na França. O túmulo de Jesus está vazio porque Ele ressuscitou. A base do cristianismo é  o evento da ressureição de Cristo. Fato. 

sexta-feira, 15 de abril de 2022

O relato da ressurreição de Jesus nos quatro Evangelhos


A Páscoa é uma data muito importante no cristianismo, momento em que se celebra a ressurreição de Cristo. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João falam sobre a descoberta do túmulo vazio e a vitória de Jesus sobre a morte. Além das Escrituras Sagradas, a ressurreição é retratada por cristãos em hinos, filmes e livros. O relato anunciando que as mulheres não encontraram  Jesus no sepulcro, apenas um lençol de linho branco e um anjo é motivo de muita alegria.

quinta-feira, 10 de março de 2022

O que são os Cânticos dos Degraus? E Salmos de Romagem?

Modelo do canto sudoeste do Monte do Templo,
 baseado em pinturas de L. Rotmeier.
[Exposição: Museu Torre de Davi]
Você já ouviu falar nos "Cânticos dos Degraus" ou "Salmos da Romagem"? Eles são os Salmos que formam uma coleção de 15 cânticos de peregrinação, que são os Salmos 120 a 135. Pode-se dizer que eles formam um tipo de pequena saltério, pois eles são, conforme a tradição judaica, divididos em cinco grupos de três Salmos cada.

Até hoje não se sabe com precisão a origem da designação "Cânticos dos Degraus", isto é, do uso da expressão "degraus" no título dado a esse conjunto de Salmos. Muitas teorias têm sido propostas para esclarecer essa questão. Há quem diga que seja uma referência ao retorno do exílio babilônico, quando os judeus subiram do cativeiro. Por outro lado tradições antigas ligam esses 15 Salmos aos 15 degraus que

sábado, 2 de outubro de 2021

O olhar protestante e respeitoso sobre Maria, a mãe de Jesus

Cristãos católicos usam muitos nomes ao referirem-se a Maria, mãe do Salvador: Mãe de Deus, Virgem Santíssima, Nossa Senhora, Rainha do Céu, Mãe da Misericórdia, Rainha da Paz, entre outros títulos devocionais. Mas na Bíblia ela é conhecida como Maria.
 
Cresci frequentando escola bíblica dominical e levado aos domingos por meus pais aos cultos dominicais noturnos. Nesta condição, jamais presenciei alguém escamoteando Maria como alguns católicos insinuam que protestantes o façam. O cristão protestante, em sua prática de exposição bíblica, apenas reproduz o que está escrito na Bíblia Sagrada, sem aumentar e nem tirar nenhuma

quarta-feira, 26 de maio de 2021

O Ministério de Pastor

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

A dedicação do dono para com a criação de ovelhas transformou-se em uma imagem clássica do amor e providência divina de Deus aos crentes fiéis (Salmo 23.1-4; João 10.11-16).

Quando o rebanho era muito grande, ou por outras circunstâncias, o dono das ovelhas recorreria aos serviços de pastores contratados. Nestas situações, o trabalho do pastor era remunerado com uma participação no rebanho (Gênesis 30.28-43; 1 Coríntios 9.7) ou em dinheiro (Zacarias 1.12; 1 Timóteo 5.18).  Repassar os cuidados do trato de animais era comum entre os monarcas e hebreus ricos (1 Crônicas 27.29-31; Lucas 15.14-16). As figuras de cães de raça e de pessoas assalariadas usadas como guardadores de rebanho têm conotação negativa nas páginas neotestamentárias (João 10.12; Filipenses 3.2; Apocalipse 22.15).

HÁ UM SÓ PASTOR

"As palavras dos sábios são como aguilhões, e as coleções de sentenças são como pregos bem-fixados; elas provêm de um único Pastor" - Eclesiastes 12.11.

As relações entre Deus e o seu povo são assemelhadas às que existem entre o pastor e as suas ovelhas (Salmos 23.1; 80.1. Ezequiel 7.14). A figura do povo de Deus como um rebanho aparece várias vezes em diversos textos da Bíblia Sagrada. Nas páginas do Livro de Ezequiel (34.31) o povo temente ao Senhor recebe tal comparação e Deus é comparado como o seu Pastor: "Vós, pois, ó ovelhas minhas, ovelhas do meu pasto; homens sois; porém eu sou o vosso Deus, diz o Senhor Deus”.  

O profeta brada que a justiça seria restaurada, revelando a promessa divina que Deus levantaria um pastor e que através deste pastor todos os dispersos e oprimidos receberiam justiça, assim a paz voltaria a reinar entre os israelitas. Os cristãos, ao lerem Ezequiel 34.1-31, sabem que a promessa de restauração refere-se a Jesus Cristo em sua primeira vinda, sua morte e ressureição ao terceiro dia. Passagens como Isaías 40.11 e Zacarias 13.7, apresentam o Messias como Pastor, corroboradas por textos do Novo Testamento. Jesus a Si mesmo Se chama "o bom Pastor" (João 10.11). E encontramos a afirmação que o Filho Unigênito do Pai é o Grande e o Sumo Pastor (1 Pedro 5.4; Hebreus 13.20). Sumo, significa "supremo" e "máximo". 

Cristo oferece a água da vida eterna, apregoa que só quem beber da água retirada da fonte que Ele oferece não voltará a ter sede (João 4.13-14). Isto é, na condição de Deus trino, só existe um pastor, que se manifesta nas figuras do Pai Eterno e do Filho Unigênito. 

O PASTOR APASCENTA AS OVELHAS

"Como pastor, ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os carregará no colo; as que amamentam ele guiará mansamente" -  Isaías 40.11. 

No Antigo Testamento, encontramos a figura do pastor como um homem proprietário de rebanho, alguém que o apascentava pessoalmente (Êxodo 34.14), confiava os cuidados aos filhos (Gênesis 31.38-40, 37.2; 1 Samuel 16.11) e filhas (Gênesis 29.9; Êxodo 2.16). O Novo Testamento atribui o termo "pastor" ao ministro que lidera uma comunidade de crentes protestantes (Hebreus 13.17; 1 Pedro 5.2; e as Escrituras como o método de alimentação às ovelhas de Cristo (1 Timóteo 4.15,16).

"A liderança pastoral pode ser um dom natural, ou adquira pela experiência, por meio de uma vida dedicada a esse mister. Contudo, no âmbito espiritual, os líderes são chamados por Deus para uma missão específica, com o intuído de engrandecer o Reino de Deus.' (...) 'Ainda no âmbito espiritual, ministros líderes de ministros devem ser aqueles vocacionados para o ministério, chamados e habilitados por Deus para coordenar, influenciar seu grupo, com o objetivo de que seus liderados, com esforço, alcancem as metas desejadas" (José Wellington Bezerra da Costa. Artigo Ministro e Líderes de Ministros, Bíblia Obreiro Aprovado, página XXIII, edição 2016, CPAD). 

A tarefa do pastor consistia em procurar pastagens e água (Salmo 23). Muitas vezes não era fácil, exigia paciência e coragem, pois era preciso defender as ovelhas dos ataques de feras e de ladrões (Gênesis 31.40; Êxodo 2.16; 1 Samuel 17.34; João 10.12). As principais ferramentas do pastor no exercício da sua função:
º Cajado: vara grossa que servia como apoio ao caminhar (Hebreus 11.21), como cassetete para defender-se (Isaías 36.6; Hebreus 11.21) e cuja ponta era curvada em semicírculo para pegar o animal pela pata (Salmo 23.2; Miqueias 7.14). No Novo Testamento, o termo "vara" se refere à autoridade de Cristo (Apocalipse 19.15) e dos salvos, a vara aos crentes se assemelha ao uso da espada do Espírito (Apocalipse 2.27; Efésios 6.16).

º Funda:  uma arma feita com tira estreita de couro, alargada no meio, usada para atirar pedras contra os lobos e outros predadores, girando-a sobre a cabeça e soltando uma das pontas no momento propício ao lançamento da pedra na direção pretendida (Juízes 20.16; 1 Samuel 17.40-50).
O jeito afetuoso que o pastor prestava seus cuidados em favor do rebanho se evidenciava de modo eficaz ao socorrer as ovelhas fracas e enfermas do redil a ele confiado (Gênesis 33.13; Isaías 40.11). À tarde, quando o pastor recolhia o rebanho ao aprisco, obrigava as ovelhas a passar debaixo de sua vara, pela porta de entrada do aprisco. Neste retorno do grupo, cada animal ao alcance de sua mão era examinado para conferir seu bem-estar (Levítico 27.32; Jeremias 33.13; Ezequiel 20.37) e após cumprir sua missão durante o dia, o pastor continuava a vigiar o rebanho durante a noite (João 10.3).

O PASTOR BUSCA AS OVELHAS

"Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Eu as livrarei de todos os lugares por onde foram espalhadas no dia de nuvens e densas trevas" - Ezequiel 34.12.

