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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Salmo 23 na versão King James Atualizada


O Senhor é o meu pastor; nada me falta.

Em verdes prados me faz descansar, e para águas tranquilas me guia em paz.

Restaura-me o vigor e conduz-me nos caminhos da justiça por amor do seu Nome.

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem.

Tu prepararás um banquete para mim na presença dos meus inimigos; me honrarás, ungindo a minha cabeça com óleo e fazendo transbordar o meu cálice.

A felicidade e a misericórdia certamente me acompanharão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por dias sem fim.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

A fornalha de fogo de Nabucodonossor não queima servos de Deus


Nabucodonosor foi rei da Babilônia (605-562 a.C.), frequentemente referido pelos profetas Jeremias, Ezequiel e Daniel, bem como na história dos últimos dias do reino de Judá. Seu nome em hebraico é a transliteração do babilônico, que talvez signifique "Nabu protegeu os direitos de sucessão".

domingo, 5 de maio de 2019

As cortinas do Tabernáculo

INTRODUÇÃO

Os tecidos para a cobertura do Tabernáculo eram exatamente como Deus determinou a Moisés. Em nada havia iniciativa humana. O texto bíblico em Êxodo 26.1-14, revela que as cores usadas possuem relação com verdades espirituais. É importante extrair dessa comparação lições que edifiquem a vida cristã. 

Deus, ao longo da revelação das Escrituras Sagradas, sempre usou coisas simples para ensinar verdades espirituais. Assim, o Tabernáculo - que tipificava a morada de Deus e as características redentoras e salvíficas expressas na obra expiatória de Jesus Cristo -, tinha cortinas compostas de cores que apontavam para a obra completa da salvação.

O Tabernáculo. Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

I - AS COBERTAS E AS CORTINAS DO TABERNÁCULO

Na natureza, há uma variedade inumerável de tons. Esta variedade é usada para a simbologia das cortinas do Pátio do Tabernáculo. As  coberturas estavam classificadas em "coberta exterior" e "cortinas internas".

As cortinas internas e as externas do Tabernáculo foram feitas com especial primor e beleza para, em primeiro lugar, enaltecer a presença divina no Tabernáculo e, em segundo lugar, para dar um sentido de santidade aos serviços sacerdotais no seu interior. A coberta exterior, assim como a interior, representavam símbolos importantes.

As cortinas externas não tinham acabamento primoroso, o aspecto era simples e tosco, contrastando com a beleza do cortinado interior. Por isso, tanto as cortinas de fora quanto as de dentro, usadas no Tabernáculo, revelam tipologicamente, a figura de Jesus Cristo quando se fez homem, cumprindo assim a profecia de Isaías 53.2, que nos que o Messias "foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não possuía beleza e nem formosura". Leia também: Mateus 13.55; Filipenses 2.6-8.

É necessário resgatarmos o senso do que é santo e do que é profano. Isso não significa legalismo, muito menos uma visão maniqueísta da vida cristã. Na verdade, trata-se de um conselho bíblico. Ora, Deus, é santo, e por isso, a Igreja de Cristo precisa viver como povo santo.

1. A coberta exterior.

Uma das finalidades da cobertura exterior era resistir às intempéries climáticas do deserto e por isso era rústica. O forro, que servia para cobrir a parte superior e as paredes do lado de fora, era feito de material para resistir às intempéries do deserto, confeccionados de peles de animais marinhos, texugo ou golfinho, madeira de cetim cortadas em tábuas, a qual tinha uma lâmina de ouro que sustentava as peles estendidas (Êxodo 26.15-30). O trabalho era resultado da inspiração dos artesãos, os quais receberam de Deus todo o desenho, com o sobreaviso que o lugar serviria como habitação de Deus no meio de seu povo.

As quatro colunas da entrada do Tabernáculo e os véus têm também um significado muito importante. Em Êxodo 27.16, na tradução Nova Almeida Atualizada, lemos: o seguinte "À porta do átrio, haverá um cortinado de oito metros e oitenta de comprimento, de pano azul, púrpura, carmesim e linho fino retorcido, obra de bordador; as suas colunas serão quatro, e as suas bases, quatro." Estas quatro colunas figurativamente falam da oportunidade de salvação para todos. Todos têm oportunidade de entrar no Santuário (Mateus 24.31; João 3.16).

Os quatro véus que cobrem as quatro colunas de entrada da tenda, por suas cores significativas, apontam-nos os quatro Evangelhos, pela ordem em que estes aparecem no Novo Testamento.
1. Mateus, em seu Evangelho, focaliza a pessoa de Jesus do ponto de vista de sua realeza, e isto nos leva ao Lugar Santíssimo do Tabernáculo, onde Deus habitava sobre o Propiciatório, entre os querubins da glória (confira: 13.23). Este Evangelho apresenta Jesus como o Rei dos reis; é o Evangelho do Rei. Mateus enfatiza este aspecto do caráter de Jesus, por 14 vezes, o chama de Filho de Davi, o famoso rei cuja descendência Deus prometeu perpetuar no trono de Israel. O Messias viria como Rei, conforme a profecia de Zacarias 9.9: "Eis aí o teu Rei". Por isso Mateus registra a genealogia de Jesus, pois um Rei precisa provar a sua ascendência real.
2. No Evangelho segundo Marcos Jesus é mostrado como Servo fiel e sofredor. Um servo não precisa de genealogia, por isso Marcos não trata da ascendência do Senhor, apenas aponta os traços de Jesus do ponto de vista da cruz, e isto nos leva ao altar de bronze, ou dos holocaustos. Percebemos esse ponto de vista claramente expressos no capítulo 4 e versículos números 8 e 20. A leitura da obra de Marcos apresenta o Messias descrito na profecia de Isaías (42.1):“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se agrada. Pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios".
3. No Evangelho segundo Lucas temos a apresentação Jesus como o homem de caráter justo, de conduta perfeita; o evangelista apresenta a pessoa do Salvador como o Filho do homem. E como todo homem perfeito, ilustre e nobre precisa de uma genealogia, o médico Lucas registra a ascendência de Jesus. O Senhor, em Lucas, cumpre a profecia de Zacarias 6.12: "E diga-lhe: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: “Eis aqui o homem cujo nome é Renovo. Ele brotará do seu lugar e edificará o templo do SENHOR". O linho branco acena para o homem perfeito, para o caráter justo de Jesus.
4. Vemos em João o Evangelho do Filho de Deus. Jesus, como Filho de Deus, cumpre a profecia de Isaías 40.9: "Ó Sião, você que anuncia boas-novas, suba a um alto monte! Ó Jerusalém, você que anuncia boas-novas, levante a sua voz fortemente! Levante-a, não tenha medo. Diga às cidades de Judá: “Eis aí está o seu Deus!” João não registra a genealogia de Jesus, pois Deus não tem genealogia.
O acesso geral e livre ao Tabernáculo pelos lados do Pátio não era permitido. . A única entrada  de acesso ao Pátio era a porta que ficava no meio, ela possuía quatro colunas, que simbolizam os quatro evangelhos.

Ao entregar a sua vida como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, a cortina do templo foi partida do alto para baixo. O rasgo da cortina no momento do sacrifício de Jesus sinaliza que derramamento de sangue e morte serviram como uma expiação suficiente pelos pecados em caráter definitivo. Significa que o caminho para o Santo dos Santos, outrora bloqueado agora está acessível para todas as pessoas, em todos os lugares e tempos, tanto aos judeus quanto aos gentios. Naquele momento, a Antiga Aliança teve seu término e começava a Dispensação da Graça (Hebreus 8.13; 9.8-9).

Jesus é a Porta aberta a todos os pecadores arrependidos, que confessam os seus pecados e os deixa (Provérbios 28.13; João 10.9).

2. As cortinas internas.

A coberta interna era tingida de vermelho, apontava para Cristo e seu sacrifício na cruz. No ritual do Tabernáculo, o vermelho simbolizava o sangue de Cristo para a remissão do pecado.

A coberta sem tingimento, feitas de peles de cabras brancas, revelava a ideia de pureza e justiça do nosso Senhor, e, também, tipificava a pureza de seres angelicais que servem junto ao Trono de Deus.

O Tabernáculo. Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

II - O CORTINADO DO PÁTIO DO TABERNÁCULO

1. A simbologia descritiva das cortinas do Tabernáculo.

As dimensões do Pátio retangular, envolto por cortinas e varais ao redor do Tabernáculo, foram fornecidas com precisão, tinha 44 metros de cumprimento e 22 de largura (27.9-19).

As cortinas do Tabernáculo eram do mesmo material e padrão da quarta cobertura. A cortina do átrio simbolizava a salvação; a cortina da Tenda tipificava ministração; a cortina interna, o véu, representava a mediação.

2. O significado da separação.

O Tabernáculo estava separado das tribos por uma cerca constituída de 60 colunas de bronze, sobre as quais apoiava-se um cortinado de linho branco, de dois metros e meio de altura. Isso fala da separação entre Deus e o pecador (Êxodo 38.10- 15,19 31; Isaías 59.2). Visto que o lugar era santo e representado pelo cortinado branco de linho fino torcido, toda a área do Tabernáculo constituía-se em lugar isolado. As dimensões dessas cortinas, compridas em largura e altura, tinham, por objetivo tornar todo aquele ambiente, entre a cerca e o Tabernáculo, delimitado e fora da visão dos pecadores.

