"Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebei, de graça dai" - Mateus 10.8.
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Encontramos nos Evangelhos Jesus Cristo liberando autoridade espiritual aos discípulos para agir em nome dEle, sem haver no contexto dos textos qualquer relação com o estado civil destes discípulos. No entanto, com o passar dos tempos, a religião mudou o conceito sobre este assunto, como se a unção divina estivesse na aliança, o anel no dedo esquerdo, e não na aliança do espírito do homem com o Espirito de Deus.
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É nítida a impressão de que as lideranças religiosas reconhecem a autenticidade do ministério pastoral através da condição civil, que parece ser mais importante que o tempo de conversão, a santidade, caráter e compromisso com Deus do solteiro pretendente ao cargo de pastor.
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Nós sabemos que a autoridade espiritual é manifesta através da aliança que o homem mantém com Deus, na opção dele em viver de acordo com a Palavra e em oração. Somos sabedores que a autoridade espiritual é manifesta ao declarar a fé. Não é o título de pastor, concedido por homens que confere isso. Casar-se não é sinônimo de autoridade espiritual, pois o casamento não faz com que um pastor tenha poder sobre as potestades espirituais. Mas, muitos jovens consagrados, desejosos de fazer parte do quadro de lideranças em denominações evangélicas se sentem discriminados, seus nomes nem se quer são cogitados para a ordenação pastoral.
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Nas igrejas neopentecostais é comum encontrar pastores e pastoras solteiros. Mas nas grandes denominações pentecostais e tradicionais o cenário encontrado é o de pastores casados, em detrimento das pessoas solteiras, principalmente se forem mulheres.
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Há quem compare a rejeição das igrejas aos solteiros com as empresas, elas empregam mais pessoas casadas alegando que são mais responsáveis. Cada caso é um caso, há solteiros sensatos e casados irresponsáveis.
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Depoimentos
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“Pensam que só porque o jovem não é casado fica vendo porcarias, não tem uma instabilidade espiritual, etc. Deixam de dar oportunidade para um jovem que estuda a Bíblia, que tem uma chamada espiritual, preferindo passar a oportunidade para um 'obreiro - cochilão', que muitas vezes ao pegar o microfone diz: eu nem estava esperando a oportunidade, não estou preparado, vamos ler aqui no Salmo 23. Eu nem sei o que seria de muitos obreiros se não tivesse os Salmos. Esse negócio de ser casado não tem nada a ver. Se uma pessoa é imatura espiritualmente não é um casamento que irá lhe trazer maturidade espiritual. Maturidade espiritual obtém-se lendo a Bíblia, orando, convivendo diariamente com as pessoas e com Jesus Cristo” - desabafa Alexandro Gomes, jovem assembleiano estudioso da Palavra, morador de Goiânia.
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“Minha filha namora um evangelista, a nossa igreja tem uma congregação na Suiça, ele iria para lá e cuidaria dela, seria ordenado a pastor, mas não foi aceito por ser solteiro. Na minha opinião creio que Deus dá autoridade para solteiros também” - diz Marcia Vaz Kohn, residente ao norte de Portugal, em Vila Nova de Famalicão.
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Questões hermenêuticas
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Para quem defende a ação do pastorado de solteiros, usa-se os seguintes textos bíblicos:
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1ª Corintios 7.7-9. “Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se".
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1ª Corintios 7. 34 - “Há diferença entre a mulher casada e a virgem. A solteira cuida das coisas do Senhor para ser santa, tanto no corpo como no espírito; porém, a casada cuida das coisas do mundo, em como há de agradar ao marido”.
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Com base nestes textos, entende-se que há possibilidade de os solteiros terem maior comunhão com Deus, inclusive as mulheres. Paulo, o apóstolo responsável por mais da metade dos escritos do Novo Testamento, não fez nenhuma discriminação ao pastorado de homens solteiros. Não temos nenhum registro afirmando que Timóteo e Tito, pastores ordenados pelo ministério de Paulo, eram homens casados.
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As igrejas que vetam o pastorado aos solteiros, baseiam-se em 1ª Timóteo 3.1-2: “Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher...”.
