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quinta-feira, 28 de março de 2019

Tabernáculo: Símbolo da Obra Redentora de Cristo.



EBD - Escola Bíblica Dominical.

13 Lições comentadas por Elienai Cabral (CPAD)

Entre 7 de Abril e 30 de Junho, as igrejas evangélicas que usam o currículo pedagógico da Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD) estarão lecionando as treze matérias da revista Lições Bíblicas, cujo comentarista é Elienai Cabral e o tema é O Tabernáculo: Símbolos da Obra Redentora de Cristo.

A vontade deste Blogueiro é trazer aos Leitores de Belverede postagens relativas aos assuntos abordados pelo articulista da CPAD. Se assim Deus permitir, é o que farei, pois é perceptível que o subsídio é algo de extremo interesse do povo cristão. Certa vez, um irmão moçambicano declarou ter enorme expectativa por esta espécie de postagem.

Abaixo, os nomes de 13 lições. As lições marcadas em negrito e sublinhadas possuem hiperligação, ao clicar sobre elas você será encaminhado para outro espaço deste blog, abrirá para você a página da postagem correspondente.

A nossa oração é para que cada publicação seja de bom proveito espiritual a todos, lembrando que cada uma delas não substituem o conteúdo criado pelo Pastor Elienai Cabral.

Não existe interesse comercial nesta iniciativa. Peço sua gentileza, divulgue estas matérias, tanto presencialmente quanto em suas redes sociais.

Sumário
Lição 7
O Lugar Santo

Lição 8
O Lugar Santíssimo

Lição 9
A Arca da Aliança

Lição 10
O Sistema de Sacrifícios

Lição 11
O Sacerdócio de Cristo e o Levítico

Lição 12
A Nuvem de Glória

Lição 13
O Sacerdócio Celestial



Elienai Cabral definido por ele mesmo



segunda-feira, 25 de março de 2019

Os artesãos do Tabernáculo

Os 12 pães e a mesa da presença, coberta de ouro puro.
1 mt de comprimento; 50 cm de largura; 70 de altura.
Símbolo de gratidão a Deus pelo pão de cada dia.
(Êxodo 25.26-30; Levítico 24.5-9; Lucas 11.3) 

Eliseu Antonio Gomes

INTRODUÇÃO

No capítulo 25 de Êxodo, encontramos a determinação de Deus a Moisés para que fosse feito um santuário, determinação esta seguida pela promessa de que após construído nele o Senhor iria habitar. O Tabernáculo era símbolo da Igreja de Cristo, na qual hoje Ele habita e manifesta sua glória.

Por requerer o resgate da alma de cada pessoa adulta, no monte Sinai, Deus traçou o desenho de um altar para a queima de incenso (Êxodo 30.1-16), instruiu Moisés para fazer uma grande bacia na qual os sacerdotes pudessem lavar as mãos ao oferecer sacrifícios (versículos 17-21). Moisés também recebeu fórmulas para a produção de um óleo a ser usado especificamente para unção durante a adoração (34-38) e foi informado que pessoas existiam pessoas especialmente dotadas com habilidades necessárias para construir o centro de adoração ao Senhor (31.1-11). 

I - HOMENS ESPECIAIS PARA SERVIÇOS ESPECIAIS

Deus chama pessoas singulares para executar serviços notabilissímos.

1. Bezalel e Aolide, chamados por Deus (Êxodo 31.1-11).

A narrativa desse texto nos faz saber que Deus identificou dois artífices por nome como especialmente escolhidos, e divinamente habilitados, para realizar tudo o que Ele revelara a Moisés (Êxodo 28.3; 36.1). Ambos foram separados pelo Senhor, de tantos outros obreiros, como os artífices para realizar a obra do Tabernáculo: "a tenda da congregação; a arca do testemunho; o propiciatório e todos os móveis da tenda; e a mesa com seus utensílios, e o altar do incenso; e o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a pia com a sua base; e as vestes do ministério, e as vestes santas de Arão, o sacerdote, e as vestes de seus filhos (...) e o azeite da unção e o incenso aromático para o santuário, farão conforme tudo que tendes mandado".

Esse texto mostra os seguintes nomes:
• Bezalel, empregado para ser o arquiteto ou mestre de obra. Era da tribo de Judá, neto de Hur, provavelmente o mesmo Hur que ajudou a segurar as mãos de Moisés (Êxodo 17).
• Aoliabe, da tribo de Dã. 
As Escrituras Sagradas dizem que Bezalel era homem que esbanjava habilidades artísticas, além de cheio do Espírito de Deus, de sabedoria, entendimento e conhecimento em todo tipo de habilidades (Êxodo 32.2; 35.30; 36.1-2; 37.1-9; 35-8.22; 1 Crônicas 2.20 e 2 Crônicas 1.5). Aoliabe era uma mestre de obra, desenhista e bordador (Êxodo 31.36; 35.34; 36.1-2; 38.23).

2. A prerrogativa de Deus (Êxodo 31.2,3).

Bezalel e Aolibe foram chamados de "artices dotados", o que sugere habilidade previamente desenvolvida. Eles eram experientes para desenvolver a tarefa complexa que Deus havia prescrito (Êxodo 25-30). É provável que tenham selecionado uma equipe de artistas e artesãos, e supervisionado o andamento da empreitada para que tudo a missão fosse concluída de acordo com as ordens de Deus (versículo 11). Não e possível afirmar quanto tempo levou.

Bezalel foi quem fez a maior parte do serviço (Êxodo 37-38; 38.22).

3. A pluralidade do serviço cristão (Romanos 12.4-8; 1 Coríntios 12.8-10, 28).

Êxodo 31.2 mostra o momento que Deus nomeou Bezalel como o desenhista e artíce dos móveis do Tabernáculo. Nomear alguém para alguma coisa implica em chamar pelo nome para ocupar um determinado cargo. Quando o prefeito, governador e presidente que nós votamos se elege, ficamos na expectativa para saber quem serão as pessoas nomeadas por ele. Se ser nomeado por um político gera expectativa, estar nomeado por Deus é um enorme privilégio.

Todos os crentes em Cristo estão nomeados por Deus. O Senhor nos chama pelo nosso nome. Segundo João 15.16, nós fomos nomeados pelo Senhor. Portanto, é preciso priorizar a maravilhosa sabedoria dos desígnios de Deus e viver ao mesmo tempo em e para Cristo, usando devidamente os dons espirituais e talentos naturais dados por Deus.
A arca da aliança
Caixa de 1,20 m de comprimento , 0,75 de largura e 0,75 de altura.
Armazenava as 2 tábuas dos Dez Mandamentos; 1 vaso de maná; e a vara de Arão.
Feita de madeira de acácia e revestida de ouro puro.

II. CHEIOS DO ESPÍRITO, SABEDORIA, ENTENDIMENTO E CIÊNCIA (Êxodo 31.3-5)

1. Cheios do Espírito para realizar a obra (versículo 3).

O Espírito de Deus dá variedades de dons. Assim, os artesãos se aplicaram às instruções dadas por Deus e completaram a obra sem que nada os desabonassem. Eles cumpriram cada pormenor da planta à risca. Duas vezes foi registrado nos capítulo 35 e 40 de Êxodo "assim o fizeram". Mais tarde o Templo construído por Salomão seguiu o modelo do Tabernáculo. E deveria ser exatamente assim, pois o projeto de origem divina visava imprimir na humanidade muitos ensinos da fé cristã, era a figura  que anunciava coisas futuras (Hebreus, capítulos 9 e 10).

2. Habilidades especiais para obras especiais (versículos 4 e 6).

Deus nos dá muitos tipos diferentes de capacidades e habilidades.

As listas de dons espirituais dadas no Antigo Testamento se trata de uma relação completa, porém, são representativas. A passagem bíblica (31.1-11) enfatiza o papel do Espírito Santo em capacitar artesãos para construção do tabernáculo. Na Dispensação da Lei, o Espírito se manifestava apenas sobre os indivíduos que fossem chamados para uma tarefa determinada, agora, na Dispensação da Graça o Espírito mora no coração de todos os em todos os crentes que sempre optam pelas ações corretas (1 Corintios 3.16).
Altar do incenso

III. USANDO OS TALENTOS PARA A GLÓRIA DE DEUS

1. Os talentos (habilidades) de Bezalel e Aolide.

Em Êxodo 31. 2-6 encontramos os nomes, Bezalel e Aolide. Mas não apenas suas identidades, com tais informações também aparece a reputação dos dois indivíduos (31.3b-4; 35.30-36.2).