Essa restrição nos ensina que é necessária a justiça perfeita de Deus para ter acesso a Ele (Romanos 3.22-26; 10.3). Para adentrar ao Pátio, o hebreu deveria levar a sua oferta pelo pecado. Assim, as cortinas faziam a separação entre o santo e o profano.

É importante enfatizar que os dois véus, o primeiro do Pátio para ao Lugar Santo; e o segundo, do Lugar Santo para o Lugar Santíssimo; somado o pano de linho branco, que constitui a cerca do Pátio traz, claramente, o ensino bíblico da separação, que precisa haver entre o que está consagrado e o que  desrespeita os preceitos religiosos. É necessário resgatarmos o senso do que é ato de reverência. Isso não significa legalismo, muito menos uma visão maniqueísta da vida cristã. Na verdade, trata-se de um conselho bíblico. Ora, Deus, é santo, e por isso, a Igreja de Cristo precisa viver como povo santo.

3. O significado da santidade.

Santidade é a separação absoluta do pecado e dedicação exclusiva a Deus. Assim, ter a consciência da santidade bíblica significa ter a disposição para viver na contramão do mundo (1 João 2.15).

Jesus Cristo ainda intercede por nós hoje em dia da mesma maneira que orou no capítulo 17 de João. Como nosso Mediador diante de Deus, está rogando ao Todo Poderoso que nos livre do mal. Ele quer que todo crente seja santificado. A santificação nos faz um com o Senhor Jesus e nos faz santo com Jesus (Hebreus 2.11).

Paulo, escrevendo aos crentes de Tessalônica, revela que a vontade Deus é que todo crente viva em santidade, separado dos pecados atuais e do pecado original (1 Tessalonicenses 4.3). Os pecados atuais são os que cometemos voluntariamente, ao passo que o pecado original é o que herdamos do primeiro Adão.

O Tabernáculo. Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

III. AS CORES DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO

Nenhum crente pode chegar a dizer que está totalmente livre do pecado (1 João 1.8, 9). Somos culpados dos pecados de omissão pelo fato de nenhum de nós adorar de modo suficiente, amar e servir a Deus suficientemente, isto sem mencionar os pecados que cometemos de tempos em tempos. É por esta razão que o sangue de Jesus nos purifica continuamente de todo o pecado (João 1.7 - o tempo presente do verbo grego do verbo demonstra ação repetida ou contínua).

1. O significado especial das cores.

Simbolicamente, para nós, os discípulos de Cristo, a diversidade de cores do cortinado do Tabernáculo apontava para a revelação obra completa de Cristo, que envolve a remissão do passado, do presente e do futuro. É a obra completa da salvação. O véu foi rasgado, o homem foi reconciliado com Deus, a divisão foi jogada por terra, pois o Calvário no deu o direito de entrar na presença de Deus.

As cores tinham significados especiais para a vida espiritual da nação. israelita e também são muito significantes para a Igreja de Cristo.

2. A cor azul celeste (Êxodo 27.16)

Dentre as referências ao azul no Antigo Testamento destaca-se à do cordão azul em Números 15.38-40: "Fale aos filhos de Israel e diga-lhes que ao longo das suas gerações coloquem franjas nas extremidades das suas capas e ponham um cordão azul em cada franja. E as franjas estarão ali para que, ao vê-las, vocês se lembrem de todos os mandamentos do SENHOR e os cumpram, para que vocês não se deixem arrastar à infidelidade, seguindo os desejos do seu coração e dos seus olhos. As franjas estarão ali para que vocês se lembrem de todos os meus mandamentos, os cumpram e sejam santos ao Deus de vocês."

Por ser um dos principais símbolos do céu, o azul revela o propósito profundo de Deus, de conduzir o seu povo a uma constante atitude de comunhão como Pai celeste, de quem deveriam receber graça e inspiração para uma vida santa, de fidelidade aos seus elevados preceitos e, conseqüentemente, de separação das concupiscências mundanas. Assim, mediante o memorial das fitas azuis fixadas nas franjas das suas vestes, os israelitas deveriam lembrar-se da sua responsabilidade de obediência à Lei do Concerto do Sinai, e de sua chamada para ser o povo santo do Senhor.

Havia uma cortina interna que podia ser vista apenas do lado de dentro do Tabernáculo. Ela era feita de linho branco e fino com bordados das figuras de querubins e tinha as cores púrpura, escarlate e azul (Êxodo 26.1-6). A visão que se tinha dessa cortina interna lembrava o céu de glória, pois essa cor indica sempre o céu ou aquilo que é celeste. As figuras dos querubins, impressas e bordadas naquela cortina, representavam tipos de seres angelicais que servem junto do trono de Deus. Em relação a Cristo, a cor é uma figura da realeza e divindade de Jesus (Efésios 1.20, 21), bem como a sua manifestação triunfal para implantar o Reino Milenar.

3. A cor púrpura (Êxodo 27.16).

A palavra hebraica para "púrpura" é "argaman e, no aramaico, é "ar'wan (2 Crônicas 2.7; Daniel 5.7). Na Antiguidade, era obtida de uma espécie de molusco encontrado no fundo mar Mediterrâneo. Por causa do seu brilho, a púrpura foi uma cor preferida nos palácios reais (2 Crônica 2.14). Era usada nas roupas do sumo sacerdote (Êxodo 28.4-6; 39.1, 2).

A tonalidade púrpura expressava a majestade de Cristo, fala de realeza, seu simbolismo remete ao que Cristo é agora no céu, lugar onde assumiu a divindade depois de sua ascensão (Efésios 1.20, 21). A cortina com a tintura púrpura também apontava ao futuro escatológico, porque a soberania de Cristo será um dia revelada na segunda etapa da Vinda em glória, momento em que Ele assumirá o governo da terra como Rei e Senhor de todas as coisas (Salmos 110; Isaías 9.6; Lucas 1.32).

Para o pintor que faz quadros no estilo realista criar a tonalidade púrpura real, o processo é misturar as cores azul com vermelha e preta. A mistura das três tintas nos faz lembrar que o Verbo divino a si mesmo "se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se semelhante aos seres humanos” (Filipenses 2.7). Cristo trocou o céu pela terra, deixou de lado sua autoridade celestial tornando-se semelhante aos homens, sujeitos à tentação e ao pecado, assumiu a figura humana com o objetivo de morrer pelos seres humanos que estavam em trevas, ressuscitar sem pecado e em seguida levá-los para o céu (João 1.1-4; e 14.1-6).

4. A cor escarlate (carmesim) (Êxodo 27.16).

A palavra "escarlate" é a combinação de duas palavras hebraicas: "laath e shahl. Encontramos a primeira traduzida como "verme" no Salmo 22.6; a segunda está subentendida no texto de Apocalipse 19.13.

Escarlate é a tinta vermelha com matiz a pender ao tom laranja. No círculo cromático, é a cor do sangue e da chama do fogo. Na Antiga Aliança, e por conseguinte na peregrinação dos israelitas pelo deserto, o escarlate remetia ao sangue expiatório, toda a tonalidade vermelha representava o sangue vertido na cruz, que remiu os nossos pecados.

Segundo os estudiosos, para a feitura do tom escarlate, ou carmesim, os hebreus usavam um inseto fêmea, ainda na fase de larva, encontrados em árvores. O inseto era moído até se transformar em pó e depois misturado em outro composto líquido para colorir tecidos e fios (Gênesis 38.28, 30; Josué 2.18, 21; 2 Samuel 1.24).

 Tal coloração de tintura remete aos textos bíblicos das profecias messiânicas:
• Salmos 26.1, 10 - “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (...) ‘eu sou verme e não um ser humano; afrontado pelos homens e desprezado pelo povo”.
•  Isaías 53.10 - “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão”.
5. A cor branca do linho torcido.

O tecido de linho branco possuía trabalho bordado com fios tingidos em azul. O corante biológico azulado, tinha pigmentação luminosa extraída de um molusco que produzia tal efeito brilhoso. A cor branca representava a pureza e o tom azulado e brilhante lembrava o firmamento. A gradação das duas cores transmite a mensagem que o ser humano precisa de Deus; revela que o Salvador é o nosso Emanuel (Deus conosco), diz que Jesus é ser celestial (João 3.31).

O branco simboliza pureza e santidade. No plano da obra redentora de Cristo, o destino final das almas é o céu, mas para chegar no céu é necessário mortificar os desejos da carte e viver em santidade (Salmos 15; Gálatas 5.16-23). 

CONCLUSÃO

A Igreja de Cristo não se fecha dentro de uma cerca como se fosse um casulo que esconde seu bichinho, mas está sempre pronta para receber todo pecador arrependido que confessa Jesus Cristo como o seu Cordeiro expiatório. O propósito de ser cristão não é tão-somente ser salvo do inferno e ir para o céu. Implica em assumir o caráter de Cristo, como filho de Deus e permanecer fiel em todas as circunstâncias.

Na última noite da vida do Senhor, Ele reuniu-se com seus discípulos no Cenáculo. Ali, aconteceu o ato final entre eles, a consumação de toda a sua vida. Sentaram à mesa para cearem. Jesus tomou o pão, partiu-o e os ensinou a tomar e comer. Considerando que o Senhor estava ainda em carne, o ato de Jesus declarava, diante dos anjos e dos homens, que Ele não hesitaria em morrer pelo mundo, não haveria limites para sacrificar-se pela Humanidade, seria fiel até à morte.

