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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Filipenses 4.13 - tudo posso em Deus

"Sei passar falta, e sei também ter abundância; em toda maneira e em todas as coisas estou experimentado, tanto em ter fartura, como em passar fome; tanto em ter abundância, como em padecer necessidade. Posso todas as coisas naquele que me fortalece" - Filipenses 4.12-13 (ARA)
Você pode tudo em Deus, Ele dá forças aos seus servos.

“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” - Filipenses 4.13.
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Existem duas interpretações radicais sobre essa passagem bíblica. Alguns forçam o texto querendo dar-lhe o sentido que ele não tem.

Uma interpretação quer tentar fundamentar a filosofia de que todo crente em Cristo deve ser milionário, viver de triunfo em triunfo, esquecendo-se que Jesus Cristo afirmou que no mundo teríamos aflições (João 16.33).

Outra interpretação quer ensinar que humildade no conceito bíblico é ser pobre financeiramente, viver em humilhações. E por causa disso todos os cristãos deveriam desprezar o progresso financeiro e abaixar a cabeça para todos, nunca lutar por seus direitos. Ora, o crente é ensinado pelas Escrituras Sagradas a humilhar-se em oração apenas debaixo das potentes mãos de Deus, e não seu próximo (1ª Pedro 5.6). Deus não pede a ninguém que abra mão de sua dignidade socialmente. Como cristãos, fazemos bem ao amar o outro como amamos a nós mesmos, nada exageradamente, nem à mais e nem à menos (Tiago 2.8).
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A carta aos filipenses é uma das cartas que Paulo escreveu enquanto estava preso. Nela, ele manifesta estar feliz apesar de todas as circunstâncias em contrário. Sua felicidade advém de Deus, e por meio de seu relacionamento com os crentes filipenses, que o socorreram. Os crentes de Filipos enviaram uma oferta bastante generosa a ele por meio de Epafrodito, a carta é uma resposta à congregação cristã, uma espécie de recibo, confirmando que ele recebeu a doação.
 
Filipenses 4: comentando 19 versículos.
 
Qual é o contexto mais próximo de Filipenses 4.13? O contexto mais próximo é o próprio capítulo 4.  Assim como toda a Bíblia Sagrada, este capítulo é precioso para nós.

Versículo 1: Exortação a igreja para que viva em união e alegria no Senhor.

Versículos 2 e 5: O apóstolo solicita às irmãs Evódia e Sintique que vivam em harmonia com o Senhor. Aparentemente elas não estavam convivendo bem entre si. Paulo pede a uma terceira pessoa de sua confiança, Sízimo, que as ajude viver em paz uma com a outra. Lembra que todos devem relacionar-se sendo gentis. ser amáveis uns com os outros.

Versículos 6 e 7: O apóstolo aconselha a não se preocupar com nada. Preocupar-se é ocupar-se antes do tempo certo. Portanto, é um equívoco pensar que esteja dizendo que Deus não precisamos levar a Deus petições sobre o o nosso cuidado diário. Ele declara que devemos orar a Deus e pedir tudo o que é preciso a Ele, com coração agradecido. Ao fazer isso, a paz de Deus protege nosso coração e nossa mente, pois agir assim é estar unido com o Senhor.

Versículo 8: Paulo ensina como é que devemos ocupar a mente. Ele diz que deve ser com coisas boas e verdadeiras, honestas, nobres; que contenham dignidade, sejam puras, agradáveis a todos, cheias de amor; sejam em gestos simpáticos, decentes; de boa fama. Mas... Mas deven ser feitas por motivo que sejam excelente e dígno de elogios. Isto é, não causem escândalos.
 
Versículo 9: Paulo se põe como exemplo dos fiéis entre os irmãos filipenses e pede que eles o imitem em atos a palavras. Em texto correlato, diz que o imitemos assim como ele é imitador de Cristo (1ª Corintios 11.1).

