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quarta-feira, 24 de junho de 2015

A ressurreição de Jesus

Por Eliseu Antonio Gomes

A doutrina da ressurreição

"Seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" - Atos 4.10-12.

A doutrina da ressurreição é maravilhosa, confortante e enche o cristão autêntico de esperança. Esperança para o presente, esperança para o futuro, e, acima de tudo, a suficiente certeza de que nosso Senhor estará conosco para sempre.

A ressurreição nos contextos do Antigo e Novo Testamento

A doutrina da ressurreição do corpo está presente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
O filho da viúva de Sarepta.
1 Reis 17.17-24 narra a primeira ocasião de ressurreição dentre os mortos registrada nas Escrituras Sagradas. É notável que uma pessoa não-israelita, original de Sarepta de Sidom, recebeu a suprema bênção antes do povo judeu: a dádiva da vida resgatada do poder da morte.
Uma viúva fenícia, recebera em sua casa o profeta Elias e o sustentou com seus poucos recursos e circunstâncias limitadas, agindo pela fé, segundo a Palavra e providência do Senhor, através da multiplicação da farinha na panela (1 Reis 17.8-16).  Jesus Cristo fez menção deste episódio em seu ministério (Lucas 4.25-26).
A bênção da ressurreição veio na pessoa de seu filho, a única esperança para uma viúva naquela sociedade antiga. Na mente da mãe do menino falecido havia um senso de culpa, ela concluía que a morte de seu filho era a expressão do castigo divino por seus pecados (versículo 18). Diante da situação, o profeta Elias deitou-se sobre o cadáver e orou para que voltasse a viver, a fim de que através do milagre fosse demonstrado que o Deus de Israel é mais poderoso que o falso deus Baal, e assim ficassem esclarecidas a veracidade e fidedignidade da Palavra de Deus entre todos os povos (versículo 24).
O filho da viúva de Naim
Lucas 7.11-17 narra a primeira das três vezes em que Jesus Cristo fez alguém tornar a viver, as outras situações são a filha de Jairo e Lázaro (8.40-56; João 11.38-44).
Próximo da porta de Naim, um pequeno povoado situado próximo de Nazaré, Jesus Cristo era seguido por uma grande multidão e encontrou outra multidão que seguia um enterro. A pessoa morta era transportada em um esquife -  uma espécie de maca ou caixão aberto. Era o filho único de uma viúva. A narrativa nos faz entender que a motivação de Jesus para realizar o milagre é a compaixão que sentiu pela mãe que perdera o filho. O texto nos faz pensar que o corpo estava à vista e envolto em lençóis, conforme o costume judaico e o fato de o defunto sentar-se e passar a conversar após receber a ordem de Jesus: "Jovem, eu te mando, levanta-te" (versículo 14 - ARA).

A natureza literal e corporal da ressurreição de Cristo

Após o sepultamento de Jesus, algumas mulheres foram ao túmulo de Jesus: Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Jesus (Lucas 24.10). Chegando lá, acharam a pedra do túmulo removida, mas o corpo do Senhor não estava mais lá. De modo que ouviram de dois homens vestidos com roupas brilhantes: "Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite" (Lucas 24.6, 7). Aqui, estamos diante de um versículo que afirma com clareza que Jesus foi crucificado, mas ressuscitou ao terceiro dia, isto é, no domingo pela manhã bem cedo.

As evidências diretas e indiretas da ressurreição de Jesus

O túmulo vazio
A ressurreição destaca a Cristo das demais religiões. Os lençóis que envolviam o corpo não estavam desarranjados e ilesos, mantinham a forma que tinham quando cobriam Jesus, a parte superior tendo caído sobre a inferior devido ao peso das especiarias, e o envoltório da cabeça separado do resto através do cumprimento do pescoço. Aparentemente, o corpo tinha simplesmente passado pelo sudário do enterro.
Entre discípulos e apóstolos
A Bíblia declara que a ressurreição de Jesus e o seu posterior aparecimento aos discípulos foi corporal e literal, eventos dignos de notas meticulosas dos apóstolos. (1 Coríntios 15.5-8). 
O encontro dos discípulos com Jesus ressurreto no caminho de Emaús é um exemplo de evidência direta, enquanto que o ambiente do Pentecoste demonstra os discípulos mais fortes e maduros na fé.
No capítulo 24 do Evangelho escrito por Lucas, encontramos a passagem dos dois seguidores de Jesus, entristecidos devido a crucificação e morte do Senhor, sendo que um deles é identificado como Cleopas, que segundo uma tradição antiga seria irmão de José, marido de Maria, a mãe de Jesus (versículo 18).
Os dois discípulos estavam espiritualmente cegos em seus entendimentos quanto aos acontecimentos trágicos, cegueira provocada talvez pela intervenção divina ou pelo fato de terem considerado Jesus apenas como mais um profeta comum entre tantos outros que viveram em Israel, e não como o Unigênito Filho de Deus, cujas profecias prediziam a necessidade do sofrimento do Messias. Ambos não faziam parte do grupo dos doze apóstolos, caminhavam conversando e Jesus passou a andar com eles, apresentou-lhes conteúdos da Escrituras que falavam a seu respeito. Convidado por eles para pernoitar em suas casas, aceitou sentar-se à mesa, abençoou e partiu o pão e o distribuiu. Neste instante os dois perceberam que estavam diante do Cristo ressuscitado. Então Jesus desapareceu daquele ambiente e os dois discípulos foram encontrarem-se com os onze apóstolos para relatar-lhes o que havia ocorrido. Após o relato, Jesus apareceu aos onze apóstolos e aos que estavam com eles. Todos estavam perplexos e ficaram alegres com sua aparição, quando mostrou-lhes cicatrizes nos pés, mãos, ao lado de seu corpo, e comeu com eles. O impacto da aparência de Cristo - uma pessoa de carne e ossos - ajudou os apóstolos a entenderem as Escrituras no que tange a crucificação e ressurreição, tornou-os capazes de interpretar as profecias a esse respeito à luz do seu cumprimento.
"Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus... E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir" - Atos 1.3, 9-11. 

O propósito da ressurreição de Jesus

"A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo" - Romanos 10.9.