Ezequiel havia repetido incansavelmente que o povo de Israel se tornara impuro por causa dos seus pecados e idolatrias e que por este motivo o castigo viria sobre a nação. Após a queda de Jerusalém, o profeta mudou completamente de tom. No centro da sua mensagem o anúncio do castigo deu lugar à promessa da salvação, a informação de que viria um tempo em que Deus faria uma intervenção para transformar interiormente o seu povo e limpá-lo de todas as suas impurezas. Essa promessa, repetida uma e outra vez nos capítulos seguintes, fez renascer a esperança no ânimo dos exilados e os ajudou a vencer o desânimo, pessimismo, e desconfiança que haviam se apoderado deles (Ezequiel 33.10; 34.11-31; 37.11).

A promessa de salvação suscita esperança aos cristãos. O poder purificador do sangue vertido na cruz apresenta a intenção divina da  total transformação interior, que se expressa com a imagem do coração e do espírito novo. "Pois todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos vocês que foram batizados em Cristo de Cristo se revestiram. Assim sendo, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus" (Gálatas 3.26-28).

O PASTOR PROTEGE AS OVELHAS

"Assim diz o Senhor : Como o pastor livra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da orelha de um animal, assim serão salvos os filhos de Israel que vivem em Samaria com apenas o canto da cama e parte do leito" - Amós 3.12.

O relato exposto em Gênesis 29 mostra Isaque removendo uma pedra pesada de cima de um poço, para que o rebanho pastoreado por Rebeca bebesse água. Colocava-se a pedra ali como proteção contra o pó e a areia e todo o tipo de sujeira. Mais tarde Moisés prestou ajuda semelhante às filhas do sacerdote Reuel, conhecido também como Jetro, ele abriu o poço e retirou a água dos bebedouros reservados às ovelhas (Êxodo 2.16-18).

A pessoa que possui vocação pastoral é consciente da sua responsabilidade e incansavelmente proclama em alto e bom som que Jesus virá como Rei dos reis; ecoa a verdade de que "toda a humanidade é erva, e toda a sua glória é como a flor do campo" e que só a Palavra do Senhor dura eternamente (Isaías 40.6,8).

O ministério do pastor sábio está sempre submetido ao Espírito Santo. Ele pensa, age, comunica-se com disposição de servir a Deus, e com este perfil produz edificação espiritual aos que o ouvem. É respeitado entre as ovelhas de Cristo. Expõe a verdade bíblica da melhor maneira possível, suas palavras surtem efeito estimulante que leva o cristão ao crescimento na fé e a estar consciente que "Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más" (Eclesiastes 12.14). 

O pastor e teólogo Antonio Gilberto escreveu sobre a função do pastor, como ministério recebido de Deus. Compreende-se assim:
a. Dirigir, presidir e administrar o rebanho do Senhor. Sem isso as ovelhas se desviarão.
b. Doutrinar. Para isso, o pastor precisa ser um estudante dedicado da Palavra de Deus, especialmente no que concerne à Teologia Sistemática.
c. Proteger. Se o pastor não fizer esta parte, muitas ovelhas cairão vítimas de todo tipo de males.
d. Tratar das ovelhas. Muitas caem doentes espiritualmente.
e. Alimentar as ovelhas. A ovelha faminta segue qualquer outra liderança, além de outros males que lhe atingem.
f. Visitar. Exercício direto ou através de comissões.
g. Disciplinar. O termo disciplina envolve o sentido de instrução, admoestação, correção, e não o castigo e punição.
O PASTOR NEGLIGENTE COM O REBANHO 

"Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada cairá sobre o seu braço e sobre o seu olho direito; o braço ficará completamente seco, e o olho direito totalmente cego" - Zacarias 11.17.

Os governantes do período do Antigo Testamento são representados como pastores e repreendidos pelos profetas quando agiam com egoísmo e falta de cuidado com seus súditos. Deus é contra os maus pastores. Além disso, os profetas advertiam que o israelita que agisse como opressor de outro, aquele que havia enriquecido desonestamente à custa dos mais pobres e fracos, teria que ajustar contas com o Senhor.

O pastor mercenário preocupava-se mais com seu bem-estar. A segurança do rebanho não era sua prioridade. Interesseiro, trabalhava somente por dinheiro e pelas vantagens que lhe eram dadas pelo dono do rebanho (Jeremias 46.21; João 10.12,13).

Durante a Lei de Moisés, a responsabilidade do pastor era cobrada com grande rigor. Em Êxodo 22.9-12, temos acesso às regras legais sobre propriedade privada. O texto explica que os animais roubados deveriam ter o seu valor restituído ao seu dono, quando os animais eram mortos por uma fera, a exigência de restituição só era feita se o animal morto não pudesse ser apresentado; animais perdidos de outras maneiras não precisavam ser pagos se o pastor afirmasse com juramento não ter violado a propriedade alheia. Caso a ovelha se desgarrasse, o dever do pastor era ir ao campo procurá-la em todos os lugares (Ezequiel 34.12; Lucas 15.4). 

CRISTO, O PASTOR DAS OVELHAS 

"Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos o nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, pelo sangue da eterna aliança" - Hebreus 13.20.

Como Cordeiro de Deus e também o Sumo Pastor das ovelhas, Jesus Cristo verteu o sangue da eterna aliança. "Porque, havendo Moisés proclamado a todo o povo todos os mandamentos conforme a lei, pegou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã tingida de escarlate e hissopo e aspergiu não só o próprio livro, como também todo o povo, dizendo: 'Este é o sangue da aliança que Deus ordenou para vocês. Igualmente também aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os utensílios do serviço sagrado. De fato, segundo a lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. Era necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão nos céus fossem purificadas com tais sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais requerem sacrifícios superiores àqueles. Porque Cristo não entrou em santuário feito por mãos humanas, figura do verdadeiro Santuário, porém no próprio céu, para comparecer, agora, por nós, diante de Deus" - Hebreus 9.19-24.

O texto de Êxodo 12.1 ao 13.22 apresenta prescrições ao culto da antiga aliança. Estes capítulos, descrevem a Festa da Páscoa, mostram as normas relativas à celebração da Festa dos Pães Asmos, que prolonga a Páscoa (12.15-20; 13.3-10); e as normas que prescrevem a consagração dos filhos mais velhos ou primogênitos a Deus (13.1-2,11-16). Também relatam a décima praga sobre o Egito e depois a saída apressada dos israelitas (12.37- 42) em direção às margens do deserto (13.17-22). 

O escritor de Hebreus, em 9.19-24 alude aos dois capítulos de Êxodo, nos faz lembrar da água, da lã em vermelho escarlate, do hissopo, materiais usados na aspersão realizada por Moisés. Assim, o escritor de Hebreus mostrou o paralelo existente entre a libertação do povo hebreu das garras de faraó e o opróbrio de Cristo na cruz, quando dEle jorrou água e sangue, para que todo pecador que nEle crer não pereça, tenha a vida eterna (João 3.16; Hebreus 11.26). Através do ritual religioso, Moisés se mostrou solidário com os israelitas, e Cristo, através do sacrifício vicário no calvário, se mostrou solidário com todos os pecadores arrependidos de seus pecados (Êxodo 2.10-15; Salmo 69.9; Isaías 63.9; e Romanos 15.3).

CONCLUSÃO

Os cristãos são exortados a seguirem o Bom Pastor, deixando para trás a vida e as práticas religiosas da antiga Lei, a vida pregressa da prática de pecados, a viverem em consagração, reunirem-se com seus irmãos para juntos celebrarem a Ceia do Senhor, com o objetivo de não se esquecerem que, assim como os judeus foram libertos da escravidão egípcia, estão livres da condenação eterna por intermédio do sacrifício realizado por Jesus Cristo (1 Coríntios 11.23-26).


Compilação:
Bíblia de Estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), Barueri - SP
Bíblia Obreiro Aprovado. Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD). Rio de Janeiro - RJ. Edição 2017.
Casa do Senhor - acesso 26 de maio de 2021 - www.casadosenhor.com.br/portal/
Dicionário Enciclopédico da Bíblia, Centro do Livro Brasileiro Ltda, Lisboa, Porto, edição 1969.
Éxodo Una Lectura Evangélica y Popular. Jorge V. Pixley, Casa Unida de Publicaciones S.A., México, D..F., edição 1983.
Pequeno Dicionário Bíblico, Stuart Edmund McNair, anexo Bíblia do Obreiro Aprovado, Casa Publicadora das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro - RJ, edição 2017.

domingo, 28 de julho de 2019

A Mordomia da Igreja Local



Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

Em português, o vocábulo "igreja" se deriva  do latim "ecclesia', que por sua vez tem como raiz a palavra grega ekhlesía.

No Novo Testamento, na maior parte de suas ocorrências, tem em vista uma reunião de pessoas, significa uma congregação local de cristãos. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica um vínculo local de crentes.

Não se tem certeza das circunstâncias sob as quais ekklesia tomou-se a palavra aceita para as congregações cristãs. Nenhum escritor do Novo Testamento usou o termo no sentido de descrever um edifício. Esta palavra aparece no Novo Testamento na declaração de Jesus registrada em Mateus 16.18 e 18.17.

Tendo ressurgido dos mortos, Jesus agora é o Cabeça da igreja, a Suprema autoridade sobre o mundo, o Messias consagrado por Deus (Efésios 1.22). Como cristãos, entendemos que Cristo tem o controle de tudo.

