Há dois meses, numa manhã de sábado, cheguei cedo à loja da CPAD, localizada na rua Conselheiro Cotegipe, bairro Belenzinho. O estabelecimento estava com as portas fechadas porque ainda faltavam alguns minutos ao horário de abertura. Havia cerca de dez pessoas aguardando para entrar. Fiquei a conversar com com um irmão assembleiano que conheci naquela oportunidade, de aproximadamente trinta anos de idade, casado e pais de dois filhos. Falamos sobre o mercado gospel de hoje em dia e outros assuntos do meio religioso brasileiro.
Em determinado momento da conversa, quando já havíamos feito nossas compras e estávamos perto de passar os produtos pela caixa registradora, o rapaz me disse que sua Bíblia preferida era a João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida. Então, respondi que na verdade ela não é a Bíblia, trata-se de uma tradução dela. Assim como são a Nova Versão Internacional, Nova Tradução na Linguagem de Hoje, e outras.
Os idiomas nas traduções bíblicas
É preciso considerar que todos os idiomas evoluem, palavras se transformam, outras mudam de significado, e, ainda, caem em total esquecimento. Exemplos:
1- Vós mercê agora é você;
2- Varão (não é mais entendido como rapaz, entende-se como uma vara grande),
3- Galardão. Este termo é quase que um jargão dos crentes, se o leitor comum não estiver familiarizado com o meio cristão, se ao invés dela pudesse ler prêmio, não ficaria sem entendimento na primeira passada de olhos sobre o versículo.
Tradução
Entre os cristãos evangélicos, é muito comum esquecer que o texto bíblico original foi escrito em hebraico, aramaico e grego. Para ter uma ideia da diferença de idiomas, estas três línguas não possuíam pontos ortográficos.
No livro "Versões da Bíblia - Por que Tantas Diferenças?" (Edições Vida Nova), a autora Elizabeth Muriel Ekdahl explica bastante sobre os estilos de traduções e suas razões. Existe um esforço nas traduções modernas para fazer com que haja termos contemporâneos no vocabulário do nosso idioma sem mudar o sentido do texto original.
Falando das peculiaridades do nosso idioma, a sintaxe de cada tradutor faz uma enorme diferença ao leitor, que deve entender o que lê com a máxima facilidade. A maioria das traduções João Ferreira de Almeida preservam um grande número das palavras do vocabulário usado em 1.600. E nós vivemos quatro séculos depois, vivemos em 2014!
O que eu leio e escrevo
Nem sempre entendemos que está escrito na Bíblia Sagrada, por maior que seja o nosso interesse em aprender, é preciso que alguém explique. Em Atos 8.29-31, o Espírito dirigiu Felipe até o eunuco de Candace, porque o eunuco lia a Escritura em Isaías sem entender nada. Felipe foi encarregado de explicar e esclareceu-lhe o que o profeta escreveu. Nos dias atuais existe quem realize explicações na igreja e também há farto material por escrito esclarecendo o que há no cânon.
Em minha adolescência, pela dedicação de meu pai, tive acesso a uma João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida com Concordância e Dicionário. Foi muito útil para mim. Recebi importantes indicações do professor de escola dominical sobre quais livros de teologia comprar.
Em minha adolescência, pela dedicação de meu pai, tive acesso a uma João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida com Concordância e Dicionário. Foi muito útil para mim. Recebi importantes indicações do professor de escola dominical sobre quais livros de teologia comprar.
As revistas de escola dominical sempre trazem informações de quais livros o comentarista usou para elaborar seu conteúdo pedagógico. As informações bibliográficas foram o ponto de partida para criar minha humilde biblioteca de literatura cristã. Os próprios livros que compramos exibem dados bibliográficos, que apontam para outros livros. Considero esse método de escolha bom, foi e ainda é bom para mim.
Como blogueiro, recorro às diversas traduções bíblicas, dicionários bíblicos, livros. E uso notas de rodapé de Bíblias de Estudos. Misturo meu próprio texto com as compilações desses materiais.
Leitura bíblica devocional e sistemática
Eu considero importante haver o equilíbrio entre unção e estudos bíblicos.
Eu considero importante haver o equilíbrio entre unção e estudos bíblicos.
Em se tratando de leitura bíblica, a unção está em ler o texto em oração, absorvendo aquilo que está nas linhas dos textos que percorre. E o estudo bíblico na leitura na maneira sistemática, ao usar a inteligência dada por Deus para comparar o texto bíblico lido com todo o contexto da Bíblia e contexto histórico e geográfico.
Em minha opinião, eu faço isso, quando o cristão se dispõe a estudar em profundidade as Escrituras, no modo sistemático, é importante fazer comparações de traduções. O vocabulário de um tradutor difere de outro, assim como cada um deles levou em consideração o conhecimento de descobertas arqueológicas da época em que verteu seus textos. Esta situação influi muito na semântica, os significados das palavras e frases a serem traduzidas.
E.A.G.