Embora todo o Novo Testamento descreva benefícios abrangentes que a ressurreição de Cristo nos traz, o apóstolo Paulo, no texto capitulado em Romanos 4.25, especifica que a ressurreição nos declara justos perante os olhos de Deus. O propósito da ressurreição de Jesus é salvar, justificar e redimir o corpo de todo aquele que crer e se arrepender de seus maus caminhos.

Ao ressuscitar Cristo dos mortos, Deus declarou tanto a sua aprovação por Cristo ter completado a obra da redenção quanto sua aprovação em relação a todos os que crêem e são assim unidos a Cristo em sua ressurreição.

Conclusão

Jesus ressuscitado é a razão da fé cristã. Ele é a certeza para vivermos o presente e esperança para aguardarmos a nossa plena redenção. A ressurreição de Cristo significa que, igualmente a Ele, ressuscitaremos da morte para a vida eterna; que passamos do pecado para a salvação; da injustiça para a justiça eterna. A ressurreição de Jesus é a garantia da realidade da vida vindoura, nos assegura que todos os que morreram em Cristo se levantarão do pó da terra para estar com o Criador para todo o sempre no céu.

Cristo está vivo, assentado à direita do Pai, intercedendo por nós como um verdadeiro advogado fiel (1 Timóteo 2.5).

As Escrituras não anunciam apenas a morte e ressurreição de Jesus, também ordenam que a mensagem da salvação deve ser oferecida a todas as nações (Lucas 24.47).

E.A.G.

Compilações
Bíblia de Estudo NVI, páginas 565, 1739, 1ª edição, 2003, São Paulo (Editora Vida).
Bíblia de Estudo Plenitude, páginas 374, 1065, 1156, 1098, edição 2001, Barueri-SP (Sociedade Bíblica do Brasil).
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, páginas 90-95, Rio de Janeiro (CPAD).

sábado, 13 de junho de 2015

A morte de Jesus



Por Eliseu Antonio Gomes


A morte de Jesus na cruz não foi um acidente. Deus já havia planejado desde o Éden. O Mestre sabia que para esse fim veio ao mundo. Por isso, quando foi levado preso, não resistiu. Jesus sofreu na cruz, como um homem e como Deus, sentiu profundamente a agonia da dor física, psicológica e espiritual. É impossível dimensionar o que o Salvador enfrentou por amor a nós (Isaías 53.4-5). Mesmo diante de tanta dor, Ele declarou o seu perdão às pessoas que participaram de sua morte (Lucas 23.24).

O real significado da crucificação do Senhor Jesus. "Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si." - Isaías 53.11.

Jesus obedeceu claramente à vontade de Deus (João 6.38; Hebreus 10.7, 9), Ele não morreu como mártir ou herói, mas como o Salvador da humanidade. Não entregou apenas o corpo, mas também a sua própria alma em favor dos pecadores.

Momentos que antecederam a crucificação de Jesus. "E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os seus discípulos o seguiram. E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação. Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e achou-os dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação." - Lucas 22.39, 40, 42, 45-46. 
 
Lucas registra a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras, relato que é bem curto, condensa a história resumindo que era costume dEle pernoitar ali orando e nos dá uma amostra das orações de Jesus.

A iniciativa de opor-se a Jesus é tomada pelos principais sacerdotes e os escribas. Em todos os Evangelhos, os fariseus era oponentes principais de Jesus e no decurso de todo o seu ministério, mas o partido sumo-sacerdotal assumiu a liderança nisto no fim. Eram eles que detinham o poder político. Judas, por ambição, negociou com os judeus a traição do Filho de Deus, apontando-o aos algozes com a saudação do beijo na face. Lucas 22.2-6, 47.

O porquê da crucificação de Jesus na esfera religiosa. "Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação" - João 11.47, 48.

A crucificação de Jesus ocorreu por medo dos líderes religiosos, que estavam mais ansiosos quanto a si mesmos  do que genuinamente preocupados com o povo. Eles temiam que Jesus incitasse uma rebelião que resultaria em severas represálias dos romanos. Os romanos com certeza destruiriam o templo - "e tirar-nos-ão o nosso lugar" - e aniquilariam a nação, deportando o povo. Se isso acontecesse, os líderes religiosos perderiam o poder e o prestígio.

O motivo da crucificação de Jesus na esfera política. "Então Pilatos saiu fora e disse-lhes: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não nos é lícito matar pessoa alguma. (Para que se cumprisse a palavra que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer)" - João 18:29-32.

Esse é o cerne da mensagem divina, é: Jesus entregou-se em sacrifício como oferta pelos pecados de toda a humanidade. O pecado tem a força de um assassino e sua demanda não pode ser aplacada por nenhum esforço humano. Não existe redenção sem a punição do pecado cometido (Romanos 3.25; 1 João 2.2; 4.10).

Se aos judeus tivesse sido permitido efetuar a pena de morte, Jesus teria sido apedrejado. As execuções segundo a lei judaica era por apedrejamento; os romanos usavam a crucificação.

Jesus deveria ser crucificado:
a. Para que fosse, literalmente, levantado (João 3.14); 
b. Para que nenhum osso de seu corpo fosse quebrado (Salmo 34.20; João 19.36); 
c. Para colocar a responsabilidade de sua morte tanto sobre judeus quando gentios (Atos 4.27).

A associação dos poderes político e religioso estruturado contra Cristo e o Evangelho, é enfrentado nos dias atuais pela Igreja do Senhor em diversos países, inclusive no Brasil.

O método terrível de execução para os condenados à morte. "Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, prevaleciam." - Lucas 23:20-23. 

Em todos os Evangelhos, a exigência da crucificação de Jesus aparece somente depois de Pilatos ter o propósito de soltá-lo como o prisioneiro favorecido na festa da Páscoa. Por mais de três vezes Pilatos protestou a inocência do Filho de Deus, não cessou imediatamente suas tentativas de libertá-lo, mas a multidão rejeitou sua abordagem todas as vezes e exigiu uma crucificação. A turba insistente gritou e deu a impressão de que um motim começava a formar-se. Deve ter sido óbvio para Pilatos que a situação estava se tornando cada vez pior, então, os gritos ganharam a contenda.

