Cristãos católicos usam muitos nomes ao referirem-se a Maria, mãe do Salvador: Mãe de Deus, Virgem Santíssima, Nossa Senhora, Rainha do Céu, Mãe da Misericórdia, Rainha da Paz, entre outros títulos devocionais. Mas na Bíblia ela é conhecida como Maria.
Cresci frequentando escola bíblica dominical e levado aos domingos por meus pais aos cultos dominicais noturnos. Nesta condição, jamais presenciei alguém escamoteando Maria como alguns católicos insinuam que protestantes o façam. O cristão protestante, em sua prática de exposição bíblica, apenas reproduz o que está escrito na Bíblia Sagrada, sem aumentar e nem tirar nenhuma informação contida nela a respeito da mãe de Jesus.
A veneração católica
Entre os protestantes não existe a veneração que é concedida a Maria pelos católicos, uma qualidade quase semelhante a Deus. O culto idólatra se desenvolveu ao longo dos séculos, quando os primeiros cristãos exaltaram as virtudes de Maria acima de todos as mulheres. E com o passar do tempo, a exaltação aumentou ao ponto de a figura de Maria rivalizar com a divindade de Jesus.
O dia do parto
Cogita-se que Maria deu à luz a Jesus no ano 6 ou 7 a.C., em 7 de janeiro, de acordo com o calendário juliano, e em 25 de dezembro, de acordo com o calendário gregoriano.
Oito dias após seu nascimento, Maria e José levaram Jesus ao Templo para a circuncisão, conforme exigia a lei mosaica. Maria encontrou neste episódio um homem piedoso chamado Simeão, que tomou Jesus nos braços e profetizou que a espada da criança revelaria o pensamento de muitas pessoas a quem abriria o coração, mas que a espada também perfuraria sua alma, dizendo respeito à rejeição ao ministério de Jesus pelos líderes de Israel (Lucas 2.25-38).
Podemos aceitar que houve a virgindade perpétua?
No terceiro século da Era Cristã, a tradição dizia que todo sexo era contaminado pelo pecado, inclusive o ato entre pessoas casadas. Dessa premissa surgiu a doutrina católica que afirmava ter sido Maria uma mulher sempre virgem, não apenas virgem no nascimento de Jesus. O título Virgem Maria só passou a ser usado oficialmente depois do Terceiro Concílio Ecumênico, que aconteceu em Éfeso no ano d.C.
Porém, as Escrituras Sagradas dizem que Jesus é o Unigênito de Deus (único filho de Deus, João 10.16) e o Primogênito de Maria (primeiro filho de Maria, Lucas 2.6). Outras passagens bíblicas (Mateus 13.55,56) cita Tiago, José, Simão e Judas como irmãos de Jesus e filhos de José e Maria; um texto em Marcos (confira no capítulo 6 e versículo 3) divulga que além de irmãos Jesus também teve irmãs.
Maria nos quatro Evangelhos e cartas paulinas
O nome Maria em aramaico é Miriã. Ela provavelmente nasceu no ano em que o rei Herodes começou a reconstruir o Templo em Jerusalém. A informação sobre Maria é escassa na Bíblia. Através dos Evangelhos sabemos que ela morava em Nazaré, um vilarejo remoto da Galileia, e que costumava ir todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa, embora a lei não obrigasse as mulheres a isso. Casou com José, um descendente do rei Davi; era prima de Isabel, esposa do sacerdote Zacarias e mãe de João Batista.
• Na biografia escrita por Mateus, Maria não teve um papel ativo sobre o ministério de Jesus, o autor se interessa em enfatizar que Jesus é o filho de Deus, não um homem e ao mesmo tempo um verdadeiro homem nascido de uma mulher.• O Evangelho de Marcos a nomeia como a mãe de Jesus e a apresenta em uma cena em que Jesus, incompreendido por sua família terrena, confirma que sua verdadeira família são seus discípulos.• Lucas, como historiador da época, provavelmente fez pesquisas cuidadosas, procurou detalhes sobre Jesus conversando com muitas testemunhas, provavelmente até conversou com Maria, pois o seu relato traz pormenores que apenas sua mãe poderia saber.• João não a chama pelo nome, mas a define como "mãe de Jesus".• Assim como Marcos e João, Paulo não cita Maria nominalmente, em suas cartas o apóstolo diz que Jesus "nasceu de uma mulher".
É digno de nota lembrar que no primeiro milagre que Jesus Cristo realizou, em um casamento em Caná, quando transformou água em vinho, Ele referiu a sua mãe chamando-a de "mulher" (João 2.1-11). Historiadores explicam que o tratamento ocorreu assim porque no Antigo Testamento este termo representava Israel.
Houve a ascensão de Maria ao céu?
A morte de Maria não é mencionada na Bíblia, alguns registros dizem que ela morreu em Jerusalém e outros em Éfeso. No ano de 1950, foi instituído o dogma que afirma que Maria não morreu, mas subiu ao céu. Entretanto, as Escrituras Sagradas revelam que apenas Jesus Cristo, Elias e Enoque tiveram seus corpos elevados ao céu (Atos 1.1-2; 2 Reis 2.11; Hebreus 11.5).
Redentora e mediadora?
A doutrina católica afirma que Maria é capaz de representar o pecador na função de mediadora, ao lado de Jesus faz mediação da salvação dos pecadores. Mas o que está escrito na Bíblia sobre isso?
"E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado,
para que todo o que nele crê tenha a vida eterna.
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus (João 3.14-18).
"Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e a humanidade, Cristo Jesus, homem, que deu a si mesmo em resgate por todos, testemunho que se deve dar em tempos oportunos" (1 Timóteo 2.5,6).
Segundo a ótica das Escrituras, Maria não era nem redentora e nem mediadora. De fato, foi uma mulher como outras mulheres virtuosas, todas nascidas com pecado herdado, como todo ser humano nasce desde a Queda de Adão e Eva. A Bíblia nos diz que apenas Jesus foi concebido pelo Espírito Santo, e por causa da participação do Espírito não houve nEle a associação com o pecado original. Todos os outros seres humanos "pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3.23).
Conclusão
Deus escolheu Maria para ser a portadora da missão de ser a mãe do Salvador porque viu que nela havia virtudes, integridade, devoção sincera (Lucas 1.47). Convém a todas as pessoas, gente cristã católica e protestante, e outros, agradecer a Deus pela vida de Maria, a mãe de Jesus. Em sua alegria por saber que conceberia o Messias, louvou ao Senhor assim: "A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque ele atentou para a humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome" (Lucas 1.46-49).
Enfim, é de suprema importância atingir equilíbrio sobre as opiniões que católicos defendem sobre Maria e o destaque encontrado nas Escrituras Sagradas sobre ela. Ao cristão cabe seguir doutrinas cristãs a partir das Escrituras Sagradas. As informações sobre Maria estão contidas em traduções protestantes e católicas. E sendo assim, se houver o desrespeito, como alguns católicos acreditam acontecer por parte de crentes protestantes, o desrespeito tem origem em Bíblias publicadas por protestantes e católicos. Se anunciamos o que a Bíblia informa, e se dizem que cometemos desonra, os autores da desonra são as pessoas que Deus usou para escrevê-la. E é claro que esta hipótese é inaceitável.
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