O perfil de Bezalel o mostra como alguém que possui admirável domínio do seu ofício de artesão. Mas vai além dessa descrição humana ou terrera, fala sobre a variável de origem celeste. Ele não era apenas o profissional das artes, pronto para desempenhar uma tarefa muito importante, muito além de suas habilidades impressionantes havia a característica do seu bom relacionamento com Deus. O que quer dizer que se houvesse outros artesãos no mesmo nível de preparo intelectual e técnico, Bezalel era mesmo o mais preparado entre todos na sua área profissional.

O relato sobre Aolide nos permite saber que aqueles dois homens eram portadores de inteligência e habilidade perfeitas para elaborarem tudo o que era necessário no Tabernáculo. Ambos estavam tomados inteiramente pelo Espírito de Deus, aptos para elaborarem com perfeição o fabrico de todos os elementos previstos por Deus ao serviço religioso no Tabernáculo.

A expressão "cheio do Espírito" aparece nas passagens bíblicas de Êxodo 28.3; 35.31; e em Deuteronômio 34.9. Nessas porções da Bíblia existe o objetivo de Deus adequar o indivíduo para uma tarefa que serve ao bem-estar do povo de Deus. Provavelmente, este é o propósito arraigado nas expressões contidas em Lucas 1.15, 41; Atos 2.4; Efésios 5.18; e 31.3.

2. Os talentos revelados na Igreja (Mateus 25.14, 15).

Há pessoas que possuem dons inerentes, fazem com extrema habilidade coisas que outros por mais que se esforcem não conseguem realizar com a mesma qualidade. A habilidade nata facilita a ascensão rumo ao êxito pessoal e profissional, porém não nos mantém no topo. É preciso existir em nós a sabedoria, saber usar o bom senso para nos manter dentro dos nossos objetivos. Use a abundância de sabedoria e bom senso, e você obterá e manterá o sucesso necessário para sua vida, como crente em Cristo, como cidadão, sendo o cônjuge no lar, no papel de pai ou mãe, na função profissional e na eclesiástica.

Segundo alguns teólogos, apenas sete pessoas tiveram o privilégio de ouvir Deus citar seus nomes mais de um vez: Abraão e Jacó (Gênesis 22.11; 46.2); Moisés (Êxodo 3.4); Samuel (1 Samuel 3.4-10); Marta e Simão  (Lucas 10.4; 22.41); e, Saulo (Atos 9.4).

CONCLUSÃO

Precisamos reconhecer que cada talento vem do Senhor e dedicar-lhe a glória. Encaremos cada talento que há em nós como dom de Deus, estejamos sempre dispostos a usá-los para a glória dEle. Oremos para que Ele nos ajude a fazer o que nos chamou para fazer; e nos mostre como nos manter cheios do Espírito, cheios de sabedoria e habilidade, compreensão e inteligência para usar todo conhecimento adquirido com excelência.

E.A.G.

Compilação:
Guia do Leitor da Bíblia - Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo, Lawrence O. Richards, 5ª edição 2006, Rio de Rajeiro RJ (CPAD).

terça-feira, 19 de março de 2019

Tabernáculo - Um Lugar da Habitação de Deus


INTRODUÇÃO

Podemos considerar o Tabernáculo como o primeiro templo judeu. Segundo relata o Antigo Testamento, Moisés recebeu ordem de Deus para que construísse um local de culto, com característica de fácil montagem e desmontagem, pois naquela época o povo israelita era nômade.

Êxodo 25 dá início à seção mais comprida da Bíblia e talvez menos lida e entendida do Livro de Êxodo. Do início do capítulo 25 até o capítulo 40 - com exceção do 32 ao 34 - temos uma excelente descrição detalhada do Tabernáculo. Fala sobre sua estrutura, equipamentos e o sacerdócio. É compreensível que o leitor das Escrituras Sagradas se surpreenda ao comparar o tamanho do relato sobre a Criação e a preparação para que Terra ficasse pronta para a habitação humana, e depois verificar que estão separados 12 capítulos sobre o Tabernáculo. Compreende-se isso: todas as coisas referentes ao Tabernáculo apontam para Cristo e são de alguma maneira um arquétipo de Cristo.

I - A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO 

Deus revelou-se a Israel e fez do Tabernáculo o seu lugar de habitação. Estabeleceu uma parceria com seu povo para construir o Tabernáculo.

A sessão de versículos 1 ao 7 de Êxodo 25 mostra a conclamação do Senhor ao seu povo para a construção do Tabernáculo por meio de ofertas alçadas:
 "O SENHOR disse a Moisés: Diga aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. De todo homem cujo coração o mover para isso, dele vocês receberão a minha oferta. Esta é a oferta que dele vocês receberão: ouro, prata e bronze; pano azul, púrpura e carmesim; linho fino; pelos de cabra; peles de carneiro tingidas de vermelho e peles finas; madeira de acácia; azeite para a iluminação; especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático; pedras de ônix e pedras de engaste, para a estola sacerdotal e para o peitoral".
1. Por que construir um tabernáculo no deserto?

A resposta a essa pergunta é clara e objetiva. Uma das lições que se aprende em Teologia acerca de Deus é que "Deus é Espírito e, assim, Ele é autoexistente, não criado por outro ser, atemporal, autossuficiente, não restrito a nenhum determinado ponto geográfico. O fato de Deus manifestar seu desejo de habitar com o seu povo não o limita a nada. Ele tem origem em si mesmo, Ele existe por si mesmo quando diz: "Eu Sou o Que Sou" (Êxodo 3.14).

A ordem dada a Moisés para construir uma morada para Ele tinha por objetivo mostrar o seu Espírito, fazendo-se sentir pelas exibições especiais da natureza no lugar da sua presença, a shekinah: a manifestação do fogo, da nuvem, da água, dos relâmpagos e trovões.

2. A materialização da obra de Deus.

Nós devemos nos atentar para a ideia de que a oferta, entregue pelos judeus para a construção da Arva, teve orientação divina. Foi o próprio Deus quem pediu ao povo que contribuísse para o grande projeto do Tabernáculo.

► Lição 2: Os artesãos do Tabernáculo
Dízimo no judaísmo e na Igreja de Cristo

3. Três verdades bíblicas que o ofertante deve saber (Êxodo 25.2).

Em primeiro lugar, a oferta foi um plano de Deus para o sustento de sua obra; em segundo, a contribuição deveria ser feita como ato voluntário; terceiro, a fidelidade na ação de contribuir trazia ao povo hebreu abundância.

II - O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS

"E farão para mim um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu mostrar a você como modelo do tabernáculo e como modelo de todos os seus móveis, assim mesmo vocês o farão" - Êxodo 25.8-9.

1. Deus arquitetou o Tabernáculo (Êxodo 25.8).

O modelo era divino, mas era feito com elementos materiais e teria caráter temporário. Deus elaborou a engenharia e arquitetou toda a construção do Tabernáculo, dando a Moisés a relação dos peças e equipamentos que deveriam ser utilizados. Desde o início, é perceptível o caráter provisório do projeto divino, pois o povo de Israel não faria uma peregrinação perpétua no deserto. A efetivação do Tabernáculo aconteceu mediante a participação do povo de Deus através de ofertas  alçadas e voluntárias como ouro, prata, cobre, pano azul, e púrpura, e carmesim.

O livro de Êxodo descreve detalhadamente a execução e aparência de todos os utensílios litúrgicos da tenda religiosa, apresenta uma descrição arquitetônica e construtiva minuciosa dos espaços que comporiam o complexo da tenda religiosa.

2. O Tabernáculo foi um projeto de Deus.

O Tabernáculo foi um projeto segundo um modelo especial, era um plano divino, mas destinado à montagem com elementos naturais pois teria um caráter temporal, necessitada praticidade para armar e ser desarmando sempre que houvesse a necessidade de transportá-lo Embora Moisés haja sido formado academicamente no Egito, nenhum item do Tabernáculo era fruto de sua mente engenhosa e disciplinada. Recebendo instruções direta de Deus, Moisés persuadiu o povo hebreu a envolver-se na construção, enfatizando que se tratava de uma proposta celestial.

O Tabernáculo era um retângulo descoberto, delimitado por um acortinado. No pátio, orientado para o leste, estava o altar em bronze onde eram realizados os sacrifícios e a pia onde Aarão e seus filhos lavavam as mãos antes de realizar os sacrifícios.