Quando possível, é importante que haja um local preparado especificamente para a cristandade se reunir com o propósito de adorar a Deus. "Alegrei-me quando me disseram: 'Vamos à Casa do SENHOR' (...) 'Por amor da Casa do SENHOR, nosso Deus, buscarei o seu bem" - Salmos 122.1, 9. 

I - A MORDOMIA DOS BENS ESPIRITUAIS

1. A mordomia e a valorização da Palavra de Deus.

Como gente que alcançou a salvação em Cristo, fomos chamados de nossos afazeres diários de uma vida comum para viver em comunhão com Deus. Ele abre nossos olhos para ver maravilhas sobrenaturais, mas exige de nós prova de fé, para a partir da nossa resposta de fé nos presentear com revelações ainda mais profundas. E um desses mistérios desvendados, é que sempre que quando Ele se compadece da alma em aflição, a intervenção de livramento do aflito pode acontecer por meio  do crente que recebe a comissão sobrenatural para ser o instrumento de Deus, ao se manifestar com misericórdia. 

O crente em Cristo é uma pessoa que goza do privilégio de haver deixado o estilo de vida mundana ou do paganismo para ser alguém que vive em coletividade com outras pessoas que gozam da mesma situação feliz. Deus age com providência para favorecer aqueles que são fiéis, sempre abençoa aqueles que obedecem seus mandamentos. Aquele crente que quer viver em constante fidelidade ao Senhor, sabe da sua missão de distribuir o conhecimento da Palavra do Senhor, tem disposição de pregar a Palavra de Deus aos que ainda estão distantes da congregação do salvos.

A revelação no Antigo Testamento era perfeita e incompleta; no Novo Testamento é perfeita e completa (João 14.9; Hebreus 1.1). A revelação sobre a salvação em Jesus é dada aos cristãos por meio das Escrituras Sagradas. No primeiro estágio desta revelação, Deus descortinou o plano da Salvação por meio do Antigo Testamento, falando através dos profetas, e na segunda etapa divulgou o seu imenso amor pelos pecadores através do seu Filho, o Verbo divino que se fez carne (Hebreus 1.1-2).  Jesus é o Verbo (Logos), a Palavra revelada.

Jesus é a Divindade que se fez gente como a gente com o nobre objetivo de comunicar o imenso amor de Deus aos homens através da sua encarnação e sacrifício na cruz. A incumbência de anunciar essa realidade está sobre os ombros dos servos de Deus que compõem a Igreja aqui na terra.

2. A mordomia na evangelização e no discipulado.

2.1 - Evangelismo, curas e maravilhas. "E disse-lhes: 'Vão por todo o mundo e preguem o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado" - Marcos 16.15, 16.

Durante os quarenta dias que Jesus esteve em Israel após ressuscitado, encontrou-se com seus seguidores em determinadas ocasiões, porém, apenas na ocasião em que fez o discurso, em que se referia à Grande Comissão, foi um encontro marcado por Ele com seus discípulos (Mateus 26.32; 28.16; Atos 1.3). A ordem de evangelização e ensino da Palavra,m dada por Ele naquele encontro, foi o último desejo exposto pelo nosso Salvador, um dia antes de subir ao céu.

Evangelismo e discipulado são importantes tarefas que o crente não deve desprezar, pois é a missão principal da Igreja.  Portanto, que haja em cada coração cristão o mesmo desejo de Cristo, que é salvação das almas que caminham sem perceber para a perdição eterna. Desde a Queda de Adão, a Humanidade é problema do pecado e da morte; e desde a Grande Comissão a voz do Cristo ressuscitado soa solicitando ao cristão que não deixe pregar o Evangelho neste mundo, até a consumação dos séculos.

"Estes sinais acompanharão aqueles que creem: em meu nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados" - Marcos 16.17-18.

Jesus promete salvação "daquele que crê" e promete a rotina de ocorrências de sinais dos "aquele que crê. Nenhum cristão deveria aceitar a primeira condição e desprezar a segunda, porque milagres são fatos acima da capacidade humana de apresentar uma explicação. A promessa da salvação está atrelada à promessa dos sinais sobrenaturais. Em cada lugar que houver um crente pregando a Palavra, revestido da fé nas duas promessas do Senhor, haverá a confirmação de Cristo em ministério de evangelização.

2.2 - Evangelismo e apoio ao evangelizado. "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: 'Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos" - Mateus 28.18-20.

O capítulo 28 do Evangelho de Mateus apresenta os fatos que ocorreram após a ressurreição de Cristo. No fim do sábado, quando as mulheres foram ao sepulcro e encontraram Jesus revivido, receberam a ordem dEle para dizer aos discípulos que o encontrariam na Galileia (versículos 16 e 17). E de acordo com o aviso recebido, os onze discípulos seguiram para a Galileia, até o monte onde Jesus iria encontrá-lo. Quando eles viram Jesus, o adoraram; mas alguns duvidaram que realmente era o Mestre. Isto parece implicar que havia um grupo maior do que onze pessoas, e essa pode ter sido a mesma reunião em que o Cristo ressuscitado foi visto por mais de quinhentas pessoas ao mesmo tempo (1 Coríntios 15.6).

Nos versículos 18 a 20 de Mateus 28, temos a narrativa enfática sobre a Grande Comissão de Jesus para a Igreja. Jesus lhes diz que possui toda a autoridade (exousia, no grego), no céu e na terra. E diante deste poder maravilhoso, ordena aos cristãos evangelizar o mundo todo, sem que se esqueçam da questão do discipulado, que é fazer discípulos, ajudar o novo convertido a se estruturar na fé cristã. Tal tarefa inclui batizar o novo convertido nas águas, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito.

Ao determinar que se faça evangelismo e discipulado, Jesus lança a promessa de que estará literalmente presente com os cristãos que obedecem tal orientação. As passagens bíblicas Mateus 28.18, 20 e Marcos 16.19 esclarecem que Cristo coopera com os cristãos evangelizadores e tem o firme propósito de continuar cooperando por meio de milagres até à consumação dos séculos. Então, o crente evangelista, que se põe a anunciar o plano da Salvação às almas perdidas e a  ensinar o neófito da fé a guardar os mandamentos do Senhor em seu coração, deve ter a certeza que tem a companhia colaboradora do Cristo ressurreto, o Soberano que tem em suas mãos uma potência inigualável.

Quando Confúcio morreu, em 478 a.C., os chineses passaram a idolatrá-lo ainda mais e não deixaram de difundir suas ideias; quando o indiano Gotama faleceu, em 488 a.C., seus adeptos passaram a se referir a ele como "a encarnação da inteligência" (isto é, buda), e espalharam suas doutrinas para milhões de pessoas; quando, no ano 632 d.C., Maomé suspirou pela última vez na Arábia, os islâmicos não perderam seu ponto de vista e expandiram o califado par além da Pérsia e Península Ibérica. Entretanto, estes líderes e liderados têm algo diferente de Cristo e dos cristãos: Jesus morreu e levantou-se dos mortos, seu organismo não se deteriorou inanimado, o cristianismo não é apenas uma filosofia, religião ou crença. pois Cristo vive. E, ao morrerem, o espírito de cada crente é preservado por Deus para encontrar-se com Cristo na sua Segunda Vinda; quando o corpo mortal será revestido de imortalidade e estarão na presença de Deus para sempre (1 Coríntios 15.50-54; 1 Tessalonicenses 4.16-17; 2 Coríntios 5.5-9).

Como membros do Corpo de Cristo, integramos a Igreja que um dia estará no céu. Enquanto estiver aqui na terra, a missão de cada crente é estar sempre disposto ao ensino. Esta é a orientação de Paulo. Após sua conversão, o apóstolo mostrou-se uma pessoa incansável no propósito de anunciar o Salvador aos seus contemporâneos e incentivá-los a amadurecerem na fé, e com tal característica comportamental, pede que sejamos seus imitadores (1 Coríntios 4.14-17). 

3. A mordomia no uso dos dons espirituais.

Quando estávamos no mundo, a nossa mente vivia à reboque do sentimento de autossuficiência, era avessa ao senhorio Cristo. Depois de receber a Jesus como Salvador, é necessário entronizá-lo em nosso coração também como Senhor. Para que possamos ter condições de vencer o interesse da natureza pecadora em continuar decidindo o que falaremos e faremos, temos que agregar conhecimento bíblico ao nosso intelecto. O desenvolvimento espiritual da pessoa convertida a Jesus só acontece quando ela decide a aplicar o conhecimento da Palavra de Deus na vida cotidiana. Apenas quando o convertido decide que o seu coração acolherá inteiramente a Palavra de Deus e que rejeitará o orgulho que o faz não ser um crente totalmente obediente, é que este crente começará e crescer espiritualmente.

Não é possível ser um crente maduro se a mentalidade não estiver rendida às orientações das Escrituras, apenas quem dedica tempo para absorver os ensinamentos da Bíblia tem condições de deixar o comportamento de menino na fé e prestar ao Senhor seu culto racional (Deuteronômio 8.3; Romanos 12.1-2; Tiago 1.23-25).