Se o caráter de Jesus está em você e em mim, então, em termos de propósito, isso nos fez de fato como Ele. O seu Espírito nos é dado, temos em nós a mesma fidelidade inextinguível, que caracterizou o Filho de Deus. Caso necessário, até quando houver um sentenciamento de pena máxima, à morte. Ser cristão fiel é recusar-se a se curvar, preferir morrer a desonrar o Filho de Deus.

E.A.G.

Compilações:
Lições Bíblicas. Professor. Adultos.Elinaldo Renovato. O Tabernáculo, Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Lição 4: O Altar do Holocausto. Abril a Junho de 2019, páginas 43 e 47. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Ensinador Cristão, ano 20, número 78, segundo trimestre de 2019, página 39. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
O Tabernáculo e a Igreja - Entrando com ousadia no santuário de Deus; Abraão de Almeida, páginas 14 a 16, Rio de Janeiro. Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora de Cristo; Elienai Cabral, páginas 67 a 70, e 74 a 76; 1ª edição 2019; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD). 

quarta-feira, 1 de maio de 2019

O Livro Provérbios de Salomão

Arte: Gustave Doré
Por que ler Provérbios? Desde os debates na televisão até as colunas de aconselhamento nos jornais, passando pelos livros de autoajuda, nossa cultura dá acesso ao conhecimento, enfatiza a necessidade de buscar a instrução, porém, muitas vezes há carência de discernimento ao indicar os meios de agregar e manejar o saber. Uma motivo disso é a complexidade da vida. Precisamos de conselhos práticos, mas também espirituais. O Livro de Provérbios põe à disposição do seu leitor essa inteligência espiritual para questões que vão desde a boa administração do dinheiro, passando pelos perigos do adultério, até a identificação dos verdadeiros amigos. Ao se dispor a lê-lo, o leitor encontra a sabedoria que funciona e entendimento que nunca se desatualiza. 

O que é provérbio?

A raiz latina do vocábulo provérbio consiste de duas palavras: "pro" (em lugar de) e "verba" (palavras). Às vezes chamado máxima. É uma verdade condensada em poucas palavras e declarada de modo memorável, sendo pertinente a várias situações da vida, assim um provérbio é um dizer breve que é pronunciado "em lugar de muitas palavras" que ajudam as pessoas a tomar atitudes sábias.

 A palavra hebraica traduzida por "provérbios" significa "uma comparação". Os israelitas, e à maioria dos povos orientais, costumavam ensinar através de provérbios. Tais frases eram de natureza fácil de memorizar e condensavam muita sabedoria num espaço resumido.

Quem escreveu Provérbios?

Essencialmente, Salomão, filho de Davi e Bate-Seba, o rei mais sábio que já governou Israel, escreveu boa parte do livro. Agur, filho de Jaque, e Lamuel (talvez rei não israelita) também contribuíram para a obra.

Salomão, que significa "Pacífico", conduziu Israel à sua fase mais próspera e menos violenta de todo o período monárquico. O reinado de Salomão despertou admiração e respeito até mesmo de governantes estrangeiros (1 Reis 10.6-9).

A respeito de Agur e do rei Lemuel, que contribuíram com os últimos capítulos de Provérbios, não se sabe muito, exceto que não estavam entre os reis israelitas conhecidos no Antigo Testamento.

Esquema do conteúdo
• 1 - 4.7 - Elogio da sabedoria; 
• 5.1 - 7.27 - Conselhos contra o adultério e outros pecados;
• 8.1 - 9.18 - A sabedoria e a falta de juízo;
• 10.1 - 22.16 - Primeira coleção de provérbios;
• 22.17 - 24.34 - Trinta provérbios dos sábios; 
• 25.1 - 29.27 - Segunda coleção de provérbios;
• 30.1 - 31.9 - Provérbios variados;
• 31.10-31 - A esposa ideal.
Para quem foi escrito?

Para o povo de Israel, sobretudo para os jovens que estavam se lançando à jornada da vida, e consequentemente para todos os povos. Os conselhos do livro fazem sentido tanto para cristãos quanto para não cristãos.

Provérbios menciona com frequência três classes de pessoas que necessitam desesperadamente de sabedoria: a insensata; a simplória, e a escarnecedora (veja 1.22). Os tolos são apresentados em quatro características: o ignorante; o teimoso; o orgulhoso; e o imoral. Para estas pessoas, são lançadas as seguintes questões:
• Qual é a vantagem de não fazer apenas o que dá prazer? (Provérbios, capítulo 2);
• É impossível falar sempre a verdade? (6.16-17; 12.17-19; 17.4-20);
• Reflexão sobre o desejo de ficar rico (10.4; 11.4, 28; 15.16).
Provérbios foi escrito para todos nós. Ele nos exorta a viver a vida com boa qualidade de relacionamento interpessoal. Ensina que é preciso ter cuidado com a espécie da nossa comunicação, pois tanto a palavra quanto o silêncio possuem poder. Provérbios 15.1; 16.23-24; 20.15; 21.23. 

Quando foi escrito?

Salomão reinou no século 10 a.C., mas a coleção de provérbios só foi compilada e editada 250 anos depois da morte de Salomão, aproximadamente em meados de 700 a.C.. A data de conclusão apontada por uma linha considerável de teólogos é 950 a.C., com algumas partes escritas por volta de 720 a.C.

Por que foi escrito?

Provérbios é um livro de sabedoria prática. Ensina que a religião está ligada aos problemas comuns da vida. As palavras-chave são sabedoria, conhecimento, compreensão, instrução, temos a Deus. O conteúdo da obra visa mostrar como a sabedoria de Deus serve para a vida real (1.2-6).

Em Provérbios a sabedoria é descrita como uma mulher amável que chama as pessoas para que a sigam a fim de terem uma vida abençoada e bem sucedida. A estultícia é descrita como uma mulher ímpia que leva as pessoas para o inferno.

De modo geral pensamos que sabedoria seja a habilidade de usar o conhecimento de forma correta, e essa é uma definição prática. Mas na Bíblia, sabedoria quer dizer muito mais. A verdadeira sabedoria é algo que envolve o coração e não apenas a razão. Existe uma questão espiritual. Há uma "sabedoria deste mundo" (1 Coríntios 2.1-8; Tiago 3.13-18), e há uma sabedoria divina que vem do alto.

Apesar de não haver nenhuma referência direta a Cristo, profética ou tipológica, nas páginas de Provérbios, é muito evidente a menção subentendida do Filho de Deus em suas páginas. Alguns provérbios são a respeito das relações de família. outros sobre comportamento nos negócios, outros tratam de boa educação nas relações sociais; e ainda outros falam da necessidade de a pessoas saber se controlar. Toda a coletânea ensina sobre o valor da humildade, da paciência, do respeito pelos pobres e a lealdade para com os amigos e o respeito aos pais (1.7; 3.5-6; 4.1-7). As qualidades necessárias para se viver com sabedoria, obediência a Deus, bom comportamento, paciência, confiabilidade, humildade, diligência, percepção das coisas como elas realmente são, são perfeitamente ilustradas na personalidade do nosso Salvador e Senhor.

Cristo é a Sabedoria de Deus para os crentes (1 Coríntios 1.24, 30; Colossenses 2.3). Quando se lê a descrição que Salomão faz da sabedoria em Provérbios 8.22-31, não se pode fugir da impressão de que a referência é a pessoa de Jesus Cristo. A sabedoria é descrita como eterna (versículos 22-26), criadora de todas as coisas (versículos 27-29), e a amada de Deus (versículos 30-31). Imediatamente somos levados a pensar em João 1.1-2 e em Colossenses 1;15-16. Entregar a vida a Cristo e obedecer os seus ensinos é a atitude que representa a verdadeira sabedoria.

O que se deve buscar em Provérbios de Salomão? 

O Livro de Provérbios descreve o caráter da pessoa que é sábia.
• 1.5 - ouve a instrução;
• 9.4-6, 10 - foge do pecado e se desvia do mal;
• 10.5 - é diligente e esforçada no seu trabalho diário;
• 10.8 - obedece ao que ouve;
• 10.14 - guarda a instrução recebida;
• 11.30 - ganha outras pessoas para o Senhor;
• 16.23 - controla a língua e cuida do que fala.
O Livro de Provérbios menciona a situação desesperadora de pessoas tolas. O insensato é descuidado, superficial, quase sempre está procura a autossatisfação. Acredita que está sempre certo, torna-se agressivo verbal ou fisicamente por motivos fúteis, toma decisões sem pensar e sem pedir opinião (12.15, 16; 13.16). Nabal é um exemplo clássico de pessoa precipitada, que não preserva boas amizades, não se afasta de problemas e desagrada a Deus com seu estilo de vida. A palavra nabal significa pessoa insensata (1 Samuel 25). 

Procure oposições como estultícia versus sabedoria, preguiça versus diligência, adultério versus fidelidade e amizades verdadeiras versus falsas. Procure, também, os princípios para um casamento sólido, para que pai e mãe sejam bons pais e para um bom relacionamento no emprego. Preste bastante atenção aos diferentes resultados obtidos pelos que seguem a sabedoria divina e pelos que não a seguem.

