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Arquivo | 14 anos de postagens

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Jesus e as riquezas temporais

Na televisão, assisto o depoimento de uma pessoa sendo entrevistada por uma pastor. A pessoa garante ter conhecido a Cristo, e como sinal deste encontro afirma que em seu passado ganhava salário baixo e agora recebe valor exorbitante, usava transporte público e agora tem mais de um automóvel de luxo na garagem, pagava aluguel e agora tem casa própria e casas alugadas.

Será que essa pessoa não tem conhecimento que existem bilionários ateus e anticristãos?

Mesmo sabendo que a prosperidade financeira é algo bom para nós, devemos considerar que a posse dos bens materiais não é sinal de estar com Cristo e em paz com Deus. Quem quiser seguir a Cristo deve entender que o propósito principal do cristianismo é a salvação espiritual, as coisas materiais são consequências de amar a Deus - a prosperidade divina é estabilidade no corpo, na alma e no espírito. 

Ser cristão autêntico é negar-se a si mesmo, é decidir amar a Deus mais do que amamos as coisas e os semelhantes, é querer amar o inimigo e amá-lo sinceramente, é perdoar quem nos tem ofendido, dar a outra face para bater, bendizer os maldizentes.

E.A.G.

Deus fala apenas pela boca do pregador no púlpito?

Pelas diversas circunstâncias da vida, estive dias atrás pensando sobre a nossa fé e a liturgia de culto que acostumamos viver em reuniões de adoração a Deus. As práticas litúrgicas tornam-se tão costumeiras que até chegamos a pensar que ela é a mesma dos primeiros crentes que viveram no tempo dos registros de Atos dos Apóstolos. E não deve ser, porque não há registro bíblico suficiente para nos fazer saber com exatidão como era o costume dos cristãos cultuarem a Deus quando estavam reunidos no primeiro século da era cristã.

Vejamos como Paulo descreveu a reunião de culto aos crentes de Corinto: “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” - 1 Coríntios 14.26.

Entenda-se "salmo" como a parte musical. Existem muitos louvores que nos quebra, rasga, Deus fala diretamente ao nosso coração através deles. Ao escrever "tem doutrina", Paulo refere-se à ministração da Palavra. Esta doutrina é a doutrina de Cristo, a mensagem do Evangelho, não é a cartilha denominacional de "pode-não-pode", elaborada por fundadores de instituições eclesiásticas para nortear usos e costumes na vida dos membros. É o monólogo do pregador, que hoje encontramos na figura de pessoas ao microfone nos púlpitos.

Não digo que a participação de pregadores não é importante durante o culto, claro que sempre será, sem dúvida a pregação é um dos momento mais importante na reunião, pois "a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus" (Romanos 10.17). O verbo "ouvir" nesta passagem não está restrito ao significado de audição, mas à disposição do coração em atender ao que a mensagem recomenda que se faça. 

Apesar da mensagem que o pregador leva ser o momento que mais prestamos atenção, Deus não se comunica conosco apenas pela fala de pregadores, pois sua Palavra não está aprisionada ao formato da comunicação via pregação, ela é entregue por meio do canto, da escrita, etc. Não digo que a participação de pregadores não é importante durante o culto, claro, sem dúvida a pregação é um dos momento mais importante na reunião, pois "a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus" (Romanos 10.17).

Deus não limitou sua comunicação com as almas apenas pelo meio da oratória dos pregadores. São muitos os preletores evangélicos que se queixam dizendo que o povo não quer ouvir Deus falar porque o seu tempo de preleção é reduzido, mas nós, os ouvintes assentados nos bancos das igregas jamais devemos limitar o modo de ouvir Deus comunicar-se. Ele quer falar comigo e com você, e usa de todos os métodos para que isso aconteça.

Enfim, Deus fala conosco toda hora, em todo instante. Durante o andamento da reunião de culto, quando a reunião termina, na rua, em casa. Só não o escuta quem não quer. Reflitamos sobre isso.

E.A.G.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Thalles Roberto e a Bíblia de Estudo Apostólica contendo suas fotos e histórias

A polêmica do momento é o lançamento da Sociedade Bíblica do Brasil de uma Bíblia com as primeiras páginas contendo fotos e um resumo da conversão do cantor Thalles Roberto. Após trocar postagens sobre este assunto em um grupo composto por evangélicos no Facebook, pesquisei um pouco e encontrei o que há para ler logo abaixo.

A Sociedade Bíblica do Brasil fez a publicação da “bíblia do Thalles” através do seu projeto Bíblia de Afinidades, que já tem trinta anos em atividade. Segundo a editora “para prestar um serviço às igrejas cristãs. As Bíblias publicadas por meio desse projeto têm texto bíblico em uma das traduções da SBB. Já os artigos, notas e prefácios são de inteira responsabilidade da igreja que adere ao projeto.”

Não tenho o objetivo de defender a publicação e o cantor, e nem atacar quem o ataca. Diferente do que alguns artigos de internet declaram, esta publicação não contém apenas fotos e um depoimento sobre a conversão do cantor. Trata-se de Bíblia de Estudo, cujo nome é Bíblia Apostólica (1). A obra contém 5 mil (2) notas de rodapé elaboradas por uma equipe da Igreja Renascer em Cristo, dicionário bíblico com 500 vocábulos, introduções aos livros das Escrituras, mapas, tabelas (2). O cantor a apelidou de "Bíblia Ide" (3).

Na realidade, esta bíblia não é um lançamento, é um relançamento com nova capa. A primeira publicação saiu sem as fotos e depoimento do cantor, havia no lugar disso um artigo de Estevam Hernandes sobre como entendia a visão apostólica, adotada por ele em sua igreja.