Conclusão

A cruz nos tirou de Adão e nos colocou em Cristo. Isto faz toda a diferença. Em Adão éramos condenados (Romanos 5.16-21); desobedientes (Romanos 5.19); dominados pelo pecado (Romanos 5,21). Todavia, em Cristo nós somos justificados (Romanos 5.16); obedientes (Romanos 5.19), dominados pela graça (Romanos 5.20), dominados pela vida (Romanos 5.21). Portanto, em Cristo nós fomos escolhidos antes da fundação do mundo para sermos santos (Efésios 1.4); abençoados com toda a sorte de bênçãos espirituais (Efésios 1.3-13); fomos feitos herança (Efésios 1.11); selados com o Espírito Santo (Efésios 1.13).


E.A.G.

Compilações:
Bíblia de Estudo Vida, páginas 1667. edição 1998, São Paulo (Editora Vida);
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 703, 704, edição 2014, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil);
Ensinador Cristão, ano 16, nº 62, página 33, abril-junho de 2015 (CPAD); 
Lições Bíblicas - Professor, José Gonçalves, 2º trimestre 2015, página 83, Rio de Janeiro (CPAD); 
Lucas, Introdução e Comentário, Leon L. Morris, página 285, 303, 304, reimpressão 2011, São Paulo, (Vida Nova).
Lucas - O Evangelho de Jesus, o Homem Perfeito, José Gonçalves, página 142, 1ª edição 2015, Rio de Janeiro (CPAD).  

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A última ceia


Arte: A Última Ceia, quadro de Pavel Popov.

Por Eliseu Antonio Gomes

O ambiente da última Ceia do Senhor, é digno de muitas notas. Quem estava assentado à mesa? Judas Iscariotes, o traidor; os discípulos que logo após aquela reunião disputavam sobre quem seria o maior entre eles; estava Pedro, que negou Jesus três vezes; no final, todos os discípulos abandonariam o Mestre, exceto o apóstolo João.

O real propósito da Páscoa para os judeus. Êxodo 12.1-28. A maioria das nações celebram o seu dia da independência. Cada nação celebra a seu modo, mas estas celebrações têm uma grande diferença do Dia da Independência de Israel, ou, Dia da Libertação, também chamado de Páscoa. Ocasião anual e que os judeus comemoram a libertação do Egito, de acordo com as instruções citadas em Êxodo 12.1-28.

As normas estabelecidas para a celebração talvez fossem mais um teste da completa confiança de Israel em Deus. Preocupações com a pressa, com o preparo para a viagem, com a solidariedade grupal e com o reconhecimento da graça de Deus para com Israel foram os principais motivos dessas restrições. Talvez, naquela ocasião os israelitas não compreenderam os motivos das limitações da Páscoa. Mais tarde Deus responderia às perguntas dos israelitas: Êxodo 12.26; 13.3, 14; Deuteronômio 4.9.

A última ceia de Jesus com seus discípulos aqui na terra. Lucas 22.7-13. Muitos séculos mais tarde, após a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, a noite da Páscoa teria um significado muito mais amplo. Durante uma celebração da festa da Páscoa, enquanto milhares de judeus levavam seus cordeiros escolhidos para Jerusalém, Jesus era escolhido como Cordeiro Pascal para toda a humanidade (1 Coríntios 5.7).

Instruções sobre a ceia do Senhor. 1 Coríntios 11.17-34. As palavras "vendo eu sangue, passarei por cima de vós" (Êxodo 12.13) vieram a comunicar um sentido completamente novo após o sacrifício vicário de Cristo. Atualmente, ainda que os judeus celebrem a Páscoa, a maioria dos cristãos não o faz. Em lugar disso, a cerimônia tem sido incorporada a uma nova ordenança, a Ceia do Senhor, na qual Jesus Cristo representa o Cordeiro Pascal e deve ser realizada para anunciar a morte do Senhor até que Ele venha (versículo 26).

Quem pode participar da Santa Ceia do Senhor? O real propósito da Ceia do Senhor para a Igreja e quem dela tem permissão para tomar parte está esclarecido nas palavras do apóstolo Paulo, escritas no capítulo 11 da primeira carta aos crentes de Corinto e, consequentemente, a todos nós. Devemos observar:

a. A quem em última instância oferecemos o culto;
b. Que o crescimento espiritual dos cristãos está vinculado às suas ações cúlticas;
c. Que a Ceia é comunitária e os seus integrantes devem ser considerados e respeitados;
d. Que a fundamentação da prática e do significado da Ceia do Senhor está nas palavras do próprio Senhor Jesus, sendo que não é afetada pela cultura ou por comportamentos sociais;
e. Que há seriedade no ato da Ceia e que ela deve ser encarada como um autoexame, e não apenas como uma celebração comunitária;
f. Que há implicações e consequências espirituais quando há desobediência.

O significado da celebração da Ceia e os seus elementos. Lucas 22.14.20. A Ceia do Senhor celebra o fato de Deus nos libertar da escravidão do pecado. Antes da morte e ressurreição de Jesus, a festa judaica da Páscoa celebrava o fato de Deus ter libertado o seu povo do cativeiro egípcio.

Jesus usou o pão e o cálice para simbolizar seu corpo e seu sangue (Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25; Lucas 22.17.20).

O cordeiro sacrificial da Páscoa aplacou o anjo da morte; o pão da Ceia significa o corpo de Cristo, partido na condenação do pecado. O vinho da Páscoa simbolizava o sangue do cordeiro nas portas, o vinho da ceia simboliza o sangue de Cristo dado por nós, a sua morte que nos garante a vida eterna. A Páscoa representava a antiga aliança de Deus com o seu povo; a ceia do Senhor nos lembra da sua nova aliança.

Conclusão

Na última Ceia, Cristo estabeleceu um dos fundamentos principais da fé cristã, ao partilhar o pão e o vinho dando ação de graças durante uma reunião à mesa, exemplo no qual todos os fiéis ao longo dos tempos são ensinados a fazer o mesmo, participando também do Corpo e do Sangue de Cristo. Sem esta comunhão entre os irmãos não é possível haver a verdadeira vida cristã;  não existe a conexão entre o homem e Deus

Mesmo que grande parte do conteúdo da cerimônia da Páscoa haja mudado, uma coisa permanece: a Ceia do Senhor comemora um tempo de dor e de derramamento de sangue do Salvador que venceu a morte, um tempo de liberdade e de resgate da humanidade através da perfeita e eficaz intermediação do Senhor na cruz do Calvário.

