Por Ana Lúcia Leonardo Carriço
Uma missionária, gozando de suas férias na cidade de Macaé, interior do Estado do Rio de Janeiro, aproveitou a tarde fresca da primavera e junto com a criançada da vizinhança, organizou brincadeiras e jogos; corrida de saco, de bicicleta, pular corda, soltar pipas etc. Eram momentos descontraídos e alegres que relembravam os tempos idos de infância. Numa dessas tardes prazerosas, uma criança que passava, espantada, gritou: "Mamãe, olha" É a missionária". A mãe, com olhar de reprovação, disse: "Os tempos mudaram... Parece que as missionárias não têm mais o que fazer e ficam brincando na rua, como se fossem crianças".
Uma missionária, gozando de suas férias na cidade de Macaé, interior do Estado do Rio de Janeiro, aproveitou a tarde fresca da primavera e junto com a criançada da vizinhança, organizou brincadeiras e jogos; corrida de saco, de bicicleta, pular corda, soltar pipas etc. Eram momentos descontraídos e alegres que relembravam os tempos idos de infância. Numa dessas tardes prazerosas, uma criança que passava, espantada, gritou: "Mamãe, olha" É a missionária". A mãe, com olhar de reprovação, disse: "Os tempos mudaram... Parece que as missionárias não têm mais o que fazer e ficam brincando na rua, como se fossem crianças".
Como você pode observar, o lazer tem um aspecto controvertido, dando a entender que a espiritualidade é um compartimento na vida do ser humano que não se harmoniza com as outras necessidades vitais. Uns consideram o lazer como pecado; outros, como perda de tempo. Muitas formas de divertimentos são censuradas no meio evangélico e pouco se diz sobre isso como uma parte construtiva da vida.
É muito importante para a nossa saúde emocional, mental e física, que tenhamos momentos de lazer. Não basta uma noite bem dormida após o lufa-lufa diário, é preciso respirar outros ares e visualizar outras novas paisagens. O descanso é uma oportunidade para se refazer, refletir e recomeçar. O próprio deus criou o mundo e depois descansou.
É muito importante para a nossa saúde emocional, mental e física, que tenhamos momentos de lazer. Não basta uma noite bem dormida após o lufa-lufa diário, é preciso respirar outros ares e visualizar outras novas paisagens. O descanso é uma oportunidade para se refazer, refletir e recomeçar. O próprio deus criou o mundo e depois descansou.
A palavra "lazer" vem do latim "licére", que significa o que é lícito, permitido. Se pensarmos bem, temos muitas oportunidades para usufruir dele, basta dividirmos sabiamente o tempo. Entretanto, lazer não é um tempo de abandono das responsabilidades para viver uma vida descontrolada durante alguns dias. O coração, órgão vital do corpo humano, sempre trabalha, mas, na verdade, ele descansa entre uma palpitação e outra. Se somente trabalhasse, não aguentaria. Se parasse de vez, morreríamos. É preciso tanto o trabalho como o descanso, e tudo em seu ritmo próprio.
Momentos de lazer são aqueles que separamos para a prática de atividades que nos trazem alegria, prazer, não estando presos à ideia de trabalho ou compromisso sério. É muito saudável a recreação em família, grupos de trabalho, grupos acadêmicos etc. Não somente a criança precisa de tempo de descontração, mas todos nós, jovens, adultos e idosos.
No livro de Êxodo, capítulo 31.51, o lazer na concepção judaica está associado ao descanso: Seis dias trabalharás, e no sétimo descansarás", ordenou o Senhor ao seu povo. A compreensão básica da relação descanso - lazer soma-se ao comportamento social do povo judeu, representado pelas festas judaicas, onde os "motivos espirituais" foram canais de expressão física e emocional através das palmas, cânticos, danças, banquetes e celebrações.
No livro de Êxodo, capítulo 31.51, o lazer na concepção judaica está associado ao descanso: Seis dias trabalharás, e no sétimo descansarás", ordenou o Senhor ao seu povo. A compreensão básica da relação descanso - lazer soma-se ao comportamento social do povo judeu, representado pelas festas judaicas, onde os "motivos espirituais" foram canais de expressão física e emocional através das palmas, cânticos, danças, banquetes e celebrações.
As marcas do sofrimento, da escravidão e do jugo legalista não puderam impedir a liberdade dos sentimentos, a espontaneidade e o contentamento do povo de Israel. Os reis Davi e seu filho Salomão, foram os que melhor ilustraram a natureza humana que busca a felicidade e que acha no lazer uma grande expressão da vida.
Grupos têm sofrido eventuais distorções na compreensão do conceito de lazer. De maneira hostil, aberta ou velada, sutil ou disfarçada, ele nos é apresentado como atividade não espiritual, ou ênfase mundana que tenta preencher o vazio da vida. Outros consideram os momentos lúdicos como mera perda de tempo, deixando de lado coisas mais importantes. E há até aqueles que defendem que o cristianismo privilegia o sofrimento. Portanto, o lazer, que proporciona prazer, deveria ser evitado.
Para alguns, quando o indivíduo se diverte, nega o testemunho. É preciso compreender que essa obsessão pelo testemunho indica um profundo engano acerca da espiritualidade e reflete a transferência, para o Evangelho, de conflitos de personalidade.