Logo depois da pia estava o santuário, uma tenda coberta por uma série de camadas de cortinas sustentadas por grandes colunas de madeira revestidas em ouro. Dentro do volume, uma cortina dividia o espaço em dois, de maneira que o espaço mais sagrado fosse um cubo perfeito, conhecido como Santo dos santos. Neste recinto estava a Arca da Aliança, receptáculo das Tábuas da Lei, pedaços da primeira edição quebrada por Moisés quando da sua ira ao ver os hebreus adorando a imagem do bezerro de ouro. A parte aberta do santuário, entre o Santo dos santos e a entrada pelas cortinas, abrigava um pequeno altar para incenso, um candelabro de ouro e a mesa sobre a qual deveria estar o pão da apresentação.

3. O plano térreo do Tabernáculo (Êxodo 25.9).

O Tabernáculo de Moisés foi um projeto de Deus assim como a Igreja o é no mundo. O fato de o Tabernáculo ter existido no período da peregrinação dos hebreus pelo deserto e ter sido um santuário portátil por causa das constantes mudanças realizadas por Israel, ele e seus móveis apontavam à revelação de um plano salvífico por intermédio de Jesus.

O apóstolo Pedro compara, em sua primeira carta, no capítulo 2 e versículo 11, os cristãos aos hebreus, diz que os crentes são peregrinos e forasteiros, isto é, subentende-se que ele quis dizer que não temos residência fixa neste mundo, somos gente estrangeira cujo destino final é o lar que está no céu.

O uso de qualquer objeto do Tabernaculo na Igreja não passa de decoração estética. A Arca da Aliança como se vê representada em alguns púlpitos utilizada como forma de afirmar que Deus está naquele objeto é desvio doutrinário. Nossa Arca é o Senhor Jesus, e Ele mesmo, como Sacerdote e Cordeiro se apresentou diante do Pai para mostrar o fruto da expiação que fez por todos.

III - A RELAÇÃO TIPOLÓGICA ENTRE O TABERNÁCULO E A IGREJA

O modo especial de Deus revelar-se ao seu povo era através de tipos e figuras materiais que ilustrassem as verdades celestiais. Esta linguagem figurada expressa a relação de Deus, o Criador e Senhor, o Todo-Poderoso, com a sua criação e com as suas criaturas. 

1. A importância dos aspectos tipológicos do Tabernáculo.

A tipologia bíblica constitui-se uma das maiores riquezas de proveito espiritual para o crente que deseja conhecer a Bíblia profundamente, pode ser explorada sem receio, desde que as regras de interpretação de texto seja respeitada. É bom lembrar que um tipo sempre é inferior ao tipificado.

A tipologia é muito rica em si mesma, pode ser definida como o estabelecimento de conexões históricas entre fatos, pessoas e coisas do Antigo Testamento com o que existe no Novo. Por isso, ao lidarmos com a tipologia do Tabernáculo, é necessário considerar que ela é manifestada na pessoa de Cristo e em sua obra expiatória. Deus tinha a Arca, o Castiçal de Ouro, o Altar do incenso e a mesa dos pães da proposição como peças da liturgia de culto. No Novo Testamento, o modo de adorar a Deus tornou-se diferente e especial, porque o lugar da adoração é um Pessoa, o próprio Senhor Jesus Cristo.

De acordo com os parâmetros da hermenêutica bíblica, a estrutura física dos objetos usados no Tabernáculo é descrito detalhadamente. São metais e madeiras, tecidos e bordados, peles e cores. Tais peças estavam na mente de Deus como significados simbólicos voltados para revelar o seu caráter e glória.

O Tabernáculo era o símbolo da presença de Deus entre o povo (Êxodo 29.43-46). O apóstolo Paulo demonstrou considerar a relação tipológica muito importante quando escreveu a seguinte declaração: "Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança (Romanos 15.4).

2. A Igreja de Cristo é Tabernáculo de Deus na Terra

O estudo do Tabernáculo constitui-se a descoberta da maior riqueza da tipologia bíblica. O tabernáculo de Moisés era material, e Deus habitava nele; a Igreja é o tabernáculo espiritual onde habita e se manifesta gloriosamente (Efésios 2.22).

A mesma tipologia aponta para um povo futuro, a Igreja, a pessoas de Jesus Cristo. Não apenas o Tabernáculo, o Templo de Salomão também simboliza  a Igreja de Cristo edificada para "morada de Deus em Espírito" (Efésios 2.22).

A Igreja é apresentada na Bíblia como a Casa de Deus, de caráter familiar, porque a palavra "casa", nesse contexto, refere-se à família que mora na casa (1 Timóteo 3.15). Além disso, a Igreja é descrita como Templo de Deus (1 Corintios 3.16).

Alguns textos do Novo Testamento fazem da tipologia modo de comparação entre o Tabernáculo e a Igreja.  Paulo tipificou a Igreja como edifício de Deus para falar de crescimento coerente e organizado da comunidade cristã (1 Corintios 3.9). Neste edifício, os crentes em Cristo são identificados como "pedras vivas", as quais são edificadas umas sobre as outras.

CONCLUSÃO

O Pai desejou habitar entre os homens e derrubar a parede de separação erguida pelo pecado no Éden. Esse plano glorioso alcançou o objetivo máximo na encarnação e crucificação de Jesus Cristo, seu amado Filho "na plenitude dos tempos" (Gálatas 4.4; Efésios 1.5-10). Na Pessoa gloriosa de Jesus Cristo, Deus encontrou-se com o ser humano, e este com Deus.

Desde a geração de Moisés, Tabernáculo indica algo futuro que mudaria o destino do ser humano caído: a Obra Expiatória de Cristo representada em todo o santuário em ao meio ao deserto. Foi concebido para que o homem dos tempos atuais compreenda a sua figura representada na pessoa de Jesus Cristo, o qual expiou a nossa culpa, fazendo-se o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29).   Na Obra Expiatória do Senhor, a imagem do Tabernáculo relaciona-se com a Igreja fundada pelo Senhor Jesus Cristo. Tal qual o Tabernáculo, a Igreja de Cristo é um planejamento de Deus posto em curso com o objetivo de abençoar o mundo, convidar toda alma a achegar-se diante do Senhor com o coração contrito.

E.A.G.

Compilação
Ensinador Cristão, Entrevista do Comentarista, páginas 25 e 26, ano 20, nº 78, 2º trimestre de 2019; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD).
Lições Bíblicas Professor - O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora de Cristo; Elienai Cabral;  2º trimestre de 2019; Lição 1; Tabernáculo: Um Lugar da Habitação de Deus; páginas 2 a 9; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD).
O Tabernáculo - Símbolos da Obra Redentora de Cristo; Elienai Cabral, páginas 7 a 11 e 15 a 19; 1ª edição 2019; Bangu, Rio de Janeiro / RJ (Casa Publicadora das Assembleias de Deus / CPAD).
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Atualização em 20 de março de 2019 às 8h23

quinta-feira, 7 de março de 2019

A primogenitura, um direito sagrado




VERDADE PRÁTICA
Os valores espirituais são eternos

TEXTO ÁUREO
 "Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as roupas"
Lucas 12.23

LEITURA EM CLASSE
Gênesis 25.32-34; Hebreus 12.16-17; Lucas 12.23

Gn 25.32-34:Estou morrendo de fome; de que me vale o direito de primogenitura?
33 - Então Jacó disse: Primeiro jure. Esaú jurou e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó.
 34 E Jacó deu a Esaú pão e o ensopado de lentilhas; ele comeu e bebeu, levantou-se e saiu. Assim, Esaú desprezou o seu direito de primogenitura. 

Hb 12.16-17 - E cuidem para que não haja nenhum impuro ou profano, como foi Esaú, o qual, por um prato de comida, vendeu o seu direito de primogenitura.
 17 Vocês sabem também que, posteriormente, querendo herdar a bênção, foi rejeitado, pois não achou lugar de arrependimento, embora, com lágrimas, o tivesse buscado.

 Lc 23 -  Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as roupas.

 COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

A linha do patriarcado estava marcando passos para o seu término e aquela dispensação deveria se findar, mas a sempre o período da transição. E esse período varia, em muitos anos, de uma dispensação para outra. Assim sucedeu nas outras, com a morte do último patriarca. Possivelmente José e seus irmãos chegaram à transição num período longo, até a chegada de Moisés e o estabelecimento da Lei.

Então a linha do patriarcado deveria cair sobre um dos filhos gêmeos de Isaque - Esaú, o primogênito, Jacó, o segundo. Entretanto, Esaú era frívolo, sem religiosidade e sem fé em Deus.