E.A.G.

Bíblia Devocional de Estudo, página 101, 1ª edição, Niterói (Fecomex)
Bíblia de Estudo Vida, páginas 99, 1570, 1635. edição 1998, São Paulo (Editora Vida).
Bíblia Missionária de Estudo, páginas 1017, 1183, edição 2014, Barueri (Sociedade Bíblica do Brasil).
Ensinador Cristão, ano 16, nº 62, página 41, abril-junho de 2015 (CPAD),

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A celebração da primeira Páscoa


Por Eliseu Antonio Gomes

"Vocês a comerão numa só casa; não levem nenhum pedaço da carne para fora de casa, nem quebrem nenhum dos ossos. Toda a comunidade de Israel terá que celebrar a Páscoa" - Êxodo 12.46, 47 (NVI). 

Deus desejava que os israelitas não se esquecessem do dia triunfal em que seus filhos primogênitos escaparam da morte no Egito e o grande livramento dos seus antepassados da escravidão do Egito. Assim surgiu a festa da Páscoa como um memorial, o principal evento dos israelitas, um período anual de celebração dos judeus (Êxodo 12.1-20; 13.3-10; Deuteronômio 16. 1-8; Marcos 14.12).

Em hebraico o nome dessa festa sagrada é Pessach, o vocábulo significa "passar por". Este nome deriva da passagem do anjo exterminador, durante a qual foram poupadas as habitações dos israelitas, cujas portas tinham sido aspergidas com o sangue do cordeiro pascal (Êxodo 12.11-27).

O período do festejo era uma oportunidade para os israelitas descansarem, alegrarem-se a adorarem a Deus.  Começava no princípio do décimo quinto dia do mês de abibe, à tarde, (em nosso calendário entre março e abril), que segue ao começo da primavera no hemisfério norte.

Os elementos da Páscoa: cordeiro ou cabrito sem defeito, pão, ervas amargas

No tempo em que Jesus viveu entre os judeus, todos deviam ir à Jerusalém celebrar. Matavam-se cordeiros e cabritos no templo e levavam-nos às casas para comê-los numa ceia especial. Na residência, era servido o cordeiro, o pão sem fermento, ervas amargas, molho de hissopo, tomava-se vinho e recitava-se Salmos e orações.

Os sacrifícios significavam expiação e dedicação, cada família teria que ter o seu cordeiro ou cabrito sem mácula, o animal era assado e comido pelos membros duma família com ervas amargas e pães ázimos, e nada poderia faltar ou sobrar da refeição sacrificial. O sangue do animal  sacrificado era aspergido nas umbreiras e vergas das portas das casas.

Nessa ocasião o chefe da família contava a história da redenção do Egito, os judeus limpavam cerimonialmente as suas casas, eliminando todo o resto de fermento dos alimentos, até a menor migalha de pão fermentado. Os estrangeiros não eram proibidos de participar, talvez até quem os tivesse acompanhado no episódio da saída do Egito, mas deveriam circuncidar-se para fazer parte da celebração (Êxodo 12.38, 43-51).

O animal imolado era uma figura do sacrifício de Jesus. Os pães ázimos da Páscoa simbolizavam a pureza, na era cristã a fermentação simboliza a maldade no coração humano (Levíticos 2.11; 1 Coríntios 5.6). As ervas amargas faziam lembrar da amargura dos tempos de escravidão egípcia, apontavam para todo o sofrimento que os israelitas viverem no Egito.

A relevância da Páscoa e da Santa Ceia ao cristão

Em sua própria Pessoa, Jesus Cristo não modificou, mas cumpriu a Páscoa, dando a prática judaica novo e mais profundo significado. Ao celebrar a Santa Ceia, utilizou o pão e o vinho como símbolos do poder libertador da sua morte na cruz.

A Páscoa celebrava o fato de Deus ter libertado o seu povo do cativeiro egípcio, seus rituais  representavam a antiga aliança de Deus com os judeus. A Ceia do Senhor celebra o fato de Deus nos libertar da escravidão do pecado, lembra ao cristão a nova aliança de Deus com todos os povos.

O cordeiro sacrificial da Páscoa aplacou o anjo da morte (Êxodo 12.3.13); o pão da ceia significa o corpo de Cristo, partido na condenação de nossos pecados. O pão lembrava a saída apressada do Egito e passou a lembrar aos cristãos o corpo do Senhor oferecido em sacrifício na cruz pelos pecados. Jesus é o Pão da Vida (João 6.35).

Aquilo que significava a libertação da escravidão egípcia aos israelitas, simbolizam agora a libertação da escravidão do pecado para todos que aceitam o plano divino da salvação por meio do Cordeiro de Deus, Jesus. (Marcos 14.22-26; Lucas 22.14-20; 1 Coríntios 11.23-25).

O vinho da Ceia simboliza a  ação redentora do Senhor, o sangue inocente de Cristo derramado por nós na cruz, em favor de toda a humanidade que nEle crê, remete a morte do Filho de Deus que nos compra a vida na eternidade.

Referências no Novo Testamento

Páscoas anteriores à morte de Jesus: João 2.13-23; 6.4;
A Páscoa celebrada por Jesus aos doze anos: Lucas 2.41, 52;
Páscoa da Paixão: Mateus 26.2, 17-30; Marcos 14.1, 12.31; Lucas 22.1, 7-38; João 11.55; 12.1; 13.1; 18.28; 19.14;
Quando a Igreja Primitiva estava perseguida por Herodes: Atos 12.1-4.

Conclusão

O texto bíblico que instruía ao judeu celebrar a Páscoa determinava que nenhum osso do cordeiro pascal deveria ser quebrado. Do mesmo modo, embora os outros homens que foram crucificados com Jesus tivessem as pernas quebradas pelos soldados romanos, para apressar a morte deles, nenhum dos ossos de Jesus, nosso cordeiro pascal, não foram quebrados quando foi sacrificado pelos nossos pecados, conforme anunciou a profecia de Davi (Salmo 34.40; João 19.33-36).

