Atendendo a pedidos de igrejas cristãs, tradução recebe uma nova revisão e tem alterados alguns termos que caíram em desuso ou passaram a ter outro significado.
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A clássica tradução de João Ferreira de Almeida na versão Revista e Corrigida acaba de ganhar uma nova edição que atende aos anseios dos apreciadores dessa tradução. Com conteúdo adaptado à reforma ortográfica da língua da língua portuguesa a 4ª edição recebeu discretas mudanças textuais, mas que no cômputo geral refletem o que as igrejas brasileiras e os leitores desse texto pediam para ser alterado. São termos que com o tempo caíram em desuso e passaram a ter outro significado. "Um pouco depois do lançamento da 3ª edição, de 1995, igrejas e irmãos encaminharam sugestões para a SBB", lembra o secretário de Tradução e Publicações da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), Paulo Teixeira.
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Há cerca de um ano e meio, a SBB se lançou nesse projeto. Para isso, juntou todas as sugestões recebidas e submeteu-as à analise das igrejas que adotam essa tradução. Entre as alterações referendadas, uma das mais significativas foi a substituição de "caridade" por "amor". " 'Caridade' é uma palavra que nos veio de caritas, no latim. Ela tem uma longa tradição na teologia ocidental, especialmente nos escritos de Agostinho. Aparece também na Vulgata latina. Só que, com o passar do tempo, em nosso contexto, passou a ser vista como sinônimo de piedade e até de esmola", explica Teixeira, exemplificando que, hoje, há uma grande diferença entre afirmar: "Eu me casei por amor" e dizer "Eu me casei com você por caridade".
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Outra mudança ocorreu em 1ª João 3 com a substituição da expressão "não peca" por "não vive pecando". O consultor de Tradução da SBB, Vilson Scholz, explica que no grego, as formas do presente permitem uma interpretação de hábito ou costume, mas que no português podem dar o sentido de algo definitivo. "Tudo indica que é isto que João está querendo dizer: não que a pessoa que permanece em Cristo não peca, mas que não vive pecando. Em outras palavras, ela continua pecadora, mas não tem prazer no pecado", esclarece Scholz, lembrando que esta maneira de ler o texto já havia sido adotada na tradução de Almeida Revista e Atualizada (RA).
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Além disso, houve a eliminação da abreviatura "S", que significa "Santo", ou "São", antes dos nomes dos escritores bíblicos nos títulos de seus respectivos livros e epístolas.
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Com uma línguagem clássica no final do século 19, a tradução de Almeida Revista e Corrigida recebeu ao longo dos anos algumas revisões e pequenos ajustes de vocabulário. A 1ª edição identificada como Almeida Revista e Corrigida data de 1898. Depois, vieram a 2ª edição, em 1969, e a 3ª, em 1995.
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Agora com a 4ª edição, de 2009, a tendência é que o texto bíblico da Almeida Revista e Corrigida não sofra mais ou atualizações substânciais no futuro. "O texto em movimento', que busca falar uma línguagem mais atualizada, é, obviamente, o texto da Almeida Revista e Atualizada. No entanto, caso haja necessidade imperiosa, eventuais revisões menores poderão ser feitas na Revista e Corrigida", observa Scholz.
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Paulatinamente, as publicações com o texto bíblica na edição de 1995 da tradução Almeida Revista e Corrigida migrarão para a edição de 2009. Diversos lançamentos já chegarão às estantes com o texto bíblico revisado.
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Fonte: A Bíblia no Brasil, nº 224, julho a setembro de 2009, ano 61. Artigo publicado com o nome Almeida Revista e Corrigida Chega à Quarta Edição.
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