A maturidade do crente é comprovada por haver nele a prática do fruto do Espírito: "Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" - Gálatas 5.22-23. Ser portador de dons espirituais não é prova divina de ser um crente experiente nas mais revelações da vontade do Senhor. Os nove dons espirituais existem para o bem da coletividade, para que ele sirva a comunidade cristã, não existem apontar um membro da igreja como mais espiritual que outros (1 Coríntios 12.7; 1 Pedro 4.10).

O crente pentecostal, batizado com o Espírito Santo, tem da parte de Deus a satisfação de poder falar em línguas estranhas. Porém, tal capacitação não deve servir para dificultar o andamento de culto na igreja, ele precisa ter a consciência que é necessário administrar os dons espirituais com decência e ordem (1 Coríntios 14.40).

Jesus edifica a sua Igreja, permitindo que os crentes manifestem dons espirituais de acordo com seu estilo, assim a multiforme graça do Senhor se faz presente na liturgia do culto (Mateus 16.18; 1 Pedro 4.10). Diante dessa situação, o crente não pode estar desinformado a respeito dos dons espirituais (1 Corintios 12.1). Por exemplo. a pessoa que possui o dom de profecia, ou interpretação de línguas, não tem da parte do Espírito licença para profetizar em momento inapropriado, interrompendo a fala do pregador ou o momento de louvor através do canto. Em 1 Coríntios 14.32, está escrito que "os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas' (...) 'Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos" (ARC). O que Paulo quis dizer ao escrever isto? O termo "sujeitos", no grego é "hypotasso", e passa a ideia de "estar sob controle". Logo, quem recebeu o dom de profetizar, tem plena condição de controlar-se, se não o faz, merece ser chamado pelo pastor da igreja para ouvir uma pertinente repreensão particular.

A Bíblia, com seus 66 livros é a revelação de Deus ao ser humano. Deus ainda fala às pessoas por meio de ideias e visões, porém essas diferem da revelação porque são um "esclarecimento" sobre algo que Deus já disse. Existe exemplos de conhecimento revelado, mas nunca de natureza doutrinária. Eles sempre tratam de assuntos de aplicação específica. E é por isso que é importante testar toda e qualquer "profecia" que tenha supostamente vinda de Deus. O Espírito nunca fala contrariamente ao que está na Bíblia. 

II - A MORDOMIA DA AÇÃO SOCIAL DA IGREJA

1. A assistência social no Antigo Testamento.

A lei judaica era cuidadosa acerca dos oprimidos, nas páginas da Bíblia as figuras do pobre, da viúva e do órfão representam as pessoas carentes de atenção na questão de ajuda material.
Os pobres. Eles tinham direito de apanhar aquém e além o que se deixava ficar no campo depois da ceifa, ou depois da vindima, ou depois da colheita de azeitonas (Levítico 19.9; Deuteronômio 24.19, 21; Rute 2.2).
No ano sabático, os pobres eram autorizados a ter parte nos excedentes (Êxodo 23.11; Levítico 25.6); e se eles tivessem vendido alguma porção da sua terra ou cedido sua liberdade pessoal, tudo deveria ser restaurado no Ano do Jubileu (Levítico 25.25-31; Deuteronômio 15.7-18).
Além disso, eram protegidos contra a usura (Levítico 25.35,37, Deuteronômio 15.7, 8; Salmos 15.1, 5), recebiam uma porção dos dízimos (Deuteronômio 26.12, 13); e seu estado financeiro ainda tinha que ser considerado sob outros aspectos (Levítico 19.13; Deuteronômio 16.11, 14).
As viúvas. O Antigo Testamento apresenta a viúva como uma pessoa necessitada em termos de proteção e sustento, e que deve ser honrada e respeitada. Sob a lei mosaica, o cuidado para com a viúva era considerado uma responsabilidade dos parentes, e era um dos deveres atribuídos ao filho mais velho, que recebia a primogenitura.
Se alguém prejudicasse uma viúva ou um órfão, e esta pessoa, aflita, clamasse ao Senhor, Ele enviaria uma vingança rápida (Êxodo 22.22-24; Salmos 146.9).
Com relação à viúva casar-se outra vez, se não tivesse filhos, esperava-se que ela se casasse com o irmão ou com um parente próximo do seu falecido marido (Deuteronômio 25.5).
Os órfãos. Davi escreveu: "Tu, porém, tens visto isso, porque atentas ao sofrimento e à dor, para que os possas tomar em tuas mãos. A ti se entrega o desamparado; tu tens sido o defensor do órfão" (Salmos 10.14).
Como conhecedores da Palavra, temos diante de nós condição de fazer escolhas. As páginas bíblicas contém orientações para tomadas de decisões corretas. O objetivo do Espírito Santo ao trazer inspiração aos autores dos livros canônicos é que façamos o que é certo e evitemos as consequências prejudiciais das decisões equivocadas.
Na geração de Davi, Israel seguia às leis do Senhor, que asseguravam que a pessoa pobre deveria ser tratada com dignidade e bondade (Salmos 82.3,4). Naquele tempo bem como em todas as épocas, existiam pessoas afligidas pela pobreza extrema. Mas Deus nunca desamparou e jamais desamparará aos que o servem. Então, em outra passagem, o salmista declarou que não havia visto o justo desamparo e nem a sua descendência mendigar o pão (Salmos 37.25). 
A Bíblia imprime um contraste entre quem é servo do Altíssimo e aquele que não o serve. Quando o homem bom é pego pela armadilha do pecado, tem motivos para cantar alegremente, pois encontra o escape através da providência divina. Aquele que ocupa-se em suprir a necessidade do pobre é uma pessoa boa; mas aquele que não se preocupa em assumir qualquer responsabilidade para ajudar o necessitado. é gente má e transgressora da Lei do Senhor (Provérbios 29.6, 7).

Ao profetizar sobre o iminente cenário de invasão da Assíria ao território de Judá, Isaías clamou pelos oprimidos: "Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça, repreendam o opressor; garantam o direito dos órfãos, defendam a causa das viúvas (1.17).

Jeremias (22.3) apresentou a seguinte declaração em favor dos necessitados: "Assim diz o SENHOR: Pratiquem o direito e a justiça e livrem o oprimido das mãos do opressor. Não oprimam nem maltratem o estrangeiro, nem o órfão, nem a viúva. Não derramem sangue inocente neste lugar."

Quando se ouve falar da destruição de Sodoma e Gomorra, logo vem em nossa mente que o motivo para isso ter acontecido foram os pecados sexuais. Se não cometemos adultério, roubo, assassinato, ou atos homossexuais, a consciência permanece tranquila. Porém, o profeta Ezequiel (16.49) lembra que os moradores daquelas cidades, juntamente com os cidadãos de Admá, Zebolim e Bela (conhecida também como Zoar), foram destruídos com fogo caído do céu não apenas porque eram praticantes dos atos acima citados, mas porque também não cuidavam dos pobres e necessitados. 

Zacarias (7.1, 7, 9-10) tinha uma palavra de correção da parte do Senhor aos seus conterrâneos, tanto aos sacerdotes quanto ao povo. Eles brincavam  de religião, oravam, jejuavam, a ao mesmo tempo eram desonestos. Não tratavam o próximo com compaixão; exploravam os estrangeiros e os patrícios, órfãos e viúvas. Por não levarem à sério a Palavra do Senhor, o profeta os fez lembrar que o mais importante é aquilo que está por trás da oração e  do jejum, ou seja, a motivação e a tomada de atitude certas. Deus percebe o fingimento e exige obediência. 

2. A assistência social no Novo Testamento

O termo pobreza é usado no Novo Testamento em referência ao sofrimento de Jesus, que, voluntariamente, entregou a sua vida em favor da humanidade (2 Coríntios 8.9). Mas, a palavra pobreza também aborda a condição dos santos na Judeia e, de modo generalizante, fala de Esmirna (2 Coríntios 8.2; Apocalipse 2.9).

O vocábulo "viúva" ocorre em Mateus 28.13; Marcos 12.40.42,43; Lucas 2.37; 4.25; 4.26, 7.12: 18.3,5; 20.47; 21.2,3; Atos 6.1; 9.39,41; 1 Timóteo 5.3, 4, 9, 11, 16; Tiago 1.27; Apocalipse 18.7. O evangelista Lucas cita a viúva Ana no capítulo 2 e versículo 37, mulher que não se afastava do templo, servia a Deus em jejuns e orações durante os dias e as noites. E, Paulo, ao escrever a sua primeira carta para Timóteo (5.1-16), o instrui dizendo que as viúvas que possuíam qualificações espirituais, se dedicavam à oração, mereciam ser honradas, caso precisassem do auxílio financeiro, a igreja em Éfeso deveria ajudá-las neste sentido. O que leva a entender que havia naquela comunidade cristã uma lista oficial com vista a realização da prestação de assistência material para mulheres em estado de viuvez. Em Apocalipse 18.7, a palavra viúva é usado figurativamente acerca de uma cidade abandonada.

Em seu ministério terreno, Jesus Cristo se fez exemplo da característica do líder que age segundo a vontade de Deus. Ele pensou no bem-estar de seus seguidores tanto na condição espiritual quanto  na corpórea. Assim, Ele demonstrou aos líderes cristãos que o Pai celeste tem os olhos voltados às carências relativas à fé e ao estômago de seus filhos. O milagre que possibilitou a alimentação de cinco mil pessoas está registrado nos quatro evangelhos, o que nos faz entender que o assunto merece nossa atenção e destaque. Referências:  Mateus 14.13-19; Marcos 6.30-44; Lucas 9+10-17; João 6.1-14.  Além disso, ainda houve outro milagre semelhante, quando quatro mil pessoas saciaram a sua fome, o registro do segundo episódio esta registrado em Mateus 15.32-39 e em Marcos 8.1-9.