Conclusão

Precisamos aprender com as gerações passadas e através das experiências práticas da vida. Muitas vezes a juventude é possuída por uma sensação de que é capaz de "reinventar a roda"; acredita que sempre é possível ser original e desenvolvedora das soluções de seus problemas. É extremamente importante ouvir a voz das gerações mais experientes e estar disposto a aprender nos bancos escolares. A pessoa sábia é aquela que observa os fatos de sua sua e procura extrair ensinos práticos para a sua vida.

Compilação:
Bíblia de Estudo Vida, edição 1998, página 977, São Paulo /SP (Editora Vida).
Toda a Bíblia em um ano: Ester a Malaquias - volume 2; Darci Dusilek; 11ª edição; ano 2014, página 23; Rio de Janeiro (Horizontal Editora). 

quarta-feira, 24 de abril de 2019

A Pia de Bronze: lugar da purificação

INTRODUÇÃO

Acerca da lição que precisamos aplicar para a nossa vida espiritual, é preciso aprender que o Tabernáculo é um dos maiores tipos de Cristo no Antigo Testamento. A Pia de Bronze e todos os demais mobiliários, sacerdócio e culto, apontam em cada detalhe para o Senhor Jesus. A tipologia nos leva para a grande revelação que o Espírito Santo ao apóstolo João quanto a especificação de que Jesus era o Verbo divino que se fez carne e fixou seu tabernáculo entre nós, isto é, "habitou entre nós" (João 1.1, 14).

Gramaticalmente, o verbo "habitou" aparece no grego do Novo Testamento como "eskenosen" que, literalmente, significa "levantou a tenda" ou "acampou sob a tenda", em outras palavras significa que o Verbo divino se fez homem entre nós. Assim como na Arca da Aliança repousava a shekinah divina, ou seja, a presença de Deus, da mesma forma Deus revelou o seu Filho como Emanuel, que significa "Deus conosco", o qual estabeleceu a sua Tabernáculo entre nós.

O Tabernáculo e a Pia de Bronze. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

I - A PIA DE BRONZE: A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE

1. A pia de bronze e a água (Êxodo 30.18-21).

A pia de bronze ficava entre a tenda da congregação e o altar, onde os sacrifícios eram queimados. O seu fundo era polido habilidosamente e refletia tal qual o reflexo de um espelho, sendo possível ao sacerdote ver o rosto na água. Servia para as purificações rituais, sem a qual ninguém podia se aproximar de Deus. Ao usar o utensílio, no qual continha a água purificadora, o sacerdote se consagrava com o objetivo de prestar seu serviço cerimonial a Deus. Foi confeccionada a partir dos espelhos das mulheres hebreias, ofertados por elas exclusivamente para esta finalidade (Êxodo.38.8).

A Pia de Bronze simboliza a santidade, a purificação e o juízo. Aponta para a necessidade de o cristão viver a vida cristã buscando a santidade completa, incentiva a cada um de nós a buscar se parecer cada dia mais com Jesus Cristo, o nosso Mestre. O cristianismo é um estilo de vida não criado por filosofia humana, mas pelo próprio Cristo. Viver como cristão implica em estar em santidade, tem como consequência a necessidade de renunciar ao pecado, passar pela mortificação dos desejos da carne e anelar pela presença de Deus.

Quando morremos para nós mesmos e para o mundo, então o Espírito de Deus nos guia. Falando sobre a ação do Espírito, Jesus disse: "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva" (João 7.38). O apóstolo Paulo referiu-se à terceira pessoa da Trindade com estas palavras: "Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Romanos 8.14). Segundo estas declarações, quando somos guiados pelo Espírito Santo, somos levados pelo rio de Deus. Não fazemos resistência, nos entregamos à direção do Espírito, que, como um poderoso e caudaloso rio, nos conduz para dentro da soberana vontade divina.

2. Os sacerdotes e a santidade (Êxodo 30.20).

No Antigo Testamento, Arão e seus descendentes foram separados para servirem como oficiantes no culto realizado no Tabernáculo e depois no Templo. Além dos sacerdotes,  os utensílios de culto e os sacrifícios eram santificados (Êxodo 30.25-29; 28.38). O sacerdote era mediador entre Deus e o povo, oferecendo sacrifícios e orando em seu favor (Êxodo 28-29; Levítico  21.6-8; 1 Crônicas 24). Antes de Arão já havia sacerdotes (Hebreus 7.1-3).

A narrativa sobre a ordenação de sacerdotes (Êxodo 29.1-37) mostram como era importante a função do sacerdote na religião de Israel. O Autor da Carta aos Hebreus usa este conteúdo bíblico quando fala de Jesus, o nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 8-9; 13.10-12).

As palavras do Antigo Testamento que se traduzem por "santificação", "santificar" e "santo" implicam separação. O fato fundamental, indicado pelo uso dessas palavras, e a santidade do próprio Deus. Ele é santo, o Santo de Israel (2 Reis 19.22; Salmos 71.22; Isaías 1.4) e requer a santidade de todos os que são dEle (Levítico 11.44, 45; 19.2; 21.8; Josué 24.19; Salmos 22.3; Isaías 6.3). Assim, todas as pessoas e coisas associadas com o Santíssimo Deus  são separadas para o seu serviço e adquirem uma relativa santidade.

Todos os cristãos são sacerdotes da Nova Aliança (1 Pedro 2.5, 9; Apocalipse 1.6; 5.10).

Não é possível haver verdadeira comunhão com Deus se a santidade pessoal não for diligentemente mantida. A pureza está intrinsecamente ligada a adoração cúltica (Hebreus 12.14; 1 Tessalonicenses 5.23).  

3. A santidade para a vida (Êxodo 30.21).

A santidade é atributo de Deus (Pai, Filho e Espírito Santo), pelo qual é moralmente puro e perfeito, separado e acima do que é mau e imperfeito (Êxodo 15.11; Salmo 29.2; Hebreus 12.10). É a qualidade do membro do povo de Deus que o faz a não seguir os maus costumes deste mundo, a pertencer somente a Deus e a ser completamente fiel ao Senhor (1 Tessalonicenses 3;13).

Referida a pessoas, a santificação tem sentido triplo. Em primeiro lugar, o crente é separado para a redenção (Hebreus 10.9, 10); em segundo lugar, em experiência, o crente é santificado pela Obra do Espírito Santo mediante às Escrituras (João 17.17; 2 Corintios 3.18; Efésios 5.25, 26; 1 Tessalonicenses 5.23, 26), e, em terceiro, em consumação, o crente aguarda a completa santificação na vinda do Senhor (Efésios 2.27; 1 João 3.2).

Réplica do Tabernáculo na região do Neguev, Israel. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

II. A PIA DE BRONZE: O LUGAR DA LIMPEZA

1. A pia de bronze (cobre) entre o Altar e o Holocausto.

A simbologia da Pia de Bronze nos convida a fazer um exame de consciência, a considerar se temos ou não um estilo de vida de pureza: da alma, do corpo e do espírito. É preciso levar em conta o juízo de Deus sobre o pecado. Somos servos de Jesus, portanto, precisamos viver a santidade de modo progressivo. Somos propriedade de Deus, se pertencemos a Ele, que é santo, devemos viver de modo santo.

A Palavra de Deus diz que o crente é chamado para viver uma vida pura. Uma vez que fomos reconciliados com Deus através do sacrifício vicário do Cordeiro, é preciso viver de maneira santa em sua presença. À luz da Pia de Bronze nos conscientiza da pureza espiritual que Deus requer de cada um de nós.

2. A lavagem na Bacia de Bronze.

Nada era feito feito casualmente no santuário. A bacia, ou pia de bronze, era usada como lavatório para os sacerdotes cerimonialmente lavarem suas mãos e pés antes de entrarem no Santo Lugar . Lavar os pés e as mãos era obrigatório antes de envolver-se nos deveres sacerdotais. A seriedade de estar cerimonialmente purificado é vista na advertência de morte caso essa lavagem fosse negligenciada (Êxodo 30.17).

Mãos asseadas remetem à necessidade do ministério íntegro; tudo o que o sacerdote tocava era limpo e não poderia ser contaminado. Pés asseados significam os lugares por onde os sacerdotes caminhavam; a limpeza fala sobre a constância em servir a Deus em santidade.

Podemos concluir que a água representa o elemento de higienização espiritual do cristão, limpeza que acontece através da prática da Palavra de Deus (João 15.3).

A graça salvífica de Deus "ensina-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas, vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente, aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo" (Tito 2.12-14). "Bem-aventurada" (grego: makarian) implica numa plenitude de bênção, felicidade e alegria mediante o favor gracioso e imerecido de Deus. Embora nós, como crentes, recebamos bênçãos agora, há muito mais a ser recebido no futuro

3. A Pia de Bronze e o caráter de juízo.

Os metais do Tabernáculo são muito expressivos. O bronze foi empregado onde se precisava de força excepcional e a resistência ao calor eram importantes. Seguindo a ordem de entrada do pátio para o Lugar Santíssimo, encontramos as colunas revestidas de bronze e com suas bases de bronze, o grande altar todo revestido de bronze, situado logo após a porta do Tabernáculo e a pia, ou lavatório, de bronze maciço. As passagens bíblicas de Êxodo 27.17; Números 21.9; Jeremias 1.18; 6.28; 1 Coríntios 13.1; 2 Coríntios 5.21, indicam esse metal como o tipo de julgamento, de juízo. E o bronze, no Tabernáculo, significa o julgamento do pecado. Também todos os cravos, ou pregos, usados nesse Santuário, eram desse mesmo metal e apontavam para a crucificação de Jesus no madeiro do Calvário.