A Páscoa é uma das festas mais significativas para a Igreja. Os cristãos podem afirmar que Jesus Cristo é a sua Páscoa, o seu Cordeiro Pascal, pois Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios (1 Coríntios 5.7b).

Jesus Cristo é designado com o título Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. O animal imolado na festa judaica é símbolo do Filho de Deus (João 1.29; 19.36; 1 Coríntios 5.7-8).

E.A.G.

Consultas:
Bíblia de Estudo Almeida, páginas 138; 244; Concordância temática, página 264, edição 2006, Barueri-SP (SBB).
Bíblia de Estudo Vida, página 1532, 1635, edição 1998, São Paulo - SP, (Editora Vida)
Bíblia Evangelismo em Ação, páginas 69, 1067, edição 2005, São Paulo - SP - (Editora Vida).
Bíblia Sagrada com Dicionário e Concordância Gigante, edição 2013 - Conciso Dicionário Bíblico, D. Ana e D.L. Watson; página 263, Santo André - SP,  (Imprensa Bíblica Brasileira //Geográfica Editora / Juerp).

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

E tudo se fez novo


"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro (...) o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia"- Mateus 28. 1, 5-6.

A Bíblia afirma que tudo se fez novo. Tudo deve ser novo na vida das pessoas que seguem a Jesus Cristo (2 Coríntios 5.17).

Isso vale para o coração, trocar as velhas ideias e pensamentos, sentimentos, hábitos, ações. Para a necessidade de trocar o desejo de vingança pelo perdão, o ódio pelo amor, a vida em pecado pela consagração a Deus.

A renovação é necessária na vida todo cristão, a crucificação da carne é imprescindível.  Um dia aqueles que seguem a Cristo aqui o seguirão lá na eternidade, à existência no porvir no céu, com Deus.

"E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho" - Apocalipse 21.3-7.

sexta-feira, 22 de março de 2013

A história da Páscoa

Um ótimo vídeo. Produzido pela Comunidade Redentor de Curitiba. A verdadeira história da Páscoa, narrada e teatralizada por criança para crianças e adultos.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

A festa da Páscoa

Burkhard Vetsch

Só aceitando e recebendo pessoalmente o sacrifício perfeito do Calvário é possível viver uma vida cristã de alegria e vitória na fé. Jesus Cristo, o início e o fim, é e continua sendo o centro de nossa salvação, pois Ele continuamente intercede por nós, e por Ele recebemos propiciação pelos nossos pecados.

"Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta de Jesus Cristo, uma vez por todas" -  Hebreus 10.10.

Todos os que buscam refúgio no cacrifício perfeito de Jesus tornam-se justos pelo Seu sangue e passam a fazer parte de Seu reino. Nessa posição devemos permanecer, mas também avançar na santificação!

O apóstolo Paulo nos exorta com muita insistência:

"Por isso, celebremos a festa' (da Páscoa) 'não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade" - 1 Coríntios 5.8.

Fonte: Bíblia de Modo Fácil.

Texto resumido e adaptado aos leitores do Belverede.

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Nota Belverede: Aos cristãos, não existe Páscoa sem cruz. Mas, para algumas pessoas, pricipalmente a petizada, Páscoa não é Páscoa sem os ovos de chocolate. Então, nesta oportunidade, dando às crianças do nosso lar o que elas esperam comer, aproveitamos para falar sobre o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

E.A.G.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Páscoa: principais abordagens de Belverede

Ao longo do tempo de existência do blog Belverede, procuramos pesquisar e trazer respostas aos Internautas. Uma das pautas recorrentes é a celebração da Páscoa e o significado dela para a cristandade.

Quando a data festiva se aproxima, através das Páginas de Análises, notamos que aumentam o interesse pelo assunto. Então, recolhemos os textos e o apresentamos aqui. Basta clicar nos itens abaixo e o link direcionador o levará ao artigo correspondente. Espero que gostem desse iniciativa.

Blog Belverede, idealizado por Eliseu Antonio Gomes. A celebração da Páscoa









E.A.G.

Atualizado em 11 de abril de 2019, às 4h38.

sexta-feira, 19 de março de 2010

A Bíblia e a história - o que é a Páscoa?

Por Abraão de Almeida

A Páscoa bíblica, ou judaica, foi estabelecida pelo próprio Deus há 35 séculos, e simboliza a renovação da vida, a volta da primavera, a ressurreição de Jesus Cristo. Para os judeus que viveram antes de Cristo, essa festa comemorava a saída do povo de Israel do Egito. Para aqueles israelitas, a Páscoa tinha o sentido de passagem - no caso a passagem do anjo destruidor ou, segundo alguns, também a passagem pelo Mar Vermelho -, e prefigurava a pessoa de Cristo, sacrificado por nós, como nossa Páscoa. 

Passada do judaísmo para certos segmentos do cristianismo, a Páscoa infiltrou-se em diferentes culturas e está presente em quase todo o mundo, até mesmo onde o cristianismo não é conhecido ou em regiões nas quais as religiões pagãs constituem grande maioria. Convém ressaltar que, na sua forma pagã, a Páscoa tem origem na antiga Babilônia, e já existia muitos séculos antes de Cristo.

Instituída para ser celebrada aos 14 dias do mês Abib (ou Nisã, conforme o uso babilônico), a Páscoa passou a tipificar a obra expiatória de Cristo no Calvário, sendo o cordeiro ou o cabrito, sem defeito, cujos ossos não seriam quebrados (Êxodo 12.4, 9, 46). Como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29), Jesus foi crucificado exatamente no dia da Páscoa, 14 de Nisã (o qual, provavelmente, corresponde ao nosso mês de abril), às nove horas da manhã, e expirou às três horas da tarde, quando, no templo, o sacerdote imolava o cordeiro pascal.

A Páscoa bíblica, portanto, consumou-se em Cristo, que instituiu, como um novo memorial, a Sua ceia, na qual o cristão comemora a morte do Senhor até que Ele venha. Não há, no Novo Testamento, nenhum lugar para a Páscoa ou outras festividades mosaicas. Estas foram abolidas na cruz justamente com as outras ordenanças, pois funcionaram tão somente como sombras das coisas futuras, espirituais, pertencentes à dispensação da graça.