Versículos 10 e 11: Paulo alegra-se e agradece ao Senhor por ter sido lembrado pelos membros da congregação que pastoreia. Ele regojiza-se porque a lembrança é mais do que a saudação protocolar "como vai você?" . Enviaram-lhe ajuda material. E isso é fator de bênçãos de Deus para estes irmãos.

Versículo 12 e 13: Paulo explica que sua relação com as circuntâncias da vida não influem em sua relação com Deus. Na pobreza e na riqueza, na escassez e na fartura, sendo respeitado e desrespeitado, ele sabia se manter dentro da vontade do Senhor, pois tinha discernimento que Deus o fortalecia a prosseguir em seu apostolado.

Versículo 14-17: Paulo reforça que aos irmãos de Filipos que eles fizeram bem em lembrarem-se dele. Lembra que eles tinham esse bom costume, diferente dos irmãos de Tessalônica, onde passou necessidade e foi socorrido pelos filipenses duas ou três vezes anteriores. Afirma que a oferta gera lucro ao ofertante.

Versículo 17, textualmente: "Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que aumente a vossa conta" (Almeida revista e Corrigida).

Versículo 18: Paulo revela que está em abundância, devido as ofertas enviadas pelos crentes filipenses por meio de Epafrodito (chamado Epafras em outras ocasiões). Ele declara que este tipo de socorro material é o mesmo que um sacrifício de aroma agradável para Deus, sempre aceitável ao Senhor.

Versículo 19: Paulo declara sua fé, dizendo que Deus por meio de Jesus Cristo recompensará os filipenses por ajudá-lo em seu momento de necessidade.


Versículos 20-23: Saudação final.

“Se te mostrares frouxo no dia da angústia, a tua força será pequena” - Provérbios 24.10.


E.A.G.

O artigo está liberado para cópias, desde que citado o nome do autor e o link (HTML) do blog Belverede.

Palavra frívola

Em Mateus 12, encontramos Jesus Cristo sendo confrontado por religiosos. O confronto teve início porque os discípulos colhiam espigas, alimento, no sábado. Os religiosos consideravam pecado exercer tarefas neste dia, alegavam que o sábado era apenas dia de descanso. Em flagrante religiosidade carnal, consideravam que era ilícito até curar enfermos no sábado!

Por causa desse embate, religião versus espiritualidade, os fariseus promoveram uma reunião e deliberaram matar Jesus.
Jesus curou um cego de nascença. Os judeus, ao saberem disso alegaram que a cura havia ocorrido pelo poder de Belzebu e não pelo poder de Deus. Belzebu: chefe dos demônios; Satanás.

Jesus declarou que expulsava demônios pelo poder do Espírito de Deus, e que as curas acontenciam em seu ministério porque estava chegado o reino de Deus entre os homens.

"Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. Portanto, eu vos digo: Todo o pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro" - Mateus 12.30-32.

Jesus ensinou àqueles que planejavam assassiná-lo que o homem bom tira palavras boas de seu coração e os homens maus palavras más, porque transmite o conteúdo que há no coração. Considerou as palavras deles palavras frívolas.

Frívolo: sem valor, desnecessário, leviano. São as palavras apressadas, sem pensar, com intento ruim.

No contexto de Mateus 12, a palavra frívola era a acusação de que Jesus expulsava espíritos malígnos pelo poder de Satanás, e também as proibições de tarefas, com vista a fazer o bem, aos sábados.

Jesus Cristo sentenciou: todas as pessoas que emitem frivolidades darão conta delas no Dia do Juízo Final (vers. 36).
 
Após isso, alguns escribas e fariseus pediram um sinal a Jesus, de que Ele era realmente o Filho de Deus. Jesus lhes disse que o sinal seria sua morte de três dias e sua ressurreição. Mas, na ocasião, aparentemente, ninguém entendeu o que disse.

E.A.G.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Paulo e os doze apóstolos de Jesus Cristo eram prósperos?

Encontro em alguns lugares uma espécie de cobrança por parte de alguns cristãos evangélicos. Eles perguntam se o apóstolo Paulo era rico, se morreu rico.