Quando aconteceram os ataques de serpentes abrasadoras e muitos do povo de Israel morriam envenenados, seguindo a orientação de Deus Moisés fez a serpente de bronze e a levantou em uma haste, orientou a todos os que fossem picados que olhassem para ela para não morrerem sob efeito letal das víboras;  somente os hebreus picados que creram na promessa de que escapariam da morte se olhassem para a serpente de bronze, o fitaram os seus olhos nela, sobreviveram. Aquela serpente de metal simbolizava o nosso Salvador. O Novo Testamento usa este episódio como ilustração da morte vicária de Cristo na cruz e da necessidade da fé pessoal para a salvação (Números 21.9; João 3.14-15).

O Tabernáculo e a Pia de Bronze: Lugar da Purificação. Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br

III. DOIS ASPECTOS DO RITO DE LAVAGEM DOS SACERDOTES

1. A lavagem completa.

A Pia de Bronze e a exigência de limpar pés e mãos prefigura a purificação do pecado através do sacrifício de Cristo (Êxodo 30.20; Zacarias 13.1;. 1 Corintios 6.11).

Jesus disse para Nicodemos que ele precisava nascer de novo se quisesse para ver o Reino de Deus (João 3.3). Todas as pessoas precisam experimentar o novo nascimento, que significa abrir o coração ao Espírito Santo e permitir que Ele faça uma operação de mudança interna, somente por meio desse processo o ser humano recebe a capacidade de abandonar o pecado e viver uma nova vida dedicada a Deus. O novo nascimento, ou regeneração espiritual, é o ato de Deus conceder vida eterna ao crente em Cristo. Como resultado, a pessoa torna-se membro da família de Deus e tem o desejo de agradar ao Senhor (Tito 3.5; 1 Pedro 1.23; 2 Corintios 5.17).

A fé no Senhor como Salvador se contrasta com a "justiça segundo as obras" (Habacuque 2.4; Romanos 1.17; Gálatas 3.11; Hebreus 10.38). Tudo quanto não é de fé é pecado (Romanos 14.23; Tito 1.15; Hebreus 11.6). Assim sendo, o pecado, nos crentes ou nos incrédulos, antes e depois da crucificação, é sempre a violação da Lei. A única solução é viver a fé em Cristo, pois Cristo entregou a sua vida no Calvário como o Cordeiro perfeito e sem pecado, para remir o pecador que o recebe como Salvador. Somente em Cristo recebemos condição de viver como santos diante de Deus, pois o sangue vertido na cruz nos santifica de todo pecado (1 João 1.9).

2. A lavagem progressiva e completa.

Apesar de os crentes não viverem debaixo da lei mosaica, ainda existem normas claras, passíveis de serem violadas (João 4.21; 1 João 5.3; os muitos regulamentos nas cartas apostólicas). O ser humano é incapaz de cumprir a Lei, somente o relacionamento com Cristo pode suprir a expiação para apagar o pecado e trazer o poder para viver uma vida segundo a vontade de Deus. O crente que ainda vive pecando de modo habitual necessita urgentemente confessar e decidir abandonar as paixões carnais, precisa se dispor a reiniciar seu compromisso como servo de Cristo.

Na cruz, o Senhor nos santificou diante de Deus de uma vez por todas. Mas cabe a cada cristão aplicar esta santidade em sua vida cotidiana, escolher diariamente viver de acordo com o fruto do Espírito e em rejeição a todas as paixões da carne (Gálatas 5.16-21).

3. Recapitulando verdades importantes.

O propósito da construção do Tabernáculo era proporcionar um lugar onde Deus habitasse entre seu povo. No Tabernáculo Deus se encontrava com os representantes do povo. O Tabernáculo, habitação de Deus, era o centro da vida religiosa, moral e social dos hebreus e ficava sempre no meio da tendas das doze tribos israelitas. Servia como método de preparação aos hebreus, para que eles recebessem a obra sacerdotal do Messias (Hebreus 8.1-2).

À luz do que a Bíblia aborda sobre a simbologia do Tabernáculo, aprendemos que p sangue de Jesus livra o pecador arrependido da pena do pecado (Mateus 20.28; 26.28; 1 Pedro 4.7). A Palavra de Deus nos faz ver quem somos aos olhos de Deus (Tiago 1.22-24). Buscar a lavagem completa, mais a lavagem progressiva e constante são atitudes absolutamente necessárias aos cristãos (João 15.3).

CONCLUSÃO

 O Altar de Sacrifícios é ol ugar onde o pecado é julgado mediante o sangue expiador do sacrifício de Cristo em favor do pecador arrependido; o lavatório é a peça fundamental para que o pecador passe pelo julgamento disciplinatório. Uma vez que passamos pelo Altar de Sacrifícios, podemos exercer nosso sacerdócio real, passar pela Pia de Bronze e sermos lavados pelas águas da purificação por meio de Jesus Cristo. Tal limpeza espiritual é prioridade e de absoluta necessidade. As duas etapas de purificação revelam o quanto Deus é misericordioso e nos quer envolvidos na paz e comunhão que reservou para nós, sem que merecêssemos.

E.A.G.
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Compilação
Dicionário Bíblico Universal, A.R. Buckland e Lukyn Williams, 2ª edição revista e atualizada 2007, página 549, São Paulo/SP (Editora Vida).
Ensinador Cristão, ano 20, número 78, 2º trimestre de 2019, páginas 26, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
O Tabernáculo e a Igreja, Abraão de Almeida, páginas 17, 85, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).
Teologia Sistemática - Uma perspectiva pentecostal, editado por Stanley M. Horton, página 150, Bangu, Rio de Janeiro/RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD).

quinta-feira, 18 de abril de 2019

O Altar do Holocausto

INTRODUÇÃO

Moisés recebeu a Lei no cume do Monte Sinai, definição grega para a montanha que os judeus chamam de Horebe e os árabes nomeiam como Montanha de Moisés (Jebel Musa). Quando os hebreus rejeitaram a Deus e adoraram o bezerro de ouro no deserto, Moisés se irou e despedaçou as tábuas de pedra que estavam gravados os Dez Mandamentos. Depois que o povo se arrependeu, Moisés voltou ao topo do Horebe novamente para interceder pelos israelitas, quando Deus renovou a aliança com Israel, deu-lhe uma cópia da Lei e os convidou a ofertar materiais para construir o Tabernáculo. Então, os israelitas deram ouro, prata, cobre, pedras preciosas, joias, lã, tecidos, peles de animais etc. Eles deram tantas coisas que Moisés teve que avisar que não era mais necessário contribuir. 

Os israelitas construíram o Tabernáculo como Deus havia solicitado. Do lado de fora do Tabernáculo ficava o Pátio. Ali havia uma bacia de cobre e um grande altar. Do lado de dentro, ficava uma cortina que dividia o Tabernáculo em dois ambientes. Uma parte se chamava Santo e a outra Santo dos Santos (ou Santíssimo). Dentro do Santo ficava o candelabro de ouro e uma mesa e um altar. E dentro do Santo dos Santos ficava a Arca da Aliança, que era uma caixa feita de madeira e de ouro. O que significa uma aliança? É um pacto, uma promessa especial de paz.

O Tabernáculo e todos os seus utensílios, principalmente a Arca, servia para lembrar os israelitas que eles tinham prometido adorar a Deus e que Deus os abençoaria se permanecessem fiéis ao pacto de adorá-lo como único Deus verdadeiro.

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I. O ALTAR DO HOLOCAUSTO

O termo "holocausto" tem sua origem no idioma hebraico, significa "ascendente", ou "aquilo que sobe". A oferta era consumida pelo fogo, a fumaça do holocausto exalava um cheiro especial que subia para os ares.

1. O Altar do Holocausto (Êxodo 27.1-8; 38.1-7).

O "altar dos holocaustos" era também chamado apenas de "altar", o lugar onde os animais eram imolados em sacrifício para fazer expiação. O sangue vicário do sacrifício era posto nas pontas do altar e derramado à sua base.

O Altar de Bronze (cobre) era o primeiro objeto que se via ao entrar pela Porta do Pátio. Ele fazia parte da liturgia de adoração do povo de Israel e ficava situado fora do santuário, ao ar livre dentro do Pátio, com o objetivo de oferecer sacrifícios a Deus e alcançar o perdão dos pecados. A posição do Altar, que ocupava o primeiro lugar dentro do recinto, indicava que, para chegar-se a Deus no Santuário, os direitos e demandas da perfeita justiça divina precisam ser satisfeitas.

Nesse Altar eram oferecidos holocaustos, que eram ofertas voluntárias que tinham por objetivo alcançar o favor de Deus. O animal era imolado fora do Pátio. Depois de tiradas suas vísceras e a su pele, o animal limpo era trazido e colocado sobre o altar.