A origem do ovo e do coelho 

Estranha ao Novo Testamento, a Páscoa moderna tem símbolos aceitos, em todo o mundo, o ovo e o coelhinho. Com o correr do tempo, muitas festas e tradições surgiram e chegaram até nós, através da cultura de muitos povos e países diferentes.

A palavra easter (Páscoa em inglês), supostamente, tem origem na deusa anglo-saxônica da primavera, Eostre, derivada da Istar babilônica. Outros atribuem sua origem às festividades de Eostur, que celebram a volta da primavera, também uma antiga tradição babilônica. No hemisfério Norte, essa festa corresponde ao princípio da primavera e, por isso, é o dia festejado de acordo com os mais diferentes ritos pagãos. Há muitos séculos povos sírios, troianos e nórdicos reuniam-se nos montes, ao amanhecer, a fim de celebrarem a volta do sol da primavera.

O ovo, significando começo, origem de tudo, abriu caminho para outras tradições. Está presente na mitologia antiga, nas religiões do Oriente, nas tradições populares e numa grande parte da cristandade. Segundo alguns, a tradição dos ovos na comemoração da Páscoa chegou ao Ocidente por meio do antigo Egito e, conforme outros, por intermédio do povos germânicos da região do Báltico.

Na Idade Média, os europeus adotaram o costume chinês de enfeitar os ovos, que eram cozidos e coloridos, e presenteavam os amigos na festa da primavera, como lembrança da contínua renovação da vida. No século 18, a Igreja Católica Romana adotou, oficialmente, o ovo como símbolo da ressurreição de Cristo e, assim, uma grande quantidade de ovos coloridos começou a ser benzida, antes de ser distribuída aos fiéis.

O coelho, como símbolo da fecundidade, apareceu por volta de 1215, na França, derivando-se também dos mistérios babilônicos. Era uma mistura de mitologia pagã com a simbologia cristã paganizada. A partir de 1928, quando o cacau começou a ser industrializado em larga escala, os enfeitados ovos de galinha foram substituídos pelos de chocolate, continuando, assim, o antigo costume pagão de presentear os amigos com ovos, na Páscoa.

Em 1951, o papa Pio XII introduziu modificações na festa, tentando restituir-lhe o esplendor religioso, transferiu a missa que era celebrada no sábado de aleluia - quando se "malha o judas" - para a meia-noite, na passagem para o domingo.


Cordeiro, a principal figura

Na vigência da Lei, deveriam os israelitas, ao comer o cordeiro pascal, volver os pensamentos aos fatos que culminaram na libertação de seus pais da escravidão egípcia, renovar os votos de felicidade ao Senhor e, também, divisar no porvir os sofrimentos e as glórias do Messias, de quem Moisés escreveu: O Senhor teu Deus te despertará um profeta como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A ele ouvireis (Deuteronômio 18.15).

Esse sentido escatológico da Páscoa reflete-se nitidamente na ceia do Senhor, instituída por Jesus na noite em que foi traído, véspera do dia da Sua crucificação (Lucas 22.7-20). Foi aí que o Senhor Jesus deu-Se a conhecer aos Seus discípulos como o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (João 1.29).

Assim, Cristo é o Cordeiro pascal de Deus que foi morto, mas ressurgiu a fim de reconciliar o mundo com o Criador. Nesse sentido, Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós (1 Corintios 5.7). Mas, o dia finalmente chegará em que todos os judeus remanescentes O verão e chorarão arrependidos e chorarão arrependidos com grande pranto, como profetizou Zacarias (Zacarias 12.8-11).

O povo israelita, em geral, se pudesse, continuaria a sacrificar literalmente o cordeiro pascal, pelo fato de ainda estar esperando o Messias - que já veio. No entanto, esse sacrifício não pode ser realizado sem o templo, que foi destruído pelos romanos em 70 d. C. , ao final de uma guerra sangrenta que marcou o início da grande diáspora (dispersão dos judeus pelo mundo).


Libertação e salvação

Podemos ainda definir a Páscoa como figura da libertação e salvação. Fomos libertos do poderoso domínio do "faraó" (o diabo) por Jesus Cristo, e estamos peregrinando rumo à pátria celestial (1 Pedro 1.13-19; 2.11-12). O erro principal da maioria das pessoas reside no fato de viverem de forma mundana sem uma pausa a fim de refletir se essa vida, afinal, não seria mais do que uma passagem - pessah (Isaías 40.5-8; 1 Pedro 1.24).

As águas do Mar Vermelho separaram-se para dar passagem aos israelitas, o que constituiu, por si só, um marco histórico de fé do sofrido povo de Deus (Êxodo 14).

Já na ceia do Senhor, as contingências são outras. O cristão traz à memória o Cristo na cruz, na dupla condição de sacerdote e vítima, a derramar o sangue inocente purificador de todo pecado, e lembra-se das palavras de Jesus que, se alguém possui fé do tamanho do grão de mostarda, esse poderá remover montes (Mateus 17.20). É com essa pequena fé, porém colocada em um Deus grande, que nos convém peregrinar nesse mundo.

E não somente isso, mas relembrando-se do passado, o cristão consagra novamente sua vida no presente e dirige-se ao futuro, antegozando o cumprimento das palavras consoladoras do próprio Jesus: E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai (Mateus 22.29).
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Abraão de Almeida é pastor da Igreja Evangélica Brasileira em Coconut Creek, Flórida, EUA, e autor de mais de 30 livros em português e espanhol.

Fonte: Graça - A revista da fé cristã, ano 1, nº 8 (Graça Editorial).

Artigo publicado com o título "O Que é a Páscoa?" 

quinta-feira, 7 de maio de 2009

ONDE ESTÁ JESUS? - UMA REFLEXÃO EM LUCAS 2.41-52

Crédito: Victoria Peckham / Flickr


Todos os anos, com a chegada da primavera, as famílias judias começavam a preparar uma alegre viagem.


Logo iriam todos a Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa, que lembrava o tempo em que Deus livrara o seu povo do cativeiro do Egito, muitos anos atrás.