SEGUNDA, 15 - LEITURA: 1 Co 16.10-12.

1. GÊMEOS COM IDEIAS DIFERENTES

Aqui cai por terra a filosofia dos astrólogos, segundo a qual o dia das pessoas nascidas sob o tal signo, tem um destino. Deus não deixou os homens dirigidos pelos astros, mas pela Sua Palavra. Is 8.20; 47.13.

Esaú e Jacó nasceram no mesmo dia, sob a mesma influência dos astros, entretanto foram diferentes: física, moral e espiritualmente, enfim, diferentes em tudo.

Por isso Deus condenou tais práticas, a fim da criatura não ser enganada, Is 47.13; Jr 10.2; At 7.42, 43.

TERÇA, 16 - LEITURA: 1 Co 10.12.

II. UM LAR COM DIFERENTES OPINIÕES, Gn 25.28

No lar deve haver um clima de paz e harmonia nas opiniões. Assim deve ser um lar cristão.

Mas entre Isaque e Rebeca, havia opiniões que não se estreitavam,  no plano de Deus, entretanto; Rebeca, conhecedora do plano divino, se inclinava ao lado de Jacó. Observe que Isaque, conhecendo o lado certo da revelação, ouviu o conselho da esposa, Gn 28.34.

Notemos as opiniões surgidas por questões materiais:

a) Isaque amava Esaú, porque ele era caçador e homem do campo;
b) Rebeca amava Jacó, por certo ele era simples e gostava de ficar na tenda. Embora fosse valente na guerra também, Gn 48.22.

Esaú representa o homem terreno, carnal e profano, Hb 12.21.

Jacó homem de fé e amante das coisas espirituais, Hb 11.21, que aproveitava as oportunidades (vs 29, 30) para se apoderar, custe quanto custar, de uma bênção divina, Gn 25.28-30.

QUARTA, 17 -LEITURA: 2 Co 10.1-5

III. JACÓ FORTALECIDO EM SUA POSIÇÃO

Aqui está o ponto alto da lição. Não devemos olhar o lado fraco de Jacó, mas tomar como exemplo as coisas espirituais.

Há pessoas que são frívolas nas coisas espirituais, que não se interessam em recebê-las, tais como batismo com o Espírito Santo, dons espirituais, vida consagradas, At 1.8; 19.2, 6; 1 Ts 4.4.

Feliz o cristão que busca com zelo as coisas do reino de Deus, Mt 6.33. Devemos procurar e buscar zelosamente as coisas de Deus, 1 Co 12.31.

Jacó, preparando um prato saboroso do dia, tinha, porém, o seu pensamento voltado para as coisas de Deus: "Como adquirir o direito de primogenitura..."

O cristão deve pensar nas coisas de cima, dos céus, a todo instante, Cl 3.1. Entretanto, não deve ser egoísta. Não devemos nos aproveitar das fraquezas de um irmão para nos apoderarmos de seus bens, quer materiais ou espirituais, com o interesse de "ajudar" o irmão.

Há muitos anos, um irmão chegou na casa de um Pastor com uma máquina de costura da esposa a fim de arranjar um dinheiro emprestado. O referido Pastou arranjou o dinheiro e lhe devolveu o objeto, para seu uso de trabalho, pois aquilo era o seu "ganha-pão", Dt 24.11-13. Assim deve proceder um Cristão dentro da revelação divina.

Naquele dia Esaú estava enfraquecido pelo desespero da fome, era então o tempo oportuno para Jacó alcançar a vitória dele pela fé. Davi teve muitas oportunidades para vencer Saul pelo poder do braço carnal, mas não o fez; entregou-se nas mãos do Senhor e a vitória veio no tempo certo, 1 Sm 26.10-12.

QUINTA, 18 - LEITURA: Jo 15.1-7

IV. A VIDA ESPIRITUAL EM JOGO. Gn 25.31, 32.

Chegou a hora fatal para Esaú, enfraquecido pela fome, nada para ele valia senão um prato de comida. O Deus de Esaú era o ventre, Fp 3.19.

Para muitas pessoas a sua religião é de alegria carnal.

Chegou o momento da prova diante de Deus, quem seria realmente o sucessor patriarcal? Para Isaque era Esaú, o predileto, forte, caçador e o primeiro a nascer. Mas Esaú era profano, isto é, sem as condições espirituais da fé, Hb 12.16.

Alguém disse que as promessas de Deus exaradas na Bíblia, são cerca de 30 mil, e todas se recebem pela oração da fé, Hb 11.21; Jo 14.14; 2 Co 13.5; estar firme na fé, é ter um crédito de confiança na Palavra de Deus, Jo 15.7.

Isso, Esaú não possuía, mas sim, Jacó.

SEXTA, 19 - LEITURA:  Hb 3.12-15

V. UM DIREITO SAGRADO DESPREZADO

Aqui está o fim de uma vida em flor, para receber a bênção final.

A coisa pior na vida é perder, seja o que for mas, especialmente as coisas espirituais. Judas Iscariotes por causa de 30 moedas perdeu a vida eterna, Jo 17.12; At 1.17, 18.

Paulo fala de alguns que naufragaram na fé e perderam o direito da salvação, 1 Tm 1. 19, 20.

Esaú desprezou pela frivolidade e perdeu o direito de herança de família espiritual, perdeu tudo, enfim.

SÁBADO, 20 - LEITURA: Hb 12.16-17.

VI. QUAIS SÃO OS RESULTADOS DA FALTA DE FÉ?

É realmente uma terrível pergunta para os nossos dias.

O autor aos Hebreus, segundo o texto acima, revela os resultados de uma semeadura na carnalidade. 

Esaú, ao vender e desprezar os direitos espirituais de sua primogenitura, julgou que aquilo de nada lhe valia. "Para que me serviria logo a primogenitura? Gn 25.32. Ele (Esaú) comeu e bebeu, levantou-se e saiu, Gn 25.34.

Naturalmente, saiu para folgar, com a "barriga cheia", mas a alma vazia.

Eis o fim de uma carreira sem fé e indisciplinada

Quando desejava herdar a bênção não encontrou lugar de arrependimento, foi rejeitado, porque o Espírito santão não pôde operar em sua vida. 

Davi orou com insistência: não retires de mim o teu Espírito santo, Sl 51.11. Somente o Espírito Santo pode levar o homem ao arrependimento espiritual, Jo 16.8.

Esaú se perdeu por ter um coração duro e infiel, Hb 3.12.

QUESTIONÁRIO

1. Que significa primogenitura?
2. Quais são os direitos de primogenitura?
3. Por que Jacó herdou a primogenitura?
4. Por que Esaú perdeu o direito de primogenitura?
5. Quais os resultados de faltar fé?
6. Por que Esaú se perdeu?
_______


Lições Bíblicas - Jovens e Adultos - para escolas dominicais e cultos domésticos. 1º trimestre de 1976.

Comentarista Pastor João de Oliveira.

Lição 12: A primogenitura, um direito sagrado (Página 56. Conteúdo apresentado às classes em 21 de março de 1976).

Editora: Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD).

quarta-feira, 6 de março de 2019

A História de Jacó - o ensopado de lentilhas e a transferência da primogenitura

Por Eliseu Antonio Gomes

Na sua velhice, Abraão pediu ao seu servo mais antigo que procurasse uma esposa para seu filho Isaque. O servo encontrou Rebeca, filha de Betuel, que por sua vez era sobrinho de Abraão. Rebeca saciou a sede dos camelos do servo de Abraão, sem saber que a atitude de dar água aos animais era resposta de oração à confirmação divina que era ela a pessoa escolhida por Deus para casar-se com Isaque Posteriormente ela foi enviada a Isaque, que estava na idade de quarenta anos quando eles se casaram. Por vinte anos Isaque e Rebeca não tiveram filhos. Isaque sabia tudo sobre a promessa de Deus de abençoar sua família e fazer dela uma grande nação. Então, pediu a Deus que lhes desse um filho. Logo, Rebeca descobriu através da predição de Deus que estava grávida, mas de dois bebês, e que ambos teriam destinos divergentes (Gênesis 25.20-26). Os gêmeos nasceram, primeiro Esaú; depois de alguns minutos Jacó veio à luz. agarrado firmemente aos calcanhar do irmão.

As crianças cresceram. O começo de uma tribulação familiar é avistado desde Gênesis 25.28. Rebeca amava mais a Jacó, que gostava de ficar na tenda em companhia da mãe, enquanto Isaque amava mais a Esaú, que frequentemente ia para o campo, para caçar animais selvagens. O resultado de tal favoritismo foi a desavença familiar entre os irmãos.