Entre os milhares de judeus que faziam a peregrinação a Jerusalém para participar da festividade do Pentecostes, muitos compareciam ali desde a Páscoa, isto é, cinquenta dias antes. Para muitos judeus, a permanência estendida em Jerusalém tinha como motivo aprender os fundamentos da fé cristã recém descoberta. Muitos, provavelmente, necessitavam de assistência financeira ou física por parte dos moradores de Jerusalém, para que fosse possível ficar assim tanto tempo longe de casa. Quando a necessidade surgia, os crentes vendiam suas propriedades para ajudar segundo cada um tinha necessidade. Esta prática de repartir com todos era provavelmente uma resposta às necessidades específicas (Atos 2.44, 45).

O capítulo 6 de Atos dos Apóstolos aborda a um problema interno da igreja. Havia algumas aparentes discrepâncias na distribuição de víveres às viúvas necessitadas da congregação. Surgia reclamações daqueles que pensavam estar sendo discriminados, e uma maré crescente de descontrole emocional. Então, cheios do Espírito, o grupo de apóstolos resolveu o problema com sabedoria. Eles convocaram a multidão dos discípulos para uma reunião, deixaram todos cientes que não podiam deixar de pregar e ensinar a Palavra de Deus para servirem às mesas. Devido às limitações tanto de energia física quanto de tempo, e pela prioridade que tinham para pregar e ensinar a Palavra de Deus, eles pediram aos discípulos que escolhessem entre eles sete homens de boa reputação, sábios e cheios do Espírito, para se encarregarem da administração da assistência social. Este "parecer agradou a todos. Então elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. Apresentaram estes homens aos apóstolos, que, orando, lhes impuseram as mãos" (versículos 5 e 6).

Os cristãos em Jerusalém experimentaram pobreza e escassez. Então, Paulo fez coleta de dinheiro para eles (Romanos 15.25-31; 2 Coríntios 8.4 e 9.1-5). Ele sugeriu que os irmãos economizassem determinada quantia semanalmente e a entregassem a igreja até que ele chegasse para ele levar as doações para Jerusalém, e assim ocorreu (Atos 21.18; 24.17).

3. Agindo para a glória de Deus e o alívio do próximo.

"Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e com toda a sua força.” - Marcos 12.30, 31.

"Somente recomendaram que nos lembrássemos dos pobres, o que também me esforcei por fazer" - Gálatas 2.10.

Não podemos falhar quanto à necessidade do outro. Por amar ao Senhor, os verdadeiros discípulos de Cristo não se omitem quanto à necessidade de seus irmãos; possuem boa vontade e se empenham no cuidado dos pobres, possuem boa vontade para ajudar quem está oprimido pelas adversidades. De maneira justa socorrem a família que atravessa períodos difíceis. Para mais reflexões sobre esse assunto: Lucas 6.20, 21; Atos 4.34, 35; 6.1-6; 20.38; Romanos 12.8; 1 Coríntios 16.2; Tiago 1.27).

III. A MORDOMIA DOS CRENTES NA IGREJA LOCAL

1. Em primeiro lugar é preciso congregar.

"Que fazer, então, irmãos? Quando vocês se reúnem, um tem um salmo, outro tem um ensino, este traz uma revelação, aquele fala em línguas, e ainda outro faz a interpretação. Que tudo seja feito para edificação" - 1 Coríntios 14.26.

Quando Pedro foi preso por Herodes, que pretendia matá-lo por causa da sua fé, a igreja intercedeu pela segurança do apóstolo. O amor da fraterno e a oração da igreja mudaram o desfecho daquela situação. A oração em conjunto, em concordância , altera situações difíceis. Portanto, estejamos unidos e orando com regularidade e com propósitos definidos. Abandonar as reuniões cristãs é desistir do ânimo e do auxílio de outros cristãos. A reunião de culto é útil para compartilhar a fé e para que os crentes se fortaleçam mutuamente no Senhor. As dificuldades jamais devem se tornar desculpas não ir ao culto na igreja. Quando as dificuldades surgem, é preferível fazer um esforço ainda maior para comparecer ao encontro com os cristãos para junto com eles adorar a Deus.(Atos 12.5; Hebreus 10.25).

2. Líderes cristãos como mordomos.

O capítulo 13 de João revela a cena íntima entre Jesus e os discípulos. Está registrada também em Mateus 26.20-25; Marcos 14.17-21; e Lucas 22.21-23.

O início da narrativa de João tem o olhar do Salvador direcionado para a pessoa de Judas Iscariotes.

Judas representa o cristão chamado para exercer liderança, se introduz como joio no meio do trigo, poderia corresponder ao amor celeste mas se nega a isso porque é carnal. Ele era um dos doze apóstolos, fazia parte do círculo mais próximo do Mestre, como os outros ele viu milagres de perto, ouviu ensinamentos em posição privilegiada, fez parte de reuniões reservadas e ouviu revelações dirigidas apenas aos membros daquele seleto grupo. Contudo, rejeitou a luz e a vida. Traiu Jesus.

Por fora era como sepulcros caiados, lá dentro do seu coração não existia a vida oferecida por Deus. Assemelhava-se aos seguidores de Jesus. Agia e falava como os onze escolhidos para ser líder cristão, porém o coração estava contaminado pelo pecado da avareza e pela descrença. Ele teve chance de se converter, mas escolheu trair a Jesus.

A luz brilha nas trevas. Então, tudo o que está escondido tem o seu momento de ser posto à vista de todos. Logo o que o coração de Judas não mostrava seria apareceu, foi visto a influência de Satanás em sua intenção de associar-se com os inimigos de Jesus e trair ao Senhor por trinta moedas de prata preço estabelecido no Antigo Testamento como pagamento pela morte, não de um homem livre, mas de um escravo. Assim como Esaú trocou a primogenitura pela sopa de lentilhas, ele desprezou a bênção eterna em troca de coisa passageira. Entrou para a história como o traidor de Jesus.

Tal qual Judas, muitas pessoas foram chamadas para pastorear as ovelhas de Jesus. A sacola está ao seu alcance, pode assentar-se à mesa da comunhão com o Senhor, mas pensam em trocar a convergência com a vontade divina por coisas materiais, situação inconveniente para a alma e não edificante ao espírito. Estes, sem que olhos humanos percebam, também são traidores de Jesus.

Estes infelizes, ao invés de continuarem a receber a influência de Satanás, que adiantou a data de seguir para a perdição eterna, ainda tem a chance de imitar a Pedro, que depois de negar a Jesus, obedeceu a sua segunda chamada, teve seu reencontro com o Mestre e assumiu seu ministério de liderança cristã.

3. A mordomia dos membros congregados.

Como mordomos na igreja, o crente precisa estar consciente do alerta de Cristo. Ele disse: "É necessário que façamos as obras daquele que me enviou enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (João 9.4).

Não existe melhor exemplo na História de uma pessoa que se preocupou com o próximo do que Jesus Cristo. Literalmente, se sacrificando para pagar o castigo pelos nossos pecados, sem que merecêssemos sua intervenção em nosso favor. Graças a Ele podemos, fazer o bem ao próximo, viver em vitória  sobre o pecado e receber a vida eterna.

O crente consciente da sua chamada não vive apenas para cuidar do seu próprio bem-estar. Ele dedica parte das 24 horas dos seus dias para satisfazer às necessidades espirituais de almas que ainda não conhecem a Jesus como Salvador e Senhor e sempre que necessário e possível provê o que for preciso às necessidade material de irmãos de fé. Neste tempo de contrastes, quando este crente é envolvido na luta do bem contra o mal, escolhe ser benéfico; entre a opção de viver a clareza do dia no Espírito ou a noite embaraçado com a satisfação da carne, prefere ter sobre sua cabeça o brilho do sol da justiça; quando as circunstâncias se enchem de trevas, se mostra um circunstante que representa a luz de Cristo; rodeado por gente abatida pela cegueira espiritual, apresenta a visão de Deus aos cegos e permanece gozando da liberdade que Jesus oferece (João 9.39-41).

CONCLUSÃO

O Pastor Elinaldo Renovato, articulista da revista Lições Bíblicas Tempo, Bens e Talentos, e autor do livro que carrega o mesmo nome,  ambos lançados pela CPAD, faz algumas reflexões e conta um fato no livro, página 72, que são dignos de nota. Trata-se de um caso de conversão e lastimável falta de discipulado. Confira:

"Algumas questões podem ser levantadas. Que estrutura têm as igrejas locais em geral para dar assistência social a pessoas que estão aceitando a Cristo, tais como prostitutas, mendigos, inválidos, famintos, menores abandonados, cegos, aleijados e outros infelicitados da vida?