2. O modelo do Altar e seus materiais.

O Altar era mais sofisticado do que os altares improvisados ​​usados ​​anteriormente pelos patriarcas. Tinha acabamento em chapas de madeira de acácia, que é bastante resistente à carbonização. Não era ao acaso a escolha do revestimento de placas de bronze por dentro e por fora. Metal precioso, o bronze é um condutor de calor em nível muito baixo, diferente do ouro e da prata cuja condutividade de temperatura alta é muita mais intensidade. Portanto, o bronze é o metal mais apropriado para o ambiente de sacrifícios com fogo. As chapas metálicas protegiam a madeira do calor.

O altar era portátil e leve o suficiente para ser carregado. Tinha anéis ligados a suas extremidades para facilitar a mobilidade. Cajados ou varas cobertas de bronze eram passados ​​pelos anéis, afixados a cada canto para que pudesse ser erguido e transportado quando os israelitas se punham à peregrinação pelo deserto.

A estrutura desse altar era quadrada, com dois metros e cinco centímetros de altura e dois metros e vinte e cinco de lado. Um altar com dimensões pequenas quando comparado com o altar imenso do templo de Salomão, construído séculos mais tarde, que tinha 10 metros de lado por 5 de metros de altura (2 Crônicas 4.1).

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II. AS QUATRO PONTAS (CHIFRES DO ALTAR E O SENTIDO DE REDENÇÃO 

Existem simbolismos importantes no modelo estrutural do Altar do Holocausto. Sua representação indica o caminho da salvação para o pecador; os chifres do Altar indicam um símbolo de poder, autoridade e proteção; as quatro pontas do altar trazem um significado de propiciação, substituição, reconciliação e redenção.

1. As Quatro Pontas e a Propiciação. 

Literalmente, Propiciatório significa Lugar da Expiação e referia-se ao trono de Deus entre os querubins. Recebeu este nome porque era o local onde Deus se manifestava para o propósito da expiação (Isaías 6).

O evento da propiciação consistia no objetivo de apaziguar a ira de Deus, a fim de que a sua justiça e a santidade fossem satisfeitas e proporcionassem um perdão eficaz ao pecador.

As pontas tinham formato de chifres, como era comum á maioria dos altares antigos. Tais chifres podem ter representado, no passado, os chifres dos animais oferecidos em sacrifício. Mais tarde passaram a ter a útil função de ganchos aos quais os sacrifícios podiam ser amarrados (Salmos 118.27), ou aos quais criminosos involuntários se agarrassem. 

Uma vez que o altar era "um santuário", uma "cidade refúgio" em miniatura, o réu podia se agarrar a esses chifres, fazendo de si mesmo um sacrifício vivo, devotado ao Todo Poderosos, e assim receber a sua proteção. O Livro de 1 Reis cita dois casos sobre isso: Adonias (1.50), filho de Davi, não aceitando que Salomão sucedesse o pai no trono e percebendo que poderia morrer por cometer traição "pegou das pontas do altar". Joabe (2.28), ao apoiar a rebelião de Adonias, que também percebeu que poderia morrer por cometer traição, "pegou das pontas do altar".

2. As Quatro Pontas e a Substituição.

O altar foi o único lugar onde Deus encontrava-se com o povo de Israel para reconciliação. Um animal limpo e sem defeito era oferecido ali em substituição ao pecador. Por causa da regularidade e frequência com que aconteciam sacrifícios de holocaustos, eles eram chamados de "holocausto contínuo" (Êxodo 29.42). O holocausto sacrificado era totalmente queimado no holocausto, e o cheiro da gordura queimada sobre o altar exalava um cheiro que agradava a Deus; era um "cheiro suave, uma oferta queimada Todo Poderoso (Êxodo 29.18). No Novo Testamento, Jesus Cristo é o Cordeiro substituto que deu a sua vida pelos pecadores de todo o mundo. Ele entregou-se por nós em sacrifício a Deus, fez de si mesmo a oferta pelo pecado, e o seu sangue é o que nos purifica de todo pecado (Efésios 5.2; João 3.16; 1 João 1.7).

O texto em Levítico 16.5-6 fala sobre o Dia da Expiação, o objetivo deste dia e a sua importância na história de Israel. Apesar de haver sacrifícios diários pelo perdão dos pecados, todo israelita sabia que havia a data específica para isso (Levítico 23.27). Neste dia, o sacerdote entreva no lugar santíssimo para fazer expiação pela nação israelita.

A "expiação" é a maneira pela qual Deus providencia o perdão e a reparação do pecado humano por meio de um ato redentor. E todos os atos realizados pelo sumo sacerdote no Dia da Expiação eram apenas uma sombra da expiação definitiva que Cristo realizava em prol de toda a humanidade por meio de sua morte redentora.

Antes de todas as etapas que o sumo sacerdote deveria realizar, ele deveria fazer expiação por si mesmo e por usa família. Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote perfeito e eterno cumpriu todos os atos redentores requerido no Dia da Expiação, ao realizar a mais perfeita e definitiva expiação de todos os nossos pecados (Efésios 1.7; Colossenses 1.13-14; Apocalipse 1.5). Só Jesus Cristo não precisou fazer expiação por si mesmo, pois Ele nunca pecou. Ele fez expiação pelo pecado do povo (Levíticos 16.6; 1 Pedro 2.22; Hebreus 7.22, 27).

3. As Quatro Pontas e a Reconciliação. 

Êxodo 29.1-37 revela o processo de inserção de Arão e seus filhos na obra do sacerdócio. Estes homens, escolhidos para começar o ministério na Tenda da Congregação não poderiam ingressar no ofício sem que Moisés conduzisse uma investidura cerimonial de sete dias, para que estivessem consagrados a Deus (Êxodo 29.4-35; Levítico 8.1-36). A cerimônia consistia em lavagem cerimonial, a colocação de vestes sagradas, unção, oferecimento de sacrifícios em favor deles, cobri-los e aspergi-los, servir a eles como refeição um carneiro consagrado (Levíticos 29.31-33).

As vestes sacerdotais eram compostas de sete peças principais e acompanhadas de outros enfeites (Êxodo 28.4, 42). Em Zacarias 3.1-5, o profeta descreve a importância de os servos de Deus se apresentarem com roupas apropriadas. É necessário aos que exercem papel de liderança religiosa vestirem trajes adequados para ministrar diante do Senhor e de estarem revestidos com vestimentas espirituais apropriadas para não darem motivos ao adversário os acusarem.

4. As Quatro Pontas e a Redenção.

Para pagar os seus pecados, o adorador levava ao sacerdote, voluntariamente, um animal sem defeito, impondo-lhe a mão na cabeça, para manifestar identificação com ele. Depois disso, o sacerdote passava a sacrificar o animal e a queimá-lo por completo, símbolo de dedicação total da pessoa de Deus (Levítico 1).

Em Hebreus 10.12, encontramos a narrativa que faz uma menção especial ao fato de Jesus se "assentar" depois de concluir seus deveres sacerdotais. Os sacerdotes judeus nunca se sentavam; o Tabernáculo e o Templo não tinham assentos. Eles realizavam seu trabalho em pé, um símbolo de que a obra nunca estava terminada. Mas Cristo, tendo finalizado o trabalho de sacerdote em definitivo, por realizar de maneira conclusiva a missão redentora em favor da Humanidade, "assentou-se".

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III. O ALTAR DO HOLOCAUSTO É UMA IMAGEM DO CALVÁRIO

O Altar do Holocausto remonta o sacrifício, a punição do pecado e o lugar da esperança. Isto é, remete ao pecador e sua decisão, como este pecador usará o livre arbítrio. Rejeitará ou aceitará o Cordeiro de Deus, como seu Salvador e Senhor?

1. O lugar do sacrifício. 

A Lei mosaica prescrevia cinco categorias de sacrifícios:
• Holocaustos: ofertas queimadas. Levítico 1.6, 8-13; 8.18-21; 16.24.
Elementos sem defeito. Boi, cordeiro ou ave do sexo masculino (rola ou pombinho para o pobre). 
Finalidade: Ato voluntário de adoração; fazer a expiação de pecado por ignorância em geral; manifestação de total devoção, de compromisso e de completa submissão a Deus.
• As ofertas de grãos ou manjares. Levítico 2; 6.14-23.
Elementos: Flor de farinha, azeite de oliva, incenso, bolos ou obreias (cozidos, assados ou fritos; nada de fermento ou mel), sal. Acompanhava os holocaustos e as ofertas pacíficas, junto com uma libação.
Finalidade: Expressar uma petição individual para que Deus concedesse as bênçãos da aliança, e ato voluntário de adoração em reconhecimento da bondade e da providência de Deus; também representavam a dedicação a Deus dos frutos do trabalho do homem e da mulher. 
• As ofertas de comunhão, às vezes chamadas de "ofertas pacíficas. Levítico 3; 7.11-34.
Elementos: Qualquer animal sem defeito do rebanho; variedade de pães.
Finalidade: Ato voluntário de adoração e expressão de gratidão e comunhão com Deus e o próximo, oferecimento em cumprimento de votos. Tal oferta era acompanhada de uma refeição comunitária, enfatizava a comunhão da aliança; tais ofertantes podiam comer da sua carne, sem sangue, mas não podiam consumir as suas vísceras.
• As ofertas pelo pecado ou ofertas de purificação. (Levítico 4.1-5, 13; e 6.24-30; e 8.14-17; e 16.3-22). 
Elemento: Novilho (no caso do sumo sacerdote e da congregação); bode (no caso do príncipe); cabra ou ovelha (no caso das pessoas do povo); rola ou pombinho (no caso do pobre); décima parte de uma efa de flor de farinha (no caso do muito pobre).
Finalidade: Expiação obrigatória para determinados pecados por ignorância; confissão de pecado; perdão de pecado; purificação da mácula. Faziam a expiação dos pecados involuntários, como os cometidos por negligência e também pela impureza ritual.
• As ofertas pela culpa ou ofertas de reparação. Levítico 5.14 a 6.17; 7.1-6. 
Elementos. Cordeiro ou carneiro.
Propósito: Expiação obrigatória para pecados intencionais cometidos contra "coisas santas" e os mandamentos de Deus. Pecados por ignorância que exigissem restituição; purificação de máculas. Nessas ofertas obrigatórias, estava implícito o aspecto da restituição com 20 por cento de multa. 
2. O lugar da punição do pecado.