Comparando os dois filhos

Os gêmeos eram netos de Abraão pelo laço sanguíneo paterno, e de Betuel por parte da mãe; e sobrinhos de Labão.

Jacó

Jacó, cujo nome em hebraico significa "suplantador", "enganador", "o que segura o calcanhar", indicando o fato de haver segurado o calcanhar de Esaú ao nascer. O significado deste nome também aponta, figurativamente, para o seu caráter de pessoa dissimulada. Tornou-se conhecido como Israel depois de lutar com Deus em Peniel.

Era o filho favorito de sua mãe. Apesar de sua ambição desmedida, era perseverante e tinha compreensão espiritual, exibida nas experiências em Betel (Gênesis 28.10-13) e em Peniel (Gênesis 32.22-32). Mas pelo fato de não colocar a sua vida inteiramente nas mãos do Todo Poderoso, para que nela se operasse a perfeita e sublime vontade divina, sofreu muito.

Casou-se com Lia e Raquel. Além delas, teve filhos com Bila, serva de Raquel, e Zipa, serva de Lia. Foi pai de Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim (os patriarcas das doze tribos da nação de Israel), e de uma filha chamada Diná. Seu filho favorito era José, o que causou brigas em família. Jacó abençoou os filhos de José e seus próprios filhos antes de morrer. Seu corpo foi embalsamado por médicos egípcios e o luto por seu falecimento durou 70 dias. José dedicou uma semana à mais de luto por seu pai próximo ao Jordão. Jacó foi sepultado no campo de Macpela, próximo a Manre, onde também estavam os restos mortais de Abraão, Sara, Isaque, Rebeca e Lia.

Por toda a Bíblia, Jacó é mencionado juntamente com Abraão e Isaque como um dos patriarcas da fé, o pai de todo o povo israelita.

Esaú 

Primogênito dos gêmeos, seu nome significa peludo, é descrito como peludo e vermelho (também é chamado de Edom, que significa vermelho).

Era o filho favorito de seu pai. Caçador habilidoso, Esaú gostava do campo, da vida ao ar livre, das iguarias; pois a sua vida era dominada pelos apetites e paixões sensuais. Com essa índole, era-lhe impossível avaliar devidamente as bênçãos e as promessas concedidas a Abraão e Isaque. Foi capaz de trocar o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas quando estava com fome. Devido a cor avermelhada da comida, pela qual ele trocou seu direito de primogenitura, passou a ser chamado também de Edom, que significa em hebraico "vermelho" (Gênesis 25.30 - 36.1).

Quando Isaque morreu, Esaú decidiu habitar em Seir, país dos horeus, povo idólatra, A extensão territorial de Seir localiza-se ao sul do abrangia ao mar Morto, no meio de um arenito avermelhado de um vale tectônico, ao mar Vermelho, limitado do oriente pelo deserto da Arábia, sendo a sua fronteira ocidental vizinha de Judá, território estreito e montanhoso, com 160 km de comprimento por 32 de largura, sendo a altura média acima do nível do mar uns 600 metros (Gênesis 14.6; Números 24.18; Ezequiel 25.8).

A linhagem de Esaú

Tanto Isaque como Rebeca ficaram entristecidos com o fato de Esaú ter se casado com moças estrangeiras. Esaú casou-se com Judite e Basemate, duas moças heteias que amarguram a vida de seus pais (Gênesis 26.34-35). Além de Ada e Oolibama, mulheres cananeias (Gênesis 36.2), Foi pai de Elifaz, Reul, Jeús, Jalão e Corá. A descendência de Esaú estabeleceu morada na região que veio a ser conhecida como Terra de Edom (Gênesis 36.16) ou Idumeia (Isaías 34.5-6), lugar montanhoso entre o Mar Morto e o Golfo de Acabá, estendendo-se para a Arábia Petreia. Petra era a sua cidade principal, conhecida também como Sela.

A descendência de Esaú era gente guerreira, fez de Seir a sua pátria, afugentou os horeus da região e habitou nas cavernas que outrora eles habitavam, e assim a região passou a ser reconhecida como a nação Edom ou Idumeia (Gênesis 36.1+19; Deuteronômio 2.12; Jeremias 49.16). Os edomitas, também chamados de idumeus, frequentemente hostilizavam os israelitas, proibiram que passassem por dentro de seu território quando estes peregrinavam pelo deserto após serem liberto da escravidão no Egito. Foram descritos como portadores de ódio contra os israelitas (Números 20.14-21 e 21.4; Ezequiel 25.12). Saul guerreou contra eles; Davi os venceu em uma batalha sangrenta e os obrigou a pagar tributos, a tributação durou até o reinado de Josafá (1 Samuel 14;47; 2 Samuel 8.14; 1 Reis 22.47). Também conheceu a derrota de guerra através do exército de Amazias (2 Crônicas 25.11-12). Finalmente, foram subjugados pelos assírios e, como nação, desapareceram.

A cruel hostilidade dos edomitas contra os israelitas trouxe sobre eles a justiça anunciada pelos profetas. Suas terras, outrora muito férteis, e de grande importância comercial, tornaram-se infrutíferas; as caravanas ali cessaram de negociar. Edom se tornou uma região desértica, composta de cidades e fortificações esfaceladas, restos de muralhas e estradas empedradas (2 Crônicas 28.17; Isaías 34.5-15; 63.1-6; Jeremias 49.7-12; Lamentações 25.14; Joel 3.19; Amós 1.11-12).

A principal fortaleza de Edom ou Idumeia era Petra (Sela), maravilhoso e inexpugnável lugar, talhado na rocha.

A primogenitura

Primogênito é o termo que faz referência ao filho mais velho de um matrimônio. O vocábulo "bêth' abh" (casa paterna) reflete o fato que no antigo Israel a herança era normalmente passada para a linhagem masculina. 

O patriarca tinha autoridade sobre toda a casa, incluindo filhos, filhos adotivos, filhas solteiras e netos. Com a morte do patriarca, a primogenitura determinava que o filho primogênito recebesse vantagens especiais na partilha da herança, uma dupla porção da propriedade e porção dobrada dos bens da família (Gênesis 25.5, 31; Deuteronômio 21.15-17). Além disso, o primogênito obtinha autoridade absoluta para exercer o papel de liderança no núcleo familiar. Assim a linhagem paterna da família continuava através dele. Consequentemente, o primogênito tinha além dos privilégios responsabilidade singular, tanto na esfera civil quanto na espiritual.

Também, a lei da primogenitura previa que, em circunstâncias normais o irmão mais jovem de dois filhos poderia ser subserviente ao mais velho (Gênesis 25.23). Mas antes que os bebês nascessem, Deus disse a Rebeca que, na sua gestação, o mais novo iria se tornar o cabeça, que por meio dele, as promessas de Deus a Abraão iriam se cumprir.

É importante lembrar que a inversão de idade nesta situação da bênção da primogenitura não é exclusiva aos irmãos Jacó e Esaú.

Quando Jacó, então Israel, já era avançado em idade, negou-se a abençoar Rúben em reação ao seu ato impetuoso de contaminar o seu leito ao se deitar com Bila, a sua concubina; o direito de primogênito foi transferido para José (Gênesis 35.22; Números 32.1-33; 1 Crônicas 5.1-2).

Vejamos outra circunstância excepcional. Se uma concubina gerasse o primeiro filho, o direito prioritário de receber a bênção poderia ser desconsiderado, caso a esposa gerasse um filho mais tarde, essa situação ocorreu no caso de Isaque e Ismael.

Assim como na era dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, na dispensação da Lei de Moisés, o primeiro filho do casal era consagrado ao Senhor (Êxodo 22.29). A Lei mosaica não permitia ao patriarca agir arbitrariamente ao conceder o direito de primeiro filho; o mais velho deveria ser o beneficiado, mesmo que abençoá-lo dessa forma não fosse a sua vontade (Deuteronômio 21.15-17). E além disso, o filho mais velho devia ser remido por meio de uma oferta de valor de até cinco ciclos, dentro de um mês desde o seu nascimento e era lhe dada uma porção dobrada da herança que lhe cabia. E entre a realeza, o primeiro filho tinha a prioridade sobre os demais irmãos como sucessor natural ao trono (2 Crônicas 21.3).