Quem vinha de muito longe gostava das refeições e das dormidas ao ar livre. Aos poucos, encontravam-se com com os peregrinos das outras cidades e, juntos, formavam uma grande multidão a caminho do Templo pelas ruas estreitas.

Quando Jesus tinha doze anos, Ele foi com seus pais a Jerusalém para participar das comemorações. Ao final de uma semana de festas e solenidades, as mães tomaram o caminho de volta casa com seus filhos e seriam mais tarde alcançados pelos pais. Só à noite é que Maria e José se encontraram novamente.

- Onde está Jesus? - perguntou José.

Maria estremeceu. Ela pensava que estivesse com os homens pois, aos doze anos, já passara da idade de ir com os menores, como era o costume.

Perguntaram a todos que estiveram na festa, mas ninguém sabia informar. Retornaram correndo a Jerusalém e passaram a procurá-lo em todos os lugares, mas inutilmente.

A preocupação de José e Maria era imensa, pois há três dias o procuravam. O único lugar aonde não tinham ido era o Templo. Foi com alegria e alívio que encontraram Jesus, sentado entre os doutores em religião, a debater com eles questões de grande importância e demonstrando enorme sabedoria. E ver a admiração de todos os que o rodeavam.

Maria, ainda não totalmente refeita da aflição, perguntou-lhe:

- Meu filho, por que nos fizeste isso? Teu pai e eu estávamos preocupados.

Jesus explicou então que não havia motivo para preocupação, pois durante todo aquele tempo Ele tinha estado na casa de Deus, seu Pai.

Maria e José nada disseram, pois sabiam que aquele não era um menino como os outros. Então os três iniciaram a viagem de volta a Nazaré. E Jesus crescia não só em estatura, mas em graça e sabedoria, diante de Deus e dos homens. ( * )

Reflita com este blog:

Alguns perdem Jesus quando são magoados por alguém, e ao invés de liberar perdão, deixam uma raiz de amargura plantada dentro do coração.

Outros, perdem a Jesus quando encontram uma pessoa que lhe pede um prato de comida, e tendo o que dar para comer, apenas lhe dizem: "Deus te abençoe, vá na paz do Senhor".

Muitos perdem a Jesus quando o trocam pela religiosidade, fazendo dos dogmas e liturgias uma bíblia e das idéias humanas um deus.

Onde está Jesus? Entre as multidões de ofensas não perdoadas, refeições negadas, ou emulações, pelejas e dissensões?

Jesus está no ato do perdão, no ato da liberalidade e na busca da paz com todos.

E.A.G.

* - A Bíblia para crianças em 365 histórias - autora: Mary Batchelor; tradutora Marlina C.Leão (Editora Scipione).

quarta-feira, 15 de abril de 2009

BISPO CATÓLICO CELEBRA PÁSCOA COM ESCULTURA DE CRISTO ELETROCUTADO EM CADEIRA ELÉTRICA

O bispo católico da catedral de Gap e Embrun, localidade situada nos alpes da França, monsenhor Jean Michel Di Falco, por motivos desconhecidos resolveu organizar uma exposição polêmica na sua igreja durante a Páscoa deste ano e provocou reações das mais variadas.
Ele, alegando incentivar os católicos a comparecer à missa, apresentou uma escultura de um homem sentado numa cadeira elétrica, com as feições que remetem à imagem do Cristo idealizado pela Igreja Católica Apostólica Romana. Escandalizados, muitos franceses alegaram nem ser arte. A escultura foi construída pelo britânico Paul Fryer, que lhe deu o nome de Pietá.
Fryer tem currículo macabro, na Alemanha ele apresentou, numa galeria de Turim, a figura de um cadáver eletrocutado, pendurado por cabos elétricos, representando o eletricista norte-americano John Feeks, morto no século 19 ao instalar a rede de eletricidade do bairro de Manhattan, Nova York. A confecção foi montada com cabelo humano, cera e aço inoxidável. Veja aqui.
E.A.G.

sábado, 11 de abril de 2009

A ASSEMBLEIA DE DEUS E A PÁSCOA

Um internauta passou por este blog desejando saber qual é o posicionamento da Assembléia de Deus sobre a Páscoa. Então, desejando dar uma resposta direta, fui às bíblias Bíblia de Estudo Pentecostal e Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, ambas publicadas pela CPAD, a editora oficial desta denominação.


Na Bíblia de Estudo Pentecostal, encontramos o seguinte comentário:

Mateus 26.2: “A Páscoa (grego pasha) era uma festa sagrada da primavera, que relembrava o fato histórico da saída do povo do Egito. Ela comemorava a passagem do anjo destruidor pelas casas dos judeus sem lhes causar danos, devido ao sangue do cordeiro aspergido nos portais e no batente superior das portas das casas (ver Êxodo 12.7; Salmo 78.49). A crucificação de Cristo ocorreu no dia da preparação da Páscoa (João 19.14). “Ele é a nossa Pascoa... sacrificado por nós” (1ª Corintios 5.7)".


E na Bíblia de Aplicação de Estudo Aplicação Pessoal, no livro de Êxodo, podemos ler as seguintes notas:

12.11: "Comer o banquete da Páscoa vestidos e prontos para a viagem era um sinal de fé dos hebreus. Embora não estivessem ainda livres, eles precisavam estar preparados, porque Deus havia dito que os tiraria do Egito. Demonstramos nossa fé quando nos preparamos para o cumprimento das promessas de Deus por mais improváveis que possa parecer".


12.17,23 - "(...) Os crentes também viveram o seu dia de libertação quando foram salvos da morte espiritual e da escravidão do pecado. A Ceia do Senhor é a nossa Páscoa e lembra-nos a nova vida e libertação que alcançamos em Cristo. Da próxima vez que você enfrentar lutas, lembre-se de como Deus o libertou no passado e preste atenção à promessa de uma vida nova com Ele".
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Conclusão: A denominação Assembléia de Deus comemora a Páscoa, e como todos os cristãos evangélicos, centraliza Jesus Cristo nesta data e lhe rende gratidão pelo sacrifício vicário.

E.A.G.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Semana santa ou semana de bacalhaus e ovos de chocolates?