É estranha esse tipo de pergunta pelos seguintes motivos:

1 - Despreza a hermenêutica clássica

"Eram os apóstolos ricos?" Essa pergunta não cabe aos cristãos formulá-la porque foge da técnica hermenêutica do protestantismo clássico. Os apóstolos viveram em outra época, cujo ambiente era totalmente diferente do nosso. No passado, crentes morriam degolados para divertimento de cidadãos romanos; não haviam templos para adorar a Deus e ouvirem com tranquilidade os líderes pregarem, os cristãos não tinham bíblias como nós. Provavelmente até o ano 100 da era cristã, nenhum crente teve o privilégio de possuir os quatro evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João reunidos, e lê-los à mesa, sossegadamente. Então, consideremos que a base da Igreja estava sendo estruturada no tempo dos 12 apóstolos. Vivemos em ambientes em que a Igreja já se estruturou. Portanto, tal espécie de pergunta é totalmente desconexa!

2 – Os protestantes não têm padroeiros como os católicos têm

Os evangélicos não seguem homens, essa prática é doutrina da Igreja Católica. É o catolicismo que tem esse costume de idolatria, eles hereticamente prestam culto aos homens. A visão do pentecostalismo olha para Jesus, segue só a Jesus, observa a Palavra de Deus pela vertente dos textos normativos (mandamentos), jamais fazem doutrinas de textos narrativos.

Paulo morreu pobre? Se sim, isso não serve como doutrina para nós.

Bem... Eram doze os discípulos de Jesus Cristo que se tornaram apóstolos. Deles, após a ressurreição de Jesus Cristo, só temos os registros bíblicos de João, Pedro e Tiago. O restante não sabemos quais foram as condições financeiras de suas vidas. Dizer que eram pobres ou enriqueceram são afirmações hipotéticas. Se ricos ou pobres, o padrão de vida deles não serve para nós, não fazemos dos homens nossos padroeiros!

3 - Não há pecado em esperar a bênção da prosperidade.

Os termos paz ("eirene", em grego) e salvação (“soteria”) conotam e denotam o sentido de prosperidade espiritual e ao mesmo tempo material.

Sobre prosperidade, cremos com bases bíblicas, que ela é dada por Deus.

Jesus disse aos seus díscipulos, o que pode ser remetido a mim, todos os cristãos : “Deixo-vos a paz” (prosperidade) - João 14.27.

Em outra ocasião, disse para uma mulher: “A tua fé te salvou, vá em paz” (Lucas 7.50).

4 - A prosperidade é o pleno bem-estar espiritual, emocional e físico.

Deus nos fez seres tricotômicos: somos espírito com alma (onde reside o centro das emoções) dentro de um corpo. É a lógica: Ele quer nos abençoar por inteiro, o espírto e também matéria! Por que crer que Ele faria o salvamento pela metade? Ele só ama nosso espírito?

Conclusão:

É um erro pensar que a prosperidade bíblica seja apenas acúmulo de bens.

Existem muitas pessoas abastadas e perturbadas de muitas formas. Apesar das fortunas, elas não se sentem bem física e espiritualmente. Elas não têm estabilidade emocional, não têm paz de espírito, sofrem com doenças que a medicina não cura. Portanto, há ricos prósperos, mas também existem ricos sem prosperidade. Segundo o conceito bíblico, são ricas sem serem prósperas.

A salvação e a paz significam prosperidade, mas a prosperidade não significa apenas posse de riquezas. A prosperidade não é meramente o acúmulo de bens, não é só isso. A prosperidade bíblica se consiste em bem-estar espiritual, físico, emocional; é a situação de gozar estabilidade de todas as maneiras. É ter Jesus Cristo, enfim.

Respondendo a pergunta inicial, temos certeza que os apóstolos foram próspero, mas não temos informação se foram ricos ou pobres.

E entendemos que quem vai à Igreja apenas atrás de prosperidade material e emocional, ama mais a bênção do que o Abençoador.

E.A.G.