Ao tomar conhecimento destes detalhes, tenho por mim que a iniciativa do cantor é voltada ao público cristão neopentecostal.

Eu não encontrei os pormenores aqui apresentados postados em artigos de blogs e nem em debates nas redes sociais que criticaram a iniciativa do Thalles - não sei por qual motivo afirmam que a publicação contém apenas fotos do cantor e um resumo da sua história, quando na verdade o conteúdo dele parece ser o que há de menor nesta obra, embora apareça nas primeiras páginas.

Algum tempo atrás, observei pela TV uma pregação do Thalles, ele pregou por uns quarenta minutos e ao final convidou pessoas para que entregassem a vida para Cristo e renunciassem ao mundo. Falou do prazer momentâneo das drogas, do sexo, da fama. Cerca de 120 jovens, garotos e garotas na faixa de 15 a 25 anos, se apresentaram para receber oração. Alguns choravam e suas lágrimas molhavam bastante a roupa e o chão. Sei que o dom da palavra, como qualquer outro dom espiritual, não é um selo de aprovação de Deus ao portador do dom. Mas a cena me impressionou muito.

As letras de músicas do Thalles Roberto atingem alcance internacional.  Posso estar errado em pensar que a crítica contra a publicação da SBB, usando o nome dele na capa, não afetará sua carreira musical. Vejo esta situação como positiva para o sucesso de vendagem dessa tal bíblia. Faço essa consideração comparando com outras situações parecidas que vi acontecer no Orkut, no Facebook e parte da blogosfera brasileira. Existem exemplos de situações assim aos montes. Sempre que algo parecido aconteceu o alvo da crítica se beneficiou.

Muitos que dificilmente saberiam que tal obra existe, passam a saber por meio de quem a critica e procurará conhecê-la, porque aquele que faz o comentário quase sempre é alguém que não possui poder de formação de opinião. Talvez o efeito também aconteça ao contrário da intenção daqueles que criticam neste caso abordado. Agora, análises negativas podem estar sendo recebidas como propaganda às avessas, afinal, é quase certo que muita gente passa a saber da existência deste lançamento por meio de opinião de críticos, dificilmente acessariam as peças publicitárias tradicionais.

Enfim, não quero tomar partido do cantor e de ninguém. Mas, sendo bem direto, cada um pode usar o dinheiro que tem, desde que adquirido com honestidade e para aquisição de coisas lícitas, comprando o que quiser. Esta publicação é esquisita? Temos preferências diferentes uns dos outros, Deus nos fez distintos. Eu não compraria essa tal Bíblia, mas há quem queira comprá-la.

E.A.G.

Consultas:
1 - http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=101&id=884 
2 - ttp://www.igospel.org.br/br/noticia.php?m=*74FFB723C50B59AD9C27EDB9953C77A3DA3BF412
3 - https://www.youtube.com/watch?v=oV4qOzhnZFA 

Sinal amarelo: Silas Malafaia versus Jean Wyllys na Rede Globo

Malafaia: evento Marcha para Jesus de 2011 em São Paulo.
Nos últimos dias a mídia noticia que a produção do programa Na Moral convidou o Pastor Silas Malafaia, o apresentador Jô Soares e o ex-BBB Jean Wyllys, deputado federal pelo PSOL (RJ), para discutirem as pautas "família" e "homofobia".

Malafaia confirmou sua presença em sua página do Twitter. É a segunda vez de Malafaia neste programa. O grande problema do pastor ao aceitar participar, defendendo a estrutura familiar aos moldes bíblicos, é como a produção da Rede Globo usará a mesa de edição, pois sabemos que advoga em favor de ideologias LGBT. Ele corre o grande perigo de ir ao ar falas cortadas, cortes maldosos, de tal maneira que o telespectador receba outra mensagem, algo que ele não pretendia dizer, ou a produção dar destaques mais favoráveis para Jô Soares e ao ex-BBB. Seja qual for o comportamento da equipe global, justo ou injusto, grande parte do público cristão já conhece o que Malafaia pensa sobre este assunto e como expressa seu pensamento.

O pastor tem sido criticado por muitos evangélicos em redes sociais porque teria pedido aos políticos da Frente Parlamentar Evangélica que parassem de pedir boicote ao principal folhetim global, antevendo que a situação de crítica pode se inverter no futuro. Fazem a crítica sugerindo que sua solicitação foi feita com interesse de expor seu rosto na emissora dos Marinho.

As gravações do Na Moral ocorrerão no próximo dia 18 e a data de exibição do programa ainda não foi anunciada. Da minha parte, só pretendo assistir este debate quando o conteúdo estiver postado no YouTube. Nunca assisti o Na Moral e não penso em começar vê-lo sintonizando o canal agora.

E.A.G.

Postagem paralela: Jean Wyllys é desafiado a debate sobre política por Kim Kataguiri 

Com informações de https://twitter.com/pastormalafaia

sábado, 11 de abril de 2015

Definições: laicismo e laicidade

"O laicismo, diferente da laicidade, como muito bem definiu Karol Wojtyla, é "uma ideologia que leva gradualmente, de forma mais ou menos consciente, à restrição da liberdade religiosa, até promover o desprezo ou a ignorância de tudo o que seja religioso, relegando a fé à esfera do privado e opondo-se à sua expressão pública”. O laicismo é a ideologia vigente na esquerda brasileira, em parte considerável da imprensa e, infelizmente, até mesmo no poder judiciário. Eles supostamente levantam a bandeira do Estado laico, mas na verdade estão apenas levantando o mastro de um Estado antirreligioso" - Gutierres Siqueira.

Parágrafo escrito ao artigo "Qual a diferença  entre laicismo e laicidade?", publicado em Teologia Pentecostal, no dia 5 de abril de 2015.

E.A.G.