Agonia da Cruz - pintura de Diego Velazquez

Como os cristãos celebram a Páscoa

A Páscoa, a principal festa cristã anual da Semana Santa, praticada por cristãos católicos, protestantes e ortodoxos, celebra a ressurreição de Jesus Cristo depois de sua crucificação.

Na Quinta-Feira Santa é recordada a Última Ceia; na Sexta-Feira Santa reverencia-se a Crucificação; no Sábado de Aleluia comemora-se a Ressurreição e a festa termina com o Domingo de Páscoa, que, embora bem diferente, tem conexão com o Pessach (*) dos judeus.

Os cristãos católicos, aqueles que não são apenas nominais, preparam-se para a Páscoa fazendo penitências, no período da Quaresma.

A Igreja Católica para obter a consistência na data da Páscoa, no Conselho de Nicea em 325 d.C, definiu a Páscoa relacionada a uma lua imaginária - conhecida como a "lua eclesiástica". Porém, o Domingo de Páscoa tem a sua data variante. O emprego de diferentes métodos de cálculo da data resultam, frequentemente, com dias diferentes nas igrejas ocidentais e orientais. No hemisfério norte, geralmente, é celebrada depois da primeira Lua Cheia a partir do equinócio de 21 de março.

No Brasil, a partir da Páscoa, são determinadas outras datas: o domingo de Carnaval ocorre sempre 49 dias antes da Páscoa e o dia de Corpus Christi 60 dias depois.
Apesar da Páscoa estar associada com a idéia da renovação da vida, está ligada também com a tradição pagã. O nome em inglês da festividade, Easter, deriva-se do nome da deusa da primavera Eostre. Em partes da Europa as tribos tinham uma maneira abreviada de chamar Eostre, era Easter, palavra que passou a ser usada depois para apontar a direção do sol nascente - leste.
Gastronomia da Páscoa: ovos!
O que chamamos de tradição da Páscoa, está longe da determinação bíblica: atualmente se consiste em comer ovos de chocolate e peixe. O comércio de ovos de chocolate, aludindo aos coelhos, é um acinte ao Cristo Ressurreto e toda a cristandade que ama a Palavra de Deus.
A figura do coelho simbolizando a Páscoa tem origem anglo-saxônica e pré-cristã – o pequeno animal representa a fecundidade. Lebres e coelhos eram associados à abundância da nova vida, após um inverno de privações. Mas, antes do coelho, era a lebre, que já nasce com os olhos abertos, que simbolizava a Páscoa. Desde a antiguidade a lebre, cuja gestação dura um mês, era a representação da Lua, que neste mesmo espaço de tempo passa da escuridão da Lua Nova ao brilho da Lua Cheia. A última Lua Cheia após o equinócio de inverno determinava a data da Páscoa.

Uma lenda rezava que o coelho era um pássaro que pertencia a deusa Eostre, mas um dia se transformou no que conhecemos hoje. Após a transformação continuou fazendo ninhos e botando ovos.

Além dos ovos de chocolates, existe também a tradição artística dos ovos decorados de páscoa da Ucrânia, que já é uma cultura milenar, mas menos difundida entre os brasileiros - há uma colônia no Paraná popularizando-o.

A tradição da fabricação e troca de ovos decorados chegou à Europa Ocidental (Ucrânia, Estônia, Lituânia e Rússia) na Idade Média, levada pelos cruzados. Era uma prática comum entre os egípcios, persas, fenícios, gregos e romanos pintar ovos para seus festivais de Primavera. Na Ucrânia, essa tradição foi levada muito a sério. Até o dia de hoje os ucrânianos usam ovos de galinha, codorna, gansos e outras aves para fazer de maneira artesanal pinturas religiosas ou de símbolos desejando coisas boas como sorte no amor, votos de prosperidade, fertilidade e saúde. Costuma-se usá-lo como talismã e dá-lo como presente no período da Páscoa, acreditando que a prática produz bons fluídos a quem recebe o presente. Apregoa-se que enquanto os ovos continuarem sendo decorados o mundo continuará existindo, e quando menos ovos decorados mais terremotos e destruição assolará planeta.

Gastronomia da Páscoa: o peixe!

O prato português, feito com lascas de bacalhau, cebola, alho, salsa, batata, ovos, azeitona e sal, levado ao forno por alguns minutos, e conhecido como Bacalhau à Gomes de Sá, é o almoço de milhões de cristãos católicos, um rito da Semana Santa e Páscoa. O peixe já faz parte da lista dos animais desaparecidos em águas portuguesas e sempre teve pouco a ver com o significado bíblico da Páscoa.

A Igreja Católica, na época da Idade Média, mantinha um rígido calendário onde os cristãos deveriam obedecer os dias de jejum, excluindo de sua dieta alimentar as carnes consideradas "quentes". O bacalhau era uma comida "fria" e seu consumo era incentivado pelos comerciantes nos dias de jejum. Com isso, passou a ter forte identificação com a religiosidade e a cultura do povo português.

O rigoroso calendário de jejum foi aos poucos sendo desfeito, mas a tradição do bacalhau se mantém forte nos países de língua portuguesa até os dias de hoje, principalmente no Natal e na Páscoa.

E.A.G.

.* - O Pessach é a festa judaica no início da primavera Palestina, em comemoração a salvação dos primogênitos hebreus da última das Dez Pragas do Egito à véspera do Êxodo. Durante o Pessach, - com duração de oito dias, exceto aos judeus reformistas, e em Israel onde dura sete dias – são comidos uma espécie de pão ázimo, chamado matzah, e outras comidas kosher, de acordo com as regras alimentares tradicionais. Jesus foi crucificado às vésperas do Pessach.
Veja outros artigos sobre a Páscoa neste blog. Clique aqui.

sábado, 4 de abril de 2009

Jesus Cristo e a Páscoa

A agonia da crucificação.

Em março, muitos cristãos ao redor mundo relembram o Domingo de Ramos, a passagem bíblica em que uma grande multidão saudou a Jesus na sua última entrada em Jerusalém para o evento da Semana da Páscoa. Sentado num burrinho, o Filho de Deus via acenos de braços empunhando palmas e ouvia brados: Bendito é o rei que vem em nome do Senhor (Lucas 19.38).