A troca da primogenitura pela sopa de lentilhas

Apesar de todo o conteúdo bíblico nos fazer saber que eram diversas as prerrogativas que o primogênito possuía, Esaú um determinado dia chegou em casa sentindo muita fome. Um cheiro apetitoso enchia a tenda, pois Jacó preparava uma sopa. Esaú pediu uma porção, Jacó pensou rapidamente em negociar o prato, e propôs uma troca com o direito dele de receber a primogenitura. E Esaú aceitou a proposta. Assim, Jacó entregou-lhe um prato fumegante, que em atitude profana e inconsequente ele bebeu vorazmente, e em seguida saiu sem pensar que acabara de cometer um sacrilégio.

A trapaça

Rebeca havia contado a Jacó sobre a mensagem de Deus anterior ao nascimento dele e de seu irmão. sobre a transferência da bênção da primogenitura, que o beneficiaria. E Jacó pensava em receber a primogenitura com frequência. 

Por ser o filho favorito de sua mãe, foi ajudado por ela a enganar seu pai para conseguir conquistar a bênção reservada ao primogênito Esaú. 

Em determinado momento, Isaque, já velho e com grave problema de visão, recolheu-se ao seu leito esperando a morte, e chamou Esaú para pedir-lhe que fosse ao campo caçar um cervo e preparar uma guisado. Não havia nada de que Isaque gostasse mais do que o delicioso guisado de veado que Esaú cozinhava. E Esaú saiu à caça, sem se lembrar que havia perdido o direito de ser o cabeça da família quando o trocou por uma porção de comida de lentilhas. 

Rebeca ouviu a conversa, ela sabia que para Jacó vir a ser o cabeça da família, ele deveria receber a bênção especial proferida por Isaque. Então, astuciosamente ela arquitetou o plano para Jacó enganar seu marido, pediu-lhe que pegasse dois cabritos do rebanho da casa e trouxesse-os para que os cozinhasse. Quando os elementos estavam cozidos, recomendou-lhe que fingisse ser Esaú ao levar o prato ao pai, A estratégia de fingimento se consistia em vestir as roupas de Esaú, para que Isaque sentisse o cheiro dele, colocasse peles de cabrito ao redor dos braços e ao redor do pescoço, porque Esaú era peludo e Jacó não. 

Impulsionado por ambição e egoísmo, contando com a indecente cumplicidade de sua mãe, Jacó aproximou-se de seu pai com o delicioso ensopado. Isaque perguntou quem ele era e ele mentiu dizendo que era o seu irmão gêmeo, seu pai estranhou sua voz e apalpou seus braços cobertos com as peles dos animais sacrificados. Confundindo-se sobre a identidade, Isaque ingeriu a refeição toda e ao terminá-la deu-lhe solenemente a bênção que lhe permitia ser o novo patriarca da família. Ao ser portador do benefício que via de regra era reservado aos primogênitos, retirou-se do local. Logo a seguir Esaú chegou trazendo a caça. Horrorizado, Isaque percebeu que havia sido vítima de uma mentira, contou a Esaú que Jacó obtivera a primogenitura em seu lugar usando a hedionda tergiversação. Ao saber, o filho mais velho chorou desapontado e o desapontamento não demorou a se transformar em ira, e irado jurou que mataria o seu irmão. 

Rebeca ouviu a ameaça e se preocupou com a segurança do seu filho predileto. Algum tempo depois ela conversou com Isaque, sugerindo a ele que permitisse que Jacó viajasse à Padã-Arã, fosse para a casa de seus pais em busca de uma esposa entre os seus parentes, uma mulher que não fosse cananeia. Isaque o deixou partir, e Jacó saiu em longa viagem à Padã-Arã, onde residiam Betuel, o pai de Rebeca, e também Labão, o irmão dela.

Rebeca errou ao ser precipitada, deveria ser paciente e aguardar que Deus agisse conforme os seus desígnios para os seus dois filhos. Aparentemente.ela não viu mais a Jacó depois que ele seguiu em viagem. Ao falecer, foi sepultada no túmulo da família, adquirido por Abraão.

Sobre Padã-Arã

As Escrituras apresentam uma pessoa chamada Arã (em hebraico "serraria"), irmão de Abraão do qual descendem os sírios, ou arameus. Há também nas Escrituras outro homem chamado Arã, que foi filho de Sem, neto de Noé.

Naor, homem idólatra, casou-se com sua sobrinha Milca, filha deste Arã parente de Abraão (Gênesis 11.26, 27, 29; Gênesis 31.53; Josué 24.2). Após casar-se, viajou para uma localidade chamada cidade de Naor (Gênesis 24.10; 27.43) e ali se tornou o progenitor das doze cidades aramaicas que são alistadas em Gênesis 22.20-24).

No Antigo Testamento, Arã é o título que indica a Mesopotâmia e a Síria, às vezes usado só para a Síria. O povo de Arã ocupava uma parte da Mesopotâmia superior, conhecido como Arã-Naaraim (Arã dos dois rios) e Padã-Arã (planície de Arã). Temos narrativas bíblicas nomeando mais pontos geográficos da localidade: Gesur, região conquistada por Jair (Deuteronômios 3.14); Arã-Maaca (1 Crônicas 19.6); Arã-Bete-Reobe (2 Samuel 10.6) etc.

O aramaico era a língua do povo de Arã e se dividia em dois dialetos, o do nordeste, que era falado na Mesopotâmia, e o do sudeste, chamado também de idioma caldeu. As passagens bíblicas Daniel 2.4; 7.28; e Esdras capítulos 4 ao 7.12-26 foram escritas em aramaico. Na Asia ocidental, este idioma era usado pelo comercio, como hoje o inglês está difundido.

O Novo Testamento usa Esaú como exemplo para advertir o povo de Deus sobre as consequências a longo prazo de decisões precipitadas que demonstram desprezo às bênçãos do Senhor, é usado como comparação de pessoas que desprezam o plano redentor que Deus oferece através do sacrifício vicário de Cristo (Romanos 9.10-13; Hebreus 11.20; 12.16-17).

O início da fuga de Jacó à Padã-Arã

Por causa dos planos humanos, Jacó foi obrigado a fugir de casa, ir para o lar de seu tio Labão, que o tratou com astúcia igual a sua própria. Entretanto, no serviço para Labão, Jacó tornou-se rico e Léia e Raquel, filhas de Labão, tornaram-se suas esposas. Na sua volta de Padã-Arã para Canaã, após a luta misteriosa na escuridão da noite, à beira do rio Jaboque, o Todo Poderoso mudou-lhe o nome para Israel (Gênesis 32.28), nome este, expressivo do novo homem, pois ninguém pode passar a noite com Deus sem experimentar uma transformação espiritual. Após tal experiência sobrenatural, vários anos se passaram e ele teve a oportunidade para reconciliar-se com seu irmão Esaú. 

Conclusão

Hebreus 12.15-17 traz ao crente um alerta, usando como exemplo o caso de Esaú. Seu interesse ímpio ou secular levou-o a uma condição desesperada. Ele trocou o bem-estar espiritual por uma momentânea gratificação carnal. Os crentes podem, pela descrença e pecado carnal perder o seu acesso a Deus por meio de Jesus Cristo quanto às promessas de bênção nEle. O chamado do crente é à busca da paz no sentido de segui-la constante e diligentemente (Salmos 34.14) e também é a busca da santidade. Os crentes devem viver a santificação presente, esforçando-se para viver separados do pecado, esforçando-se para não perder sua posição em Cristo, através da submissão ao Espírito Santo (Romanos 6.11-12).

E.A.G.

Compilação:

Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 41 a 43, 3ª reimpressão agosto de 2014, São Paulo /SP (Editora Vida).

Conciso Dicionário Bíblico (Ilustrado). Por diversos autores americanos e ingleses. Traduzido e ampliado por D. Ana e Dr. S. l. Watson, Rio de Janeiro / RJ (Edição da Junta de Educação Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira (JUERP) páginas 256, 271 e 272). Anexo da Bíblia Sagrada 5ª edição, 2005, Santo André SP (Geográfica Editora).

Manual Bíblico Unger, Merril Frederick Unger com revisão de Gary N. Larson, página 630, edição 2006, reimpressão 2008, São Paulo/SP (Editora Vida Nova).

Quem é Quem na Bíblia, Martin H. Manser e Debra K. Reid, páginas 22, 23, 1ª edição 2013, Barueri / SP, Sociedade Bíblica do Brasil / SBB).

terça-feira, 9 de outubro de 2018

A funda e as cinco pedrinhas de Davi


É muito comum encontrar crentes usando o embate de Golias e Davi para dizer que Deus está ao seu lado em situações aflitivas que os crentes experimentam nesta vida. Porém, poucos lembram que o pequeno pastor não chegou ao campo de batalha com a intenção de lutar, ele chegou ali levando marmitas aos seus irmãos e sentiu seu brio atacado quando o incircunciso zombava de seu Deus.