Se uma prostituta aceita a Jesus, há casos que sua família não mais a recebe de volta; ela precisa sair dos prostíbulos e, assim, para onde vai? Se não houver quem a acolha, poderá voltar ao antigo poço da perdição. Quando um cego, um aleijado, um aidético aceita a Cristo, para onde irá de imediato se não tiver um lugar para ficar?  Irá para a casa de um dos membros da igreja? Isso nem sempre é possível.

Conhecemos o caso de um cego que tocava na praça, pedindo esmolas. Ele, inclusive, morava na praça. Uma noite, ele aceitou a Cristo com seu acordeom. Depois de ter sido recebido com alegria, ficou sentado depois do culto, pensando que seria acolhido, só que o zelador pediu para ele ir embora. Ele saiu triste, voltou para a praça e não mais retornou à igreja. Precisamos refletir sobre isso."

E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Edição 2004, Páginas 1507, 1607, 1743. Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil - CPAD).
Bíblia de Estudo Pentecostal. 2ª impressão 1996. Páginas 1418 e 1871. Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Bíblia de Estudo Plenitude para Jovens. Edição 2008. páginas 809. 1465, 1485. Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil - SBB).
Bíblia Shedd. Edição 1998 reimpressa em 2011. Páginas 76, 95, 96, 1611. São Paulo/SP (Edições Vida Nova).
Comentário Bíblico do Professor: Um Guia Didático Completo para Ajudar no Ensino das Escrituras Sagradas de Gênesis ao Apocalipse. Laurence Richards, 3ª impressão 2004, páginas 853 e 854, São Paulo/SP (Editora Vida).
Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Volume 3. 1ª edição 2005. Página 411, 191-192. Rio de Janeiro/RJ. (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Comentário Bíblico Beacon: Mateus a Lucas. Volume 6. 1ª edição 2006. Páginas 188, 191-192. Rio de Janeiro/RJ. (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Espada Cortante: Daniel, Apocalipse, Mateus, Marcos - volume 1. Orlando S. Boyer. 8ª edição / 2009. Página 448, 604 e 605. Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Dicionário Bíblico Universal. A. R. Buckland e Luckyn Williams.  Edição revista e atualizada em maio de 2007. Página 488. São Paulo/SP (Editora Vida).
Dicionário Bíblico Wycliffe. Charles F. Pfeiffer; Howard F Vos; John Rea. 2ª edição 2007. Página 2024. Página 878. Rio de Janeiro/RJ. (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e Novo Testamento, W. E. Vine, Merril F. Unger, William White Jr., 1ª edição 2002. Página 878. Rio de Janeiro/RJ. (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

domingo, 7 de abril de 2019

Entrando no Tabernáculo - o pátio

A réplica do Tabernáculo no Parque Timna
Estrutura recriada por Shimon Eliezer Halevy
Deserto de Neguev - Israel.

INTRODUÇÃO

Existe uma confusão na mente dos cristãos de nossos dias, entre o que é literal e o que é figurado. O cristão precisa saber que a tipologia do Antigo Testamento é rica, obedece princípios hermenêuticos que resguardam a verdadeira tipologia ao seu significado e aplicação à vida cristã.

A história do Tabernáculo, nome derivado do verbo "habitar", também conhecido como Tenda da Congregação, não é uma mera descrição de um santuário qualquer, possui um significado profundo. Conforme Hebreus 9.23-24, as coisas do Tabernáculo são figuras de coisas relativas ao céu. Há um propósito para haver uma descrição tão detalhada a esse respeito. A concepção do Tabernáculo reflete os pensamentos de Deus; fala-nos da glória que há no céu, da cidade de ouro e da nova Jerusalém. No céu, toda a riqueza e glória estão reunidas na maravilhosas Pessoa do Filho de Deus, em nosso Senhor Jesus Cristo, que é o centro dos pensamentos e propósitos, desde a eternidade passada até a futura.

É importante ao cristão hodierno ter conhecimento do significado do Tabernáculo, uma vez que este templo portátil é um dos símbolos da Antiga Aliança. A despeito da banalização que se faz da tipologia bíblica, é necessário resgatar os valores, conforme a revelação exposta na Bíblia.

I. O PÁTIO ENTRE AS TRIBOS DE ISRAEL

Visto que o Tabernáculo era o lugar onde Deus escolheu para manifestar a sua presença de glória aos israelitas, entendemos que tornou-se o lugar de encontro entre Deus e o seu povo. Conhecer a tipologia é de vital importância, porque não é matéria para ser relegada ao conhecimento dos cristãos. Ao estudar os detalhes em torno do Tabernáculo, nos deparamos com o simbolismo que envolve o plano de Deus para salvar o pecador.

O Altar do Tabernáculo

As medidas do Pátio eram de cem côvados por cinquenta, o equivalente a quarenta e cinco metros por vinte e dois e meio, aproximadamente. Não existia portas laterais e nem traseiras; a entrada só era possível pela Porta Principal. Dentro da Cerca de linho fino retorcido estavam o Altar de Bronze, ou cobre, usado para os sacrifícios; e a Bacia de Bronze, ou cobre, que era usado para o asseio dos sacerdotes, antes de eles entrarem do Santuário. O acesso do povo ao Santuário só era permitido através do sacerdote, que oferecia os sacrifícios pelos pecados e os sacrifícios de gratidão do povo.

O Pátio era como se fosse um "redil de ovelhas". Entre outros significados, "redil" tem os sentidos de "casa" e "morada". O pastor permanece a maior tempo com o rebanho e age como guardião das ovelhas, carneiros e cordeiros.; assim também é o Deus de Israel, que propôs a Moisés construir uma morada especial no meio das tribos israelitas, para que Ele se fizesse presente e se manifestasse ao seu povo.

O desejo de Deus em habitar com os homens não se refere somente aos dias do povo de Israel no deserto. Aplica-se também ao nosso tempo e ao futuro quando haverá o novo Céu e a nova Terra, conforme consta o texto bíblico de Apocalipse 21.1-3:  "Eis o tabernáculo de Deus com os  homens, Deus habitará com eles...".

1. As montagens provisórias do Tabernáculo.

Quando Moisés chegou às planícies do Sinai, o povo ficou maravilhado pela beleza exuberante da região, das suas montanhas e sol radiante, sem saber que ali era o lugar que Deus estaria presente. A partir de então, os hebreus deveriam reconhecer a autoridade de Moisés e aceitar o projeto de construção do Tabernáculo. Moisés liderou a execução, que ocorreu nas proximidades do sopé do Monte Sinai, dois anos após a saída do Egito (Êxodo 40.2, 17), quatorze dias antes da celebração da Páscoa.

Após o povo de Israel ter construído o Tabernáculo, Deus o encheu com a sua glória. Sem a glória da presença divina, o trabalho não teria sentido e seria considerado inacabado. Deus quer encher a Igreja com a sua gloria e também a vida de cada cristão. Ele quer abençoar os cristãos com sua glória enquanto ofertamos a ele a nossa adoração por meio de louvores e ofertas voluntárias apropriadas.

Em sua peregrinação pelo deserto, o povo de Israel montou o Tabernáculo  em Gilgal, em Siló,  (Josué 4.19; 5.10; ; 9.6; 10.6, 43; e Josué 18.1) Israel peregrinou pelo deserto por aproximados quarenta anos, sendo trinta e oito em Cades-Barneia. Ao entrar em Canaã, quando Moisés já era morto, Josué assumiu a liderança à condução do povo (Deuteronômio 34.5-9). Então ele encorajou o povo para a montagem do Tabernáculo em lugar fixo, ainda não habitado e limpo. Quando Davi conquistou Jerusalém, determinou que o Tabernáculo fosse montado na cidade para que a Arca da Aliança tivesse o seu local de estadia permanente.

2. A posição do Pátio do Tabernáculo.

Acerca da centralidade de Deus no meio do seu povo, é importante observar que havia a provisoriedade do Tabernáculo. Ele era montado e desmontado, bem como a posição geográfica dele, posicionado no meio das doze tribos, representando assim a centralidade de Deus entre o seu povo. Como centro do povo de Israel, Deus é o centro da Igreja de Cristo e, em consequência disso, o centro da nossa vida. Nada pode ocupar o lugar de Deus em nosso coração.

A centralidade do Pátio remete á centralidade de Deus na Igreja de Cristo. Assim como Deus era o centro das doze tribos de Israel, Ele o é na Igreja.

O Santuário e todos os seus utensílios simbolizam a presença de Deus no meio do povo; posteriormente, Jesus cumpre a missão de Deus-presente e, após o Pentecostes, o Espírito Santo é o Deus presente em nós (Mateus 1;23; 28.20; João 1.14; 14.16). 

3. A posição do Exército de Israel em torno do Tabernáculo.

II. A CONSTRUÇÃO DA CERCA DO TABERNÁCULO

Algumas igrejas fazem figuras do judaísmo para servirem de base para os cultos cristãos. Ainda que não fabriquemos figuras materiais com finalidades de veneração em nossas igrejas, o que tem que prevalecer é o modo cristão de cultuar, quando se cultua em "espírito e em verdade". Os únicos elementos usados no culto cristão são os ingredientes da Santa Ceia: o pão e o vinho.