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No entanto, os solteiros, postulantes ao pastorado, rebatem tal argumentação. Dizem que está claro neste texto que o apóstolo não proíbe o pastorado de não-casados, mas de casados bígamos e polígamos.
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A contra-argumentação para vetar a ordenação de solteiros é dizer que isto é feito como medida de proteção, para que os solteiros não caiam no laço do diabo. Mas, tal atitude não é bíblica. A aplicação deste veto não tem a ver com o estado civil, se refere a condição da pessoa ser madura ou neófita na fé. Confira: 1ª Timóteo 3.6.
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Os escândalos de pastores casados
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No Brasil, os últimos acontecimentos na denominação que representa o maior movimento pentecostal, pastores casados têm sido responsáveis por grandes escândalos. Quantos não caem no pecado de adultério? E os casos de improbidades administrativas, como cheques sem fundos? Casos assim são a maior prova de que ser casado não é sinal de maturidade espiritual. Através desses atos vergonhosos vemos que o casamento não é sinônimo de alto nível de unção. Muitos pastores casados estão envolvidos no laço diabólico!
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Um caso de pastor solteiro
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Como experiência pessoal, tive a oportunidade de conhecer alguns jovens dedicados na Obra de Deus, solteiros, com a responsabilidade pastoral em denominação neopentecostal.
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Acompanho a trajetória de um destes jovens bem de perto há mais de cinco anos. Ele vivia dentro de um templo 24 horas, pregando pelas manhãs, tardes e noites. Muitas vezes o almoço dele saiu das minhas despensas, pois precisava comer. Este rapaz tinha muita devoção, mas pouco conhecimento bíblico. Foi à Inglaterra dizendo que faria missões lá. O contato no exterior veio pela Internet. A missão não deu certo. Voltou ao Brasil em menos de um mês. Aqui, fundou um ministério próprio e carregou com ele todos os membros da congregação que liderava. Não deu certo também. Se arrependeu de pescar no aquário e pediu perdão às ovelhas, orientando que elas retornassem ao ministério de onde haviam saído e o acompanhado. Pediu perdão aos seus superiores. Recebeu o perdão de todos. Agora está trabalhando como obreiro, sem o título de pastor, neste o mesmo ministério.
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A minha contextualização de Mateus 10.8
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Não costumo colocar a minha opinião sobre as diretrizes da Palavra de Deus. Sempre procuro textos claros, que não precisam de interpretação alguma.
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Lendo parte do contexto deste assunto em pauta, Mateus 10.1-2, entendemos que a autoridade que Jesus deu para operar milagres não está restrita ao cargo de pastor. Está ligada à fé e não aos cargos.
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A autoridade é dada aos discípulos em geral, independente de possuir ou não funções dentro das igrejas. Primeiro, a autoridade foi dada aos doze discípulos, depois aos setenta, depois aos trezentos que estavam no cenáculo e se estende por toda a Igreja através dos séculos que vieram depois (Lucas 10.1; Atos 1.7-8; 2.4).
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Com o passar do tempo, o termo apóstolo, encontrado em Mateus 10.2, ganhou uma conotação diferente da que está nos originais em grego. Nas páginas da Bíblia, apóstolo não é um cargo, significa “enviado”. Em Mateus 10 Jesus envia os discípulos para uma missão, por causa disso foram descritos como apóstolos.
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Em Marcos 16.15-16 recebemos, subentendidamente, a posição de apóstolos também. Todos nós! Jesus disse: "Ide por todo mundo e pregai o Evangelho". E também asseverou que temos poder ao pregar a Palavra.
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Vemos nestas citações bíblicas que a autoridade e o poder não estão restritos ao cargo pastoral. Seja alguém uma pessoa casada ou solteira.
.E.A.G.
"O caso da Rede Globo é com a Universal somente!!! Esses dias atrás falou uma semana sobre as igrejas evangélicas... sua origem, seu desenvolvimento e prestação de solidariedade perante a sociedade (batista, Metodista, Assembleia de Deus, Luterana e Adventista)".