O descanso é fundamental, mas não pode se transformar numa estratégia de fuga. Quando interrompemos uma atividade de trabalho para, sem compromisso, nos dedicarmos a algo novo, que foge ao rotineiro, reorganizamos nossas percepções. Nos momentos de descontração, muitas vezes, surgem as soluções para determinados problemas.
Grupos têm sofrido eventuais distorções na compreensão do conceito de lazer. De maneira hostil, aberta ou velada, sutil ou disfarçada, ele nos é apresentado como atividade não espiritual, ou ênfase mundana que tenta preencher o vazio da vida. Outros consideram os momentos lúdicos como mera perda de tempo, deixando de lado coisas mais importantes. E há até aqueles que defendem que o cristianismo privilegia o sofrimento. Portanto, o lazer, que proporciona prazer, deveria ser evitado.
Para alguns, quando o indivíduo se diverte, nega o testemunho. É preciso compreender que essa obsessão pelo testemunho indica um profundo engano acerca da espiritualidade e reflete a transferência, para o Evangelho, de conflitos de personalidade.
O descanso é fundamental, mas não pode se transformar numa estratégia de fuga. Quando interrompemos uma atividade de trabalho para, sem compromisso, nos dedicarmos a algo novo, que foge ao rotineiro, reorganizamos nossas percepções. Nos momentos de descontração, muitas vezes, surgem as soluções para determinados problemas.
A partir dessas considerações, nossa tarefa como Igreja consiste em limpar, esclarecer o seu verdadeiro sentido. E assim, eis algumas sugestões básicas para o lazer.
1. Adequação de tempo
Há pessoas que trabalham doze a quinze horas por dia, sete dias na semana e depois reclamam que não têm tempo para se divertir. São os "viciados em trabalho". Determinado trabalhador fez a seguinte colocação: "Há cinco anos não tiro férias. Aproveito para tirar em dinheiro e assim compro alguns bens para a família". Isto deixa claro a falta de respeito do trabalhador para com seu corpo e sua família. Além disso, é uma demonstração de como a sociedade capitalista e consumista pode tornar o cidadão cego.
A rotina, fonte de tensões e estresses, é a grande inimiga da saúde emocional. Um indivíduo que se torna seu escravo não se dá ao direito de recrear-se e está violando uma lei bíblica: "Há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Eclesiastes 3.1).
2. Reuniões informais
Esses encontros s são portas abertas para o crescimento pessoal. Saber lidar com as relações interpessoais é uma arte. A vida social faz-se necessária e essencial. A habilidade social se constrói, necessariamente, por um caminho de convivência, solidariedade, respeito mútuo e esquilíbrio, bases fundamentais para o convívio humano.
3. Seja livre, relaxe.
Há quem diga que a felicidade não existe, que há apenas momentos de felicidade. Outros, que ela é relativa:depende do dia, do estado de espírito e do humor. Mas devemos entendê-la como a busca do foco interior e exterior de uma relação do ser humano com ele mesmo e com o outro. Dá trabalho, demanda tempo e esforço, mas é o passaporte para uma vida com liberdade. Há os que vivem presos ao passado, sempre lamentando o presente e têm medo do futuro; são os indivíduos cujas vidas se transformaram num caos, sem espaço para ser feliz.
Momentos descontraídos, com brincadeiras, liberam as energias. É um tempo de liberdade no extravasamento do nosso potencial: correr, pular, brincar etc. Todos temos dentro de nós um pouco de criança. Quando alguém conta uma história, a atenção do grupo é captada para a cena, é um ato que nos envolve á infância e faz muito bem. Relaxa.
Quando o lazer pede um tempo na vida do indivíduo é necessário parar e atender. Lazer não é perda de tempo, ao contrário, trata-se de investimento na saúde, um recarregar das baterias físicas e emocionais, a fim de melhorar a qualidade das atividades cotidianas. É fundamental investir naquilo que o dinheiro não compra e a posição social não propicia.
Quem trabalha de forma insana, negligenciando a própria saúde, tem vida curta no mercado, porque atinge um grau de estresse tão alto que prejudica seu rendimento. O ritmo frenético do dia-a-dia pode nos deixar com os nervos "à flor da pele", com se diz, e é exatamente aí que o grito de socorro do nosso organismo precisa ser escutado. Afinal, ninguém é super-homem e nem deve haver qualquer pretensão de competir com a máquina. A Bíblia nos aconselha a dar o devido tempo ao descanso do nosso corpo e da nossa mente. Então, vamos obedecer!
Quem trabalha de forma insana, negligenciando a própria saúde, tem vida curta no mercado, porque atinge um grau de estresse tão alto que prejudica seu rendimento. O ritmo frenético do dia-a-dia pode nos deixar com os nervos "à flor da pele", com se diz, e é exatamente aí que o grito de socorro do nosso organismo precisa ser escutado. Afinal, ninguém é super-homem e nem deve haver qualquer pretensão de competir com a máquina. A Bíblia nos aconselha a dar o devido tempo ao descanso do nosso corpo e da nossa mente. Então, vamos obedecer!
Fonte: Vida Cristã, ano 52, número 209, 4º trimestre de 2005, página 35. Centro, Rio de Janeiro.
Ana Lúcia Leonardo Carriço é pedagoga e membro da Igreja Batista Central de Jardim América, no Rio de Janeiro.