1. O cortinado de linho branco da cerca do Pátio.

O linho é uma planta têxtil com aproximadamente de cinquenta centímetros de altura e de flores de um azul vivo, muito cultiva às margens do rio Nilo, notável por sua maciez e brancura deslumbrante. Das sementes, é possível extrair um óleo para preparação de tintas e vernizes. Nas Escrituras, o linho é símbolo da justiça dos santos. (Êxodo 27.5). Em Ezequiel 16.10, o Senhor declara que vestiu o seu povo com o linho fino e o cobriu com seda.

As cortinas do Pátio tinham dupla função. Preservavam a morada de Deus no Santuaário e impediam a entrada do pecador impenitente.

2. Colunas, cortinas e varais do Pátio (Êxodo 27.10-12).

Deus é santo e não podemos perder a perspectiva da santidade da Igreja de Cristo. Como o povo de Israel, ao passar por aquela cerca, deveria lembrar que o lugar era santo porque o Santo dos santos habitava, a Igreja de Cristo tem a consciência do caráter santo do Pai celeste.

3. A cerca de linho: a santidade e a justiça de Deus.

A delimitação do pátio era feita de um cortinado de linho branco e de colunas de bronze, uma imagem que representa a santidade de lugar e a justiça de Deus (Isaías 6.3; Salmos 71.19). Por este motivo, somente os ministros do Santuário podiam andar no pátio, somente eles tinham a missão de de ministrar os cerimoniais de sacrifícios pelos pecados os povo. O pecador não tinham acesso ao Santo dos Santos, senão através do sacerdote.

III. A PORTA DO PÁTIO

1. A Porta do Pátio: uma tipificação do único caminho (Êxodo 27.16)

Cortinas de linho cercavam o pátio (o átrio) onde estavam o Altar do Holocausto, a Bacia de Bronze e a Casa de Ouro coberta de tapetes. As cortinas, bem brancas, faziam contraste com com as tendas cinzentas ao redor, onde o povo hebreu morava.. Transmitiam a impressão de pureza e santidade que se requer em seu interior; mediam dois metro e meio de altura, impedindo que se olhasse por cima, deixando claro que a entrada era restrita.

Mas não é possível ter acesso a Deus de qualquer maneira, muitos dizem ser seguidores de Cristo, mas estão conformados com este mundo sujo, o comportamento pessoal contrasta drasticamente com a santidade do Senhor, , vivem como moradores das tendas cinzentas. A vida do cristão tem que condizer com a brancura das cortinas, suas vestiduras precisam estar  alvas como a neve.

O povo que vivia ao redor era tão pecador quanto nós. Estamos manchados, sujos e com pecado. "Não há quem faça o bem... com a língua urdem o engano... todo o mundo é culpável perante Deus... todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3.10-23).

Para aproximar-se de Deus, é necessário haver no coração humano a disposição sincera para reconhecer a condição de pecador, apenas desta maneira Ele nos aceita. Ao lado oriental do Tabernáculo havia uma porta  aberta para o pecador arrependido. Do mesmo modo, também, há um caminho nos dias de hoje, pelo qual os pecadores podem ir a Deus. O Senhor disse: "Eu sou o caminho"!
• A porta é ampla.
A entrada media vinte côvados, cerca de dez metros. Não é comum encontrar portas tão amplas assim. A tipificação deste cenário nos leva a entender que o amor de Deus dispõe de uma porta assim, para que todos que quiser entrar não encontre impendimento. Tal situação, fala que a entrada é livre para todos. Deus é Salvador, e quer que todos os seres humanos sejam salvos (1 Timóteo 2.3-4; Apocalipse 22.17).
• A porta é bonita.
A aparência da porta era magnífica. Possuía quatro cores, estava embelezada com relevos de bordadura em estofo azul, púrpura, carmesim sobre um fundo branco. A beleza era um convite a entrar. 
• Entrada facilitada.
A porta não era confeccionada com metal ou madeira. Era uma cortina com vinte côvados de largura e cinco de altura. Até mesmo uma criança pequena poderia entrar. Jovens e velhos também.
• Há apenas uma porta.
O próprio Senhor Jesus Cristo nos deu o significado desta porta quando realizava o seu ministério terreno. Ele disse: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo (João 10.9). Por meio dEle temos acesso ao Pai (Efésios 2.18; 3.12); só Jesus é o Mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2.5).
Nada foi colocado na Bíblia por acaso. Todos os materiais usados para construir o Tabernáculo e objetos usados nos rituais tinham seu significado e simbologia, cujo critério o cristão precisa guardar em seu coração, pois ensinam sobre Deus e seus propósitos para conosco. É digno de nota que os objetos feito de bronze mostram que, quanto mais longe do Lugar Santíssimo, menor era o valor dos materiais usados, o que nos ensina que é preciso viver de modo especial para Deus (Êxodo 27.19; 2 Timóteo 2.19-22).

2. As quatro colunas e suas bases: uma tipificação do Evangelho (Êxodo 27.16).

As quatro colunas são apontadas pelos estudiosos como sendo o simbolismo dos quatro Evangelhos do Novo Testamento; a representação dos quatro cantos da Terra.

3. As cores da cortina de entrada: diversos tipos (Êxodo 27.16).

CONCLUSÃO 

O Pátio do Tabernáculo mostra pelo menos três verdades que podemos tomar como imagem para a nossa vida: Deus é o centro; Deus é santo; Cristo é o único caminho para a vida eterna. Portanto, é preciso ficar claro que não podemos perder a dimensão da centralidade de Deus.

E.A.G.

Sumário / Elienai Cabral definido por ele mesmo
Lição 1 - Tabernáculo, um lugar da habitação de Deus
Lição 2 - Os artesãos do Tabernáculo

terça-feira, 2 de abril de 2019

A história do chocolate e a Páscoa


Por Eliseu Antonio Gomes

A maioria de nós ao ouvir a palavra chocolate, imagina uma caixa de bombons ou um coelho. O verbo que vem à mente provavelmente é "coma", não "beba", e o adjetivo mais adequado parece ser "doce". Entretanto, cerca de 90% da longa história do chocolate está estritamente associada a uma estranha forma de licor sem açúcar.

A maioria dos especialistas usa o termo "cacau" para se referir à planta ou seus grãos antes do processamento, enquanto o termo "chocolate" se refere a qualquer coisa feita a partir do grão. Os etimologistas descrevem a origem da palavra "chocolate" ao termo asteca "xocoatl", que se referia a uma bebida amarga produzida a partir de grãos de cacau. O nome latino para o cacaueiro, "Theobroma cacao", significaria "alimento dos deuses". Tanto os maias quanto os astecas acreditavam que as sementes de cacau tinham propriedades mágicas, ou mesmo divinas, adequadas para uso nos rituais mais sagrados de nascimento, casamento e morte.

O chocolate é fonte de alimentação nutritivamente limitada, embora esta substância seja apreciada por pessoas do mundo inteiro há séculos. Apesar de alguns inconvenientes, não há mal em adicionar a pasta alimentícia a uma dieta saudável e balanceada.

Chocolate

A tripulação das embarcações de Cristóvão Colombo que retornaram da quarta viagem ao chamado Mundo Novo, em 1502, levou as primeiras sementes de cacau para a Europa.

O chocolate adoçado só apareceu depois que os europeus descobriram as Américas e provaram a culinária nativa. Diz a lenda que o rei asteca Montezuma acolheu o explorador espanhol Hernando Cortes com um banquete que incluía beber chocolate. O chocolate não combinava com o paladar dos estrangeiros - em seus escritos Cortes descreveu-o como "uma bebida amarga para porcos" - mas, uma vez misturado com mel ou cana-de-açúcar, rapidamente se tornou popular em toda a Espanha. Com o passar do tempo, os espanhóis misturaram as sementes de cacau com baunilha e outros aromatizantes, açúcar e leite para chegar ao composto que, segundo um registro da época, faria as pessoas "morrerem por ela".

Nos primeiros dois séculos, o chocolate era uma bebida da moda em toda a Europa. Permaneceu em grande parte um privilégio dos ricos até que a invenção da máquina a vapor tornou possível a produção em massa no final do século 18. Apenas no século 18 foi introduzida na França uma forma sólida - provavelmente com uma consistência mais pastosa do que a conhecida por nós.

Os efeitos estimulantes do chocolate eram considerados particularmente úteis para soldados que ficavam de vigia à noite. No século 17, o, acredita-se ter propriedades nutritivas, medicinais e até mesmo afrodisíacas (há rumores de que Casanova gostava especialmente do material).

A barra de chocolate começou a ser vendida em 1910, ficou especialmente popular quando foi usada pelo exército americano como "alimento de combate" durante a Segunda Guerra Mundial.


Benefícios

• Fonte saborosa de energia rápida.
• Comer chocolate melhora o humor de algumas pessoas.

A fonte do chocolate

O chocolate é produto alimentar proveniente da semente do cacau, fruto do cacoeiro, originário da América do Sul e produzido em larga escala no Brasil, mais especificamente no estado da Bahia. De coloração marrom, processado industrialmente em forma de pasta, pó ou barras solidificadas, e a que se adicionam açúcar e aromatizantes para, a seguir, destinar-se ao consumo. Povos originários da América do Sul e Central davam tanto valor ao cacau que usavam suas sementes como moeda, o cacau era chamado pelos astecas de dinheiro que se come.  Hoje cerca de três quartos do cacau fornecido à indústria do chocolate é cultivado na África Ocidental e a maior parte do restante no Brasil.