O bronze, usado para revestimento do Altar, nas Escrituras está associado ao julgamento de Deus.
• Deuteronômio 28.23: Em consequência de desobediência, o céu de bronze estaria sobre as cabeças dos israelitas. 
• Números 21.9 revela que Moisés, sob a orientação de Deus, esculpiu uma serpente de bronze, para que os israelitas mordidos por cobra fossem curados de envenenamento, para que o efeito do veneno não os matasse bastava a eles olhar para ela. 
• Jó 6.12 e 41.27: Nestas porções bíblicas, o bronze está associado com uma firme resistência, em contraste com a fragilidade do corpo humano. 
Apocalipse 1.15. Na visão que João teve de Jesus glorificado, o apóstolo descreve os pés de Cristo reluzentes, como se fossem de bronze, refinado na fornalha e depois polido. 
3. O lugar da esperança. 

O Altar dos Holocaustos tinha o objetivo de realizar culto ao Deus único e verdadeiro, ao contrário de práticas pagãs que as nações gentias realizavam em colinas, a fim de aplacar a ira dos supostos deuses pagãos, durante sessão pagã conhecida como Altos e Lugares Altos. De modo geral, os israelitas eram proibidos por Deus de adorá-lo em locais que se praticava idolatria; havia a orientação para destruir as áreas preparadas para adoração aos falsos deuses, regiões em que povos gentios praticavam imoralidade sexual e faziam sacrifícios de crianças em rituais macabros a fim de aplacar a ira de deuses pagãos (Números 33.52). 

O Altar era o único lugar onde se podiam oferecer todos os sacrifícios a Deus. Ficava do lado leste do pátio, talvez a meio caminho entre a entrada do Tabernáculo (Êxodo 40.29). Lembrava os israelitas que só podiam se aproximar de Deus pelo lugar de sacrifício. Do mesmo modo como se tomava o sacrifício e colocava-o sobre o altar, Jesus também foi levantado, tipologicamente, no altar do Calvário para redimir a nossa alma (Levítico 1.8, 9; João 3.14, 15; 12.32, 33; Efésios 5.2).

No Altar, dentro do Tabernáculo, executavam-se os cultos ao Deus único e verdadeiro, eram oferecidos todos os dias de manhã e à tarde, o mais comum dos sacrifícios relatados no Antigo Testamento. Apesar de o Altar do Holocausto ser um lugar de sacrifício e punição do pecado, representa um local de esperança. Até os dias de hoje a figura do Altar simboliza disposição de Deus em haver reconciliação com o pecador, por meio do sacrifício vicário da mediação de Jesus Cristo, ao verter seu sangue no Calvário. 

Desde que o pecado rompeu a comunhão de Deus com a Humanidade, Deus tem procurado restaurar este relacionamento. Em certo sentido, a restauração já está concretizada através do ministério da reconciliação empregado por Jesus Cristo (2 Coríntios 5.19). Em outro sentido ainda não se concretizou, porque é necessário falar sobre o Plano da Salvação às almas que ainda não receberam o Cordeiro de Deus como Senhor e Salvador. Tudo é novo apenas para quem já está em Cristo; pois o pecador só é transformado em criatura agradável a Deus quando passa a ter direção e propósito inteiramente novos, deixa de olhar apenas para si e busca servir a Jesus com inteireza de coração (2 Coríntios 5.17, 19).

CONCLUSÃO

Antes de gozar da comunhão com Deus, o cristão deve passar pelo Altar do Holocausto, que é o lugar da manifestação da justiça e do amor divino? Não. Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote perfeito e terno cumpriu todos as ações redentoras exigidas, ao realizar a perfeita e conclusiva expiação pelos nossos pecados (Efésios 1.7; Colossenses 1.13-14; Apocalipse 1.5).

Em Hebreus 7.26-27, o escritor da Carta aos Hebreus afirma que Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, que é "santo, imaculado, separado dos pecadores", que é mais sublime do que os céus, e que não precisava, como os sumos sacerdotes do judaísmo oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados e depois pelo pecado do povo, é a propiciação pelos nossos pecados.

E.A.G.

Blog Belverede. Eliseu Antonio Gomes. https://belverede.blogspot.com.br | www.cpad.com.br
Compilações:
O Tabernáculo. Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Elienai Cabral. Capítulo 4: O Altar de Sacrifícios. 1ª Edição 2019. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Bíblia de Estudo Vida. 1998, São Paulo-SP (Editora Vida).
Bíblia do Pregador Pentecostal. Erivaldo de Jesus Pinheiro, Edição 2016, Barueri/SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Bíblia de Estudo Arqueológica. 3ª reimpressão, agosto de 2014, Liberdade, São Paulo/SP (Editora Vida)
Bíblia Missionária de Estudo. Edição 2014. Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Bíblia Sagrada com Enciclopédia Bíblica Ilustrada, Edição 2011, Barueri / SP (Sociedade Bíblica do Brasil/SBB).
Ensinador Cristão. Ano 20, número 78, Abril a Junho de 2019, Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Lições Bíblicas. Professor. Adultos. Elinaldo Renovato. O Tabernáculo, Símbolos da Obra Redentora de Cristo. Lição 4: O Altar do Holocausto. Abril a Junho de 2019. Bangu, Rio de Janeiro/RJ . Casa Publicadora das Assembleias de Deus no Brasil (CPAD).
Êxodo. Introdução e Comentário - Série Cultura Bíblica. R. Alan Cole. Impressão 2011. Broklin Paulista. São Paulo/SP (Sociedade Religiosa Edições Vida Nova). 

domingo, 7 de abril de 2019

Entrando no Tabernáculo - o pátio

A réplica do Tabernáculo no Parque Timna
Estrutura recriada por Shimon Eliezer Halevy
Deserto de Neguev - Israel.

INTRODUÇÃO

Existe uma confusão na mente dos cristãos de nossos dias, entre o que é literal e o que é figurado. O cristão precisa saber que a tipologia do Antigo Testamento é rica, obedece princípios hermenêuticos que resguardam a verdadeira tipologia ao seu significado e aplicação à vida cristã.

A história do Tabernáculo, nome derivado do verbo "habitar", também conhecido como Tenda da Congregação, não é uma mera descrição de um santuário qualquer, possui um significado profundo. Conforme Hebreus 9.23-24, as coisas do Tabernáculo são figuras de coisas relativas ao céu. Há um propósito para haver uma descrição tão detalhada a esse respeito. A concepção do Tabernáculo reflete os pensamentos de Deus; fala-nos da glória que há no céu, da cidade de ouro e da nova Jerusalém. No céu, toda a riqueza e glória estão reunidas na maravilhosas Pessoa do Filho de Deus, em nosso Senhor Jesus Cristo, que é o centro dos pensamentos e propósitos, desde a eternidade passada até a futura.

É importante ao cristão hodierno ter conhecimento do significado do Tabernáculo, uma vez que este templo portátil é um dos símbolos da Antiga Aliança. A despeito da banalização que se faz da tipologia bíblica, é necessário resgatar os valores, conforme a revelação exposta na Bíblia.

I. O PÁTIO ENTRE AS TRIBOS DE ISRAEL

Visto que o Tabernáculo era o lugar onde Deus escolheu para manifestar a sua presença de glória aos israelitas, entendemos que tornou-se o lugar de encontro entre Deus e o seu povo. Conhecer a tipologia é de vital importância, porque não é matéria para ser relegada ao conhecimento dos cristãos. Ao estudar os detalhes em torno do Tabernáculo, nos deparamos com o simbolismo que envolve o plano de Deus para salvar o pecador.

O Altar do Tabernáculo

As medidas do Pátio eram de cem côvados por cinquenta, o equivalente a quarenta e cinco metros por vinte e dois e meio, aproximadamente. Não existia portas laterais e nem traseiras; a entrada só era possível pela Porta Principal. Dentro da Cerca de linho fino retorcido estavam o Altar de Bronze, ou cobre, usado para os sacrifícios; e a Bacia de Bronze, ou cobre, que era usado para o asseio dos sacerdotes, antes de eles entrarem do Santuário. O acesso do povo ao Santuário só era permitido através do sacerdote, que oferecia os sacrifícios pelos pecados e os sacrifícios de gratidão do povo.

O Pátio era como se fosse um "redil de ovelhas". Entre outros significados, "redil" tem os sentidos de "casa" e "morada". O pastor permanece a maior tempo com o rebanho e age como guardião das ovelhas, carneiros e cordeiros.; assim também é o Deus de Israel, que propôs a Moisés construir uma morada especial no meio das tribos israelitas, para que Ele se fizesse presente e se manifestasse ao seu povo.