Faça um retrospecto da sua vida. Como vai a sua fé? As ações que realizamos em nosso cotidiano revelam a intensidade de nossos sentimentos e quais são eles. O apóstolo João ensina que o certificado do nosso amor a Deus é como nós provamos o nosso amor aos irmãos através do modo como nos comportamos em relação a eles. Estamos dispostos a visitar os órfãos e as viúvas em seus momentos de necessidade? Estamos dispostos a estar separados da corrupção desse mundo? Da corrupção política, corrupção moral ou ética?

Em seu alforge, Davi carregava apenas cinco pedrinhas, mas em seu coração havia o amor ao Criador manifestado em atitudes vistas no cotidiano de jovem religioso. Girou a funda e atingiu exatamente o ponto frágil do inimigo que metia medo em todos. O grandalhão foi ao chão e de pronto Davi lançou mão da espada e deu cabo da empáfia daquele ser ameaçador. E se aparecessem mais quatro gigantes – os especialistas em Bíblia Sagrada afirmam que existiam – as outras quatro pedrinhas de Davi seriam usadas com a mesma eficiência.

Precisamos observar o contexto dessa história e vivenciar esta verdade contextual!

E.A.G. 

sábado, 2 de junho de 2018

Levítico, o terceiro livro escrito por Moisés

As tábuas da Lei.
Levítico é o terceiro livro da Bíblia e também é o terceiro livro do Pentateuco. Em Levítico, é descrito de maneira detalhada o começo do exercício sacerdotal da tribo de Levi em favor dos filhos de Israel. Assim que foi erguido o tabernáculo e se nomeou o sacerdote, que servia no altar, seguiu-se a regulamentação do culto divino, a apresentação das exigências de purificação e de santificação que o povo tinha que fazer.

Está claro nas páginas de Levítico que Deus exige separação entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo  (Levítico 10.10).

É notável a consistência de Levítico, o seu conteúdo é uma belíssima composição quase que exclusivamente sobre as leis rituais. O arcabouço histórico no qual estas leis estão engastadas é a permanência de Israel no Sinai.  O livro pode ser lido como se segue:

1. Leis concernentes às ofertas (do capítulo 1 ao capítulo 7 e versículo 38);
2. O serviço do tabernáculo posto em operação (de 8.1 a 10.20);
3. Leis concernentes à pureza e impureza (de 11.1 a 15.33);
4. O grande dia da expiação (16.1 a 34).
5. Várias leis (17.1 a 25.55);
6. Promessas e advertências (26.1 a 46);
7. Apêndice: avaliação e redenção (27.1 a 34).

Sem sacerdotes e sem sacrifícios ninguém podia se aproximar de Deus. As relações com Deus exigiam condições de pureza e santidade, tanto moral como cerimonial. Para se conseguir isto, preparavam-se vários manuais que provavelmente vieram a formar o livro. Ocasionalmente, algumas leis se repetem em referência a casos diversos e diferentes finalidades. Às vezes as leis se interrompem para darem lugar a uma narrativa de acontecimentos que originam novas leis.

O Senhor Deus se apresenta em Levítico com nomes associados à liturgia do tabernáculo. Observe as seguintes  anotações, criada por Erivaldo Jesus Pinheiro: 

1. Em Levítico 1.3, Ele é o Senhor da oferta perfeita;
2. Em Levítico 1.9, Ele é o Senhor da oferta agradável;
3. Em Levítico 2.3, Ele é o Senhor da oferta santíssima;
4. Em Levítico 3.1,Ele é o Senhor da oferta pacífica;.
5. Em Levítico 4.31,35,Ele é o Senhor da oferta expiatória;
6. Em Levítico 6.8,13,Ele é o Senhor do altar;
7. Em Levítico 7.30, Ele é o Senhor da oferta movida;
8. Em Levítico 8.33, Ele é o Senhor da consagração;
9. Em Levítico 9.24, Ele é o Senhor que consomeo holocausto sobre o altar;
10. Em Levítico 10.1-2, Ele é o Senhor como fogo consumidor;
11. Em Levítico 11.44-45, Ele é o Senhor da santidade;
12. Em Levítico 12.15, Ele é o Senhor da purificação;
13. Em Levítico 16.1, Ele é o Senhor da expiação;
14. Em Levítico 18.1, Ele é o Senhor nosso Deus;
15. Em Levítico 19.35-37, Ele é o Senhor da justiça;
16. Em Levítico 20.8, Ele é o Senhor que nos santifica;
17. Em Levítico 21.1-24, Ele é o Sumo Sacerdote perfeito e eterno;
18. Em Levítico 22.1-16, Ele é o Senhor das coisas sagradas;
19. Em Levítico 23.1-44, Ele é o Senhor das festas;
20. Em Levítico 24.13-23, Ele é o Senhor zeloso;
21. Em Levítico 25.10-17,Ele é o Senhor do Ano do Jubileu,da libertação;
22. Em Levítico 26.1-32, Ele é o Senhor dos dízimos e dos votos.

Em Levítico é revelada a santidade divina. O livro tem a finalidade de revelar o caráter puro e santo do nosso Deus, portanto a palavra-chave do conteúdo exposto neste livro é "santidade" (Levítico 19.2; 20.7-8). Quem deseja conhecer mais profundamente sobre o grande abismo que existe entre a pecaminosidade do homem e a santidade de Deus deve ler mais atentamente o livro de Levítico.

E.A.G.

Bíblia do Pregador Pentecostal, edição 2016, página 173, notas de Erivaldo de Jesus Pinheiro, Barueri, São Paulo- SP (Sociedade Bíblica do Brasil). 
Bíblia Sagrada - Edição em Língua Portuguesa, coordenador Samuel Martins Barbosa, ano da publicação não declarado, página 68, Lapa, São Paulo- SP (Torá Livraria e Editora Ltda).

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Adoração, Santidade e Serviço - Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.


Adoração, Santidade e Serviço - Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico.

Este é o título da mais recente revista produzida pela Casa Publicadora das Assembleias de Deus (CPAD), ao currículo do 3º trimestre de 2018, para escola bíblica dominical e culto doméstico. O periódico está escrito ao público-alvo adulto.

O Editor deste blog tem a intenção seguir às aulas no templo em que cultua a Deus, como também criar postagens que sirvam de subsídios aos internautas. Eu me sinto feliz ao acessar as gadgets de visitas e ler comentários de pessoas que de alguma forma foram tocadas por esses conteúdos. São gentes que estão aqui no Brasil e no exterior, conterrâneos e estrangeiros (lá no topo da página é possível colocar todo o conteúdo no idioma que quiser ler).

Embora a série de revistas Lições Bíblicas seja um sucesso editoral da CPAD, ela não chega em todos os recantos do planeta. Por meio de sites e blogs, gente como este blogueiro, e tantas outros irmãos e irmãs em Cristo, cada um com seu estilo, reproduzem o que os comentaristas das Lições escrevem. Eu crio subsídios por meio de compilações.

Ao longo do tempo, paulatinamente, os títulos de lições, que encontram-se nas linhas abaixo, receberão seu link direcionador, por meio destes links o Internauta terá maior facilidade para chegar às postagens criadas pelo Editor de Belverede. O Sumário passará a ser um direcionador aos subsídios. Bastará passar o ponteiro do mouse sobre o título e clicar nele e em seguida ler os conteúdos. Faça bom proveito da leitura!.


Comentarista
Claudionor de Andrade
 Escritor, conferencista e Consultor Doutrinário e Teológico da Casa Publicadora das Assembleias de Deus
Sumário:

Lição 1
Levítico, Adoração e Serviço ao Senhor

Levítico: o terceiro livro escrito por Moisés

Lição 2
A Beleza e a Glória do Culto Levítico

Lição 3
Os Ministros do Culto Levítico

Lição 4
A Função Social dos Sacerdotes

Lição 5
Santidade ao Senhor

Lição 6
A Doutrina do Culto Levítico

Lição 7
Fogo Estranho Diante de Deus

Lição 8
A Sobriedade na Obra de Deus

Lição 9
Jesus, o Holocausto Perfeito

Lição 10
Ofertas Pacíficas para um Deus de Paz

Lição 11
A Lâmpada Arderá Continuamente

Lição 12
Os Pães da Proposição

Lição 13
As Orações dos Santos no Altar de Ouro

Lição 14
Entre a Páscoa e o Pentecostes

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Rainha de Sabá era amante de Salomão? Existe relato bíblico sobre isso?