Depois que as sementes do cacau são colhidas, a fase de fermentação e secagem é seguida de torrefação em baixa temperatura para realçar o sabor. Vários processos complicados de manuseio se seguem, dependendo de como se queira o produto final, sólido ou em pó.

Em 1928, um químico holandês encontrou uma maneira de fazer chocolate em pó. Tentando produzir uma bebida achocolatada melhor, menos oleosa, criou uma prensa que removia cerca da metade da gordura natural (manteiga de cacau) das sementes. Assim, descobriu que, ao misturar a manteiga extraída com as sementes de cacau moídas, era possível fazer uma pasta sólida lisa e gordurosa que absorvia açúcar e consequentemente esta pasta se transformava no chocolate "comestível". Ao pulverizar o que restava, tratar a mistura com sais alcalinos para reduzir o sabor amargo, o produto ficou conhecido como "cacau holandês" e logo esta criação tornou-se bastante popular.

A criação da primeira barra de chocolate moderna é creditada a Joseph Fry, que em 1847 descobriu que podia fazer uma pasta de chocolate moldável adicionando manteiga de cacau derretida como cobertura ao cacau holandês.


Derrete na boca

A utilização de manteiga de cacau pura é o que confere a textura inconfundível dos chocolates finos. Seu calor característico vem da alta proporção de sólidos de cacau.

O bem-estar

O chocolate, em forma de barra, de diferentes tamanhos e peso, em formato de tablete ou bombom, acrescentados leite, nozes, castanhas, licor etc, é de causar água na boca de muita gente.

Contém dois estimulantes alcaloides relacionados: a teobromina e a cafeína, em uma proporção de 10 para 1.

A teobromina, corresponde entre 1-2% da amêndoa de cacau. Tem sido usado pela medicina em casos de alta pressão sanguínea e em casos em que um ataque do coração resulta em acumulação de fluidos no corpo. Ao contrário da cafeína, não estimula o sistema nervoso central. Além de seu efeito diurético moderado, estimula o sistema cardiovascular, relaxa os músculos, dilata os vasos sanguíneos.

O chocolate comercial contém menos de 0,1% de cafeína e são muito menos estimulantes, em termos de volume, que um copo de café descafeinado. O chocolate em pó contém mais cafeína. O chocolate também é rico em fenilatilamina, um composto com efeitos semelhantes aos da anfetamina. Em alguns casos, pode causar dores de cabeça e enxaqueca em pessoas sensíveis.

O cacau contém cerca de 20 vezes menos cafeína que o café, ao contrário da percepção geral. O chocolate comercial contém menos de 0,1% de cafeína e são muito menos estimulantes, em termos de volume, que um copo de café descafeinado. O chocolate em pó contém mais cafeína. O chocolate também é rico em fenilatilamina, um composto com efeitos semelhantes aos da anfetamina. Em alguns casos, pode causar dores de cabeça e enxaqueca em pessoas sensíveis.

Algumas pessoas, na maioria mulheres, têm uma tendência a comer muito chocolate depois de abalos emocionais. Não existem explicações científicas para este comportamento. No entanto, psiquiátras supõem que os "chocólatras" são pessoas com problemas no mecanismo de regulagem de fenilatilamina do corpo. Outros estudiosos atribuem os desejos por chocolate a mudanças hormonais, como as que ocorrem na puberdade ou período pré-menstrual.

Depois de séculos de investigação, as alardeadas propriedades afrodisíacas do chocolate podem ser, agora, desprezadas. Mas em suas inúmeras formas modernas, o chocolate é uma tentação sem fim e, para os que conseguem suportar o aumento de calorias, trata-se de uma fonte de prazer.


Componentes

Trinta gramas de chocolate sólido contém cerca de 150 calorias e de 2 a 3 gramas de proteína. A semente original apresenta quantidades significativas das vitaminas B e E. No entanto, são tão diluídos no chocolate moderno que são insignificantes. O chocolate ao leite ou meio-amargo contém entre 40 e 53 % de gordura, manteiga de cacau.

O chocolate e o cacau em pó fornecem cromo, ferro, magnésio, fósforo e potássio, mas a gordura e as calorias não fazem do chocolate destes minérios, exceto em situações de emergência.

O cacau contém cerca de 550 miligramas de magnésio para cada 100 gramas, é a melhor fonte para o mineral.  Dá suporte ao funcionamento do coração e propicia o balanço do cérebro. O magnésio possui uma concentração 18 vezes maior no músculo do coração que no fluxo sanguíneo. Fortalece o músculo cardíaco e reduz a coagulação do sangue. Ao reduzir a coagulação, diminui a pressão sanguínea e contribui para que o coração bombeie mais efetivamente. Dá flexibilidade aos ossos e protege contra a osteoporose.

A manteiga de cacau tem uma composição química privilegiada por seu valor "conservante", seja em alimentos ou em óleo cosmético. A composição dos triglicerídeos simples do chocolate significa que ele tanto pode ser líquido como sólido; costuma-se dissolver seu pó misturado com água ou leite e servir a bebida quente. O chocolate natural não tem a consistência da manteiga à temperatura ambiente. O ponto de ebulição do chocolate é logo abaixo da temperatura do corpo humano. Ao contrário do escuro, o chocolate branco (uma mistura de manteiga de cacau, sólidos do leite e açúcar) não contém nenhum sólido do cacau, que previne que os sólidos do leite estraguem com o tempo.

O cacau contém cerca de 550 miligramas de magnésio para cada 100 gramas, é a melhor fonte para o mineral.  Dá suporte ao funcionamento do coração e propicia o balanço do cérebro. O magnésio possui uma concentração 18 vezes maior no músculo do coração que no fluxo sanguíneo. Fortalece o músculo cardíaco e reduz a coagulação do sangue. Ao reduzir a coagulação, diminui a pressão sanguínea e contribui para que o coração bombeie mais efetivamente. Dá flexibilidade aos ossos e protege contra a osteoporose.

Como o bombom chegou até nós

Em 1868, uma pequena empresa chamada Cadbury fabricava  artesanalmente e comercializava caixas de bombons de chocolate de alta qualidade na Inglaterra,

No século 20, fabricantes de chocolate independentes ofereciam o produto com mais açúcar e aditivos do que o cacau natural.  A palavra "chocolate" expandia-se no nicho da culinária, atrelada a uma variedade de guloseimas a preços acessíveis, A fabricação de chocolate ao leite continua  a ser uma indústria que movimenta mais de 4 bilhões de dólares nos Estados Unidos, e o americano de classe média consome pelo menos meio quilo do material por mês.

O chocolate de leite em forma de bombom chegou ao mercado e está consolidado, as indústrias Nestlé e Hershey's têm papel importante nisso tudo.


Como o ovo de páscoa chegou até nós

Em muitas culturas ao redor do mundo, o ovo de Páscoa ou de chocolate é um símbolo de nova vida, fertilidade e renascimento. No passado, costumava-se pintar um ovo oco de galinha de cores bem alegres, pois a Páscoa é uma data festiva que comemora a ressurreição de Jesus Cristo, sendo o ovo um símbolo de nascimento. Os primeiros cristãos da Mesopotâmia pintaram ovos vermelhos para lembrar o sangue de Jesus, isto é, o ovo da Páscoa era considerado uma lembrança da ressurreição de Cristo. Ovos eram pintados em cores diferentes. Devido ao mandamento de jejum da Igreja Católica, desde a quarta-feira de cinzas até a Páscoa, além da carne, nenhum ovo era permitido ser comido. Uma vez que o jejum dura mais de seis semanas, a preservação dos ovos era feita por cozimento, para que ficassem duros e fosse possível diferenciar os  ovos mais velhos dos mais novos, eles, e apenas no domingo de Páscoa os ovos coloridos eram ficavam disponíveis para consumo.

Ovos pintados são conhecidos da antiguidade européia. A decoração de cascas de ovos é muito mais antiga que a tradição cristã, como mostram os achados de ovos de avestruz decorados da África Austral, com 60 mil anos de idade. Além disso, ovos ornamentados de avestruz com 5 mil anos de idade foram encontrados em antigos túmulos dos sumérios e egípcios. Por milhares de anos, os iranianos e outros têm decorado ovos. É uma tradição milenar no Irã durante o equinócio da primavera pintar ovos em comemoração ao Ano Novo.

O consumo dos ovos de chocolate surgiu dos Pâtissiers franceses. Eles esvaziavam os ovos de galinha e depois recheavam com chocolate e o cobriam com pintura colorida por fora. Pais escondiam os ovos no jardim para que seus filhos encontrassem na manhã de Páscoa. O costume evoluiu até chegar à fase da indústria do chocolate, tal como conhecemos.

E.A.G.

Compilação:
Alimentos Saudáveis, Alimentos Perigosos, 110 e 111, 1ª impressão 1998, Rio de Janeiro/RJ (Readers Digest Brasil).
Brief History of Chocolate, Amanda Fiegl, 1º de março de 2008, https://www.smithsonianmag.com/arts-culture/a-brief-history-of-chocolate-21860917/