O desejo de Deus em habitar com os homens não se refere somente aos dias do povo de Israel no deserto. Aplica-se também ao nosso tempo e ao futuro quando haverá o novo Céu e a nova Terra, conforme consta o texto bíblico de Apocalipse 21.1-3:  "Eis o tabernáculo de Deus com os  homens, Deus habitará com eles...".

1. As montagens provisórias do Tabernáculo.

Quando Moisés chegou às planícies do Sinai, o povo ficou maravilhado pela beleza exuberante da região, das suas montanhas e sol radiante, sem saber que ali era o lugar que Deus estaria presente. A partir de então, os hebreus deveriam reconhecer a autoridade de Moisés e aceitar o projeto de construção do Tabernáculo. Moisés liderou a execução, que ocorreu nas proximidades do sopé do Monte Sinai, dois anos após a saída do Egito (Êxodo 40.2, 17), quatorze dias antes da celebração da Páscoa.

Após o povo de Israel ter construído o Tabernáculo, Deus o encheu com a sua glória. Sem a glória da presença divina, o trabalho não teria sentido e seria considerado inacabado. Deus quer encher a Igreja com a sua gloria e também a vida de cada cristão. Ele quer abençoar os cristãos com sua glória enquanto ofertamos a ele a nossa adoração por meio de louvores e ofertas voluntárias apropriadas.

Em sua peregrinação pelo deserto, o povo de Israel montou o Tabernáculo  em Gilgal, em Siló,  (Josué 4.19; 5.10; ; 9.6; 10.6, 43; e Josué 18.1) Israel peregrinou pelo deserto por aproximados quarenta anos, sendo trinta e oito em Cades-Barneia. Ao entrar em Canaã, quando Moisés já era morto, Josué assumiu a liderança à condução do povo (Deuteronômio 34.5-9). Então ele encorajou o povo para a montagem do Tabernáculo em lugar fixo, ainda não habitado e limpo. Quando Davi conquistou Jerusalém, determinou que o Tabernáculo fosse montado na cidade para que a Arca da Aliança tivesse o seu local de estadia permanente.

2. A posição do Pátio do Tabernáculo.

Acerca da centralidade de Deus no meio do seu povo, é importante observar que havia a provisoriedade do Tabernáculo. Ele era montado e desmontado, bem como a posição geográfica dele, posicionado no meio das doze tribos, representando assim a centralidade de Deus entre o seu povo. Como centro do povo de Israel, Deus é o centro da Igreja de Cristo e, em consequência disso, o centro da nossa vida. Nada pode ocupar o lugar de Deus em nosso coração.

A centralidade do Pátio remete á centralidade de Deus na Igreja de Cristo. Assim como Deus era o centro das doze tribos de Israel, Ele o é na Igreja.

O Santuário e todos os seus utensílios simbolizam a presença de Deus no meio do povo; posteriormente, Jesus cumpre a missão de Deus-presente e, após o Pentecostes, o Espírito Santo é o Deus presente em nós (Mateus 1;23; 28.20; João 1.14; 14.16). 

3. A posição do Exército de Israel em torno do Tabernáculo.

II. A CONSTRUÇÃO DA CERCA DO TABERNÁCULO

Algumas igrejas fazem figuras do judaísmo para servirem de base para os cultos cristãos. Ainda que não fabriquemos figuras materiais com finalidades de veneração em nossas igrejas, o que tem que prevalecer é o modo cristão de cultuar, quando se cultua em "espírito e em verdade". Os únicos elementos usados no culto cristão são os ingredientes da Santa Ceia: o pão e o vinho.

1. O cortinado de linho branco da cerca do Pátio.

O linho é uma planta têxtil com aproximadamente de cinquenta centímetros de altura e de flores de um azul vivo, muito cultiva às margens do rio Nilo, notável por sua maciez e brancura deslumbrante. Das sementes, é possível extrair um óleo para preparação de tintas e vernizes. Nas Escrituras, o linho é símbolo da justiça dos santos. (Êxodo 27.5). Em Ezequiel 16.10, o Senhor declara que vestiu o seu povo com o linho fino e o cobriu com seda.

As cortinas do Pátio tinham dupla função. Preservavam a morada de Deus no Santuaário e impediam a entrada do pecador impenitente.

2. Colunas, cortinas e varais do Pátio (Êxodo 27.10-12).

Deus é santo e não podemos perder a perspectiva da santidade da Igreja de Cristo. Como o povo de Israel, ao passar por aquela cerca, deveria lembrar que o lugar era santo porque o Santo dos santos habitava, a Igreja de Cristo tem a consciência do caráter santo do Pai celeste.

3. A cerca de linho: a santidade e a justiça de Deus.

A delimitação do pátio era feita de um cortinado de linho branco e de colunas de bronze, uma imagem que representa a santidade de lugar e a justiça de Deus (Isaías 6.3; Salmos 71.19). Por este motivo, somente os ministros do Santuário podiam andar no pátio, somente eles tinham a missão de de ministrar os cerimoniais de sacrifícios pelos pecados os povo. O pecador não tinham acesso ao Santo dos Santos, senão através do sacerdote.

III. A PORTA DO PÁTIO

1. A Porta do Pátio: uma tipificação do único caminho (Êxodo 27.16)

Cortinas de linho cercavam o pátio (o átrio) onde estavam o Altar do Holocausto, a Bacia de Bronze e a Casa de Ouro coberta de tapetes. As cortinas, bem brancas, faziam contraste com com as tendas cinzentas ao redor, onde o povo hebreu morava.. Transmitiam a impressão de pureza e santidade que se requer em seu interior; mediam dois metro e meio de altura, impedindo que se olhasse por cima, deixando claro que a entrada era restrita.

Mas não é possível ter acesso a Deus de qualquer maneira, muitos dizem ser seguidores de Cristo, mas estão conformados com este mundo sujo, o comportamento pessoal contrasta drasticamente com a santidade do Senhor, , vivem como moradores das tendas cinzentas. A vida do cristão tem que condizer com a brancura das cortinas, suas vestiduras precisam estar  alvas como a neve.

O povo que vivia ao redor era tão pecador quanto nós. Estamos manchados, sujos e com pecado. "Não há quem faça o bem... com a língua urdem o engano... todo o mundo é culpável perante Deus... todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Romanos 3.10-23).

Para aproximar-se de Deus, é necessário haver no coração humano a disposição sincera para reconhecer a condição de pecador, apenas desta maneira Ele nos aceita. Ao lado oriental do Tabernáculo havia uma porta  aberta para o pecador arrependido. Do mesmo modo, também, há um caminho nos dias de hoje, pelo qual os pecadores podem ir a Deus. O Senhor disse: "Eu sou o caminho"!
• A porta é ampla.
A entrada media vinte côvados, cerca de dez metros. Não é comum encontrar portas tão amplas assim. A tipificação deste cenário nos leva a entender que o amor de Deus dispõe de uma porta assim, para que todos que quiser entrar não encontre impendimento. Tal situação, fala que a entrada é livre para todos. Deus é Salvador, e quer que todos os seres humanos sejam salvos (1 Timóteo 2.3-4; Apocalipse 22.17).
• A porta é bonita.
A aparência da porta era magnífica. Possuía quatro cores, estava embelezada com relevos de bordadura em estofo azul, púrpura, carmesim sobre um fundo branco. A beleza era um convite a entrar. 
• Entrada facilitada.
A porta não era confeccionada com metal ou madeira. Era uma cortina com vinte côvados de largura e cinco de altura. Até mesmo uma criança pequena poderia entrar. Jovens e velhos também.
• Há apenas uma porta.
O próprio Senhor Jesus Cristo nos deu o significado desta porta quando realizava o seu ministério terreno. Ele disse: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo (João 10.9). Por meio dEle temos acesso ao Pai (Efésios 2.18; 3.12); só Jesus é o Mediador entre Deus e o homem (1 Timóteo 2.5).
Nada foi colocado na Bíblia por acaso. Todos os materiais usados para construir o Tabernáculo e objetos usados nos rituais tinham seu significado e simbologia, cujo critério o cristão precisa guardar em seu coração, pois ensinam sobre Deus e seus propósitos para conosco. É digno de nota que os objetos feito de bronze mostram que, quanto mais longe do Lugar Santíssimo, menor era o valor dos materiais usados, o que nos ensina que é preciso viver de modo especial para Deus (Êxodo 27.19; 2 Timóteo 2.19-22).

2. As quatro colunas e suas bases: uma tipificação do Evangelho (Êxodo 27.16).

As quatro colunas são apontadas pelos estudiosos como sendo o simbolismo dos quatro Evangelhos do Novo Testamento; a representação dos quatro cantos da Terra.

3. As cores da cortina de entrada: diversos tipos (Êxodo 27.16).

CONCLUSÃO 

O Pátio do Tabernáculo mostra pelo menos três verdades que podemos tomar como imagem para a nossa vida: Deus é o centro; Deus é santo; Cristo é o único caminho para a vida eterna. Portanto, é preciso ficar claro que não podemos perder a dimensão da centralidade de Deus.

E.A.G.

Sumário / Elienai Cabral definido por ele mesmo
Lição 1 - Tabernáculo, um lugar da habitação de Deus
Lição 2 - Os artesãos do Tabernáculo