Recebi a seguinte pergunta em meu perfil no Facebook:
"A paz do Senhor! Deixa eu te falar, é possível fazer um estudo em seu blog, ou no seu perfil, sobre a Rainha de Sabá? A partir de um estudo ontem lá no templo, me bateu a curiosidade de aprender. o pastor, ministrante da noite, disse que ela foi amante de Salomão, voltou grávida para a terra dela, e os judeus negros, todos são descendentes dela! Que ela é a Sunamita, descrita no livro Cantares, e que foi rejeitada por Salomão! Os argumentos deste pastor foram todos baseados na história da Etiópia! Obrigada,por elucidar as minhas dúvidas, claro, quando possível. Deus abençoe você."
Resposta:

Oi, tudo bem?

A Rainha de Sabá é uma personagem interessante que encontramos no Antigo Testamento. Mas, ainda não escrevi nada especificamente sobre ela. Agradeço por essa ideia.

Esta soberana foi contemporânea de Davi e de Salomão, viveu em meados do século 10 a.C.. Flávio Josefo, historiador romano de origem judaica, a chamou de "Nicaula", mas as Escrituras não a apresentam pelo seu nome, apenas pelo título de nobreza e lugar de origem. O termo "sabá" tem raiz hebraica, significa “alto”. 

Descobertas arqueológicas apontam que Sabá, a terra da rainha que visitou Salomão, estava localizada na ponta sul da península Arábica, no moderno Iêmen, a república ao sul da Arábia e ao sul do Egito, próximo do território atual da Etiópia. Essa localização permitia aos sabeus (moradores de Sabá) o comércio marítimo com a África e a Índia. Além disso, havia o comércio de ouro, joias, mirra, incenso e especiarias orientais realizados por terra, em caravanas usando os camelos como meio de transporte.

No livro de Gênesis, capítulo 10, encontramos a narrativa da história das nações, relatando os descendentes de Sem. No versículo 7, existe uma referência ao nome Sabá, com os dizeres "os filhos de Raamá: Sabá e Dedã". No mesmo capítulo, no versículo 28, encontramos outra menção para o nome Sabá entre os nomes Abimael e Ofir, com a informação que são descendentes de Joctã (versículo 26). Certamente, houveram duas pessoas com o mesmo nome nesta genealogia. Tal informação indica que a Rainha de Sabá representaria uma ancestral semita.

Há também a possibilidade de que os moradores de Sabá fossem descendentes de Abraão, por parte de sua esposa Quetura (Gênesis 25.1-3). Alguns elementos do dialeto sabeu os associam linguisticamente com semitas do noroeste. Mudaram-se no norte da Arábia antes do século X a.C. e constituíram uma capital em Marib, sustentada por uma grande represa, que coletava águas das chuvas sazonais. Inscrições assírias atestam que algumas rainhas governaram os sabeus durante esse período.

Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, em uma pesquisa comandada por Helmut Ziegert, descobriram os restos de um palácio que muito provavelmente teria sido habitado pela Rainha de Sabá, em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.

Tendo em vista a economia de Sabá depender do comércio internacional terrestre de especiarias, as atividades, o poder e a localização  de Israel  deviam ser particularmente interessantes para  para a rainha e suas caravanas. Com a ajuda de Hirão, Rei de Tiro, Salomão havia iniciado expedições marítimas para Ofir a partir  do porto recém-inaugurado de Ezion-Geber (1 Reis 9.26-28). Segundo a especulação de muitos estudiosos, os empreendimentos marítimos de Salomão ameaçaram o monopólio comercial dos sabeus, e muitos estudiosos especulam que a rainha deles visitou Salomão com o propósito de firmar um acordo comercial. Arqueólogos encontraram um sinete do século IX a.C., com inscrições sul-arábicas, feito de argila marrom avermelhada proveniente do Iêmen, foi desterrado em Betel e corrobora esta teoria. 

Porém, a Rainha de Sabá não se destaca apenas por suas realizações econômicas e políticas. mas por sua atitude diante do rei de Israel. A narrativa bíblica relata que a fama sobre a sabedoria e afluência  de Salomão, suas riquezas e relacionamento com o Senhor, chegaram aos ouvidos dessa mulher  cheia de riquezas e propriedades. Evidentemente, ela ouviu muitas coisas maravilhosas a respeito de Salomão, porém, parece que, a princípio, não acreditou no que ouvia sobre ele. Então decidiu ir até Jerusalém, que distava cerca de 2.300 quilômetros de seu palácio, empreendeu viagem custosa e bem longa, para testar a veracidade de sua reputação quanto à sua sabedoria e devoção a Deus, formulando perguntas difíceis. E assim fez, acompanhada de um séquito muito grande. E ficou satisfeita com suas respostas.

A Bíblia relata que ao pôr Salomão à prova ela ficou “fora de si” - literalmente sem fôlego - com a magnificência da sabedoria exposta nas respostas que ouviu; maravilhou-se com sua fé em Deus e a organização de seu reino. E como resultado, alegrou-se na providência do Senhor em estabelecer um rei que mantivesse justiça e retidão. Demonstrou publicamente sua disposição para dar crédito ao Deus de Salomão pela sabedoria deste que resultava em decisões justas e corretas, elogiando-o (1 Reis 10.1, 10, 13; 2 Crônicas 9.1-9).

As perguntas difíceis que a Rainha de Sabá propôs a Salomão provavelmente eram enigmas (1 Reis 4.32; 10.1; 2 Crônicas 9.1). O uso de charadas para desafiar o ouvinte em festas e ocasiões especiais era muito popular no mundo antigo e o fato de uma pessoa conhecer palavras obscuras era visto como sinal de sabedoria (Provérbios 1.6). O exemplo clássico de charada é um episódio da vida de Sansão, registrado em Juízes, capítulo 14.12-13. O profeta Ezequiel recebeu instrução para comunicar-se com a nação de Israel apenas por enigmas (Ezequiel 17.2). A Bíblia diz que as respostas de Salomão às perguntas difíceis resultaram em admiração pelo Senhor por parte dela.

Em sua bagagem, a Rainha de Sabá trouxe para Salomão amostras de sua própria riqueza, que incluía uma grande quantidade de especiarias, muito ouro e pedras preciosas e ficou extremamente admirada com sua sabedoria e riquezas. Embora o reino da Rainha de Sabá fosse cheio de esplendor - sendo que Salomão jamais recebeu uma abundância de especiarias maior do que aquelas que ela o presenteou -  o reino dela não superava a grandiosidade do reinado do sucessor de Davi.

Não existem muitos registros bíblicos sobre a Rainha de Sabá. Encontramos citações sobre ela apenas em 1 Reis 10.1-13; 2 Crônicas 9.1-12; Mateus 12.42; e Lucas 11.31. Estes relatos não afirmam que tenha havido relação amorosa entre Salomão e ela, que tenha sido mãe de seu filho, tampouco fosse a Sulamita do Livro de Cantares.

Embora muitos reis gentios vieram a Salomão, nenhum desses monarcas foi mencionado em particular; exceto a Rainha de Sabá. É bem provável que o destaque tenha ocorrido por conta não apenas de que fosse uma mulher, mas devido ao seu coração ter louvado ao Senhor. Embora não exista nenhum registro bíblico com a afirmação desta mulher declarando que o Deus de Salomão também passava ser o seu Deus e não existir nenhum registro de que tenha oferecido sacrifícios no templo, temos o registro do tributo proferido pelos lábios de Cristo. Jesus disse assim: "A rainha do Sul se levantará, no Juízo, com esta geração e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão" (Mateus 12.42).

Assim, a Bíblia mostra que a busca da Rainha de Sabá não foi em vão. Ambos trocaram presentes reais, demonstraram respeito mútuo. Após o que ela voltou para sua terra.

E.A.G.

Com informações de:
G1 - Globo.com, Arqueólogos alemães encontram palácio da rainha de Sabá na Etiópia, 8 de maio de 2008 - http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL462856-5603,00-ARQUEOLOGOS+ALEMAES+ENCONTRAM+PALACIO+DA+RAINHA+DE+SABA+NA+ETIOPIA.html
Bíblia de Estudo Arqueológica NVI, páginas 372, 499. Edição 2013, São Paulo (Editora Vida). 
Bíblia de Estudo do Expositor, página 605, Baton Rouge, Los Angeles (Ministério Jimmy Swaggart).