O valor do perdão aos que perdoam

José vendido pelos irmãos
Gravura de Gustave Doré

A partir do capítulo 37 de Gênesis lemos a história de José, que sofreu um bocado na mão de seus irmãos. O pai deles, Jacó, tinha uma preferência clara por José, e o ciúme dos demais foi tanto que resolveram sumir com ele. Chegaram ao ponto de induzir o pai a pensar que um animal tinha matado o irmão detestado. 

Durante muitos anos, aqueles homens sustentaram o peso do ódio, do rancor, da vingança e da mentira. Viram o pai de luto, inconsolável, mas nem assim se arrependeram. No entanto, a culpa continuava pesando, mesmo anos depois, ao serem justamente acusados de espionagem na corte de faraó, consideraram isso como castigo pelo que tinham feito a José (Gênesis 42.41).

Não imaginavam que seu irmão poderia estar bem. Pensamos como uma pessoa pode ter um sentimento tão ruim dentro de si, que planeje o mal de alguém da família? E o pior ainda: não era um só, mas vários irmãos contra um! Que covardia!

Os irmãos de José não conseguiram acreditar totalmente na bondade dele, no perdão sem vingança. O recado que mandam para o irmão em nome do pai revela que o mal cometido ainda os atormentava. Achavam que seriam castigados e maltratados. No entanto, José realmente os perdoara, e sua resposta é um bom exemplo da atitude recomendada em Provérbios 24.29:  "Não diga: 'Vou fazer com ele o mesmo que ele fez comigo; pagarei a cada um segundo as suas obras'".

José não fez justiça com suas próprias mãos nem devolveu a maldade sofrida. Ele realmente reagiu de acordo com a recomendação das Escrituras. "Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber, porque assim você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e o SENHOR recompensará você" (Provérbios 25:21-22).

Que esse exemplo de José seja um modelo para que haja mais paz nas famílias e mais perdão entre amigos. A sabedoria se consiste na preocupação em  agradar a Deus e deixar que o Senhor seja o árbitro nos relacionamentos.

E.A.G.